Guiné > Bissau > s/d [1971/73 ] > Um autocarro dos transportes colectivos de Bissau, carreira Bissau/Bissalanca!... Uma verdadeira peça de museu... Parece ser um autocarro com desenho dos anos 30, a avaliar pela carroçaria, uma estrutura em madeira chapeada (?!)... Tinha tejadilho, onde se levava a "bagagem" dos passageiros, desde cabras a produtos agrícolas... As portas e as janelas parecem "abertas"... Matrícula G-620... Empresa: ABP (?)... Foto do nosso saudoso Victor Barata (1951-2021), o "Vitinho".
Foto (e legenda): © Victor Barata (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementa: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do Carlos Pinheiro (ex-1.º cabo trms op msg, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70), a quem pedimos ajuda para identificar a empresa que operava os transportes publicos de Bissau no início dos anos 70.
Data - 19/02/2022, 19:19
Assunto - Transportes públicos de Bissau: ABP, que sigla seria esta ?
Boa tarde, Luís
De facto não me lembro desta empresa, mas lembro-me bem de outra, a do Costa, que também tinha alguns autocarros(?) que a malta até dizia : "Camionetas do Costa 'suma' a cachorro de rabo de lado"...
De facto não me lembro desta empresa, mas lembro-me bem de outra, a do Costa, que também tinha alguns autocarros(?) que a malta até dizia : "Camionetas do Costa 'suma' a cachorro de rabo de lado"...
Um abraço, Luis, CP.
2. Comentários ao poste P23005 (*)
A foto do autocarro é importantíssima, pois prova aquilo que muitas vezes se diz, um tanto jocosamente, que naquele autocarro até as cabras eram transportadas.
Havia um outro percurso (Bissau - Biombo) onde a viatura, talvez um pouco mais moderna do que esta, andava um pouco de lado, por ter uma mola dianteira partida.
O "serviço de peças"(?) das mais conhecidas marcas era mais do que incipiente e as "firmas importadoras" (Gouveia e similares) não se dedicavam a fazer importações tão complicadas. E oficinas para a manutenção do autocarro?
Enfim coisas boas de antanho...
Virgílio Teixeira:
No meu tempo (1967/69) nunca andei nem vi qualquer transporte público, mas eu não precisava, tinha as minhas motorizadas, e por outro lado havia o transporte militar de Santa Luzia - Bissau e Bra - Bissau. É possivel que houvesse táxis!
Quando lá estive em 1984 e 1985, havia um deficit de transportes públicos modernos. Pois o que existiam eram as carrinhas Toyota de caixa aberta, onde cabia de tudo, pessoas, gado, mercadorias de tudo. E muitos acidentes pois eles andavam a grande velocidade e com o pessoal sentado nos taipais, era uma desgraça.
Quando lá estive em 1984 e 1985, havia um deficit de transportes públicos modernos. Pois o que existiam eram as carrinhas Toyota de caixa aberta, onde cabia de tudo, pessoas, gado, mercadorias de tudo. E muitos acidentes pois eles andavam a grande velocidade e com o pessoal sentado nos taipais, era uma desgraça.
Conheci e colaborei num projecto , uma empresa portuguesa, que colocou 3 autocarros Volvo, do mais moderno, onde cabia também tudo. Passado um ano, acabou por fechar, por falta de peças, oficinas etc. Ainda viajei de Bissau até Nova Lamego e regresso, num desses percursos, ocorreu um óbito de um homem local, mesmo ao meu lado.
Por isso ABP não me diz nada.
António J. Pereira da Costa:
Tenho notícias muito vagas e remontando a 1975 de que a União Soviética teria fornecido à Guiné viaturas de transporte de pessoal do exército. Eram viaturas mais do que obsoletas, de grandes dimensões, pesadíssimas, com uma invulgar largura de eixo, o que as tornava proibitivas na Guiné por não se puderem cruzar numa estrada. Tinham um consumo astronómico e tentaram constituir com elas uma empresa de transportes sob orientação de um português, ex-empresário na Guiné, de nome Vilela. Falhou em poucos meses...
Mas não tenho confirmação.
João Rodrigues Lobo:
Quando estive em Brá, nos anos completos de 1969 e 1970 praticamente todos os dias fazia várias vezes o trajecto Brá / Bissau, conduzindo o meu jeep, para acompanhar as cargas e descargas nos portos, principal e Pijiquiti, e não me recordo destes autocarros. Presumo que, se me tivesse cruzado com eles, me lembraria. Mas a memória por vezes pode atraiçoar embora julgue que só teriam surgido depois de 1970.
Perguntei ao Carlos PInheiro (com conhecimento a outros camaradas que conheceram Bissau nessa época):
Carlos, tu que és de longe o nosso melhor cicerone de Bissau do nosso tempo, vê lá se reconheces o patusco autocarro de que aqui se publica uma foto, com uma sigla ABP, na parte de trás, que nos parece ser a da empresa proprietária... Fazia o percurso Bissau - Bissalanca no princípio dos anos 70... Chegaste a andar de transportes públicos no teu tempo ? Lembras-te do nome da empresa ? E será que se manteve depois da independência ? Pode ter acontecido, se bem que improvável... E já agora havia no teu tempo autocarros mais modernos... e confortáveis ?
Dou conhecimento a alguns dos nossos grã-tabanqueiros que também conheceram Bissau como tu, e nomeadamente alguns camaradas da FAP, incluindo os que voltaram a Bissau depois da independência.
Mais comentários dos nossos leitores serão bem vindos (**).
Repare-se que no final da guerra já havia "modernos autocarros de passageiros" a circular pela zona leste da Guiné, até ao porto fluvial do Xime (***).
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 17 de fevereiro de 2022 > Guiné 61/74 - P23005: Notas de leitura (1420): "Um caminho de quatro passos", de António Carvalho (2021, 219 pp.): apontamentos etnográficos para o retrato da nossa geração, de antigos combatentes - Parte III (Luís Graça): uma excursão a Lisboa, de 4 dias, em 1959
(**) Último poste da série > 22 d dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22831: Fotos à procura de...uma legenda (159): Cais de Alcântara ou Cais da Rocha Conde de Óbidos ? (Lucinda Aranha, escritora)