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terça-feira, 4 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17205: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte X: Foram mil e regressaram menos de quinhentos... Recordações do Fernando Pais, emigrado nos Estados Unidos da América





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1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE ref José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à direita].(*)

José Rebelo, capitão SGE reformado, foi em plena II Guerra Mundial um dos jovens expedicionários do RI I1, que partiu para Cabo Verde, em missão de soberania, então com o posto de furriel (1º batalhão, RI 11, Ilha de São Vicente, ilha do Sal e ilha de Santo Antão, junho de 1941/ dezembro de 1943).

O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo:

(...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e, após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...).

Não temos informações atualizadas sobre este nosso velho camarada que é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. É pouco provável que ainda hoje seja vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. No caso de já ter morrido, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluiram os pais de alguns de nós, mobilizados para Cabo Verde, por este e por outros regimentos.

A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).


[Foto, à direita,  do então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão do RI 11]


Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, dos antigos expedicionários ainda vivos, tem 76 páginas, inumeradas. Por se tratar de zincogravuras, a qualidade das imagens que reproduzimos, infelizmente, é fraca ou muito fraca.

O batalhão expedicionário do RI 11, Setúbal, com pessoal basicamente originário do distrito, partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

As páginas que publicamos hoje [de 42 a 45] não vêm numeradas no livro. Destaque para a transcrição de um excerto do diário de um dos expedicionários, Fernando Pais (, entretanto emigrado na América):

"(...) A Ilha [do Sal] é seca, árida e arienta, outras vezes parece terra queimada, da sua origem vulcânica; andamos mil metros, temos a visão da miragem; depois essa miragem desaparece. Aqui não há hortaliças, nem legumes nem frutas, pois que ela não possui água, dado que não chove. A que existe  em pequena quantidade é salobra e salgada; os meus companheiros diziam que ela era boa, digestiva e purgativa, mas no fim de uns três dias tivemos que a deixar, pois as diarreias  de sangue e as fortes dores intestinais e depois as baixas à Enfermaria, onde os medicamentos próprios não abundavan, a tal nos obrigavam.

"Parece que a desolação e a morte caíram sobre algumas palhotas que enconteri num pequeno morro ao norte da Terra Boa, isto entre a Palmeira e a Pedra Lume" (...)

Para além de 16 mortos, o batalhão expedicionário do RI 11 terá tido um número impressionante de baixas por doença, cerca de metade, segundo o depoimento do nosso autor, o José Rebelo.Ao fim de 20 meses de permanência na Ilha do Sal, e na véspera de partir para a Ilha de Santo Antão, os expedicionários doOnze estavam reduzido a 16 oficiais, 22 sargentos e 460 praças...

Hoje quem escolhe a "ilha paradisíaca do Sal" como destino turístico, não faz a mínima ideia do que era esta "terra do demo" (José Rebelo) há três quartos de século atrás...

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Nota do editor:

quarta-feira, 29 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17186: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte IX: o comandante do RI 11, o cor inf Florentino Coelho Martins


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1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE ref José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à direita].(*)

José Rebelo, capitão SGE reformado, foi em plena II Guerra Mundial um dos jovens expedicionários do RI I1, que partiu para Cabo Verde, em missão de soberania, então com o posto de furriel (1º batalhão, RI 11, Ilha de São Vicente, ilha do Sal e ilha de Santo Antão, junho de 1941/ dezembro de 1943).

O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo:

(...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e, após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...).

Não temos informações atualizadas sobre este nosso velho camarada que é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. É pouco provável que ainda hoje seja  vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. No caso de já ter morrido, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluiram os pais de alguns de nós.

A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).

[Foto do então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão do RI 11]

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, dos antigos expedicionários ainda vivos, tem 76 páginas, inumeradas.

O batalhão expedicionário do RI 11, Setúbal, com pessoal basicamente originário do distrito, partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

Era comandante do RI 11, na altura, o coronel inf Florentino Coelho Martins, combatente em Moçambique, na I Guerra Mundial, e que, ao que parece, não escondia as suas simpatias republicanas, o que na época, no auge do Estado Novo de Salazar,  pagava-se caro. Pouco tempo depois foi substituído.
As páginas que publicamos hoje  [de 38 a 41] não vêm numeradas no livro.
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Nota do editor:

(*) Último poste da série de 24 de Março de 2017 > Guiné 61/74 - P17174: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte VIII: A estafeta "Chama da Pátria", em 9 de abril de 1942, ligando Pedra Lume até Vila Maria, na ilha do Sal

sexta-feira, 24 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17174: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte VIII: A estafeta "Chama da Pátria", em 9 de abril de 1942, ligando Pedra Lume até Vila Maria, na ilha do Sal




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1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do Capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à esquerda].(*)

José Rebelo, capitão SGE reformado, foi em plena II Guerra Mundial um dos jovens expedicionários do RI 11, que partiu para Cabo Verde, em missão de soberania então com o posto de furriel (1º batalhão, RI 11, Ilha de São Vicente, ilha do Sal e ilha de Santo Antão, junho de 1941/ dezembro de 1943).

Não sabemos se ainda hoje será vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. E, se já morreu, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluíram os pais de alguns de nós.

O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo:

(...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e, após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...)

A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).

[Foto do então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão do RI 11]

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, dos antigos expedicionários ainda vivos, tem 76 páginas, inumeradas.

O batalhão expedicionário do RI 11, Setúbal, partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

Era comandante do RI 11, na altura, o coronel inf Florentino Coelho Martins, combatente da I Guerra Mundial, e que, ao que parece, não escondia as suas simpatias republicanas, o que na época, no auge do Estado Novo de Salazar,  pagava-se caro. Pouco tempo depois foi substituído.

As páginas que publicadas [de 34 a 37] não vêm numeradas no livro. Ficamos a saber, pelo autor do livro, que a baía da Murteira era um dos "covis" dos submarinos alemães, durante a II Guerra Mundial. Nas barbas das nossas tropas, ali estacionadas, mas não dispondo de artilharia, os alemães rondavam a ilha do Sal e outras ilhas do arquipélago, administrados por um país que praticavam a "neutralidade colaborante"... Na baía da Murteira há hoje um empreendimento turístico mas também mas tem uma zona protegida, a Reserva Natural da Baía da Murdeira
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quinta-feira, 16 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17147: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte VII: Quando o Onze foi castigado, por portaria de 26/6/1941, por alegada falta de galhardia e aprumo na marcha para o embarque, ficando inibido de poder ostentar a bandeira do exército...


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(Continua)

1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do Capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à esquerda].(*)

José Rebelo, capitão SGE reformado, foi em plena II Guerra Mundial um dos jovens expedicionários do RI I1, que partiu para Cabo Verde, em missão de soberania então com o posto de furriel (1º batalhão, RI 11, Ilha de São Vicente, ilha do Sal e ilha de Santo Antão, junho de 1941/ dezembro de 1943).

Não sabemos se ainda hoje será vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. E, se já morreu, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluiram os pais de alguns de nós.

O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo: (...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e, após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...)

A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).

[Foto á direita: o então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão

do RI 11]

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, tem 76 páginas, inumeradas.

O batalhão expedicionário do Onze [RI 11, Setúbal] partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

Era comandante do RI 11, na altura, o coronel  inf Florentino Coelho Martins, combatente da I Guerra Mundial, e que, ao que parece, não escondia as suas simpatias republicanas, o que na época pagava-se caro.
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 13 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17133: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte VI: 16 mortos, devido a doença e desnutrição, ficaram no cemitério da vila de Santa Maria

(**) Vd. também poste de 23 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17076: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte IV: por castigo ("falta de brio e aprumo" de alguns militares no desfile de embarque!...) , o 1.º Batalhão do Onze é impedido de ostentar a Bandeira do Exército Português... (O cmdt do Onze era o cor inf Florentino Coelho Martins, um português da "escola de Mouzinho")... Na ilha do Sal, "a vida e a morte lá iam decorrendo"...

segunda-feira, 13 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17133: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte VI: 16 mortos, devido a doença e desnutrição, ficaram no cemitério da vila de Santa Maria


Cabo Verde > Ilha de Santo Antão > 1943 > "A fome, a miséria"... A grande seca de 1943 foi evoacad no romance de Manuel Ferreiar, ele próprio expedicionario, "Hora di Bai"... O próprio título diz tudo sobre o dramático dilema que enfrentava o cabo-verdiano de ontem (e de hoje): a vontade de ficar, a necessidade imperiosa de partir... [Foto do álbum  do pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos, o então 1º cabo  Feliciano Delfim Santos (1922-1989), da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11]

Foto (e legenda): © Augusto Silva Santos (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Cemitério de Mindelo > 1943 > Foto do álbum de Luís Henriques (1920-2012), ex-1º Cabo nº 188/41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5. Esteve em Cabo Verde, no Lazareto, na Ilha de São Vicente, entre 1941/43.

Legenda no verso da foto: "Justa homenagem àqueles que dormem o sono eterno na terra fria. Companheiros de expedição os quais Deus chamou ao Juízo Final. Pessoal da A[nti] Aérea depois das cerimónias desfila fazendo continência às sepulturas dos companheiros. Oferecido pelo meu amigo Boaventura [Horta, conterrâneo, da Louri nhã,]  no dia 17-8-1943, dia em que fiquei livre da junta (hospitalar). Luís Henriques".

Foto (e legenda): © Luís Graça (2005).  Todos os direitos reservados. [Edição do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.



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1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do Capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à direita].(*)

José Rebelo, Capitão SGE reformado, foi em 1941/43 um dos jovens expedicionários do RI I1, então com o posto de furriel. Não sabemos se ainda hoje é vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. E, se já morreu, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluiram os pais de alguns de nós.

O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo: (...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e,  após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...)

A brochura, de grande interesse documental,  e que estamos a reproduzir,  é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).

[Foto á direita: o então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão
do RI 11]


Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, tem 76 páginas, inumeradas.


O batalhão expedicionário do Onze [RI 11, Setúbal] partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santigao, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

Sabemos, por este cronista (*), que os "expedicionários do Onze" tinham um grupo cénico-musical que fez espectáculos nas ilhas por onde passou (São Vicente, Sal e Santo Antão), revertendo as reeitas para apoio às populações carenciadas, sobretudo de Santo Antão, tragicamente afetadas pela seca e pela fome que então assolava as ilhas, em plena II Guerra Mundial. 

Na ilha do Sal não chovia há cinco anos e os militares do Onze sofreram graves problemas de desnutrição. 16 expedicionários ficaram sepultados no cemitério da vila de Santa Maria, no Sal. [Na realidade, e segundo lista publicada pelo  nosso colaborador permanente José Martins, são 28 os militares inumados no cemitério de Santa Catarina, na  Ilha do Sal, durante a II Guerra Mundial, de 1941 a 1944]. Conferindo as listas e as datas, os nomes dos mortos do RI 11  seriam estes 15 mais 1 (Manuel Joaquim Marques, que não consta da lista do José Martins), falecidos entre 8/8/1941 e 16/1/1943


ALBINO FERREIRA - soldado, falecido em 8 de agosto de 1941

ABILIO A[BREU] DA FONSECA - 1º cabo, falecido em 22 de agosto de 1941

JOSÉ SIMÕES VAZ - Soldado, falecido em 12 de outubro de 1941

ÁLVARO PEREIRA BASTOS - Soldado, falecido em 19 de outubro de 1941

BERNARDINO DA SILVA CURADO [ou Covado, nalista do José Martins] - Soldado, falecido em 6 de novembro de 1941 

MANUEL COSTA - 1º cabo, falecido em 12 de novembro de 1941

CUSTÓDIO DE OLIVEIRA COXO - Soldado, falecido em 17 de novembro de 1941

JACINTO PEREIRA TEIXEIRA - Soldado, falecido em 22 de novembro de 1941

FLORINDO MIRANDA NOGUEIRA - Soldado, falecido em 28 de novembro de 1941

CARLOS MARIA DA SILVA - 1º cabo, falecido em 24 de dezembro de 1941

ANTÓNIO DA PIEDADE GOMES - Soldado, falecido em 15 de fevereiro de 1942

JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA - Soldado, falecido em 3 de Março de 1942

ADELINO DE ALMEIDA MATEUS [, Martins, na lista do José Martins] - Soldado, falecido em 22 de Abril de 1942

ÁLVARO GUERRA - 1º cabo, falecido em 9 de Maio de 1942

ARMANDO AUGUSTO DOS SANTOS - Soldado, falecido em 16 de Janeiro de 1943



"Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.)


Parte IV (pp. 26-30)



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[Continua]

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