domingo, 10 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18731: (In)citações (119): Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas e da Descolonização e dos seus Destroços (1) (Manuel Luís Lomba)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) com data de 31 de Maio de 2018, trazendo-nos uma reflexão intitulada Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas e da Descolonização e dos seus Destroços.


Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas 
e da Descolonização e dos seus Destroços

I 

Pertencemos à geração, ora grisalha, que “FOI ATÉ ONDE A PÁTRIA FOI”, que fez o 25A74 e o 25N75, a destituir governos que não gostava e que reconstruiu Portugal dos destroços da Descolonização e do PREC.

Somos uma fonte da nossa história, depomos na primeira pessoa, como actores vivos dos seus factos acontecimentais. Ninguém é obrigado a condescender com o branqueamento da que vem sendo escrita “sob o manto diáfano da fantasia” ideológica, nem com a sua perversão por parte dos complexados “cientistas sociais” emergentes.

De facto, tudo o que nos séculos XV e XVI os Portugueses descobriram já existia – mas estava encoberto. A gesta dos Descobrimentos, em primeiro; a saga e a diáspora da Expansão, depois. E sempre. A guerra africana dos Portugueses tem designação matricial: do Ultramar para nós e de Libertação para quem combatíamos. A terceira designação de Guerra Colonial pertence a terceiros, é semântica, mesquinha, redutora, com carga depreciativa sobre o nosso país e a nossa própria cidadania. Aos discordantes: ao menos aceitem essa realidade como aceitam o Novo Acordo Ortográfico…

Os mesmos que montavam emboscadas e faziam cercos, assaltos, etc a grupos armados, portadores do armamento mais evoluído, que manobravam segundo as mais avançadas tácticas de guerra, arriscavam as vidas e integridade física a proteger as populações indefesas, as sementeiras e as colheitas da subsistência das suas comunidades, garantiam-lhe a mobilidade por terra, ar e água, construíam-lhes casas, infra-estruturas urbanas, postos médicos de serviços universais, escolas, estrada e em escoltas para salvar doentes e parturientes. Jamais os países da CPLP beneficiaram de cooperação tão eficiente, extensa, profunda e inclusiva – e a custo zero. Existia um Estado e obrigámo-nos a fazê-lo funcionar. Essa realidade era uma guerra colonial?

De personalidade complexa, Salazar (e a sua circunstância), para além de ditador suave (comparável a De Varela, da Irlanda, a grande distância da de Franco, da Espanha, Mussolini da Itália, Hitler, da Alemanha, Estaline da URSS ou da de Fidel Castro, de Cuba) foi um grande patriota. Pegou num Estado em falência total, consequência da nossa guerra na África e participação na Europa – a nossa derrota em La Lys aconteceu há 100 anos - e da irresponsabilidade dos “progressistas” da I República, lidou com a Guerra Civil da Espanha e com II Guerra Mundial.

Levantou o Estado Português “orgulhosamente só”, começando por mandar regressar de Genebra os diplomatas, que penosamente negociavam um empréstimo emperrado na Sociedade das Nações, obviamente à “custa dos mesmos” do costume; entrou da nossa história como estadista de primeira água, até mais até pela sua seriedade – não se apropriou do que pertencia a todos; o invés dos políticos poltrões e corruptos desta era “Pós Verdade”, desde deputado a presidente da câmara, (salvo muitas e honrosas excepções), que além de conduziram o país à falência, em época de paz e prosperidade, colocaram o Estado Português sob o protectorado do FMI, do BCE e da Comissão Europeia, com a tarefa de levantarem de novo o Estado Português, também às “custas dos mesmos” do costume, obviamente.

Não me esqueço ter sentido arrepios ao ver do General Garcia Leandro, grande capitão da Guiné, do 25A74 e do 25N75, a dizer na televisão, ainda comovido, ter chorado na madrugada da chegada desse dia da chegada da “troika”!

Sem lhe desculpar o modo esdrúxulo como se auto-impôs Presidente do Conselho, no contexto do tufão Humberto Delgado, um dos seus ex-capitães, Salazar terá lidado com o caso da Índia e com o desencadear da guerra africana num estádio de acentuada senilidade.

(Lembremo-nos o desempenho político do notável Mário Soares, nos seus últimos tempos de vida).

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18442: (In)citações (118): sociocoreografia de um batuque (Cherno Baldé / Valdemar Queiroz)

Guiné 61/74 - P18730: Blogpoesia (570): "É como um rio a nossa vida...", "Forças invisíveis..." e "Visita do Sol...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


É como um rio a nossa vida…

Fio de água, flor em botão, grão em semente,
Cresce do chão. Se eleva ao alto. Em correria louca.
Se dispõe a tudo. A viver sem fim.
Se espraia ao sol. Gemendo ao vento,
Aqui, avança, ali se espraia.
Alegria louca.
Tudo querendo. Sulcando fundo.
Cataratas. Escarpas rochosas.
Remoinhos. Num catavento.
Tem um destino a descobrir.
Marcha veloz. Cheia de riscos.
Umas vezes, vencendo. Outras, perdendo.
Belos encontros. Festas felizes.
Apetece ficar. Remanso de sonho.
Mas cá por dentro, há um apelo.
Há que seguir. Sem retorno.
É o dia a dia.
Gemendo e chorando.
Cantando e rindo.
Horas bravias, as melhores são doces.
Deixam saudade. Fazem sonhar.
Grande mistério.
Para quê viver?...

Ouvindo dois violoncelos em “moon river”
Dia chuvoso
Mafra, 6 de Junho de 2018
7h11m
Jlmg

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Forças invisíveis…

O mundo é um mar imenso, de ondas convulsas que se digladiam incessantemente.
Numa propulsão contraditória de elementos cuja origem ultrapassa o imaginário.
Uma rede de malha fina e consistente
Sustenta a existência onde habita a humanidade.
Há mistérios insondáveis que permanecem em segredo.
Qual o rumo e o fim do futuro.
Temos consciência de que somos.
Mas não do fim para que existimos.
Há apelos íntimos que nos acompanham a cada momento.
Qual é a sua origem e finalidade.
Uma insatisfação constante e insaciável nos estigmatiza a vida.
Caminhamos no cume do abismo e da sede de glória.
Oscilamos entre a terra e os céus com vontade inelutável de aqui ficar.
Até o mundo gira frenético numa busca ingente, desde a terra, o sol e as galáxias
Que nos deixa perplexos…

Mafra, 3 de Junho de 2018
7h44m
Ouvindo Fauré - Requiem aeternum
Jlmg

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Visita do sol…

Abençoado seja este sol que me visita neste amanhecer.
Oxalá não fosse uma furtiva amostra
Mas ficasse o dia todo acompanhando nossa existência.
Faz-nos falta sua luz e seu calor.
É a base da nossa existência, viva e iluminada.
Quando não vem, avança a tristeza crescente embora velada.
Não nascemos para viver na sombra.
Nem com frio.
A chuva venha em doses certas.
Não empape nossos caminhos.
Precisamos de nos mover na secura das estradas.
Queremos banhar nossos olhos nas cores que encantam os campos e valados.
Rejubilem os pássaros com seus voos endiabrados e o canto que lhes brota sem ensaios.
Beba o sol das ondas salsas e bailarinas o sal da força que puxa este mundo.
Suas visitas respeitem o calendário das estações da natureza.
Nunca confunda o inverno com o verão
Para que o outono seja fecundo.
Fica aí reinando nesse trono, de paz e de abundância…

Ouvindo o concerto n.º 1 de Tchaikowsky por Martha Argerich
Mafra, 5 de Junho de 2018
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18706: Blogpoesia (569): "Como os tempos mudaram...", "Tivesse voz a borboleta..." e "Os sinais da vida", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P18729: Efemérides (282): O último "Dia da Raça" comemorado em Bissau, 10 de Junho de 1973 (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos)

1. Mensagem do nosso camarada Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73), com data de 9 de Junho de 2018:

Bom-dia, caros ex-"camaradas d'armas".
Na véspera de mais um aniversário, lembrei-me de enviar-vos, para análise e, depois de ajuizadas, possível publicação, algumas fotos do último dia "da Raça", comemorado em Bissau, isto é, no dia 10 de Junho de 1973.
Não sei quantas suportará cada mensagem, por isso talvez recebam algumas sem texto, que é para não ter muito trabalho.
Com esta idade, convém poupar alguma energia, necessária para a corrida de amanhã, de manhã.

Bom fim-de-semana!
Ramiro Jesus










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Nota do editor

Último poste da série de 5 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18712: Efemérides (281): O 10 de Junho em Ponte de Lima: convite e programa. Lançamento do livro do nosso grã-tabanqueiro Mário Leitão, "Heróis Limianos da Guerra do Ultramar", às 11h30, no auditório da Câmara Municipal

Guiné 61/74 - P18728: Parabéns a você (1452): Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador do BART 2913 (Guiné, 1967/69) e António Joaquim Alves, ex-Soldado At Cav do COMBIS (Guiné, 1972/74)


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Nota do editor

Último poste da série de 9 de Junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18726: Parabéns a você (1451): Ernesto Duarte, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 1421 (Guiné, 1965/67)

sábado, 9 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18727: Os nossos seres, saberes e lazeres (271): De Aix-en-Provence até Marselha (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 4 de Abril de 2018:

Queridos amigos,
O tempo não ajudou em Aix-en-Provence, mas rendeu o passeio pelo centro histórico e a visita aos prodigiosos museus, tinha-se em mente uns percursos para andar a namoriscar sítios onde Paul Cézanne produzira algumas das suas obras primas, mas logo as bátegas fortes da manhã dissuadiram tal intento, assim se calcorreou a cidade em tuk-tuk, se andou por museus, viu livrarias e se aproveitaram as abertas para ver os maciços deslumbrantes que cercam a velha capital da Provença.
No dia seguinte, haverá dia ensolarado e um completo deslumbramento espera o viandante em Arles, património da humanidade de uma das pérolas mais preciosas da arquitetura do romanesco provençal.
Depois, fica prometido, conta-se tudo.

Um abraço do
Mário


De Aix-en-Provence até Marselha (3)

Beja Santos

O viandante faz sempre o possível por se documentar sobre os sítios que visita. O guia Michelin enquadra historicamente Aix-en-Provence, recomenda sítios belíssimos, sem dúvida alguma, por duas vezes, mesmo com as ameaças das bátegas de água se procurou visitar a Catedral St. Sauveur, sem sucesso, o Museu Granet impressionou e protegia das chuvadas, ora o bilhete incluía uma visita à coleção Planque, e o viandante não hesitou, foi visitar a curta distância do Museu Granet XXE, aproveitou para ler o onde e como, até porque Jean Planque, para haver sinceridade, não lhe era nome familiar. A comunidade do país de Aix, para acolher esta fabulosíssima coleção, reabilitou uma antiga capela, um dos florões da arquitetura da região no século XVII. Trata-se da capela erigida em 1654 pelos penitentes brancos carmelitas, o edifício andou à deriva depois de ter sido como bem nacional após a revolução, foi usado como celeiro e armaria. Em 1886, a capela perdeu definitivamente a sua vocação religiosa, transformou-se em estabelecimento de ensino e mais tarde anexo do museu.
Antes de se falar de Jean Planque diga-se que a fundação por ele criada confiou ao Museu Granet a valorização desta coleção excecional. O resultado final é deslumbrante.

Exterior da antiga capela dos penitentes brancos carmelitas, do século XVII

La collection Planque va à Aix-en-Provence, desenho de Burki, 2010

Um ângulo da capela, com destaque para o rés-do-chão onde se exibem algumas das obras-primas que vão de Van Gogh a Picasso

Outro ângulo da antiga capela onde se podem ver os dois andares onde se exibem obras artísticas da contemporaneidade

L’escalier du Cannet, Pierre Bonnard

Jean Planque teve um currículo das arábias, vendeu seguros e inseticidas até que, de 1955 a 1972, se transformou em Paris no conselheiro da Galeria Beyeler, de primeiríssimo nível. Por esta forma, este homem de origem modesta foi reunindo ao acaso e de acordo com as suas oportunidades, uma coleção com mais de 100 quadros e desenhos de grandes mestres dos séculos XIX e XX. Ao princípio atraía-se mais pela pintura figurativa, depois caminhou para outros níveis. Desse período figurativo conseguiu adquirir obras de Cézanne, Van Gogh, Monet, Degas, Redon, Renoir, Gaugin, Dufy, Rouault e Bonnard, que aqui se mostra.

La Rose et le compas, Fernand Léger

O cubismo está representado no rés-do-chão, já era muito procurado e vendia-se a preços altíssimos no seu tempo. Aparece representado por Braque, Juan Gris, um Dufy muito raro e pela tela emblemática de Léger que faz alusão ao amor de Planque pela pintura, o viandante andou ali à volta, era coisa, se lhe oferecessem, que trazia para casa.

Nu et homme à la pipe (La Conversation), Picasso

Jean Planque encontrou Picasso em 1960, nasceu aí uma forte amizade. O galerista irá visitar regularmente o maior génio da pintura do século XX em Notre-Dame-de-Vie. Picasso venderá a título excecional ao galerista suíço mais de 20 quadros, facto único na história das relações do genial pintor com os seus vendedores. Assombra andar por aqui a mirar obras altamente representativas, só para regressar a este museu, confessa sem qualquer rebuço o viandante, vinha amanhã disparado até Aix-en-Provence, há aqui contemplação para uma semana e certamente que aqui voltaria nos anos seguintes…

Paysage Marine, Nicolas de Stael

Para chegar onde chegou, Planque foi um talentosíssimo caçador de grandes artistas. A partir de 1952, quando se preparava uma exposição de Manessier, Planque descobriu a importância da arte informal, lançou-se nas galerias de Paris e de outros locais de França para recomendar à Galeira Beyeler obras a preço mais acessível. Foi assim que ele descobriu Nicolas de Stael, Vieira da Silva e Roger Bissière.

Composition, bleu, blanc, rouge, Jean Planque

Jean Planque começou a pintar aos 19 anos, nunca teve ilusões quanto a ter dado aquele passo decisivo que é indispensável dar para se tornar um criador a corpo inteiro, ele tinha consciência das suas limitações e sentia-se paralisado pela admiração que dedicava aos seus mestres, e por isso se dizia que pintava «à maneira de» e não escondia que colecionava os quadros que desejava ter podido pintar.

The Man of Kalahari, Kosta Alex

Nos andares superiores encontramos sinais das amizades de Jean Planque e mais adiante aparecerá o artista, expoente da arte bruta, que ele mais admirava, Jean Dubuffet, e por aí o visitante deambula, encontrará peças do seu amigo Kosta Alex e outros.
A fundação Jean e Suzanne Planque decorre do desaparecimento do galerista em agosto de 1998, um conjunto de artistas manifestou-se a favor da criação da fundação para honrar a memória do colecionador. Para além de 30 esculturas, colagens e desenhos oferecidos por Kosta Alex, houve ofertas de Alexandre Holan e Sorel Etrog, as ofertas nunca mais pararam.
O viandante também teve oportunidade de visitar a bela coleção de livros ilustrados com estampas de Picasso, Debuffet e Miró.
Concluída a visita à exposição, percorre-se a cidade para nela simplesmente flanar. Há que deitar cedo e rumar para o comboio. Arles é a nova etapa do programa, mal sabe o viandante as gratas surpresas que o esperam…


(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18703: Os nossos seres, saberes e lazeres (270): De Aix-en-Provence até Marselha (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18726: Parabéns a você (1451): Ernesto Duarte, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 1421 (Guiné, 1965/67)

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Nota do editor

Último poste da série de 8 de Junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18721: Parabéns a você (1450): Antero Santos, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3566 e CCAÇ 18 (Guiné, 1972/74) e João Gabriel Sacôto, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 617 (Guiné, 1964/66)

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18725: In Memoriam (315): Arquitecto e Urbanista Luís Vassalo Rosa (1935-2018), ex-Cap Mil. CMDT da CART 1661 (Guiné, 1967)

IN MEMORIAM

LUÍS VASSALO ROSA, ARQUITECTO E URBANISTA, EX-CAP MIL, CMDT DA CART 1661 (GUINÉ, 1967)

São Pedro de Moel > 2010 > Convívio da CART 1661 e Pel Caç Nat 54 > O ex-Cap Mil Luís Vassalo Rosa


Notícia inserta no DN online de hoje, aqui reproduzida com a devida vénia:

Tinha 83 anos. A morte do urbanista Luís Vassalo Rosa, na quinta-feira, foi comunicada pela Associação Portuguesa de Urbanistas. O atual provedor da Arquitetura, função que desempenhava desde 2011, e Grande Oficial da Ordem de Mérito, foi o responsável pelo Plano de Urbanização, coordenação e gestão urbanística da zona de intervenção da Expo'98, a que se juntariam nomes como o do arquiteto Manuel Salgado.

Em 1975 recebeu o Prémio Valmor, enquanto coautor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, assinada por Nuno Portas e Nuno Teotónio Pereira. Foi seu também o Primeiro Prémio nos Concursos para a Nova Sé Catedral de Bragança, Novos Tribunais de Monsanto e Recuperação do Palácio do Alvito de Lisboa.

Luís Vassalo Rosa foi assessor do Secretário de Estado da Habitação e vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa após o 25 de abril.

Formado na Escola de Belas-Artes de Lisboa, o arquiteto fez ainda especialização em Planeamento Urbanístico na Universidade de Sussex e estágios em Espanha, França, Inglaterra, República Federal Alemã e Estados Unidos da América, lê-se no site da Ordem dos Arquitetos.

Numa recente entrevista à Rádio Renascença, por ocasião dos 20 anos da EXPO'98, Vassalo Rosa mostrou o seu desagrado pelo nome Parque das Nações, a área urbana cuja coordenação do plano urbanístico assinou: "O tema eram os oceanos, razão pela qual eu acho que devia ser Bairro dos Oceanos ou então deixassem lá estar Expo 98. Nunca Parque das Nações, que é um desastre."

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Em 12 de Agosto de 2017, no Poste 17666[1], escrevia Mário Beja Santos:

Luís Vassalo Rosa é nome proeminente da arquitetura portuguesa da segunda metade do século XX, tem trabalho reconhecido por colegas de ofício e amigos como Fernando Peres, Armando Lucena, Maurício de Vasconcelos, Raul Chorão Ramalho, Nuno Teotónio Pereira, Manuel Tainha, entre outros. 
Começou a carreira profissional em Pangim, Goa, será capitão de artilharia na Guiné, em 1966, virá evacuado depois de contrair tuberculose. 
A sua obra mais importante será a Sé de Bragança, Catedral de Nossa Senhora Rainha. A Câmara Municipal de Almada dedicou-lhe na Casa da Cerca, entre finais de 2007 e Março de 2008 uma exposição a pretexto de ter recebido o Prémio Municipal de Arquitetura Cidade de Almada, a exposição permitia ao visitante acompanhar o percurso desde o seu primeiro projeto, o Jardim-Escola João de Deus, em Torres Novas, de 1957, até ao estudo para a cidade desportiva de Sines, em 2007. 

Pelo caminho, as suas diversificadas intervenções no plano de urbanização de Chelas, no plano integrado de Almada - Monte da Caparica, no estudo preliminar para a recuperação e valorização conjunta do Castelo de Almourol e da Igreja de Nossa Senhora do Loreto em Vila Nova da Barquinha, o Palácio da Justiça de Setúbal, a recuperação do Palácio do Alvito, Plano Diretor Municipal de Salvaterra de Magos, Marina de Portimão, e muito mais.

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À família enlutada, a tertúlia deste Blogue apresenta as mais sentidas condolências.

CV
Co-editor
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Notas do editor

[1] - Vd. poste de 12 de Agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17666: (In)citações (110): À procura de… Luís Vassalo Rosa, arquiteto e comandante da CART 1661 (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 2 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18593: In Memoriam (314): Luís Encarnação (1948-2018), ex-Fur Mil Cav, MA, CCAV 2748 (Canquelifá, 1970/72). O funeral é hoje, em Barcarena, às 15 horas. Entra, a título póstumo, para a Tabanca Grande, sob o n.º 773

Guiné 61/74 - P18724: Tabanca Grande (464): Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux-Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Maria Neves Teixeira (ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70), com data de 3 de Junho de 2018:

Boa tarde caro amigo Carlos Vinhal
Desde já agradeço o seu email de resposta.

Envio os dados que me solicitou para ser apresentado no site Luís Graça & Camaradas da Guiné.


- Chamo-me Fernando Maria Neves Teixeira
- Nasci a 27 de Junho de 1946
- Fui incorporado em 1967 no GACA 3, em Paramos, Espinho, para fazer a Escola de Recrutas
- Em 24 de Fevereiro de 1968 terminei a Escola Cabos na Especialidade de Auxiliar de Enfermeiro com a classificação de 13,02
- Em 25 de Fevereiro de 1968 fui promovido a 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro
- No dia 27 de Fevereiro de 1968 fui para o RI 3 e
- No dia 5 de Junho para o RI 2 para formar Batalhão
- Embarquei para a Guiné em 24 de Julho de 1968 integrado na CCAÇ 2404/BCAÇ 2852
- Fui louvado pelos serviços prestados como Auxiliar de Enfermeiro, pelo Comandante do Batalhão de Caçadores 2852. O.S. 96/70
- Terminada a Comissão de Serviço, desembarquei em Lisboa a 25 de Junho de 1970 

Depois de uma operação

 Com a farda n.º 2

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2. Comentário do editor:

Caro Fernando
Se não te importas, seguindo as regras da tertúlia, vamo-nos tratar por tu.
Existe já um marcador Fernando Teixeira, pelo que não te vou considerar como novo tertuliano, mas sim com a "antiguidade" desde 10 de Junho de 2008, quando dirigiste esta mensagem[1] ao Blogue:

Caro companheiro Luís
Parabéns pelo site e tertúlia que você deve ser o cérebro deste feito.
Está muito bom. E ainda não me de debrucei em pormenor. Ler com calma e perceber coisas que eu mesmo já tinha esquecido. Aliás, consegui esquecer-me de muitas coisas que passei. Nem me interessa, para já, recordar.
Apresento-me: Fernando Maria Neves Teixeira, 1.º Cabo Enfermeiro.
Desembarquei em Bissau em 30 de Julho de 1968, passei por Teixeira Pinto, Binar, Bambadinca e desembarquei em Lisboa no dia 25 de Junho de 1970.
Pertenci à CCAÇ 2404/BCAÇ 2852.

Como estou reformado, vou conseguindo algum tempo e irei consultar mais em pormenor a Tertúlia através do seu blogue.
Enviei um email ao colega Carlos Fortunato a solicitar-lhe informações de contactos do meus colegas de Companhia. Se souber alguns contactos desde já agradeço.

As minhas saudações fraternas;
Fernando Teixeira


Nem te lembrarás já que há precisamente 10 anos nos escreveste prometendo voltar.

Se portanto bem reaparecido, instala-te, lê o conteúdo da nossa página e se quiseres contribuir para aumentar as memórias escritas ou fotográficas do nosso Blogue, manda o teu material que o publicaremos com prazer.

Agora sim, estás formalmente apresentado à tertúlia.

Recebe em nome da tertúlia e dos editores um abraço.
Carlos Vinhal
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Notas do editor

[1] - Vd. poste de 17 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2957: O Nosso Livro de Visitas (18): Fernando Teixeira, 1.º Cabo Enf da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 (Guiné 1968/70)

Último poste da série de 3 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18599: Tabanca Grande (463): Luís Encarnação (1948-2018), nosso grã-tabanquieiro nº 773, a título póstumo (Francisco Palma / Hélder Sousa)

Guiné 61/74 - P18723: Álbum fotográfico de António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71) - Parte III: Reordenamentos & Casamentos... Ou quem casa, quer casa...


Foto nº 12



Foto nº 11


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Foto nº 19


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Foto nº 21

Guiné > Região Cacheu > Bula > Ponta Consolação > CCAV 2639 (1969/71) > Capunga > 3º Grupo de Comnbate

Fotos (e legendas): © António Ramalho (2018) . Todos os direitos reservados (Edição e legendag complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

António Ramalho

1. Continuação da publicação do álbum de António Ramalho, ex-fur mil at cav,  CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), membro da Tabanca Grande, nº 757, natural de Vila Fernando, Elvas (*):

CCav 2639 > Guiné 1969/1971 > Listagem de fotos (11 a 21/55)

11. Capunga > Os meus 22 anos com amigos.

12. Cpunga > A minha linda lavadeira Maria que me acompanhou até Bissum.

13. Capunga >  Matéria-prima para o reordenamento.

14. Capunga  > Reordenamento > Fases de Construção.(I)

15. Capunga > Reordenamento >  Fases de construção. (II)

16. Casamento em Capunga >  A noiva.

17. Casamento em Capunga > A bebida.

18. Casamento em Capunga > O Escanção.

19. Casamento em Capunga > Os  convidados.

20. Casamento em Capunga> O serviço de Catering.

21. Casamento em Capung >  Malaque pai da Sandra, Homem Grande da Tabanca. 

(Continua)
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Guiné 61/74 - P18722: Notas de leitura (1073): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (38) (Mário Beja Santos)

Fachada do BNU iluminada


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Janeiro de 2018:

Queridos amigos,
Os primeiros relatórios da década de 1960 ainda estão redigidos com a satisfação de quem vê as exportações da mancarra e coconote de vento em pompa. Mas 1962 e 1963 já falam de importações maciças de arroz, as culturas do Sul definharam.
A administração do BNU faz perguntas sobre a Sociedade Comercial Ultramarina, o seu interesse por esta empresa irá dobrar e redobrar. Deverá ter mudado o gerente em Bissau, o seu relatório de 1964 é um documento espantoso, parece ter sido redigido por um visionário da economia agrícola disfarçado de homem de Estado a explicar para a sede do BNU que aquela agricultura precisa de mudar de rumo e explica tim-tim por tim-tim tudo quanto há para fazer, desde adubos e alfaias até ao corporativismo.
É um prosélito esquecido que a Guiné já está a ferro e fogo.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (38)

Beja Santos

Chegados à década de 1960, vamos notar que os relatórios provindos de Bissau continuam centrados sobre a economia agrícola, não deixando, em certos momentos, de trazer novidades, como a chegada, ainda a título experimental, do caju. Seria impossível iludir as consequências da luta armada e notar-se-á bastas referências à desarticulação do território, se bem que numa linguagem muito comedida. Falando de 1962 e 1963, adianta-se que a mancarra e o coconote são os produtos agrícolas da exportação que atingem expressão relevante. E fala-se assim do arroz:  
“O arroz, uma das culturas tradicionais, falhou. A cultura orizícola, outra próspera, que chegou a exprimir números apreciáveis e cujos excedentes exportáveis constituíram, noutros tempos, razoável arrecadação de divisas, sofreu forte redução em consequência da época anormal que a Província atravessa, a ponto de para abastecimento das populações ter de se recorrer aos mercados estrangeiros. Assim, por não ter sido possível, o Sul da Guiné, colher e transportar o apreciado cereal, alimentação base dos guineenses, importaram-se 3 mil toneladas de arroz de origem norte-americana”.

O relatório referente a 1963 fala numa nítida melhoria em relação ao ano anterior devido a uma excelente produção de mancarra e do coconote, dizendo que esta fora a maior de sempre. Refere-se assim ao arroz:  
“Por irregularidades de chuva, baixou a produção, provocando uma importação de 2 mil toneladas deste cereal, exagerada para as necessidades, pois se encontram ainda por vender cerca de metade do produto importado”.
A economia da Guiné, no primeiro ano da luta armada parecia sorrir. Curioso é verificar que no relatório subsequente se continua a referir a exportação da mancarra e do coconote, houve um ano agrícola de regular produção. Mas já não se iludem as dificuldades: o défice crónico da balança comercial foi agravado no ano de 1964 com mais um encargo da ordem dos 14 milhões de escudos destinados à importação de cerca de 4 mil toneladas de arroz originário da metrópole e dos EUA.

Ter-se-á mudado de gerente, tem-se agora um registo quase professoral no que toca à descrição da economia agrícola e que, como veremos adiante, será persistente no cariz pedagógico, tem-se por vezes a sensação que está ali um potencial homem de Estado a fazer recomendações a quem mais pode.

Vejamos o que ele escreve em 1964:  
“Praticamente inexistente, como já se tem afirmado, a indústria guineense é representada por escassas dezenas de unidades de quase nenhuma influência do conjunto económico da Província.
E porque assim é, só podemos contar, e por muito tempo, com uma estrutura económica de base agrária que, por esta razão, deve ser consolidada racionalmente e nos aspetos que mais possibilidades ofereçam de extração de riquezas e aumento da produção. Enquanto não for possível enquadrar outros produtos além do amendoim e do coconote, a economia será sempre vulnerável. A industrialização, embora dificultada pelas condições naturais do território que impossibilitam, praticamente, o aproveitamento de energia elétrica, deverá ser tentada com perseverança, pois daí advirá, sem dúvida, apreciável contributo para o fortalecimento económico da Guiné”.

Documento pertencente ao Arquivo Histórico do BNU

Em Maio de 1965, o administrador Castro Fernandes escreve para a gerência em Bissau, a propósito do relatório referente ao ano anterior:

“Recebemos a primeira parte do relatório que passamos a apreciar. Da sua leitura fica-nos a agradável impressão de existir por parte dessa gerência o firme desejo de aproveitar ao máximo as possibilidades da sua atuação numa praça que, felizmente parece ter registado maior desafogo em consequência de um regular ano agrícola e de um mais compensador comércio de importação e exportação. Como, porém, tais circunstâncias favoráveis não assentam em condições estáveis, dado que a produção agrícola está sujeita a fatores de diversa ordem e a permanência de elevados efetivos militares obedece a uma situação anormal, forçoso é reconhecer que são muito limitadas as perspetivas de resultados mais substanciais, sem abandonar a prudência de que desejamos ser sempre observada”.
E, mais adiante, a finalizar:  
“Cremos que para o surto de prosperidade económica e desafogo financeiro, além da circunstância apontada relativa à expansão demográfica, também não deve ser estranha uma melhor cotação dos produtos locais, pelo que nos ocorre perguntar se, na vossa opinião, existem melhores perspetivas futuras para a Sociedade Comercial Ultramarina que, ao contrário do que sucede com a maioria do restante comércio da praça não acusa melhoria na situação das suas contas no nosso banco”.

Na segunda parte do relatório escrito em Bissau voltava a referir-se a existências das três instituições (Caixa Económica Postal, Caixa de Previdência dos Funcionários Públicos da Guiné e Montepio das Alfândegas da Guiné) que faziam algumas operações com caraterísticas bancárias, tais como empréstimos garantidos por letras, declarações de dívida e hipotecas, destinados, em parte, à construção de habitações, tudo minuciosamente explicado.

E é aqui que começa um relambório totalmente inusitado, como houvesse necessidade de esclarecer a administração em Lisboa do bê-á-bá da agricultura guineense, até parece prosápia de quem se dirige a um auditório de ignorantes:
“A estrutura agrícola da Província assenta exclusivamente no rotineiro agricultor nativo, sem organização e sem meios capazes de por si só aumentar as suas produções. Ecologicamente a Província divide-se em duas grandes zonas: a Litoral, com excelentes condições para o desenvolvimento da orizicultura, nas terras baixas, os palmares naturais pouco explorados, e as zonas do centro e interior, onde a principal cultura é a da mancarra. A estas zonas correspondem, naturalmente, a distribuição de tribos que se adaptam a um género de exploração agrícola: arroz, coconote e mancarra.
Sendo a mancarra a base da economia da Guiné, e por alguns anos sê-lo-á ainda, até que se consiga a diversificação da produção agrícola, verifica-se que a cultura se processa por métodos anacrónicos que há a combater.
Todos os anos o nativo, perante a área esgotada, derruba a floresta ou a savana que submete à nova cultura e depois deixa de pousio ao fim de três ou quatro anos, ao sabor do capim e da queimada, ciclo vicioso que irá conduzir estas terras à laterização. Floresta ou savana: mancarra-capim – eis a trilogia das regiões do interior e parte litoral da Guiné a que poderá associar-se com uma relação causa-efeito: nativo-queimada – desertificação.
O fator condicionante da extensão agrícola é a água. Uma prolongada época seca, cerca de seis a oito meses, não permite nestas regiões culturas anuais de sequeiro; no entanto, analisados os problemas das diversas regiões da Província, verifica-se que poderia haver uma melhor ocupação da mão-de-obra humana. Assim, nas regiões de Bafatá-Gabu, a par do cultivo da mancarra na época pluviosa e das culturas alimentares, seria possível, à custa de regadios e portanto com pequenas barragens de terra, armazenar água para conseguir ocupar a mão-de-obra não utilizada. Região rica em gado, o cultivo de forragens para encilar seria certamente um dos caminhos a seguir. O fomento apícola naquelas regiões e nas extensas savanas e florestas abertas de Farim, ricas em espécies melíferas, poderia contribuir para uma substancial melhoria do nível de vida da população autóctone.
Em resumo, as áreas de Bafatá-Gabu e parte de Farim deveriam destinar-se a: mancarra-milho-culturas alimentares-exploração pecuária-mel.
O nativo tudo faz com o seu esforço próprio. Não alia á exploração agrícola, ou só raramente o faz, o auxílio valioso da tração animal. À custa do trabalho braçal, do arado Balanta ou da enxada Fula, tudo se consegue”.

Em nenhum outro relatório alguma vez se lera tal entusiasmo em descrever tal massa monumental de noções da economia agrícola para os administradores do Banco do Império. O gerente não se fica por aí, quer revolucionar o sistema, reclama formação, faz apelos ao corporativismo, ao recurso de adubos, como veremos em próximo texto. Lê-se este documento com um misto de perplexidade e admiração pela coragem deste neófito doutrinador, que talvez idealizasse que a partir do sistema bancário se iria inverter todo o processo agrícola naquele território cada vez mais marcado pela guerra subversiva.

 Equipa de basquetebol do BNU

(Continua)
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Notas do editor

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