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terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6624: Parabéns a você (122): António Costa, ou Tó Zé, de soldadinho de chumbo a cadete da Academia Militar, de Alferes em Cacine (CART 1692, em 1968/69) a Capitão no Xime (CART 3494, 1972) e Mansabá (CART 3567, 1972/73), cobrindo-se de glória da defesa antiaérea da BA 12, em Bissalanca (BRT AA 3434, 1971/72) (Miguel Pessoa / Tony Levezinho)

Infogravura: Miguel Pessoa (2010). 

1. O António José Pereira da Costa, ou simplesmente António Costa, faz hoje anos. E daqui vai um batalhão de abraços, beijinhos e chicorações. Além disso, a gente pediu a dois amigos para lhe fazerem a devida surpresa. O Miguel, inspiradíssimo como sempre, mandou-nos o boneco que inserimos acima.  O Tony Levezinho, lá do seu exílio dourado de Martinhal, Sagres, também teve o ensejo de lhe dirigir duas palavras amigas, como velho amigo de infância.

O António é um homem discreto e sobre o qual sabemos pouco. Oficial de carreira, estava (e creio que ainda está) à frente da Biblioteca do Exército, em Coimbra. Mas esteve igualmente na Guiné, por duas vezes, e tem aqui no nosso blogue uma série em que ele cultiva o seu humor especial: A Minha Guerra a Petróleo (*). Pedi-lhe há dias para nos mandar mais uns dados curriculares e umas fotos:
"Vais fazer anos e a gente não tem o teu 'cadastro' da Guiné (por onde e quando andaste)... Eu seu que vocês, miliatres de carreira, têm regras muitos rígidas no que diz respeito à identificação de unidades, etc... Vê o que podes mandar, em tempo útil... E fotos ? Um abraço. Luís"

Pois bem, vejam o que se pôde arranjar:

Camarada:  As minhas aventuras guerreiras são modestas. Comecei na CART 1692, na altura já em Cacine, em 16JAN68. Era um operacionalíssimo alferes adjunto do capitão. A maioria do pessoal da CArt era mais velha que eu. Já comecei a descrever a estadia no último quartel da Guiné.

Regressei à capital do Império exactamente um ano depois.  A 25MAI71 embarquei, de novo para "Uma Guiné Melhor",  para me cobrir de glória na desfesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR AA 3434.

A 22JUN72 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime. A 11NOV72 (Dia de S. Martinho) passei à CART 3567, estacionada em Mansabá, que deixei no TO daquela PU em 09AGO73.

Como vês, ao todo, 38 meses. Não gostei. Não voltaria. Foi mesmo "Uma Guerra a Petróleo".

Creio que isto já alimenta o vosso lego, mas se for preciso mais é só perguntar. Não se esmerem muito na homenagem porque eu não mereço...

Um Ab do 
António Costa


Martinhal, Sagres, Vila do Bispo > 11 de Junho de 2010 > O Tony Levezinho, o neto e a Alice Carneiro... Foi uma visita tipo rapidinha que eu e a Alice fizemos ao Tony e à Isabel, no seu exílio dourado no barlavento algarvio (dourado, ou melhor, amarelo e azul, que são as belíssimas cores da sua vivenda junto à praia, no resort do Martinhal)... Deu apenas para matar saudades, beber um café e um digestivo e celebrar a nossa velha amizade que teve a Guiné como berço. Com promessas (e sobretudo ameaças) de lá voltar, com tempo e vagar. (LG)
Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados

 3. Mensagem do Tony Levezinho (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

Meu Caro António Costa (para mim,  o meu amigo Tó Zé de há mais de meio século)

Quão distante vão os tempos em que partilhámos os momentos sobrantes das obrigações escolares, ora a jogar à bola no pátio do prédio em que habitávamos, ora encenando jogos de guerra com os bonecos e as miniaturas, na altura disponíveis para o efeito.

Destas últimas brincadeiras à realidade dos jogos de guerra em que os bonecos viraram homens ( ou será que não viraram?) bastou apenas pouco mais do que uma década. Tu por opção (estava na cara que era mesmo o que gostarias de ser quando "fosses grande"),  eu e a grande maioria de nós, porque a inevitável lógica das coisas, ao tempo reinante, assim o determinava.

Para alguns, não tão poucos quanto isso, a história das suas vidas terminou por aí. Cumpre-nos a nós que por cá vamos ficando não os esquecer.

É minha convicção que uma boa contribuição para tal atitude será sabermos envelhecer, com a alegria de quem vai podendo somar mais um, na companhia dos familiares e amigos.

Certo de que este vai ser o teu estado de espírito no próximo dia 22, aqui te deixo um Grande Abraço e Muitos Parabéns.

Na primeira oportunidade beberemos um copo "À NOSSA"( leia-se: à de Todos Nós)

Tony Levezinho

_______________

Nota de L.G.:

(*)  Vd. último poste da série > 18 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6614: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (3): Gente de Cacoca e outros

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6614: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (3): Gente de Cacoca e outros

1. Mensagem de António José Pereira da Costa*, Coronel, que foi comandante da CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74, com data de 16 de Junho de 2010:

Camarada
Aqui, em anexo, encontrarás a minha terceira tentativa de colaboração. Espero que gostes...

Seguem tambem três fotos para anexares. São duas da Ami - a menina de quem falo - e uma da malta da companhia num dia em que o caçador matou um pangolim. Um espécie de animal pré-histórico que come formigas.

Um Ab. do
António Costa



A Minha Guerra a Petróleo (3)

Gente de Cacoca e Outros


Em 1968, Cacoca era um daqueles lugares onde parecia não haver guerra. Dependente da Companhia sediada em Sangonhá, era um destacamento de nível GCOMB, resumindo-se a uma pequena tabanca com pouco mais de duzentos habitantes. O quartel era um pequeno recinto, quase um quintal, com uma vivenda de alvenaria, tipo colonial, ao centro. Nessa vivenda tinha funcionado uma daquelas lojas que só existiam ou ainda existem em África. Um daqueles estabelecimentos onde era possível comprar livros do Erskine Caldwel ou pregos de meia-galeota; garrafas de vinho verde ou pilhas para lanterna; panos com que as mulheres se cobriam ou tabaco americano que não se encontrava em Lisboa, enfim tudo ou quase tudo...

A loja ou “cantina” pertencera a um comerciante europeu a quem chamavam o Toneca e que, naquela altura, já só tinha estabelecimento em Cacine, onde vivia sem família, encarnando a figura do “lançado” no sertão. Tinha tido mais uma loja em Sangonhá, da qual se desfizera, e outra em Campeane que fora saqueada, logo no início da guerra. O Toneca era um homem só, longe dos seus que, ao que parece, andavam ali por Leiria. Aviava-nos com uma lenta eficácia, desencantando o que lhe pedíamos nas prateleiras junto ao tecto, ou no mais recôndito da arrecadação. Raramente falhava. À noite, a loja era um misto de tasca e café, onde se podia “meter uns copos”, ao balcão, ou tomar ar, em duas ou três mesas colocadas no alpendre. Um daqueles alpendres elevados e altos, tão frequentes, circundando as casas de um só piso. Assim teria sido também a loja de Cacoca que agora era uma instalação multiusos, misto de alojamento para pessoal, posto de socorros, posto de rádio, talvez depósito de géneros... etc., etc... e etc...

Não tenho memória de que tenha sido atacada com armas pesadas ou “ao arame”, com armas ligeiras, embora se situasse a cerca de 2km da fronteira. Nunca mais esquecerei o meu primeiro contacto com essa casa onde, quando entrei para falar com o alferes que comandava o destacamento, se ouvia, num gira-discos a pilhas, o Gianny Morandi a cantar (bem alto) o “Non son degno di te”. A “máquina de fazer barulho” pertencia ao cabo maqueiro que, momentos depois discorria, em voz bastante alta, sobre “Os Operacionais”, como ele, versus os “CêCê-Ésses”, que eram os outros. Via-se claramente que era um operacional pelo modo expedito como remendara um rasgão enorme nos fundilhos das calças do camuflado, recorrendo a um emplastro de adesivo daqueles com orifícios circulares, para a pele respirar... Expedientes de campanha ou o velho “desenrascanço dos portugueses” sempre presente aqui, ali ou em qualquer outro lado.

Quem viesse de Cacine, ao chegar ao “Cruzamento”, virava à direita e seguia paralelamente a uma pista de aterragem de terra batida (pouco operativa, na altura). O terreno era aberto e deixava ver, ao longe, a vivenda, emergindo da tabanca, cujos telhados de capim e cibe formavam uma espécie de arranjo floral de plantas secas à volta de uma flor ainda com viço. À direita e à esquerda a vegetação era densa, com todos os tons do espectro do verde, mas onde surgiam outros tons: de cinzento, de castanho e – para quem olhasse com vagar e detalhe – em salpicos mal semeados, de vermelho e amarelo.

A CArt 1692, à qual eu agora pertencia, guarnecia Cacine, mas antes tinha andado pelo sector de Sangonhá e Cacoca, e o Duarte – alferes da minha companhia, ex-seminarista como outros houve – assegurava que por ali era possível caçar pombos verdes e outras bichezas comestíveis que se manifestavam com certa abundância. A população de Cacoca dava-se bem com os soldados e parecia haver uma certa amizade entre os jovens militares e os habitantes, independentemente das suas idades. Fiquei com a ideia de que a população colaborava na vivência da tropa de modo espontâneo e franco. A actividade operacional resumia-se a garantir a possibilidade de comunicar com a sede da Companhia.

Malta da CART 1692 segura um pangolim abatido

A chegada do General Spínola à Guiné alterou profundamente a condução da guerra e as visitas que realizou a todos os aquartelamentos, por diminutos que fossem, ouvindo os “residentes”, como nunca tinham sido ouvidos, causaram boa impressão, embora constituíssem, para quem expunha os problemas, como que uma espécie de exame prático das soluções adoptadas.

Havia chegado há pouco tempo quando foi a Cacine e eu assisti a uma conversa com o capitão Veiga da Fonseca em que pretendeu saber, naquele sector, quais as posições que deveriam ser abandonadas, se pretendesse recuperar tropa “de quadrícula” para dispor de mais unidades “de intervenção”. O nosso Batalhão – o BArt 1896 – tinha, então, seis Companhias no terreno – Cacine e Cameconde, Sangonhá e Cacoca, Gadamael e Ganturé, Guileje, Mejo e Gadembel e Ponte do Balana (acabados de construir) – e, obviamente, a CCS sediada em Buba. O capitão respondeu-lhe que, para não perder o controlo da estrada para Guileje e depois Mejo, não deveria abandonar nenhuma posição, mas se a ideia era aquela, então que abandonasse Cacoca e Sangonhá. A decisão veio alguns dias depois e passámos a “fazer sector” com a unidade de Gadamael. Os quartéis de Cacoca e Sangonhá foram simplesmente abandonados e a população aceitou bem a decisão (pareceu-me, pelo menos,) e repartiu-se, segundo as suas afinidades e desejos, entre Gadamael e Cacine, o que levou à realização de mais de 30 colunas em 20 dias, com as viaturas ajoujadas de carga e passageiros. Transportámos tudo o que se podia mover. Com os homens, mulheres e crianças, seguiram as mobílias, as roupas e os alimentos, os animais domésticos e até os telhados das casas (capim e as rachas de cibe). Uma autêntica migração realizada prioritariamente para Cacine, onde havia mais recursos, espaço e melhor protecção contra as actividades dos guerrilheiros.

Num daqueles dias, a coluna estava a organizar-se em Cacoca. As viaturas, colocadas paralelamente à pista e já viradas para rolarem em direcção ao “cruzamento”. Por cima das bagagens amontoadas nas caixas de carga, as famílias procuravam concentrar-se e instalar-se o mais comodamente que fosse possível. Quando já não houvesse mais ninguém para subir para as viaturas de carga, eu daria o sinal de partida. Naqueles últimos minutos, distraía-me a olhar a paisagem, à qual um dia sem sol parecia querer diminuir a beleza. A atmosfera, húmida e carregada de tons de cinzento, deixava prever que a chuva tropical não tardaria a chegar. Estávamos sentenciados a chegar a Cacine encharcados, mesmo que nos apressássemos a partir. Senti, então, um toque no braço. Quando me virei para ver quem era, ela disse:

- Meimuna, pariu um fio qui tin dez dia. Quer pa nossalfere arranja mim lugar sintada.

Transportava nos braços, com grande cuidado, um enrolamento de mantas que deveria conter qualquer coisa de precioso. Eu não vi o que fosse, mesmo quando mo emprestou, por alguns segundos. Acompanhei-a ao Unimog onde eu iria e ajudei-a a subir para o lugar ao lado do condutor. Encostei o embrulho ao peito e ela apoiou-se com dificuldade naquela espécie de degrau circular que a roda da viatura tinha, depois no próprio pneu, usando o meu ombro como corrimão. Sentou-se no banco de lona e eu passei-lhe o pacote que deixou calor no meu peito. Ali perto, um grupo de homens – dos grandes – assistiu à cena e eu, ainda hoje, rendo homenagem àquela mulher que fez valer os seus direitos de mãe, mesmo sem o apoio daquele grupo de “respeitáveis”.

Fiz a coluna em pé entre a Meimuna e o “Alcochete” o condutor. Nesse dia choveu bastante durante o percurso e chegámos a Cacine molhados “até aos ossos”. Vim depois a saber que era a mulher de Alfa Bá, caçador muito hábil, que abastecia de carnes a CArt 1692.

Pertenciam a uma família curiosa, em parte já residente em Cacine. Eram voluntariosos e activos, mas não se empregavam em nenhuma actividade relacionada com a guerra. A essa família estava também ligado o ferreiro de Cacoca. Era um hemiplégico. Arrastava-se pelo chão, vestindo uma espécie de calções de cabedal donde lhe emergiam as pernas finíssimas, e sentado numa almofada também de cabedal. Da cintura para cima tinha o físico clássico de um ferreiro. À sua volta, funcionalmente dispersas pelo chão, as ferramentas de que necessitava e a fornalha engenhosamente montada no chão. Assim podia acendê-la, atiçá-la e alimentá-la, quando necessário, graças a um fole também apoiado no solo. A bigorna estava cravada no chão, a pouco mais de um palmo de altura e nem abanava quando a utilizava. Aquele homem era um exemplo de tenacidade. Lembro-me de o ver a trabalhar sob um telheiro de colmo e, o que mais me admirava era a certeza dos seus movimentos, que eu não supunha possíveis para quem trabalhava numas condições tão invulgares. Contudo, a adaptação das ferramentas que utilizava à sua condição deficiente – como hoje diríamos – não ia muito além dos cabos dos malhos que eram um pouco maiores do que o habitual.

A essa família pertencia um alfaiate já residente em Cacine, antes da “migração de Cacoca” cuja mulher tinha uma profissão muito vulgar, naquele tempo: lavadeira da tropa. Sei de casos em que esta profissão de tempo de guerra foi considerada uma forma de colaboracionismo. É discutível e jamais alguém conseguirá dizer onde termina a simples luta pelo pão-de-cada-dia (e mais ainda em tempo de crise ou guerra) e onde começa e o que era, naquelas circunstâncias, o colaboracionismo. E muito mais “numa luta em que uma parte da população enfrenta as autoridades de direito ou de facto constituídas”. O marido sofreu um contratempo grave e não sei que marcas lhe terá deixado. Por volta de Março ou Abril de 1968, começámos a abrir à esquerda da estrada, como quem vai para Cameconde, uma área desmatada, com cerca de 50 metros de largura destinada a evitar que o inimigo conseguisse instalar-se a curta distância da estrada. Já tinha havido e voltou a haver, depois da nossa saída, emboscadas às colunas que iam de Cacine a Cameconde. Aqueles 8 quilómetros de estrada eram diariamente percorridos: todas as manhãs e nos dois sentidos, por um pelotão de milícia, e pela coluna auto que saía e retornava a Cacine, sem horários marcados. A população colaborava diariamente, com mais ou menos vontade, nos trabalhos de desmatação com o objectivo de criar uma área de terreno cultivável e sob a vigilância de um grupo de combate, lá ia, formada em linha, cortando e abatendo tudo o que fosse vegetação. Num desses dias de trabalho, o alfaiate afastou-se do grupo de capinadores e, sem dizer nada a ninguém, internou-se no mato. Tanto bastou para que o “Lameiras” lhe caísse em cima e o prendesse por suspeita de ir contactar com alguém. Em vão protestou que apenas ia ariau u cauça (arriar as calças) mas, de pouco lhe valeu. As coisas teriam ficado por ali não fosse a presença em Cacine de um inspector da PIDE que, no terreno, pretendia colher informações que pudessem orientar as acções da 5.ª de Comandos e da CArt na tentativa de combater o inimigo. É que, nesse tempo – passados cinco anos sobre o início da guerra – e naquela zona, os campos já estavam divididos e quem apoiava o PAIGC, mesmo residindo em Cacine, fazia-o platonicamente ou de um modo muito clandestino e quem preferia a tropa já renunciara a contactos mesmo com os amigos ou conhecidos que tinham optado de modo diferente. Por conseguinte, era muito complicado obter informações. O inspector tinha muito tempo de África e, ao que parece, vinha de S. Tomé, o que não era um cartão de visita muito abonatório. Num grupo de cinco militares onde me inclui, fomos, um dia à tarde prender o alfaiate. Fiquei no exterior da casa atento a uma possível fuga, dele ou de alguém que com ele estivesse, enquanto três entravam e o outro passava para as traseiras. Enfim, tudo como mandavam os livros. Estava concentrado no que se ia passando e, subitamente ouvi uma restolhada, como se alguém mexesse em palhas. Virei-me e apontei a arma na direcção do ruído. Era uma criança que arrastava uma esteira. Uma menina linda que não devia ter mais de quatro anos. A partir daí ficou a temer-me e não o escondia, mesmo quando eu falava com alguém da família dela, quer fosse o alfaiate, a mulher dele, o Alfa ou outra pessoa. Era a Ami Silá de quem guardo uma fotografia e que nunca me perdoou a arma que lhe apontei.

A pequena Ami Silá

O alfaiate foi interrogado pelo PIDE e torturado no posto administrativo, quase em público, com um cipaio que lhe dava reguadas nas mãos com uma “menina-de-cinco-olhos”, como havia nas escolas desse tempo, mas esta tinha uns dois centímetros de espessura. Depois ficava de mãos no ar enquanto respondia às perguntas que lhe eram feitas. Não tinha grande coisa ou nada mesmo a dizer. Por isso voltava a apanhar e a ficar com as mãos no ar. Os resultados foram desanimadores e o homem da PIDE acabou por desistir. Terá continuado as suas investigações por outras vias e acabou por fazer uma descoberta sensacional e que surpreendeu toda a gente: o bazookeiro do 4.º Pelotão negociava em fotografias pornográficas. Quem diria?

O mais insólito sucedeu no dia em que fomos atacados da ponta Cabascane. Devido às suas luzes, Cacine referenciava-se bem de longe e os serventes do PAIGC estavam inspirados, naquele fim de tarde. Por isso, algumas morteiradas caíram dentro do quartel. A flagelação teve lugar imediatamente antes do jantar, na altura em que, na varanda da vivenda que servia de messe, estávamos a apanhar fresco e beber um aperitivo. Cada um fugiu para o seu sítio e o gravador Akai do capitão continuou a tocar indiferente à flagelação. Era um gravador de fitas, com duas colunas grandes que davam um som óptimo (para o tempo). A mesa onde comíamos estava colocada a um canto da casa (um sítio bastante seguro) e o PIDE, sem lugar definido em caso de ataque, acabou por entrar em casa e esconder-se debaixo da mesa. Dali gritava para que alguém lhe “apagasse a música”. Porém, ninguém voltou atrás para essa tarefa. Depois do ataque, ao jantar, explicava que “não se deve brincar com a providência” e que aquela música, no meio das explosões, o enervara sobremaneira. Daí a sua respiração ainda resfolegante...

As casas para a população de Cacoca e Sangonhá foram construídas, na área da antiga “Missão do Sono”, então desactivada pela erradicação da doença. O auxílio muito empenhado do pessoal da companhia foi essencial e foi a primeira vez que vi casas cuja construção começou pelo telhado. Tudo começava com a construção de uma estrutura que suportava o telhado. Depois, este ia sendo construído e coberto de capim. Por fim, eram as paredes que resultavam de um espécie de rede de paus mais curtos e espetados no solo que faziam ângulos de rectos com outros mais compridos dispostos na horizontal. No recticulado que assim se formava iam sendo colocadas, pela face interior, “chapadas” de lama que, secando, iam constituindo as paredes das habitações**.


O quartel de Cacoca ficou incluído no nosso sector e, de vez em quando íamos para aqueles lados. Até para que o In não o tomasse como seu. Como era um ponto bem marcado no terreno e observável desde “o cruzamento” utilizámo-lo uma vez numa regulação de precisão de fogos de artilharia, com observação terrestre. Como observador avançado, instalado numa árvore, eu ia transmitindo as observações e tinha ordem para suspender o tiro logo que fossem visíveis efeitos no alvo. Assim ao primeiro tiro que atingiu o objectivo, dei a regulação por terminada. Não sei como é que a guerra continuou a passar por ali, mas já vi o estado da região, no “google”, e fico feliz por aquela terra ter voltado a ser ocupada.

Que será feito da “cantina” do Toneca?
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 24 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6462: Humor de caserna (19): Nha Carlota, uma mulher de armas (António J. Pereira da Costa)

(**) Vd. poste de2 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3013: Reordenamentos (1): Gadamael, o primeiro, na sequência da retirada de Sangonhá e Cacoca em meados de 1968 (António J. Pereira da Costa) 

Vd. último poste da série de 12 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5803: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (2): Os guias e picadores, mandingas, do Xime, Malan e Mancaman: duas maneiras diferentes de ser e de estar na guerra...

sábado, 16 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4358: Em busca de... (73): Camaradas das seguintes Unidades: BAC1, CART 1692, CART 1427, 1966/68 (Tony Grilo)

Publicamos mais um apelo “Em busca de..”, desta vez proveniente de um camarada nosso que se encontra por motivos profissionais nos E.U. América, e que, segundo o próprio indica, regressará em breve a Portugal. 
Com os nossos desejos de um bom regresso:

Amigos e camaradas, 
Um forte abraço para toda a rapaziada da Tertúlia e desejos de muita saúde.

Queria pedir-vos um grande favor, pois há 41 anos que procuro reencontrar 3 bons camaradas, que estiveram comigo na Guiné, nos anos1966 a 1968, cujos nomes a seguir menciono:

- Victor Soares Carneiro, era 1º Cabo Apontador de obus de 8,8 cm, pertenceu à B.A.C.1 em Bissau no Q.G. e era de Vila Nova de Gaia;

- Victor Anjas, era Soldado Condutor da CART 1692, encontrava-se em Cacine, também nos anos 1966/68 e era do Beato, em Lisboa;

- António Fernando Pratas, estava em Cabedu na CCAÇ 1427, idem nos mesmos anos.

Se houver alguém que saiba algum indício sobre estes camaradas, agradecia imenso que me informassem.

Ate breve, pois regresso a Portugal no dia 28 Maio próximo. 
Amigos e camaradas da nossa Tertúlia, muito obrigado e um grande abraço. 
Tony Grilo
 _________

Nota do editor

Vd. poste anterior 6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4292: Em busca de... (72): BCAÇ 4615 (Teixeira Pinto 1973/74) (Francisco Teixeira)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3367: Em busca de... (48): Resultado das pesquisas efectuadas em busca de referências de António Andrade Júnior, CART 1692 (1967/69)

1. No dia 26 de Outubro o nosso amigo Gonçalo Andrade, mandava-nos uma mensagem (*) com o seguinte apelo:

Amigo Luis Graça,
O meu pai foi combatente na Guiné (Cameconde), aproximadamente entre 03/1967 e 03/1969.
Infelizmente, o mesmo faleceu, vítima de acidente de viação em 1979 (tinha eu 8 anos) e a minha mãe também faleceu em 1983 (eu com 12 anos) igualmente de acidente automóvel.
Desta forma, não tenho quem me dê informações ou referências e ando em busca das origens.

Pelo referido, excepto as datas e algumas fotografias, nada mais sei, nem nome/número da Companhia, nem ramo das forças armadas a que pertenceu.
Gostava de obter informações a seu respeito, fotografias e filmes onde aparecesse e de saber se a sua Companhia se organiza em confraternizações.

O seu nome era António Andrade Júnior e era natural de Estremoz, nascido em 1945.
Em busca que fiz na Net dei com o seu blogue.

Assim pergunto se me pode auxiliar com informações ou indicando a quem me possa dirigir (particular ou entidade oficial).

Anexo 9 fotos do meu pai e camaradas, no sentido de auxiliar a identificar.

Um abraço
gonçalo andrade
goncalo.andrade@netcabo.pt

2. No dia 26 o Coronel Nuno Rubim comunicava o resultado das primeiras investigações que levou a efeito.


Caro Luís
Os dados que consegui obter (ainda não terminei o levantamento da nossa OB na Guiné 1961-1974, mais uns tempos... pois estou simultaneamente a trabalhar a do PAIGC, a logística e o armamento geral de ambos os lados):

A sede de Subsector era em Cacine, mas como se pode verificar abaixo foi temporáriamente transferida para Cameconde.


Unidades em Cameconde :

- CCaç 799, Dez66 até 05 Jun67 (passa a Comando do Subsector de Companhia)
- CArt 1692, 01Ago67 até 28Dez68
- 2 Pel/CCaç 2445, 01Dez68 até 04Mai70 (Comando do Subsector novamente sediado em Cacine)

Um abraço
Nuno Rubim

3. E, horas mais tarde, Nuno Rubim dava mais uma achega:

Luís
Reparei agora melhor nas fotos e o aquartelamento é o de Cacoca, e há portanto uma desinscronização, como dizia o saudoso António Silva... Cacoca foi de facto ocupado desde 25Jun64, sendo desactivado em 29Jul69, tal como Sangonhá, sede do Subsector (um dos tais mistérios que até hoje ainda não consegui perceber...)
Nuno Rubim

4. Ainda no dia 26, o nosso tertuliano Coronel António José Pereira da Costa referia, dirigindo-se ao Gonçalo:


Creio que estive com o seu pai na Guiné. Estive em Cacine/Cameconde, no Sul da Guiné durante todo o ano de 1968. Veja se consegue confirmar-me o número da Unidade do seu pai. Seria a CART 1692 - SPM 4248?
Esta unidade esteve em Sangonhá e Cacoca, antes de se mudar para Cacine e Cameconde.

Um Ab



5. No dia 27 o nosso camarada José Martins dava os primeiros sinais de colaboração:

Bom dia Camaradas e meu novo FILHO.
Para o Gonçalo, começo por enaltecer a sua atitude de procurar as origens. Chamo-te filho porque defendo que OS FILHOS DOS NOSSOS CAMARADAS, NOSSOS FILHOS SÃO.

Hoje mesmo vou proceder à pesquisa que se impõe.

Para os camaradas um bom início de semana e
Aquele abraço, sempre forte.
José Martins

6. No mesmo dia 27 o Coronel Nuno Rubim dava mais esta informação

Luís
Este assunto tem andado enguiçado! Cacoca e Sangonhá foram desactivados em 29Jul68 e não de 1969, como ontem escrevi.
Nuno Rubim

7. Ainda no dia 27, o nosso camarada Arménio Vitória, mandava a sua colaboração:

Caro amigo
A Companhia a que eu pertencia, a Companhia de Caçadores 799, esteve em Cacine/Cameconde (Cameconde era um destacamento permanente da Companhia que tinha a sede em Cacine) no período 1965 a Janeiro de 1967. Pode parecer portanto que a Companhia que integrava o seu pai seja a que foi substituir a minha a Cacine.

No entanto há nas fotografias que anexa uma incongruência relativamente a esta hipótese: Cacoca, nome perfeitamente referenciado nas fotografias, não pertencia à Companhia de Cacine; era um aquartelamento (Companhia?) próximo de Cameconde. Julgo recordar-me de ter feito escoltas a mantimentos descarregados no rio Cacine e que se destinavam a Cacoca.
No entanto tenho uma vaga ideia que a Companhia que foi substituir a minha em Cacine/Cameconde teve muito má sorte já que o IN (Nino Vieira) terá aproveitado a sua inexperiência e outras características específicas para atacar fortemente e as coisas terão corrido muito mal, o que terá motivado alterações substanciais - substituição da Companhia? - que, se assim foi pode ter sido transferida para Cacoca.
No entanto, como verifica, estou a escrever com enorme cuidado pois as coisas poderão não ter sido exactamente assim.

Vou tentar saber mais alguma coisa e depois dir-lhe-ei.

Abraço
AV

8. Hoje publicamos os resultados da pesquisa do José Martins

Bom dia
Aqui vai o que consegui encontar
Localizei a unidade. Um blogue. Um contacto

Espero que o Gonçalo realize o seu desejo: Encontar amigos do seu pai e conseguir encontar uma ligação com o passado.

Um abraço
José Martins



Companhia de Artilharia n.º 1692
Pertenceu ao Batalhão de Artilharia 1914

Foi mobilizado na Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 – Lisboa

Da Unidade faziam parte as seguintes Companhias:

Companhia de Comando e Serviços
Companhia de Artilharia n.º 1690
Companhia de Artilharia n.º 1691
Companhia de Artilharia n.º 1692

Partida: Embarque em 08 de Abril de 1967 / Desembarque em 13 de Abril de 1967
Regresso: Embarque em 03 de Março de 1969

Comandante da Companhia: Capitão de Artilharia José João de Sousa Veiga Fonseca

Divisa: Sem temor

A CART 1692 assumiu, em 16 de Abril de 1967, a responsabilidade do Subsector de Sangonhá, com um Pelotão destacado em Cacoca, ficando integrada no dispositivo e manobra do BART 1896 e de pois do BCAÇ 2834.

Em 1 de Agosto de 1967, foi rendida por troca com a CCAÇ 1620, assumindo a responsabilidade do Subsector de Cameconde, com dois Pelotões destacados em Cacine, no mesmo sector.

Em 28 de Dezembro de 1968, foi rendida em Cacine e Cameconde pela CCAÇ 2445 e foi transferida para Bissau, a fim de reforçar o dispositivo do BCAÇ 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área, permanecendo nesta situação até ao seu embarque de regresso.

História da Unidade – Caixa n.º 81 – 2.ª Divisão – 4.ª Secção do Arquivo Histórico Militar

Nota: Em Cameconde era reforçada por elementos da Companhia de Milícia n.º 21.

O BARTT 1914 tem blogue – bart1914.blogspot.com

Possível contacto: José Costa (**)- jpcovr@sapo.pt – Pertenceu à CCS

José Martins


9. Finalmente deixamos a reacção do nosso amigo Gonçalo Andrade:

Caros Amigos,
Independentemente do sucesso desta minha demanda, quer na identificação da Companhia quer no encontrar camaradas do meu pai, quero apenas agradecer a todos, com todo o coração, tamanho interesse,disponibilidade, amizade e espirito.

É particularmente especial este momento, no dia de hoje, que representa o 25.º aniversário em que perdi a mãe. Continuo a tentar reunir toda a informação e documentação que possa ajudar e, com os novos dados, voltarei a ver todas as fotografias.

Sei que o meu pai pertenceu à Liga dos Combatentes, sócio 66889.
Não sei se existe algum arquivo oficial onde conste o nome dos combatentes.

Um Grande Bem Haja a Todos Vós!!!
gonçalo andrade
91 806 19 71

10. Comentário de CV

Mais uma vez foi notória a reacção dos tertulianos do nosso Blogue e os resultados demonstram quão valiosa foi a colaboração prestada.

O Gonçalo ficou aqui com alguns elementos que o vão ajudar.

Aproveito para também deixar mais dois contactos que recolhi na página do nosso camarada Jorge Santos, no seu Ponto de Encontro:

Do BART 1914 - Domingos Monteiro, telefs 244 771 895 e 916 100 894
Da CART 1692 - Armando Marques, telef 916 100 894

Agradeço aos nossos camaradas a colaboração prestada e ao Gonçalo desejo os maiores êxitos na procura de camaradas de seu pai.

Participe nos encontros que se venham a realizar, quer ao nível de Batalhão quer ao nível de Companhia e verá quão saudável é o companheirismo desta geração, irmanada por um passado de guerra, onde hipotecaram alguns anos da sua juventude.

Receba um paternal abraço da tertúlia.

Carlos Vinhal
Co-editor
____________

Notas de CV

(*) Vd. poste de 26 de Outubro de 2008 Guiné 63/74 - P3360: Em busca de... (47): Referências a meu pai, António Andrade Júnior, Cameconde, 1967/69 (Gonçalo Andrade)

(**) Como o mundo é pequeno, a este Batalhão pertence o nosso novo tertuliano José Costa, famoso por ao fim de cerca de 40 anos encontrar a sua madrinha de guerra.

Vd. postes de

20 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3334: História de Vida (17): O Costa e a Madrinha de Guerra (José Martins)

23 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3348: Tabanca Grande (93): José Pinho da Costa, ex-1.º Cabo Op Mensagens da CCS/BART 1914, Guiné, 1967/69

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3013: Reordenamentos Populacionais (1): Gadamael, o primeiro, na sequência da retirada de Sangonhá e Cacoca em meados de 1968 (António J. Pereira da Costa)








Guiné >Região de Tombali > Gadamael - Porto > 1968 > A construção do primeiro reordenamento do CTIG, na opinião do Cor Art António J Pereira da Costa.


Fotos: © António José Pereira da Costa (2008). Direitos reservados.





Guiné >Região de Tombali > Gadamael - Porto > s/d > Tabanca, reordenada pelas NT.

Foto: Autores desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual. Gentileza de: © AD -Acção para o Desenvolvimento (2007).







Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Por aqui passou a CART 1692... Esta tosca placa, em cimento, diz-nos que em dois dias, de 16 a 18 de Abril de 1968, foi construído este abrigo, em tempo seguramente recorde, a avaliar pelas "60 bebedeiras neste 'priúdo'... TRABALHO RÁPIDO" (sic).

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem do Cor Art António José Pereira da Costa:


Em Maio/Junho de 1968, o Gen Spínola [, então ainda brigadeiro, ] determinou o abandono dos quartéis de Sangonhá (1) e Cacoca. Houve que transportar, para Gadamael e Cacine, a população que ali residia e que, em Cacine, ficou instalada na antiga Missão do Sono que agora já não existia, visto que a doença estava erradicada.

Foram feitas mais de 30 colunas em pouco mais de 15 dias. À chegada foi necessário construir as casas com o auxílio do pessoal da CART 1692 (2). Pela sequência das fotos é possível ver que se podem construir casas a partir do telhado. A qualidade das fotos não será a melhor, mas este poderá ter sido o primeiro Reordenamento da Guiné (3).

Julgo que terá interesse para o blogue.

Um Abraço do

António Costa

_______

Notas de L.G.:

(1) Sobre Sangonhá , vd. postes de:

23 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2574: Estórias de Guileje (9): O massacre de Sangonhá, pela Força Aérea, em 6 de Janeiro de 1969 (José Rocha)

25 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2579: Álbum Fotográfico do Hugo Moura Ferreira (3): Em Sangonhá, a sul de Gadamael, com a CCAÇ 1612 (1968)


(2) Na página do Jorge Santos, encontrei referência a um encontro da CART 1672 (1967/69). Elemento de contacto: Armando Marques > Telemóvel: 939 823 397


(3) Sobre a política de reordenamentos, vd. os seguintes postes:


12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2100: A Política da Guiné Melhor: os reordenamentos das populações (1) (A. Marques Lopes / António Pimentel)

16 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2108: A Política da Guiné Melhor: os reordenamentos das populações (2) (A. Marques Lopes / António Pimentel)


Vd. também sobre o reordenamento de Nhabijões (Sector L1, Bambadinca):

22 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCII: O reordenamento de Nhabijões (1969/70) (Luís Moreira)

23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCV: 1 morto e 6 feridos graves aos 20 meses (CCAÇ 12, Janeiro de 1971)(Luís Graça)

23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCIX: Luís Moreira, de alferes sapador a professor de matemática (Luís Graça)

28 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXCIV: Nhabijões: quando um balanta a menos era um turra a menos (Luís Graça)