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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25104: Casos: a verdade sobre... (42): O "making of" do livro do Amadu Djaló (1940 - 2015), "Guineense. Comando, Português" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il.) (Virgínio Briote)



Leiria > Monte Real > Ortigosa > Quinta do Paul > IV Encontro Nacional da Tabanca Grande > 20 de Junho de 2009 > Em primeiro plano, o Virgínio Briote e o Amadu Djaló, um e outro muito acarinhados por todos. Não sei o que é o que Virgínio, um homem sábio, europeu, estava a pensar, mas possivelmente estava a organizar a sua resposta à questão, pertinente, levantada pelo Amadúnico,    outro homem sábio, africano: 

"Os portugueses, a alguns povos, deram-lhes novos nomes e apelidos, livros para estudar e consideraram-nos civilizados. Desta civilização não precisávamos, mas faltava-nos a cultura, porque a cultura, de onde sai não acaba e de onde entra não enche. E no nosso Alcorão está tudo, moral, comportamento cívico e civilização e nós não precisávamos de ser civilizados, o que nos faltava era escola para aumentar os nossos conhecimentos"...




Projecto de capa do livro do Amadu Djaló, membro da nossa Tabanca Grande, já entretanto alterado... Finalmente, e depois de um longo calvário, chegam ao fim os árduos trabalhos do "making of"  do livro, da história de vida do Amadu que teve, no Virgínio Briote, mais do que 'copy desk', um editor literário, um amigo, um camarada, um confidente, um cúmplice, um advogado de defesa, um verdadeiro defensor dos seus interesses, editoriais, morais  e materiais. (...Na edição do 1º volume, que esteve cargo da Associação de Comandos, estava-se então, em fevereiro de 2010,  na fase final de revisão de provas tipográficas. O Virgínio referiu nessa altura a excelente colaboração de dois camaradas nossos, o Carlos Silva e o Manuel Lema Santos. (...)  (LG) (*)


Lisboa >  Museu Militar >  15 de Abril de 2010 > Lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló,  membro da nossa Tabanca Grande, "Comando, Guineense, Português" (Lisboa: Associação dos Comandos, 2010, 229 pp., 150 fotos, preço de capa: 25 €). 

O Amadu e a seu lado a filha (e o neto, que não se vê na foto)...  Foi pena que, entretanto,  não tenha saído em vida o 2º volume, com as aventuras e desvanturas do autor, a seguir à independência do seu pais. Vivia então em Portugal, na Amadora. Acabou a sua carreira militar como alf comando graduado, na CCAÇ 21, comandada pelo ten cmd grad Jamanca, um dos primeiros camaradas guineenses a ser fuzilado pelo PAIGC.


Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló, membro da nossa Tabanca Grande, aqui na foto com o presidente da Associação de Comandos, dr. José Lobo do Amaral... 

Nas suas palavras de abertura, Lobo do Amaral  fez questão de, em nome da associação,  agradecer "ao sócio comando Virgínio António Moreira da Silva Briote a disponibilidade, competência e dedicação com que acompanhou esta Memória, sem a qual não teria sido poossível esta edição"... 

No final, também nos agradeceu a divulgação dada pelo nosso blogue e manifestou o seu regozijo pela entusiasmo com que foi recebida o 1º volume das memórias do Amadu bem pelo pluralismo das abordagens dos oradores.

Fotos (e legendas): © Luis Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Comentário de Virgínio Briote ao poste P25087 (**):

O Amadu depois do fim do Gr Cmds  "Fantasmas",  do Maurício  Saraiva, voltou para o QG e foi o Luís Rainha que, sentindo que o seu grupo tinha poucos guineenses experientes, o foi lá buscar e trouxe também o Kassimo. 

O Amadu distinguia-se pelas maturidade e pelo bom senso na análise das situações.

Quando o reencontrei em Lisboa, aí por 2005 (o meu anos da reforma), falou-me das recordações que tinha da sua Guiné, da sua família. Pouco tempo depois o Presidente da Assocaição de Comandos  telefonou-me, convidando-me a visitar as instalações na Duque d'Ávila. 

No contacto que tivemos pediu-me um artigo sobre os Gr Cmds do CTIG dos anos 1965/66. Foi pouco depois da publicação do artigo que me voltou a telefonar para novo encontro na Associação. E foi nesse encontro que me falou dos dois maços de folhas A4, que eram uma espécie de diário do Amadu Jaló. 

E depois, foi a leitura ou tentativa de leitura porque havia muitas partes ilegíveis para mim, o reencontro com o Amadú, a visita a casa dele, e o programa que estabelecemos para o esboço do livro. 

Seguiu-se o trabalho, encontros em minha casa, almoçávamos juntos, esclarecíamos dúvidas e andávamos para a frente. Ele fazia questão do livro ser "exactamente" o que tinha escrito, sem nenhum desvio. Foi um trabalho muito longo, por vezes ele adoecia ou tinha alguém em casa doente ou visita da Guiné, o que fez com que dessemos o trabalho pronto para entrega, quase um anos depois. 

O que se passou depois foram divergências, talvez o acordo entre as partes não tenha ficado bem claro, o que levou o Amadú a ficar um tanto queixoso da Associação de Comandos..

Amadu Djaló
Ficou no meu espírito a ideia que era um Homem. Adorava a sua Família e a sua Guiné. E estava numa fase de grande tristeza pela falta de rumo da vida política na sua Terra. Nos últimos meses da sua vida as dificuldades respiratórias acentuaram-se. Levei-o várias vezes ao Hospital Amadora-Sintra, deram-lhe alta e não havia ninguém para o ir buscar. Era inverno, peguei no sobretudo e fui buscá-lo ao hospital para o levar para casa. Não tinha roupa, deixei-o ficar em casa bem agasalhado.

Tempos depois foi novamente internado no Hospital de Belém e lá encontrei o cor Raul Folques em visita a um familiar muito chegado e lhe disse que ia visitar o Amadú. 

Vários episódios se repetiram até que ele queria escrever outro livro, eu disse-lhe que não contasse com a minha ajuda por motivos facilmente compreensíveis.  Ofereceu-me um molhe de folhas A4 e disse para eu fazer o que quisesse com elas. Morreu dias depois e, conforme nos tinha pedido, queria ser enterrado em Bafatá junto aos Pais.

Para finalizar este comentário que já vai longo, o Amadu Djaló, amava a sua Família, a Guiné e Portugal.
V Briote

Nota: este comentário vai sem revisão. Desculpem.


2. Comentário adicional de Joaquim Luis Fernandes ao poste P25087 (**)

Não sei porquê, mas ao acabar de ler o comentário do camarada Virgínio Briote, fui acometido por um sentimento de profunda dor, que me arrasou os olhos de água.

A dor e os dramas que a guerra tece! Quem nela andou e sofreu jamais os esquece.

Para o Amadu Djaló que partiu, que descanse em paz. Para todos nós ainda vivos, que não nos falte a paz.

Que saibamos optar sempre pela concórdia e pela paz E a exemplo dos Maiores, amar a Família e a Pátria Mesmo sentindo que algumas vezes nos é ingrata.

Abraços Fraternos
JLFernandes


3. Em complemento deste importante esclarecimento feito pelo Virgínio Briote, e que editamos na série "Casos: a verdade sobre..." (***): comentário do editor LG ao blogue criado em dezembro de 2010 pelo filho do Amadu Djaló, que vivia em Londres, Idriça Djaló, e que infelizmente não teve continuidade, embora ainda se mantenha "on line" (****)


Meu camarigo (camarada e amigo) Amadu:

Soube pelo teu mano Briote que estavas agora em Londres, ao pé dos teus filhos. Nós estamos bem onde estão os nossos entes queridos. Desejo-te boa estadia e boa saúde. Esse clima não é o melhor para os teus problemas respiratórios. 

Em contrapartida, tens o carinho e o amor da tua família. Na vida nunca temos tudo. Sei também do teu desejo de ainda voltar à tua terra, à nossa querida Guiné. Vamos manter acesa a chama da esperança. Isso vai concretizar-se, esse teu sonho. 

Até lá ficamos também a aguardar a publicação do teu 2º livro de memórias. É importante que o completes. Confia no Briote, que tem sido mais do que teu amigo e irmão. E confia em nós, os membros do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, onde tens muita gente que te estima, admira e leu o livro. (...) . 

Parabéns por este blogue que te abriu o teu filho Adriça. Mas é preciso alimentá-lo... Prometemos vir cá de vez em quando... 

Um Alfa Bravo (ABraço). Mantenhas para toda a família. Luís Graça
 
______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 25 de fevereiro de  2010 > Guiné 63/74 - P5883: Biliografia de uma guerra (55): Lançamento, previsto para fins de Março, do livro do Amadu Djaló, Guineense, Comando, Português: 1º Volume: Comandos Africanos, 1964-1974 (Virgínio Briote)


(***) Último poste desta série > 17 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25079: Casos: a verdade sobre... (41): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - IV (e última) Parte: O nosso batismo de fogo, na bolanha do Macaco-Cão, em 29 de agosto de 1973

(****) Vd. poste de 6 de dezembro de  2010 > Guiné 63/74 - P7391: Blogues da nossa blogosfera (40): Amadu Bailo Djaló, agora em Londres: Guineense, Comando, Português (Idriça Djaló)

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25052: (De) Caras (201): O cap art 'comando' Nuno Rubim (1938-2023): fotos do meu álbum (Virgínio Briote, ex-alf mil 'cmd', cmdt Gr Diabólicos, Brá, 1965/67)

 

Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 4A


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto  nº 9

Foto (e legenda): © Virgínio Briote (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Virgínio Briote, ex-allf mil da CCAV 489 (Cuntima) e alf mil 'cmd',  
cmdt do Grupo "Diabólicos",  CCmds CTIG, Brá; 1965/67). Cartão de identificação,
com a assinatura do cap Nuno Rubim 


1. Mensagem do nosso coeditor jubilado Virgínio Briote, com data de 1 do
corrente, às 17:14:

Boa tarde, Caros Carlos Vinhal e Luís Graça, envio-vos as fotos que tenho do cap Nuno Rubim e nota com algumas legendas. (*)

Abraço e Obrigado pelo vosso trabalho.
VBriote



Cap Art 'Cmd' Nuno Rubim,
Bissau, 1965

Legendas  > Fotos com  o cap art 'cmd' Nuno Rubim  (1938-2023),   setembro de 1965 e depois;

Foto n.º 1 > Cerimónia da imposição dos crachás de Cmds em Brá. 4Set1965. A CCmds do CTIG apresenta-se ao Gov Geral,  gen Schulz, ao Cmdt Militar e a dois chefes das Repartições do QG. O Nuno Rubim está à direita do gen Schulz.

Foto n.º 2 > Passagem em revista dos Gov Geral e Cmdt Militar,  seguidos pelo cap Maurício Saraiva (de óculos escuros e camuflado) e cap Nuno Rubim.

Foto n.º 3 > Entrega do crachá ao fur mil João Parreira, o cap Rubim está de costas e o cap Saraiva, de perfil, ao lado, de camuflado.

Fotos n.º 4 e 4A > O Cap Rubim bem destacado no meio do Gr Cmds Diabos,  na BA 12, Bissalanca, antes do embarque do Grupo no Dakota para Bafatá com deslocação por outros meios para o Xitole – operação ao Galo Corubal.

Foto n.º 5  > 1.º cabo Júlio Costa Abreu na despedida de final de comissão entre o cap Rubim e o alf Caldeira.

Foto n.º 6 > O cap Rubim de costas entre vários militares do QG e o Gov Geral,  gen Schulz, numa cerimónia nos Cmds em Brá, em fins de 1965.

Foto n.º 7 > O cap Rubim, cmdt da CCmds, no Palácio do Gov Geral.

Fotos n.ºs 8 e 9 > Cmds com comissão finda em despedida. No grupo destes, o da esquerda,  é o sold António Kássimo que veio a continuar nos Cmds quase até ao final da guerra.
____________

Nota do editor LG;

(*) Último poste da série > 9 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24464: (De) Caras (200): Crónica pícara de uma noite de copos no Chez Toi e no Pilão, que meteu alguns dos nossos melhores e que até chegou, truncada e pirateada, à terra de um deles, Melgaço (Paulo Santiago, ex-alf mil, cmdt Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72)

sábado, 6 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25040: Tabanca Grande (554): Alberto Pires, "Teco", natural de Angola, ex-fur mil da CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jul 1966): passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 883


Alcobaça > São Martinho do Porto > Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de agosto de 2010> O Alberto Pires, o Teco, ex-Fur Mil, CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66): passa a integrar a nossa Tabanca Grande, sob o n.º 883.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Um encontro inesperado: o nosso coeditor Virgínio Briote com o Alberto Pires ("Teco")  e o Carlos Guedes... Estes dois últimos estiveram em Guileje, na CCAÇ 726 (Outubro de 1974 / junho de 1966), sob o comando do cap art Nuno Rubim... Voltaram mais tarde, em 2006-2008,  a colaborar juntos no desenho e construção do diorama de Guileje (*)... Além de colaboradores, o Nuno Rubim teve neles dois grandes amigos. O "Teco", que é natural de Angola, tem um fabuloso arquivo fotográfico desse tempo (mais de 500 fotos); o Guedes saiu da CCAÇ 726 para se oferecer, como voluntário, para os Comandos do CTIG, onde foi camarada do Briote... 

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição:: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > O pessoal em operações militares: na foto, acima, transporte às costas de um ferido, evacuado para o HM 241, em Bissau, por um helicóptero Alouette II (versão anterior do Alouette III).


Guiné> Região de Tombali > Guileje  > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66)  > Vista aérea do aquartelamento e tabanca, após violento ataque do PAIGC, em 4 de dezembro de 1964 (diz a legenda da foto, mas pode ter sido a 29 de novembro de 1964... Diversas instalações civis (moranças) e militares foram destruídas e metade da companhia foi ferida.


Guiné> Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (out 1964/jul 66) > O sold José Fidalgo (falecido em 2005), contemplando a imagem de uma santa da sua devoção (por certo a  Virgem Maria)
 
~

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > O temível morteiro 81, o "Botabaixo" (bem manobrado, fazia razias entre o pessoal atacante, num raio até 6 km)


 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > A célebre e heróica Fox, de matrícula MG-36-24, que resistiu a tudo e todos, acabando ingloriamente, como ferro velho, nas mãos do PAIGC em 25 de maio de 1973 (após a retirada de Guileje, três dias antes). 

O historial da  Fox MG-36-24 também merece ser aqui relembrado: pertenceu aos Pipas, foi sendo sucessivamente rebaptizada: BêbedaDiabos do Texas... Segundo Nuno Rubim, "a matrícula da Fox é a mesma que consta numa fotografia tirada por elementos do PAIGC em maio de 1973, quando ocuparam o quartel! Portanto a Bêbeda (que vai ficar para a história, representada com essa mesma inscrição no diorama de Guileje (**) ....) terá servido desde 1965 até 1973, integrada nos sucessivos Pel Rec Fox que por lá passaram"...  

Fotos (e legendas): © Alberto Pires (Teco) (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Alberto Pires, mais conhecido por "Teco" já devia, por direito próprio, ser membro da Tabanca Grande, teve 13 referências no nosso blogue, e dezenas de fotos, da sua autoria publicadas. Foi fur mil da CCAÇ 726 (Guileje, out 64 / jul 66), tal como o Carlos Guedes (**).


Do seu álbum fotográfico da Guiné (com mais de 500 fotos) pôs à disposição do Núcleo Museológico Memória de Guiledje, e do nosso blogue mais de 6 dezenas. 

Encontrámo-nos duas vezes, e estava convidado para integrar a Tabanca Grande. As fotos não traziam legenda, mas estavam agrupadas por 5  temas:

(i) CCAÇ 726 (Guileje); 
(ii) construção de abrigos (Guilje); 
(iii) destacamento de Mejo; 
(iv) operações militares:
(v) guerrilheiros mortos.

Já aqui reproduzimos uma boa parte na série "Álbum fotográfico do Alberto Piores, 'Teco' (...) (***).

Corrigimos hoje uma pequena injustiça. O Alberto Pires ("Teco") passa a ser o primeiro grãotabanqueiro do ano de 2024 (****). Infelizmente não temos tido notícias dele (nem do Carlos Guedes), Esperemos que ambos estejam bem, e de saúde.


2. Fichas de unidade : Companhia de Caçadores n.º 726

Identificação:  CCaç 726
Unidade Mob: RI 16 - Évora
Cmdt: Cap Inf Joaquim Manuel Martins Cavaleiro | Cap Inf Arménio Augusto da Silva Teodósio | Cap Inf Joaquim Manuel Martins Cavaleiro | Cap Art Nuno José Varela Rubim
Divisa: -
Partida: Embarque em 060ut64; desembarque em 140ut64 | Regresso: Embarque em 07Ago66

Síntese da Actividade Operacional

Após o desembarque, substituíu a CArt 676 no dispositivo e manobra do BCaç 600, efectuando simultaneamente uma instrução de adaptação operacional na região de Quinhámel sob orientação da CCaç 508 e deslocando entretanto dois pelotões para Guileje, em 280ut64 e 17Nov64.

Em 25Nov64, a subunidade foi toda colocada no sector de Guileje, então criado, na dependência do BCaç 513 e depois do BCaç 600 e ainda do BCaç 1861, anteriormente ocupado por um pelotão da CArt 495. 

Tomou parte em diversas operações do sector e executou diversas acções de emboscadas e patrulhamentos no corredor do Guileje, em coordenação com outras subunidades. 

Por períodos variáveis, destacou ainda pelotões para reforço temporário das guarnições de
Gadamael e Cacine.

Em 30Mar95, na sequência da operação "Arpão", ocupou a povoação de Mejo, onde foram instalados dois pelotões.

Em 27Jan66, cedeu dois pelotões para reforço da CCaç 1424, que se instalaram em Cachil, na zona de acção do BCaç 1858.

Em 02Ju166, por rotação com a CCaç 1424, passou a integrar o dispositivo e manobra do BCaç 1858, assumindo a responsabilidade do subsector de Cachil mantendo no entanto um pelotão no destacamento de Mejo. 

Em 16Ju166, foi substituída pela CCav 1484 e seguiu para Catió, até à chegada da CCaç 1587.

Em 06Set66, após chegada a Catió da CCaç 1587, seguiu para Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Não tem História da Unidade. Sabemos que teve as seguintes baixas em combate de Novembro de 1964 a Junho de 1966:  Mortos: 9 |  Feridos: 80 (sobretudo no ataque de 29/11/1964). 

Fonte: Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 333.
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 5 de janeiro de  2024 > Guiné 61/74 - P25037: E as nossas palmas vão para... (24): Nuno Rubim (1938-2023), autor do Diorama de Guileje, uma pequena obra-prima, que levou dois anos de trabalho, paixão, rigor... Foi oferecido, em 2008, ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje   

(**) Vd. poste de 24 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6464: Tabanca Grande (221): Carlos Guedes, Fur Mil Arm Pes Minas e Armadilhas, CCAÇ 726 e Comandos do CTIG (Guileje e Brá, 1964/66)

domingo, 31 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P25019: In Memoriam (491): O Nuno Rubim (1938-2023) que eu conheci nos Comandos do CTIG, de junho a dezembro de 1965 (Virgínio Briote)

 

Capitão Art Nuno Rubim, o "cvapitrão fula" o tempo da CCAÇ 726 (Guileje, Mejo, Cachil, Catió, Out 1964/Jul 1966). Esta subunidade teve quatro comandantes, o último foi o cap art Nuno José Varela Rubim.

Foto: © Nuno Rubim (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legenbdagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

CTIG > Companhia de Comandos > Cartão de Identificação > Cartãonbº 03 > Gr Sang > "A" >Grupo "Diabólicos" > Posto > Alferes Mil  > Nome > Virgínmio António M. da SWilva Briote > O Comandante> Nuni J V Rubim, cap

Foto: © Virgínio Briote (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário (*) do nosso editor jubillado, Virgínio Briote (nascido em Cascais, frequentou a Academia Militar, foi alf mil em Cuntima, CCAV 489 / BCAV 490, entree janeiro e maio de 1965; fez  o 2º curso de Comandos do CTIG, de junho a setembro de 1965;  comandou o Grupo 'Diabólicos', de setembro de 1965 a setembro de 1966; regressou a casa em janeiro de  1967; asado com a Maria Irene Briote, professora do ensino csecundário; foi quadro superior da indústria farmacêutica; publicou entre janeiro de 2006 e junho  de 2009. o blogue  Guiné, Ir e Voltar: Tantas Vidas (entretantto descontinuado: pdoe ser visto aqui,no Arquivo.pt), parcialmente reproduzido no nosso blogue; foi editor lioyterário do livro de memórias do Amadu Bailo Djaló, publicado em 2010, pela Associação de Comandos; tem cerca de 280 referências, é autor,m entre outras. ,da série "Guiné, Ir e Voltar", de qwue se publicaram 27 postes, entre  junho d3e 2015 e janeiro de 2016.


Era do meu conhecimento que o estado de saúde do coronel Nuno Rubim vinha a degradar-se e era de esperar o desenlace a curto prazo.

Lamento a perda do meu antigo comandante que conheci em maio de 1965, e com quem privei até dezembro do mesmo ano.

Ambos fizemos parte de um grupo de cerca de 25 militares dos Cmds do CTIG, constituído por oficiais e sargentos e alguns militares guineesnses, entre os quais o Marcelino da Mata, o Abdulai Djaló, o Djmanca e talvez mais um ou dois militares. 

Durante cerca de dois meses que durou o curso, os nossos fins de semana, entre jun e set1965, foram passados no mato. A maior parte das vezes no Oio, que era muito próximo, e uma vez ao Piai (zona de Canquelifá).

Gostei de o ter conhecido, de ter privado com ele, e, naturalmente, a notícia da morte do cor  Rubim não me pode deixar indiferente.

V. Briote | 30 de dezembro de 2023 às 16:15 | (*)

2. Excertos dos escritos do Virgínio Briote, publicados no nosso blogue, sobre o Nuno Rubim (**):

(...) (xiv) Ponto da situação em Brá (***)

Os primeiros grupos, os 'Fantasmas', 'Camaleões' e 'Panteras', percorreram a Guiné de uma ponta a outra. Com o entusiasmo inicial, superaram tudo o que fossem dificuldades, empregaram-se a fundo, os resultados ultrapassaram as expectativas e eram vistos com muito apreço pelo Comandante Militar e pelo próprio Governador-Geral.

Olha vão ali os gajos dos Comandos, a maralha a olhar para eles. Sabe-se como é, ganharam fama e respeito pelo trabalho que fizeram e por aquilo que contaram também. As comissões individuais e as baixas em combate ou por doença, começaram a fazer estragos, os grupos ficaram mais pequenos, era necessário começar novo curso de quadros, aproveitar os resistentes e formar novos grupos.

O major Dinis fora entretanto promovido e regressou a Lisboa. Depois o capitão Rubim tomara conta do Centro e foi o que se sabe. Não por incompetência militar, operacionalmente até era bem competente. Talvez uma certa dificuldade ou falta de paciência no jogo diplomático dos corredores do QG. As questões prendiam-se com a logística e com o emprego operacional dos grupos.

Promessas e mais promessas. Resolveu bater com a porta, sem estrondo como era da sua maneira. Não se entenderam também uns com os outros, a história da Associação Comercial, os problemas disciplinares e os alferes também não ajudaram muito, a verdade tem que se dizer.

De baixa estatura, o corpo maciço escondia uma robustez física incomum. Espantava num tipo daqueles, o jeito que tinha para o desenho, para as pinturas, para tudo que metesse mãos. O tempo vago passava-o a montar modelos de peças de artilharia, carros de combate, aviões de sonho, militares e civis, navios de guerra, desde patrulhas a porta-aviões. Tudo pintado nas cores dos originais, os nomes e tudo. Na saída, deixou-lhe ficar um porta-aviões, as outras maravilhas levou-as todas.

Dois meses depois de ter tomado posse, o novo comandante de companhia estava a ver a história toda para trás, relatórios e actas nas mãos.

Analisara a organização, o quadro orgânico, os efectivos, o sistema de recrutamento, as instalações, a alimentação, a administração, fardamentos, cargas. O estado moral, físico e disciplinar do pessoal. Os oficiais, sargentos e praças, os materiais, a instrução durante e depois do curso, as operações em que intervieram, antes e depois da sua tomada de posse, a forma como os grupos estavam a ser utilizados, tudo a pente fino.

Apesar de ter poucos anos ainda como oficial, achava que, atendendo às circunstâncias próprias do povo português, o pessoal, entenda-se cabos e soldados, era quase sempre bom. Quando surgiam problemas, normalmente deviam-se à organização, frequentemente mal montada ou aos graduados, algumas vezes as duas coisas juntas. Neste caso dos Comandos da Guiné, os oficiais eram cruciais na organização, não se cansava de insistir.

Saía com eles para o mato, acompanhava-os na instrução, fazia-lhes ver a importância do papel deles na organização, moralizava-os, até os tempos livres aproveitava para os acompanhar.

Os alferes tinham colaborado e também neles sentiu a necessidade de falarem com ele. A agressividade incrível com que tinham sido formados e treinados, jovens de 20 e poucos! Como é possível que possam ter dois comportamentos tão distintos, no mato em contacto com o IN e umas horas depois com a PM (Polícia Militar) e a população civil na cidade?

E seria mesmo adequado que estivessem tão próximos de Bissau? Não seria mais sensato, e mais proveitoso até, que estivessem em Mansabá, em Nova Lamego, em Buba, ou num sítio desses? De quem fora a ideia, tê-los a meia dúzia de passos da cidade?

Em alguns casos, não tinha dúvidas, tinham sido mal orientados, deixados ao sabor da intuição de cada um, sem a mínima directiva. Até achava que o produto final era positivo e, se tivessem tido orientação, os problemas disciplinares que ocorreram não teriam existido.

Dos cinco alferes a que a companhia tinha direito, quatro comandantes de grupo e um adjunto, restavam-lhe agora dois, o sobrevivente dos chefes de grupo iniciais e o adjunto, o Caldeira, até então com mais experiência administrativa que operacional. E, pelo que tinha visto deles até agora, achava-os competentes, mereciam-lhe confiança, esperava que continuassem como até aqui na parte operacional, e se integrassem no seu estilo de comando. Contava com eles, eram as pedras base do edifício a reconstruir, dissera-lhes mais que uma vez.

No relatório inicial que fizera para o Comandante Militar, adiantara várias propostas, pensara até que com tantas dificuldades, de tanto lado, se calhar não seria má ideia extinguir os grupos. O Brigadeiro refutou com o argumento de que, apesar de todas as dificuldades, os grupos até então existentes eram os que mais contactos tinham tido com o IN e com mais material capturado até à data. Vira os resultados das tropas especiais que a 3.ª Repartição tinha preparado para o brigadeiro, comparou-os com os fuzos, os páras e com os anteriores grupos de comandos.

Contacto efectivo com o IN em mais de 80% das saídas para o mato. Ouvira o Brigadeiro dizer que não se podia esquecer que os Comandos, a maior parte das vezes, actuavam em áreas densas de IN, em grupos de 20 a 25 homens e às vezes menos, enquanto as outras forças não se metiam lá com efectivos inferiores a meia centena de homens.

Nem um por cento do efectivo total das NT na Guiné, quase 10% das baixas totais causadas ao IN. Extingui-los? Não, a saída deve ser outra, o Brigadeiro a decidir-se por outra solução, para aproveitar o pessoal que restava.

Concluíram a reunião assentando que deveria ser feito o recompletamento para manter o quadro orgânico, isolá-los em Brá, resolver a questão alimentar, ministrar o próximo curso e utilizar os grupos em operações específicas para Comandos e não para reforçar algumas guarnições em sector.

O capitão regressara encorajado, sentira o apoio que andava a reclamar. Depois mudou quase toda a organização administrativa, conseguiu mais praças para o recompletamento, arranjou cozinheiros, alimentação própria, obrigou-os a almoçar todos juntos, disciplinou as saídas, arranjou novas viaturas, melhorou as instalações, e conseguiu, o que não fora nada fácil, fazer aprovar as orientações e normas para o emprego dos grupos.

Agora, todo este tempo passado, achava que valera a pena, que tinha feito bom trabalho.
Os grupos melhoraram os resultados, os conflitos com a PM deixaram praticamente de ocorrer, nem um castigo fora necessário. (...)



Assinatura do Nuno J. V.  Rubim, cap art


(...) (xxvi) Uns continuaram nessas guerras, outros noutras 

(...) O capitão Rubim fez 4 comissões, num total de 9 anos em África. Nos anos de brasa envolveu-se ou foi envolvido pelos acontecimentos do 25 de Novembro, esteve preso em Custóias e em Caxias.

 Depois de ter passado à reserva dedicou-se àquilo que sempre o interessou, o estudo da história militar. Foi professor na Academia Militar, deu aulas a mestrandos nas Faculdades de Letras de Lisboa (Universidade Clássica) e Coimbra, montou vários projectos museológicos, como a Artilharia da Fragata D. Fernando, o Museu da Escola Prática de Artilharia, o Forte de Oitavos em Cascais, foi colaborador da Comissão Nacional dos Descobrimentos e do IPPAR num estudo que realizou sobre a Torre de Belém e tem feito palestras e conferências para alunos de Escolas Primárias, professores universitários, idosos iletrados. Tem vários trabalhos publicados, a maioria como separatas da Revista de Artilharia. E continua a investigar e a escrever enquanto para isso se sentir com forças. (...)

(***) Vd., poste de 24 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15149: Guiné, Ir e Voltar (Virgínio Briote, ex-Alf Mil Comando) (XIV Parte): Fuzileiros, Páras e Felupes; O que se terá passado em Catió; Casamento com data marcada e Ponto da situação em Brá

(****) Vd. poste de 17 de dezembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15498: Guiné, Ir e Voltar (Virgínio Briote, ex-Alf Mil Comando) (XXVI Parte): Uns continuaram nessas guerras, outros noutras - 2

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24457: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XXXI: Na ocupação da península de Gampará, com a farda do PAIGC, a G3 e um maço de cigarros "Português Suave"... (pp. 207-211)


Guiné > Brá >  c. 1965/66 > Mulheres a trabalho na bolanha. (Foto do álbum de Virgínio Briote, 2005) (Foto reproduzida na pág. 208, do livro do Amadu Dajló)


Guiné > Brá > c. 1973 > Batalhão de Comando dos da Guiné > Tenente graduado 'cmd' Zacarias Saiegh, à direita do Major 'cmd' Raul Folques Foto reproduzida na pág. 210, do livro)



Capa do livro do Amadu Bailo Djaló,
"Guineense, Comando, Português: I Volume:
Comandos Africanos, 1964 - 1974",
Lisboa, Associação de Comandos,
2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada.



O autor, em Bafatá, sua terra natal,
por volta de meados de 1966.
(Foto reproduzida no livro, na pág. 149)


Síntese das partes anteriores:

(i) o autor, nascido em Bafatá, de pais oriundos da Guiné Conacri, começou a recruta, como voluntário, em 4 de janeiro de 1962, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;

(ii) esteve depois no CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de soldado condutor autorrodas;

(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3), como sold cond auto;

(iv) regressou entretanto à CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;

(v) em junho de 1965, fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966;

(vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo 'cmd' Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amesterdão);

(vii) depois da última saída do Grupo, Op Virgínia, 24/25 de abril de 1966, na fronteira do Senegal, Amadu foi transferido, a seu pedido, por razões familitares, para Bafatá, sua terra natal, para o BCAV 757;

(viii) ficou em Bafatá até final de 1969, altura em que foi selecionado para integrar a 1ª CCmds Africanos, que será comandada pelo seu amigo João Bacar Djaló (Cacine, Catió, 1929 - Tite, 1971)

(ix) depois da formação da companhia (que terminou em meados de 1970), o Amadu Djaló, com 30 anos, integra uma das unidades de elite do CTIG; a 1ª CCmds Africanos, em julho, vai para a região de Gabu, Bajocunda e Pirada, fazendo incursões no Senegal e em setembro anda por Paunca: aqui ouve as previsões agoirentas de um adivinho;

(x) em finais de outubro de 1970, começam os preparativos da invasão anfíbia de Conacri (Op Mar Verde, 22 de novembro de 1970), na qual ele participaçou, com toda 1ª CCmds, sob o comando do cap graduado comando João Bacar Jaló (pp. 168-183);

(xi) a narrativa é retomada depois do regresso de Conacri, por pouco tempo, a Fá Mandinga, em dezembro de 1970; a companhia é destacada para Cacine [3 pelotões para reforço temporário das guarnições de Gandembel e Guileje, entre dez 1970 e jan 1971]; Amadu Djaló estava de licença de casamento (15 dias), para logo a seguir ser ferido em Jababá Biafada, sector de Tite, em fevereiro de 1971;

(xii) supersticioso, ouve a "profecia" de um velho adivinho que tem "um recado de Deus (...) para dar ao capitão João Bacar Jaló"; este sonha com a sua própria morte, que vai ocorrer no sector de Tite, perto da tabanca de Jufá, em 16 de abril de 1971 (versão contada ao autor pelo soldado 'comando' Abdulai Djaló Cula, texto em itálico no livro, pp.192-195) ,

(xiii) é entretanto transferido para a 2ª CCmds Africanos, agora em formação; 1ª fase de instrução, em Fá Mandinga , sector L1, de 24 de abril a fins de julho de 1971.

(xiv) o final da instrução realizou.se no subsector do Xitole, regulado do Corunal, cim uma incursão ao mítico Galo Corubal.

(xv) com a 2ª CCmds, comandada por Zacarias Saiegh, participa, em outubro e novembro de 1971, participa em duas acções, uma na zona de Bissum Naga e outra na área de Farim;

(xvi) em novembro de 1971, participa na ocupação da península de Gampará (Op  Satélite Dourado, de 11 a 15, e Pérola Amarela, de 24 a 28).


1. Continuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (Bafatá, 1940-Lisboa, 2015), a partir do manuscrito, digital, do seu livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada) (*).

O nosso  camarada e amigo Virgínio Briote, o editor literário ou "copydesk" desta obra,  facultou-nos uma cópia digital. O Amadu Djaló, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem cerca de nove dezenas de referências no nosso blogue.


Guiné > Região de Quínara > Carta de Fulacunda (1955) (Escala: 1/50 mil) : Posição relativa de Gampará, rios Geba e Corubal, tabancas de Braia e Cubajal, bem como Uaná Porto.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano:

Parte XXXI:  Na ocupação da península de Gampará, com a farda do PAIGC, a G3 e um maço de cigarros "Portuguès Suave"... 
(pp. 207-211)

Na segunda quinzena de novembro[1] fomos para Quinara, na altura em que estava a decorrer a ocupação da península de Gampará. Armados com o nosso material, G-3 e respectivos equipamentos e fardados com roupa idêntica à do PAIGC, tomámos um barco em Bissau e navegámos na direcção de Quinara. 

Quando chegámos a um local adequado, o barco encostou à margem e começámos a desembarcar, amarrados aos ramos das árvores. Depois de reagrupados começámos a progressão rumo ao objectivo.

O sol estava a pôr-se e passámos a noite ali perto. De manhã, logo que o dia começou a clarear, retomámos a progressão até atingirmos uma bolanha, onde vimos mulheres[2] a fazerem as últimas colheitas.

Dirigimo-nos a elas, que ficaram muito surpreendidas com a nossa chegada. Dissemos-lhes que éramos do PAIGC e que tínhamos recebido G-3, para confundir os tugas. E que nos estávamos a deslocar para as proximidades de Tite, para atacarmos o aquartelamento nessa noite ou na próxima. Pareceu-me que ficaram convencidas, não sei se todas, e por volta das 16h00 despedimo-nos delas.

Quando estávamos a abandonar o local recebemos uma mensagem para arranjarmos um local para pernoitarmos, mas numa zona onde pudéssemos ser retirados por helicópteros.

Escolhemos uma grande bolanha de lavra de arroz onde os helis podiam aterrar à vontade. Nessa madrugada adormeci por uns momentos e estava a sonhar que um avião, um Dakota, cheio de passageiros, se estava a dirigir na nossa direcção, a baixar, a baixar, até que acabou por cair com um grande estrondo. Gritei bem alto e acordei sobressaltado, com os companheiros a perguntarem o que estava a acontecer.

De manhã voltámos a encontrar as mulheres, que ficaram surpreendidas quando nos viram. Uma começou a falar muito à vontade connosco e, a certa altura perguntou-nos:

– Vocês não disseram ontem que iam atacar Tite?

O tenente Saiegh respondeu que tínhamos recebido ordem para esperarmos aqui nesta zona, que os aviões nos vinham buscar.

A mulher perguntou se os aviões podiam aterrar neste local. Que sim, que podiam, respondeu. No meio desta conversa, ouvimos o ruído de uma avioneta que pediu a nossa localização.

Localizados facilmente, pouco tempo depois chegaram os helis que pousaram na bolanha e não demorou muito estávamos todos no ar. Entregaram-nos novas cartas topográficas, a missão tinha sido alterada.

Fomos largados junto a uma tabanca, na roda do rio Geba. Andámos um pouco, cortámos à direita e entrámos num carreiro com muitas marcas de pegadas. Ia direito a Cubajal. No trajecto encontrámos um velhote que nos disse que ia para a tabanca, onde tínhamos acabado de ser largados, e que vinha de Cubajal.

Perguntámos-lhe se nos podia acompanhar. Respondeu que tinha medo de estar na tabanca, que um avião andava lá em cima desde manhã. Saiegh garantiu-lhe que não ia acontecer nada e ele foi connosco. Enquanto caminhávamos ia conversando com o velhote e a certa altura disse que era o chefe da tabanca de Cubajara, informação que transmiti ao Saiegh.

Quando chegámos reunimos a população da tabanca. Era muita gente. Dissemos-lhes que éramos do PAIGC, que já tínhamos G-3 para confundirmos os tugas. E que tínhamos a informação que Gampará tinha sido ocupada pela tropa. Responderam que sim, que tinha sido ocupada. Estava ali o chefe da tabanca de Gampará que se levantou para se apresentar.

Continuámos a reunião dizendo-lhes que tínhamos vindo com uma missão, falar sobre mantimentos.

 Vocês sabem perfeitamente que nada nos falta na República da Guiné-Conakry. Mas não podíamos trazer connosco tudo o que precisávamos, por isso, têm que ter paciência, tem que nos reabastecer durante o cumprimento da nossa missão.

Foi assim que nos dirigimos à população da tabanca de Cubajal.

Foram rápidos a responder. Que podíamos contar com eles, que tinham arroz em quantidade suficiente para sustentar todos os combatentes pela Liberdade da Pátria que passassem em Cubajal.

O tenente Saiegh voltou a tomar a palavra para dizer que brevemente o quartel de Gampará iria cair nas nossas mãos, do PAICG, claro. Quando acabou de falar começaram a ouvir-se palmas e de um momento para o outro toda a gente aplaudia. Foi uma salva de palmas da população para o comandante da 1ª companhia de Comandos. O almoço ficou pronto e convidaram-nos a comer à vontade.

Perguntei a um rapaz que estava próximo se todos os chefes das famílias estavam ali connosco. Não, havia, ali em frente, uma família, respondeu-me.

Peguei na minha arma, chamei um soldado para me acompanhar e fui ao encontro de um homem que estava a comer com os filhos ao lado. Depois dos cumprimentos e do convite para almoçarmos com eles, perguntou-me de onde tínhamos vindo.

– De Conakry  respondi.

– De Conakry, com G-3?

   É por isso mesmo – comecei a responder    que estamos a convocar reuniões para toda a população saber que nós também temos G-3 para confundir os tugas.

Ele levantou-se e disse aos filhos para continuarem a comer.

 
– Também podes continuar a comer à vontade    disse eu. 

Que não estava bem, via-se na cara e na expressão,  que estava desconfiado.

Eu estava a fumar um cigarro, um Português Suave, e ele pediu-me um. Meti-lhe um cigarro na boca para o acender mas ele disse que primeiro gostava de lavar a boca. Pegou no cigarro, virou-o até à marca e depois meteu-o na boca, abanando a cabeça. Peguei-lhe num braço, levei-o até ao local da reunião, mandei-o sentar-se ao pé de mim e disse-lhe que não fizesse qualquer sinal às outras pessoas da tabanca.

Um dizia que desde o começo da guerra nunca a tropa lá tinha posto os pés, que tinha havido um ataque da aviação que tinha causado apenas um ferido ligeiro. Outro dizia que Cubajal era um local sagrado. Estava toda a gente a falar quando vimos uma avioneta aproximar-se. Quando estava quase em cima de nós, com todos a olhar para o ar, alguns disseram que era melhor afastarmo-nos e escondermo-nos.

Então dissemos quem éramos. Que os aviões não lhes iam fazer mal. Uma pessoa perguntou se aquele, o Saiegh, que estava ali com um aparelho estava a falar com o avião.

   Está – respondeu alguém. – Nós somos dos Comandos da Guiné, que alguns de vocês chamam criminosos. Estivemos convosco de manhã até agora, não matámos nem batemos em ninguém. Se formos atacados respondemos, isso é verdade. Quando há guerra é assim e tem que ser encarada com seriedade, não é brincadeira.

Toda a gente da tabanca estava surpreendida, menos um, o que eu tinha ido buscar. Ele sabia perfeitamente que não éramos do PAIGC.
Não falou nem uma vez, manteve-se sempre calado. Quando uma pessoa se levantou para falar, reparei que o homem fixava o olhar no orador, como se quisesse fazer um sinal, mas eu também nunca tirei os olhos dele. O erro do Português Suave não me saía da cabeça.



Português Suave" é uma marca de cigarros portuguesa, produzida e comercializada pela Tabaqueira a partir de 1929,, tendo passado a pertencente ao grupo Philip Morris International, desde 1997.  A imagem que se reproduz deve ser de 1975 ou data posterior, quando a Tabaqueria era E.P. (Cortesia da página, de Iana Peiu (Paris) >  "Peiuana", 23 de dezembro de 2013)

A reunião terminou com a avioneta em cima de nós. Foi-nos dada ordem de abandonarmos o local e levar connosco os chefes das tabancas de Cubajal e Gampará para a tabanca de Braia, que ficava junto ao rio, a cerca de uma hora de marcha. Ficámos com eles em nosso poder até de manhã. Depois demos a cada um cerca de 50 folhas de tabaco e um quilo de noz de cola e mandámo-los embora, de regresso a Cubajal.

Cerca de uma hora mais tarde recebemos ordem para nos dirigirmos para o porto de Uanazinho. Uma marcha de um dia inteiro, sem nada para comer. Tínhamos começado a andar às 08h00 da manhã e chegámos por volta das 18h30. Depois de ter comunicado a nossa chegada, o tenente Saiegh recebeu ordem para seguirmos para Gampará.

Dormimos um pouco, iniciámos a caminhada às 06h00 até que, por volta das 10h00, encontrámos uma tabanca com muitas cabras amarradas. Saiegh deu instruções para reunir a população da tabanca e para um grupo ficar de vigilância. Deu também ordem para se matarem três cabras, para as assarmos, porque já não víamos comida há muitas horas.

Na caminhada de regresso vimos manchas de sangue no caminho. Era sangue de páras que por ali tinham passado, viemos a saber depois. Nessa mesma operação tinham acabado de passar por ali, mesmo antes de nós. Já traziam um ferido e um deles pisou uma mina, que atingiu mais dois companheiros. (**)

Em Gampará soube que em vez de três tinham sido mortas quatro cabras, embora só nos tivessem apresentado três. A outra, pelo que vim a saber, era para levarem para Bissau. Mandei chamar o soldado e dei-lhe ordem para me trazer a cabra. Nem disse uma palavra, foi buscá-la e trouxe-a inteira.

Perguntei aos soldados o que é que pretendiam que se fizesse à cabra. Cozinhá-la, responderam. Que um tinha arroz e outro óleo de palma, acrescentou outro.

Dirigi-me em seguida para o aquartelamento e fui procurar o Saiegh para saber o que íamos fazer a seguir. Regressar a casa, missão terminada. Amanhã vem um barco que nos vai levar de regresso.

Avisei os meus soldados e aproveitei para lhes dizer que podemos roubar para matar a fome, não para levar para casa. Roubar e levar para casa é um crime e um mau vício.

Antes de embarcarmos, chegou um heli com o General Spínola. À frente da nossa companhia e da dos páras fez um pequeno discurso.
_____________

Notas do autor e/ou editor literário:

[1] Nota do editor: as CCmds participaram nas operações da instalação do COP7 na península de Gampará, designadamente a “Satélite Dourado”, entre 11/15Nov71, e a “Pérola Amarela”, entre 24 e 28 Novembro 1971. 

A criação do Comando Operacional nº 7, em 24/11/1971, tinha como finalidade concretização a execução de um reordenamento da população de Ganjauará / península de Gampará, e limitar a atividade IN na região de Quínara. (Nota do editor LG)

[2] Biafadas.

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Subtítulo / Negritos: LG]
____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 19 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24414: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano; Parte XXX: A guerra pela população (pp. 204-206)

(**) O Amadu Djaló não terá feito confusão com outra data ?

Vd. poste de 21 de fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1540: Os pára-quedistas também choram: Operação Pato Azul ou a tragédia de Gampará, em 4 de Março de 1972 (Victor Tavares, CCP 121)

(...) Desta tragédia para a família pára-quedista, que jamais esquecerá este dia , resultaram:

(i) seis mortes, Alf Mil Paraquedista Abreu, Furriel Pára-quedista Cardiga Pinto, PCB/Pára-quedista 47/68 Santos , PCB/Pára-quedista 129/69 Almeida , Sol/Pára-quedista 318/69 Jesus , PCB/Pára-quedista 412/69 Sousa;

(ii) 2 feridos graves e nove com menos gravidade , Furriel Pára-quedista Casalta (Comandante da 1ª secção do 2º Pelotão) , Sol Pára-quedista Inês (evacuado para a metrópole ), Ferreira , Tavares, Ventura, e 1º Cabo Pára-quedista Figueiredo, todos do 2º Pelotão, e o Sold Pára-quedista Salgado - Estilhaço de alcunha - do 1º Pelotão, faltando três por identificar pois, passado todos estes anos, já não me recordo, e ficará para sempre uma saudade enorme D’AQUELES EM QUEM PODER NÃO TEVE A MORTE. (...) 

terça-feira, 2 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24276: Notas de leitura (1578). Lançamento do livro do ten gen ref Garcia Leandro, "O Balanço de Uma Geração" (Lisboa, Gradiva, 2023, 360 pp.)...Vídeo com a recensão crítica do Presidente da República

 


O Presidente da República faz, de improviso, uma recensão crítica do recente livro do ten gen ref Leandro Garcia, "O Balanço de uma Geração" (Lisboa, Gradiva, 2023, 360 pp.), Cortesia do autor. O vídeo (que não está na página oficial da Presidència da República) chegou-nos, com pedido de divulgação,  por mão do Virgínio Briote, antigo alf mil 'comando' que esteve na Guiné com o então cap 'cmd' Garcia Leandro (tem 1o referências no nosso blogue mas não faz parte da nossa Tabanca Grande).





1. Mensagem do Virginio Briote, nosso coeditor jubilado, um histórico do nosso blogue (nascido em Cascais, frequentou a Academia Militar, e foi alf mil em Cuntima, CCAV 489 / BCAV 490 (Jan-Mai 1965); fez o 2º curso de Comandos do CTIG, comandou o Grupo Diabólicos (Set 1965 / Set 1966); regressou em Jan 1967; casado com a Maria Irene; foi quadro superior da indústria farmacêutica; editor literário do livro de memórias do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Portuguès", publicado em 2010, sob a chancela da Associação de Comandos):

Data - segunda, 24/04, 20:17 (há 2 dias)
Assunto - Vídeo com o Presidente da República por ocasião do lançamento do livro do ten gen ref Garcia Leandro

Luis Graça e Carlos Vinhal, Caros Camaradas

O  meu antigo Cmdt CCmds, Garcia Leandro,  acabou de publicar o livro “O Balanço de uma Geração” (Lisboa, Gradiva, 2023, 360 pp). 

Não pude estar presente (no dia 17 do corrente, na Fundação Calouste Gulbenlian) mas o general Garcia Leandro enviou-me a declaração do PR sobre a referida obra. O Professor Marcelo Rebelo de Sousa aborda o tema da obra de forma interessante.

O vídeo, reproduzido acima, aqui disponível,  na conta You Tube / Luís Graça. Cortesia de Garcia Landro (8' 01")


Abraço do Virgínio Briote

___________

2. Mais  informação sobre o livro e o autor:



Neste livro dedicado à sua geração, o autor faz uma análise integrada de Portugal, no passado e no presente, com particular foco nos séculos XIX e XX e sobretudo nos consulados de Salazar e Caetano e da III República. Além disso, perspectiva o futuro possível, com base na sua vivência e testemunho.

De um modo articulado e objectivo, procura explicar a situação de Portugal a partir da década de 1950 e, nesse contexto, o comportamento de Salazar e de Caetano até 1974. Mas vai além desse período, pois faz o enquadramento internacional desde o século XIX, numa contribuição para interpretar a nossa História e como chegámos ao Estado Novo, depois de décadas muito difíceis e com grandes fragilidades.

Para o século XX, a sua análise, assente em dados concretos e factos vividos, aborda a questão ultramarina, os problemas, como foram encarados a partir do início da guerrilha em Angola e o que antecedeu o 25 de Abril de 1974. Que significou esse pedaço da História para a geração nascida durante a II Guerra Mundial e para as populações do então Ultramar?

Além de reflectir sobre esta questão e o funcionamento da III República, o autor analisa a reconstrução das Forças Armadas e das Forças e Serviços de Segurança, a sua modernização e a internacionalização. Ajudando a compreender este mundo em mudança, Garcia Leandro antevê como poderá ser o futuro do país a curto prazo, os problemas que se podem pôr a Portugal e a nossa viabilidade.

Este é um livro que faltava para uma compreensão melhor e independente de Portugal e das hipóteses que se porão para o futuro mundial.


Autor > 
José Eduardo Garcia Leandro


(i) nasceu em Luanda (1940):

(ii)  foi tenente-general do Exército desde 1998;

(iii) a sua vida profissional dividiu-se:

(iii a) entre o antigo Ultramar (Angola, 1962-1964 e 1970-1972; Guiné, 1965-1967;  e Timor, 1968-1970;

(iii b) tendo sido governador de Macau entre 1974- 1979);

(iii c) as funções de comando, a nível nacional e internacional (conselheiro militar da Delegação de Portugal junto da NATO entre 1987-1990, comandante da Componente Militar da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental da ONU em 1996, diretor do Instituto de Altos Estudos Militares e do Instituto de Defesa Nacional, e vice-chefe do Estado-Maior do Exército);

(iii d) e o ensino superior (no Instituto de Altos Estudos Militares, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa);

(iv) teve participação ativa em várias entidades ligadas à cidadania, foi membro do Conselho Geral da Universidade Aberta e presidente da Fundação Jorge Álvares, de 2016 a 2021, onde se mantém como curador;

(v) é académico,  correspondente da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e membro do Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal;

(vi) publicou, em 2011, o livro "Macau nos Anos da Revolução Portuguesa - 1974/1979" e coordenou o livro "Portugal e os 50 anos da Aliança Atlântica", lançado em 1999 pelo Ministério da Defesa Nacional.

Fonte: Wook (com a devida vénia)

[Seleção, revisão e fixação de texto, negritos e itálicos: L.G.]
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Nota do editor;

Último poste da série > 1 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24274: Notas de leitura (1577): "Rumo à Revolução, Os Meses Finais do Estado Novo", por José Matos e Zélia Oliveira; Guerra e Paz, Editores, 2023 (1) (Mário Beja Santos)