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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16458: Patronos e Padroeiros (José Martins) (36): Forças Armadas e Segurança - Nossa Senhora da Encarnação, Padroeira do Batalhão de Infantaria n.º 7 (1917/1918)

1. Em mensagem do dia 4 de Setembro de 2016, dia do seu aniversário, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), dá-nos a conhecer mais um Patrono das nossas Forças Armadas, Nossa Senhora da Encarnação.

Boa tarde e continuação de bom Domingo.
Não podia deixar terminar o 69.º ano de vida sem enviar uma colaboração: mais um Patrono ou Padroeiro das nossas FFAA.
Desta feita, reporta-se ao ano de 1917/1918 e a Padroeira do Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 7, de Leiria, que fez parte do Corpo Expedicionário Português, até 6 de Abril de 1918, data em que foi dissolvido, por insubordinação.
Trata-se de Nossa Senhora da Encarnação, que é Padroeira da cidade, cuja festa é celebrada a 15 de Agosto. É de realçar a colaboração do meu sobrinho João Paulo, que foi o autor das fotos, a pedido expresso meu.

Abraço
José Martins


Patronos e Padroeiros XXXVI

Forças Armadas e Segurança

Nossa Senhora da Encarnação

Nossa Senhora da Encarnação, no exterior da Capela
© Foto: João Paulo Martins – Leiria - 2016


Padroeira do Batalhão de
Infantaria n.º 7 (1917/1918)

Nossa Senhora da Encarnação é uma das muitas invocações de Nossa Senhora. Neste caso, refere-se à Encarnação do seu Filho, que veio ao mundo feito Homem, como lhe anunciou o Anjo Gabriel.

No local onde se situa a Capela ou Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, em Leiria, num dos montes que circunda a cidade, existia uma ermida em honra de São Gabriel, desconhecendo-se quem a construiu e quem lá colocou uma imagem da Santa. Foi D. Braz de Barros, primeiro Bispo da Diocese de Leiria que, a custas suas, mandou levantar outra, que ficou concluída em 1554.
Na Ermida se rezavam, manhã muito cedo, missas nos nove dias que antecediam a data da Festividade da Anunciação, correspondendo cada dia a cada mês que Nossa Senhora transportou Jesus no seu ventre. Porém, no dia 11 de Julho de 1588, levaram para assistir à missa que era rezada no altar de Nossa Senhora da Encarnação, Susana Dias, uma mulher que habitava na localidade das Cortes, e se encontrava aleijada das pernas havia 28 anos, e que, por milagre da Santa, se levantou e começou a andar. Na Ermida estava, além de muito povo que ali acorria às missas no altar de Nossa Senhora, a esposa do Marquês de Vila Real, Dona Filipa.

O milagre foi logo reconhecido, o Cabido da Catedral foi em procissão até à Ermida, dar graças, tendo a presença de muita gente, os milagres continuaram, afirmando-se que, numa tarde véspera de festa e na noite seguinte, foram vinte e oito.
Começaram a ser recolhidos donativos para ali, na Ermida de invocação a S. Gabriel, se levantar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, cuja primeira pedra foi colocada no local, com toda a solenidade, com missa cantada e bênção, foi colocada da parte do evangelho, junto da porta principal, sendo D. Pedro Castilho Bispo, o quarto desta diocese.

Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, parte sul da Capela
© Foto: João Paulo Martins – Leiria - 2016

O quartel de Infantaria n.º 7 dispôs até 20 de Abril de 1911, data em que foi publicado o decreto que ficou conhecido como Lei de Separação da Igreja do Estado, de Capela Regimental, que era a actual Igreja de Santo Agostinho. É provável que os soldados passassem a frequentar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação.
Talvez por essa razão, ou outra, ao embarcarem para França, integrados no Corpo Expedicionário Português, os militares do Batalhão, levaram consigo uma imagem da Santa, que os acompanhava sempre que iam para a frente, onde tinha o seu nicho e era procurada pelos seus devotos.
Este facto foi noticiado no semanário católico “O Mensageiro”, de Leiria, no ano de 1917, pela pena do seu director, Padre José Ferreira Lacerda, Alferes Capelão do RI7/CEP que, de França, ia enviando crónicas e noticias para o seu jornal.

A Nossa Senhora da Encarnação é a padroeira da cidade de Leiria, pelo que no dia 15 de Agosto é realizada a festa em sua honra, organizando-se, durante as mesmas, uma procissão que, saindo da Igreja de Santo Agostinho vai até à Ermida.

Odivelas, 4 de Setembro de 2016
José Marcelino Martins
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10173: Patronos e Padroeiros (José Martins) (35): São Lourenço de Brindisi, Frade, combatente e Santo

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16451: Consultório militar do José Martins (19): Notícia da criação da "Agência de Leiria" da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, em 12 de abril de 1924, sendo seu presidente o cor inf Francisco de Lacerda e Oliveira, comandante do RI 7









1. Mensagem de José Martins [, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70, ,foto atual à direita,] com data de 25 de agosto último:

Boa tarde

Nas minhas idas aos ATL (leia-se: Arquivos, Bibliotecas, Etc), encontrei este "documento" que parece indicar que é um dos primeiros, senão o primeiro, da Agência de Leiria da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. 


A Liga dos Combatentes, inicialmente designada por Liga dos Combatentes da Grande Guerra, foi fundada em 1923 e oficializada pela Portaria n.º 3888, de 29 de janeiro de 1924. Vd. aqui resenha histórica do Núcleo de Leiria

A primeira ata da Assembleia Geral foi redigida  aos dezoito dias do mês de fevereiro de 1925, na sala de Oficiais no Regimento de Infantaria nº 7, em que foram eleitos os primeiros corpos gerentes da Assembleia Geral e da Direcção. O presidente da Assembleia Geral era o então cor inf Francisco Lacerda e Oliveira (1874-1946) que assina o comunicado, de 12 de abril de 1924, acima reproduzido.

Fica para memória futura.

Abraço

Zé Martins


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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de fevereiro de  2016 >ência Forças Militares Portuguesas que passaram por Empada

sábado, 23 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15659: In Memoriam (244): Sezinando Ferreira Domingues (ex-Fur Mil da CCAÇ 3328), faleceu no passado dia 17 de Janeiro de 2016, em Leiria (José Câmara)

1. Mensagem do nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 23 de Janeiro de 2016:

HOMENAGEM PÓSTUMA AO MEU CAMARADA SEZINANDO

Amigos e Camaradas,
Ao longo da minha vida fui conhecendo pessoas que, por circunstâncias várias, me foram tocando profundamente. O Fur Mil (Operações Especiais) Domingues, Sezinando para os amigos, foi uma dessas pessoas. A mobilização para a Guiné, integrado na CCaç 3328, levou-o a Angra do Heroísmo e ao BII 17. Foi ali que o conheci, em 1971.
De semblante algo austero, olhar penetrante, calmo e simpático no seu falar, o Sezinando transpirava confiança e impunha respeito à sua volta. O seu forte carácter levava à construção de amizades sólidas. Entre muitos, eu fui um dos felizardos que teve a oportunidade de apreciar a sua palavra amiga, o gesto simples dócil de um coração sincero.

A bordo do "Uíge", Janeiro de 1973 - A contar da esquerda: Fur Mil Coelho, Fur Mil Duarte, o Fur Mil Op Esp Sezinando Domingues (que faleceu no dia 17 deste mês de Janeiro), todos da CCaç 3328/BII 17. A seguir, da CCaç 3327/BII 17: o Fur Mil André Lourenço Fernandes e eu, José Câmara. Na mesa um pouco mais atrás, o Fur Mil Vagomestre Alberto Ferreira, da CCaç 3328/BII 17.(1)

Na Guiné, a CCaç 3328/BII17, uma Companhia de Intervenção às ordens do BCaç 2928, fez a sua comissão em Bula. O Sezinando comandou durante muitos meses o 1.° GrComb, tendo sido louvado, em Setembro de 1972, pelo Comandante do Batalhão. Após a comissão, aquela Companhia, bem assim as CCaç irmãs, 3326 e 3327, chegaram a Lisboa ao entardecer do dia 12 de Janeiro de 1973, desembarcando na manhã do dia seguinte.
Consequentemente, cada um de nós seguiu o seu próprio caminho e só em 2014 voltei a encontrar-me com o Sezinando, fruto do convívio que aquelas Companhias tiveram na Quinta do Paúl, em Ortigosa. Como era seu timbre, participou activamente nos preparativos do encontro, cabendo-lhe a procura e indicação dos locais mais apropriados para a realização do mesmo. E que bem o fez.

Convívio 2014, Ortigosa – À esquerda e à direita os Fur Mil João Cruz e José Câmara, ambos da CCaç 3327. Ao centro, o Fur Mil Sezinando Domingues (da CCaç 3328), com a esposa.

Foi ao findar do seu trabalho no terreno que descobriu ter sido acometido de doença incurável. Nunca se queixou. Extremamente debilitado pelos tratamentos conseguiu arranjar forças na fraqueza que o consumia para ir abraçar os amigos no convívio que ele, com tanto carinho, ajudara a preparar. Foi o último grande gesto de um homem de eleição.

Convívio 2014, Ortigosa – O Fur Mil Vagomestre Alberto Ferreira (CCaç 3328), num improviso comovido, cumprimenta os presentes e em especial o camarada de armas Sezinando. que está com a mão na fronte.

O Sezinando Ferreira Domingues tinha residência em Casal dos Claros, Amor, Leiria. No passado dia 17 deste mês de Janeiro saiu em patrulha sem regresso. Na sua mochila de campanha levou o respeito de todos nós que o conhecemos e fomos seus amigos. Com a família e connosco deixou um belo caderno de recordações escrito com a caneta do amor e da amizade.

Até qualquer dia amigo.
José Câmara
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Notas do editor

1 - Em tempo: Legenda da foto rectificada, em 25JAN16, a pedido do autor do texto.

Último poste da série de 30 de dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15553: In Memoriam (243): António [Gabriel Rodrigues] Vaz (1936-2015), ex-cap mil art, cmdt CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69); nosso saudoso grã-tabanqueiro nº 544, desde 2012

terça-feira, 21 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14907: Consultório militar de José Martins (13): Quem procura sempre alcança: aqui vai, camarada Ley Garcia, presidente do Núcleo de Leiria da LC: o camarada que o Manuel da Conceição Neves, que vive em França, procura, é o ex-1º cabo radiomontador Manuel Avelino Marques Ferreira, EREC 693 (Bafatá, 1964/66)

I. Mensagem de ontem do nosso camarada e colaborador permanente José Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70):

Camarigos:

É com grato prazer que respondo a questão formulada pelo nosso camarada Ley Garcia, a quem é enviada também, através da resposta hoje recebida do Arquivo Geral do Exército.

O Manuel Neves já pode tentar encontar o seu amigo.

Numa pesquisa efectuada na Net não encontrei qualquer referência ao "procurado".

Abraço para todos,
Zé Martins

PS - Mais um "caso" resolvido. Que venham mais. Estamos cá para isso. Tenho que revelar que, quer o AGE [Arquivo Geral do Exército] quer o AHM [Arquivo Histórico Militar], me têm ajudado a resolver muitas questões e, sobretudo, pedidos. (*)


II.  Historial (abreviado) da consulta:

(i) Pedido do Ley Garcia [, Presidente do Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes ]:

Liga Leiria <leiriliga@gmail.com>
Data: 2 de junho de 2015 às 15:28
Assunto: Procura camarada da Guiné

Bom dia caro Luís Graça e camaradas da Guiné,

Um sócio nosso, Manuel Conceição Neves, nº 1049/64, procura um camarada do tempo da Guiné que esteve nos anos 1964 a 1966 em Bafatá, no Esquadrão de Cavalaria 8 - 693.

Não se recorda do nome, mas trata-se do 1º Cabo 1048/64, Rádio Montador que era da Anadia ou de Cantanhede (Ourives). Se por acaso conseguir identificá-lo e obter o contacto, agradecemos.

Um abraço
Ley Garcia
(Presidente do Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes e participo nalguns convívios da Tabanca do Centro) 


(ii) Mail do Zé Martins de 12 do corrente:

Caríssimos

Conforme prometido, estive ontem do Arquivo Histórico Militar, para analisar a História do Esquadrão de Cavalaria nº 693. a que pertenceu o nosso camarada Manuel da Conceição Neves.

Esperava encontrar a listagem de todos os elementos que a compunham, o que não sucedeu, visto na pasta estarem apenas: 9 (nove) páginas sobre situação de material, instalações e informações variadas; 4 (quatro) páginas sobre Baixas, Punições, Louvores e Condecorações; 2 (duas) páginas de operações, mas da autoria do Agrupamento 24.

Não havendo listagens dos elementos ou a listagem de atribuição da Medalha das Campanhas, que seria a alternativa, solicitamos o processo do BCaç 506, Batalhão a que o Esquadrão ficou adido operacionalmente.

Poderia ser que no processo, caso houvesse, que tivesse transcrito o nome dos elementos. Infelizmente não existe História da Unidade. Apenas existe correspondência do Batalhão com outras entidades.

Resta solicitar aos editores a publicação de um apelo, para ver se aparece alguém desta Unidade ou, de um dos batalhões a que esteve ligado operacionalmente, já que, é muito provável que o Rádiomontador do EREC 693, prestasse serviço nas oficinas rádio do mesmo.

Infelizmente são as noticias que tenho.

Abraço
Zé Martins


(iii) Pedido do Zé Martins, de 14 do corrente,  ao Arquivo Geral do Exército (AGE):

Data: 14 Jul 2015 22:37:21 +0100

De: JOSEsmmartins@sapo.pt
Assunto: Consulta de identidade
Para: arqgex@mail.exercito.pt

Exmº Senhor Director

Um conterrâneo meu, residente em França, e combatente na Guiné integrado no Esquadrão de Reconhecimento nº 693, de nome Manuel Conceição Neves e com o número de identificação 1049/64.

O meu amigo pretendia saber o nome do seu camarada de Esquadrão, 1º Cabo Rádio Montador com o nº 1048/64, pois não se recorda do nome, e gostava de o visitar na próxima vinda a Portugal.

Consultei a História da Unidade no Arquivo Histórico Militar, mas a mesma não tem qualquer relação nominal dos militares que a constituíram, assim como não há referências à relação do pessoal deste Esquadrão, nas HU dos batalhões de que esteve dependente.

Suponho que a hipótese que se coloca é a de consultar as Ordens de Serviço do Esquadrão de Reconhecimento nº 693, pois lá deverá constar a listagem de militares apresentados e a passagem à disponibilidade, pelo que solicito o obséquio de mandar proceder a esta pesquisa ou, em alternativa, autorizar-me a consultar as referidas ordens de serviço.

Aguardando as v/ notícias, apresento os meus cumprimentos
José da Silva Marcelino Martins


(iv) Resposta do Arquivo Geral do Exército:

N/Referência: E-mail N.º 066@/P165/SDG/AGE de 20 de julho de 2015.
S/Referência: E-mail de 14 de julho de 2015.

Exmo. Sr. José da Silva Marcelino Martins (JOSEsmmartins@sapo.pt)

1. Através do Sr.º José da Silva Marcelino Martins foi pedido para o Sr. Manuel da Conceição Neves o nome de um seu camarada que tinha o número 1048/64, o qual foi identificado como sendo o 1.º CABO MANUEL AVELINO MARQUES FERREIRA.

2. Mais informa este Arquivo que não dispomos de moradas de antigos combatentes e que a informação aqui prestada tenha como destino, unicamente e exclusivamente, o Sr. Manuel da Conceição Neves que fez parte da Esquadrão de Reconhecimento N.º 693.

Com os melhores cumprimentos,
O Chefe em Exercício de Funções
Marcelo Hernâni de Teves Borges
Maj SGE
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Notas do editor:

Último poste da série > 10 de dezembro de 2014 >  Guiné 63/74 - P14000: Consultório militar de José Martins (12): Resenhas da CCAÇ 4150/73, COMBIS e Companhia de Terminal

sábado, 25 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14525: Efemérides (186): Dia 9 de Abril de 2015 - Dia do Combatente - 97.º Aniversário da Batalha de La Lys e Romagem ao túmulo do Soldado Desconhecido, na Batalha (Carlos Vinhal)

Dia do Combatente - 97.º Aniversário da Batalha de La Lys 

Romagem ao túmulo do Soldado Desconhecido, na Batalha

A Direção do Núcleo de Matosinhos organizou, no dia 9 de Abril, uma deslocação à Batalha, num autocarro alugado, com um grupo de 51 participantes entre sócios, familiares e amigos, acompanhados por seis elementos da Direção e o sócio Porta-Guião, Combatente Patrocínio Amorim, a fim de estarem presentes na cerimónia.

Depois do almoço no Regimento de Artilharia de Leiria, dirigiram-se ao Santuário de Fátima onde se realizou, da parte da tarde, uma visita à Exposição “Neste Vale de Lágrimas”, onde se encontra “O Cristo das Trincheiras”, e à Capelinha das Aparições.

Deste dia ficam algumas fotos:


Interior do Mosteiro da Batalha


Autoridades e Convidados presentes




Desfile das Forças em Parada

Desfile dos Guiões dos Núcleos da Liga dos Combatentes

O Porta-Guião do Núcleo de Matosinos, Patrocínio Amorim, o terceiro a partir da esquerda

Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Dra. Berta Cabral; General Ramalho Eanes e General Chito Rodrigues

Entrada para a Exposição "Neste Vale de Lágrimas"


O Cristo das Trincheiras

A Representação do Núcleo de Matosinhos fotografada no Regimento de Artilharia de Leiria

Fotos: © Núcleo de Matosinhos da LC
Texto editado por Carlos Vinhal a partir do texto enviado pelo Núcleo de Matosinhos da LC
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13648: Convívios (631): Rescaldo do Encontro comemorativo dos 43 anos após o regresso da Guiné, do pessoal da CCAÇ 2615, realizado no passado dia 20 de Setembro de 2014, em Leiria (Manuel Amaro)



1. Em mensagem do dia 23 de Setembro de 2014, o nosso camarada Manuel Amaro (ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 2615/BCAÇ 2892, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969 a 1971) enviou-nos o rescaldo do convívio da sua Unidade, levado a efeito no passado dia 20.


CONVÍVIO CCAÇ 2615 

A CCAÇ 2615 / BCAÇ 2892 (Guiné, 1969/71), realizou no dia 20 de Setembro mais um convívio para comemorar os 43 anos do regresso da Guiné.
O local escolhido foi o Restaurante Fonte do Corvo, na Aldeia da Boavista (Leiria).

Como é natural o número de presenças vai diminuindo com o passar dos anos e apenas 35 ex-combatentes responderam presente, embora acompanhados por cerca de 50 familiares.

Nota positiva foi a presença do Major General Pedro Pezarat Correia que foi Oficial de Operações do BCAÇ 2892, com a patente de Major.

Antes do almoço, o Capitão António Ramalho Pisco congratulou-se com a presença de todos e evocou aqueles camaradas que entretanto nos deixaram, (três durante a guerra e 35 depois do regresso), tendo sido guardado um minuto de silêncio.

O Major General Pezarat Correia fez também uma intervenção, brilhante como sempre, sobre a guerra, (uma guerra sem sentido), sobre os seus efeitos e sobre o que hoje move os ex-combatentes nestes convívios: uma procura da juventude, mas cimentada em amizades fortes e duradoiras.

No final, creio que pela primeira vez nos nossos convívios, cantou-se o Hino Nacional, o que provocou alguma emoção na sala.

Em 2015 lá estaremos outra vez. Pelo menos estarão os que forem resistindo às marcas do tempo.

Um Abraço
Manuel Amaro

O Major Gen Pezarat Correia na sua intervenção

Aspecto da sala
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13636: Convívios (630): Almoço de confraternização e comemoração do 40.º aniversário do regresso da CCAÇ 4544/73, levado a efeito no dia 14 de Setembro de 2014, no Marco de Canaveses (António Agreira)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13565: Convívios (621): Encontro do pessoal da CART 6250, realizado no dia 24 de Agosto de 2014 em Leiria (Luís Marcelino)

CONVÍVIO ANUAL DO PESSOAL DA CART 6250/72
REALIZADO NO PASSADO DIA 24 DE AGOSTO DE 2014 EM LEIRIA



1. Mensagem do nosso camarada Luís Marcelino (ex-Cap Mil, CMDT da CART 6250/72, Mampatá, 1972/74), com data de 1 de Setembro de 2014:

No passado dia 24 de Agosto, realizou-se o convívio anual da CART 6250/72, desta vez para comemorar o 40.º ano do regresso da Companhia da Guiné que ocorreu precisamente a 24 de Agosto.

O convívio foi realizado em Leiria, depois dos ex-militares se terem concentrado em Fátima, onde participaram na Missa.

Estiveram presentes um número significativo de militares, acompanhados por suas famílias, vivendo-se momentos de muita descontração, alegria, e confraternização.

O almoço, que consistiu em porco no espeto, foi bem regado pelos melhores vinhos das regiões dos presentes e adocicado com uma excelente variedade de bolos regionais.

Houve muita música que exteriorizou a alegria dos presentes.




Como tem sido hábito, houve muita animação, da responsabilidade de vários ex militares presentes, preenchendo agradavelmente o tempo do convívio.

A terminar, foi partido o bolo comemorativo.





No final, ficou a convicção de que todos se divertiram e a vontade de prosseguir, no futuro, com estes convívios, ficando já decidido que para o próximo ano, iremos até à Bairrada.

Um abraço
Luís Marcelino

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Nota do editor

Último poste da série de 2 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13559: Convívios (620): O próximo Encontro da Magnífica Tabanca da Linha será no dia 11 de Setembro de 2014, na estrada do Guincho, em Cascais (José Manuel Matos Dinis)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12956: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (26): Leiria, o pior tempo do meu início de vida militar; Santarém onde a Cavalaria não é melhor nem pior, é diferente; Tavira, onde ia morrendo; Carregueira do bidonville; Mafra onde a instrução era levada a sério (Augusto Silva Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Augusto Silva Santos (ex-Fur Mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73), com data de 5 de Abril de 2014:

Camarada e Amigo Carlos Vinhal,
Antes de mais, faço votos sinceros para que esteja tudo bem contigo e família. 
Inserido no tema em epígrafe, junto texto e fotos relacionados com o mesmo, que desde já agradeço revejas para possível publicação.
No caso de algo não estar correcto ou não te facilitar o teu trabalho de editor, solicito / agradeço que me informes para a respectiva correcção.
Como sempre, estás à vontade para editar quando bem entenderes ou alterar o que achares por bem. 

Recebe Um Grande e Forte Abraço com votos de muita saúde.
Augusto Silva Santos


A CIDADE OU VILA QUE EU MAIS AMEI OU ODIEI, NO MEU TEMPO DE TROPA, ANTES DE SER MOBILIZADO PARA O CTIG


LEIRIA

Bandeira da Cidade de Leiria


Vista parcial da Cidade de Leiria

Assentei praça no RI 7 (Regimento de Infantaria 7) em Janeiro de 1971. Após avaliação das minhas habilitações, haveria de ser transferido para a EPC mas, no escasso tempo que estive nesta cidade, poderei dizer que foi onde passei o pior tempo do meu início de vida militar.

Logo no primeiro dia roubaram-me o colchão da cama e um cobertor, pelo que tive de dormir vestido em cima de outro cobertor, numa caserna que na altura nem luz tinha. Parte das coisas eram feitas com luz das lanternas ou das velas.

Na primeira semana fui designado para fazer faxina à cozinha / refeitório, onde assisti a coisas para mim absolutamente impensáveis, desde levar os panelões com as vassouras de varrer o chão, e a comida a ser confeccionada nas piores condições de higiene. Até uma aranha eu apanhei na sopa. Escusado será dizer que, a partir daí, poucas mais vezes eu voltei a comer do rancho. Só mesmo quando não tinha outra alternativa.

Ainda me lembro que, muito perto do quartel, havia um talho onde se comprava a carne para ser cozinhada no tasco que ficava ao lado. Era muitas vezes a nossa safa. Foi uma cidade que me marcou pela negativa, mas não ao ponto de a odiar.


Janeiro 1971. 2ª Companhia / 6º Pelotão. Sou o terceiro de pé, da direita para a esquerda.

J
aneiro 1971. Na caserna com o camarada de beliche.


SANTARÉM

Bandeira da Cidade de Santarém


Vista parcial da Cidade de Santarém

Felizmente que, passado pouco tempo, efectivou-se a minha transferência para a EPC (Escola Prática de Cavalaria), onde haveria de concluir a recruta. Aqui tudo era de facto muito diferente, daí é o lema por todos assumido de: “A Cavalaria não é melhor nem pior, é diferente”.

Desde as condições das instalações, à comida, à disciplina, era tudo um mundo à parte, tendo em conta a minha primeira e traumatizante experiência. Foram 3 meses de intensa e particular actividade, que me haveriam de marcar para o resto da minha vida militar, pela positiva. Foi uma recruta difícil, debaixo de muita chuva e frio, sempre de capacete na cabeça (era uma das partes mais difíceis de aguentar), por vezes passada nas valas de esgoto a céu aberto, e de seguida lavagens à mangueirada em plena parada para limpar a lama agarrada à farda.

Acordar às tantas da madrugada com músicas da Tonicha, e apresentar-se em poucos minutos na parada invariavelmente com umas das fardas, era outra das situações que nos punha em “ponto de rebuçado”. Nunca mais me esqueci da frase, “terreno semeado é terreno minado”, quando colocados a uns bons quilómetros do quartel, e tínhamos de lá chegar sem ser detectados. Pela estrada também não era possível ir por estarem constantemente patrulhadas. Era um grande desafio…

Também não foi fácil assumir que não queria ir para os Comandos, apesar de me ter sido apresentada a possibilidade de ir frequentar o COM (Curso de Oficiais Milicianos), se a resposta fosse sim.

Foi uma cidade de que muito gostei, e tive pena de não ter feito aqui a especialidade. A população era extremamente agradável e compreensiva para com os militares. E Almeirim ficava ali tão perto, com os seus bons “tascos”…


Fevereiro 1971. 5º Esquadrão / 5º Pelotão. Sou o quarto sentado, da direita para a esquerda. O primeiro de pé é o Vicente “Passarinho” (Piu), e o segundo sentado é o Daniel Matos.


Março 1971. Eu em pose no Destacamento da EPC


Abril 1971. Junto à entrada da E.P.C., ladeado pelos camaradas Lúcio e Miguel Ângelo.


TAVIRA

Bandeira da Cidade de Tavira


Vista parcial do Quartel da Atalaia

Sou entretanto colocado no CISMI (Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria), onde me foi dada a especialidade de Atirador de Infantaria. Também aqui tive bons e maus momentos, mas efectivamente senti um pouco a diferença do ambiente vivido na arma de Cavalaria, embora a adaptação tenha sido feita rapidamente.

A formação trazida da EPC ajudou muito. Foi igualmente fácil, porque muitos dos camaradas que constituíam a Companhia, tinham vindo de Santarém. Foi aqui que voltei a encontrar o Daniel Matos e o Vicente “Passarinho” (Piu), também eles mais tarde mobilizados para a Guiné. Infelizmente ambos já não estão entre nós.

A situação mais traumatizante que aqui passei, relacionou-se com uma questão de saúde, que por pouco não viria a ter consequências graves para mim. Tendo na semana de campo apanhado uma forte gripe com febres altas, apesar de eu ter avisado os enfermeiros de que era alérgico à penicilina, foi-me dado algo relacionado com aquela droga, pelo que por pouco não bati as botas, como se costuma dizer.

Recordo ainda uma ocasião em que toda a Companhia foi formada, para que alguém do sexo feminino passasse “revista” à formatura… Tal só não aconteceu, porque o possível “infractor” ao ver a pessoa em questão, resolveu por antecipação dar o corpo ao manifesto. Mas deu para perceber que havia algum pessoal igualmente muito nervoso.

Gostei da cidade e das suas gentes. Sempre que possível uma ida à praia na Ilha de Tavira, era um bom escape.


Abril 1971. Na Caserna com mais três camaradas. Eu sou o primeiro da esquerda e o Vicente “Passarinho” (Piu) é o terceiro, de garrafa na mão.


Junho 1971. No centro da cidade com outro camarada.


Junho 1971. Na Ilha de Tavira, em pose.


SERRA DA CARREGUEIRA, SINTRA

Bandeira da Vila de Sintra


Vista parcial da Serra da Carregueira

Por ter obtido a máxima classificação na disciplina de tiro (atirador especial de G3 e atirador de 1ª classe em HK 21), sou colocado no CTSC (Campo de Tiro da Serra da Carregueira), como Cabo Miliciano, para dar recrutas e instrução de tiro.

Foi aqui que vivi das situações mais caricatas na tropa, desde ver um Tenente a matar ratazanas a tiro de pistola Walter, a ter de dormir calçado com medo que aqueles roedores nos viessem morder os pés.
Era frequente vê-las passar por cima dos camaradas que estavam a dormir, e não menos frequente aparecerem peças de fardamento roídas.

Tirando esta parte mais ou menos “lúdica”, também assisti à situação mais estúpida.

Era hábito no Bar dos Sargentos (principalmente para assustar os recém chegados), alguém por brincadeira atirar uma granada de instrução para o meio da sala gritando “granada”, obrigando a que todo o pessoal saísse em correria mas, certo dia, alguém por engano ou ignorância atirou uma granada com detonador e descavilhada, que um camarada pensando tratar-se do habitual, agarrou… Pode-se imaginar o que aconteceu a seguir e as graves consequências de tal disparate.

Era um quartel estranho e sem grandes condições, na altura situado no meio da serra sem habitações por perto… Recordo-me que, na época, não existiam quaisquer muros ou vedações para além do pouco que era visível perto da porta de armas. Era uma unidade do tipo “campo aberto”, delimitado apenas por grandes silvados, arvoredo, e moitas. Escusado será dizer que só não entrava ou saía quem não queria, e os “desenfianços” eram o pão nosso de cada dia.

Os Cabos Milicianos dormiam em camaratas tipo “bidonville”. A parte melhor desta passagem pela Carregueira, foi a de poder ir jantar e dormir a casa, sempre que não estava de serviço, pois tínhamos transporte para o efeito.


Novembro 1971. Já como Cabo Miliciano, na instrução do 6º Pelotão da 2ª Companhia. Sou o quinto de pé, da direita para a esquerda.


MAFRA


Bandeira da Vila de Mafra


Entrada do Quartel do CMEFED

Algum tempo depois rumo ao CMEFED (Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos), para ficar na EPI (Escola Prática de Infantaria) como instrutor de educação física. Com muita pena minha não viria a concluir este curso, por ter sido entretanto mobilizado para a Guiné.

Em Mafra, como se costuma dizer, nem deu para aquecer, pois só lá estive cerca de 2 meses, mas ainda passei as “passinhas do Algarve” na Tapada de Mafra.

Quem passou pelo CMEFED (mais conhecido pelo se me f….), sabe bem a que me refiro… Para a época, era já uma unidade muito à frente e com óptimas condições sobre todos os aspectos.

Tal como na EPC em Santarém, aqui não havia “baldas”. A instrução era levada muito a sério e com rigor. Curiosamente, na minha vida civil e trabalhando na Marinha Mercante, andando embarcado nos navios Rita Maria, Alfredo da Silva, e Niassa, já havia passado uma boa dezena de vezes pela Guiné, mais propriamente por Bissau. Tinha o destino marcado…


Abril 1970 (faz agora precisamente 44 anos), a bordo do N/M Alfredo da Silva, no porto de Bissau, com o restante “pessoal das máquinas”. Sou o primeiro da direita, ainda de barba.


Dezembro 1971. Pronto a seguir viagem para CTIG. Foto tirada com farda emprestada pelo fotógrafo. Julgo que acontecia com todos os Furriéis Milicianos obrigados a tirar esta foto.
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Nota do editor

Último poste da série de 31 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12918: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (25): E Vendas Novas, onde funcionou a Escola Prática de Artilharia ?...Será que vai ser recordada apenas pelas bifanas ? (Luís Graça)