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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24530: Efemérides (404): Foi há 60 anos que o padre missionário italiano Antonio Grillo (1925-2014), do PIME, foi preso (em 23/2/1963), "sob a acusação de atividades subversivas", e depois expulso de Portugal (libertado, em 4/6/1963, em homenagem ao novo sumo pontífice, o Papa Paulo VI)


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 23 de fevereiro de 2008 > Visita a Bambadin5ca > Pe. Antonio Grillo com o tradicional barrete balanta




Guiné > Zona leste < Setor L1 (Bambadinca)  Xime > CCAÇ 12 (1973/74) > Samba Silate > Pós 25 de abril de 1974 > Ruinas da casa onde nasceu o guerrilheiro referido por A. M. Sucena Rodrigues (1951-2018) ( no poste P14055).  Ao fundo, à direita, devidamente sinalizada a vermelho, pode ver-se a cruz que, segundo esse guerrilheiro, foi erigida antes da guerra [nos anos 50], por um tal missionário que lá viveu e que ele chamava padre António [Grillo, acrescentamos nós]. (Foto do álbum do A. M. Sucena Rodrigues,  ex-fur mil da CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74).

Foto (e legenda): © A. M. Sucena Rodrigues  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem cvomplementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Carta manuscrita, enviada pelo Padre António Grillo ao Amílocar Cabral, datada de Acerenza (Potenza, Itália), 20 de julho de 1963. Foi recebida em 5 de agosto de 1963.

Citação:
(1963), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36402 (2023-8-2)

Transcrição da carta manuscrita (revisão / fixação de texto: LG)

20-VII-63 

Exmo. Sr. Engenheiro Cabral:  Também jornais africanos têm publicado [a notícia de ] a minha prisão. Penso que o senhor [estará ] bem imformado do meu caso do qual lhe falarei com pormenores quendo o senhor me [anviar] o seu endereço.

Mais dois padres italianos foram expulsos mas somente eu passei [pelas ] prisões de Bissau e de Lisboa. Agora me encontro em Itália.

Não calhará ao senhor de vir  [a] Itália ? Saiba qeu estou aqui e me faria uma grande prazer avisar-me da sua vinda.

Cumprimentos e desejo [de sucessos ] para o seu partido. Padre António Grillo, Itália - (Potenza) Acerenza.



Carta (datilografada) do Padre Antonio Grillo, dirigida ao Secretário Geral do PAIGC, engº Amílcar Cabral, com data de 18 de outubro d3 1970. Cabarl responde-lhe de imediato, a 27 desse mês e ano.

Citação:

(1970), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34635 (2023-8-2)

Citação:
(1970), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34633 (2023-8-2)

Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Arquivo Amílcar Cabral (com a devida vénia...)


1. Alguns dos missionários italianos do PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, no território da Guiné,   tiveram problemas com as "autoridades portuguesas" durante a guerra colonial: o primeiro caso terá sido  o padre Antonio Grillo (1925-2014), que esteve na missão católica de Bambadinca e que era particularmente acarinhado pelos balantas de Samba Silate, uma enorme tabanca, com quase duas mil almas, que terá sido destruídas pelas NT no princípio da guerra, no subsetor do Xime, obrigando a população a procurar refúgio noutras zonas (e nomeadamente ao longo da margem direita do rio Corubal, entre a Ponta do Inglês e a mata do Fiofioli) (segundo a versão do nosso camarada Alberto Nascimento, contemporâneo e testemunha dos acontecimentos, ex-sold cond auto, CCAÇ 84,  1961/63).


Recorde-se: 

(i) chegou à Guiné no início da década de 1950, integrado no PIME, na mnissão católica de Bambadinca;

(ii) foi detido pela então polícia política portuguesa, a PIDE, a 23 fevereiro de 1963, sob a acusação de atividades subversivas; 

(iii) esteve preso em Bissau e depois em Lisboa;

(iv) acabou por ser libertado em 4 de julho de 1963 em homenagem, de Portugal, ao novo sumo pontífice, o Papa Paulo VI (1898-1978), que em 21 de junho de 1963 tinha sucedido a João XXIII, na cátedra de São Pedro;

(v) com a independência da Guiné-Bissau, o padre Grillo voltou  a Bambadinca, onde trabalhou, de 1975 a 1986, associado ao PIME, regressando depois à Itália;

(vi) visitou Bambadinca em 2010, quatro anos antes de morrer;

(vii) foi dado o seu nome ao liceu de Bambadinca, criado em 2008, numa iniciativa conjunta da comunidade local, da Missão Católica de Bafatá e do Ministério da Educação, e com o apoio de benfeitores portugueses e italianos.


2. No Arquivo Amílcar Cabral, há pelo menos duas cartas do padre Antonio Grillo, dirigidas ao secretário-geral do PAIGC,  que reproduzimos acima, datadas respetivamente de 20/7/1963 (manuscrita) e de 18/10/1970 (datilografada), a par de uma outra, de resposta,  do Amílcar Cabral  (datilografada, com data de 27/10/1970).

Na segunda carta, Grillo faz alusão  ao encontro de Amílcar Cabral com o Papa Paulo VI (no Vaticano, em 1 de julho de 1970) e evoca, com saudade, os "meus balantas",  de Samba Silate, Enxalé, Bambadinca ("de cuja missão fui afastado à força"), Finete, Ponta do Inglès, Ponta Luís Dias, Nhabijões ou Nha Bidjon, etc. (provavelmente também Mero, Santa Helena, Fá Balanta...).
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Notas do editor:

Último poste da série > 2 de agosto de 2023 > Guiné 51/74 - P24528: Efemérides (403): Foi há 53 anos, em 1 de julho de 1970, que o papa Paulo VI teve um breve encontro, "no final da audiência geral semanal", com Agostinho Neto (MPLA), Amílcar Cabral (PAIGC) e Marcelino dos Santos (FRELIMO)... A notícia só foi dada no dia 5, na imprensa portuguesa, e originou uma dura nota de protesto do governo de Marcello Caetano que "chama a Lisboa o seu embaixador, um gesto diplomático de forte desagrado, geralmente antecedendo o corte de relações diplomáticas".

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24525: Documentos (42): "Acordo Missionário", de 7 de maio de 1940, celebrado entre a Santa Sé e a República Portuguesa

"Assinatura da Concordata e do Acordo Missionário no Vaticano, 7 de Maio de 1940. À direita o Cardeal Luigi Maglione, representante da Santa Sé e à esquerda o General Eduardo Marques, antigo Ministro das Colónias portuguesas. [AHD- Colecção de Álbuns Fotográficos]" (Fonte: Cortesia de Instituto Diplomátio / Ministério dos Negócios Estranheiros)


1. Faz agora 83 anos que a Santa Sé (Estado do Vaticano) e o República Portuguesa assinaram a Concordata, a par do Acordo Missionário. Foi no dia 7 de maio de 1940. 

O histórico evento passou-se no papado do Pio XII e no governo de António de Oliveira Salazar. Os dois documentos foram depois ratificados,  a 30 de maio desse ano, pela Assembleia Nacional (que não tinha qualquer legitimidade democrática, dado o Estado Novo ser um regime de partido único),

Foi a 5.ª Concordata da História de Portugal. Com ela procurou-se "normalizar" as relações entre o Estado e a Igreja Católica.  Ficou consagrada a liberdade religiosa e a separação entre o poder laico e o religioso. À Igreja foi restituída parte do património que perdera em momentos históricos anteriores (nomeadamenet durante o liberalismo e a República), bem como uma série de prerrogativas (como a liberdade de organização, certas isenções fiscais, etc.). 

Recorde-se que durante a República foi promulgada, em 1911, a Lei da Separação do Estado das Igrejas de 1911, o que deu origem  a um  corte de relações diplomáticas que vigorou até 1918.

Lê-se na Infopédia (Concordata):

(...) "O chamado Acordo Missionário, assinado na mesma altura, criou condições para a colaboração entre a Igreja Católica e o regime salazarista, quer no território europeu, quer, e sobretudo, nas colónias ultramarinas.

"A Igreja fora lesada no seu património e liberdades pelo liberalismo do século XIX e de novo a seguir à implantação da República. Com a Concordata, porém, adquiriu ou recuperou uma série de prerrogativas: foi consagrado o direito de ela se organizar como melhor lhe conviesse, de comunicar com os fiéis sem prévia autorização do Estado e de lhes cobrar coletas, de ministrar instrução religiosa nas suas próprias instituições de ensino e noutras instituições privadas.

"Por outro lado, ficou previsto o ministério da religião e moral católicas nas escolas públicas e o serviço dos sacerdotes como capelões nas Forças Armadas. Aos casamentos católicos foi reconhecida validade civil.

Ainda nos termos dos acordos de 1940, a Igreja recebeu parte do património que lhe fora expropriado, prescindindo explicitamente da parte restante, enquantoa" o Estado se comprometeu, em contrapartida, a subsidiar a ação missionária nas colónias (em que Salazar estava especialmente interessado, como instrumento de consolidação do império) e a conceder-lhe regalias ímpares no capítulo das isenções fiscais.

"À Concordata e ao Acordo Missionário estavam subjacentes dois princípios distintamente modernos. Por um lado, estabelecia-se a separação do poder laico e da Igreja: ficou consagrado o princípio da não intromissão de uma esfera na outra, sem prejuízo de poder haver cooperação com objetivos específicos. Por outro lado, foi consagrado o princípio da liberdade religiosa. Estes dois princípios constituem, ainda hoje, a base do relacionamento do Estado português com as confissões e instituições religiosas." (..:)

Lê-se na Wikipédia (Concordata entre a Santa Sé e Portugal de 1940):

(...) "Apesar de ser um documento negociado pessoalmente por Salazar e conotado com o Estado Novo vigorou até 2004 tendo sobrevivido 34 anos em regime autoritário e 30 anos em regime democrático. O texto sobreviveu intacto, tendo apenas sofrido apenas uma alteração em 1975 de molde a acabar com a renúncia legal ao divórcio para os casamentos católicos posteriores à Concordata, o que na prática resultava na indissolubilidade dos casamentos canónicos.

"Curiosamente este era um ponto onde Salazar tinha aceitado a contragosto a posição da Santa Sé, tendo na altura deixado claro que essa não era no seu juízo a melhor solução. A fórmula alternativa que veio a ser consagrada na revisão deste artigo 1975 foi justamente a fórmula que Salazar e os seus conselheiros tinham sugerido à Santa Sé em 1937.

"Salazar pretendeu sempre evitar tudo o que pudesse ser interpretado como uma violação do regime de separação entre Estado e Igreja e conseguiu, através de negociações firmes e de um hábil jogo diplomático, fazer valer as posições do Estado português face às pretensões da Santa Sé" (..:).

2. Para saber mais: 

Manuel Braga da Cruz · As negociações da Concordata e do Acordo Missionário de 1940. Análise Social, vol. XXXII (143-144), 1997 (4.º-5.º), 815-845, Disponível em http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218793712C5wMG9pn8Pj18SG5.pdf


 3. Texto do Acordo Missionário (realces a amarelo: editor LG). (Sob o descritor "Missionários" temos mais de meia centena de referências no nosso blogue; na Guiné, e nomeadamente durante guerra colonial, as relações entre as autoriddaes locais, civis e militares, e as missões católicas estrangeiras, nomeadamente os missionários italianos do PIME - Pontífico Instituto Para as Missões Exteriores, não foram fáceis nem pacíficas, como documenta o nosso blogue).

INTER SANCTAM SEDEM ET REMPUBLICAM LUSITANAM 

SOLLEMNES CONVENTIONES (#)

ACORDO MISSIONÁRIO ENTRE 

A SANTA SÉ  E A REPÚBLICA PORTUGUESA 


Considerando :

Que na data de hoje foi assinada a Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa;

Que na dita Concordata nos artigos XXVI-XXVIII estão enunciadas as normas fundamentais relativas à actividade missionária;

Que durante as negociações para a conclusão da mesma Concordata o Governo Português propôs que as ditas normas fôssem ulteriormente desenvolvidas numa Convenção particular;

A Santa Sé e o Governo Português resolveram estipular um acordo destinado a regular mais completamente as relações entre a Igreja e o Estado no que diz respeito à vida religiosa no Ultramar Português, permanecendo firme tudo quanto tem sido precedentemente convencionado a respeito do Padroado do Oriente.

Para este fim nomearam Plenipotenciários respectivamente

Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal LUIGI MAGLIONE, Secretário de Estado de Sua Santidade;

 e Sua Excelência o Sr. General EDUARDO AUGUSTO MARQUES, antigo Ministro das Colónias, Presidente da Câmara Corporativa, Grã- Cruz das Ordens militares de Cristo, de S. Bento d'Aviz e da Ordem do Império Colonial;

Sua Excelência o Sr. Doutor MARIO DE FIGUEIREDO, antigo Ministro da Justiça e dos Cultos, Professor e Director da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Deputado e Grá-Cruz da Ordem militar de S. Tiago da Espada;

Sua Excelência o Sr. Doutor VASCO FRANCISCO CAETANO DE QUEVEDO, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto da Santa Sé, Grã-Cruz da Ordem militar de Cristo e Cavaleiro de Grã-Cruz da Ordem de S. Gregório Magno;

os quais, sob reserva de ratificação, concordaram em quanto se segue :

Art. 1

A divisão eclesiástica das Colónias Portuguesas será feita em dioceses e circunscrições missionárias autónomas.

Aos bispos das dioceses cabe organizar, por intermédio do clero secular e regular, a vida religiosa e o apostolado da própria diocese.

Nas circunscrições missionárias a vida religiosa e o apostolado serão assegurados por corporações missionárias reconhecidas pelo Governo, sem prejuízo de, com autorização deste, se estabelecerem, nos ditos territórios, missionários doutras corporações ou do clero secular.

Art. 2

Os Ordinários das dioceses e circunscrições missionárias, quando não haja missionários portugueses em número suficiente, podem, de acordo com a Santa Sé e com o Governo, chamar missionários estrangeiros, os quais serão admitidos nas missões da organização missionária portuguesa, desde que declarem submeter-se às leis e tribunais portugueses. Esta submissão será a que convém a eclesiásticos.

Art. 3

As dioceses serão governadas por bispos residenciais e as circunscrições missionárias por Vigários ou Prefeitos Apostólicos, todos de nacionalidade portuguesa.

Tanto numas como noutras, os missionários católicos do clero secular ou de corporações religiosas, nacionais ou estrangeiros, estarão inteiramente sujeitos à jurisdição ordinária dos sobreditos prelados no que se refere ao trabalho missionário.

Art. 4

As dioceses e as circunscrições missionárias serão representadas junto do Governo da Metrópole pelo respectivo prelado ou por um seu delegado, e as corporações missionárias pelo respectivo Superior ou por um seu delegado.

Os Superiores e os delegados, aqui mencionados, terão a nacionalidade portuguesa.

Art. 5

As corporações missionárias reconhecidas estabelecerão em Portugal continental ou ilhas adjacentes casas de formação e de repouso para o seu pessoal missionário.

As casas de formação e de repouso de cada corporação constituem um único instituto.

Art. 6

São desde já criadas três dioceses em Angola, com sede em Luanda, Nova Lisboa e Silva Porto; três em Moçambique, com sede em Lourenço Marques, Beira e Nampula; uma em Timor, com sede em Dili. Além disso, nas ditas colónias e na Guiné poderão ser eretas circunscrições missionárias.

A Santa Sé poderá, de acido com o Govêrno, alterar o número das dioceses e circunscrições missionárias. Os limites das dioceses e circunscrições missionárias serão fixados pela Santa Sé de maneira a corresponderem, na medida do possível, à divisão administrativa e sempre dentro dos limites do território português.

Art. 7

A Santa Sé, antes de proceder à nomeação de um arcebispo ou bispo residencial ou dum coadjutor cum iure successionis, comunicará o nome da pessoa escolhida ao Governo Português a fim de saber se contra ela há objecções de caracter politico geral. O silêncio do Governo, decorridos trinta dias sôbre a referida comunicação, será interpretado no sentido de que não há objeções. Todas as diligências previstas neste artigo ficarão secretas.

Quando dentro de cada diocese ou circunscrição missionária fôrem estabelecidas novas direções missionárias, a nomeação dos respectivos diretores, não podendo recair em cidadão português, só será feita depois de ouvido o Governo Português.

Criada uma circunscrição eclesiástica, ou tornando-se vacante, a Santa Sé, antes do provimento definitivo, poderá imediatamente constituir um administrador apostólico provisório, comunicando ao Govêrno Português a nomeação feita.

Art. 8

Às dioceses e circunscrições missionárias, às outras entidades eclesiásticas e aos institutos religiosos das colónias, e bem assim aos institutos missionários, masculinos e femininos, que se estabelecerem em Portugal continental ou ilhas adjacentes, é reconhecida a personalidade jurídica.

Art. 9

As corporações missionárias reconhecidas, masculinas e femininas, serão, independentemente dos auxílios que receberem da Santa Sé, subsidiadas segundo a necessidade pelo Governo da Metrópole e pelo Governo da respectiva colónia. Na distribuição dos ditos subsídios, ter-se-ão em conta não somente o número dos alunos das casas de formação e o dos missionários nas colónias, mas também as obras missionárias, compreendendo nelas os seminários e as outras obras para o clero indígena. Na distribuição dos subsídios a cargo das colónias, as dioceses serão consideradas em paridade de condições com as circunscrições missionárias.

Art. 10

Além dos subsídios a que se refere o artigo anterior, o Governo continuará a conceder gratuitamente terrenos disponíveis às missões católicas, para o seu desenvolvimento e novas fundações. Para o mesmo fim, as entidades mencionadas no artigo 8 poderão receber subsídios particulares e aceitar heranças, legados e doações.

Art. 11

Serão isentos de qualquer imposto ou contribuição, tanto na Metrópole como nas colónias :

a) todos os bens que as entidades mencionadas no artigo 8 possuírem em conformidade com os seus fins:

b) todos os actos inter vivos de aquisição ou de alienação, realizados pelas ditas entidades para satisfação dos seus fins, assim como todas as disposições mortis causa de que forem beneficiárias para os mesmos fins.

Além disso, serão isentos de todos os direitos aduaneiros as imagens sagradas e outros objectos de culto.

Art. 12

Além dos subsídios previstos no artigo 9, o Governo Português garante aos Bispos residenciais, como Superiores das missões das respetivas dioceses e aos Vigários e Prefeitos Apostólicos honorários condignos e mantém-lhes o direito à pensão de aposentação. Para viagens ou deslocações, porém, não haverá direito a qualquer ajuda de custo.

Art. 13

O Govêrno Português continuara a abonar a pensão de aposentação ao pessoal missionário aposentado e para, o futuro dá-la-á aos membros do clero secular missionário quando tiverem completado o número de anos de serviço necessário para tal efeito.

Art. 14

Todo o pessoal missionário terá direito ao abono das despesas de viagem dentro e fora das colónias. 

Para gozar de tal direito basta que na Metrópole o Ordinário ou seu delegado apresente ao Governo os nomes das pessoas, juntamente com atestado médico, que comprove a robustez física necessária para viver nos territórios do Ultramar, sem necessidade de outras formalidades. 

Se o Governo, por fundados motivos, julgar insuficiente o atestado médico, poderá ordenar novo exame que será feito na forma devida por médicos de confiança, sempre do sexo feminino para as pessoas deste sexo.

As viagens de regresso à Metrópole por motivo de doença ou em gozo de licença graciosa serão, por proposta dos respectivos prelados, autorizadas segundo as normas vigentes para os funcionários públicos.

Art. 15

As missões católicas portuguesas podem expandir-se livremente, para exercerem as formas de actividade que lhes são próprias e nomeadamente a de fundar e dirigir escolas para os indígenas e europeus, colégios masculinos e femininos, institutos de ensino elementar, secundário e profissional, seminários, catecumenatos, ambulâncias e hospitais.

De acordo com a Autoridade eclesiástica local, poderão ser confiados a missionários portuguêses os serviços de assistência religiosa e escolar a súbditos portugueses em territórios estrangeiros.

Art. 16

Nas escolas indígenas missionárias é obrigatório o ensino da língua portuguesa, ficando plenamente livre, em harmonia com os princípios da Igreja, o uso da língua indígena no ensino da religião católica.

Art. 17

Os Ordinários, os missionários, o pessoal auxiliar e as irmãs missionárias, não sendo funcionários públicos, não estão sujeitos ao regulamento disciplinar nem a outras prescrições ou formalidades a que possam estar sujeitos aqueles funcionários.

Art. 18

Os Prelados das dioceses e circunscrições missionárias e os Superiores das corporações missionárias na Metrópole darão anualmente ao Governo informações sobre o movimento missionário e actividade exterior das missões.

Art. 19

A Santa Sé continuará a usar da sua autoridade para que as corporações missionárias portuguesas intensifiquem a evangelização dos indígenas e o apostolado missionário.

Art. 20

Mantém-se em vigor o regime paroquial da diocese de Cabo Verde.

Art. 21

Os dois textos do presente Acprdo, em língua portuguesa e em língua italiana, farão igualmente fé.

Feito em duplo exemplar.

Cidade do Vaticano, 7 Maio de 1940. (*)

L. Card. MAGLIONE

EDUARDO AUGUSTO MARQUES

MARIO DE FIGUEIREDO

S. VASCO FRANCISCO CAETANO DE QUEVEDO (**) 

(#) AAS 32 (1940) 235-244.

_____________

Notas do editor:

(*) Texto disponível aqui:

https://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/archivio/documents/rc_seg-st_19400507_missioni-santa-sede-portogallo_po.html

(**) Último poste da série > 21 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23904: Documentos (41): "Diploma de Cobra", outorgado pelo cap inf Jorge Parracho, cmdt da CCAÇ 3325, "Cobras" (Guileje e Nhacra, 1971/72) ao seu amigo e camarada do tempo da Academia Militar, cap art Morais da Silva, cmdt da CCAÇ 2796, "Gaviões" (Gadamael e Nhacra, 1970/72)

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24190: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte IX: As bajudas de Cutia


Foto nº 1A > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia >   O alf graduado capelão José Torres Neves, ajudando na colheita do arroz (pormenor).


Foto nº 1 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia >   O alf graduado capelão José Torres Neves, ajudando na colheita do arroz.


Foto nº 2 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia >   Tabanca > Secagem do arroz  


Foto nº 3 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia >    A tabanca... (à direita, parte das instalações militares).


Foto nº 4 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia > As bajudas da tabanca >  A ida à fonte (1)
  

Foto nº 5 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia > As bajudas da tabanca >  A ida à fonte (2)


Foto nº 6 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia > As bajudas da tabanca >  A ida à fonte (3)


Foto nº 7 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia > As bajudas da tabanca >  A ida à fonte (4)

Foto nº 8 > Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa) > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Destacamento de Cutia > Tropa e bajudas da tabanca  numa coluna (possivelmente a Mansoa).

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71). Desta vez tendo por tema o destacamento e a tabanca de Cutia, que ficava a meio caminho entre Mansoa e Mansabá.

A oganização e a seleção das fotos são feitas pelo seu amigo e nosso camarada, o médico Ernestino Caniço, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá e Mansoa), tendo passado depois pela Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, (Bissau) (Fev 1970/Dez 1971). 

O José Torres Neves é missionário da Consolata, ainda no ativo.  Vai fazer, em 2023, os 87 anos. Vive num país africano de língua oficial portuguesa. Esteve no CTIG, como capelão de 7/5/1969 a 3/3/1971.  

As fotos (de um álbum com cerca de 200 imagens) estão a ser enviadas, não por ordem cronológica, mas por localidade, aquartelamentos ou destacamentos do sector de Mansoa.

Estas são as segundas de um lote sobre o destacamento (e a tabanca) de Cutia (que ficava a meio da estrada entre Mansoa e Mansabá). Temos 35 referências a Cutia. O Jorge Picado tem aqui, no poste P2881, uma excelente descrição do destacamento e tabanca de Cutia do seu tempo (1970/72)  (**).
___________

Notas do editor: 

(**) Vd. poste de 24 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2881: Estórias de Jorge Picado (2): Cutia, I Parte (Jorge Picado)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23757: Historiografia da presença portuguesa em África (341): A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Fevereiro de 2022:

Queridos amigos,
É obra que desconhecia totalmente, um dado curioso é que não consta da principal bibliografia da Guiné. Está profusamente ilustrado e contribui para desmontar o mito de que a renovação de Bissau fora obra de Sarmento Rodrigues e a sua equipa. As áreas habitacionais que ainda hoje estão de pé foram as casas para funcionários, e grande parte do Bissau Velho teve um enorme impulso no tempo de Ricardo Vaz Monteiro, o antecessor de Sarmento Rodrigues. É evidente que são textos apologéticos, há mesmo quem quase santifique o homem providencial que pusera ordem e autoridade na nação. Vale a pena os historiadores verem estas imagens da transformação de Bissau, era o desafio que se punha à capital. E há consenso nos louvores ao aeroporto marítimo e terrestre de Bolama, desconhecia-se naquele exato momento que em breve o hidroavião iria ser completamente ultrapassado e que estas zonas de amaragem deixariam de ter qualquer importância.

Um abraço do
Mário



A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1)

Mário Beja Santos

Trata-se de uma descoberta de algum modo surpreendente, edição de 1943, bem ilustrado logo à entrada com as figuras proeminentes do Estado Novo, com o Governador Ricardo Vaz Monteiro todo medalhado, um prefácio de aplauso pelas coisas boas que a era de Salazar trouxe à Guiné e agradecimentos do Governador a Gaspar de Oliveira, o Vice-Presidente em exercício da União Nacional da Guiné. Apresenta-se sob a forma de textos explicativos que procuram ressaltar o recente desenvolvimento da colónia, o Dr. António Francisco Borja Santos, Chefe dos Serviços da Administração Civil pronuncia-se sobre a organização administrativa da Guiné; o Padre António Joaquim Dias Dinis, já nosso conhecido, Pré-Perfeito Apostólico da Guiné aborda as missões católicas; o Serviço Médico-Sanitário apresentado pelo Dr. Fernando de Montalvão e Silva, Chefe dos Serviços de Saúde; Armando de Morais e Castro, Inspetor dos Serviços da Fazenda, deixa o seu olhar sobre a Guiné moderna; Ricardo Costa, Diretor dos Serviços de Alfândega tece comentários sobre o Estado Novo na administração financeira; Caetano de Sá, Chefe de Repartição dos Serviços Aduaneiros dá-nos o quadro da nacionalização do comércio na Guiné; o Eng.º José Pereira Zagallo, Director dos Serviços de Obras Públicas deixa-nos uma sinopse do Serviço das Obras Públicas… haverá outras intervenções, ficarão para próximo texto.

Não vão faltar apreciações laudatórias, logo o Dr. António Borja Santos: “Conheço a Guiné há dois anos apenas, mas pelo que tenho lido e ouvido no tocante à história da sua governação anterior à Revolução Nacional de 26, ela não era mais do que o reflexo da desorganização social, económica e financeira da Mãe Pátria. Com o advento da Revolução surge o grande Homem que Deus tinha reservado para o momento próprio. A Guiné é o reflexo de uma Mãe Pátria redimida”. E deixa um esboço sobre o plano de construções a executar, a reparação de estradas e pontes, a construção e reparação de edifícios nomeadamente em Cacheu, Mansoa, Bafatá, Farim, Buba, Gabu, Bolama, Bissau e Bijagós. O nosso já conhecido Padre Dias Dinis é um missionário com longo traquejo na Guiné, virá mais tarde revelar-se historiador. Recorda que a Santa Sé entregou aos missionários franciscanos, em 1941, a Prefeitura Apostólica para restauro. Os primeiros missionários franciscanos de Portugal Novo vieram em 1932, segue-se, no ano seguinte, as quatros irmãs franciscanas hospitaleiras portuguesas. Nesse mesmo ano é criada a Missão de Santo António de Bula. Enaltece o Asilo da Infância Desvalida, em Bor, e lembra que a creche acolhe os recém-nascidos, órfãos de mãe, e também aqueles que, por hábito e por crendice, o indígena repudia e condena a morte – o gémeos e os defeituosos.

O responsável pelo Serviço Médico-Sanitário refere os efetivos: 11 médicos, 40 enfermeiros, 11 enfermeiros auxiliares. Houvera aperfeiçoamentos nos hospitais de Bolama e Bissau; o grosso do orçamento para a saúde era canalizado para assistência medicamentosa gratuita. Morais e Castro, falando da Guiné moderna, entusiasma-se: “Em alguns dos pontos do interior da ilha de Bissau, embora sem altitude, há belezas tropicais iguais ou semelhantes às da Alta Zambézia”. Esse entusiasmo continua na escrita a falar dos desenvolvimentos operados em Bissau, Mansoa, Bissorã, Canchungo, Bafatá. Regista obras no porto de Bissau, a construção da ponte de Ensalmá, as casas dos funcionários, os edifícios hospitalares, a instalação de raios-X, os promissores aeroportos terrestres e marítimos de Bolama. Prosseguia a construção do Palácio do Governo e apoiava-se a missão católica portuguesa dos Felupes. Caetano de Sá intervêm sobre a nacionalização do comércio da Guiné: “A situação geográfica da Guiné impõe regime fiscal de importação com taxas inferiores às que vigoram nos territórios circunvizinhos. Tentou-se a nacionalização económica da Guiné sem êxito nos anos imediatos a 1892, pelo meio de largas concessões a explorações agrícolas, comerciais e industriais. Tentou-se em 1894 transferir para uma companhia a constituir por Mateus Augusto Ribeiro de Sampaio e Conde de Vale Flor direitos de soberania sobre todos os terrenos incultos e desocupados da Guiné, cuja administração a companhia devia assumir – só que a companhia não vingou. É verdade que a Guiné foi, por muitos anos, um feudo comercial das casas francesas e alemãs, em grande parte pela relutância ou receio dos capitais portugueses se empregarem na Guiné, considerada durante décadas como colónia de degredo ou cemitério de europeus. Surgiu então o arrojado empreendedor António da Silva Gouveia”. Refere-se à diminuição de encargos sobre as exportações, o que concorreu para o aumento da produção. E termina dizendo que a nacionalização do comércio e transportes se tinha iniciado em 1928 e continuava em ritmo progressivo.

Temos por último as obras públicas e o Eng.º José Pereira Zagallo tece considerações: “Um dos principais elementos para se avaliar do progresso e estado de civilização reside no desenvolvimento das obras públicas e na modernização da construção civil. De facto, podia uma colónia estar muito desenvolvida sob o ponto de vista social, agrícola, etc., mas se tivesse como edifícios construções primitivas habitadas por brancos, daria uma triste ideia do seu nível de vida e por certo diria que era somente terra de pretos”. Um ponto curioso era ele e outros autores acreditarem na época na importância do aeroporto de Bolama, é tempo em que os Clipper em viagem para a América do Sul faziam amaragem na baía de Bolama, mas foi tempo de pouca dura, dentro de em breve haverá um salto tecnológico na aviação e com o Super Constellation, o hidroavião teve os seus dias contados, a importância de Bolama desapareceu.

(continua)

Igreja e residência paroquial de Bolama em vias de conclusão em 1930
Fachada da Igreja de São José em 2017
Bissau 1915
Rua Dr. Oliveira Salazar no Bissau Velho anos 1960
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de Novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

ANDREOLETTI (Luis), Ditus krioulos, isto é, Provérbios da língua crioula, colhidos na Guiné-Bissau desde 1947 a 1984. Milão, s/d (1984?).

ARAÚJO (Avito Fernandes de), Problemática matrimonial da disparidade de culto, no caso de alguém muçulmano com um cristão católico. Uma proposta para a diocese de Bafatá. Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, em Direito Canónico, ano de 2009. Policopiado.

BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

BARROS (Marcelino Marques de), “Literatura dos Negros: contos, cantigas e parábolas”. Separata de A Tribuna, Lisboa, 1900, pg.3-122.

BARROS (Marcelino Marques de), “A mancarra”, in Revista portugueza colonial e marítima, 1897-98, vol.2º, 1º anno, 2ºsemestre, nº12, pp.797-801.

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VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

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(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

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Vd. ainda postes de: