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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6719: Parabéns a você (129): António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP (Editores)

Postal de aniversário de autoria do Strelado Casal Pessoa



1. Neste dia 12 de Julho de 2010, o nosso camarada António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP na situação de Reforma Extraordinária, deixa o clube dos SEXAS para ingressar no dos SEPTA. Grande promoção que registamos aqui com alegria.

Camarada Dâmaso, vimos dar-te os nossos parabéns pela sua entrada na década dos setenta. Votos muito sinceros de muita saúde e longa vida cheia de amor, já que não faltarão muitos familiares e amigos em seu redor.

Momentos de ternura não te faltarão pela vida fora como os que documenta a foto dos teus tempos de juventude.



Caro Dâmaso, renovados votos de felicidades. Marcamos encontro para daqui a um ano neste mesmo local.

Recebe um abraço da Tertúlia
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6665: Parabéns a você (128): Mensagens para a Tertúlia (José Firmino / Manuel Maia)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5524: O meu Natal no mato (27): Um postal e um bolo-rei (António Dâmaso)

1. Mensagem do nosso camarada António Dâmaso*, Sargento-Mor da FAP na situação de Reforma Extraordinária, com data de 22 de Dezembro de 2009:

Um postal e um bolo-rei

Caro Luís Graça e Colaboradores,

Não encontro palavras para enaltecer o vosso trabalho pela causa dos antigos combatentes.

Pertenci a uma tropa de elite, que muito me orgulho de ter pertencido, mas como vivi os martírios que muitos outros viveram, nunca me esqueço destes.

Embora estivesse preparado para situações de combate difíceis, até para morrer, no entanto não estava preparado para enfrentar situações pós traumáticas por perda de camaradas que carreguei às costas e depois tive de os deixar sepultados em Guidage.

Quando precisei de apoio, o que me ofereceram foi uma ameaça de uma «porrada».

Voltei a viver momentos difíceis desde 2004, quando fui obrigado a reviver situações que desesperadamente andava a tentar esquecer, sem o conseguir, durante mais de trinta anos.

Foi através do V/Blogue que encontrei o apoio que me ajudou a ultrapassar os momentos mais difíceis, a todos o meu Muito Obrigado.

Estamos na época Natalícia onde é costume mandar e desejar Boas festas e um Feliz Natal, Próspero Ano Novo, etc. aos nossos familiares e amigos.

Com as novas tecnologias, existem milhentas formas de fazer postais de Boas festas, apenas dependendo da criatividade de cada um.

Este ano encontrei um nas minhas memórias que tem uma certa carga simbólica para mim, gostava de os compartilhar com os frequentadores do Blogue.

Estávamos em Dezembro de 1972, avizinhava-se a data Natalícia, era o 6.º de 7 Natais que passei em África, mas este foi o único que passei em pleno mato, acampado em Cadique no Sul da Guiné.

Tínhamos umas instalações de 1.ª constituídas por uns buracos no solo, tendo como tecto duas camadas de troncos cruzadas e depois folhas de palmeira, em cima muita terra e por último, mais uma camada de folhas para a chuva depois não passar.

Tivemos o privilégio de construir a nossa própria habitação para dormir quando não estávamos em plena mata em Operações e lá se ia vivendo com as mãos cheias de bolhas e calos, com uns ataques à mistura para animar o pessoal.

O fotógrafo do Pelotão resolveu fazer umas montagens fotográficas para nos facilitar a vida e ganhar mais uns “pesos”, com fotos nossas nascia um postal de Boas Festas, o que tenho o prazer apresentar, foi enviado à minha filha que à época tinha 6 anos.

Apesar de estar no mato, recebi de cá uma encomenda com um bolo-rei e uma garrafa de vinho do Porto, que foram mais ou menos equitativamente repartidos pela minha família de ocasião mais chegada, os trinta e tal elementos do 3.º Pelotão da CCP 121, claro que os cálices eram os copos do cantil e, mais gota menos pingo, todos foram contemplados.

Felicidades para todos e muita saúde.

Um abraço,
António Dâmaso
Sarg Mor da FAP (situação de Reforma Extraordinária)

Fotos e legendas: © António Dâmaso (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5219: Agenda Cultural (41): Os nossos camaradas Gidelda Pessoa, V. Barata e M. Rebocho na RTP1 (António Dâmaso)

1. Mensagem do nosso tertuliano e camarada António Dâmaso*, Sargento-Mor da FAP na situação de Reforma Extraordinária, com data de 5 de Novembro de 2009:

Caro Carlos Vinhal,
Saudações muito especiais para todos os responsáveis pelo Blogue.
Também quero saudar todos os ex-combatentes, independentemente da Arma e do posto, que prestaram serviço no Ultramar.

Carlos,
Fiquei comovido pela forma como saudaste o Victor Barata pela sua intervenção no Programa Portugal no Coração, na RTP 1 no dia 4 de Novembro de 2009, pelas 16 horas.

O Victor comoveu-se, mas disse aquilo que sentiu e presenciou na altura em que, apenas com 19 anos, foi obrigado a viver.
Sabia que o Victor Barata ia ao programa e fui dar o meu passeio antes para poder assistir. Estive do principio ao fim, apesar de tudo e do Rebocho, por último, ter estado no Exército, pelo facto dos Pára-quedistas terem passado da FA para o Exército. Acho que deveriam ter estado elementos da Marinha e do Exército.
Também reconheço que eles não se esqueceram destes militares.

Fui contactado por televisões, mais que uma vez, para me pronunciar sobre a minha vivência no Ultramar, nomeadamente no caso Guidage, por eu ser na altura o Comandante do Pelotão dos 3 Páras que ficaram sepultados lá em Guidage.
Declinei sempre por não ser capaz de falar sobre o assunto frente a câmaras de televisão, sofro de stress pós traumático de guerra e isso diz tudo.

Graças a Deus que os restos mortais destes jovens já se encontram junto das famílias. Sempre que passo em Castro Verde vou fazer continência ao Vitoriano, não esquecendo os outros que naquele dia se despediram desta vida, em honra da Pátria. Quis o destino que eu não tivesse lá ficado com eles, pois corri os mesmos riscos.

Porque estive em Galomaro e Dulombi em 1969; em Guileje; na operação Nó Górdio em Moçambique em 1970; novamente na Guiné em Caboxanque e Cadique em 1972 e 1973; em Bigene, Binta, Guidage e Gadamael Porto em 1973, vivi em valas e abrigos que muitas vezes tive de cavar.

Não só por ter sofrido na pele tudo isto, embora por períodos que não ultrapassavam três meses, sei dar o valor ao que sofreram todos os que foram obrigados a longas permanências nestas condições, e por isso vou aqui citar o que em tempos escrevi.

"O meu pensamento hoje vai para aquele soldado desconhecido, digo eu, refiro-me aquele militar com ou sem patente, que estava lá, contribuía com o seu esforço para o conjunto, tal como formiga obreira, mas que por não ter cunhas, não ser engraçado nem engraxador, via as benesses passar-lhe ao lado, sem prémio Governador da Província, promoções, férias, etc, no entanto lá ia procurando manter-se vivo, com a agravante de ser obrigado a viver em buracos sem as condições mínimas".

Um Alfa Bravo do camarada António Dâmaso,
Sargento Mor Pára.


2. Comentário de CV:

Caro camarada e amigo Dâmaso
Por pudor não vou reproduzir aqui a mensagem que enviei ao Victor, a quente e na mais simples condição de ex-combatente anónimo. O tal anónimo que tão bem descreves.

Mandei uma mensagem semelhante à nossa querida amiga Giselda, dizendo-lhe que quem esteve no Primeiro Canal da RTP, representou cabalmente todos os militares que combateram na Guiné.

Pena que aquele programa, tendo um carácter tão aligeirado, não esteja vocacionado para tratar assuntos tão sérios. Prova disso, foi a reacção espontânea da Tânia, que não tendo preparação jornalística, não conseguiu esconder umas lagrimazinhas que por simpatia soltaram as minhas.

Fiquei também com a ideia de que conseguimos comover as pessoas, mas não nos conseguimos fazer entender. Como alguém lá disse, só um ex-combatente consegue compreender outro ex-combatente. E claro, as nossas famílias. A minha mulher ainda hoje diz que começou a namorar com um homem, e casou com outro totalmente diferente.

Realidades que cada um para si mesmo ou com o seu agregado, vai vivendo até ao fim do percurso terrestre. Aí voltará definitivamente a paz de espírito ou lá o que se queira chamar.

Para ti, um abraço fraterno.
CV
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4766: Notas de leitura (13): "Os Anos da Guerra Colonial" e as suas incorrecções (António Dâmaso)

Vd. último poste da série de 4 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5207: Agenda Cultural (40): Os nossos camaradas Giselda Pessoa, V. Barata e M. Rebocho, hoje, 16h, RTP1, Portugal no Coração

domingo, 2 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4766: Notas de leitura (13): "Os Anos da Guerra Colonial" e as suas incorrecções (António Dâmaso)

1. Mensagem de António Dâmaso (1), Sargento-Mor da FAP na situação de Reforma Extraordinária, com data de 29 de Julho de 2009:

Camarada Luís Graça e Co-Editores uma saudação especial para todos.

A minha intervenção de hoje destina-se a [...] denunciar uma incorrecção. [...] (2)

Quanto à denuncia de incorrecção a mesma tem a ver com as fotos publicadas no fascículo "As Grandes Operações da Guerra Colonial 1961-1974" (3).

Neste fascículo XVI com o título "Comandos libertam Guidage Guiné, 1973", as fotos da capa, páginas 6 e 14, embora os autores digam que pertencem a pára-quedistas da CCP 121, eu afirmo que estes militares não são páras, basta ver o seu armamento e equipamento.
Sei do do que falo, porque estive lá, bem gostava de não ter estado.

Já o camarada Mário Fitas (4) também alertou para uma foto que era atribuída a páras e que afinal era de outros militares.

Reprodução da foto da Capa

Reprodução da foto da página 6

Reprodução da foto da página 14

Com a devida vénia ao jornal
Correio da Manhã


Por aqui me fico
Um abraço
Dâmaso
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Notas de CV:

(1) Vd. poste de 1 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4764: Tabanca Grande (166): António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP (Guiné, 1966/68, 1969/70 e 1972/74)

(2) A parte suprimida da mensagem diz respeito ao assunto tratado no poste acima referenciado.

(3) Coleccção de livros sobre a Guerra Colonial com o título "Os Anos da Guerra Colonial" de autoria de Carlos de Matos Gomes e Aniceto Afonso, publicada pelo jornal Correio da Manhã

(4) Vd. poste de 13 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4515: Controvérsias (17): A César o que é de César! (Mário Fitas)

Vd. último poste da série de 27 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4748: Notas de leitura (12): História da Guiné e ilhas de Cabo Verde - PAIGC, 1974 (Beja Santos)

sábado, 1 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4764: Tabanca Grande (166): António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP (Guiné, 1966/68, 1969/70 e 1972/74)

1. Mensagem de António Dâmaso (*), Sargento-Mor na situação de Reforma Extraordinária, com data de 29 de Julho:

Camarada Luís Graça e Co-Editores uma saudação especial para todos.

A minha intervenção de hoje destina-se a acrescentar alguns elementos à minha ficha pessoal [...].



Dados pessoais:

António Maria Dâmaso, Sargento-Mor na situação de Reforma Extraordinária.

Tenho os cursos de Enfermagem e Técnico de Radiologia, tendo exercido estas actividades no Hospital da Força Aérea até final de 1981.

Também exerci Radiologia no Hospital da Cruz Vermelha em 1979.

Posteriormente, exerci Radiologia no Centro de Saúde de Odemira de Março de 1982 a Março de 2007. Desde esta estou aposentado da Função Pública.


Comissões de Serviço:

Angola, de NOV64 a JAN65, no posto de Cabo, ainda fiz uma Operação em Vista Alegre na mata de Cambamba;

Guiné, de NOV66 a ABR68, no posto de Furriel na Ferrugem;

Guiné, de MAR69 a JUN70, no posto de 2.º Sargento, na Ferrugem e como operacional;

Moçambique, Nacala, de JUN70 a JUL71 no posto de 2.º Sargento, tendo tomado parte na Operação "Nó Górdio";

Guiné, de NOV72 a AGO74

António Dâmaso com a farda amarela

Guiné 1966/68 > Furriel António Dâmaso

Moçambique, 1970 > Em plena Operação Nó Górdio

Guiné > Cadique > Natal de 1972

Fotos e legendas: © António Dâmaso (2009). Direitos reservados.
Fotos editadas por CV

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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 26 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4742: Tabanca Grande (165): António Dâmaso, CCP 123/BCP 12, 1969/71