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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16084: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (10): Mais capelas numa terra de que se dizia ser de fraca fé cristã... Fotos: Pepito (1949-2014), José Neto (1927-2007), Renato Monteiro, Jacinto Cristina, Joaquim Ruivo e João Martins


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > A última doação à Capela de Guileje, uma imagem de N. Sra. de Fátima, trazida de Portugal por António Camilo e Luís Branquinho Crespo. (*)


Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Nucleo Museológico Memória de Guiledje > 2010 > Doação à Capela de Guileje, uma imagem de N. Sra. de Fátima, trazida expressamente de Portugal por António Camilo e Luís Branquinho Crespo . O António Camilo (à direita), ao lado do Pepito (1949-2014).(*)

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) > A capelinha construída no tempo do Zé Neto (1929-2007)... Havia três imagens da N. Sra. de Fátima, de diversos tamanhos... Guileje foi "terra de fé e de coragem" (Zé Neto).


Foto: © Zé Neto / AD - Acção para o Desenvolvimento. (2007)/ Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > A capela, da CART 1613 (1967/68),  agora renascidas cinza, graças ao empenho da população local, da AD,  do Pepito e do Domingos Fonseca, e da boa vontade de alguns velhos tuga, o "grupo de amigos da capela de Guileje".A data da sua inauguração oficial foi 20 de janeiro de 2010 (com a presença de nossa amiga Júlia Neta, viúva do Zé Neto, entre outra gente ilustre)... Guileje voltou a ser um local de paz, de fé, de solidariedade, de (re)encontro, de ecumenismo, de esperança (**)

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.





Guiné > Zona Leste > Contuboel > Tabanca dos arredores > CART 2479 (1968/69) > O fur mil at art Renato Monteiro com "um instruendo, mais alto ainda do que a fotografia revela"...Trata-se de um capelinha dedica a N. Sra. de Lurdes... "Quanto à localização da capela, terá sido em Contuboel?" - pergunta o Renato... Eu acho que sim, das memórias que ainda conservo de Contuboel (onde estive pouco mais de um mês e meio e onde funcionava em 1969 um Centro de Instrução Militar). É possível que estivesse ligada a uma missão católica. Havia alguns brancos em Contuboel, e nomeadamente um madeireiro. (***)

Fotos: © Renato Monteiro (2007). Todos os direitos reservados



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > O Cristina com um camarada junto á capela de Piche 

Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.




Guiné > Bissau > "Capela de Santa Luzia em Bissau. Nesta Capela esteve, em câmara ardente, uma das primeiras vitimas da guerra: um capitão de Cavalaria,  bem conhecido em Bissau por ser um grande desportista [, António Lopo Machado do Carmo]..  [O Joaquim Ruivo, na foto à esquerda,  diz, a seu respeito que  foipara a Guiné "como 1º cabo mecânico de armas pesadas", sendo colocado numa unidade de artilharia (obus 8,8), formada por naturais da Guiné. "Fui em Outubro de 61 e vim em Fevereiro de 64. Por isso tenho mais tempo de paz que de guerra."] (****)

Foto (e legenda): © Joaquim Ruivo (2013). Todos os direitos reservados



Guiné > Bissau < Junho de 1968 > Capela do Hospital Militar 241 > Foto nº 9/199. do álbum do ex-alf mil art João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69)


Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Quem disse que a Guiné era uma terra fraca, em termos de fé cristã ?  É verdade que a população cristã, no nosso tempo, era quase residual, a maioria sendo animista e muçulmana. E continua a ser: cerca de 90%. dos guineenses são não-cristãos.

Apesar do crescimento do Islão, a Guiné-Bissau continua a ser um país laico, e com tradição de tolerância religiosa...

 O número de capelas e de outras manifestações da fé cristã multiplicaram-se ao longo da guerra colonial (1961-1974). Juntamos mais algumas fotos, que ilustram este fenómeno socioantropológico.  (*****).

Atualmente, na Guiné Bissau, cerca de 40% a 45% são muçulmanos,  "mais concentrados no interior do País do que na zona costeira". Os animistas ("adeptos das religiões tradicionais" serão cerca de 45% a 50%..."e o resto da população é composta por cristãos que representam 5 a 8%", lê-se no sítio Guiné-Bissau: um país de língua portuguesa. Num país onde não estatísticas, estes números só podem ser estimativas (grosseiras).

(****) Vd. poste de 12 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10928: Tabanca Grande (380): Joaquim Ruivo, grã-tabanqueiro nº 598, alentejano, ex-1º cabo mec , obus 8.8, BAC (Santa Luzia, Bissau, out 61 / fev 64)

(*****) Último poste da série > 7 de maio de  2016 > Guiné 63/74 - P16060: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (9): De quantas tabancas é feita a Tabanca Grande ?... Relembrando o feliz acaso do reencontro, 40 anos depois, do Zé Manel Matos Dinis com "o senhor Rosales", na Quinta do Paul, Ortigosa, em 20 de junho de 2009, por ocasião do nosso IV Encontro Nacional, e que esteve na origem da criação da Magnífica Tabanca da Linha...

Vd. também:

terça-feira, 12 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14601: Blogoterapia (269): O meu pai é o meu herói (Cristina Silva, filha do Jacinto Cristina, o "padeiro da ponte Caium", ex-sold CCAÇ 3546. Piche, 1972/74)





C. 1973: A Cristina, com 2 anos e atl,  e a mãe, Goreti... Rezavam todos os dias pelo regresso do pai e marido... Em baixo, a Cristina folheando o álbum fotográfico do pai, Jacinto Cristina, na altura destacado na Ponte de Caium, subsetor de Piche, Zona leste da Guiné (CCAÇ 3546, 1972/74)... A Cristina já era nascida quando o pai foi mobilizado para a Guiné. O Jacinto Cristina, dono de uma panificação em Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo, reformou-se por invalidez, em 2011, aos 62 anos. Foi em Caium que aprendeu a arte de fazer "casqueiro"...

Fotos: © Jacinto Cristina (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1. Da nossa amiga Cristina Silva, engenheira e empresária, a viver no Funchal, comentário ao poste P14589 (*)


O meu pai é o meu herói, o meu orgulho e a inspiração para as batalhas que tenho travado na vida!

Ainda guardo nos segredos do meu coração a oração que a minha mãe me ensinou pois, juntas, rezávamos todas as noites pelo meu pai... Testemunho o olhar terno da minha mãe... e a sua determinação... As "encomendas" e as cartas que, religiosamente, enviava para a Guiné! Grande heroína, ela própria! 

As marcas ficaram para sempre nos nossos corações. Devo-lhes tudo o que sou! A todos os Camaradas da Guiné e ao meu amigo Luis, especialmente, um grande abraço! Cristina Silva. (**)

______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 9 de maio 2015 > Guiné 63/74 - P14589: A bianda nossa de cada dia (3): o melhor casqueiro da zona leste, amassado e cozido em forno a lenha pelo Jacinto Cristina e pelo Manuel Sobral, no destacamento da ponte Caium... Mas nem só de pão viviam os homens do 3º Gr Comb, os "fantasmas do leste", da CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74)

(**) Último poste da série > 2 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14556: Blogoterapia (268): Vitórias (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo CAR do BCAÇ 3872)

sábado, 9 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14589: A bianda nossa de cada dia (3): o melhor casqueiro da zona leste, amassado e cozido em forno a lenha pelo Jacinto Cristina e pelo Manuel Sobral, no destacamento da ponte Caium... Mas nem só de pão viviam os homens do 3º Gr Comb, os "fantasmas do leste", da CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74)


Foto nº 1 A


Footo nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

Foto nº 5


Foto nº 6


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Setor de Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium, guarnecido pelo 3º grupo de combate, "Os fantasmas do leste".(*)


Fotos: © Jacinto Cristina (2010). Todos  Todos os direitos reservados. [EDição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. A ponte, a padaria e o padeiro... O forno foi construído na parte inferior da ponte... Como o espaço era acanhado, tudo se aproveitava... O forno e a cozinha ficavam do lado esquerdo, no sentido Piche-Buruntuma... 

De costas, em tronco nu, vê-se o Manuel da Conceição Sobral (que vive hoje em Cercal do Alentejo, Santiago do Cacém), e era o ajudante de padeiro  (Foto nº 1). O Jacinto Cristina, o padeiro, está a enfornar (Foto nº 1A)...

No destacamento da ponte de Caium estava um grupo de combate, à época pertencente à CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74). O Sobral e o Cristina  faziam reforço das 4 às 6 da manhã. Por volta das 5h/5h30, um deles ia amassar a farinha (12 kg / dia)... O outro ficava de reforço até às 6. Depois das seis, até às 8h/8h30, ficavam os dois a trabalhar. Às 9h já havia pão fresco... 

Todos os dias coziam. Tinham um stock de farinha que dava para um mês. Faziam uma média de 30 pães de 400 gramas, por dia. Como bons tugas, os camaradas que defendiam a ponte, adoravam pão!... O resto do dia os padeiros descansavam, ou jogavam à bola, ou brincavam no rio, quando levava água...

O Sobral era o apontador do morteiro 81 e o Cristina o municiador. Portanto, uma parelha completa! Também havia um morteiro 10,7,  ao cuidado do Pinto e do Algés. O 81 ficava do lado direito, à saída da ponte, no sentido de Buruntuma. O 10,7 ficava no lado esquerdo, junto ao paiol, também no sentido de Buruntuma... Mais à frente estava o 1º cabo Torrão, apontador da HK 21 (irá morrer em 14 de Junho de 1973). Também havia o morteiro 60 e a bazuca 8,9.

O Cristina (eu trato-o sempre por Jacinto, pai da minha querida amiga engª Cristina Silva e sogro do meu querido amigo, dr. Rui Silva) tornou-se de tal maneira imprescindível (por causa do "pão nosso de cada dia") que, além de municiador (e apontador, quando necessário) do morteiro 81, ficou na ponte de Caium 14 meses (em rigor, 13, se descontarmos o glorioso mês de férias, em abril de 1973, em que veio a casa para estar com a mulher e a filha; com ele, de férias, vieram também  o Pinto, o Charlot e o Algés; no avião da TAP, uma alegria!...Já não se lembra de quanto pagou... "Seis contos, para aí", diz-me ele).

Diziam que era o melhor casqueiro da Zona Leste... Na foto nº 2  o Jacinto está varrer e a limpar o forno... Na foto nº 3, está a fazer um petisco, ou não fosse ele um alentejano dos quatro costados... Na foto nº 4, está a barbear-se... Mesmo com o metro quadrado mais caro da Guiné, nas "suites" da Ponte Caium não faltava nada... O chuveiro era um bidão de 200 litros, furado...

Terrível foi aquele período de um mês (entre meados de maio e junho de 1973) em que o destacamento esteve sem reabastecimentos, sem farinha, sem pão... Por que a fome era negra, meteram-se a caminho de Piche, a 14 de junho de 1973, tendo sofrido uma brutal emboscada, em que morreram o 1º cabo apontador de metralhadora David Fernandes Torrão, e os soldados atiradores Carlos Alberto Graça Gonçalves ("Charlot"), Hermínio Esteves Fernandes e José Maria dos Santos... 

Disse-me o Jacinto Cristina (que ficou na ponte a tomar conta do seu morteiro 81), que os corpos foram cortados em quatro, com rajadas de Kalash... O bigrupo do PAIGC (onde foram referenciados  cubanos) levou cinco armas (incluindo a do furriel que foi projectado com o impacto do RPG7, juntamente com o sold cond auto Rocha, o Florimundo ).

Uns meses antes, em 19 de Fevereiro de 1973, tinha morrido o fur mil op esp Amândio de Morais Cardoso, na sequência da desmontagem de uma armadilha de caça. Essa cena passou-se debaixo dos olhos do Cristina que se salvou, ao pressentir o perigo.

Na foto nº 5, vê-se o tabuleiro da ponte por onde passava a estrada Piche-Buruntuma,,, A padaria ficava em segundo plano do lado esquerdo... A foto deve ter sido tirada no dia dos anos do Sobral, em março de 1973, a avaliar pelos dois cabritos que estão junto ao "burrinho" (o Unimog 411)... Tinham sido comprados na tabanca fula, que ficava a nordeste da ponte, a 3 km, e onde residiam as lavadeiras...

Soldado atirador, o Cristina era, como já dissemos, municiador do morteiro 81. Mas, uma vez que Piche ficava longe e era preciso fazer pão todos os dias,  aprendeu a arte de padeiro (que depois seria o seu ganha-pão, em Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo, onde vive, hoje já refiormado; durante anos, teve um negócio próprio na  área da panificação; passei várias vezes pela casa e padaria, e trazia para Lisboa o seu pão feito na hora;  pude, pois, comprovar  que o seu "casqueiro" era, de facto, o melhor da região).

Como se percebe pelas fotografias, as estruturas da ponte foram aproveitadas ao milímetro...

Na foto nº 6 (s/d, tirada na  época seca, em 1973), o destacamento é visto da margem esquerda do Rio Caium, a sul da estrada, no sentido Buruntuma-Piche. Segundo o Carlos Alexandre (, de alcunha,  "Peniche"), ao  examinar melhor uma imagem destas  que lhe mandei, com maior resolução, vê que  à entrada do tabuleiro, estão dois camaradas que parecem ser o Cristina e o Sobral.

Um novo troço da estrada Piche-Buruntuma estava então em construção, a cargo da Tecnil. De Nova Lamego a Piche já se ia, há muito,  em estrada asfaltada. Daí talvez este desvio, contornando a ponte e atravessando. O desvio  é visível (parcialmente, em primeiro plano)  na foto nº 6.

Na época seca, o rio Caium ficava seco (ou reduzia-se a um pequeno charco à volta da ponte). Este rio é um afluente do Rio Coli, que fica a sul da estrada Nova Lamego-Piche-Buruntuma e serve de linha fronteiriça entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri.

2. Quem passou por aqui, entre Piche e Buruntuma, dificilmente acredita que um homem pudesse aguentar mais do que um mês, dois meses, neste Bu...rako. Recorde-se aqui a opinião, autorizada, do nosso camarada Luís Borrega (que infelizmdente, já nos deixou, em agosto de 2013, ficando vazio o  seu lugar à sombra do nosso poilão):

"Se houvesse um ranking para os maiores BURACOS da Guiné, Ponte Caium estaria certamente no TOP TEN, e provavelmente dentro dos 10, muito à cabeça (...) . O destacamento tinha que ser rendido a cada três semanas, (só em teoria), pela necessidade de géneros, mas também porque psicologicamente era o máximo de tempo que (...) podia aguentar. No entanto só éramos rendidos mês e meio ou dois meses depois. Numa das vezes estivemos 15 dias a sobreviver só com latas de atum, café e pão confeccionado sem fermento. Podem imaginar a qualidade desta panificação. Não havia mais nada no depósito de géneros. Era o meu grupo de combate que estava lá nessa altura. Foi um bocado complicado lidar com a situação, especialmente acalmar a guarnição" (...).

Houve quem vivessse e  sobrevivesse na Ponte Caium, comendo o pão que o Cristina e o Sobral amassaram e cozaram, sempre com dedicação e carinho... Mas também lembrando aos camaradas  que defendiam a ponte e aos transeuntes, que "nem só do pão vive o homem (**),,,




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Ponte Caium > Ao lado de um memorial aos mortos do 3º Gr Comb da  CCAÇ 3546 (1972/74) ("Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas do Leste,. Guiné- 72/74"; ainda existia em 2010, no tabuleiro da ponte esta base "Nem só de pão vive o home. Guiné, 1972-1974".


Foto: © Eduardo Campos (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.




Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Setor de Piche > Carta de Piche > Localização (assinalada a amarelo) da Ponte do Rio Caium, na estrada Piche (a sudoeste)-Buruntuma (nordeste, junto à fronteira com a Guiné-Conacri), sensivelmente a meio entre as duas localidades. O Rio Caium corre para sul, sendo um afluente do Rio Coli (que separa os dois países, num largo troco da fronteira leste).

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13492: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (87): João Neves, sócio da empresa de transportes rodoviários de mercadorias João Manuel M. Neves Lda, com sede em São Bernardo, Aveiro, esteve em 1974, em rendição individual, na Ponte Caium, setor de Piche, com malta do 3º Gr Comb / CCAÇ 3546 (1972/74), "Os Fantasmas do Leste", e quer encontrar-se com essa malta... Ao fim de 40 anos, e através do nosso blogue, descobre esse elo perdido!



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > Ponte Caium > Memorial aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves ["Charlot"], Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas do Leste. Guiné- 72/74"...

Foto: © Eduardo Campos (2010). Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) João Neves

De: João Manuel M. Neves, Lda

Data: 11 de Agosto de 2014 às 16:57

Assunto: Ponte Caium

Olá boa tarde

Sou João Neves e sou de Aveiro.

Finalmente consegui o elo de ligação que procurava há cerca de 40 anos

Estive na Ponte Caium,  no pelotão dos Fantasmas em 1974,  em rendição individual, com colegas da CCaç 3546 e teria o maior gosto em me encontrar com todos esses colegas que lá estiveram comigo.

Agradecia que logo que haja essa oportunidade me informasse . Possivelmente será um dia dos mais felizes da minha vida voltar a encontrar essa malta

Ficarei-lhe sempre grato

Um abraço e fico a aguardar

Sou João Neves.


2. Comentário de L.G.:

Localizei na  Net a empresa do João Neves, com sede em São Bernardo, Aveiro.  Aqui ficam alguns dados que poder ajudar os interessados a chegar à fala com o João;:

(i) A empresa, de transportes rodoviários de mercadorias João Manuel M. Neves, Lda, tem sede na Rua Anselmo Lopes 101, São Bernardo, Aveiro, 3810-209 Aveiro;

(ii) Contactos:

GPS: 40.624585,-8.624764
Telefone: 234 341 58
Fax: 234 342 743

O João Neves fica automaticamente convidado para integrar a nossa Tabanca Grande donde já constam vários camaradas que passaram pela famosa Ponte Caium e que pertenceram ao 3º Gr Com ("Fantasmas do Leste") da CCAÇ 3546, como o Jacinto Cristina (Ferreira do Alentejo), o Carlos Alexandre (Peniche) ou o Florimundo Rocha (Lagoa).

Vou tentar saber quando é o próxmo encontro da CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74).

______________

Nota do editor:

Último poste da série > 11 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13388: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (86): A banda musical portuguesa Melech Mechaya de novo em terras escandinavas, Finlândia e Suécia (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)

quarta-feira, 19 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12854: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte IX): Canquelifá era uma tabanca bonita, com grandes árvores frondosas e população de gente muito alta, panjadincas, muçulmanos


~








Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > Sector L4 >  Canquelifá > > Março de 1974 > A desolação da guerra... A tabanca, depois do violento ataque do PAIGC com morteiros 120 e foguetões 122, durante 4 horas, em 18 de março de 1974.

Fotos: © Jacinto Cristina (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das Memórias de um Lacrau (**) ... Resposta, com data de 16 do corrnte, do Valdemar Queiros à pergunta sobre a origem do cognome "Lacraus": ~


[, foto à esquerda, Valdemar Queiroz, ex-fur mil CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]. 


Boa noite, Luís Graça

Nós, da CART 2479,  "Poucos quanto fortes", somos "Lacraus"  por que quando chegámos à Guiné e, depois, em Brá, em tendas de campanha, fomos surpreendidos com aracnídeos venenosos, mas sem nos assustarmos ficámos com as primeiras recordações da Guiné e dos lacraus, mas sempre com aquela:  

"Quando abrires o teu armário das surpresas imprevistas, não desistas, não desistas... E se encontrares dentro dele farrapos velhos, desdenhados, desbotados, não desistas. E se vires viscosa aranha com peçonha no seu ventre,  olha pra ela de frente que  ela passa sem tocar -te".... (Nnão me recordo, mas julgo que isto foi dito, pelo Renato Monteiro, em Contuboel),

E, em Contuboel, voltamos a ter várias visitas de lacraus. Quando formamos a CART 11 resolvemos chamarmo.-nos "Os Lacraus" ((Nada tem a ver com as viaturas destinadas a provocar a explosão de minas nas vias de comunicação,)

O meu 4º.Pelotão foi para Canquelifá reforçar a guarnição lá existente, após um grande ataque à povoação. Já lá estava outro  Pelotão da nossa CART 11. Tinha havia um grande ataque a Canquelifá, com grande grande utilização de morteiros e tentativa de assalto do IN à povoação. Mas Canquelifá só tremeu, com as morteiradas à nossa messe e a algumas casas mais centrais, mas aguentou o assalto e escorraçou o IN, que tentou ultrapassar o cavalo de frisa, na entrada. 

O 1º.Cabo Paiva, da nossa CART11, sofreu um ferimento no peito, esquisito. Um sopro de rebentamento que lhe abriu o peito sem qualquer vestígio de estilhaço.

Sairmos de Nova Lamego, Dare, Piche, Dunane e chegar 
a Canquelifá não era "pera doce". . Sempre acompanhados com escoltas e picagens. Mas chegar a Canquelifá era refrescante, na entrada da povoação havia um grande cartaz, com uns desenhos alusivos:

"BEM-VINDOS ÀS TERMAS DE CANQUELIFÁ"...

E era certo, Canquelifá ficava num pequeno planalto bem mais fresco que lá em baixo,  o do Gabu, mas havia à entrada da povoação um cavalo de frisa e sentinela que assustava. 

 Canquelifá era uma tabanca bonita, com grandes árvores frondosas e população de gente muito alta,  panjadincas (muçulmanos). Assisti lá ao final do Ramadão, com os festejos de batuques, lutas-livres, etc.

Não me recordo, ao certo, mas julgo chegou a ser a nível de três (?) Pelotões, sei que lá chegou a estar o Cap  Analido Pinto, da nossa CART 11.

Fomos visitados pelo Spínola, que enalteceu os nossos soldados, a falar para a povoação:  "Eestes homens são pescadores da Nazaré,  são pastores da Covilhã,  esta terra não é deles, é vossa. Vocês têm que defender esta terra e esta bandeira A Bandeira de Portugal.". (Isto devere ter sido em Fev/Mar.1970, em Canquelifá,  cercada de arame farpado que tinha sido bombardeada)

Um abraço
Queiroz

________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 15 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7438: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (5): Canquelifá, a ferro e fogo, 18 de Março de 1974

sábado, 11 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12573: O nosso livro de visitas (175): Era amigo do malogrado Carlos Alberto Graça Gonçalves, em Alfama, o "Manjerico" e, na Ponte Caium, o "Charlot", do 3º Gr Comb / CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74) (Artur Barata)

1. Dois comentários do Artur Barata (que está a seguir o nosso blogue e que foi combatente em Angola, na 3ª C / BCAÇ 4515/73) [, foto à direita]:


(i) Comentário ao poste P6042 [Tabanca Grande (209 ): Jacinto Cristina...


Amigo [Jacinto Cristina],  fiquei feliz por o ter encontrado, sendo da CCAÇ  3546 e BCAÇ 3883.
Pois eu também sou um antigo combatente, mas o que me leva a escrever é porque um amigo meu dessa companhia faleceu aí na Guiné no dia 14 de junho de 1973: era o Carlos Alberto Graça Gonçalves, natural de Lisboa, Alfama , conhecido entre os amigos como Manjerico.

Ele era meu amigo de infância. Quando ele veio passar férias, um pouco antes da sua morte, tivemos juntos uns dias, pois eu estava em Santa Margarida a tirar o IAO para ir para Angola. Por isso não pude ir ao seu funera.

Ele esta no Alto São João no Talhão dos combatentes, já lá fui prestar a minha Homenagem. Mas o que eu queria saber é se tem alguma foto dele ou se sabe dar o contacto de alguém que tenha.

Já agora a morte dele foi numa operação ou numa coluna ?


(ii) Comentário ao poste P8061: (De)Caras (7): Reconstituição...

Agora acabei de saber que o Carlos Alberto Graça Gonçalves tinha a alcunha, na vossa companhia, do Charlot. Para mim era um irmão e era em Alfama o Manjerico. Nas férias dele convivemos bastante e quando nos despedimos ele ia para aí, para a Guiné, e eu para Angola. Ele fartou-se de jurar e a dizer que não queria voltar. E eu fui um dos culpados porque nunca pensei que vinha o 25 de Abril. Sei que tem uma filha, que a vi nesses dias e nunca mais a vi.


Grande amigo grande irmão, que saudades, uem tiver uma foto dele por favor enviem para arturbarata18@gmail.com

Um abraço para todos os companheiros de guerra.

Atentamente, Artur Barata.

PS - Se quiser ver o site feito por mim,  da minha companhia,  a 3ª CCAÇ / BCAÇ 4515/73,  aqui vai o link http://companhiadecacadores4515.blogspot.pt/





Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > Ponte Caium > Memorial aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves ["Charlot"], Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas do Leste. Guiné- 72/74"...

O Fur Mil Op Esp Amândio de Morais Cardoso, natural de Valpaços, morreu aqui, vítima de uma aramdilha que ele montava e desmontava com regularidade, na margem do rio...A trágica ocorrência foi no dia 19 de Fevereiro de 1973. Os restantes morreram numa emboscada entre a Ponte Caium e Piche, 14/6/1973..


Foto: © Eduardo Campos (2010). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de dezembro de 2013 >  Guiné 63/74 - P12512: O nosso livro de visitas (174): Camarada não identificado, pertencente ao Pel Caç Nat 61 de Cutia, comandado pelo ex-Alf Mil Simeão Ferreira que hoje é médico nas Termas de Monte Real

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11065: Memória dos lugares (210): Também estive na ponte Caium, dois meses, antes de acabar a minha comissão em Camajabá (Abel Santos, ex-sold at, CART 1742, Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69)




Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > O Jacinto Cristina com uma bajuda da tabanca de Mulã Dalassi, que ficava a nordeste da ponte.

Foto: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Resposta, com data de 25 de janeiro último,  do Abel Santos a um dúvida nossa, posta à malta da Tabanca Grande, sobre a célebre ponte Malã Dalassi (que sabemos agora ser, nem mais nem menos do que a ponte do Rio Caium, entre Piche e Buruntuma: no vídeo do George Freire, há erro na legenda, é ponte Malã Dalassi, e não Mule Balassi); (*):

Meu caro camarada Luís

Gostei muito de ver o trabalho que recebi em relação ao nosso camarada [George] Freire, ai como eram diferentes as companhias daquela época em relação à nossa.

Falas na ponte Mulã Dalassi, falas na ponte do rio Sira Muriel... eu sinceramente não conheço,  o que sei é que na estrada que liga Piche-Buruntuma existe a ponte sobre o rio Caium e não com o nome que o camarada Freire fala na reportagem, Mule Balassi. Há uns pequenos pontões ao longo da estrada mas nada comparavél com  célebre Ponte do rio Caium que o IN tentou destruir através de morteiradas por baixo da mesma.

Digo-te,  meu caro amigo,  que cheguei a estar destacado com a minha secção na dita ponte para manter segurança da mesma, e na qual havia quatro abrigos, dois de cada lado,  e que foram a nossa casa durante dois meses,  findos os quais fui para Camajabá, local onde acabei a comissão de serviço.

Caro camarada,acho que com esta minha informação fiques mais esclarecido sobre a tua dúvida.
Sem outro assunto, recebe saudações deste tertuliano.

Abel Santos.

(ex-Soldado Atirador da CART 1742,
"Os Panteras", Nova Lamego e Buruntuma
1967/69).
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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11035: Memória dos lugares (209): Fajonquito 2011 - Vestígios da tropa portuguesa (Cherno Baldé)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10671: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (7): Mais fotos de Piche e da Ponmte Caium



Foto nº 1 > Piche > Jovens da Mocidade Portuguesa


Foto nº 2 > Piche > Meninas de Piche




Foto nº 3 > Piche > Confraternização

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina



Foto nº 4 > Ponte Caium >  Três amigos... O Jacinto está de pé, à esquerda...


Foto nº 5 > Ponte Caium > O Jacinto é o da direita


Foto nº 6  > Ponte Caium (?) > O Jacinto,  soldado do 3º Gr Comb


Foto nº 7 > Ponte Caium (?) >  Quarto de hotel de cinco estrelas...



Foto nº 8 > Ponte Caium > 


Foto nº 9 > Ponte Caium (?) > 


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina > Uma pequena homenagem do nosso blogue em dia do seu 63º aniversário... Recorde-se que o Cristina, sold at inf,  esteve na Guiné entre Março de 1972 e Junho de 1974; esteve destacado, com o seu Gr Comb,  na famosa Ponte de Caium,  na estrada entre Piche e Buruntuma, cerca de 14 meses (Fevereiro de 1973 / Abril de 1974), onde foi municiador do morteiro 10,7 e padeiro.


Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7579: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (6): Evocando a G3...., em dia de aniversário da nossa amiga Cristina ! (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)