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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14822: Efemérides (193): Lourinhã, 28 de junho de 2015: comemoração dos 10 anos do monumento aos combatentes do ultramar - Parte I


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > Lápide com os nomes dos cinco combatentes que psuieram mãos á obra, possibilitando a construção, com o apoio da autarquia local, do monumentos aos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial.


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local >  A antiga comissão  posando para a fotografia, com o presidente do município, engº João Duarte: da esquerda para a direita: Jaime Bonifácio Marques da Silva (Seixal - Lourinhã); Adílio Braz F. Fonseca (Ribamar - Lourinhã); João M. Rodrigues Delgado (Vila - Lourinhã); João Duarte (CM Lourinhã): José F. Picão Oliveira (Vila -Lourinhã); e José M. Bonifácio da Silva (Seixal - Lourinhã).  (Entre parêntesis, a sua localidade de nascimento)...



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > A antiga comissão  posando para a fotografia: da esquerda para a direita: Adílio Braz F. Fonseca (Ribamar - Lourinhã); José M. Bonifácio da Silva (Seixal - Lourinhã);  João M. Rodrigues Delgado (Vila - Lourinhã);  José F. Picão Oliveira (Vila -Lourinhã); e  Jaime Bonifácio Marques da Silva (Seixal - Lourinhã)... (Entre parêntesis, a sua localidade de nascimento)...


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > Representação da Associação de Paraquedistas da Ordem dos Grifos63, criada em 1998, com sede em Vila Nova da Barquinha. [Têm página no Facebook].



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > Porta-estandartes de outras associações: fuzileiros, comandos, paraquedistas...


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > Contámos pelo menos oito associações representadas na cerimónia.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > Um ten gen ref, lourinhanense, Jorge Silvério... E um capitão de abril. Nasceu em Ribamar, em 1945... Fez comissões em Moçambique e Angola. Só o conhecia de vista. Disse-me que gosta de visitar o nosso blogue. Tem uma pequena intervençãoi nesta cerimónia que gravei em vídeo.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local >  Um convidado especial, homenageado pela AVECO e pelo município da Lourinhã: o ten cor inf ref, Marcelino da Mata.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de junho  de 2015 > Comemoração dos 10 anos da construção do monumento e homenagem à comissão organizadora local > O  António Basto, da vice-presidente AVECO (*), foi mais uma vez o indispensável, prestável e eficente mestre da cerimónia.

Fotos (e legendas) : © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Foi há 10 anos, em 26 de junho de 2005, que foi inaugurado, na Lourinhã, o monumento aos combatentes do Ulramar. Um dos elementos da comissão organizadora, o nosso amigo, camarada e grã-tabanqueiro Jaime Bonifácio Marques da Silva,  antigo oficial miliciano paraquedista, já aqui explicou, há dois anos atrás,  o "significado hstórico e pedagógico" desta patriótica iniciativa (**).

Dez anos depois, a AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, que tem sede na vila da Lourinhã, e as autarquias locais (com destaque para a Câmara Muncipal da Lourinhã e a União das freguesias de Lourinhã e Atalaia) quiseram homenagear os cinco lourinhanenses, felizmente ainda vivos, antigos combantentes, que formaram a comissão organizadora original. São eles, por ordem alfabética, (i)  Adílio Braz F. Fonseca (natural de Ribamar - Lourinhã); (ii) Jaime Bonifácio Marques da Silva (natural de Seixal - Lourinhã); (iii) João M. Rodrigues Delgado (natural da vila da Lourinhã);  (iv) José F. Picão Oliveira (natural da vila de Lourinhã); e (v) José M. Bonifácio da Silva (natural de Seixal - Lourinhã). (***)

O encontro contou com a presença de largas dezenas de uma centena de antigos combatentes,  dos três ramos das forças armadas, e de diversas associações,  oriundos de diferentes partes do país, da Covilhã a Oeiras,   incluindo sócios e dirigentes (atuais ou antigos) da Associação de Paraquedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras: maj gen  PQ Hugo Borges (que é ou já presidente da direção), maj gen PQ Avelar de Sousa (que é ou já foi presidente da assembleia geral),  cor PQ Gaspar da Chica (que é ou já foi tesoureiro).

Esteve também presente na cerimónia o ten gen inf ref, Jorge Silvério, lourinhanense, tal como há 10 anos atrás na inauguração do monumento.

O encontro começou por volta das 9h30 com a concentração e receção dos convidados junto ao monumento dos combatentes, na Lourinhã, no Largo António Granjo.  Seguiu-se, depois, missa de acção de graças celebrada na lindíssima de igreja do Castelo, do séc. XIV, de estilo gótico. Desta vez não possível, por razões de segurança,  realizar-se a prova de saltos de paraquedas no  estádio municipal local, tal como estava previsto no programa.

O convívio prosseguiu durante a tarde com um descontraído almoço, ao ar livre,   nas tasquinhas das festas populares do São João, nas imediações do estádio municipal, que este ano, e mais uma vez,  foram um grande sucesso em termos de oferta e procura.

Temos alguns vídeos (e mais fotos) que apresentaremos num próximo poste.




Lourinhã > Estádio Municipal > Festas populares do São João >Tasquinhas > 26 de junho de 2015 >  A AVECO também esteve presente... Na foto, da esquerda para a direita, (i) o Fernando Castro (presidente); (ii)  um voluntário, natural de A-dos-Cunhados, Torres Vedras, que foi fuzileiro (, infelizmente não fixei o nome);  e (iii) o António Basto, bracarense a viver na Lourinhã  (e que,  vim eu a saber agora, foi do mesmo curso de operações especiais do nosso coeditor, camarada e amigo, Eduardo Magalhães Ribeiro).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]
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Notas do editor:

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13621: Convívios (629): I Encontro de paraquedistas do Oeste... Lourinhã, 6 de setembro de 2014... Parte V: Discurso do Jaime Bonifácio Marques da Silva > 1ª Parte: o elogio dos Boinas Verdes, e a homenagem aos nossos bravos, caídos na campo da honra (I Grande Guerra, 1914/18, França, Angola e Moçambique; e guerra colonial, 1961/74)


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Homenagem aos nossos mortos (I Grande Guerra e Guerra Colonial) (*)


1. Mensagem do nosso camarada e amigo Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21, (Angola, 1970/72);:

Data: 11 de Setembro de 2014 às 22:04

Assunto: Jaime,  6 setembro


Caro Luís

Já estamos cá pelo norte e só agora consigo enviar-te o texto - vai em anexo

Obrigado, em nome da AVECO e da Organização, pelo teu apoio na divulgação do Evento no Blogue.

Na reunião que realizámos na passada 3.ª feira, dia 9, para fazermos o balanço do Encontro, todos foram unânimes em realçar um conjunto de entidades que colaboraram connosco e das quais destacámos o Blogue.

Bem hajam pelo vosso trabalho e dedicação na luta pela causa dos combatentes.

Obrigado em nome do grupo

Abraço de amizade

Jaime





Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Doscurso do Jaime Silva, professor de educação física reformado, ex-autarca em Fafe, e ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72)

Fotos: © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

2.  I Encontro de Paraquedistas do Oeste > Lourinhã, 6 de setembro de 2014 > Alocução feita pelo Jaime Silva


SAUDAÇÃO

Sr. Presidente da Câmara Municipal da Lourinhã - Sr. Eng.º João Duarte;
Sr. General Avelar de Sousa;
Sr. General Hugo Borges;
Sr. Coronel Gaspar da Xica;
Sr. Presidentes das Juntas: Lourinhã - Atalaia – Sr. Pedro Margarido; Vimeiro – Sr. Rui Miguel Santos;
Exmo Senhor Presidente da AVECO - Sr. Fernando Castro;
Examos Familiares dos militares mortos na Guerra em África e, particularmente, a família do soldado Paraquedistas Carlos Alberto Ferreira Martins;
Paraquedistas e associações presentes;
Camaradas e amigos da Força Aérea, do Exército e da Marinha aqui presentes e com os quais nos cruzámos pelos quartéis e picadas de Angola, Guiné e Moçambique:

Todos, sejam bem-vindos. Em nome da Comissão Organizadora. o nosso muito obrigado pela Vossa presença

 Caros Combatentes, minhas Senhoras e meus Senhores:

Este ENCONTRO, organizado pelos Paraquedistas, sócios da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste - que congrega no seu seio militares dos três Ramos das Forças Armadas participantes na Guerra do Ultramar tem como objetivo (**):

_________________________

i) Primeiro, juntar, num saudável convívio, todos os que na sua juventude optaram por cumprir o Serviço Militar Obrigatório integrados nas Tropas Paraquedistas e, com essa decisão, fruto do seu esforço e sacrifício, conquistaram o direito de usar uma Boina Verde e, consequentemente, puderam descobrir e fruir do prazer de se poder lançar livremente para o espaço, da porta de um avião em pleno voo e pairar no ar, suspenso por um Paraquedas, até à aterragem.

Os Saltos de Paraquedas proporcionaram-nos momentos inolvidáveis e inesquecíveis e, nunca mais se apagarão da nossa memória.

Jamais um Paraquedista esquecerá a exigência física e psicológica do seu Curso de Paraquedismo, alicerçado no reconhecimento das competências dos Instrutores, oficias e sargentos, responsáveis pela sua administração.

No RCP [Regimento de Caçadores Paraquedistas], em Tancos, respeitávamos e confiávamos nesses militares, responsáveis pelas nossas vidas, para além do RDM (Regimento de Disciplina Militar).

É claro que. depois dos Saltos, apareceu o reverso da medalha – veio a Guerra – a fase do “ferro”. Quando cheguei a Tancos em julho de 1969, vindo da EPI [, Escola Prática de Infantaria.] em Mafra, para frequentar o 52º Curso de Paraquedismo, era frequente ouvir os Paraquedistas que tinham acabado de cumprir uma Comissão de Serviço na Guiné, dizerem: Estive no “Ferro” ou, ainda: estou mobilizado para o “ferro”.

OUTROS TEMPOS: Tempos difíceis. Tempos de Guerra.

Mas isso, são “contas de outro rosário” e não queremos hoje, trazer a este Convívio as suas implicações e consequências, apesar das memórias desse “calvário” que foi a nossa participação na Guerra em Angola, Guiné ou Moçambique.

Desse tempo de Guerra, preferimos, antes, trazer hoje à memória os momentos de camaradagem, de convívio e de solidariedade vividos entre nós, Paraquedistas e, ainda, os momentos vividos em conjunto com os outros militares participantes nos diferentes teatros de operações em África e que cumpriam o seu serviço integrados num dos três Ramos da Forças Armadas Portuguesas.

Qual o Paraquedista que esquece, hoje, o apoio e a solidariedade dos nossos camaradas do Exército, da Marinha ou da Força Aérea durante as operações que realizámos e travámos nas bolanhas da Guiné, nos planaltos do norte de Moçambique ou em Angola, nas matas do norte ou nas chanas do leste?

Fomos, também, solidários com esses nossos camaradas e, desse convívio, resultou entre nós muitas e salutares amizades, algumas delas perduraram até hoje.

Nós, Paraquedistas (os mais velhos e os homens e as mulheres das novas gerações), continuamos a ser homens solidários e gratos e, por isso, para aqueles nossos amigos do Exército, da Marinha ou Força Aérea que hoje quiseram juntar-se a nós neste salutar ENCONTRO, peço a todos os PÁRAS aqui presentes e como preito do nosso respeito, uma grande salva de palmas para todos eles.

____________________________________________________

ii) Como segundo objetivo para este ENCONTRO foi intenção da Comissão Organizadora propor aos presentes um momento de Reflexão e Evocação em memória de todos os Combatentes Portugueses que tombaram nos campos de batalha na Europa e em África, em nome de Portugal.

Entendemos que é um ato cívico e um exemplo de cidadania para as novas gerações, um povo lembrar e evocar a memória daqueles que tombaram ao serviço da sua Pátria.

Assim:

A primeira EVOCAÇÃO, será para os mais de 8 mil combatentes que tombaram na Guerra Colonial em África.

Na segunda EVOCAÇÃO, lembraremos as consequências desta Guerra para as famílias dos militares do concelho da Lourinhã e que se traduziu na morte de 20 dos seus filhos: 9 em angola, 5 em moçambique e 6 na Guiné.

Neste número está incluído o nosso camarada, o Soldado Paraquedista Carlos Alberto Ferreira Martins, falecido em combate na Guiné em 15 de abril de 1971 e que será lembrado nesta cerimónia em momento próprio.
_______________________________

POR ÚLTIMO, e porque durante este ano de 2014 todo o Mundo Civilizado evoca os Cem anos do início da I Guerra Mundial, entendeu a Comissão Organizadora propor aos presentes, também um MOMENTO DE EVOCAÇÃO em Memória dos portugueses mortos durante esse conflito nos campos de combate em França e em África (sul de Angola e norte de Moçambique).

Esta guerra deixou um rasto de destruição e morte em vários continentes. De acordo com estatísticas oficiais perderam a vida a mais de 37 milhões de pessoas, militares e civis, entre 3 de agosto de 1914 e 11 de novembro de 1918, data em que foi assinado o Armistício.

Portugal só entra na Guerra, na frente europeia, em 1916, apesar de em África as tropas portuguesas terem começado a combater os alemães logo em agosto de 1914.

Cinquenta e cinco mil homens constituíram o Corpo Expedicionário Português e destes, estima-se que tenham morrido 7.760 soldados portugueses, a grande maioria dos quais em Moçambique, cerca de 4.811.

HOJE, por todo o mundo, evoca-se a memória das vítimas da I Guerra Mundial.

E em Portugal?

No passado dia 1 de agosto a Rádio Renascença (versão on line), divulgava a seguinte notícia:

“Há um mar de papoilas em Londres para lembrar as vítimas da I Guerra”

O relvado da Torre de Londres está pintado de vermelho. Este foi o local escolhido para plantar 888.246 papoilas de cerâmica, uma homenagem às vítimas britânicas da I Guerra Mundial.
A Exposição vai estar aberta até ao dia 11 de novembro. Depois disso, todas as papoilas serão vendidas por 25 libras cada, o que angariará cerca de 15 milhões de libras. Estes fundos serão distribuídos pelas várias associações que ajudam os veteranos de guerra e as suas famílias. Nesta altura 645.000 das papoilas já estão reservadas.”

Este é um exemplo de um povo que foi educado a respeitar, a reconhecer e a evocar a memória dos que se sacrificaram na defesa da sua Pátria!

E em Portugal? O que fez Portugal em relação aos seus filhos que sacrificaram o seu sangue ao seu serviço?

O costume: exigiu-lhes a própria vida e, em troca, olhou-os sempre de esguelha e esqueceu-os.

Foi assim com os militares portugueses que tombaram na I Guerra Mundial. Foi assim com os militares portugueses que tombaram na Guerra do Ultramar!

Lê-se na historiografia atual, disponível: “Em janeiro de 1919 os militares do CEP (Corpo Expedicionário Português) regressaram e encontraram um país mergulhado numa profunda crise. Foi um regresso pouco entusiasta – “quase às escondidas”.

A História repetiu-se em 1974 !

A este propósito, cito do 1.º Suplemento diário sobre a Primeira Guerra Mundial editado pelo Jornal Público em 28.7.2014 na pg. 3:

“ No dia 26 de junho o primeiro-ministro de Portugal foi ao cemitério militar de Richebourg, no norte da França, “prestar a homenagem coletiva (portuguesa) ” aos soldados que morreram na Primeira Guerra Mundial. Se, em vez de ter escolhido o palco europeu da guerra, optasse pelo cemitério de Palma ou o ossário de Mocímboa da Praia, no norte de Moçambique, dificilmente Pedro Passos Coelho teria condições para manifestar o “respeito e sentimento de enorme orgulho “que o país supostamente “tem por todos aqueles que se sacrificaram ao serviço da nação”. Porque nesses lugares remotos não encontraria cemitérios com cruzes brancas, alinhados e conservados, a cortarem o verde da paisagem. Descobriria, sim, lápides a emergirem entre o lixo que alimenta galinhas e cabras. Tumbas engolidas pelo avanço da selva, túmulos profanados com os restos dos esqueletos dos combatentes expostos ao ar, campas onde só com esforço se consegue ler o nome dos que morreram em Quionga, em Negomano ou no território dos macondes do rio Rovuma”.

Governados por gente como esta, para nós portugueses, hoje, que significado tem, sobretudo para as novas gerações “entoar-se o Hino Nacional”, ou Gritar: “VIVA PORTUGAL”?

Mas nós, ex – combatentes, não nos calaremos! Os Mortos nos campos de batalho, não se calarão!

Termino, lendo parte de um poema de John McCrae escrito em Maio de 1915, depois da segunda batalha de Ipres (Leste da Bélgica), que matou milhares de soldados:

"Nos campos da Flandres crescem papoilas
Entre as cruzes que, fila a fila, marcam o nosso lugar (...)
Se trairdes a fé de nós que morremos,
Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas
Nos campos da Flandres".

Obrigado.

(Continua)
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Notas do editor


(**) 17  de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13619: Convívios (628): Rescaldo do almoço/convívo do pessoal da CART 6254/72, levado a efeito no passado dia 13 de Setembro em Espinho (Manuel Castro)

domingo, 7 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13581: Convívios (622): I Encontro de paraquedistas do Oeste... Lourinhã, 6 de setembro de 2014... Parte I: As primeiras imagens


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste >  Aspeto parcial da cerimónia de homenagem aos combatentes, e em especial ao aold paraquedista Carlos Alberto Ferreira Martins, (1950-1971) natural de Toledo. freguesia de Vimeiro, que pertenceu à CCP 123 / BCP 12, morto na região Canjadude, região de Gabu, no leste da Guiné, em 15/4/1971. É um dos vinte lourinhanenses mortos na guerra colonial (seis dos quais na Guiné).



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste  > Aspeto parcial da cerimónia de homenagem aos combatentes. No uso da palavra, o António Basto, vicepresidente da AVECO.


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste  > Alguns dos antigos paraquedistas  devidamente perfilados, e envergando a sua boina verde. Cantara, no fim, com garra e galhardia, o "Hino dos Boinas Verdes" . O grupo pertence à Associação dos Pára-quedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras.


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste >   O nosso camarada Jaime Bonifácio Marques da Silva, que teve a iniciativa deste encontro, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos do Oeste. com o apoio da Câmara Municipal da Lourinhã e da União de Freguesias da Lourinhã e Atalaia. Usaram da palavra, além do Jaime Silva,  o major general paraquedista reformado Avelar de Sousa (que comandava a CCP 123 em 1970 quando morreu o Cralos Martins, o presiente da edilidade local, João Duarte,  e o presidente da direcção da AVECO, Fernando Castro.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatenets do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Parquedistas do Oeste > Coroa de flores, oferta da autarquia local, que foi depositada na base do monumento. À esquerda, o presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, engº João Duarte que teve três irmãos na guerra colonial.


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Coroa de flores depositada junto ao monumento.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Aspeto parcial do monumento, inaugurado há 9 anos.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Estandarte da Associação de Pára-quedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras, e cujo lema é "Icarus Ultra Mortem" (Ícaro para sempre, ou para além da morte, traduzindo à letra).



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 6 de setembro de 2014 > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > Estandarte da AVECO


Lourinhã > > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > 6 de setembro de 2014  > Estádio municipal da Lourinhã > Aguardando os saltos de paraquedas. Aspeto (parcial) da assistência. Foi pena que o espetáculo não tenha sido do conhecimento da população local.


Lourinhã > > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > 6 de setembro de 2014  > Estádio municipal da Lourinhã > Aguardando os saltos de paraquedas. Um ave de rapina de grande porte (ou Ícaro, disfarçado de ave de rapina...) quis associar-se a este espetáculo  que alguns, como eu, viram pela primeira vez ao vivo... Para os antigos paraquedistas presentes foi um reavivar de emoções...


Lourinhã > I Encontro dos Paraquedistas do Oeste > 6 de setembro de 2014  > Estádio municipal da Lourinhã >  Um dos três jovens paraquedistas que saltaram ao fim da manhã: dois rapazes e uma rapariga. Três saltos perfeitos, e em segurança.


1. Foi um primeiro encontro e uma bonita jornada de confraternização dos ex-paraquedistas do Oeste que serviram nos teatros de operações de Angola, Guiné e Moçambique durante a guerra colonial.

A iniciativa partiu do nosso grã-tabanqueiro Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil, 1ª CCP/BCP 21 (Angola, 1970/72) e de outros paraquedistas sócios da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã.

O ncontro contou com a presença de mais de uma centena de antigos combatentes, com destaque para antigos praças, sargentos e oficiais paraquedistas (incluindo 2 oficiais generais), oriundos da região do Oeste (Estremadura).

O encontro começou por volta das 9h30 com a concentração e recepção dos convidados junto ao monumento dos combatentes, na Lourinhã.  Meia hora depois, celebtrou-se una missa de acção de graças na igreja de Santo António, a 50 metros do monumento. Às 11h00 teve início a cerimónia de homenagem aos veteranos falecidos bem como a comemoração do 9º aniversário do monumento. Os participantes  seguiram depois para o estádio municipal local onde se realizou uma prova de saltos de paraquedas.

O convívio  prosseguiu durante a tarde com um almoço  no restaurante “O Braga”, no Vimeiro (e que teve 114 inscrições, segundo a organização)

Temos alguns vídeos que apresentaremos num próximo poste, a par de excertos do discurso do Jaime Bonifácio Marques da Silva. Encontrei alguns camaradas da CCP 121 e CCP 123 / BC 12, que serviram na Guiné, alguns do meu tempo (1969/71). (LG)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13565: Convívios (621): Encontro do pessoal da CART 6250, realizado no dia 24 de Agosto de 2014 em Leiria (Luís Marcelino)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13561: Lembrete (6): O I Encontro de Paraquedistas do Oeste é já no sábado, dia 6 de setembro... No Vimeiro, Lourinhã... Os demais ex-combatentes da guerra do ultramar também estão convidados... Atualização do programa: (i) saltos de paraquedas no estádio municipal da Lourinhã; e (ii) homenagem aos mortos do concelho na I Grande Guerra





1. É já no próximo sábado, dia 6 de setembro, que se realizar, em Vimeiro, Lourinhã,  o primeiro Encontro de Paraquedistas do Oeste (Vd. cartaz acima).

O convívio é aberto a todos  os camaradas dos três ramos das Forças Armadas, e nomeadamente os antigos combatentes da guerra do ultramar.

O nosso grã-tabanqueiro Jaime Bonifácio Marques da Silva, um dos entusiásticos organizadores deste encontro (e que foi alf mil paraquedista, 1ª CCP/BCP 21,  Angola, 1970/72), lembra a propósito, e muito oportuna e justamente,  "os camaradas da Marinha (Fuzileiros e Marinheiros), os camaradas da Força Aérea (Pilotos e Mecânicos dos aviões e helicópteros e de outras especialidades) e os do Exército (as Companhias que nos acolheram e apoiaram em pleno mato, bem como as companhias de Comandos com quem partilhámos muitos sacrifícios em África)" (*).

Todos serão bem-vindos. E o nosso blogue apoia a iniciativa, nomeadamente divulgando-a (**).

PS - Falando ao telefone com o Jaime, ele pediu para acrescentar duas coisas ao programa: vai haver (i) saltos de paraquedas no estádio municipal da Lourinhã;  e (ii) uma homenagem aos mortos do concelho na I Grande Guerra.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12958: Comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril (1): AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, Lourinhã, com a presença do capitão de abril Jorge Silvério, natural de Ribamar, Lourinhã (António Basto)



Cartaz desenvolvido por António Basto

1. Mensagem do atual vice-presidente da direção da AVECO- Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste

De: Avecocombatentes

Data: 9 de Abril de 2014,  07:39

Assunto: 25 de Abril - 40 anos - Fim da Guerra Ultramar

Caro amigo Luís Graça:

Por este meio venho convidar-te para as cerimónias que vamos levar a efeito no 25 de Abril, para além de homenagearmos os Capitães de Abril, na pessoa do ten-gen Jorge Silvério (lourinhanense, de Ribamar),  vamos também relembrar o inicio do processo que conduziu ao final da Guerra do Ultramar. Espero que possas aparecer, para a festa e para o almoço.

Junto cartaz para divulgares.

Abraço
António Basto
AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste
Rua dos Bombeiros Voluntários - Centro Coordenador dos Transportes - Piso 1 – Sala 2
2530-147 LOURINHÃ
e-mail: avecombatentes@gmail.com
web: http://avecocombatentes.weebly.com


2. Comentário de L.G.:

António, obrigado pelo convite, para mais sendo a cerimónia na minha terra. Ainda é cedo para te dar uma resposta, uma vez que estou  em casa, em recuperação de uma cirugria à anca da perna direita. Mas tenho o maior prazer em divulgar esta e outras iniciativas para comemorar os  40 anos do 25 de abril e do fim da guerra em Áfica.  Acabamos por abrir, assim,  uma nova série, destinada à divulgação  de programas comemorativos desta efeméride histórica, desde que sejam da  iniciativa  de associações, organizações ou grupos de antigos combatentes.

Acabei de ler, também, no "Alviarad", que a AVECO já tem novos corpos sociais para o triénio de 2014-2016. Desejo-vos um bom trabalho, de preferência em rede com as demais associações e organizações que represetam os veteranos de guerra. (LG)


Brasão da AVECO
3. Notícia do jornal Alvorada

[Reproduzido com a devida vénia]


Novos corpos sociais da AVECO tomam posse este sábado
Última alteração dia
2014-01-03 às 11:56:00


Está agendada para este sábado, dia 4, a tomada de posse da nova direcção da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, que foi eleita em assembleia-geral eleitoral no passado dia 10 de Novembro. A cerimónia decorrerá nas instalações da Junta de Freguesia da Lourinhã, às 15h00.

O lourinhanense Fernando Castro será, após a tomada de posse, o novo presidente da direcção desta instituição. António Basto será o novo vice-presidente da direcção, seguido do tesoureiro José Henriques, do secretário Joaquim Domingos, do vogal António Batista e do primeiro suplente Esmeraldo Ferreira. Na mesa da assembleia-geral, Manuel Pereirinha ocupará o cargo de presidente enquanto Júlio Leandro e António Marteleira ficaram como primeiro e segundo secretários, respectivamente. No conselho fiscal o presidente eleito é Manuel Santos, o relator Joaquim Malaquias, o vogal Jaime Silva e o primeiro suplente José Gonçalves.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12056: (In)citações (54): O significado histórico e pedagógico do Monumento aos Combatentes da Lourinhã, inaugurado em 26/6/2005: Discurso de Jaime Bonifácio Marques da Silva, Lourinhã, AVECO, 25/8/2013



Lourinhã > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 25 de agosto de 2013 > Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar. Da esquerda para a direita, o Jaime Bonifácio Marques da Silva e o João Delgado, dois dos elementos da comissão "ad hoc" que há 8 anos atrás concretizou o sonho dos combatentes da Lourinhã.  

Fotos (e legendas): © Luís Graça(2013). Todos os direitos reservados


1. Texto do discurso do meu amigo, camarada, conterrâneo, lourinhanense, atualmente residente em Fafe,  Jaime Bonifácio Marques da Silva [, foto atual, abaixo], ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), proferido em 25/8/2013 (e que nos chegou à caixa do correio a 10 do corrente):


AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste

Lourinhã, 25 de agosto de 2013

8.º Aniversário da Inauguração do "Monumento de Homenagem aos Combatentes do Concelho da Lourinhã que Participara, na Guerra Colonial"

TEMA: O significado histórico da construção do monumento em memória dos combatentes da Lourinhã mortos na guerra do ultramar no contexto da evocação dos 50 anos do seu início


Saudações...

Introdução



“Não há futuro sem passado. Uma comunidade, uma nação constrói-se em torno de um projeto comum, em volta de um desígnio que todos junta e anima. Mas só é possível construir esse sonho futuro quando houve uma história comum, que alicerçou valores e criou partilha de ideias. Vamos hoje, minhas senhoras e meus senhores, celebrar um puco dessa história.” 


Minhas senhoras e meus senhores, estas foram as primeiras palavras dirigidas a todos os presentes na abertura da cerimónia solene da inauguração deste Monumento em 26 de junho de 2005.

A frase foi lida por mim que coordenei a cerimónia, mas as palavras são da autoria (à data) do Exmo Coronel Tavares Nunes, comandante da EPI (Escola Prática de Infantaria de Mafra), responsável pela conceção e organização da cerimónia.

O que fizemos a 26 de junho de 2005, é o que iremos fazer, hoje, 25 de agosto de 2013 ou seja:  continuar a “celebrar” um momento da História de Portugal para a qual os jovens da Lourinhã deram o seu contributo, alguns com o tributo do seu próprio sangue. Ao construirmos este memorial, pretendemos, tão só, perpetuar a sua memória.

A Direção da Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste (AVECO) ao convocar-nos, hoje, para evocarmos o 8.º aniversário da sua Inauguração cumpre, antes de mais, o dever cívico de lutar contra o esquecimento de uma Nação para com aqueles que a serviram e tratou mal.

A este propósito, o Dr. António Barreto, na qualidade de Presidente das Comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, no dia 10 de Junho de 2010 que, segundo o jornal O Público de 11 de Junho do mesmo ano, afirmou:

“Os antigos combatentes ainda não tiveram o merecido reconhecimento dos poderes públicos”.

“ O estado cumpre mal o seu dever de respeito perante aqueles a quem tudo se exigiu”. Nem a Assembleia da República cumpre o papel que lhe está conferido”.


Foi com esta intensão de “luta contra o esquecimento” e de “evocação da memória” que um grupo de ex-combatentes da Lourinhã lançou a ideia da construção deste memorial, constituindo, para o efeito, uma Comissão Promotora.

Em nome dessa Comissão (já extinta, evidentemente) agradecemos à Direção da AVECO o convite para evocarmos os passos que foram realizados desde a ideia à concretização.

Irei, por isso, tentar descrever os diferentes momentos desse percurso e refletir sobre o significado histórico e a função pedagógica que esteve presente na conceção e edificação do monumento

Génese:

A génese da construção deste monumento remonta-se ao verão de 2003 quando, informalmente, um grupo de ex-combatentes se reuniu na Casa do Benfica, aqui na Lourinhã, para preparar o 1.º Encontro de Ex-Combatentes da Guerra do Ultramar do nosso Concelho. Este 1.º Encontro viria a realizar-se no dia 1 de dezembro do mesmo ano. O programa, para além da cerimónia religiosa e da romagem ao cemitério com a deposição de uma coroa de flores no Talhão dos Combatentes, encerrou com um almoço convívio no restaurante os Severianos.

Presidiram a esse almoço convívio o Exmo Presidente da Câmara José Manuel Custódio e o Exmo Tenente General Jorge Silvério. É no decorrer desse almoço que um dos elementos da Organização, usando da palavra para agradecer a presença das entidades oficiais, dos veteranos e dos familiares e amigos presentes no convívio, lança ao Senhor Presidente da Câmara o repto para que o Executivo Camarário apoiasse a construção de um monumento em memória dos Lourinhanenses tombados na Guerra Colonial.

No momento em que usou da palavra, o Exmo Presidente da Câmara não sóanuiu à ideia, como também incentivou a Comissão Organizadora do Encontro a apresentar um projeto exequível, disponibilizando o departamento Técnico do município para nos apoiar. Sugeriu, também, que se formasse uma Comissão Promotora para a Construção do Monumento de modo a servir de interlocutor válido entre os ex-combatentes, a autarquia e as entidades, necessariamente, a envolver para a concretização da ideia

A Comissão Promotora para a Construção do Monumento foi constituída por José Félix Picão de Oliveira, combatente na Guiné na região de Conquelifá; Jaime Bonifácio Marques da Silva, combatente em Angola – integrado no Batalhão de Caçadores Paraquedistas n.º21 – BCP21), João Henriques Rodrigues Delgado, José Marques Bonifácio da Silva e Adílio Braz da Fonseca, também combatentes em Angola

O primeiro ato formal da dita Comissão foi o envio de um ofício dirigido ao Senhor Presidente da Câmara dando-lhe conta da nossa intensão.

Em 23 de janeiro de 2003 a Comissão Promotora recebeu um ofício informando-nos que em relação ao nosso pedido de apoio para a construção de um “Memorial onde se eternize os nomes dos combatentes Lourinhanenses mortos na Guerra Colonial”, a Câmara tinha deliberado em reunião do executivo, realizada em 21.01.2003, o seguinte: “A Câmara deliberou aprovar a proposta apresentada, delegando no Sr. Presidente da Câmara para prosseguimento do assunto.”

As fases da construção:

Começou aqui, verdadeiramente, o percurso das dificuldades que foram sendo ultrapassadas até à concretização da ideia.

A primeira dificuldade, foi a preocupação de encontrar alguém que se disponibilizasse para desenhar no papel um esboço que, de certo modo, concretizasse a nossa ideia.  O José Picão conseguiu o apoio do senhor Arquiteto Augusto Silva, apresentando, este, durante o almoço do 2.º convívio realizado no dia 1 de dezembro de 2004, no mesmo restaurante, um conjunto de esboços figurativos do que poderia vir a ser o futuro monumento. Após a apreciação e discussão, os presentes no almoço convívio, votaram na versão que foi dada ao bronze e aqui permanece neste espaço maior da nossa vila há oito anos.

A segundo dificuldade, talvez a maior, era, a partir da ideia concretizada no esboço, conseguir um orçamento exequível para a sua concretização. Os primeiros orçamentos solicitados e apresentados por diferentes escultores foram muito desanimadores e quase nos levou a adiar a construção do monumento, dado o seu elevado custo. Felizmente, um nosso amigo, professor catedrático na Faculdade das Belas Artes do Porto, sugeriu-nos que contactassemos uma licenciada em Artes Plásticas na especialidade de Escultora que tinha sido a melhor aluna do seu curso em estatuária. Foi assim que chegámos ao contacto com a escultora Andreia Couto natural de S. João da Madeira. Lembro-me de fazermos a primeira reunião com a senhora escultora no Café Velasques no Porto, junto ao estádio das Antas. Entreguei-lhe o desenho do senhor Arquiteto Augusto Silva e passados dias, apresentou um orçamento considerado exequível pelo município.

A proposta é apresentada formalmente pela Senhora escultora, através de ofício dirigido ao Senhor Presidente em 7 de Novembro de 2004. A Câmara aceitou a proposta e informa a escultora através de ofício que lhe é dirigido em 30 de novembro 2004.

Em Abril de 2005, os cinco elementos da Comissão Promotora deslocaram-se à Fundição a Vila Nova de Gaia, a convite da Senhora escultora, para avaliarem e proporem alguma alteração à imagem esculpida, ainda, na fase de modelação em barro.

A partir desta data, foi a conclusão da fase de passagem a gesso, fase do bronze, transporte, colocação no local e a inauguração.


26 de junho de 2005: dia da inauguração


A cerimónia da inauguração tem lugar no dia 26 de Junho de 2005, por altura do 3.º convívio dos combatentes da Lourinhã, com a dignidade que o significado histórico do Monumento encerra e merece.

Presidiram à cerimónia, por parte da edilidade o Exmo Presidente da Câmara José Manuel Custódio e o Exmo Tenente General Jorge Silvério, ilustre comandante do Comando de Pessoal do Exército, em representação das Forças Armadas por despacho do Exmo Tenente - General Governador Militar de Lisboa datado de 19 de maio 2005.

Os dois ilustres personagens, filhos da nossa terra, juntamente com os cinco ex-combatentes da Comissão Promotora para a Construção do Monumento, constituíram a Comissão de Honra, instituída pela autarquia para presidir ao evento.

A cerimónia foi concebida e organizada pelo Exmo Coronel Tavares Nunes, Comandante da EPI, também, representante na cerimónia do Exmo Tenente General GML (Governo Militar de Lisboa) por despacho deste em 23 maio 2005.

Para além das ilustres figuras, anteriormente, mencionadas, deram-nos, ainda, a honra da sua presença e amizade:

i) Em representação das Forças Armadas estiveram presentes, ainda: um Pelotão da EPI, a Fanfarra do GML (Governo Militar de Lisboa), o Exmo Padre Rui Peralta, Capelão da EPI, Exmo Tenente General Chito Rodrigues Presidente da Liga dos combatentes Portugueses, o Exmo Comandante da GNR da Lourinhã, o Exmo Comandante da Capitania do Porto de Peniche Capitão Tenente Damásio Afonso

ii) Em representação da autarquia da Lourinhã, para além do seu Presidente, estiveram presentes:  o  Exmo Presidente da Assembleia Municipal da Lourinhã João Ferreira, os Exmos Vereadores João Duarte, José Tomé, Raul Leitão, Júlia Alfaiate e Nuno Sampaio.

iii) Em representação das associações de combatentes, deram-nos a honra da sua presença o Senhor Manuel Patuleia Mendes, Exmo Presidente da ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas) e o Senhor António Basto, Exmo Presidente da APVG (Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra)

iv) Estiveram presentes, também, Familiares e Amigos dos combatentes da Lourinhã que tombaram em combate e, cujos nomes, se encontram mencionados neste Memorial

vi) Associaram-se, ainda, ao evento muitos ex-combatentes da Lourinhã e de outras zonas do país, bem como, o povo da Lourinhã que quis estar presente na homenagem a estes “filhos da terra”.

O evento terminou com um almoço festivo oferecido pela Câmara Municipal a todos os participantes na efeméride nas instalações do Hóquei Clube da Lourinhã.

Será de toda a justiça destacar e agradecer, neste momento, volvidos que são oito anos, o empenhamento do Exmo Presidente da Câmara da Lourinhã, Senhor José Manuel Custódio, para a efetiva construção deste Monumento. Em nome dos ex-combatentes da Lourinhã, o nosso muito obrigado.

Solicitamos ao Senhor Vereador Eng.º João Duarte, hoje em representação do senhor Presidente, que faça o favor de transmitir ao Senhor Presidente da Câmara esta nossa mensagem de gratidão.


O significado histórico e pedagógico do Monumento 

Para nós, ex-combatentes, este Monumento tem um significado histórico, social e político, bem como, uma mensagem pedagógica importante para as gerações pós 25 de abril. Ele encerra parte da história de Portugal escrita, também, com o sangue de vinte Lourinhanenses nossos conterrâneos mortos em combate nesta guerra: 9 em Angola, 6 na Guiné e 5 em Moçambique.

A este propósito, o lourinhanense Luís Graça, ex-combatente na Guiné e coordenador do Blogue “Luís Graça e Camaradas da Guiné” afirma: “Vinte Mortos foi o contributo da minha terra, o imposto de sangue que os lourinhanenses pagaram na defesa dum Império e de um regime em agonia.”

A edificação deste Memorial, como criação artística, é uma forma consciente de lutarmos contra o esquecimento. A obra de arte, na sua diversidade de manifestações e quando comporta uma mensagem, como o é, neste caso, cumpre a sua função social de despertar as consciências.

Já fui abordado por várias pessoas, nem todas da geração pós 25 de abril, que me manifestaram a sua discordância pela forma demasiada realista e talvez chocante da figura agressiva do soldado progredindo com a arma na mão pronta a ser disparada.

Afirmei a essas pessoas que esta forma de expressão realista, talvez seja a forma mais objetiva, a mais corajosa e a mais chocante de enfrentar a verdade a verdade histórica

Disse-lhes, ainda: Não há volta a dar. Jamais alguém terá hipótese de inventar forma de “fazer de conta que esta guerra nunca aconteceu”, nem mesmo com “anjinhos” a fazerem de soldados! …

Em África, disse-lhes, andámos a fazer guerra, não outra coisa, quer queiramos quer não. Tivemos que apontar as nossas armas para não morrer! Foram dos piores momentos das nossas vidas, cujas imagens jamais se apagarão da nossa memória.

Participei em operações no norte de Angola precedidas do lançamento de bombas de “Napalm” pelos aviões da Força Aérea (o seu uso era proibido pela convenção de Genebra). Os aviões e os helicópteros não lançavam balões ou bombinhas de S. João para fazer a “Psico.” Não. Foram lançadas bombas, cuja matéria química incendiária, uma vez em contacto com o corpo, queima o indivíduo até à morte numa agonia dolorosa e terrível.

Numa dessas operações, num assalto a uma base do MPLA situada nos Montes 1020 no norte de Angola, os guerrilheiros do MPLA, mataram um dos soldados do meu pelotão.

Só perceberá este horror quem viu e viveu esta guerra horrível e inútil.

É, por isso, repito, que este Monumento tem um significado histórico e pedagógico muito importante, sobretudo para as gerações pós 25 de abril de 1974 no momento em que os portugueses evocam os 50 anos do início desta Guerra designada por “ A Guerra de África, Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial (designação oficial portuguesa até ao 25 de Abril de 1974), ou, ainda, Guerra de Libertação (designação utilizada pelos movimentos africanos independentistas). Desenrolou-se entre 1961 e 1974 em África, em três teatros de operações diferentes:

i) Angola (1961). O primeiro morto em combate da Lourinhã foi o Joaquim Alexandre Neto,  natural dos Casais de Porto Dinheiro em 12 de junho de 1961;

ii) Guiné (1963). Em 23 de janeiro de 1965 morreu o José António Canoa,  natural da Lourinhã;

ii) Moçambique (1964). Em 2 de outubro de 1967 morreu o Manuel Filipe Henriques,  natural do Casal das Barrocas;

iii) A última morte em combate de um lourinhanense ocorreu na Guiné em 5 de maio de 1973. Foi o José João Marques Agostinho, do Reguengo Grande.

Por isso, as novas gerações quando por aqui passarem e olharem com “olhos de ver” para este soldado, descobrirão, certamente, que ali, para além do bronze esculpido, estão, também, as circunstâncias trágicas da morte em cada um dos nomes cravados na pedra.
Também com a ajuda da nova historiografia sobre a Guerra Colonial que tem sido editada nos últimos tempos pelos principais centros de investigação universitários portugueses e alguns estrangeiros, as novas gerações e particularmente os jovens em idade escolar perceberão e chegarão à conclusão que esta Guerra:

1.º Foi “ Uma guerra inútil, uma guerra injusta e uma guerra evitável “como afirmou o General Ramalho Eanes, na altura Presidente da República e também, ele, ex – combatente.

2.º Descobrirão que no início de 1961 quando rebenta a Guerra em Angola, os líderes do “regime”, Almirante Américo Tomás, Presidente da República e o Dr. Oliveira Salazar, presidente do Concelho de Ministros, recusaram-se a aceitar os sinais evidentes dos “ventos de mudança” que pairavam, nessa altura, em todo o mundo em relação ao movimento descolonizador. Sabiam-no, mas não quiseram aceitar.

Afirma o Coronel de Artilharia Aniceto Afonso e o Coronel do exército, Calos Matos Gomes na obra editada conjuntamente e intitulada: ALCORA – O Acordo Secreto do Colonialismo - Portugal, África do Sul e Rodésia na última fase da Guerra Colonial, página 325:

“O fim da Segunda Guerra Mundial foi também o fim da Europa como centro de domínio à escala planetária. Perdida a posição de supremacia mundial ocupada durante séculos, obrigada a concentrar os esforços na sua reconstrução, a Europa em ruinas não tinha condições para manter o poder que detivera sobre vastíssimas e longínquas regiões do planeta”.


Ainda, a propósito do início do movimento descolonizador que se seguiu ao final da Segunda Guerra Mundial em todo o mundo, Maria Manuela Stocker, na obra intitulada Xeque-Mate a Goa, página 252, afirma:

“A história da queda da Índia Portuguesa é uma história da fragilidade externa crescente de um país colonial ameaçado. Uma ameaça que começa na Ásia, na periferia do império, onde uma nova soberania pôs em causa a estabilidade de fronteiras centenárias. Essa fragilidade alastrou ao resto do império, no continente africano, com a internacionalização da oposição ao colonialismo português e o desenvolvimento da contestação interna ao regime. (…)

Portugal foi chamado a iniciar o seu processo de descolonização em 1947, pela recém criada União Indiana. (…)


E continua: “O Estado Novo optou por não se envolver no processo histórico resultante da Segunda Grande Guerra Mundial, de dissolução dos antigos laços imperiais que o ligavam aos seus territórios de além – mar.”


3.º As novas gerações descobrirão que os líderes do Estado Novo, Tomás e Salazar, preferiram arrastar um país pobre para uma Guerra sem sentido e para a qual nem sequer estava preparado nem tinha os meios técnicos e humanos para a suportar. Só a disponibilidade da “carne para canhão” da sua juventude.

Tive a oportunidade de rever no início o desta semana (22.8.13) no Canal História, no programa “O Preço da História”,  o Senhor General Almeida Bruno reafirmar a propósito da falta de condições de Portugal para suportar a Guerra. Disse: “O maior problema não era os homens, mas o material. O equipamento não era grande coisa, não era grande coisa”. Repetiu.

4.º Os jovens poderão descobrir, ainda, que este Monumento é um Livro de História. Se o folhearem poderão descobrir, como exemplo paradigmático como os Estado Novo tratava aqueles que serviam a Pátria, a história do Soldado Arsénio que, como tantos outros, morreu no decorrer de uma operação em combate e, se tivesse o apoio do helicóptero para o retirar da zona operacional a tempo, certamente poderia ter sobrevivido, como me afirmou o alferes seu comandante de pelotão. O Helicóptero só esteve disponível para aevacuação, quatro horas após o rebentamento da mina que lhe decepou um pé e lhe provocou vários ferimentos por todo o corpo, vindo a falecer no hospital de Luanda no dia seguinte, quatro de setembro de 1972.

E descobrirão, com surpresa e horror que nenhum responsável da Forças as Armadas teve a coragem de contactar pessoalmente a família do Soldado Arsénio para lhe anunciar a notícia da sua morte e apoiá-la naquele momento trágico.  Não, nunca tiveram a coragem de dar a cara. Comunicavam a tragédia através dos CTT, cujo mensageiro da desgraça era o Carteiro.

Neste caso concreto do meu primo Arsénio, contou-me a minha tia, o carteiro não teve coragem de se dirigir diretamente aos meus tios para lhes comunicarem a notícia e pediu a uma das minhas primas para o fazer.

5.º Finalmente, as novas gerações, interrogar-se-ão, seguramente, (porque os combatentes já o fizeram e não obtiveram resposta) por que razão não foi instituída no gabinete do Presidente da República Américo Tomás um grupo responsável para levar a mensagem e estar presente junto das famílias nesse momento trágico ou junto dos gabinetes do Primeiro-ministro Salazar ou dos ministros do Ultramar ou da Defesa Nacional ou nos gabinetes dos Chefes de Estado - Maior dos três ramos das Foras Armadas - Exército, Marinha e Fora Aérea ou junto, ainda, do movimento associativo afeto ao Estado Novo e que apoiava e incentivava a nossa participação na Guerra como a Mocidade Portuguesa (quantos deles meteram cunhas para se “safarem da Guerra!) ou do Movimento Nacional Feminino ou da Legião Portuguesa ou da PIDE (tão lesta a entrar na casa das famílias para prender quem se opunha à Guerra!) ou, ainda, e talvez com mais propriedade, por que razão os responsáveis do regime não incumbiu, dessa missão dolorosa, a direção da Liga dos Combatentes?

Infelizmente, os jovens, descobrirão que os líderes do tempo dos seus pais e avós, os líderes deste sua Pátria, não foram capazes de assumirem as suas responsabilidades perante os cerca de um milhão de portugueses que participaram na Guerra, dos quais 8 mil tombaram no campo de batalha, cerca de 120 mil ficaram estropiados e , estima-se, que cerca de 100 mil ex-combatentes sofrem de “stress” pós traumático de guerra.

Foram cobardes. Nenhum deu a cara perante as famílias. Esconderam-se atrás de um funcionário dos CTT, transformando os Carteiros em mensageiros da desgraça e do infortúnio.

Se não fosse a dinâmica e a capacidade de luta dos ex-combatentes em criarem as sua próprias associações para os apoiar, nomeadamente a ADFA -Associação dos Deficientes das Foras Armadas, fundada em 1974 (há 39 anos) e a associação APOIAR , fundada em 1994, para apoiar os ex-combatentes que padecem de perturbações de stress pós traumático que adquiriram quando estiveram em combate, teriam sido literalmente abandonados à sua sorte.

O estado não foi pessoa de bem para com os seus combatentes e suas famílias. Às mães, disseram, sem escrúpulos:
- A pátria deu-te a missão de dar à luz e criar o teu filho. Nós, sacrificámo-lo no altar da pátria.
- Foi a vontade de Deus
- Deus to deu, Deus to tirou.
- Resigna-te.
- Cumpriste a tua obrigação para com a tua Pátria.

Finalizo, relembrando, ainda, o Professor António Barreto na defesa dos combatentes:

“Todos fizeram o seu esforço e ofereceram o seu sacrifício, seguindo determinações políticas superiores. As decisões foram as do Estado português.”

Referiu-se, também, à forma como, por vezes, são tratados os veteranos:

“Um antigo combatente não pode nem deve ser tratado de colonialista, fascista, democrata ou revolucionário de acordo com as conveniências ou interesses menores. Foram, simplesmente, soldados portugueses.

“ Não há antigos combatentes milicianos ou de carreira ou contratados. Há veteranos e antigos combatentes, ponto final”.


O país deve respeito aos que fizeram a guerra: Merecem que as suas associações sejam consideradas de utilidade pública. Merecem estar presentes nas cerimónias públicas oficiais. Mas, sobretudo, merecem respeito”

Viva os ex-combatentes. Viva Portugal. Obrigado

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11992: Efemérides (140): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (IV e última parte)


Vídeo (1' 15''). Luís Graça (2013). Alojado no You Tube > Nhabijoes ~

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Organização da AVECO, com apoio da CM Lourinhã. Almoço-conívio no restaurante residencial Braga, no Vimeiro. Atuação de um camarada, ex-fuzileiro, do concelho de Peniche, interpretando o incontornável "Adeus, Guiné". Conheci este cmarada, num convívio anterior, na Atalaia. Penso desculpa de não ter aqui à mão o meu caderno de notas, donde constava o seu nome. Sei que ele passou pela Guiné, no início da década de setenta.

[O editor, ainda em férias, está na tabanca de Candoz,   sita em Paredxes de Viadores, Marco de Canavezes, na extrema com Baião e Cinfães, perto da barragem do Carrapatelo, onde não há Net que lhe valha... Teve de de ir, esta tarde à sede do concelho,  a amis de 15 km, para apanhar a "autoestrada" da Net, e assim aceder ao nosso querido blogue, neste fim de agosto, o nosso querido mês de agosto... Por aqui o céu é de bronze, devido aos incêndios. A minha homenagem aos heroicos bombeiros voluntários que têm perdido a vida, ou ficado gravemente feridos, neste verão de inferno, no cumprimento das suas missões de paz. Um abraço camarigo para todos os nossos tabanqueiros. Na próxima 3ª feira, tenho planeada uma viagem de barco, do Pocinho à Barca d'Alva, terra que ainda não conheço. (LG).]


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Um momento musical, com, uma camarada dos fuzileiros.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Dois dirigentes da AVECO, promovendo o sorteio de uma garrafa de Aguardente DOC Lourinhã XO. Foram vendiadas váruias centenas de rifas,a  1 euro. O sorteio recaiu no nº 243. O sortudo foi o nosso editor Luís Graça que, num gesto de camarigagem, voltou a oferecer a garrafa à AVECO para novo sortieo noutra oacsião.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Um antigo prisioneiro da Índia, o meu amigo, primo e camarada Luís Maçarico, de Ribamar.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no Restaurante Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. À esquerda o meu conterrâneo e amigo, João Delgado, ex-combatente em Angola e membro da comissão "ad hoc" que construiu o monumento aos combatentes, numa altura (2005) de vacas gordas. A comissão dispôs de um verba generosa, 30 mil euros, da autarquia local. À direita, outro ex-combatente, emAngola, e que vive na Lourinhã, desde o seu regresso de África.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. O bolo de aniversário.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados
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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11987: Efemérides (139): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (Parte III)



Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Organização da AVECO, apoio da CM Lourinhã.   A seguir às cerimónias militares junto ao monumento (das 9h30 às 11h00), realizou.se missa, às 11h30,  na igreja do Castelo (séc  XII/XIV). Na foto supra, uma imagem da fantástica rosácea que encima a parede onde onde se abre o arco triunfal, virada para poente. [A Igreja de Santa Maria do Castelo encontra-se num local onde os árabes haviam construído um castelo, dentro de nuralhas (hoje desaparecidas),  dominando o braço mar que ia até à atual Praia do Areal, a sul da Praia da Areiua Brana.

É um magnífico templo gótico, dos meados do século XIV. A sua construção realizou-se em duas fases, a primeira foi atribuída a D. Jordan (cavaleiro franco que ajudou D. Afonso Henriques na Reconquista, e primeiro donatário da Lourinhã) e a segunda a D.Lourenço Vicente (arcebispo de Braga, natural da Lourinhã e seu donatário. Outra igreja da Lourinhã digna de visia é a do antigo Convento de Santo António, começada a construir no início do Séx. XVII, também monumento nacional].



Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Foto de grupo. Ver mais fotos do evento no sítio da AVECO.



Louirnhã > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 25 de agosto de 2013


Fotos (e legendas): © Luís Graça(2013). Todos os direitos reservados






Vídeo (''53): Luís Graça (2013). Alojado em You Tube > Nhabijoes


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Organização da AVECO, com apoio da CM Lourinhã. Final da missa dita pelo jovem padre Ricardo, pároco local, na igreja do Castelo (ou de Santa Maria do Castelo).





Vídeo (2' 15''): Luís Graça (2013). Alojado em You Tube > Nhabijoes

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Organização da AVECO, apoio da CM Lourinhã. Cerimónia no cemitério local de homenagem aos mortos da guerra colonial. Visita às campas de José António Canoa Nogueira e do Arsémio Bonifácio bem como ao talhão dos combatentes. Largadas pétalas de flores em memória do José Henriques Mateus, desaparecido na Guiné, no decurso da Op Pirilampo, em 10 de setembro de 1966, no sul da Guiné, igualmente no setor de Catió, na região de Tombali, (O corpo nunca foi encontrado; stá prevista, para breve, uma homenagem ao Mateus, por parte dos seus conterrâneos da povoação da Areia Branca, freguesia da Lourinhã).



Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Visita à campa do José António Canoa Nogueira (1942-1965), o primeiro lourinhanense a morrer na Guiné, em Ganjola, setor de Catió, região de Tombali. em combate. Foi no dia 23 de janeiro de 1965. Era soldado apontador de morteiro, Pel Mort 942 / BCAÇ 619 (Catió, 1964/66). Era meu primo, em 3º grau, tal como o Arsénio Bonifácio, morto em Angola, era primo (direito) do Jaime Bonifácio Marques da Silva


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados

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Guiné 63/74 - P11986: Efemérides (138): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (Parte II)



Vídeo (11' 23''). Luís Graça (2013). Alojado em You Tube > Nhabijoes


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Segunda e última parte do discurso do Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex- alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), e hoje professor de educação física refomado, natural do Seixal, Lourinhã, e residente em Fafe. Há 8 anos atrás, o Jaime, mais o João Delgado e o João Picão foram os principais elementos dinamizadores da comissão "ad hoc" que pensou, planeou e executou este monumento, dentro do pacote financeiro disponibilizado pela CML (cerca de 30 mil euros).

A iniciativa destas comemorações foi da AVECO, com apoio da CM Lourinhã. Vídeo de Luís Graça



Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013.  Da esquerda para a direita, o Jaime Bonifácio Marques da Silva e o João Delgado, dois elementos da comissão "ad hoc" que há 8 anos atrás concretizou o sonho dos combatentes  da Lourinhã. Falta aqui o José Picão de Oliveira, de férias fora do concelho.



Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013.  Coroa de flores depositada na base do monumento pelos dirigentes da AVECO.


Fotos (e legendas): © Luís Graça(2013). Todos os direitos reservados





Vídeo (1' 03''). Luís Graça (2013). Alojado em You Tube > Nhabijoes

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Entoação do hino nacional pelos presentes, no final das cerimónias militares.

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Nota do editor:

Último poste da série >  Guiné 63/74 - P11983: Efemérides (138): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (Parte I)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11983: Efemérides (138): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (Parte I)



Vídeo (2' 28'').Luis Graçºa (2013).  Alojado em You Tube > Nhabijoes.

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Discurso inaugural do presidente da direção da AVECO -Associação dos Veteranos de Guerra do Oeste, com sede na Lourinhã,  Amércio Remédios [Maçarico], 1º tenente da marinha, reformado, natural de Ribamar, Lourinhã.


Vídeo (2' 40'').Luis Graça (2013).  Alojado em You Tube > Nhabijoes.

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Palavras de boas vindas aos presentes, militares e civis, incluindo as associações de militares, e de homenagem aos combatentes da Lourinhã, apresentadas pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, engº João Duarte.



Vídeo (1'  41''). Lu+is Graça (2013). Alojado em You Tube > Nhabijoes

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. António Basto, dirigente da AVECO, faz a chamada dos 20 camaradas lourinhanenses, mortos em combate., em Angola, Guiné e Moçambique. Vídeo de Luis Graça, promotora da inciati8va com o apoiod a Câmara Municipal da Lourinhã.

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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11953: Efemérides (137): 8º aniversário do Monumento aos Antigos Combatentes, Lourinhã, domingo, 25 de agosto de 2013 (AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11953: Efemérides (137): 8º aniversário do Monumento aos Antigos Combatentes, Lourinhã, domingo, 25 de agosto de 2013 (AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã)










Notícia do evento na página da AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste.


1. A AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com o NIPC 510 083 617, tem  a sua  sede na Lourinhã,. na Rua dos Bombeiros Voluntários, Edificio do Centro Coordenador de Transportes, Piso 1, Sala 2.

É  uma Instituição Particular de Carácter Cultural e Social. Foi constituida por escritura pública de 16 de Dezembro de 2011. Agrega antigos combatentes (Veteranos) da Guerra Colonial e das Missões de Paz, de todos os Ramos das Forças Armadas;  Requereu a inscrição como pessoa colectiva de utilidade pública.

Objetivos a AVECO: (i)  O apoio social, médico e jurídico, a defesa de direitos e das justas reivindicações de todos os associados, e a obtenção de assistência específica aos ex-Combatentes e seus familiares portadores de deficiência por perturbação pós-stress traumática de guerra (PTSD); (ii) Promoção de actividades lúdicas e culturais para os seus associados e familiares.

De acordo com os seus estatutos, a AVECO "não tem fins lucrativos e é independente de ideologias políticas, étnicas, religiosas e económicas".

A página da AVECO ainda está em contsrução. De entre os seus links de inteeresse,  inclui-se o Blogue   Luís Graça & Camaradas da Guiné, gentileza que agradecemos.


2. Foi nestes termos, que o nosso blogue deu a notícia da inauguração do Monumento, há 8 anos atrás (*)
(..) Em 26 de Junho passado, a Lourinhã, através da autarquia local, prestou a devida homenagem aos seus mortos no Ultramar: vinte ao todo, nove em Angola, seis na Guiné, cinco em Moçambique. Nesse dia foi inaugurado um "monumento aos lourinhanenses mortos na guerra do Ultramar”, obra do arquitecto Augusto Silva e da escultora Andreia Couto.

Fizeram parte da comissão organizadora, entre outros ex-combatentes, os meus amigos e conterrâneos João Delgado, Jaime Bonifácio [Marques da Silva] e José Picão de Oliveira: este último, foi furriel miliciano na zona leste da Guiné, mesmo na ponta nordeste, em Canquelifá, tendo regressado já em Setembro de 1974, enquanto o Jaime foi alferes milicano paraquedista em Angola, sensivelmente na mesma época em que eu fui mobilizado para a Guiné (1969/71).

Vinte mortos (seis dos quais na Guiné, entre 1965 e 1973) foi o contributo da minha terra, o imposto de sangue que os lourinhanenses pagaram na defesa dum império e de um regime em agonia. Registo aqui, porque muito apropriadas, as palavras do presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, José Manuel Custódio, na homenagem aos nossos mortos: "Pior do que uma guerra é fazer de conta que ela nunca existiu, e a guerra de África existiu".

Não estive na cerimónia nem tive conhecimento conhecimento antecipado dela. Sou um lourinhanense da diáspora. Mas leio no jornal da terra, o mesmo de há quarenta anos, o Alvorada, a notícia a dizer que "numa cerimónia simples, a altura da chamada dos mortos em combate foi a mais sentida por todos os presentes" e que as honras militares foram feitas por um pelotão da Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra, e a sua fanfarra. A mesma unidade que quarenta anos antes tinha prestado as honras fúnebres ao meu primo Nogueira, se a memória não me atraiçoa.

Registo ainda a presença do (i) Tenente General Jorge Silvério, um homem do MFA, natural de Ribamar onde tenho inúmeros parentes, do lado da minha visavó paterna (a família Maçarico); do (ii) Patuleia, o meu amigo Patuleia, natural do concelho vizinho do Bombarral, o Manuel Patuleia Mendes, presidente da Associação Portuguesa dos Deficientes das Forças Armadas, ele próprio talvez o mais dramático exemplo do horror, estampado no rosto, do que foi esta guerra para os jovens da nossa geração; e, por fim, do (iii) António Basto, Presidente da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra. (...)

O nosso blogue, na pessoa do seu fundador, foi convidado para estar presente nesta singela cerimónia, que é também uma homenagem a todos os combatentes da guerra colonial.(**)

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Notas do editor:

(*) Vd. I Série, poste de 24 de julho de 2005 > Guiné 63/74 - CXXV: Homenagem aos mortos da minha terra (Lourinhã, 2005)

(**) Último poste da série > 14 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11940: Efemérides (136): No próximo dia 1 de Setembro, Monte Real, com o apoio do Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes, vai homenagear os seus Combatentes da Guerra do Ultramar (Joaquim Mexia Alves / Tabanca do Centro)