A metralhadora ligeira Dreyse 7,9 mm m/938, de fabrico alemão...
1. Dois comentários ao poste P15086 (*):
(**) Último poste da série > 4 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15072: (Ex)citações (289): A propósito de Casamansa: a Guiné-Bissau não devia alimentar orgulhos caducos e tem a obrigação de respeitar as fronteiras coloniais existentes, se quiser continuar a existir como país.
1.1. Henrique Cerqueira [, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74; vive no Porto]:
Já em determinada altura eu comentei aqui neste blogue a situação dos MiG na Guiné. Pois que em 1973, perto do final do ano ( já não consigo precisar...), nós, as tropas sediadas em Bissorã e na altura estando eu na CCAÇ 13, recebemos uma espécie de panfleto com imagens dos MiG 19 e 21 e junto dessas imagens umas instruções de como reagir ao avistar essas aeronaves...
Claro que o(s)mentor(es) desse papelinho achavam que talvez fossemos super-homens com os poderes de ouvirmos e vermos os aviões antes de passarem, visto que os ditos são supersónicos.
Mas o mais ridículo da informação contida no famigerado panfleto era que devíamos adaptar a mira antiaérea na metralhadora Dreyse [, metralhadora ligeira Dreyse 7.9mm m/938, ] e disparar para os ditos aviões.
Bom, a malta partiu a moca a rir e, infelizmente, rasgámos os ditos panfletos e assim hoje não tenho essa prova documental de tanta burrice que havia nas mentes de alguns dos nossos comandos superiores da altura. Poderá ainda haver alguém se lembre desta façanha, alguém que tenha passado por Bissorã nessa altura até 1974.
Já agora acrescento que em 1973/74 tivemos informações que os pilotos eram estrangeiros (cubanos, russos, checos e afins...) e que pelos vistos os candidatos a pilotos naturais da Guiné em instrução de voo deram cabo de uma data de aeronaves e tiveram que adiar por uns tempos a utilização por pilotos guineenses (o que nunca veio a acontecer, como se sabe não é?...).
Fui aqui contando do que me lembro da altura em relação a esse tema dos Aviões MiG. Alguma coisa pode ser só histórias de "caserna", mas o dito panfleto é mesmo real.
Henrique Cerqueira
Amigos:
Quando chegamos ao Xitole mandamos um rádio informando o sucedido.
Também no fim de maio desse ano, num patrulhamento, com actividade diurna e nocturna, na região da Ponta do Inglês, eram cerca da 11 da noite e ouvimos o barulho dum heli, que pairava com uma potente luz apontada para baixo... De repente vimos que baixava, comunicámos rápido para Bafatá, informando o facto. Passada cerca de meia hora levantou e seguiu para Sul.
Claro que estes aparelhos não podiam ser nossos, pois a nossa Força Aérea não circulava de noite. A única vez que vi atividade aérea, foram um Dakota e uma Auster ou Dornier que vieram buscar uns feridos a Bafatá, já perto das 10 da noite, pois tivemos que fazer a segurança à pista e colocar garrafas de cerveja com mechas acesas.
Normal era actuarmos em sintonia com os T-6 em muitas operações.
Alcidio Marinho
ex-fur mil
(*) Vd. poste de 8 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15086: Sondagem: "No meu tempo já se falava da existência de aviões inimigos sob os céus da Guiné"... Primeiro comentário: "Quando estive no Depósito de Adidos, em Brá, na secção de justiça, em finais de novembro de 1973, lembro-me de chegarmos a receber informação para estarmos preparados para a eventualidade de um ataque aéreo"... (Augusto Silva Santos, ex-fur mil, CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73)
Já em determinada altura eu comentei aqui neste blogue a situação dos MiG na Guiné. Pois que em 1973, perto do final do ano ( já não consigo precisar...), nós, as tropas sediadas em Bissorã e na altura estando eu na CCAÇ 13, recebemos uma espécie de panfleto com imagens dos MiG 19 e 21 e junto dessas imagens umas instruções de como reagir ao avistar essas aeronaves...
Claro que o(s)mentor(es) desse papelinho achavam que talvez fossemos super-homens com os poderes de ouvirmos e vermos os aviões antes de passarem, visto que os ditos são supersónicos.
Mas o mais ridículo da informação contida no famigerado panfleto era que devíamos adaptar a mira antiaérea na metralhadora Dreyse [, metralhadora ligeira Dreyse 7.9mm m/938, ] e disparar para os ditos aviões.
Bom, a malta partiu a moca a rir e, infelizmente, rasgámos os ditos panfletos e assim hoje não tenho essa prova documental de tanta burrice que havia nas mentes de alguns dos nossos comandos superiores da altura. Poderá ainda haver alguém se lembre desta façanha, alguém que tenha passado por Bissorã nessa altura até 1974.
Já agora acrescento que em 1973/74 tivemos informações que os pilotos eram estrangeiros (cubanos, russos, checos e afins...) e que pelos vistos os candidatos a pilotos naturais da Guiné em instrução de voo deram cabo de uma data de aeronaves e tiveram que adiar por uns tempos a utilização por pilotos guineenses (o que nunca veio a acontecer, como se sabe não é?...).
Fui aqui contando do que me lembro da altura em relação a esse tema dos Aviões MiG. Alguma coisa pode ser só histórias de "caserna", mas o dito panfleto é mesmo real.
Henrique Cerqueira
1.2. Alcídio Marinho [ ex-fur mil inf, CCAÇ 412
Amigos:
Nessa altura, julho de 1963, estava eu destacado no Xitole em reforço do Pelotão Independente, não me recordo o dia, fomos fazer uma incursão na região de Mina, quando ouvimos o troar dum F-16 (Sabre) e o alferes Cardoso Pires ordenou que precisavámos de nos deslocar rapidamente para uma clareira pois podíamos ser confundidos com turras.
De facto, o piloto viu qualquer coisa em baixo e voltou a passar rente às árvores para verificar e fez a manobra de balouçar as asas, confirmando que nos tinha reconhecido. Passado pouco tempo ouvimos um troar doutro jacto, vindo de sudeste, da direcção da Aldeia Formosa. Fizemos a manobra anterior, mas qual é o nosso espanto que o aparelho era totalmente diferente, dirigia-se na direcção do Fiofioli, mas de repente fez uma curva rápida e desapareceu para Sul.
Quando chegamos ao Xitole mandamos um rádio informando o sucedido.
Também no fim de maio desse ano, num patrulhamento, com actividade diurna e nocturna, na região da Ponta do Inglês, eram cerca da 11 da noite e ouvimos o barulho dum heli, que pairava com uma potente luz apontada para baixo... De repente vimos que baixava, comunicámos rápido para Bafatá, informando o facto. Passada cerca de meia hora levantou e seguiu para Sul.
Mais tarde, já em setembro ou outubro de 1964, estávmos em Catacunda-Norte, perto de Fajonquito, também perto das 11 da noite, ouvimos um hélio, vindo de norte (Senegal), vinha em nossa direção, de repente virou em direção oeste para a região de Cambaju Grande e Banjara. Dizíamos Cambaju Grande para distinguir da tabanca Cambaju que ficava na estrada entre Fajonquito e Colina do Norte, junto à fronteira do Senegal.
Claro que estes aparelhos não podiam ser nossos, pois a nossa Força Aérea não circulava de noite. A única vez que vi atividade aérea, foram um Dakota e uma Auster ou Dornier que vieram buscar uns feridos a Bafatá, já perto das 10 da noite, pois tivemos que fazer a segurança à pista e colocar garrafas de cerveja com mechas acesas.
Normal era actuarmos em sintonia com os T-6 em muitas operações.
Alcidio Marinho
ex-fur mil
CCAÇ 412 - 3º Pelotão
9 abr 1963 / 29 abr 1965
9 abr 1963 / 29 abr 1965
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 8 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15086: Sondagem: "No meu tempo já se falava da existência de aviões inimigos sob os céus da Guiné"... Primeiro comentário: "Quando estive no Depósito de Adidos, em Brá, na secção de justiça, em finais de novembro de 1973, lembro-me de chegarmos a receber informação para estarmos preparados para a eventualidade de um ataque aéreo"... (Augusto Silva Santos, ex-fur mil, CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73)
(**) Último poste da série > 4 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15072: (Ex)citações (289): A propósito de Casamansa: a Guiné-Bissau não devia alimentar orgulhos caducos e tem a obrigação de respeitar as fronteiras coloniais existentes, se quiser continuar a existir como país.