10 DE JANEIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25055: In Memoriam (492): Fernando Peixinho de Cristo (1947-2004), ex-cap mil inf, cmdt, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74); natural de Coimbra, e reputado hidrogeólogo a nível nacional e internacional
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 13 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25066: In Memoriam (493): Falecimento do Capitão Miliciano de Artª da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), engº Fernando Pires (Luís Dias)
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25055: In Memoriam (492): Fernando Peixinho de Cristo (1947-2004), ex-cap mil inf, cmdt, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74); natural de Coimbra, e reputado hidrogeólogo a nível nacional e internacional
1. Muitos dos homens (e algumas mulheres, as enfermeiras paraquedistas) que fizeram a guer da Guiné, entre 1961 e 1974, têm vindo a desaparecer por doença, acidente, ou "lei natural da vida"... De um ou outro, sobretudo se teve visibilidde mediática, vamos "sabendo pelos jornais" (como se dizia antigamente). Da maior parte, só por notícia dada por email ou telemóvel de camaradas, amigos ou familiares. Noutros casos, só vimos a saber tardiamente, às vezes muitos anos mais tarde.
No poste de apresentação à Tabanca Grande, o nosso grão-tabanqueiro José Peixoto, que vive V. N. de Famalicão, e foi 1.º cabo radiotelegrafista da CCAÇ 3545/BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74), faz referência ao seu "saudoso" comandante nestes termos (**):
(...( No dia 5 de janeiro de 1974, por volta das 14h00, toda a malta da companhia (CCAÇ 3545) aproveitando o que parecia ser um tempo de acalmia, apenas aparente, após a análise de tudo o que se encontrava à sua volta, decidiu abandonar os abrigos, cada um acompanhado da sua arma mais os parcos haveres. No grupo estavam incluídos os artilheiros, apresentando-se no abrigo de Transmissões no qual se encontrava o nosso comandante capitão Peixinho Cristo.
Perante tal situação, todo o pessoal que se encontrava na área das transmissões, ficou aturdido, sem saber o que se estava a passar, facto estar ali toda a companhia reunida! Após alguns minutos de conversa com o capitão, logo se ficou a saber a sua intenção era de abandonar Canquelifá.(***)
A intenção não passou disso mesmo pelo facto de o capitão ter pedido alguma calma, descendo ao posto de transmissões no qual estabeleceu contacto com Nova Lamego e desta creio a Bissau. Com quem falou não me apercebi, apesar de estar junto, a resposta que lhe foi dada também não sei, apenas sei que na posse do que lhe foi dito/prometido, subiu ao cimo do abrigo de transmissões onde aguardava toda a companhia e disse:
- Rapazes, é uma virtude confiar nos chefes. Vamos todos para os abrigos mais uns dias.
E assim foi, pois toda a companhia recolheu aos seus abrigos de armas e bagagens. reconhecendo a Liderança e Motivação de um chefe. Honra lhe seja feita.(..)
2. Comunicado da direção do Grupo Português da Associação Internacional de Hidrogeólogos (AIH-GP)
É com enorme pesar que informamos que faleceu no dia 26 de março 2004 o nosso colega Fernando Peixinho de Cristo, Presidente Fundador do Grupo Português da AIH (AIH-GP) (A.
A carreira profissional de Peixinho de Cristo começou em 1978, na então chamada Direcção-Geral de Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos (DGRAH), organismo da Administração Pública que está na origem do actual INAG (Instituto da Água), a "autoridade da água" em Portugal.
Na DGRAH, e organismos que lhe sucederam, desenvolveu intenso trabalho no domínio das águas subterrâneas, sobretudo em sistemas aquíferos da orla sedimentar pós-Paleozóico do território português, tendo chegado a altos níveis de chefia de serviços.
Sua competência profissional associada à capacidade de diálogo e facilidade de gerir situações conflituantes, levaram Peixinho de Cristo ao lugar de Director do Ambiente da região central de Portugal, vasta região extremamente habitada e com actividades difíceis de compatibilizar.
Além de hidrogeólogo teve intervenção relevante como professor convidado em escolas superiores, na área das geociências, dando aulas e orientando estágios científicos, nomeadamente nas universidades de Coimbra e do Algarve.
Foi membro do Conselho Nacional da Água e, mais recentemente, em representação da AIH-GP, pertenceu à Comissão de Acompanhamento da próxima Lei-Quadro da Água, que faz a transposição da Directiva 2000/60/CE para a legislação portuguesa.
Para além da grande competência profissional, as qualidades humanas e cívicas do colega Peixinho de Cristo tornam a sua morte num acontecimento muito doloroso para os hidrogeólogos portugueses.
(*) Último poste da série > 31 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P25019: In Memoriam (491): O Nuno Rubim (1938-2023) que eu conheci nos Comandos do CTIG, de junho a dezembro de 1965 (Virgínio Briote)
(**) Vd. poste de 30 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16656: Tabanca Grande (497): José Peixoto, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CCAÇ 3545/BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74), nosso 731.º Grã-Tabanqueiro
(***) Vd. tabém poste de 10 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25053: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XLI: Canquelifá, a ferro e fogo, no 1º trimestre de 1974
quarta-feira, 3 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25032: Casos: a verdade sobre...(37): O Ten Art Montanha, Ernesto Luiz Lemonde de Macedo, foi mortalmente ferido no combate de Nhamacurra, a 50 km de Quelimane, no dia 1 de Julho de 1918, vindo a falecer no dia 22 do mesmo mês (Morais da Silva, Cor Art Ref)
Guiné 61/74 - P25023: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XLII: ten art Ernesto Luiz Lemonde de Macedo (Lisboa, 1892 - Quelimane, Moçambique, 1918)
Comentário de Fernando Ribeiro:
“Eu peço desculpa pela minha estranheza, mas custa-me acreditar que este militar tenha sido morto pelos alemães na zona de Quelimane, na Zambézia. Quelimane fica a muitíssimos quilómetros de distância do Rio Rovuma, que fazia (e ainda faz) fronteira entre Moçambique e o ex-Tanganyika, atual Tanzânia. Talvez mil quilómetros! Como foi que os alemães foram parar a Quelimane? Não se terá dado o caso de o infortunado tenente Ernesto Luiz Lemonde de Macedo ter sido morto pelos guerreiros de um régulo local, eventualmente aliado dos alemães?”
Caros editores
Porque convivo mal com faltas de educação e de civismo comentei:
O formato da documentação que possuo sobre o Ten. Lemonde de Macedo (fotos de documentos oficiais) não é compatível com o espaço de Comentários pelo que as enviarei, via mail, para os editores o poderem fazer e assim dissipar estranhezas aceitáveis e "palpites" inaceitáveis.
Em anexo seguem alguns documentos que me serviram para escrever as circunstâncias da morte em combate do meu camarada artilheiro.
Por regra, não brinco em serviço. Para que conste.
Muita saúde para 2024.
Cumprimentos cordiais
Morais Silva
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Nota do editor
Último poste da série de 27 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P25006: Casos: a verdade sobre...(36): A morte do Braima Djaló, o irmão do Amadu Djaló e de outros 'comandos' do BCmds, na Caboiana, e do aprisionamento do tenente graduado 'comando' António Jalibá Gomes, cmdt da 3ª CCmds (Joaquim Luís Fernandes, ex-alf mil, CCAÇ 3461, Teixeira Pinto, 1973/74)
Guiné 61/74 - P25030: In Memoriam: Os 14 membros da Tabanca Grande falecidos em 2023 (ou cuja notícia da morte só foi sabida por nós em 2023)
domingo, 31 de dezembro de 2023
Guiné 61/74 - P25023: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XLII: ten art Ernesto Luiz Lemonde de Macedo (Lisboa, 1892 - Quelimane, Moçambique, 1918)
Posto: Tenente de Artilharia
Naturalidade: Lisboa
Data de nascimento: 23 de Maio de 1892
Incorporação: 1914 na Escola de Guerra (nº 39 do Corpo de Alunos)
Unidade: Regimento de Artilharia de Montanha
Condecorações: Promovido a Capitão por distinção, a título póstumo
TO da morte em combate: Moçambique
Data de Embarque: 31 de Março de 1917
Data da morte: 22 de Julho de 1918
Sepultura: Quelimane - Moçambique
Circunstâncias da morte: A força de segurança afastada de Quelimane, posicionada na zona de Nhamacurra, foi atacada pela guerrilha alemã pelas 15 horas de 1 de Julho tendo como primeiro objectivo a posição das bocas de fogo de artilharia comandadas pelo Tenente Lemonde que as defendeu com bravura e destemor até ser gravemente ferido. Evacuado para Quelimane faleceu em 22 de Julho.
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Guiné 61/74 - P25022: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XLI: ten inf Viriato Sertório da Rocha Portugal Correia de Lacerda (Oeiras, 1887 - Serra de Mecula, Moçambique, 1917)
Posto: Tenente de Infantaria
Naturalidade: Oeiras
Data de nascimento: 2 de Janeiro de 1887
Incorporação: 1909 na Escola do Exército (nº 38 do Corpo de Alunos)
Unidade: Regimento de Infantaria n.º 21
Condecorações: Promovido a Capitão por distinção (a título póstumo)
TO da morte em combate: Moçambique
Data de Embarque: 7 de Outubro de 1915
Data da morte: 8 de Dezembro de 1917
Sepultura: Alto da serra de Mecula
Circunstâncias da morte: Morreu numa trincheira combatendo bravamente na serra de Mecula ao 5º dia de combate intenso com as tropas alemãs. No assalto final foi atingido por fogo inimigo quando tentava inutilizar a sua metralhadora. Assim morreu o famoso chefe dos sipaios do Niassa.
Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva, cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar e depois professor da AM, durante cerca de 3 décadas; é membro da nossa Tabanca Grande, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.
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Guiné 61/74 - P25019: In Memoriam (491): O Nuno Rubim (1938-2023) que eu conheci nos Comandos do CTIG, de junho a dezembro de 1965 (Virgínio Briote)
Capitão Art Nuno Rubim, o "cvapitrão fula" o tempo da CCAÇ 726 (Guileje, Mejo, Cachil, Catió, Out 1964/Jul 1966). Esta subunidade teve quatro comandantes, o último foi o cap art Nuno José Varela Rubim.
Foto: © Nuno Rubim (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legenbdagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]Foto: © Virgínio Briote (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Lamento a perda do meu antigo comandante que conheci em maio de 1965, e com quem privei até dezembro do mesmo ano.
Ambos fizemos parte de um grupo de cerca de 25 militares dos Cmds do CTIG, constituído por oficiais e sargentos e alguns militares guineesnses, entre os quais o Marcelino da Mata, o Abdulai Djaló, o Djmanca e talvez mais um ou dois militares.
Gostei de o ter conhecido, de ter privado com ele, e, naturalmente, a notícia da morte do cor Rubim não me pode deixar indiferente.
V. Briote | 30 de dezembro de 2023 às 16:15 | (*)
Os primeiros grupos, os 'Fantasmas', 'Camaleões' e 'Panteras', percorreram a Guiné de uma ponta a outra. Com o entusiasmo inicial, superaram tudo o que fossem dificuldades, empregaram-se a fundo, os resultados ultrapassaram as expectativas e eram vistos com muito apreço pelo Comandante Militar e pelo próprio Governador-Geral.
Olha vão ali os gajos dos Comandos, a maralha a olhar para eles. Sabe-se como é, ganharam fama e respeito pelo trabalho que fizeram e por aquilo que contaram também. As comissões individuais e as baixas em combate ou por doença, começaram a fazer estragos, os grupos ficaram mais pequenos, era necessário começar novo curso de quadros, aproveitar os resistentes e formar novos grupos.
O major Dinis fora entretanto promovido e regressou a Lisboa. Depois o capitão Rubim tomara conta do Centro e foi o que se sabe. Não por incompetência militar, operacionalmente até era bem competente. Talvez uma certa dificuldade ou falta de paciência no jogo diplomático dos corredores do QG. As questões prendiam-se com a logística e com o emprego operacional dos grupos.
Promessas e mais promessas. Resolveu bater com a porta, sem estrondo como era da sua maneira. Não se entenderam também uns com os outros, a história da Associação Comercial, os problemas disciplinares e os alferes também não ajudaram muito, a verdade tem que se dizer.
De baixa estatura, o corpo maciço escondia uma robustez física incomum. Espantava num tipo daqueles, o jeito que tinha para o desenho, para as pinturas, para tudo que metesse mãos. O tempo vago passava-o a montar modelos de peças de artilharia, carros de combate, aviões de sonho, militares e civis, navios de guerra, desde patrulhas a porta-aviões. Tudo pintado nas cores dos originais, os nomes e tudo. Na saída, deixou-lhe ficar um porta-aviões, as outras maravilhas levou-as todas.
Dois meses depois de ter tomado posse, o novo comandante de companhia estava a ver a história toda para trás, relatórios e actas nas mãos.
Analisara a organização, o quadro orgânico, os efectivos, o sistema de recrutamento, as instalações, a alimentação, a administração, fardamentos, cargas. O estado moral, físico e disciplinar do pessoal. Os oficiais, sargentos e praças, os materiais, a instrução durante e depois do curso, as operações em que intervieram, antes e depois da sua tomada de posse, a forma como os grupos estavam a ser utilizados, tudo a pente fino.
Apesar de ter poucos anos ainda como oficial, achava que, atendendo às circunstâncias próprias do povo português, o pessoal, entenda-se cabos e soldados, era quase sempre bom. Quando surgiam problemas, normalmente deviam-se à organização, frequentemente mal montada ou aos graduados, algumas vezes as duas coisas juntas. Neste caso dos Comandos da Guiné, os oficiais eram cruciais na organização, não se cansava de insistir.
Saía com eles para o mato, acompanhava-os na instrução, fazia-lhes ver a importância do papel deles na organização, moralizava-os, até os tempos livres aproveitava para os acompanhar.
Os alferes tinham colaborado e também neles sentiu a necessidade de falarem com ele. A agressividade incrível com que tinham sido formados e treinados, jovens de 20 e poucos! Como é possível que possam ter dois comportamentos tão distintos, no mato em contacto com o IN e umas horas depois com a PM (Polícia Militar) e a população civil na cidade?
E seria mesmo adequado que estivessem tão próximos de Bissau? Não seria mais sensato, e mais proveitoso até, que estivessem em Mansabá, em Nova Lamego, em Buba, ou num sítio desses? De quem fora a ideia, tê-los a meia dúzia de passos da cidade?
Em alguns casos, não tinha dúvidas, tinham sido mal orientados, deixados ao sabor da intuição de cada um, sem a mínima directiva. Até achava que o produto final era positivo e, se tivessem tido orientação, os problemas disciplinares que ocorreram não teriam existido.
Dos cinco alferes a que a companhia tinha direito, quatro comandantes de grupo e um adjunto, restavam-lhe agora dois, o sobrevivente dos chefes de grupo iniciais e o adjunto, o Caldeira, até então com mais experiência administrativa que operacional. E, pelo que tinha visto deles até agora, achava-os competentes, mereciam-lhe confiança, esperava que continuassem como até aqui na parte operacional, e se integrassem no seu estilo de comando. Contava com eles, eram as pedras base do edifício a reconstruir, dissera-lhes mais que uma vez.
No relatório inicial que fizera para o Comandante Militar, adiantara várias propostas, pensara até que com tantas dificuldades, de tanto lado, se calhar não seria má ideia extinguir os grupos. O Brigadeiro refutou com o argumento de que, apesar de todas as dificuldades, os grupos até então existentes eram os que mais contactos tinham tido com o IN e com mais material capturado até à data. Vira os resultados das tropas especiais que a 3.ª Repartição tinha preparado para o brigadeiro, comparou-os com os fuzos, os páras e com os anteriores grupos de comandos.
Contacto efectivo com o IN em mais de 80% das saídas para o mato. Ouvira o Brigadeiro dizer que não se podia esquecer que os Comandos, a maior parte das vezes, actuavam em áreas densas de IN, em grupos de 20 a 25 homens e às vezes menos, enquanto as outras forças não se metiam lá com efectivos inferiores a meia centena de homens.
Nem um por cento do efectivo total das NT na Guiné, quase 10% das baixas totais causadas ao IN. Extingui-los? Não, a saída deve ser outra, o Brigadeiro a decidir-se por outra solução, para aproveitar o pessoal que restava.
Concluíram a reunião assentando que deveria ser feito o recompletamento para manter o quadro orgânico, isolá-los em Brá, resolver a questão alimentar, ministrar o próximo curso e utilizar os grupos em operações específicas para Comandos e não para reforçar algumas guarnições em sector.
O capitão regressara encorajado, sentira o apoio que andava a reclamar. Depois mudou quase toda a organização administrativa, conseguiu mais praças para o recompletamento, arranjou cozinheiros, alimentação própria, obrigou-os a almoçar todos juntos, disciplinou as saídas, arranjou novas viaturas, melhorou as instalações, e conseguiu, o que não fora nada fácil, fazer aprovar as orientações e normas para o emprego dos grupos.
Agora, todo este tempo passado, achava que valera a pena, que tinha feito bom trabalho.
Os grupos melhoraram os resultados, os conflitos com a PM deixaram praticamente de ocorrer, nem um castigo fora necessário. (...)
(...) (xxvi) Uns continuaram nessas guerras, outros noutras
(...) O capitão Rubim fez 4 comissões, num total de 9 anos em África. Nos anos de brasa envolveu-se ou foi envolvido pelos acontecimentos do 25 de Novembro, esteve preso em Custóias e em Caxias.
(`) Vd. poste de 30 de dezembro de 202 Guiné 61/74 - P25016: In Memoriam (489): Morreu, no passado dia 25, o nosso "capitão fula", o cor art ref Nuno Rubim (1938-2023): fez duas comissões no CTIG, como capitão (CCAÇ 726, CCAÇ 1424, e CCmds, out 1964 / dez 1966) e como major (QG, Cheret, 1972/74)
sábado, 30 de dezembro de 2023
Guiné 61/74 - P25017: In Memoriam (490): Nuno Rubim (1938-2023): alguns dos seus livros publicados na área da História Militar: "A Artilharia de Campanha Estriada Portuguesa", (2014); "A Organização e as Operações Militares Portuguesas no Oriente, 1498-1580", (2013); "A Defesa Costeira dos Estuários do Tejo e do Sado: desde D. João II até 1640", (2011)
1 - A Artilharia de Campanha Estriada Portuguesa / Nuno José Varela Rubim. - Lisboa : Nuno José Varela Rubim, 2014. - 158, [1] p. : il. ; 30
2 - A Organização e as Operações Militares Portuguesas no Oriente, 1498-1580 / Nuno José Varela Rubim. - Lisboa : Comissão Portuguesa de História Militar, 2012-. - v. : il. ; 24 cm. - O 2º v. foi editado pelo Falcata - Editores, Unipessoal. - Contém bibliografia. - 1º v.: Geografia e viagens. - 306 p. 2º v.: Navios e embarcações. - 2013. - 210 p. - ISBN 978-989-95946-8-5
3 - A Defesa Costeira dos Estuários do Tejo e do Sado : desde D. João II até 1640 / Nuno José Varela Rubim. - Lisboa : Prefácio, D.L. 2011. - 130, [2] p. : il. ; 28 cm. - Bibliografia, p. 7-8. - ISBN 978-989-652-070-0
Lisboa, Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP / NOVA) > 6 de Setembro de 2007 > Da esquerda para a direita, Nuno Rubim (1938-2023), Carlos Schwarz (Pepito) (1949-2012) e Luís Graça (n. 1947).
Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foram praticamente contemplados, na altura, todos os grã-tabanqueiros que manifestaram interesse, entre 23 e 31 de maio dce 2024 (**), em obter um exemplar autografado do livro.
(*) Vd. poste de 30 de dezembro 2023 > Guiné 61/74 - P25016: In Memoriam (489): Morreu, no passado dia 25, o nosso "capitão fula", o cor art ref Nuno Rubim (1939-2023): fez duas comissões no CTIG, como capitão (CCAÇ 726, CCAÇ 1424, e CCmds, out 1964 / dez 1966) e como major (QG, Cheret, 1972/74)
Guiné 61/74 - P25016: In Memoriam (489): Morreu, no passado dia 25, o nosso "capitão fula", o cor art ref Nuno Rubim (1938-2023): fez duas comissões no CTIG, como capitão (CCAÇ 726, CCAÇ 1424, e CCmds, out 1964 / dez 1966) e como major (QG, Cheret, 1972/74)
O Nuno Rubim era um profundo conhecedor de Guileje. Recorde-se que ele comandou duas das unidades que passaram por Guileje: a CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) e a CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966). Foi reconhecido e acarinhado pela população de Guileje, ainda em 2008, como o "capitão Fula"
1. Recebemos ontem, às 9:29, a noticia da morte do amigo e camarada Nuno Rubim, através de email do cor art ref Morais da Silva:
(...) "É com pesar que noticio o falecimento, no passado dia 25 de Dezembro, do meu camarada Cor Art Nuno José Varela Rubim. Que reste em Paz.
Abraço com o desejo de muita saúde em 2024.
Morais Silva".
Foi um histórico do nosso blogue. Entrou para Tabanca Grande em 10 de junho de 2006. Tem cerca de uma centena de referências.
Eis um excerto da sua apresentação aos amigos e camaradas da Guiné (que na altura ainda não ultrapssavam os cento e poucos):O que foi a minha vivência em Guileje fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado.
Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento? (...)
E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas...
(...) Há 3 anos, depois de um processo desencadeado para a chamada reconstituição de carreira, destinadas aos militares que, como eu, foram vítimas de marginalização após o 25 Novembro de 1975, fui promovido a Coronel, já na situação de reforma! Por pouco era a título póstumo !!!...
(...) Finalmente quanto à Tertúlia, pois terei muito prazer em dela fazer parte." (...)
segunda-feira, 25 de dezembro de 2023
Guiné 61/74 - P25001: Efemérides (423): Foi há dois anos, em 28/12/2021, que o "alfero Cabnal" deixou o "palco da vida"... Foi ele quem disse, respondendo a uma pergunta do puto Sitafá, que o "Natal só existe quando mora no mais fundo de nós"...
O vídeo continua, felizmente, disponível na sua página do Facebook (Jorge Almeia Cabral). Com a duração de 17' 27'' teve até à data cerca de 600 "gostos", 280 comentários e 8,7 mil visalizações: clicar aqui na página do Facebook do Jorge Cabral. (O vídeo começa com um excerto da canção "Pedaço de Céu"... Com a devida vénia à grande artista que é a Mafalda Veiga).
Dele escrevi, no dia em que morreu (*):
Também houve Natal em Missirá naquele ano de 1970. Na consoada, os onze brancos e o puto Sitafá, que vivia connosco. Todos iam lembrando outros Natais.
Dizia um:
– Na minha terra…
E acrescentava outro:
– A minha Mãe fazia…
E a mesa por encanto encheu-se. Rabanadas, filhós, arroz doce, aletria... Juro que vi e até saboreei.
Eis quando o Sitafá interrogou:
– Onde mora o Natal?
Ninguém lhe respondeu... mas eu ainda vou a tempo:
– Está cá dentro, se calhar é um neurónio. E sabes, Sitafá, neurónios, já perdi muitos, mas não quero perder este. Porque Natal, Natal, só existe quando mora no mais fundo de nós.
Jorge Cabral
(*) Vd. poste 28 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22852: In Memoriam (421): Jorge Pedro de Almeida Cabral (Lisboa, 1944- Cascais, 2021), ex-al mil at art, cmd Pel Caç Nat 63 (Fá e Missirá, 1969/71), advogado, professor de direito penal no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, nosso colaborador permanente e autor da impagável série "Estórias cabralianas" (de que se publicaram cerca de uma centena de postes)
(**) Último post da série > 17 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24966: Efemérides (422): A minha despedida da Guiné faz hoje, dia 15 de Dezembro, cinquenta anos (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil Comando)