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domingo, 28 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6061: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (5): A mina A/P que estropiou o Vasconcelos na estrada para Cambajú

1. Mais um texto, singelo mas comovente,  do José Cortes, que vive em Coimbra (*):


Data: 7 de Março de 2010

Assunto: Narrativas de Fajonquito

Como prometi na minha entrada para a tertúlia, aqui vai a narrativa de um acontecimento, durante a comissão na Guiné.

A mina que estropiou o Vasconcelos.

Estamos em Outubro de 1972, mais ou menos 6 meses de comissão, dia 12 ou 13.

Ao fim da tarde daquele dia, três viaturas civis estão estacionadas na parada do aquartelamento, junto ao parque auto, a carregar pessoal. Como sabes,  a lotação das viaturas era mais que lotada.

Partiram logo de seguida com destino ao Senegal,  via nosso destacamento de Cambajú, que ficava junto á fronteira.

Passado pouco tempo de terem partido, talvez uma hora, ouvimos rebentamentos. Contactados os destacamentos, Cambajú dizia que era na estrada de acesso ao destacamento, mas que não havia NT no local.

Informamos que iam a caminho três viaturas civis com destino ao Senegal.

Saiu o grupo do furriel Deus, e ao chegar à picada,  o que demorou algum tempo pois tiveram que cumprir as normas de segurança entre as quais picar a estrada, depararam com as três viaturas incendiadas dentro do mato e com os civis alguns mortos e outros feridos,  principalmente queimados. Foram atacados a roquetada.

Foram levados para o destacamento e foi pedida a evacuação dos feridos.

A evacuação só podia ser feita no dia seguinte pois entretanto escureceu e os helis não voavam de noite.

No dia seguinte logo cedo é formada uma coluna de apoio ao destacamento, tanto para reabastecimento como para ajudar a cuidar dos feridos civis.

A coluna partiu, e a partir da Bolanha de Nhacra, começa-se a pôr em prática os processos de segurança entre os quais a picagem da estrada. A velocidade da coluna é reduzida e avançamos a passo de caracol, como era necessário.

Eu seguia na Mercedes,  uma viatura pesada de carga,  que transportava colchões para os civis que não precisavam de evacuação mas ficavam no destacamento para serem tratados. E outros artigos de reabastecimento. A meu lado seguia o condutor,  salvo erro era o Celestino, apoiado no guarda lamas e em cima do pára-choques ia o Vasconcelos,  soldado mecânico,  que era a primeira vez que saía do aquartelamento.

Como a velocidade das viaturas era reduzida devido à picagem, e a segurança até ao local do acidente no sentido Cambajú - Fajonquito estava feita pelo pessoal do destacamento, quando nos aproximamos do local onde as viaturas tinham sido atacadas, a coluna parou, para que a segurança que estava na estrada seguisse nas viaturas para o destacamento e deixávmos os nossos na estrada.

O Vasconcelos,  pela sua inexperiência, mal viu as viaturas queimadas,  saltou do pára choques da Mercedes, para ir ver as viaturas que estavam dentro da mata aí uns 20-30 metros. Ao dar os primeiros passos,.  ouviu-se um rebentamento... Tudo no chão... Quando o pó começou a assentar,  os gritos do Vasconcelos quebram o silêncio que entretanto se estabeleceu pelo susto. O Vasconcelos tinha pisado uma mina A/P que estava colocada no trilho de acesso às viaturas civis.

A experiência do comandante do pelotão de milícia de Cambajú,  e talvez não só, não se safou de ser apontado como sabedor da localização das minas, tal foi a rapidez com que detectou a segunda mina e procedeu ao seu levantamento.

Depois de levantada a mina,  fomos buscar o Vasconcelos que não parava de gritar. A sua perna direita tinha desaparecido até á coxa, o fémur estava sem carne até ao joelho e a sua perna esquerda tinha fractura exposta do perónio e no joelho.

Colocado o Vasconcelos num colchão dos que vinham na viatura, a mesma partiu em direcção ao destacamento, onde tinha acabado de chegar heli que ia fazer a evacuação dos civis feridos no ataque do dia anterior.

No destacamento foi outra guerra,  porque os civis não queriam deixar que o nosso homem fosse evacuado e eles não. Os ferido mais graves acompanharam o Vasconcelos e os mais ligeiros ficaram, mas foi preciso o furriel Deus impor a sua autoridade de arma em punho.

Isto passou-se salvo erro (pelo dia) no dia 14 de  Outubro de 1972. Nunca mais soubemos nada do Vasconcelos.

Em Novembro de 1998, 26 anos depois, ouvi na Rádio Renascença uma mensagem onde só apanhei a palavra Deixóspoisar, liguei para a RR onde me foi dado o contacto de quem tinha deixado a mensagem. Quando liguei e do outro lado me responderam que quem falava era o Vasconcelos,  as lágrimas caíram pela cara abaixo,  a minha mulher de volta de mim a perguntar o que era, eu sem poder falar, tal era a emoção de estar a falar com a pessoa que eu nunca mais pensava encontrar. No fim de semana seguinte o Vasconcelos almoçou em minha casa comigo,  começamos a trocar alguns contactos que tínhamos e a partir daí os encontros da companhia fizeram-se anualmente, coisa que nunca tinha acontecido nos 27 anos antes.

Pronto,  esta foi uma das ocorrências em que estive envolvido, depois hão-de seguir outras.

Um abraço, José Cortes

2. No mesmo dia o José mandou a seguinte mensagem do seu camarada José Bebiano, com conhecimento ao nosso blogue:



Caro amigo José Bebiano: Espero não te maçar com os meus emails,  nem sei se queres recordar os tempos da Guiné.

 Queria-te perguntar se te lembras de um furriel da companhia 2742, que era de Coimbra.  Só o conheco lá e mesmo assim falámos pucas vezes, porque eu andava a ser enganado pelo sargento que a companhia tinha,.  do material de guerra. Entregou-me listas com armas que já não existiam e depois vi-me enrascado para me safar no fim da comissão. Valeu-me um sargento ajudante do Batalhão do Serviço de Material, que era pai do nosso alferes Filipe.

 Caso te lembres do nome do Furriel, que salvo erro se chamava Borges mas não tenho a certeza, agradecia pode ser que o encontre por cá. 

Já agora ainda não te disse mas eu sou de Coimbra,  nascido e criado. Sou funcionáriodo SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), faço serviço já vinte e seis anos, como técnico de manutenção nos Hospitais da Universidade de Coimbra, ainda estou no activo pelo menos mais dois anos não quero ir já para casa. Tenho dois filhos, uma com 34 anos e um com 32 anos e um neto de cada um, que são a alegria dos avós. 

domingo, 7 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5946: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (2): Evocando o Sold Almeida e o Fur Alcino, da CART 2742, que morreram, mais o Cap Figueiredo e o Alf Félix, na tragédia do domingo de Páscoa de 1972


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito [, mapa de Colina do Norte] > Dois furriéis, o Alcino (da CART 2742, morto em 2/4/1972) e o Bebiano, de Informações & Operações, que esteve com o José Cortes ainda uns meses em Fajonquito. A CART 2742 pertencia ao BART 2920 (Bafatá, 1970/72).

Foto: © José Bebiano (2010). Direitos reservados

1. Mensagem, com data de hoje,  do José Cortes, ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito, 1972/74:

 Luís,  esta foi a resposta do José Bebiano (*). Na foto que ele me envia,  o camarada de bigode  era o furriel Alcino que morreu na tragédia (**).

2. Texto do José Bebiano, com data de 5 do corrente

 Assunto: Fajonquito

Boa noite.

José Cortes: O tempo passa e a tua imagem passou? Pouco tempo estive convosco [ CCAÇ 3549]. Lembro-me bem do Cap Patrocínio.

A história do soldado Almeida, ex-comando,  e que com uma granada na mão matou-se e matou 1 cap + 1 alferes + 1 furriel... Eu, na altura do acidente estava em Lisboa.

Qual a razão para tal atitude? Pelo que me disseram, queria permanecer na Guiné e com uma granada na mão foi pedir para que não o enviassem para a Metrópole (?!)... Passou-se completamente.
Vou enviar uma foto com o falecido Alcino e com o Bebiano. A foto foi tirada em 26 Out 1971. Ainda por lá fiquei mais um  ano.

Cumprimentos
P.S. - Estou reformado/aposentado desde 30 de Novembro. Ex-professor de Educação  Física em Moura.

José Bebiano
3. Comentário de L.G.:
Aproveito o ensejo para agradecer a colaboração do José Bebiano e convidá-lo a integrar a nossa Tabanca Grande. Já agora, gostava de saber se ele vive em Mourta, onde trabalhou como professor. No dia 10 de Abril de 2010, vai realizar-se em Moura uma pequena homenagem aos camaradas do concelho que morreram, no total de 29, durante a guerra colonial.

____________

Notas de L.G.:

(...) Mortos, em 2/4/1972, [da CART 2742, Fajonquito, 1970/72], por acidente (sic), constam os seguintes nomes, na lista dos Mortos do Ultramar da Liga dos Combatentes:

- Alcino Franco Jorge da Silva, Fur


- Carlos Borges de Figueiredo, Cap


- José Fernando Rodrigues Félix, Alf


- Pedro José Aleixo de Almeida, Sold (...)

Guiné 63/74 - P5942: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (1): Ao José Bebiano, ex-Fur Mil Pel Rec Inf

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (1972/74) > O Fur Mil José Cortes no bar...


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (1972/74) >  Furriéis milicianos confraternizando no bar...

Fotos: © José Cortes (2010). Direitos reservados



1. Mensagem do nosso camarada José Cortes [, foto actual, à esquerda,] ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito, 1972/74 (*), com data de ontem, enviado ao seu camarada José Bebiano, com conhecimento ao editor do blogue, Luís Graça


Caro José Bebiano: Fico muito contente por responderes ao meu mail.

É natural que não te lembres de mim, pois os anos já são muitos que nos separam desse tempo, eu não me esqueci, até porque o camarada que te rendeu, o Reis, quando viemos embora no fim da comissão, em 15 de Junho de 1974, ele ainda ficou com a companhia que nos rendeu. Viemos a saber depois que morreu lá com o paludismo, soubemos através da familia dele. Ele era de Fátima (até o tratávamos por Fatinha) e na busca de camaradas para organizarmos o encontro da companhia em 1999, soubemos que ele tinh falecido lá.

O cap Patrocínio,[comandante da nossa CCÇ 3549,] faleceu em Dezembro de 2008, em Mafra de onde era natural.

Saíu da companhia,  salvo erro no início de 1973, foi transferido para Mansoa, para a C CAÇ 15, juntamente com o primreiro sargento Canavarro, que ainda é vivo, vive em Chaves.


O vague-mestre da companhia é vereador da Câmara de Campomaior, Georgino Pina.

Se estiveres interessado,  contar-te-ei mais coisa sobre o que se passou depois.

Envio-te duas fotos daquele tempo. São as duas do nosso bar: a primeira sou eu bem mais magro;  a segunda é a malta que deixaste num daqueles momentos de copos, em primeiro plano está o falecido Reis (Fatinha)

Um abraço.

_____________

Nota de L.G.:

(*) Vd.poste de 6 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5938: A tragédia de Fajonquito ou as amêndoas, vermelhas de sangue, do domingo de Páscoa de 2 de Abril de 1972 (José Cortes / Luís Graça)

sábado, 6 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5938: A tragédia de Fajonquito ou as amêndoas, vermelhas de sangue, do domingo de Páscoa de 2 de Abril de 1972 (José Cortes / Luís Graça)


1. Mensagem do nosso camarada José Cortes [foto atual, à esquerda,] ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito, 1972/74 (*), com data de ontem, enviado ao seu camarada José Bebiano (**), com conhecimento ao editor do blogue, Luís Graça

Caro amigo

Ao ler, na Tabanca Grande, o teu comentário à história do Cherno Baldé, tive a alegria de ver o teu nome no fim do mesmo.

Pois por teres um nome um pouco fora do vulgar, é mais dificil de esquecer, mas a tua fisionomia de careca, ou com pouco cabelo, nunca mais esqueci.

Bem, eu sou José Cortes, ex-Furriel da CCAÇ 3549, e tinha na companhia a função de sargento de material.. Estava no gabinete junto com o Furriel Vague Mestre Pina e o Furriel de Transmissões Farraia.

Ainda hoje falei com o Luis Graça sobre o que aconteceu ao Cap Carlos Figueiredo da companhia de Artilharia que nós fomos render, mas como é obvio não sei as razões que levaram o soldado a fazer o que fez. Talvez hoje consigas tu contar o que se passou.

Não sei se te lembras de mim. Mas, caso estejas interessado, gostaria de te contar o que foi a vida da Companhia depois de saires e de te dizer o que aconteceu ao teu substituto.

Para já fico por aqui, conto mais tarde podermos falar sobre tudo.

Um abraço, Jose Cortes.

2. Comentário de L.G.:

Foi-me contada ontem, de viva voz, ao telefone, uma das versões sobre a tragédia de Fajonquito. Liguei ao José Cortes, que vive em Coimbra, e falámos durante mais de meia hora. O pretexto foi o convívio do pessoal da sua companhia, a realizar no próximo dia 27. Mas também Fajonquito e a história do Cherno Baldé.

O José Cortes falou-me com emoção desses tempos. Ele próprio tem um filho que foi pára-quedista e esteve em missões de paz (por ex.,Timor, Bósnia). Mas, como muitos outros camaradas, queixa-se de que nem sempre a família tem pachorra para ouvir as suas recordações da Guiné. Uma das que está bem presente na sua memória é a da morte do capitão e mais três ou quatro militares da companhia (a CCAÇ 2742, Fajonquito, 1970/72) que eles  foram render. Ele tinha prometido contar essa história mas ainda não o fez porque acha que tem fraco talento para a escrita. Eis, pois, a sua versão oral:

(i) Havia um, soldado da CART 2742 que, uma vez terminada a comissão, queria ficar na Guiné como civil;

(ii) Ao que parece o Cap Mil Art Carlos Borges Figueiredo manifestou, desde logo, a sua oposição à ideia, c contrária a todo o bom senso e sobretudo ao RDM;

(iii) Ter-se-á aberto um contencioso entre o soldado e o seu comandante, e envolvendo também o primeiro sargento;

(iv) A mulher do capitão havia  mandado, da Metrópole, "dez quilos de amêndoas" para distribuir pelo pessoal da companhia; a distribuição foi feita pelo próprio comandante, no refeitório, no domingo de Páscoa, 2 de Abril de 1972;

(v) Quando chegou a vez do soldado em questão, o capitão terá passado à frente, num acto que aquele interpretou como de intolerável discriminação;

(vi) O soldado levantou-se, sem pedir a licença a ninguém, e saiu do refeitório. Foi ao abrigo (ou à sua caserna) e veio para a parada com "duas granadas já descavilhadas", em cada mão. Dirigiu-se à secretaria. O primeiro sargento ter-se-á apercebido, a tempo, das intenções do soldado, e não se aproximou da secretaria (ou fugiu, não sei);

(vii) Dentro da secretaria, estava o Capitão, um alferes e um furriel. Ninguém sabe o que se passou lá dentro. O soldado deixou cair as duas granadas. O tecto da secretaria foi pelos ares. Lá dentro ficaram 4 cadáveres

Mortos, em 2/4/1972, todos do Exército, por acidente (sic), constam os seguintes nomes, na lista dos Mortos do Ultramar da Liga dos Combatentes:

- Alcino Franco Jorge da Silva, Fur
- Carlos Borges de Figueiredo, Cap
- José Fernando Rodrigues Félix, Alf
- Pedro José Aleixo de Almeida, Sold

Sabemos que o Sold Básico Pedro José Aleixo de Almeida era natural de Portel, em cujo cemitério local repousam os seus restos mortais. Presumimos que se trate do protagonista desta trágica história.  O Alf Mil Art Op Esp José Fernando Rodrigues Félix era de Moimenta da Beira.  O Cap Mil Art Carlos Borges de Figueiredo era natural de Vila Pouca de Aguiar. A sua última morada é Meadela, Viana do Castelo, possivelmente a terra da sua esposa. Por sua vez, o Fur Mil Alcino Franco Jorge da Silva também era de Op Esp, mas desconhecemos a terra da sua naturalidade. Não sabemos o que faziam os dois rangers na secretaria, possivelmente terão vindo em auxílio do capitão com a intenção de desarmar o militar que trazia as duas granadas descavilhadas. O José Cortes fala em cinco mortos, mas tudo indica que sejam apenas os quatro que constam da lista da Liga dos Combatentes. 

Julgo que o caso foi também utilizado pelo serviço de propaganda do PAIGC (nomeadamente a Rádio Libertação) para desmoralizar as tropas portuguesas: Há um documento do PAIGC, no Arquivo Amílcar Cabral, na Fundação Mário Soares (FMS), que faz referência ao sucedido; de momento, não consigo ter acesso a ele, uma vez que a página da FMS foi reestruturada.  

O facto de o insólito caso ter ocorrido em Fajonquito, na fronteira com o Senegal, significa que foi de imediato conhecido da população local, das autoridades do Senegal e do PAIGC. O nosso Cherno Baldé, na altura com  12 ou 13 anos,  faz referência, num dos seus postes a este trágico "acidente", que ocorreu a 100 metros, quando ele estava a brincar com outros putos na parada  (***). 

Gostaríamos de ter outras versões deste acontecimento. Espero que o José Bebiano  aceite o repto do José Cortes. Infelizmente não temos ninguém, na nossa Tabanca Grande, da CART 2742. Temos apenas duas referências a esta subunidade do BART 2920.  Julgo que seja difícil, ainda hoje, aos camaradas da CART 2742 abordar esta história, tão trágica quanto absurda...  Infelizmente, este caso não foi único no TO da Guiné. O acesso fácil a armas de guerra e a usura física e mental da guerra ajudam também a explicar estes surtos de violência patológica que, de tempos a tempos, ocorriam nas nossas fileiras. Quantos suicídios terão havido ? Quantos homícídios terão ocorrido, dentro das NT ? Na lógica da hierarquia militar, eram tratados como "acidentes".... E assim ficarão - como acidentes, inexplicáveis - para a história, se não houver parte dos contemporâneas e das testemunhas presenciais destes casos a vontade de contribuir, com depoimentos em primeira mão, para o seu esclarecimento...

Intrigam-nos casos como este. O que podia levar um militar português a querer ficar na Guiné, na vida civil ? Podia não ter ninguém à sua espera, na sua terra, não ter família, não ter amigos... Podia, por qualquer razão, querer esquecer a sua origem ou condição. Podia estar perdido de amores por alguma bajuda... Podia estar pura e simplesmente deprimido... Um indivíduo deprimido pode facilmente perder a noção do perigo, ficar indiferente a uma situação de perigo imediato e iminente,  e até desejar a sua própria morte. Não nos parece ter sido uma acção premeditada, pensada e amadurecida a frio... Em princípio, foi uma acção precipitada, irreflectida, impulsiva. O tal "acto de loucura" da "vox populi"... A ser verdade que o capitão deliberadamente ou não discriminou o soldado, aquando da distribuição das amêndoas, isso poderá ser sido "a gota de água" que transformou um conflito disciplinar num massacre... No final da comissão de uma companhia, na festa do e,m que se celebravo o dever cumprido, no domingo de Páscoa de 2 de Abril de 1972...

______________

(..) Desembarcámos no aeroporto de Bissalanca no dia 26 de Março de 1972, fomos fazer o IAO, ao Cumeré, de onde seguimos em LDG, para o Xime e daí em viaturas cívis e militares, para Fajonquito.

Rendemos a CART 2742, que no dia de Páscoa desse ano, 2 de Abril de 1972, perdeu o Capitão Borges Figueiredo, e mais quatro militares (...) (**)

Foi uma comissão que correu com alguns sobressaltos, desde termos 3 Comandantes de Companhia, 3 Primeiros Sargentos, 2 camaradas mortos e dois feridos graves. (...)

(...) Na Guiné não exerci a minha especialidade (, Atirador de Infantaria, ] por contingência de serviço da Companhia, que não tinha Sargento que fosse reponsável, pelo Material de Guerra. Eu, como Furriel Atirador com melhor nota, fiquei responsável pelo mesmo.

Mesmo assim não deixei de estar ligado a dois acontecimentos graves da Companhia, um acidente com um lança-granadas de 6,5 no qual perdeu a vida o nosso soldado António Manuel, mais 4 soldados da Milícia, numa acção de Reordenamento no Sumbundo. Outro, uma mina que provocou a morte do soldado José Jubilado dos Santos. Estas histórias são para contar mais tarde.

(...) Sou José Augusto Cortes, ex-Furriel Miliciano da Companhia de Caçadores 3549, cumpri missão em Fajonquito, Leste da Guiné e pertencemos ao BCAÇ 3884, sediado em Bafatá. Sou nascido e criado em Coimbra, onde resido na Freguesia de Santa Clara, lugar de Bordalo. Ainda trabalho, sou funcionário do SUCH (Serviço de Utilização Comum dos HospitaIs), faço serviço no Hospital da Universidade de Coimbra como Técnico de Manutenção. (...)


 (...) Estive presente como Furriel Rec Info (Rendição Individual), entre Nov/70 a Out/72. Conheci bem de perto os 2 Capitães (Borges Figueiredo e J. Eduardo Patrocínio). (***)

Guardo bem presente o tempo que por lá passei. Hoje, professor de Educação Física, em Moura, estou à espera da aposentação, e por acaso passei por este blog. Bom trabalho para vós. Vou procurar fotos e depois de digitalizadas, vou inseri-las. Contar-vos-ei a história da morte trágica do Cap Figueiredo e 1 Alf, 1 Fur e do Soldado que fez deflagrar a granada. José Bebiano - email:  jbebiano@gmail.com  


(...) Conheci muita tropa que passou por Fajonquito entre 1968/74, em especial das companhias 3549 e 4514/72.  O rebentamento da(s) granada(s) que vitimara o saudoso Cap Figueiredo e seus companheiros de armas [da CART 2742] (*), apanhou-me a menos de 100 metros do local, quando estávamos a brincar perto da casa dos oficiais. (...) 

(...) Companhia de Artilharia n.º 2742, comandada pelo Capitão de Artilharia Carlos Borges de Figueiredo e, posteriormente, pelo Alferes Miliciano de Artilharia Baltazar Gomes da Silva, unidade orgânica do Batalhão de Artilharia n.º 2920, mobilizada em Penafiel no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 5, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 2436, em 13 de Agosto de 1970, vindo a ser substituída pela CCaç 3549 em 21 de Maio de 1972.

Companhia de Caçadores n.º 3549, comandada pelo Capitão Quadro especial de Oficiais José Eduardo Marques Patrocínio e, posteriormente, pelo Capitão Miliciano Graduado de Infantaria Manuel Mendes São Pedro, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 3884, mobilizada em Chaves no Batalhão de Caçadores n.º 10, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CArt 2742, em 27 de Maio de 1972, vindo a ser substituída pela 2.ª Companhia do BCaç 4514/72 em 15 de Junho de 1974. (...)

Guiné 63/74 - P5937: Convívios (198): Convívio Anual da CCAÇ 3549 “DEIXÓS POISAR”, no próximo dia 27 de Março de 2010 em VISEU (José Cortes)




1. O nosso Camarada José Cortes (ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884), Fajonquito - 1972/74 -, enviou-nos uma mensagem com um pedido de publicação do programa da próxima festa da sua unidade:


CCAÇ 3549 “DEIXÓS POISAR” - 1972/74
FAJONQUITO - CAMBAJÚ - SARE-UALE

Camaradas,

O João Vasconcelos, vai organizar no próximo dia 27 de Março de 2010, o nosso Convívio Anual, com o seguinte programa:

Concentração:
10h00 - Na Avenida Europa, enfrente ao Tribunal,
11h30 - Missa.
13h00 - Almoço no Restaurante Sol da Muna, na Estrada Nacional 2, Muna em Lordosa - VISEU.

O Vasconcelos agradece que façam a vossa inscrição o mais depressa possível.

Contactos:

Vasconcelos - Telef. 232 459 656
Telem.966 261 000
E-mail. deixospoisar3549@gmail.com

José Cortes - Telef. 239442204
Telem. 914516384
E-mal. cortjose@gmail.com

Não se esqueçam que o Vasconcelos espera por nós na sua terra.

Um grande abraço,
José Cortes
Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884
____________
Nota de M.R.:

Há pelo menos 3 referências (marcadores) em relação a esta companhia, a CCAÇ 3549, um deles é:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/CCAÇ%203549

Vd. último poste da série em:

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5934: Convívios (110): Pessoal do BCAÇ 2885, dia 6 de Março na Batalha (César Dias)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4550: Tabanca Grande (153): Cherno Baldé (n. 1960), rafeiro de Fajonquito, hoje quadro superior em Bissau...

Guiné-Bissau > Bissau > O  Cherno Baldé, na actualidade, no seu gabinete de trabalho, no Ministério das Infraestruturas, Transportes e Comunicações onde exerce as funções de director do gabinete de estudos e planeamento. 

Fez os meus estudos universitários, primeiro, na Ucrânia (ex-União Soviética) entre 1985/90 e depois em Portugal (Pós-graduação no CEA - Centro de Estudos Africanos /ISCTE).

Ex-URSS > Ucrânia > Kiev > Cherno Baldé, estudante, em 1989...


"Minha mulher, Geralda Santos Rocha, natural de Bissau, com quem sou casado desde 1992, período que coincide com a minha passagem por Lisboa (1992/94) para frequência do curso no ISCTE" (CB).


Guiné-Bissau > região de Gabu > Fajonquito > c. 1975 > "A nossa equipa de futebol de salão no quartel de Fajonquito entre 1974-1975, podendo-se ver em pé: Mamudo, Algássimo e o professor António Tavares; sentados: Eu (Cherno) e Aruna (filho do antigo padeiro) à minha esquerda" (CB)

Fotos: © Cherno Baldé (2009). Direitos reservados (*)

1. Mensagem de Cherno Baldé, com data de 15 do corrente:


Assunto - Saudações à Tabanca Grande

Caro amigo Luis Graça,

Navegando na internet, entrei por acaso neste blogue a que chamaram de Tabanca Grande. Procurei casualmente pela CCAÇ 1501 (**) que é das poucas recordações que ainda me restavam em memória sobre o período da guerra que entre nós ficou conhecida como a guerra colonial.

A pesquisa conduziu-me para o artigo de José Martins (*) e o assunto à volta do Furriel Andrade, despoletado por Filomena da Silva Correia, minha conterrânea de Fajonquito.

Antes vou me apresentar. Chamo-me Cherno Abdulai Baldé, nasci por volta de 1959/60. No quartel de Fajonquito chamavam-me Chico (de Francisco) e tinha amigos soldados que, na sua maioria, eram condutores ou mecânicos-auto. Tive as minhas primeiras aulas com oficiais Portugueses, em Cambajú e Fajonquito.

Aproveito para enviar uma saudação ao Furriel ou Cabo "Tintim" (CCAÇ 2435?), amigo do meu pai e meu primeiro mestre.

Na verdade, quando a minha família se transferiu para Fajonquito, a companhia 1501 já estava no fim ou já tinha terminado a sua comissão mas, na memória de todos, em Fajonquito, tinham ficado gravadas estas insígnias em forma de números que perduraram no tempo. No meu caso, não sei explicar as razões, ainda era muito pequeno, mas a insígnia ficou para sempre.

Conheci fisicamente o Capitão Carvalho que, na minha memória de infância, de criança que tinha mais fome da "sopa" que cabeça, guardo uma legenda, um mito. De qualquer modo, posso afirmar que era um oficial de verdade. Era um oficial militar que nós queríamos seguir as pisadas de bravura, quando fossemos homens e certamente soldados.

Ainda crianças pequenas, já tínhamos o gosto pela pólvora, a G3 e as granadas não eram nenhum segredo e, certamente, a nossa grande sorte foi a guerra ter terminado antes. Gostaria de saber mais sobre o seu destino. Houve vozes que chegaram até nós dando-o como morto em Angola ainda durante a guerra.


Conheci muita tropa que passou por Fajonquito entre 1968/74, em especial das companhias 3549 e 4514/72. (*) O rebentamento da(s) granada(s) que vitimara o saudoso Cap Figueiredo e seus companheiros de armas [da CART 2742] (*), apanhou-me a menos de 100 metros do local, quando estávamos a brincar perto da casa dos oficiais.

De todas as companhias, em especial, lembro-me da última que tinha sido transferida de Gadamael-Porto. Os soldados dessa companhia eram bastante melhores, do ponto de vista humano e das crianças indígenas da localidade porque foram os primeiros e únicos que, de uma forma geral, não nos deram pontapés no cu, às vezes sem qualquer motivo. Ao contrário dos outros, eles nos respeitavam de verdade. Intrigado com este comportamento exemplar nunca deixei de indagar as razões de fundo. A conclusão a que cheguei, mais tarde, é que eles tinham vivido a guerra de verdade, na frente, talvez, mais quente de toda a guerra da guiné.

Dessa companhia ainda me lembro do Cabo João e do Jorge, ambos condutores. Infelizmente não me lembro da companhia (será 4514 ?).

Juntamente envio um extracto de notas de memória daqueles tempos. Espero que sejam úteis, sobretudo que possam permitir aos protagonistas daquela época a percepção de como o outro lado os via e entendia a sua presença.

Como alguém disse, nesse blogue, realmente "o mundo é pequeno e o blogue... é grande".

Até a próxima,

Cherno A. Baldé


2. Mensagem de 17 de Junho de 2009:

Caro amigo Luis Graça,

Juntamente envio algumas fotos, uma da actualidade no meu gabinete de trabalho, no Ministério das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, a segunda com a imagem da nossa equipa de futebol de salão no quartel de Fajonquito entre 1974-1975, podendo-se ver em pé: Mamudo, Algássimo e o professor António Tavares; sentados: Eu (Cherno) e Aruna (filho do antigo padeiro) à minha esquerda.

Um abraço,

Cherno Baldé

3. Mensagem de hoje:

Caro Luís,

Ontem enviei três fotos mas esqueci-me de dizer que a terceira era a imagem da minha mulher, Geralda Santos Rocha, natural de Bissau com quem sou casado desde 1992, período que coincide com a minha passagem por Lisboa (1992/94) para frequência do curso no ISCTE.

Hoje envio mais uma que é uma recordação dos tempos de estudante em Kiev, Ucrânia onde vivi e estudei entre 1996/90, após uma breve passagem por Kichinov (Moldávia) para aprendizagem da língua Russa.

Obrigado pela paciência que está a ter comigo e devo esclarecer que não estou a procura de ninguém em especial, só querendo fazer parte da Tabanca e compartilhar alguns sentimentos do passado e do presente.

Eu passei boa parte da minha infância entre a tropa que passou por Fajonquito (1968/74) e tive muitos amigos que, na verdade, logo esquecia para me concentrar nos récem-chegados.

Eu era desses raros pequenos rafeiros do quartel impossíveis de controlar e muito menos de afastar. Quando se fechavam os portões do quartel entrava, mesmo assim, por baixo do arame farpado. O dia e a noite faziam pouca diferença. Apanhava porrada de um ou outro quando deambulava pelo quartel, mas também, dava alguns trocos com emboscadas e pedradas a noite.

A língua ? Isso importava menos. Quando o meu amigo, o Dias, me perguntava "Hó Chiiico já limpaste as minhas botas?", eu respondia de imediato "Sim senhor, já limpaste" e depois ?"...

Nós nos compreendiamos muito bem e isso é que importava. Foi esta vida de cão de quartel no meio de jovens soldados endiabrados, acossados pela ansiedade do regresso a casa e o medo da morte que me moldou a vida e me preparou para enfrentar o mundo.

O fim da guerra foi para mim uma libertação mas também um choque terrível de que só tomei consciência passados os primeiros seis meses após a saída do último soldado português. Durante algum tempo ainda tudo continuou na mesma, havia a batata, o bacalhau já com muito mais arroz.

O maldito arroz era, cada dia, mais abundante nos pratos, mas o início da minha miséria começou mesmo foi quando a carne de macacos substituiu tudo o resto. Então, como bom rafeiro que era, olhei para o céu duas ou três vezes seguidas, como fazia sempre que estava em apuros, e compreendi que tinha chegado a hora da largada para outros destinos. Caminhei para casa e quando cheguei, enfrentei os meus pais olhos nos olhos e garanti-lhes que daquele dia em frente nunca mais faltaria às aulas da mesma forma que, também, não voltaria a pisar no quartel transformado em comedouro de macacos.

Espero não estar a exagerar nos desabafos e nas minhas possiveis alucinações.

Cherno A. Baldé

4. Comentário de L.G.:

Não te vou tratar por senhor dr. Cherno Baldé, por que a tua vontade é ingressares nesta Tabanca Grande, onde não há ou não deve barreiras (físicas, simbólicas, sociais, protocolares, étnicas ou culturais)... 

Tratemo-nos, pois, por tu, e vamos retomar as conversas e as brinqueiras com os tugas do teu tempo de Fajonquito (1968/74)... Também não te vou tratar por camarada porque não foste combatente, nem militar, tecnicamente falando... Em contrapartida, passaste pela mesma Escola que eu, o ISCTE, e isso reforça as nossas afinidades e cumplicidades... Estive além disso na CCAÇ 12 onde havia vários Chernos Baldé, gente do Cossé, de Badora, do Corubal...

Estás em casa, espero que sintas hoje muito mais confortável do que nesse tempo, em que matavas a fome com as sobras do quartel a troco de pequenos serviços... Como tu, houve milhares de jubis (como a gente dizia, referindo-se aos putos) que viviam literalmente nos nossos quartéis, estudaram e fizeram-se homens nos nossos quartéis...

Essa história de infância e adolescência merece ser contada...Mais, a tua história de vida, de luta, através do trabalho e do estudo, é um exemplo que nos comove a todos nós e que te deve orgulhar, a ti e à tua família...

Recebo-te, pois, de abraços abertos, meu amigo e meu irmãozinho, guineense, mesmo não tendo conhecido Fajonquito (do leste só conheci a região de Contuboel, Geba, Bafatá, Galomaro e Bambadinca, até ao Saltinho, passando por Xime, Mansambo e Xitole  e, a norte do Geba Estreito,  os regulados do Enxalé, Cuor, Joladu...).

Irei dar início, para a semana, à publicação das pequenas histórias que me mandaste. Até lá, mantenhas para ti e para a tua família. Que Deus te proteja, a ti e à nossa Guiné...L.G.
_________

Nota de L.G.:

(*) Há dias, devido a um "bug", estas fotos desapareceram do meu Álbum Picassa, e o poste teve que ser reeditado. Peço desculpa ao Cherno Baldé e aos nossos leitores por esta anomalia técnica, corrigida hoje (23/6/09).

Dear Picasa Web Albums user,

We wanted to let you know about a recent issue with your Picasa Web Albums account. As a result of a bug in our email notification system, some links and titles to unlisted albums and photos in your account may have been inadvertently sent to a limited set of other users -- those listed in your account as "Fans".

This involved unlisted photos only -- no 'sign-in-required to view' photos were involved. We fixed the issue within hours of identifying the problem.

To help remedy this bug, we have reset the unique web addresses for all albums that may have been affected. This helps ensure that these albums are inaccessible to anyone that attempts to view them using the outdated web address. If you would like to re-share these albums, please do so by clicking the "Share" button while viewing the album. Note, resetting the unique web addresses also broke image links for some affected photos in your Blogger blog -- you will need to re-post those images using Blogger. This applies to images uploaded from Wednesday evening to late Thursday night, Pacific Standard Time.

We're sorry for the trouble this may have caused. Although this issue only affected roughly 0.05% of Picasa Web Albums users, we want to assure you that we have treated this issue with the highest priority.

The Picasa Team

Some photos from the following unlisted albums may have been affected, so they have had their web addresses reset:

LuisGracaCamaradasDaGuine02 (Blogger)



(**) Vd. poste de 3 de Abril de 2009 >Guiné 63/74 - P4136: As Unidades que passaram por Fajonquito (José Martins)

(...) Companhia de Caçadores n.º 1501, comandada pelo Capitão de Infantaria Rui Antunes Tomaz, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 1877, mobilizada em Tomar no Regimento de Infantaria n.º 15, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 1497, em 26 de Janeiro de 1967, vindo a ser substituída pela CCaç 1685 em 19 de Setembro de 1967.

Companhia de Caçadores n.º 1685, comandada pelo Capitão de Infantaria Alcino de Jesus Raiano, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 1912, mobilizada em Évora no Regimento de Infantaria n.º 16, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 1501, em 19 de Setembro de 1967, vindo a ser substituída pela CCaç 2435 em 14 de Dezembro de 1968.

Companhia de Caçadores n.º 2435, comandada pelo Capitão de Infantaria José António Rodrigues de Carvalho e, posteriormente, pelo Capitão de Infantaria Raul Afonso Reis, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 2856, mobilizada em Abrantes no Regimento de Infantaria n.º 2, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 1685, em 07 de Dezembro de 1968, vindo a ser substituída pela CCaç 2436 em 20 de Abril de 1970.

Companhia de Caçadores n.º 2436, comandada pelo Capitão de Infantaria José Rui Borges da Costa, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 2856, mobilizada em Abrantes no Regimento de Infantaria n.º 2, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 2435, em 20 de Abril de 1970, vindo a ser substituída pela CArt 2742 em 13 de Agosto de 1970.

Companhia de Artilharia n.º 2742, comandada pelo Capitão de Artilharia Carlos Borges de Figueiredo e, posteriormente, pelo Alferes Miliciano de Artilharia Baltazar Gomes da Silva, unidade orgânica do Batalhão de Artilharia n.º 2920, mobilizada em Penafiel no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 5, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 2436, em 13 de Agosto de 1970, vindo a ser substituída pela CCaç 3549 em 21 de Maio de 1972.

Companhia de Caçadores n.º 3549, comandada pelo Capitão Quadro especial de Oficiais José Eduardo Marques Patrocínio e, posteriormente, pelo Capitão Miliciano Graduado de Infantaria Manuel Mendes São Pedro, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 3884, mobilizada em Chaves no Batalhão de Caçadores n.º 10, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CArt 2742, em 27 de Maio de 1972, vindo a ser substituída pela 2.ª Companhia do BCaç 4514/72 em 15 de Junho de 1974.2.ª

Companhia do BCaç 4514/72, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria Ramiro Filipe Raposo Pedreiro Martins, unidade orgânica do Batalhão de Caçadores n.º 4514/72, mobilizada em Tomar no Regimento de Infantaria n.º 15, assumiu a responsabilidade do subsector, rendendo a CCaç 3549, em 15 de Junho de 1974, vindo a iniciar o deslocamento para Bissau a partir de 30 de Agoosto de 1974, tendo um pelotão efectuado a desactivação e entrega, ao PAIGC, do aquartelamento em 01 de Setembro de 1974. (...)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4145: Tabanca Grande (131): José Cortes, ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito (1972/74)

1. No dia 2 de Abril de 2009, recebemos do nosso camarada Afonso Sousa esta mensagem:

Caro Carlos Vinhal

Tu como actual comandante da Tabanca Grande, na ausência temporária do Luis Graça, dá o devido encaminhamento a mais este tertuliano que localizei em Coimbra, no seguimento das pistas para encontrar o furriel Andrade.

2. Mensagem de José Cortes, com a mesma data, anexada à do Afonso:

Caro amigo Afonso Sousa

Recebi hoje o seu mail, que desde já agradeço, ontem mesmo entrei no site do companheiro Luis Graça, o qual achei espetacular, e para o qual vou começar a enviar também algumas histórias da minha comissão.

Eu fui Furriel Miliciano, Atirador de Infantaria, arma da qual me orgulho de ter pertencido.

Na Guiné não exerci a minha especialidade por contingência de serviço da Companhia, que não tinha Sargento que fosse reponsavél, pelo Material de Guerra, eu como Furriel Atirador com melhor nota, fiquei responsável pelo mesmo.

Mesmo assim não deixei de estar ligado a dois acontecimentos graves da Companhia, um acidente com um lança granadas de 6,5 no qual perdeu a vida o nosso soldado António Manuel, mais 4 soldados da Milícia, numa acção de Reordenamento no Sumbundo.

Outro, uma mina que provocou a morte do soldado José Jubilado dos Santos.

Estas histórias são para contar mais tarde.

Agora vou-me apresentar:

Sou José Augusto Cortes, ex-Furriel Miliciano da Companhia de Caçadores 3549, cumpri missão em Fajonquito, Leste da Guiné e pertencemos ao BCAÇ 3884, sediado em Bafatá.

Sou nascido e criado em Coimbra, onde resido na Freguesia de Santa Clara, lugar de Bordalo.

Ainda trabalho, sou funcionário do SUCH,(Serviço de Utilização Comum dos HospitaIs), faço serviço no Hospital da Universidade de Coimbra como Técnico de Manutenção.

Por isso se for preciso alguma coisa aqui de Coimbra estou as ordens.

Sem mais um abraço.
Cortes

José Cortes, ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito, 1972/74

3. Há poucas horas de hoje, 5 de Abril de 2009, chegou esta mensagem do nosso novo camarada José Cortes:

Caros companheiros:

No seguimento das conversas com o companheiro Alfredo Sousa, venho candidatar-me à entrada na tertulia Tabanca Grande.

Não tenho grandes dotes de escritor, mas vou fazer os possiveis para agradar.

Sou José Augusto Cortes, tenho 58 anos, sou funcuinário do SUCH, (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), e trabalho no Hospital da Universidade de Coimbra, cidade de onde sou natural e resido.

Fui Furriel Miliciano na Guiné,zona leste em Fajonquito, na CCAÇ 3549, que pertencia ao Batalhão 3884, sediado em Bafatá.

Desembarcámos no aeroporto de Bissalanca no dia 26MAR72, fomos fazer o IAO, ao Cumeré, de onde seguimos em LDG, para o Xime e daí em viaturas cívis e militares, para Fajonquito.

Rendemos a CART 2742, que no dia de Páscoa desse ano 02ABR72, perdeu o Capitão Borges Figueiredo,e mais quatro militares, já connosco na Guiné no Cumeré.

Foi uma comissão que correu com alguns sobressaltos, desde termos 3 Comandantes de Companhia, 3 Primeiros Sargentos, 2 camaradas mortos e dois feridos graves.

São histórias para contar mais tarde.

Em anexo vão duas fotos para pagar a entrada.

Um Abraço
José Cortes
Ex-Fur Mil
NM 10977771
José Cortes em Fajonquito
José Cortes na actualidade

4. Comentário de CV:

Caro José Cortes, ainda bem que resolveste aderir à nossa Tertúlia, onde és bem-vindo.

Podes começar a escrever quando quiseres e não te preocupes por não teres grandes dotes de escritor. Eu também não tenho e até cheguei a editor deste Blogue. Costuma-se dizer: Quem não tem cão, caça com gato. Fora de brincadeira, não te preocupes que a gente sempre dá um jeito aos textos.

Queria pedir-te o favor de sempre que envies fotografias, as faças acompanhar sempre com legendas para todos ficarmos a saber a que se referem, tanto a local, como a acontecimento.

Dizes que fazes manutenção nos Hospitais de Coimbra. Eu tenho um amigo/camarada da Guiné chamado José Lourenço, que também é da Manutenção dos Hospitais aí em Coimbra. Mora na Mealhada e é electricista. Conhece-lo? Qual é a tua área profissional?

Termino, enviando-te, em nome da tertúlia, um abraço e que hoje seja o primeiro dia de muitos em que vais participar activamente no nosso Blogue.

CV
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 5 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4140: Tabanca Grande (130): Cátia Félix, jovem estudante de Ciências Farmacêuticas, solidária e interessada pela Guerra Colonial

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4135: Em busca de... (70): Fur Mil Andrade e Cabrita Martins que estiveram em Fajonquito entre 1971/73 (Afonso Sousa)

Em busca de... Furriel Andrade, Fajonquito 1971/73

1. Tudo começou assim:

i. Mensagem de Maria Filomena Silva Correia, uma nossa amiga guineense, de Bissau, que se dirigiu a Luís Graça no dia 30 de Março de 2009:

Boa tarde

Querido amigo

Eu sou Maria Filomena Silva Correia (Tchentcha), filha de falecida Cristina Silva Correia em Fajonquito, tenho irmãs de nome Maria Luísa (Vitorina), Cesina e um irmão mais novo chamado Carlitos.

Hoje, quando vi seu site na internet achei por bem que o senhor me poderia ajudar a encontrar um meu amigo de quando eu era criança, Senhor cujo nome nunca conheci, porque ele era chamado furriel Andrade. Ele era do mesmo batalhão que o furriel Cabrita Martins se não me engano.

O senhor não pode imaginar quanta vezes procurei por esse senhor em Portugal.


ii. Hoje mesmo foi enviada uma mensagem à tertúlia no sentido de encontrar alguém que eventualmente tenha um pista para dar a esta nossa amiga.

Se entre os nossos leitores houver alguém que possa ajudar a encontrar o camarada Andrade ou o camarada Cabrita Martins, por favor façam-nos chegar essa informação ou contactem a Maria Filomena para o endereço filocorreia@yahoo.com.br

O nosso obrigado desde já.
CV


2. Desenvolvimento

i. Mensagem de Afonso Sousa para Maurício Nunes Vieira:

Caro Maurício Nunes Vieira:

Poderá informar-me (caso saiba) qual era a Companhia que estava em Fajonquito, entre 1971 e 1973 ?

Por acaso conhecia (dessa companhia) o ex-Furriel Miliciano de nome Andrade ?

Com os meus cumprimentos
A. Sousa


ii. Mensagem resposta de Maurício Nunes Vieira para Afonso Sousa

Em Fajonquito entre 1971 e 1973 estava a CCaç 3549, do Batalhão 3884, eu pertenci à CCS em Bafatá. Quanto ao ex-furriel Andrade não me lembro já, aliás conhecia bem todos os camaradas da minha Companhia, os outros por não haver tanto contacto era difícil.

Lamento não poder ser mais útil, tente no blog do Luís Graça que decerto haverá quem conheça, sei que todos os anos fazem convívio, conheço e dou-me bem com o capitão dessa Companhia, mora aqui em Sintra perto de mim, é o capitão Sampedro, grato por conhecê-lo, sempre ao dispôr,

um abraço

Nota: Junto lhe envio o emblema da companhia de Fajonquito

3. No dia 2 de Abril chega ao Blogue esta mensagem de Afonso Sousa:

Caro Carlos:

Já consegui localizar o furriel Andrade (e inclusivé já falei com ele).

É caso para dizer: fazemos (o Blog) melhor investigação que os magistrados do processo Freeport !

Ora vamos aos dados:

Fajonquito:

CART 2742 (1970/72) ----> Rendida pela CCAÇ 3549 (1972/74)

- Furriel Constantino Dias Andrade (Fornos - Santa Maria da Feira) - CCAÇ 3549 (contactos omitidos pelo editor)

Carlos,
comunica a essa amiga de Bissau.

Um abraço
Afonso Sousa

Agradecimentos (ex-militares que serviram de pistas para chegar à localização do Andrade):

Aníbal Manuel Oliveira Farraia - Estarreja - CCAÇ 3549
José Cortes - Coimbra - CCAÇ 3549
José Manuel Valente - Santarém - CART 2741 - Furriel Enf
Capitão Manuel Mendes Sampedro - Comandante da CCAÇ 3549
Agostinho Costa - CART 2742
Joaquim Conceição - CART 2742
Furriel Ribeiro - CART 2742 - Albergaria-a-Velha
Furriel (Fernando Francisco) Cabrita Martins - Vaguemestre - BART 2920 - CANEÇAS

(Contactos omitidos pelo editor)


4. Envio das informações recolhidas à peticionária

i. Informação enviada à nossa amiga Maria Filomena, ontem dia 2 de Abril de 2009:

Cara amiga Filomena Correia

Como pode ver, consultando a mensagem abaixo, o meu camarada Afonso Sousa, encontrou o seu velho amigo Andrade, tendo já falado com ele.

Uma vez que tem o contacto do Andrade, faça o favor de o contactar. Por outro lado, gostaríamos de saber, mais tarde, como foi esse reencontro.

Continuamos ao dispôr para o que precisar.

Aceite as nossas saudações
Carlos Vinhal
Co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
e
Afonso Sousa
Tertuliano e colaborador do mesmo Blogue


ii. Mensagem de Filomena Correia, recebida hoje mesmo no Blogue:

Bom meu querido Carlos

Agradeço o vosso esforço em encontrar o meu amigo furriel Andrade, ja tentei ligar para ele mas ainda sem successo, logo que conseguir conversar com ele vou informar para vocês como foi o encontro.

Muito obrigada
Filomena (Tchentcha)


5. Comentário de CV:

Mais uma vez resolvemos um caso de busca de pessoas. Se para a maioria das pessoas, este nosso gesto pouco poderá significar, para as pessoas que se nos dirigem é uma hipótese de encontar alguém que lhes lembra até a meninice, como este caso particular.

Não posso deixar de realçar e agradecer a prestimosa colaboração de alguns camaradas sempre atentos, porque mais sensíveis, digo eu, a estes pedidos.

Desta vez o trabalho para encontrar o camarada Andrade deve-se ao nosso companheiro Afonso Sousa a quem agradecemos particularmente.

Ainda a propósito deste assunto, o nosso camarada José Martins desenvolveu um trabalho com as Unidades que passaram por Fajonquito, que publicaremos em poste autónomo.
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4111: Em busca de... (68): Furs Mils Andrade e Cabrita Martins que estiveram em Fajonquito entre 1971 e 1973 (Maria Filomena Correia)

Vd. último poste da série de 2 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4131: Em busca de... (69): Estêvão, ou Coconut, que era ainda menino, em Prábis, no ano de 1973 (J. Casimiro Carvalho)

domingo, 9 de outubro de 2005

Guiné 63/74 - P213: Em busca de: Camaradas do BCAÇ 3884 (Bafatá, 1972/74), procuram-se! (Maurício Nunes Vieira)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1996:
Ponte sobre o rio Geba na estrada Bafatá-Geba.

© Humberto Reis (2005) (ex-Fur Mil Reis, da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

1. Texto do Maurício Nunes Vieira:

Gostaria de contactar com ex-combatentes do BCAÇ 3884, do qual faziam parte a CCAÇ 3547, CCAÇ 3548 e CCAÇ 3549, estacionadas em Geba, Fajonquito e Contuboel, respectivamente (1). Eu fazia parte da CCS, que estava sediada em Bafatá (1972/74). Era comandante o tenente coronel Correia de Campos,o 2º comandante era o conhecido major Vargas (ligado ao Ginásio Clube Português).

Eu era radiotelegrafista. Recordo entre outros o Machado e o Freitas, de Guimarães; o Rato, da Vidigueira; o escriturário Pais, de Lisboa, o Martins, também de Lisboa, além do Faria, do Luis Catarino, da Vidigueira, do Martins, de Vila Real, do furriel Alves, não esquecendo o nosso furriel Martins, de transmissões.

Agradecia contacto para e-mail:
maunuvi@hotmail.com

Telemóvel > 914614074
Telefone de serviço > 219236088 (Câmara Municipal de Sintra)

Maurício Nunes Vieira

Um abraço a todos os ex-combatentes, especialmente aos que sofreram na Guiné.


2. Comentário de L.G.:

Amigos e camaradas de tertúlia:

Temos um aqui mais um camarada que quer entrar para a tertúlia, presumo... Para já quer saber notícias dos antigos camaradas do seu BCAÇ 3884 (Bafatá, 1972-1974)... Quem se lembra deste Batalhão ? Quem é deste tempo e da região leste é o Sousa de Castro, o Manuel Ferreira, o Luís Carvalhido e outros tertulianos...

PS - Os periquitos, para entrar na tertúlia, têm que mandar uma foto antiga e contar uma estória... Ficou assim combinado... O Maurício está dispendado da estória, porque já nos deu aqui uma série de elementos... Em contrapartida, deve-nos pelo menos uma (boa) foto, digitalizada... De resto, será bem vindo,se ele quiser fazer parte deste grupo (que jé é um grupo de combate reforçado mas ainda não chegou a companhia e muito menos a batalhão).


3. Encontrei na Net uma referência a este Batalhão, o BCAÇ 3884. Trata-se de um comentário, inserido no livro de visitas da CCAÇ 3378 - Os Kimbas do Olossato (1971/1973). Aqui o reproduzo:

M. Oliveira Pereira (24-04-2003 - 12:24:10 AM)

Camarada ex-combatente,

Fui Furriel Miliciano. Tenho desde há algum tempo acompanhado a vossa página e pela qual vos dou os meus parabéns. Seguindo o vosso exemplo, estou também a elaborar uma dedicada ao meu Batalhão (como informação geral) e em particular à minha Companhia (CCAÇ 3547).

Estivémos na Guiné entre Março de 72 e Julho de 74. A sede do BCAÇ 3884 (CCS) estava sedeada em Bafatá e as companhias operacionais 3547, 3548 e 3549, respectivamente em Contuboel, Geba e Fajonquito, no Leste da Guiné. Muitas foram as localidades / tabancas palmilhadas e ocupadas [por nós]: Cumeré, Bafatá, Bambadinca Tabanca, Sare Bacar, Nova Lamego, Medina Mandinga, Galomaro, Dulombi e claro está CONTUBOEL e SONACO.

Desde o nosso regresso que, de uma forma ou de outra, nos temos encontrado. A CCAÇ 3547 [Contuboel], pioneira nestas andanças, já vai no seu 26ª encontro; a 3548 [Geba] sete ou oito vezes; a 3549 [Fajonquito] tomou lhe o gosto e também já fez o seu 5º convívio.

Também realço o facto de um grupo do qual fiz parte, constituído por dois ou três elementos das ex-companhias, aproveitando a experiência da CCAÇ 3547, organizaram com êxito o Encontro de todo o Ex-Batalhão na cidade de Chaves, em comemoração do 25º aniversário do nosso retorno.

Foi uma festa que será difícil esquecer pois as mais de 700 pessoas presentes no evento, vindas de todas as partes do mundo e aqueles que, embora não presentes fisicamente, tiveram a gentileza de, aproveitando as novas tecnologias, se porem em contacto com os já carecas, barrigudos e desdentados ex-companheiros.

Deixando agora de lado a minha/nossa vida de companhia/batalhão e enquanto a nossa página não é activada (2), pedia que fosse informado o nosso próximo encontro, a saber: A Companhia de Caçadores 3547, Os Répteis de Contuboel , vão ter o seu 26º convívio no próximo dia 7 de Junho na região de Santarém, mais concretamente na Estação Zootécnica Nacional, na localidade de Vale de Santarém. O ponto de encontro será pelas 10.30. horas na estação da CP em Santarém. Contactos: Vitorino (Santarém) telefones 919 992 835 (a qualquer hora) e 243 760 067 (telefone de casa, depois das 20.30 horas)(3)

O nosso muito obrigado.
Manuel Oliveira Pereira
_____________

Notas de L.G.

(1) Para uma localização destas povoações da Guiné-Bissau, na zona leste, a norte de Bafatá, vd. a carta da antiga província portuguesa da Guiné (1961), dos Serviços Cartográficos do Exército. Fajonquito ficava a noroeste de Contuboel, já perto da fronteira com o Senegal.

(2) Vd sítio da CCAÇ 3547 (Contuboel, 1972/74) (em construção)

(2) No sítio da ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, no resepctivo "ponto de encontro", há mais informação sobre esta unidade:

Companhia de Caçadores 3547 - "Répteis de Contuboel" (Guiné 1972/74)> 28º encontro, em Ponte de Lima [em 2005]. Contactos - M. Oliveira Pereira: 96 412 88 42, mailto:ccac3547repteis@sapo.pt