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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7282: Parabéns a você (173): Orlando Pinela, ex-1º Cabo Reab Mat da CART 1614/BART 1896, Cabedú, 1966/68 (Editores/Tertúlia)


1. Completa hoje 65 anos o nosso Camarada Orlando Pinela, que foi 1º Cabo Reab Mat da CART 1614/BART 1896, Cabedú, 1966/68.
O Orlando já se apresentou na nossa tabanca em 20009 e ficou então de nos enviar as habituais fotos (actual e do tempo de tropa), bem como a estória da sua guerra, que continuamos a aguardar a todo o momento.


2. O Orlando era o Quarteleiro da companhia e foi ferido em Setembro de 1967, em Cabedú, tendo-se apresentado aqui nas nossas fileiras tertulianas, em 24 de Março de 2009, com a seguinte mensagem: “Boa tarde e saudações cordiais do camarada Pinela.Aí vai o meu pobre historial militar.

Fiz a recruta na Serra da Carregueira no 1.º turno de 1966, tendo tido uma recepção excepcional como faxina à cozinha. Nunca tinha visto tanta loiça, era um autêntico Hotel de *****, os quartos eram todos duplos e tinham uma média de 160 camas.

Esses dois meses, além da chuva e do frio, tudo passou sem grandes sobressaltos além de alguns roubos de equipamento.Como já estávamos naquele Resort há muito tempo, todos fomos à vida indo eu parar ao Entroncamento, terra muito conhecida pelos comboios, talvez fossem mais os militares que a população.

Aí sim, tive uma recepção estupenda de boas instalações, no quarto de vez em quando, como o mesmo não era muito grande, era necessário desviar as camas para passar o comboio e também não éramos muitos, mais ou menos uns 300.Assim chegou o mês de Agosto, fim da especialidade e nova mudança sempre a fugir para o Norte.

Agora sim fui para uma cidade estupenda, a capital de Trás-os-Montes, Vila Real, condições acolhedoras e condignas e uma excelente camaradagem, ficando a fazer serviço no material de Guerra, tendo quase todos os dias a visita do senhor Comandante da Unidade (RI13), um homem com dignidade e de bom coração.

Como também sou Trasmontano da região de Bragança, muitos fins-de-semana lá ia a casa para encher as peles. Assim pelo fim de Setembro acabou a estadia nesta unidade e rumando para uma cidade a Sul do Rio Douro, Vila Nova de Gaia, já com o bilhete na bagagem para novos rumos. Estive três dias na Serra do Pilar até me reagrupar à Companhia. Mais uma vez fui conhecer novas caras, pois nem uma alma conhecida.

O Bart 1896 integrava as Carts 1612, 1613 e 1614, tendo passado por uma Bateria em Leixões até ao treino operacional em Viana do Castelo com o embarque a 12 de Novembro de 1966.

Esta descrição é em traços largos a minha passagem pelo Serviço Militar no Continente, talvez não seja muito importante para os camaradas do blogue, mas é o começo da minha apresentação.

Dentro de dias vou começar a escrever a minha singela passagem por terras da Guiné. Despeço-me com um abraço para todos os camaradas da Tabanca Grande e em especial ao camarada Carlos Vinhal em ter pachorra para me aturar.

Um abraço

Orlando Pinela”

3. Em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais tertulianos, aqui te endereçamos as maiores felicidades, melhores níveis de saúde e alegria, junto dos teus queridos familiares e amigos, neste teu dia de aniversário, desejando que o mesmo se prolongue por muitos, prósperos e felizes anos.

__________

Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

14 de Novembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7279: Parabéns a você (172): César Vieira Dias, ex-Fur Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71 (Editores/Tertúlia)

domingo, 11 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6142: Em busca de... (123): Procuro informações sobre Camaradas da CART 1612 / BART 1896 (Fernando Manuel Belo)


APELO
CART 1612 do BART 18
9
6

1. O nosso Camarada Amílcar Ventura enviou-nos um e-mail com o seguinte apelo:
Camaradas,

Este apelo foi-me pedido pelo nosso Camarada Fernando Manuel Belo, que foi Soldado Condutor da 3ª CCAÇ do meu batalhão.

Ele tem alguma dificuldade em dominar estas coisas da informática e pediu-me para eu o ajudar.
O apelo é do seu irmão, que também esteve na Guiné, cujo nome é Américo António de Oliveira Belo e era Soldado Condutor da CART 1612 do BART 1896.
Era conhecido pelo “Murtosa” e esteve nos anos 1966/68, em Aldeia Formosa, Buba, Bissorã e Mansoa.
Gostava muito de saber o que é feito dos seus Camaradas da Companhia.
O seu contacto via e-mail é:
fernandombelo@hotmail.com

2. A CART 1612 era um das três companhias operacionais do BART 1896 (As outras duas eram a 1613 e a 1614).
A CART 1612 seguiu em 13 de Dezembro de 1966 para Bissorã, actuando em Insumeté, Insantaque e Iusse.
Em 27 de Julho de 1967, deslocou-se para Buba, e actuou em Nhala, Darsalame e Buba Tombo.

Em 18 de Novembro de 1967, estacionou em Aldeia Formosa, tendo actuado em Colibuia, Chamarra e Porto Balana.Finalmente em 13 de Julho de 1968, recolheu a Bissau, de onde regressou ao Continente .

3. Em busca efectuada pelo Google, verificamos que este BART 1896, tem o seu convívio anual, de que resultou um pequeno artigo publicado na revista da Liga dos Combatentes, Nº 348, de Junho de 2009.

Infelizmente como se pode verificar, no ps além de um nome (que obviamente deve ser de um elemento do batalhão), não tem qualquer indicação do seu contacto.

____________

Nota de M.R.:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3749: RTP1, As Duas Faces da Guerra (1): A emoção de rever Guileje e a nossa capela (António Gomes da Cunha, CART 1613, 1967/68)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita ao antigo aquartelamento e tabanca de Guileje, futuro museu de Guiledje > 1 de Março de 2008 > A lápide, o que restava da capela construída pelos Lenços Verdes, em 1967... Já mal se consegue ler a inscrição: "A Ti, Deus Único E Senhor / Da Terra, Oferecemos Estas / Gotas De Suor Que Nos / Sobraram da Luta Pela / Tua Palavra Eterna. /Soldados da CART 1613".

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) > "Guileje, terra de fé e de coragem" (*)... A capelinha construída no tempo do Zé Neto e do António Gomes da Cunha...

Escreveu o Zé Neto (1929-2007), nas suas memórias (**), o seguinte:


"Uma das boas características do meu pessoal era a de que não gostavam de estar parados nos intervalos das operações. Cada um, nas suas profissões ou aptidões, ia bulindo e foi assim que se reconstruíram e melhoraram abrigos, se implantou uma horta que aproveitava a água, depois de decantada, dos chuveiros das praças e se construiu a obra mais emblemática que deixámos em Guileje: a Capela.

"Por sugestão do capelão, Padre João Batista Alves de Magalhães, que apenas pediu um coberto para oficiar a missa quando ia a Guileje, pois dava a volta a toda a área da responsabilidade do batalhão, os Furriéis Maurício (Transmissões) e Arclides Mateus (Atirador), ambos com conhecimentos de desenho de construção civil, planearam e dirigiram a construção do pequeno templo.


"Vinte ou trinta anos depois muito se falou em ecumenismo e outras ideias do mesmo sentido, mas nas profundezas da Guiné isso já se praticava. Na pequena festa de inauguração da Capela e a convite do Capitão Corvacho, o Régulo Suleimane compareceu com toda a sua família e vestido a rigor, embora fosse muçulmano.

"As portas da Capela nunca se fecharam. Os europeus iam lá fazer as suas orações e nunca constou que alguém tivesse mexido fosse no que fosse. Do mesmo modo, quando da celebração do fim do Ramadão, com rituais próprios, mas completamente desconhecidos para a quase totalidade dos rapazes, estes comportaram-se com respeito, a que não faltou uma ponta de curiosidade, é certo" (...).

Fotos: © Zé Neto / AD - Acção para o Desenvolvimento. (2007). Direitos reservados


1. Mensagem do António Gomes da Cunha (***)

Amigo Luís Graça

Fiquei muito emocionado quando ontem à noite, Quinta Feira, assisti à segunda parte do filme [, As Duas Faces da Guerra, ] que passou na RTP1 sobre a Guiné, preenchida com o triângulo Gadamael/Guileje/Corredor da Morte, três locais que marcaram a Companhia 1613, Os Lenços Verdes , que pertencia ao Bart 1896 que se encontrava instalado em Buba, Aldeia Formos, etc….

Aquilo que mais me emocionou foi na parte final quando apresentavam o retrato de Guileje depois de abandonado pela Companhia ali aquartelada, foi o mostrarem os restos da capela que nós construímos. A sua frente encontrava-se totalmente
intacta, e ainda permanecia lá bem visível a placa que lá colocámos no momento da sua conclusão com as seguintes palavras que por certo foram lidas por todos os camaradas que viram o programa:
"A Ti, Deus Único e Senhor,
Te Oferecemos
As Últimas Gotas de Suor,
Que nos Sobraram
da Luta da Tua Palavra Eterna,
Soldados da Cart 1613.”


Senti que, 41 anos depois, ainda ali estava um pedaço da minha vida e da vida dos meus Irmãos da Cart 1613 e do Pelotão Fox, 1165.

Por momentos revivi ontem momentos que me parecia estar a vivê-los localmente nesse momento, imaginas, meu amigo, a dor com o reactivar um trauma de tantos anos.

Com um abraço amigo
António Cunha, O Malhado,
Radiotelegrafista,
Cart 1613 (1966/68)



2. Comentário de L.G.:

António: Foi também para mim uma grande emoção... Já vi o filme 3 vezes: na estreia, em Lisboa (Outubro de 2007); depois em Bissau (com o Nino e demais participantes do Simpósio Internacional de Guileje, em Março de 2008...); e agora na RTP (uma versão ligeiramente diferente)... O filme está disponível no mercado, em DVD. Podes comprá-lo: custa 10 €.

Em relação à tua capelinha (ainda com duas pedras em pé) e à lápide que existia e que tu viste na parede da fachada(num excerto de um filme feito pelos tipos do PAIGC, quando lá entraram, em 25 de Maio de 1973, ou em data posterior, mas antes da destruição das instalações que eles próprios depois efectuaram)... Já agora toma nota da inscrição que consta da lápide e que eu fotografei em 1 de Março de 2008, quando lá estive: "A Ti, Deus Único E Senhor / Da Terra, Oferecemos Estas / Gotas De Suor Que Nos / Sobraram da Luta Pela / Tua Palavra Eterna. /Soldados da C.A.R.T. 1613". É o que resta da tua capelinha, e está guardado como peça de museu... Devo dizer-te que há um grande carinho por parte da população local (que hoje vive em Nejo), por este lugar mítico, que nos marcou a todos, de uma maneira ou de outra... Guileje já era um mito, quando eu desembarquei em Bissau, em finais de Maio de 1969!

Se tiveres histórias (e fotos) de Guileje, escreve-nos! Vai-se fazer um Museu em Guileje. Tens alguma peça, documento ou foto que queiras doar ao Museu, para a gente perpetuar a memória de um lado e de outro ?

Por outro lado, eu gostaria de reeditar as memórias do nosso querido Zé Neto, nesta série (II) do nosso blogue... Com mais fotos e legendas, etc. Queres dar uma ajuda ? Posso-te mandar fotos para te ajudar a relembrar certos pormenores... De momento, tu és o único representante da CART 1613 na nossa Tabanca Grande. É também para nós uma honra.

O Zé Neto deixou-nos um importante acervo fotográfico: a partir dos slides que ele gostava de fazer (e de mostrar à população local), fizemos fotos, algumas de muito boa qualidade...

Vocês, os Lenços Verdes, têm-se encontrado ? O vosso capitão, Corvacho, ainda é vivo ?

O terreno do antigo quartel e tabanca de Guileje já foi entregue à entidade promotora do projecto (Museu, etc.),a AD-Acção para o Desenvolvimento, uma ONG guineense, com sede em Bissau, que nós apoiamos. E que sempre teve o apoio, pioneiro e entusiástico, do Zé Neto, um grande amigo da Guiné e dos guineenses.

Um Alfa Bravo.
Luís
_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 14 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXVII: Guileje, terra de fé e de coragem (LuísGraça)

(**) Vd. poste de 3 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCVII: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto)(5): ecumenismo e festa do fanado

O Cap Art Ref José Neto, infelizmente, deixou-nos em 2007, depois de enfrentar corajosamente (e de perder) a sua última batalha (Zè, prometi reeditar as tuas memórias, na II Série do nosso blogue, estou â espera de um voluntário; mas o que é prometido, é devido! Um abraço eterno, L.G.:

30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1801: Capitão José Neto (CART 1613, Guileje, 1967/68), a última batalha

30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1802: Zé Neto (1929-2007): Morreu um Homem Grande, adeus, amigo, adeus, meu capitão ! (Pepito)

(***) Vd. poste de 18 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3644: Tabanca Grande (105): António Cunha, Radiotelegrafista da CART 1613, Os Lenços Verdes

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3644: Tabanca Grande (105): António Gomes da Cunha, Radiotelegrafista da CART 1613, "Os Lenços Verdes" (Teixeira Pinto e Guileje, 1966/68)

1. Mensagem de António Gomes da Cunha, Radiotelegrafista da CART 1613, Os Lenços Verdes, Teixeira Pinto e Guileje, 1966/68, com data de 16 de Dezembro de 2008:

Amigo Luís Graça

Sou António Gomes da Cunha, Radiotelegrafista da CART 1613, Os Lenços Verdes, que durante 11 meses permaneceu em Guileje.

Companhia do Sargento/Capitão Neto entretanto falecido, que tão explicitamente relatou os roncos e feitos da nossa malta. Ainda hoje me custa lembrar esse tempo sem deixar cair uma lágrima pelo sofrimento que ali passámos e acima de tudo pelos camaradas que ali perderam a vida para nada.

Além da nossa passagem por Guileje, logo que chegámos à Guiné fomos fazer IAO para S. João de Bolama, durante dois meses e depois ficámos seis meses como força de intervenção às ordens do Comando-Chefe das Forças Armadas, logicamente que sempre que saíamos de heli ou de barco, éramos largados no meio do barulho. Passámos 30 dias na mata do Jolmete e na semana Santa de 1967, onde fizemos o nosso primeiro ronco, ao destruír um acampamento turra. Matámos manga deles e prendemos 18 pessoas e apreendemos vário material. Nos dias que se seguiram tínhamos festa à noite com permanentes ataques.

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) > O 2º sargento Neto, que fazia as funções de 1º sargento da companhia, fotogrado junto a um abrigo e à viatura blindada Fox.

Foto: ©
Zé Neto / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Direitos reservados .

Fomos por diversas vezes condecorados com medalhas de guerra a nível de Companhia e deixámos em Teixeira Pinto o nome dos Lenços Verdes bem gravados no Batalhão que ali permanecia na altura, como nas próprias populações, porque impusemos respeito aos turras da zona. Deixámos lá 5 irmãos de armas que recordo todos os dias.

Guileje/Mejo, eram zonas onde nos habituámos a viver todo o dia ao som das armas pesadas e um local onde diariamente se morria para ir buscar géneros e água a Gadamael. Todos aqueles que por lá passaram e tiveram a sorte, como eu, de regressar a casa, podemos considerar-nos as pessoas mais ricas do mundo.

Deixo aqui um abraço amigo a todos os companheiros da Guiné.
Com um abraço do
António Gomes da Cunha
(Malhado de Braga)
CArt 1613 – BArt 1896


2. Comentário de CV

Caro António Gomes da Cunha, bem-vindo ao nosso Blogue. Qualquer militar da CART 1613, do nosso querido Zé Neto, é sempre bem recebido na nossa Tabanca Grande.

Considera-te membro deste grupo de velhos ex-combatentes da Guiné, que mais não querem se não dar a conhecer as suas experiências e contar as histórias vividas no TO daquela pequena parcela de território africano.

Manda-nos as tuas fotos da praxe (uma do tempo de Guiné e outra actual) e conta-nos mais sobre a tua vivência naquele martirizado Guileje. Tens a responsabilidade de continuar a obra do saudoso Cap Zé Neto, que infelizmente nos deixou já há mais de uma ano (*). Não te esqueças que as tuas fotos de Guileje e não só, também serão importantes para o espólio do nosso Blogue (e do futuro Museu de Guileje, que os guineenses estão a construir, com a nossa ajuda).

Esperamos breves notícias tuas. Até lá, recebe um abraço da nossa malta e votos de um bom Natal e um novo Ano cheio de saúde.

Carlos Vinhal
Co-Editor
______________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 29 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2898: Efemérides (8): O Cap Zé Neto deixou-nos há um ano (Carlos Vinhal)

Vd. último poste desta série> 12 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3610: Tabanca Grande (104): António Paulo Bastos, 1.º Cabo do Pel Caç 953 (Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)

domingo, 7 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3182: Em busca de... (38): Causas da morte do Alf Mil Manuel Sobreiro (Mampatá, 1968) Parte II (José Martins)

Continuação da mensagem do nosso camarada José Martins, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5 - Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70, de 2 de Setembro de 2008
Assunto: Alferes Sobreiro (1)

Por mim, e em jeito de homenagem, transcrevo o que tenho em arquivo sobre o Batalhão de Artilharia n.º 1896 e as Companhias que o compunham, assim como os militares que deram o máximo que se lhes podia pedir: a própria vida!

Elementos retirados do 7.º e 8.º volumes da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974)

Batalhão de Artilharia n.º 1896

Unidade Mobilizadora: Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP2) – Vila Nova de Gaia

Comandante: Ten Cor Art Celestino da Cunha Rodrigues

2.º Comandante: Maj Art José de Carvalho Pereira

Of Inf Op/Adjunto: Cap Grad Artur Olímpio de Sá Nunes

Cap Art Rui Manuel Viana de Andrade Cardoso

Comandantes de Companhia:

CCS: Cap SGE Manuel Américo David
Cap SGE Joaquim José Garcia
Cap Mil Art Eduardo de Oliveira e Silva
CART 1612 - Cap Art Oliveira Ventura de Mendonça
CART 1613 - Alf Art do QP, graduado em Capitão Fausto Manteigas da Fonseca Ferraz (a)
Cap Art Eurico de Deus Corvacho
CART 1614 - Cap Art Luís João Ferreira Marques Jorge

Divisa: “Bravos e Sempre Leais”

Partida: Embarque em 12 de Novembro de 1966; desembarque em 18 de Novembro de 1966

Regresso: Embarque em 18 de Agosto de 1968

Síntese da Actividade Operacional

Inicialmente ficou colocado em Bissau na situação de reserva do Comando-Chefe, até 29 de Março de 1967, data em que seguiu para Buba, tendo as suas subunidades sido atribuídas em reforço de outros batalhões em quadrícula.

Em 5 de Abril de 1967, rendendo o BCAÇ 1861, assumiu a responsabilidade do Sector S2, com sede em Buba e englobando os subsectores de Sangonhá, Gadamael, Camecande, Guilege, Aldeia Formosa e Buba e ainda uma Companhia em Mejo, até 28 de Maio de 1968, para actuação continuada no corredor do Guilege. Em 9 de Abril de 1968, foi criado o subsector de Gandembel, e, em 12 de Junho de 1968, a sua zona de acção foi reduzida da área de Aldeia Formosa, que foi atribuída à responsabilidade do COSAF [Comando Operacional do Sector de Aldeia Formosa], então criado.

Desenvolveu intensa actividade operacional, exercendo o esforço sobre o corredor do Guilege e região de Forreá, planeando e controlando a execução de continuadas acções de vigilância da fronteira, de intercepção de colunas de reabastecimento e de grupos inimigos, de protecção e segurança de itinerários e ainda de recuperação das populações. Pelos resultados obtidos e pelo esforço desenvolvido e meios utilizados, destacam-se as operações “Bola de Fogo”, “Rembrant”, “Pôr Termo”, “Novo Rumo”, e “Nora”, entre outras.

Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 2 metralhadoras ligeiras, 2 pistolas metralhadoras, 2 espingardas, 1 lança granadas foguete, 37 minas antipessoal e anticarro e 106 granadas de armas pesadas.

Em 25 de Junho de 1968, foi rendido no sector de Buba pelo BCAÇ 2834, recolhendo a Bissau, a fim de aguardar embarque de regresso.

A CART 1612 seguiu em 13 de Dezembro de 1966 para Bissorã, a fim de efectuar a segurança protecção dos trabalhos de reabertura do itinerário Bissorã-Bula, ficando na situação de reforço do BCAÇ 790 e depois do BCAÇ 1876, tendo ainda efectuado diversas operações nas regiões de Insumeté, Insantaque e Iusse, entre outras.

Após substituição em Bissorã, pela CART 1746, rendeu, em 27 de Julho de 1967, a CCAÇ 1488 na função de intervenção e reserva do sector do seu batalhão, instalando-se em Buba, sendo empenhada em diversas operações nas regiões de Nhala, Darsalame e Buba Tombo, entre outras e destacado ainda, por períodos variáveis, pelotões para reforço temporário de outras subunidades do sector.

Em 18 de Novembro de 1967, por rotação com a CCAÇ 1591, assumiu a responsabilidade do subsector de Aldeia Formosa, no mesmo sector, tendo destacado pelotões para instalação, por períodos variados, em Colibuia, Chamarra e Porto Balana.

Em 13 de Julho de 1968, foi substituída no subsector de Aldeia Formosa pela CCAÇ 2382 e recolheu a Bissau, onde permaneceu na situação de reserva de Comando-Chefe até ao embarque de regresso.

* * *

A CART 1613 seguiu em 3 de Dezembro de 1966 para a região de S. João, onde permaneceu até 15 de Janeiro de 1967, a fim de efectuar uma instrução de adaptação operacional sob orientação do BCAÇ 1860 e tomar parte em operações realizadas naquela área.

Em 2 de Fevereiro de 1967, seguiu para Teixeira Pinto, tendo sido atribuída em reforço do BCAV 1905, instalando-se, de 8 a 13 de Fevereiro de 1967, em Jolmete com vista à realização de uma operação naquela zona de acção, após o que recolheu a Bissau; em 5 de Março de 1967, seguiu novamente para o sector do BCAV 1905 a fim de efectuar operações na região do Jol, até 28 de Maio de 1967.

Em 30 de Abril de 1967, seguiu para Buba, a fim de reforçar o dispositivo do seu batalhão com vista à intensificação do esforça da região do Forreá e actuar sobre a linha de infiltração do Guilege, com um pelotão destacado em Cumbijã, em reforço da guarnição local; em 2 de Maio de 1967, mantendo o pelotão em Cumbijã, foi instalada em Colibuia, dentro da mesma missão anterior e onde substituiu um pelotão da CCAÇ 1622.

Em 30 de Junho de 1967, foi transferida para Guilege, para onde já se deslocara o pelotão de Cumbijã, em 17 de Junho de 1967, rendendo naquele subsector a CCAÇ 1477; em 13 e 28 de Maio de 1968, após substituição da CCAÇ 2316, foi transferida para Buba, a fim de colmatar a saída anterior da CCAÇ 1591 na missão de subunidade de intervenção e reserva do sector e destacando um pelotão para guarnecer Nhala.

Em 14 de Julho de 1968, vindo a ser substituída mais tarde pela CCAÇ 2381, seguiu para Bissau, onde colaborou na segurança e protecção das instalações e das populações da área, em reforço dos efectivos da BCAÇ 2834 até ao seu embarque de regresso.

* * *

A CART 1614 seguiu em 9 de Dezembro de 1966 para Bula, onde permaneceu até 15 de Janeiro de 1967, a fim de efectuar uma instrução de adaptação operacional sob orientação do BCAV 790 e tomar parte em operações nas regiões de Ponta Ponate, Encherte e Choquemone.

Em 27 de Janeiro de 1967, seguiu para Ingoré a fim de reforçar o BCAÇ 1894 e realizar uma operação na região de Sano, após o que recolheu a Bissau em 31 de Janeiro de 1967; em 19 de Fevereiro de 1967, reforçou o BCAV 1897 em operação realizada ena região de Changalana até 25 de Fevereiro de 1967.

Em 30 de Maio de 1967, foi deslocada para Cabedú, a fim de assumir a responsabilidade do respectivo subsector, em substituição da CCAÇ 1427, ficando integrada no dispositivo de manobra da BART 1913.

Em 6 de Janeiro de 1968, foi substituída, transitoriamente, pela CART 1689 até à chegada da CCAÇ 1788, tendo seguido para o subsector de Nhacra, com destacamentos em Safim e Dugal, a fim de render a CART 1648 no dispositivo de manobra do BART 1904 e depois do BCAÇ 2834 e ainda do BART 1911.

Em 2 de Agosto de 1968, após ser substituída no subsector de Nhacra pela CART 1682, recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Mortos em Campanha

CCS


JOÃO GOMES, Soldado Atirador com o NM 82120664, pertencente ao recrutamento da província e colocado no BART 1896, mobilizado no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Clara Gomes, filho de Vicente Gomes e Clara Gomes, sendo natural da freguesia de Calequissé e concelho de Cacheus.
Vítima de acidente (outros motivos) ocorrido em Buba quando transportava um garrafão de água destilada, ferindo-se com os cacos de vidro, faleceu em 16 de Junho de 1967 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Bissau.

MALAN BALDÉ, Soldado Atirador com o NM 82097364, pertencente ao recrutamento da província e colocado no BART 1896, mobilizado no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Taco Ainé, filho de Nhaco Balde e Sali Só, sendo natural de lugar de Tumaná de Cima, freguesia de Santa Isabel e concelho de Gabú.
Vítima de acidente com arma de fogo ocorrido em Buba entre as tabancas de Mampantá e Uame, faleceu em 04 de Fevereiro de 1968 no Hospital Militar Principal em Lisboa. Foi inumado no Cemitério do Alto de São João em Lisboa.

ANTÓNIO PEREIRA NUNES, 1.º Cabo Escriturário com o NM 18370666, pertencente ao BART 1896, mobilizado no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de António Nunes Brito e Aldina Pereira Antunes, sendo natural da freguesia de Pinheiro de Coja e concelho de Tábua.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido em Buba no ataque ao aquartelamento em 11 de Maio de 1968, faleceu em 12 de Maio de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Paroquial de Pinheiro da Coja.

CART 1612

MANUEL DE JESUS VIGÁRIO, Soldado Atirador com o NM 05351166, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Álvaro Batista e Matia de Jesus Vigário, sendo natural da freguesia de Guiães e concelho de Vila Real.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido no itinerário de Nhacobá - Cumbijã, faleceu em 01 de Dezembro de 1967. Foi inumado no Cemitério de Guiães.

MANUEL DE JESUS RODRIGUES SOBREIRO, Alf Mil Art com o NM 0022363, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Manuel Rodrigues Sobreiro e Maria de Jesus, sendo natural da freguesia de Souto da Carpalhosa e concelho de Leiria.
Vítima de acidente com arma de fogo ocorrido em Liroiel na verificação de uma armadilha das NT, faleceu em 24 de Fevereiro de 1968. Foi inumado no Cemitério de Souto da Carpalhosa.

EDUARDO GUILHERME TEIXEIRA MONTEIRO, Alf Mil Art com o NM 08979964, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Eduardo António Monteiro e Maria Julieta Monteiro, sendo natural da freguesia de Longonjo e concelho de Caala - Angola.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido no itinerário de Aldeia Formosa – Guileje motivado por fornilho activado por tracção, faleceu em 15 de Maio de 1968. O corpo não foi recuperado.

APARICIO DE SOUSA MIRANDA, Sol Apont Met com o NM 9203866, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Mário Miranda e Maria de Jesus Sousa, sendo natural da freguesia de Maximinos e concelho de Braga.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro seguida de emboscada na estrada de Mampatá – Uare , faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério Municipal de Braga.

JOÃO ANTÓNIO MACEDO DA ROCHA, Sold At com o NM 05222566, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Augusto Rocha e Preciosa Alves Macedo, sendo natural da freguesia de S. Pedro e concelho de Vila Real.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro seguida de emboscada na estrada de Mampatá – Uare , faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério de Santa Iria – Vila Real.

MÁRIO GONÇALVES MACHADO, Sold At com o NM 4950766, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Manuel Joaquim Gonçalves e Celeste Gonçalves Fontes, sendo natural de lugar de Macieira, freguesia de Limões e concelho de Ribeira de Pena.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro seguida de emboscada na estrada de Mampatá – Uare , faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério Paroquial de Macieira.

UMARU JULDÉ DJALÓ, Sold At com o NM 82060167, pertencente à CART 1612/BART 1896, mobilizado no CTIG.
Era solteiro, filho de Mamajam Djaló e Achatu Djaló, sendo natural de lugar de Bedanda, freguesia de Nossa Senhora de Fátima e concelho de Catió.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro seguida de emboscada na estrada de Mampatá – Uare , faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério de Aldeia Formosa - Guiné.

CART 1613

FAUSTO MANTEIGAS DE FONSECA FERRAZ, Cap Mil Art com o NM 1036/C, pertencente à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Maria Fernanda Ferreira da Costa, filho de Manuel Fonseca Ferraz e Ana Rosa Manteigas, sendo natural da freguesia de Pousofoles e concelho de Sabugal.
Vítima de acidente com arma de fogo ocorrido no aquartelamento de S. João - Cachil, faleceu em 24 de Dezembro de 1966 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério da Conchada em Coimbra.

ANTÓNIO DE SOUSA OLIVEIRA, Sold At com o NM 6399965, pertencente à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Casimiro Lopes Oliveira e Delfina Sousa, sendo natural de lugar da freguesia de Ribas e concelho de Celorico de Basto.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido em Guileje na lala do rio Tenheje, faleceu em 28 de Dezembro de 1967. Foi inumado no Cemitério de Vale do Douro em Celorico de Basto.

NUNO DA COSTA TAVARES MACHADO, Alf Mil Art com o NM 07349365, pertencente à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Deolindo de Sousa Machado e Alzira Assis Teixeira da Costa Tavares Machado, sendo natural da freguesia de Sé Nova e concelho de Coimbra.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido em Guileje na lala do rio Tenheje, faleceu em 28 de Dezembro de 1967. Foi inumado no Cemitério de Agramonte no Porto

SEBASTIÃO DA COSTA DIONISIO, Fur Mil At com o NM 03686865, pertencente ao Pel Caç Nati 51 do CTIG, mobilizado na metrópole e adido à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Vítor Dionísio e Maria da Glória da Costa, sendo natural da freguesia de São Vicente e concelho de Braga.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido no itinerário entre Guileje e Gandembel, faleceu em 11 de Abril de 1968. Foi inumado no Cemitério Municipal de Braga.

JOSÉ AUGUSTO DA SILVA LEAL, 1.º Cabo Ati com o NM 8915866, pertencente à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de Armindo Ferreira Leal e Margarida Caetano da Silva, sendo natural da freguesia de Vandoma e concelho de Paredes.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido em Guileje, faleceu em 24 de Abril de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Paroquial de Vandoma.

FERNANDO BOTELHO, Soldado Atirador com o NM 06671166, pertencente à CART 1613/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Maria Isabel Pinto, filho de José Botelho e Laurindo da Conceição, sendo natural da freguesia de Gestaçô e concelho de Baião.
Vítima de acidente ocorrido por afogamento no rio Grande de Bula, faleceu em 26 de Junho de 1968 em Bula. Foi inumado no Cemitério Paroquial de Tresoura em Baião.

CART 1614

ILIDIO RODRIGUES GOMES, Sol Apont Met com o NM 8969966, pertencente à CART 1614/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de António Fernandes Gomes e Glória Rodrigues, sendo natural de lugar de Quintães, freguesia de Padroso e concelho de Arcos de Valdevez.
Vítima de ferimentos recebidos em combate ocorrido na protecção à abertura de uma picada, faleceu em 01 de Março de 1967 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Padroso.

FRANCISCO FILIPE DOS SANTOS ENCARNAÇÃO, Fur Mil At com o NM 3590064, pertencente à CART 1614/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Maria Isabel de Jesus Rodrigues da Conceição, filho de Joaquim dos Santos Encarnação d Maria José Filipe dos Santos Encarnação, sendo natural da freguesia de Salvador e concelho de Beja.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido na operação “Nora”, faleceu em 06 de Março de 1967 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério de Rio de Mouro, Sintra.

REBE CUMATCHA, Sold At com o NM 82008461, pertencente à CART 1614/BART 1896, mobilizado no CTIG.
Era solteiro, filho de Nhanque Chalá e Iaca Quombancha, sendo natural de lugar da freguesia de Mansoa e concelho de Bissorã.
Vítima de ferimentos em combate ocorrido no accionamento de uma mina antipessoal em Cabedú, na estrada depois do aquartelamento, faleceu em 03 de Maio de 1967 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério de Bissau na Guiné.

TOMÉ SOARES DA GAMA, 1.º Cabo At com o NM 82067566, pertencente à CART 1614/BART 1896, mobilizado no CTIG.
Era solteiro, filho de Francisco Soares da Gama e Juliana Lopes Crato, sendo natural da freguesia de Nossa Senhora da Candelária e concelho de Bissau.
Vítima de acidente de viação ocorrido no transporte de água, faleceu em 04 de Fevereiro de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Bissau - Guiné.

FORTUNATO DA SILVA GONÇALVES, Sold Cond Auto/Trms com o NM 00261366, pertencente à CART 1614/BART 1896, mobilizada no RAP2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho de António José Gonçalves e Maria da Silva Azevedo, sendo natural de lugar de Carreira Chã, freguesia de Santa Eulália de Barrosas e concelho de Lousada.
Vítima de acidente de viação ocorrido em 8 de Maio de 1968 a 5Km de Safim, vindo a falecer em 10 de Maio de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério de Santa Eulália de Barrosas.

José Martins
2 de Setembro de 2008

Comentário de CV

Não podemos deixar de agradecer ao nosso camarada José Martins o seu trabalho de pesquisa e compilação dos dados recolhidos, tornando-os acessíveis a toda a gente.

A par deste trabalho, desenvolve outros, quase no anonimato, que são de muita utilidade para o nosso Blogue e para quem, como é exemplo o caso vertente, procura descobrir elementos relacionados com militares seus familiares.
_______________

(a) - Em tempo

Alterado de acordo com o comentário neste próprio poste, feito pelo senhor Coronel Morais Silva

FAUSTO MANTEIGAS DE FONSECA FERRAZ, Cap Mil Art

Corrija-se para Alferes do QP de Artilharia, graduado em Capitão.
Frequentou a AM como capitão miliciano associado ao meu curso que terminou no final de 1966, data em que partimos para África.
Um camarada amigo a quem a sorte não sorriu.

Cumprimentos
Morais Silva
Coronel
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Nota de CV

Vd. poste de 5 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3174: Em busca de... (38): Causas da morte do Alf Mil Manuel Sobreiro (Mampatá, 1968) I Parte (José Martins)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1861: Homenagem ao meu tio, Alf Mil Minas e Armadilhas, Manuel Sobreiro, do BART 1896 / CART 1612 (Nelson Domingues)

Guiné > Guileje > BART 1896 > CART 1612 (1967/69) > O Alf Mil de Minas e Armadilhas, Manuel Sobreiro, natural de Leiria, morto numa acidente com um granada defensiva, em Mampatá, em Fevereiro de 1968.

Alguém se lembra dele e das circunstâncias em que morreu ? O Manuel de Jesus Rodrigues Sobreiro, natural de Riba de Aves, Souto da Carpalhosa, Leiria, era amigo e conterrâneo do nosso infortunado José Neto (1929-2007), pertencendo ao mesmo batalhão (BART 1896)


Fonte: Nelson Domingues > Blogue > As Verdades do Sobreirito(2007). (com a devida vénia...).


1. Mensagem de Nelson Domingues:

Boa noite,

Espero que se encontre de óptima saúde!

Agradeço a sua atenção para com o meu e-mail! Foi muito importante e alimentador da minha vontade de homenagear o meu tio Manuel Sobreiro, Sobreirito. Por isso o referi no blogue As verdades do Sobreirito, e que passo a transcrever:

Foi com enorme satisfação, que recebi resposta a um e-mail meu, vindo do Dr. Luís Graça. Eu já desconfiava que estava perante seres humanos fenomenais em que o sortilégio da vida os levou até Guiné-Portuguesa, mas ao verificar a disponibilidade e as palavras amigas do Dr. Luís Graça, fiquei acreditar que faz todo o sentido a criação deste blogue homenageando o meu tio Manuel Sobreiro, o 'Sobreirito'.

Fiquei triste ao saber que o amável, admirável e encantador Sr. José Neto (Zé Neto) (1929-2007) já não está entre nós, com o qual tive o privilégio de trocar alguns e- mail, e que numa próxima ocasião abordarei. Desde já agradeço ao Dr. Luís Graça, a sua amabilidade, colocando as referâncias do Blogue
As verdades do Sobreirito na sua tertúlia.



Os meus agradecimentos,

Nelson S S Domingues



_________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 14 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1849: Quero prestar a devida homenagem ao meu tio, o Alf Mil Manuel Sobreiro, da CART 1612, morto em Mampatá em 1968 (Nelson Domingues)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1849: Quero prestar a devida homenagem ao meu tio, o Alf Mil Manuel Sobreiro, da CART 1612, morto em Mampatá em 1968 (Nelson Domingues)






Guiné > Guileje > BART 1896 > CART 1612 (1967/69) > O Alf Mil de Minas e Armadilhas, Manuel Sobreiro, natural de Leiria, morto numa acidente com um granada defensiva, em Mampatá, em Fevereiro de 1968. Alguém se lembra dele e das circunstâncias em que morreu ?

Fonte: Nelson Domingues > Blogue > As Verdades do Sobreirito(2007). (com a devida vénia...).

1.Mensagem de Nelson Domingues:

Boa noite!

Espero que se encontre de boa saúde.

(i) Sou sobrinho de Manuel Sobreiro, Manuel Jesus Rodrigues Sobreiro (1942-1968).
(ii) Tombou a 24 de Fevereiro de 1968.
(iii) Causa (oficial ou oficiosa): Acidente .
(iv) Unidade Mobilizadora: RAP 2.
(v) Ramo das Forças Armadasa: Exército.
(vi) Naturalidade: Chã da Laranjeira, Sto. Carpalhosa.
(vii) Posto e nº mecanográfico: Alferes Miliciano de Artilharia nº 0022363.
(viii) Unidade a que pertencia no CTIG: Alferes Miliciano Manuel Sobreiro – 2º comandante da CART 1612.

Eu e a minha família sempre ouvimos falar de muitas verdades sobre o acidente que vitimou o meu tio, mas por mais histórias que haja, o meu desejo é recolher o máximo de informação sobre o meu tio para o homenagear condignamente no dia 28 Fevereiro de 2008, no 40º aniversário do seu desaparecimento.

Não o vou maçar mais, agradeço desde já a sua amabilidade para consultar o humilde blogue que estou a iniciar.

Os meus cumprimentos,

Nelson S S Domingues
Rua de Leiria nº 117 1º Andar
2425-039 Monte-Real

Blogue > As Verdades do Sobreirito


2. Reprodução do post de 12 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXLV: As malditas formigas pretas do José Teixeira (Zé Neto)

Luís:

A minha intenção era ficar aqui caladinho no meu canto para não entupir a formidável sequência de factos das campanhas da Guiné. (Creio que estamos a construir um monumento histórico e inédito). Mas o José Teixeira tem o condão de me despertar recordações dispersas, pois fala de sítios por onde andei. Admiro-o muito.

E, a propósito das desgraçadas formigas, veio-me à memória a morte inglória do meu conterrâneo Alferes Miliciano Manuel Sobreiro (2º comandante da CART 1612, por ser o mais classificado dos alferes). O Sobreirito (como eu o tratava na intimidade) tinha a especialidade de Minas e Armadilhas.

Em Fevereiro de 1968, precisamente na área de Mampatá, foi encarregado de desarmadilhar uma zona por onde iam alargar uma picada. Quando já tinha bem presa a alavanca duma granada defensiva instantânea e se preparava para introduzir a cavilha foi mordido num artelho por uma dessas formigas. Ao fazer o gesto de sacudir o insecto escorregou-lhe a alavanca e... sucumbiu crivado de estilhaços.

O Alferes Miliciano de Artilharia nº 0022363, Manuel de Jesus Rodrigues Sobreiro, natural de Riba de Aves, Souto da Carpalhosa, Leiria, não morreu em combate. Os senhores da guerra determinaram que foi "morto por acidente". Tanta injustiça que se cometeu!!! Um dia hei-de abordar este tema (1).

3. Comentário de L.G.:

Infelizmente o nosso amigo e camarada Zé Neto (1929-2007) já não está entre nós para poder dar esclarecimentos adicionais sobre a morte do Alf Mil Sobreiro, seu conterrâneo, e que pertencia ao mesmo batalhão (BART 1896). A menos que a sua neta Leonor, de 17 anos, descubra algum escrito, no computador do avô, que volte a abordar este acidente.

De qualquer modo, as nossas saudações ao Nelson, seu sobrinho, por este gesto público de grande ternura para com o tio Manuel Sobreiro, o Sobreirito. Veremos o que pode fazer a nossa tertúlia, de modo a honrar a memória do tio e do sobrinho. Todos nós temos direito à verdade, a começar pelos familiares e amigos dos nossos camaradas que tombaram na Guiné, em combate, por acidente, por doença ou por qualquer motivo. L. G.

__________

Nota de L.G.:

(1) A CART 1612 era um das três companhias operacionais do BART 1896 (As outras duas eram a 1613 e a 1614). Segundo o Zé Neto, esta última, a CART 1614 era "a subunidade turista da Guiné que nunca ninguém do Batalhão conseguiu descobrir a razão de ficar sempre de fora dos petiscos que calharam às outras duas companhias operacionais (1612 e 1613)". E acrescenta, com ironia: "Eu desconfio, mas, para misérias do Celestino já basta!"...

Sobre esta unidade, há já algumas referências na Net. «Vd. o post de:

23 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1779: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (6): Maio de 1968, Spínola em Gandembel, a terra dos homens de nervos de aço

(...) "Pesadas baixas para a CART 1612, na sequência do recrudescimento da actividade operacional do PAIGC

"Há documentos oficiais que confirmam que em resultado de uma mina anti-carro com emboscada, na estrada Mampatá−Uane, morrem 4 soldados da CART 1612. Não tenho elementos que me permitam concluir se estas acções se interconectam, pois o que então me afirmaram é que a captura dos elementos fora operada num ataque com assalto a um pequeno destacamento.

"Esta Companhia de Artilharia, num curto espaço de tempo, é agressivamente fustigada, e relacionada com as colunas Buba − Aldeia Formosa − Gandembel, perdendo um número incrível de militares, em mortos e feridos" (...).

terça-feira, 23 de maio de 2006

Guiné 63/74 - P786: Os heróis de Gandembel (José Neto)

Guiné-Bissau > Guileje > 2005 > Restos do corredor da morte... "Apropriação": foi o termo (apropriado) que o Pepito usou para legendar esta foto (já famosa aqui no nosso blogue) (1)... Disse o fotógrafo: "Depois de vir ontem de Guiledje, onde tirei esta fotografia, posso-te falar de apropriação pela natureza: uma carcaça de camião com mais de 30 anos, envolvida por uma árvore que entretanto por lá nasceu. Nem que se queira, não se pode tirar o esqueleto de lá"...

Foto: © Carlos Schwrz (Pepito) (2005)

Texto do Zé Neto a quem eu há dias disse: "Grande Zé! Como é bom receber notícias tuas! Se voltaste a escrever e a ‘emailar’ é bom sinal!"... Pois é, ele está de volta, o nosso primeiro de Guileje, e hoje valente capitão em guerra contra o tabaco!... Parabéns, Zé (e permite-me esta inconfidência: o teu bom exemplo deve ser conhecido e seguido por outros amigos e camaradas).. Sê bem vindo, de regresso, à nossa caserna (agora já não preciso de te pedir para deixar o cigarro lá fora!...). (LG)

Meu caro Luis:

Não. Não desapareci. Apenas hibernei para vencer o tabágico vício. E estou a conseguir. Vou a caminho do quarto mês sem cigarro.

Mas o assunto é a chegada do Idálio Reis ao blogue (2). Como se pode verificar, eu já tinha referido aqueles bravos nos meus escritos. Veja-se no Post 423 a blague do 1º Martins que calçou a cagadeira (3). Este senhor é meu companheiro de férias de Setembro em Lagos e, nas conversas do bar, faz sempre questão de evidenciar a colaboração que lhe prestei, porque, confessa, na altura não estava muito calhado nas funções do seu posto à frente duma companhia.

Mais adiante, no Post 544, registo algumas considerações sobre a CCAÇ 2317 e a sua odisseia (4)ex-alferes Reis deve ter muito que contar!!!

Para ajuda vou anexar um pequeno trabalho de elaborei a partir da preciosa obra intitulada (e já toda desencadernada e rascunhada) História da Unidade - BART 1896.

Por agora resta-me mandar um abraço muito forte à tertúlia. Outro para ti do Zé Neto.


OS HERÓIS DE GANDEMBEL

Estou certo de que seria reconfortante para um punhado de bravos do Exército Português que algum dos Comandantes do PAIGC de então contasse, com a sua dignidade de militar, o que foi para eles a campanha de Gandembel e Ponte Balana em 1968/69.

Como interveniente muito próximo da gesta dos rapazes da 2317, sirvo-me da História da Unidade (BART 1896) para trazer à tona da memória alguns pormenores duma batalha pouco conhecida. É uma pequena achega com a qual quero reafirmar a minha profunda admiração pelos camaradas que foram deliberadamente atirados para o massacre pelos senhores de Bissau.

A Operação Bola de Fogo destinou-se “à implantação de um aquartelamento para efectivo de companhia, no Corredor de Guileje”.

Desenvolveu-se entre 8 e 14 de Abril de 1968, com a seguinte “Força executante”:
- CART 1613
- CART 1689
- CCAÇ 2316 (-) (3 Gr Comb)
- CCAÇ 2317
- 3ª COMP COMANDOS (-) (2 GR.COMB.)
- 5ª COMP COMANDOS (-) (2 GR.COMB)
- PEL REC FOX 1165
- PEL SAPADORES/CCS /BART 1896
- PEL CAÇ NAT 51
- PEL CAÇ NAT 67
- PEL MILÍCIAS 138 e 139
- ELEMENTOS DO BENG 447
- APAR (Apoio Aéreo)

Instalado o Aquartelamento em GUILEJE 8 D4 -93 (Coordenadas de Gandembel)

Durante a operação o IN flagelou 7 (sete) vezes a posição, causando às NT 2 mortos, 13 feridos graves e 34 ligeiros.

Até 25 de Junho de 1968, data em que o BART 1896 foi substituído no sub-sector pelo BCAÇ 2835 (a que a CCAÇ 2317 pertencia), o aquartelamento de Gandembel foi flagelado com fogo de Mort 82 e Canhão S/R por 52 (cinquenta e duas) vezes.

Normalmente os ataques duravam entre 8 e 15 minutos. São de destacar os três de 19 de Abril de 1968 às 3h45, 4h20 e 5h00; os três de 30 de Abril, às 2h15, 21h20 e 22h15 e os quatro de 14 de Maio (não houve registo das horas).

José A S Neto
___________

Notas de L.G.

(1) Vd. post de 14 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXVI: A Nossa Foto de Natal 2005

(2) Vd. posts de

19 de Anbril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXIV: Um sobrevivente de Gandembel/Ponte Balana (Idálio Reis, CCAÇ 2317)

18 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXX: Um pesadelo chamado Gandembel/Ponte Balana (Idálio Reis, CCAÇ 2317, 1968/69 )

(3) Vd. post de > 23 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXIII: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto)(4): os azares dos sargentos

(4) Vd. post de 16 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXLIV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (9): a Operação Bola de Fogo