Portugal > Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 > Alegoria (desconheço o autor)
Fonte: Página oficial da
Assembleia República (com a devida vénia...)
Lisboa > Terreiro do Paço (antes do terramoto de 1755) > Azulejos (pormenor) > Casa do Alentejo > 17 de Janeiro de 2009.
Foto: ©
Luís Graça (2009). Direitos reservados.
VIII parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610,
Bissum Naga,
Cafal Balanta e
Cafine, 1972/74). Texto enviado em 4 de Julho último (*).
Da Monarquia Constitucional à República221-De Trás-os-Montes sai Barão Casal
a perseguir escocês, anti-liberal,
que as forças miguelistas comandava.
Centenas, lá por Braga, chacinou
chegado à Invicta, entrada não ousou
pois líder da cidade intimidava...
222-À Causa Setembrista há uma adesão
dum velho general que passa então
a comandar, nas Beiras,
Patuleias.Chegado ao Porto, Póvoas, o visado,
ficou deveras entusiasmado
ao ver no povo a força das ideias...
223-Com frota para o sul cedo zarpou,
Sá da Bandeira em Lagos aportou,
p´ra juntar forças lá p´ro Alentejo.
Ocupa a capital do rio Sado,
permanecendo ali, qual sitiado,
à espera dum levante, junto ao Tejo...
224-Ao Porto é enviado um emissário
da quádrupla aliança mandatário
p´ra suspender a fratricida guerra.
Proposta já prevê uma amnistia
que aos revoltosos dava a garantia
de livres eleições na sua terra.
225-Recusa o Conde de Antas tal proposta,
com quatro barcos ruma junto à costa,
disposto a invadir a capital.
Travão disuasor da inglesa esquadra,
em plena Foz na altura fundeada,
levou à rendição do general.
226-De pouco ou nada valem os protestos
da junta, p´la ingerência e manifestos
que o Almirante Maitland debitava.
Os Passos combateram bravamente,
Saldanha, que avançara finalmente,
e em Grijó revolta terminava...
227-Gramido vai trazer a rendição,
dos Patuleias sob condição,
de acordo que jamais será cumprido.
Cabral ao regressar gera sarilho,
num fervilhar de ódio, qual rastilho
pois vencedor humilhará vencido...
228-Matosinhenses meios abastados,
geraram dois irmãos mui bem fadados,
mostrando p´ra política aptidões.
Nas guerras liberais estão envolvidos,
na Patuleia esforços são perdidos,
derrota sofrem
manos de Guifões...229-Brutais espancamentos e prisões,
recriam novamente as condições
p´ro eclodir de outra situação.
De novo o Porto tem papel fulcral
ao sediar revolta inicial,
que a História chama Regeneração.
230-A Invicta reclamou uma vez mais
amor à liberdade e ideais,
na rua clama o fim da repressão.
Saldanha, Regeneradores comanda,
a roda p´ros Históricos desanda,
partiu Cabral, rejubilou Nação...
231-Depois desta Maria
Educadora,o filho Pedro Quinto surge agora
p´ra um curto mas profícuo reinado.
Combóio fez rolar entre os carris,
telégrafo implantou desde a raíz,
consigo esclavagismo é extirpado...
D. Pedro V de Portugal (nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Bragança, Bourbon e Saxe Coburgo Gotha). Nasceu e morreu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 16 de Setembro de 1837 e a 11 de Novembro de 1861, respectivamente. De cognome, O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado, era o filho mais velho da Rainha D.Maria II e do príncipe consorte D.Fernando II, de origem alemã.
Reinou de 1853 a 1861. Foi o mais culto dos reis da monarquia constitucional. Foi o 32º monarca portugês. Sucedeu-lhe o irmão D. Luís.
Filomena Mónica escreveu sobre ele uma notável biografia, editada por Círculo de Leitores e Temas e Debates (2007).Fonte: Wikipédia. Imagem do domínio público.
232-Senhor de uma cultura de invejar,
partiu p´ra Europa, dado a viajar,
na busca do melhor para o seu povo.
Mal começara as lides do reinado
enfrenta as febres, vive atormentado,
morrendo, já viúvo, moço novo...
233-Após D. Pedro vem,
rei Popular, Luis, que o Porto irá remodelar
com obras de que a urbe carecia.
A doca de Leixões, Palácio e pontes
irão rasgar, por certo, horizontes,
passando o sonho além da utopia...
234-Para obstar a crítica bem dura
de compadrio com a escravatura,
na África distante e ignorada,
a lusa Sociedade de Geografia
apoia expedição que se exigia,
em gesta mui difícil e ousada...
235-O fito foi tomar conhecimento,
fortalecer presença no momento,
da imensidão da África que estranham.
Exploradores partiram co´a intenção
de se empenharem numa ligação
terrena, entre oceanos, que a banham.
236-Projecto português intenta unir
Angola a Moçambique e permitir
a ligação das costas via terra.
Com alemães convénio é definido,
mal
mapa cor de rosa é conhecido
tão logo surge atrito co´a Inglaterra.
237-Orgulho de Tendais, país profundo,
um luso, Serpa Pinto, homem do mundo,
tal como, em S.Miguel, Ivens é tido.
Soltando seus vagidos em Palmela ,
Capelo engrandeceu terra já bela,
com feito tão brilhante cometido...
238-Zarparam Serpa Pinto, Ivens, Capelo,
catando com minúcia e com desvelo,
do Zaire e do Zambeze a foz ignota.
Mau grado algum prestígio p´ra Nação,
não fôra conseguida a ligação
difícil, face aos p´rigos dessa rota...
Selo de 25 réis, com a efígie de D. Carlos I, 34º Rei de Portugal. Reinou de 1889 a 1908. Foi assassinado com 44 anos, juntamente com o príncipe herdeiro Luís Filipe.
Fonte: Wikipédia. Desenho e Gravura: Eugéne Mouchon. Print: Tipográfica, na Casa da Moeda. (Private collection Henrique Matos) (com a devida vénia...). 239-A ideia desta ligação por terra
chocava com interesses da Inglaterra,
em cuja zona intenta
pôr a pata.A prepotência gera o Ultimato,
D. Carlos cede a tal desiderato,
começa mal reinado o
Diplomata...240-Pintor sensível, fino aguarelista,
da natureza amante e desportista,
D. Carlos foi rei culto e estudado.
P´lo mar apaixonado há muitos anos,
investigou a fauna aos oceanos
a bordo do
Amélia, requintado.
241-Do rei, republicanos fazem réu
com estigma de traição, forte labéu,
no Porto vai estalar revolução.
Janeiro de oitocentos, nove e um
o
trinta e um virou dia incomum,
revolta só a custo tem travão.
242-Surgiram n´ultramar rebeliões ,
Mouzinho, em Chaimite,
impôs galões,ao soba Gungunhana, alta figura.
D. Carlos, portugueses quer unidos,
e p´ra pôr termo à guerra dos partidos,
forçou o João Franco e a ditadura.
243-Centúria nova, oitavo ano, fevereiro,
a tarde era do seu dia primeiro,
de volta ao paço está coche real.
Buissa despejando a sua ira,
ao rei e um infante a vida tira,
está perto a monarquia, do final.
244-Reflexo do desfecho violento,
país estremeceu, nesse momento,
face à assassina sanha ocorrida.
Republicanos vão forçar acções,
capazes de criar rebeliões,
que hão-de conduzir a nova vida.
245-Imposta a João Franco a retirada
por incapacidade demonstrada,
foi acto de pressão sobre o infante.
Nem mesmo a
Acalmação vai trazer frutos
pois sete vezes surgem substitutos,
mas monarquia está agonizante...
246-El-rei D.Manuel, adolescente,
revolta quer travar mas é impotente,
e o povo extravasa, chega ao rubro.
República terá seu nascimento
um dia após proclamação de evento,
mil novecentos dez, cinco de Outubro.
Manuel Maia
[ Fixação / revisão de texto / selecção de imagens: L.G.]
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Nota de L.G.:
(*) Vd. postes anteriores:
2 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)3 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)6 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II15 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)3 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)22 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)30 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4610: Blogpoesia (51): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VII Parte): De Pombal (1755) até ao regente D. Miguel (1828)