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domingo, 20 de fevereiro de 2022

Guiné 61/74 - P23011: Fotos à procura de... uma legenda (160): Transportes públicos de Bissau: ABP, que sigla seria esta ?






Guiné > Bissau > s/d [1971/73 ] > Um autocarro dos transportes colectivos de Bissau, carreira Bissau/Bissalanca!... Uma verdadeira peça de museu... Parece ser um autocarro com desenho dos anos 30, a avaliar pela carroçaria, uma estrutura em madeira chapeada (?!)... Tinha tejadilho,  onde se levava a "bagagem" dos passageiros, desde cabras a  produtos agrícolas... As portas e as janelas parecem "abertas"... Matrícula G-620... Empresa: ABP (?)... Foto do nosso saudoso Victor Barata (1951-2021), o "Vitinho".

Foto (e legenda): © Victor Barata (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementa: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Carlos Pinheiro (ex-1.º cabo trms op msg, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70), a quem pedimos ajuda para identificar a empresa que operava os transportes publicos de Bissau no início dos anos 70.

Data - 19/02/2022, 19:19 
Assunto - Transportes públicos de Bissau: ABP, que sigla seria esta ?

Boa tarde, Luís

De facto não me lembro desta empresa, mas lembro-me bem de outra, a do Costa, que também tinha alguns autocarros(?) que a malta até dizia :  "Camionetas do Costa 'suma' a cachorro de rabo de lado"...

Um abraço, Luis, CP.

2. Comentários ao poste P23005 (*)

António J. Pereira da Costa:

A foto do autocarro é importantíssima, pois prova aquilo que muitas vezes se diz, um tanto jocosamente, que naquele autocarro até as cabras eram transportadas.

Havia um outro percurso (Bissau - Biombo) onde a viatura, talvez um pouco mais moderna do que esta, andava um pouco de lado, por ter uma mola dianteira partida.

O "serviço de peças"(?) das mais conhecidas marcas era mais do que incipiente e as "firmas importadoras" (Gouveia e similares) não se dedicavam a fazer importações tão complicadas. E oficinas para a manutenção do autocarro?

Enfim coisas boas de antanho...

Virgílio Teixeira:

No meu tempo (1967/69) nunca andei nem vi qualquer transporte público, mas eu não precisava, tinha as minhas motorizadas, e por outro lado havia o transporte militar de Santa Luzia - Bissau e Bra - Bissau. É possivel que houvesse táxis!

Quando lá estive em 1984 e 1985, havia um deficit de transportes públicos modernos. Pois o que existiam eram as carrinhas Toyota de caixa aberta, onde cabia de tudo, pessoas, gado, mercadorias de tudo. E muitos acidentes pois eles andavam a grande velocidade e com o pessoal sentado nos taipais, era uma desgraça.

Conheci e colaborei num projecto , uma empresa portuguesa, que colocou 3 autocarros Volvo, do mais moderno, onde cabia também tudo. Passado um ano, acabou por fechar, por falta de peças, oficinas etc. Ainda viajei de Bissau até Nova Lamego e regresso, num desses percursos, ocorreu um óbito de um homem local, mesmo ao meu lado.

Por isso ABP não me diz nada.

António J. Pereira da Costa:

Tenho notícias muito vagas e remontando a 1975 de que a União Soviética teria fornecido à Guiné viaturas de transporte de pessoal do exército. Eram viaturas mais do que obsoletas, de grandes dimensões, pesadíssimas, com uma invulgar largura de eixo, o que as tornava proibitivas na Guiné por não se puderem cruzar numa estrada. Tinham um consumo astronómico e tentaram constituir com elas uma empresa de transportes sob orientação de um português, ex-empresário na Guiné,  de nome Vilela. Falhou em poucos meses...

Mas não tenho confirmação.

João Rodrigues Lobo:

Quando estive em Brá, nos anos completos de 1969 e 1970 praticamente todos os dias fazia várias vezes o trajecto Brá / Bissau, conduzindo o meu jeep, para acompanhar as cargas e descargas nos portos, principal e Pijiquiti, e não me recordo destes autocarros. Presumo que, se me tivesse cruzado com eles, me lembraria. Mas a memória por vezes pode atraiçoar embora julgue que só teriam surgido depois de 1970.

3. Comentário do editor LG:

Perguntei ao Carlos PInheiro (com conhecimento a outros camaradas que conheceram Bissau nessa época):

Carlos, tu que és de longe o nosso melhor cicerone de Bissau do nosso tempo, vê lá se reconheces o patusco autocarro de que aqui se publica uma foto, com uma sigla ABP, na parte de trás, que nos parece ser a da empresa proprietária... Fazia o percurso Bissau - Bissalanca no princípio dos anos 70... Chegaste a andar de transportes públicos no teu tempo ? Lembras-te do nome da empresa ? E será que se manteve depois da independência ? Pode ter acontecido, se bem que improvável... E já agora havia no teu tempo autocarros mais modernos... e confortáveis ?

Dou conhecimento a alguns dos nossos grã-tabanqueiros que também conheceram Bissau como tu, e nomeadamente alguns camaradas da FAP, incluindo os que voltaram a Bissau depois da independência.


Mais comentários dos nossos leitores serão bem vindos (**).


sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22862: O meu sapatinho de Natal (25): Três Natais passados em Brá, no BENG 447 (1968, 1969 e 1970) (João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais)


Foto nº 2 > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 > Natal de 1969 > Aspeto da assistência



Foto nº 1 >  Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 > Natal de 1969 > Preparando o  palco: o João Rodrigues Lobo  é o alf mil da ponta direita


Foto nº 3 >  Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  Natal de 1969 >  Descansando nas rachas de cibe (que seguiam para os reordenamentos...): o João Rodrigues Lobo é o da pomnta esquerda


Foto nº 4 > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  O campo de jogos onde se realizavam as  festas de Natal   


Foto nº 5  > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  Aspeto do  campo de jogos onde se realizavam as festas de Natal


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo 

[ (i) ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971);

(ii) fez o 1º COM, no último trimestre de 1967, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa, Angola, onde viveu na sua juventude;

(iii) natural de Óbidos, vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital;

e (iv) é membro nº 841 da Tabanca Grande.]


Data - terça, 21/12, 16:10 (há 10 dias)
Assunto - O Natal na Guiné



 

Boa tarde,

Bem posso dizer Os Natais na Guiné, pois passei lá três: 1968,1969 e 1970.

Para os que estavam no BENG 447 havia um espectáculo, com os "artistas" do Batalhão que nos distraía um pouco para tentarmos não ter saudades dos nossos que estavam longe.

Os artistas eram variados e as actuações também. Como não havia dois "Géneros" os artistas convidados do "género" masculino também interpretavam o "género" feminino.

O palco e as actuações eram no campo de jogos atrás da messe.

Em anexo reenvio a foto de festa de 1969, com assistência de muita "Malta" e também das mulheres de alguns oficiais que os acompanhavam nalguns períodos e residiam em Bissau (Foto nº 1). E também do campo onde as mesmas se realizavam.(Foto nºs 4 e 5). Ajudei a preparar o palco para a festa de Natal de 1969 (Fotos nºs 1 e 3).

De mencionar que em uma das festas, não me recordo em que ano, um rapaz "marado", que tinha acabado de chegar de zona de combate, resolveu detonar uma granada ofensiva no exterior do recinto. Não houve vitimas diretas, além do grande susto. Mas em resultado do pequeno pânico que se gerou e, alguns tentando sair ao mesmo tempo pelas mesmas saídas do recinto, houve umas ligeiras esfoladelas.

Como era Natal tudo acabou em bem.
Bom Natal para todos e suas familias.

___________

Nota do editor:

Último poste da série > 31 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22860: O meu sapatinho de Natal (24): "Uma Santa Bênção" - Mensagem natalícia de João António Bento Soares, Maj-General Ref

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22790: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte IX: Qual a razão da minha ida da RMA para o CTIG ? Duas histórias... A autorização, anual, passada pela PIDE para poder entrar a bordo dos navios no porto de Bissau, e o "motorista" protegido do capitão da Polícia Militar......



Autorização, com data de Bissau, 2 de dezembro de 1969, dada pela PIDE - Polícia Internacional e de Defesa do Estado, ao alf mil João José Lourenço Rodrigues Lobo,  para poder entrar "a bordo de paquetes e navios de carga, nacinais e estrangeiros, fora das horas de embarque e desembarque de passageiros".


Fotos (e legenda): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo


 [ (i) ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971); 

(ii) fez o 1º COM, no último trimestre de 1967, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa, Angola, onde viveu na sua juventude;  

(iii) natural de Óbidos, vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; 

(iv) é membro nº 841 da Tabanca Grande.]
 

Data - Segunda, 1/11, 15:14
Assunto - Apontamentos da "tropa"



Boa tarde,
Caro Luis e demais editores do Blog,

Cá vai mais uma achega da minha passagem pelo Exército Português:

Tenho lido alguns comentários e outras publicações no Blog com algumas interrogações,
assim talvez ajude a esclarecer ou a complicar mais. E após mais de 50 anos não devem ser segredos militares nem tabus.

Para a razão da minha ida da RMA (Região Militar deAngola) para o CTIG (Guiné) foi-me dito: "intercâmbio entre Províncias Ultramarinas". Aceitei a "informação" verbal. 
Mas teria sido só? 

Especulando bastante quando se não percebe bem a razão apontada:

(i) Podia eu ter sido colega de "turras" que andaram comigo no Liceu Nacional Salvador Correia. (aliás como o Luís dá a entender num seu comentário).( Pura especulação). Mas realmente desse tempo tenho uma recordação que me foi dada por um colega. (imagem anexa,  à esquerda, um pin do MPLA) .

(ii) Fui em rendição individual para render um camarada da Metrópole que não cheguei a conhecer e, no fim da comissão, fui rendido por um camarada da metrópole que também não cheguei a conhecer. Como já li em vários comentários no blog, teria sido porque, àquela data, estaria o filho de alguém "importante" em vias de ir e se baldou com alguma cunha? (Pura especulação). 
A seguir, e no final, um "pequeno" episódio...

(iii) Teria o meu trabalho no QGA da RMA " colidido" com os interesses económicos de "alguém" pois no pouco tempo que lá estive, além de ir comandar MVL , era eu o responsável por controlar todos os quilómetros, horas e facturas de todas as viatura civis contratadas para transportes militares (centenas) e, tendo arranjado métodos de conferência que teriam poupado bastante aos cofres do Exército? E os camionistas andavam fulos comigo? (Pura especulação).

(iv) Teria algum elemento da PIDE/DGS, por motivos pessoais, ou outros, tido alguma influência ? (Pura especulação).

A PIDE metia-se em tudo e, na Guiné, para ir a bordo dos navios onde, como alferes, ia receber toda a carga e materiais para o BENG , tive que, mesmo assim, ser entrevistado e de me passarem o cartão, anual (o de 1968 tive de entregar) na recordação em anexo (1969), senão pasme-se, era preso !!!

(v) Ainda penso noutras possíveis especulações ou num conjunto de várias acima. Lanço o repto aos camaradas que me estão a ler para fazerem os seus comentários. Só se passaram 53 anos, talvez se recordem de outros possíveis motivos ...
.
A propósito do ponto 2 acima tenho um "episódio" que me parece irreal e se passou comigo. Sem inventar. 

Uma das minhas primeiras "acções" quando me colocaram a Comandar o PTE - Pelotão de Trabsportes Especiais, do BENG 447,  foi pedir ao Comando uma lista exaustiva e completa das viaturas e homens que pertenciam ao PTE  e em que trabalhos estariam deslocados.

 Eramos muitos. Após a conferência, o incrível, faltava um soldado condutor auto rodas que "ninguém" sabia onde estava, mas diziam estar em Bissau (tendo um Mercedes próprio no qual se deslocava). Mandei recados, sem levantar ainda quaisquer problemas, dando-lhe 3 dias para se apresentar no PTE e no Batalhão. 

O recado chegou ao destino e, um dia depois, fui convidado a ir a uma residência na cidade para ir jantar com um oficial da PM. Mesmo estranhando e sem saber porque cargas de água me tinha sido feito o convite, resolvi aceitar e fui.

Era um jantar a 3 onde estava o soldado "desaparecido" e onde me tentaram convencer em não levantar ondas pois ele nunca se iria apresentar no Batalhão. Foi uma "conversa" muito interessante e insinuante. Não cedi e mantive o prazo dado. 

Ao sair, disseram-me que ele não se iria apresentar, ao que eu respondi que iria fazer a respectiva participação ao comando do BENG e logo se veria. E, não é que ele não se apresentou e, foi logo "evacuado" para a metrópole ! 

Ainda me lembro do seu apelido, embora com a dúvida se a segunda letra do apelido é um E ou um A. Era realmente de uma família muito "importante".

Se eu ainda aqui estou, poderá ser muito provável, ou não, que os outros 2 intervenientes, que devem ser da mesma idade que eu, se lerem o Blog, se recordem e digam fui eu, ou alguém os conheça. Seria interessante, e só passaram 52 anos...

Abraço, João
____________

Nota do editor:

Último poste da série > 31 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22675: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VIII: O meu percurso militar (II): Depois da RMA, o CTIG: ao todo, 3 anos e 4 meses ao serviço da tropa

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22729: As Nossas Mães (17): Uma pequena grande prova de amor, um recorte de jornal de Angola (, com a notícia do juramento de bandeira do 1º ciclo do COM), guardado durante mais de meio século na carteira da mãe, recentemente falecida aos 98 anos, do nosso camarada João Rodrigues Lobo

 




Pedaço de jornal, guardado, na sua carteira, pela mãe do nosso camarada João Rodrigues Lobo, durante  mais de meio século: o recorte refere-se ao juramento de bandeira do 1º ciclo do Curso de Oficiais Milicianos, realizado em Nova Lisboa, Angola, na EAMA, no dia 23 de dezembro de 1967...



Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa > EAMA (Escola de Aplicação Militar de Angola) > 1º Ciclo do  COM  (Curso de Oficiais Milicianos) > 23 de dezembro de 1967 > Juramento de bandeira... (Capa da revista da RMA, nº 18, janeiro de 1968)

Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo:

(i) ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971);

(ii) fez o 1º COM, no último trimestre de 1967, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa, Angola, onde viveu na sua juventude (*); 

(iii) natural de Óbidos, vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital;

(iv) é membro nº 841 da Tabanca Grande (**);

(v) a titulo particular, comunicou-nos, há dias, o falecimento da sua querida mãe, no dia 14 do corrente, na Lourinhã:


Data - quarta, 17/11, 15:35 
Assunto - Recordação
 
Boa tarde,

Hoje mais uma vez me vieram lágrimas aos olhos.

Ao verificar a carteira dos documentos da minha Mãe,  encontrei bem lá no fundo este recorte de jornal muito velhinho.

As mães guardavam recordações que desconhecíamos durante tantos anos.

Quis compartilhar com os camaradas.

Um abraço, João.

2. Comentário do editor LG:

João, tiveste a gentileza de comigo  partilhar ha tempos a tua alegria por ter, ainda com vida, saúde e autonomia, a tua mãe de 98 anos... Há dois meses e tal, ela sofreu uma queda, e acabou por ser internada num lar, em Santa Bárbara, perto da Lourinhã... Como bom filho, ias visitá-la,  dia sim, dia não, às terças,  quintas e sábados... 

Não conseguimos agendar uma hora para nos encontrarmo-nos na Lourinhã, estando eu também a fazer fisioterapia todos os dias da semana, da parte da manhã... E tendo de vir com alguma frequência a Lisboa.

Há dias sou surpreendido com a  triste notícia da morte da senhora tua mãe,  aquela notícia  que sabemos que nos vai um dia chegar, mas que não queremos acreditar que um dia nos chegue. Já tive ocasião de, particularmente,  te enviar um abraço de solidariedade na dor, na minha qualidade de teu camarada evvizinho. Mas agora faço-o na qualidade de editor do blogue e em nome da nossa Tabanca Grande. E  venho cumprir  a tua vontade expressa  de partilhar com os nossos leitores esta pequena grande prova de amor de mãe, traduzida num simples recorte de jornal, sem data, mas que sabemos que deve  ser de finais de  dezembro de 1967, e talvez de uma semanário de Nova Lisboa ou de um diário  de Luanda.   

A tua mãe tinha muito orgulho em ti!...Haveremos de nos encontrar na Lourinhã, se possível ainda antes do Natal. (***)
_________


(**) Vd. poste de 20 de junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22300: Tabanca Grande (518): João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez 1967/fev1971)... Fez o 1º COM, em Angola, Nova Lisboa. Vive em Torres Vedras. Senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 841.

domingo, 31 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22675: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VIII: O meu percurso militar (II): Depois da RMA, o CTIG: ao todo, 3 anos e 4 meses ao serviço da tropa


Doc 7 > Região Militar de Angola > Batalhão de Intendência de Angola >Quartel em Grafanil > Batalhão de Intendência > Companhia de Intendência > 11 de fevereiro de 1971 > #O documento mais valioso": a declaração da passagem à disponibilidade (ou à "peluda")



Doc 6 > Região Militar de Angola > Quartel General > Companhia de Comando e Serviços > Quartel em Luanda > 12 de agosto de 1968 > Recibo da Arrecadação do Material de Guerra, comprovativo da entrega pelo alf mil João Rodrigues Lobos de uma  G3, cimco carregadores, duas cartucheiras, um cinturão e... 100 cartuchos  7,62 mm m/962... 


Doc 8> Ministério do Exército > Direcção do Serviçpo de Pessoal > Repartição dos Oficiais > 2ª Secção > Lisboa, 28 de janeiro de 1978 > Declaração para efeitos de contagem do tempo de serviço.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte da mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]


Data - sexta, 29/10, 10:11 (há 1 dia)



Assunto - O meu percurso militar


(Continuação)

Quando me mobilizaram para a Guiné fui para o Depósito  de Adidos, em Luanda, onde esperei por um transporte para a Guiné, que nunca mais me arranjavam, ( dizendo até que provavelments tinha de ir primeiro para a Metrópole e dali para a Guiné) sendo que o tempo passava e a Comissão não começava. 

Consegui pessoalmente junto da Força Aérea que me arranjassem transporte num avião militar que vinha para Lisboa com escala em Cabo Verde. Chegado a Cabo Verde esperei por outro avião militar, de carga, que me levou até Bissalanca. Ali chegado, sem nunca antes ter sabido qual a Unidade em que estaria colocado, apanhei boleia num jipe que por acaso tinha ido levar alguém a Bissalanca e que por camaradagem, (não estando autorizado e não constar do boletim da viatura) me levou ao Quartel General em Bissau. Ali chegado, e com as malas á porta, lá entrei e só aí soube que estava colocado no BENG 447. Por gentileza lá me mandaram levar a Brá.

Conhecendo eu bem Angola, e, só havendo 5 Aspirantes Milicianos da Especialidade formados no 1º COM em Angola, sendo este número manifestamente insuficiente para as colunas de MVL, e estando eu no Quartel General a prestar o que julgo bom serviço, porque cargas de água fui mobilizado para a Guiné? 

A explicação dada na época foi “intercâmbio entre Provincias” sem direito a mais perguntas!  Seria só isso ? Por vezes especulo sobre várias hipóteses, mas sem conclusões. Talvez fale delas noutra altura pois são só especulações.

E, quando acabei a comissão na Guiné, para voltar para Luanda, onde fui mobilizado, queriam que viesse de navio fretado para Lisboa (quando houvesse) e de Lisboa para Luanda (quando houvesse). 

Lá se foi o resto do que tinha poupado e paguei as 2 viagens aéreas de Bissalanca para Lisboa e de Lisboa para Luanda, na TAP totalmente do meu bolso! Em 1968 e 1969 também tinha pago as 8 viagens aérias na TAP nos dois meses de férias que tive, para as passar em Luanda onde residia a minha namorada.

Quando em 1977 fiz concurso público para Chefe dos Serviços de Aprovisionamento do Hospital Distrital de Torres Vedras, precisava de documento onde constasse o Serviço Militar cumprido. 

Não sabendo onde o podia obter, fui ao Ministério do Exército, no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde estava “estacionado” o meu processo, por não ter a data da passagem á disponibilidade!!! 

Por sorte, (mais uma vez) tinha guardado o papelinho da “peluda”, que apresentei, e lá me passaram uma declaração simples (, com um erro na data do inicio da Comissão no qual só mais tarde reparámos, ) mas que serviu o objectivo. 

Em 1978 recebi um oficio onde, na disponibilidade, tinha sido colocado no Regimento de Engenharia nº 1 em Lisboa. E em 1983 recebi outro oficio,  dizendo que o meu processo estava no DRM  de Santarém. 

Em 2007 aquando da passagem á reforma, para obter a contagem do tempo, fui a Santarém e já não estava lá nada. Fui então ao Arquivo Geral do Exército, em Lisboa onde estava o meu processo, obtive a contagem do tempo e lá me deram 5 anos e 337 dias para a reforma ( tiraram alguns mesitos, talvez a recruta ou as férias). 

Esta “história” terá interesse?  Para mim tem,  dadas as bolandas em que andei, e, o tempo que perdi (ou ganhei) no Exécito Português.

Por onde passei tive e assisti a vários “episódios” alguns idênticos aos que outros camaradas descrevem , outros talvez um pouco diferentes. Tenho algumas situações,vividas pelos locais por onde estive, na memória, e tento recordar-me de outras para talvez as passar ao papel e vos enviar para o blog.

Resumindo, acabei por ter tanta sorte que passei quase ao lado da Guerra, estando bem perto da dureza e sofrimento que tantos camaradas, nas mesmas datas, passaram.

Até tive a sorte de , quase imberbe, deixar crescer o bigode, desde que aterrei na Guiné, bigode esse que foi crescendo sem nunca mo mandarem rapar, apesar de algumas bocas “superiores” e de alguns PM . O bigode, que aí começou, só o raparei quando a sorte que me acompanhou em Angola e na Guiné,  me fizer ganhar o Euromilhões!

Anexo vários “papéis” que guardei como recordação, em complemento do que já foi publicado no poste anterior (*)

Doc 6 – Documento de MVL – 1968

Doc 7 – O Documento mais valioso: a passagem à disponibilidade, em  1971

Doc 8 – A descoberta do meu processo – 1977 (1978)

Até breve.

João Rodrigues Lobo
_______________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 30 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22671: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VII: O meu percurso militar (I): Região Militar de Angola: EAMA, CICA, Companhia de Transportes nº 2560, QG-4ª Rep, Depósito de Adidos (1967/68)

sábado, 30 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22671: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VII: O meu percurso militar (I): Região Militar de Angola: EAMA, CICA, Companhia de Transportes nº 2560, QG-4ª Rep, Depósito de Adidos (1967/68)

as

Doc nº 3 > Escola de Aplicação  Militar de Angola (EAMA) > Quartel de Nova Lisboa > 3ª Companhia >21 de dezembro de 1967 > Licença para gozo de 11 dias de férias, a passar em Luanda,  passada ao  soldado cadete João Rodrigues Lobo.


Doc 2 > Ministério do Exército > Região Militar de Angola > Boletim de vencimentos > Folha mecanográfica com o vencimento do aspirante miliciano João Rodrigues Lobo, relativo ao mês de novembro de 1967. Montante: Esc 1590$00, o que corresponderia, em valores de hoje, em Portygal, 
a 561,11 € (segundo o conversor da Pordata)


Doc 1 > Escola de Aplicação  Militar de Angola (EAMA) > Quartel de Nova Lisboa > 1967 > Cartão de Controlo da Incorporação


Doc nº 4 > Região Militar de Angola >Quartel General > 3º Repartição > 1968 > Pedido de  protecão de coluna auto de reabastecimentos, a partir de Luanda, comndanda peloasp mil Rodrigues Lobo- Data: 12 de agosto de 1968. Assinatura: cor A. da Silva Banazol.


Doc nº 5 > Região Militar de Angola >Quartel General > 4º Repartição > Secção TPTS > 1968 > Relação do pessoal que segue no ML
V ( Movimento de Viaturas Logísticas), de Ambriete, de 13/8/1968.

Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]

Devido à extensão do texto mais os documentos anexos, vamos publicá-lo em duas partes.  


Data - sexta, 29/10, 10:11 (há 1 dia)



Assunto - Meu percurso militar

Bom dia,

Caro Luis e caros editores do blog.

Desde que me juntei á Tabanca Grande todos os dias o Blog é minha leitura obrigatória.

Recordar também é viver, e textos muito interessantes lá tenho encontrado.

É com interesse e alguma emoção que os diversos posts me têm recordado situações de que tive conhecimento mas não vivi directamente, nos anos de Guiné 1969 e 1970 (e uns dias de 1968 e 1971) e, onde tenho tido conhecimento de outras situações, algumas terriveis, das quais, embora contemporâneo delas, não tive conhecimento quando lá estive.

Dos relatos de camaradas que passaram tempos muito dificeis naqueles anos, ( aliás durante toda a guerra), só posso tirar uma conclusão: fui um felizardo, sortudo, afortunado, ou que lhe quisermos chamar, em ser mobilizado para a Guiné! e protegido pelos deuses ( talvez mais por camaradas de armas na mão).

Já em 1968, pela sorte de já de usar óculos, não fiquei nos Comandos.

Por ser experiência pessoal, se acharem que o que digo interessa alguma coisa, publiquem, se não tudo bem. Os comentários, desde que não sejam tendenciosos ou preconceituosos, serão bem vindos.

Em Angola, onde fui incorporado em 1967 (Doc nº 1), e onde prestei serviço militar antes de ter “inexplicávelmente?” sido mobilizado para a Guiné, e onde passei por zonas bem complicadas , em MVL desde Luanda a Ambriz e Ambrizete, teria corrido mais riscos, dos quais felizmente também escapei quando por lá andei, o que não se poderá dizer de outros camaradas que passaram pelas mesmas estradas, pois a maioria das colunas era emboscada e atacada nesses trajectos (Doc. nº 4).

Julgo que devo ter sido dos milicianos que em mais quartéis esteve colocado:

(i) Escola de Aplicação Militar de Angola – Nova Lisboa. Incorporação e recruta, - cadete, 1967 – 3 meses (Doc. nº 1)

(ii) CICA – Grupo de Artilharia e Campanha 1 – Luanda, Especilidade de Transportes Rodoviários - cadete. 1968 – 3 meses

(iii) CICA – Nova Lisboa , instrutor auto - Aspirante. 1968 -3 meses

(iv) Companhia de Transportes 2560 – Grafanil/Luanda – Aspirante. 1968 – 1 mês

(v) Quartel General 4ª Rep., Luanda - Aspirante 1968 – 4 meses

(vi) Depósito de Adidos , Luanda - Aspirante, 1968 – 1 mês

(vii) Não me lembro da Unidade – Cabo Verde, ilha do Sal - Alferes Mil.1968 – 2 semanas

(viii) Batalhão de Engenharia 447 , Pelotão de Transportes Especias., Guiné - Alferes Mil, 1968/1969/1970/1971

(ix) Batalhão de Intendência de Angola, Grafanil/Luanda, 1 mês (férias) ,disponibilidade -Alferes Mil, 1971.

Resumindo – Mais dia menos dia, mais semana menos semana, em cada unidade, pois a memória já falha, no Total 40 Meses : Um ano e quatro meses em Angola e dois anos e 24 dias na Guiné (3 Natais).

Anexo vários “papéis” que guardei como recordação:

1 – Incorporação na EAMA, 1967 (Doc 1)

2 – Boletim de vencimento como cadete - 1967 (Doc 2)

3 – Licença de férias EAMA, 1968 (Doc 3)

4-5-6 – Documentos de MVL – 1968 (...)

Até breve. João Rodrigues Lobo

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22579: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VI: Um farol e uma motoreta...



Foto nº 1


Fotio nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Legendas. Fotos nºs 1 e 2: Guiné >  s/l > c. 1969, /70> > "Turista",  junto a um farol, do qual já não me recordo o sítio. (Não me parece que seja do ilhéu de Caió...  (*); ou será o farol da ponta de Biombo ? ) (LG)

Fotos nºs 3 e 4 > Guiné > Brá > BENG 447 > Janeiro de 1969 >No  BENG 447 também tinhamos uma motoreta  (tpo solex), que por vezes fazia o trajeto Brá/Bissau.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.] 

Data - segunda, 20/09, 15:31 (há 9 dias)
Assunto . Mais fotos para o Blog



Boa tarde,

Desde que entrei no blog tenho-o lido, e consultado, todos os dias. Só não tenho enviado mais nenhum contributo porque não "tenho tido cabeça". É que a minha mãe de 98 anos, perfeitamente lúcida e quase autónoma caíu e está internada, muio debilitada. Mas enfim, faz parte da vida e este á parte não deve ser publicado.

Também desejo franca recuperação ao Luis na sua fisioterapia.

Agora sim para publicação no blog, se tiver interesse (**):

Envio duas fotografias de um "turista" que as tirou junto a um farol, do qual já não me recordo. Os "nossos localizadores" poderão dar uma ajuda a relembrar qual e onde ficava. (Fotos nºs 1 e 2)

Mais duas, tiradas no BENG 447 , para dizer ao nosso camarada que andava de motorizada na Guiné, que no BENG 447 também tinhamos uma (solex?) que se vê nas fotos, e que por vezes fazia o trajeto Brá/Bissau. (Fotos nºs 3 e 4)

Os camaradas da foto que não me levem a mal pela publicação das mesmas, pois até gostava de encontrar alguns para recordar aqueles tempos. (E já ninguém nos consegue reconhecer á distância.)

Um abraço,
João Rodrigues Lobo

_________

Notas do editor:


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22556: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte V: Ordem de serviço, nº 279, de 28 de novembro de 1970, pp. 3, 4 e 5




1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]

Date: sábado, 3/07, 23:07 | Subject: Contributos para o blog.

Como combinado começo a enviar o que julgo serem alguns contributos pessoais para o blog, embora um pouco personalizados.

Duas Ordens de Serviço de Maio e Novembro de 1970, cujos originais me foram dados por nelas constar o meu nome, mas que revelam um pouco do que foi o BENG 447, e o que foi por este Batalhão construído.

De notar que a primeira é assinada pelo Major Engº João A.Lopes da Conceição e a segunda pelo Tenente Coronel Engº João António Lopes da Conceição.(*)







Cópia da Ordem de Serviço nº 279, de 28 de novembro de 1970, do BENG 447, pp. 3, 4 r 5 )pp. 1397/8/9)

2. Comentário do editor LG
:

Em relação ao art. 5º da página 1397 (Cópia de sentença), destaque-se o seguinte, por mera curiosidade: a 4 militares do BENG 447, dois cabos e dois soldados, foi instaurado procedimento criminal pelo TMT  (Tribunal Militar Territorial) da Guiné por alegadamente , "em acção conjunta e de comum acordo", em 4 de julho de 1969, a bordo do N/M "Rita Maria", terem subtraído fraudulentamente os seguintes artigos:  

(i)  nove caixas de vinho no valor de 1687$00 (escudos),  o equivalente, a preços de hoje, a 518,25 €;

(ii) nove pacotes de 72 caixas de fósforos cada um, no valor de 178$64 (o equivalente hoje a 54,88 €).

Trata-se de um simples "fait-divers" ou dá para entender um pouco melhor o que era a "justiça militar" de então ? Claro que um "roubo" era/é sempre um "roubo"... 

Não sabemos o desfecho deste caso: o João Rodrigues Lobo guardou cópia desta Ordem de Serviço, de 28 de novembro de 1970, por nela constar a atribuição, à sua pessoa, da Medalha Comemorativa das Campanhas da Guiné... E estava já em fim de comissão. 

Mas é possível que os alegados quatro autores do "surripianço" de 54 garrafas de vinho e de 648 caixas de fósforos da "despensa" do N/M "Rita Maria", propriedade da Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, do Grupo CUF,  tenham recebido o "castigo exemplar": provavelmente ficaram mais uns meses na Guiné, até pagarem a totalidade da indemnização que era devida aos donos dos bens "surripiados"...LG