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terça-feira, 19 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23180: Recordações de Empada do meu tempo (Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616, 1964/66) (1): Xalá Baldé, o homem grande da etnia fula, que me veio prestar vassalagem e oferecer a sua neta, jovem e bonita bajuda, "para todo o serviço"...

1. Recordações de Empada do meu tempo (Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616, 1964/66) (1):  


A NETA DE XALÁ BALDÉ

por Joaquim Jorge


Estávamos ainda há muito pouco tempo em Empada. Eu, como Alferes mais antigo, estava a comandar a Companhia em virtude de ainda não ter sido nomeado um capitão para esse efeito.

Em certa manhã de Abril de 1964 fui procurado no quartel por Xalá Baldé, o “ Homem Grande” (Chefe), da etnia Fula, residente em Empada. Vinha acompanhado de uma das suas netas, uma formosa bajuda como são todas as jovens da sua etnia. Bajuda, no conceito e linguagem dos nativos guineenses, é uma jovem rapariga virgem ou solteira.

Nesta altura eu não conhecia nem uma palavra de linguagem fula e de “crioulo” também pouco ou nada sabia por isso estava com alguma dificuldade em perceber a razão da sua visita e quais as suas pretensões. Perante esta situação e para que nos entendêssemos bem, mandei chamar Mamadi Sambu para intermediar a nossa conversa, pois ele falava bem o português e dominava as diversas línguas nativas. Mamadi Sambu era o Homem Grande dos Beafadas, o maior dos Homens Grandes das etnias residentes em Empada. Respeitado por todos e de toda a nossa confiança. Seguidor de Alá, Homem simples mas muito experiente, sensato e fiel foi um excecional nosso colaborador. Antes de agir consultava-o em quase todas as circunstâncias.

A que vinha então Xalá Baldé falar comigo? Dei-lhe a palavra para iniciarmos a nossa conversa. Veio apresentar “Mantenhas” (cumprimentos em crioulo) de boas vindas à nossa Companhia em representação dos Fulas e prestar-nos vassalagem, prometendo colaboração e fidelidade da sua parte e da sua etnia.

Senti-me deveras sensibilizado! Agradeci-lhe efusiva e elogiosamente a sua atitude. Aproveitei e fiz-lhe, de imediato, os primeiros pedidos que foram: a sua colaboração na formação de uma Companhia de voluntários nativos e na reorganização defensiva de Empada e do quartel. Ficou radiante com a ideia. Abraçámo-nos com amizade. Até parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. A seguir ao Mamadi foi o segundo grande amigo que arranjei em Empada.

Pensava eu que, por aquele dia, estava encerrada a nossa conversa, mas, afinal, Xalá Baldé trazia mais outra intenção, intenção essa que me deixou perplexo e que, de imediato, quase sem saber o que lhe havia de responder com medo de o ofender ou de ele julgar que a minha atitude revelava um sentimento de racismo, de repúdio ou de desprezo.

Xalá Baldé, seguindo uma tradição fula como ele me disse, vinha também oferecer-me “para todo o serviço” aquela sua neta bajuda, jovem e bonita que o acompanhava. Tentei explicar-lhe a minha atitude de forma que ele não ficasse magoado com a minha recusa.

Respondi-lhe que era casado, que amava e respeitava a minha mulher, que a minha religião não permitia isso, que, como comandante de Companhia, não devia nem podia dar esse exemplo aos meus subordinados… Enfim arranjei todos os argumentos possíveis para que saísse airosamente deste imbróglio e para que, simultaneamente, ele ficasse de bem comigo…

E assim aconteceu… e o Mamadi Sambu também contribuiu para isso com as suas sábias e coerentes intervenções. Pelas suas atitudes posteriores fiquei convencido de que Xalá Baldé aceitou de bom grado e valorizou a minha opção. Ficámos grandes amigos por toda a comissão e no último dia lá estava ele no porto de Empada para despedir-nos. Abraçámo-nos e, abraçados, chorámos os dois.

sábado, 31 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21500: Notas de leitura (1320): A festa do corpinho... (Jorge Cabral, "Estórias cabralianas", Lisboa, ed. José Almendra, 2020, pp. 59-60)


Guiné >Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) > Uma bela bajuda local, numa das 150 fotos de Guileje que nos deixou o saudoso Cap Zé Neto (1927-2007), o nosso primeiro grã-tabanqueiro a deixar a Terra da Alegria... 

Enquanto que as feministas da Europa, do pós-Maio de 1968, queimavam os seus sutiãs, símbolo do sexismo e opressão sexista, na Guiné, o supremo luxo, para as nossas queridas bajudas, era ostentar um corpinho (sutiã), como este que se vê na foto... Farto, largo, colorido... 

O Jorge Cabral foi o primeiro dos "régulos" da Guiné a dar-se conta desta tendência comportamental da mulher guineense...Um "corpinho" era "manga de ronco"

Foto (e legenda) © José Neto (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





1. Estórias cabralianas > A festa do corpinho...  (*)

por Jorge Cabral 

[, ex-alf mil at art, Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969/71)]


O Marinho era um velho, seco e pequenino, guardião das instalações de Fá, desde os anos 50. Embora existisse uma estrada para Bissaque, (a norte de Fá Mandinga, na margem esquerda do Geba Estreito), o Marinho conduziu-nos por uma interminável bolanha, após a qual lá chegámos, obviamente muito depois do inimigo ter retirado. 

O ataque, referido nos documentos oficiais, não passou de uma breve flagelação. Fui eu que relatei a ocorrência, e porque quem conta um conto... acrescentei-lhe alguns pormenores, (essa da intervenção de brancos deve ter sido ficção cabraliana), para assustar o Comandante de Bambadinca.

Bissaque era uma aprazível aldeia balanta. Logo nessa noite, à volta de uma fogueira, reparei na beleza das raparigas, tendo passado a frequentar semanalmente a Tabanca, numa acção sócio–erótica, a qual consistia numa esfregação mamária às belíssimas bajudas. 

Habituado às bajudas mandingas, verifiquei experimentalmente a superioridade dos seios balantas, tendo, e disso me penitencio, contribuído para um conflito étnico-mamário.

Afim de me redimir, em Janeiro de 1970, de férias em Lisboa, comprei 38 corpinhos (sutiãs) no armazém Fama, sito à Calçada do Garcia, junto ao Rossio, onde agora se reúnem os guineenses.

Coincidência? Premonição? Lembro a perplexidade do empregado do armazém, quando lhe pedi os 38 sutiãs de todos os tamanhos e cores.

Regressado à Guiné, em plena Tabanca de Fá Mandinga, organizei a festa do corpinho, para a alegria das bajudas, que envergaram o seu primeiro sutiã. Tivesse esta história acontecido nos dias de hoje, e certamente sentiria dificuldades no aeroporto, até porque os sutiãs constituíam a minha única bagagem. 

Armas secretas? Indícios de terrorismo? Não sei, mesmo, se não teria ido parar a... Guantanamo. 

In: Jorge Cabral - "Estórias Cabralianas". Lisboa: ed. José Almendra, 2020, pp. 59-60 (com a devida vénia...). (**)
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Notas do editor:


(**) Último poste da série > 31 de outubro de  2020 > Guiné 61/74 - P21498: Notas de leitura (1318): "Estórias cabralianas", 1º volume, Lisboa, Leituria, 2020, 144 pp,, de Jorge Cabral... Prefácio de Luís Graça: "o charne discreto da humanidade ou a arma da irrisão contra o absurdo da guerra"

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21319: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (2): A fuga da 'beijuda'


Guiné > Região de Quínara > Mapa de Tite  (1955) > Escala 1/50 mil > Alguns topómimos mais conhgecidos: Tite, Enxudé, Jabadá, na margem esquerda do Rio Geba.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)




Carlos Barros, Esposende


1. Mais um pequena história do Carlos Barros, um dos Mais de Nova Sintra, 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74) (*):



A fuga da “beijuda" 

por Carlos Barros


O 3º Grupo de Combate dos “Mais de Nova Sintra” foi garantir a segurança da estrada Tite-Enxudé, um acesso de extrema importância, uma vez que o cais do Enxudé [vd. infografia acima], garantia o acesso, por via marítima e fluvial, à cidade de Bissau, através da utilização de pequenas embarcações para o transporte de tropas, material de guerra e outras mercadorias..

No seu abrigo, o Barros entretinha-se a comer castanhas de caju oferecidas por um grupo de crianças que, geralmente, recebiam sopa quentinha vinda da cozinha de Tite, que era pedida pelo furriel Barros.

Sobrava sempre sopa,  já que a maioria dos soldados não a comia e, deste modo, “matava-se a fome” àquelas gentis e simpáticas crianças que, com os seus sorrisos, alegravam o ambiente.

De repente, ouviu-se uma gritaria tremenda:

− Socorro, socorro, ele vem atrás de mim!  −  uma jovem beijuda africana que fugia de um pretendente ao casamento…

− Furriel, ajude-me, ajude-me!…

O Barros não se queria envolver numa situação complicada e que não lhe dizia respeito e respondeu à jovem para fugir para a mata densa,  que depois  ria despistar o intruso…

Passados momentos, numa correria louca,  apareceu o africano, suando por todos os poros da pele, e perguntou ao Barros se tinha visto a beijuda...

O Barros respondeu-lhe que sim e que ela tinha fugido por aquele caminho, totalmente oposto ao percurso seguido pela jovem africana…

Naturalmente que os dois jamais se encontrariam e até ao final do dia, nunca mais soube do desfecho daquela “intriga” não palaciana mas... "tabancaciana"- 

− Acontece-me cada uma! −  desabafou o furriel Barros para um soldado que o acompanhava na segurança… 

Para esquecer isto, o Barros convidou o amigo para beberem uma cerveja fresquinha que estava dentro de um balde com água perto do Unimog…

Tite,  1972

Ex-furriel Barros
2ª C/BART 6520/72

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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21318: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (1): Bacari, o caçador furtivo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20441: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XII: Mais fotos da população de Catió, com destaque para as mulheres e bajudas


Foto nº 1 > Catió > Alfaiates... uma profissão masculina!


Foto nº 2 > Catió > Luta desportiva de mulheres


Foto nº 3 > Catió > A minha lavadeira Fátima


Foto nº 4 > Catió > A lavadeira nalu do capitão.[ Os nalus eram uma minoria étnica que habitavam o Cantanhez. Eram grandes escutores, antes de se converteram ao islamismo, religião que proíbe a figuração humana e animal.]


Foto nº 5 >Mercado de Catió


Foto nº 6 > Catió > "A Fátima em pose artística"


Foto nº 7 > Catió > Estima, a mais bonita fula de Catió
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) >  

Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do João Gabriel Sacôto Martins Fernandes: 

(i) ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66);

 (ii) trabalhou depois como Oficial de Circulação Aérea (OCA) na DGAC (Direção Geral de Aeronáutica Civil);

 (iii) foi piloto e comandante na TAP, tendo-se reformado em 1998.

 (iv) estudou no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF, hoje, ISEG):

 (v) andou no Liceu Camões em 1948 e antes no Liceu Gil Vicente; (vi) é natural de Lisboa; (vii) casado; 

(viii) tem página no Facebook (a que aderiu em julho de 2009, sendo seguido por mais de 8 dezenas de pessoas); 

(ix) é membro da nossa Tabanca Grande, desde 20/12/2011;

(x) já viajou por mais de 50 países.


2. Estas são mais algumas fotos que dispomos do seu álbum: neste caso, da população sobretudo  feminina de Catió. E a propósito do "nu" de há mais de 50 anos na Guiné  (que nós chamamos "nu etnográfico"), o autor já fez em tempos um elucidativo comentário, em 30/3/2019 (**)

(...) "Quando cheguei à Guiné, em 1964, já tinha tomado contacto, especialmente em alguns lugares no Algarve e em França, Nice e Biarritz,  de mulheres em tronco nu nas praias "topless". Também já tinha visto imagens e fotografias de cenas affricanas em que as mulheres, principalmente as mais jovens ("bajudas"), em cenas rurais se apresentavam em tronco nu. Creio que, por isso, não fui especialmente surpreendido, o que não quer dizer que não tenha admirado a beleza de algumas bajudas, e que, com sua autorização e pose artística,  fotografei. Vou mandar para o Luis duas dessas fotos que as publicará se achar oportuno." (...)

Anteriormente, o Virgílio Teixeira tinha feito, em 29/3/2019, no mesmo poste (**), o seguinte comentário;:

(...) "À atenção de João Sacôto e Cherno Baldé: À margem do assunto deste Poste, faz-me uma confusão que não apareçam as mulheres, bajudas ou mulheres grandees, com as 'mamas ao léu', desculpem a expressão mas é assim para nos entendermos.

Nos locais e sitios por onde passei [, em 1967/69], a maioria das mulheres, em especial nas tabancas, andavam  desnudadas, e não era eu que lhes tirava a roupa. Fiz tanta fotografia que já foi publicada, mas ainda há mais e são só para mim. Nunca abusei ou fiz disto um assunto sexual, era apenas a curiosidade de um jovem que não estava habituado a ver tanta mama de tanto feitio. Ou o Sacoto tem essas fotos guardadas? É pura curiosidade, nada mais.

Talvez andei por sitios de culturas diferentes, como os felupes que praticamente andavam nus, eles  e elas, miudos e graudos!" (...)

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19045: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIV: Mais etnorretratos: bajudas e mulheres de Nova Lamego, Bissau e São Domingos


Foto nº 19 > Mulher grande, felupe, São Domingos


Foto nº 13 > Bajuda mandinga, Nova Lamego


Foto nº 16 > Bajuda, mandinga, Nova Lamego


Foto nº 18 > Bajuda manjaca, Nova Lamego


Foto nº 11 > Bajuda papel, Bissau


Foto nº 11 > Bajuda manjaca, São Domingos


Foto nº 17 > Mulher grande, felupe, São Domingos


Foto nº 14 > Bajuda balamta, Nova Lamego


Foto nº 15 > Mulher felupe, São Domingos



Guiné > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e Dão Domingos, 1967/69) > Mulheres grandes e bajudas

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 90 referências no nosso blogue.


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: 
T301 – Postais de Nus Etnográficos:
B - Mulheres e Etnias na Guiné há 50 anos:
 NOVA LAMEGO, BISSAU, SÃO DOMINGOS 


I - Anotações e Introdução ao tema:

 Mais ums série de 10 "etnorretratos" de  Bajudas - que são as raparigas solteiras, bem como de Mulheres Grandes – as casadas.

São tudo imagens puras das nossas mulheres guineenses,  de diferentes etnias,  que vi e conheci na Guiné, entre 1967/1969, em diversos locais por onde passei (Bissau, Nova Lamego, São Domingos).

Este Tema já foi já parcialmente publicado noutras datas anteriores, ficaram outras fotos por esquecimento. O texto que vou inserir nesta fase e em outras fases é o mesmo, adaptando-se a cada tipo de fotografias e mulheres.

As fotos que se seguem, na sequência de outras anteriores e as seguintes, fazem parte do meu álbum pessoal; As fotos aqui representadas, referem-se a raparigas bajudas ou mulheres grandes, de diferentes etnias, habitantes do território da Guiné, na sua diversidade.

Capturadas predominantemente em São Domingos, Susana e Varela, na zona Norte, onde passei a maior parte do tempo – 18 meses, bem como na zona Leste de Nova Lamego, nos primeiros 5 meses onde permaneci nesta zona, e algumas em Bissau ao longo da comissão.

Em São Domingios existiam vários tipos de etnias, felupes, fulas, balantas, caboianas, manjacos, banhuns, mancanhas, cassangas, mandingas, e outras.

Em Nova Lamego, predominavam de longe os fulas, depois os mandingas e pajadincas, E entre os fulas havia castas, tais como, futa fulas, futa fula preto, fula forro, fula preto.

As felupes já andavam avançadas 50 anos em relação ao Ocidente, pois usavam apenas tanga e fio dental, como se pode ver em algumas fotos deste meu álbum dos ‘nus etnográficos’ . Já utilizavam muitas pulseiras e colares por todo o corpo, era ume espécie de selecção entre elas.

As fotografias a preto e branco foram capturadas entre Setembro 67 até Fevereiro de 68 em Nova Lamego e depois desta data algumas em Bissau em Março 68, finalmente em São Domingos a partir de Abril de 68.

As fotografias – slides – a cores só começam em finais do 1º semestre de 68, embora também tenha a preto e branco depois dessa data, pois que, ora fazia fotos a preto e branco, ora a cores, conforme a Camara Fotográfica, e os rolos que havia disponíveis.

Era mais fácil tirar fotos às ‘bajudas ‘ raparigas solteiras e ainda muito jovens. As ‘mulheres grandes’ só deixavam tirar fotos se o régulo ou o marido autorizassem, e depois combinava e dava-lhes uma foto para elas, em troca do favor.

Não afirmo que todas as etnias estejam certas, era o que escrevia nas fotos, mas a maioria só escrevia passado algum tempo, e depois nos slides não dava para escrever, é apenas por intuição e lembrança das mesmas.

As felupes são fáceis de identificar, pela sua nudez, tanga e fio dental, pelos roncos usados como pulseiras nos braços, no tronco, colares ao pescoço, cabelos trabalhados, pelas tatuagens no corpo todo, e por tudo aquilo que desse mais nas vistas aos rapazes guineenses, era isso a que normalmente se dizia de ‘fazer ronco’.

Espero que quem as visualizar, goste, é esse o meu propósito, sem qualquer interesse que não seja mostrar as gerações vindouras como eram as diferentes culturas  e tipologias humanas no nosso antigo território da Guiné.

II – As Legendas das fotos:


F11 – Bajuda Papel, Bissau, Abril 68

F12 – Bajuda Manjaca, Nova Lamego, 68

F13 – Bajuda Mandinga, Nova Lamego, 68

F14 – Bajuda Balanta, Nova Lamego, 67

F15 – Mulher Grande Felupe, São Domingos, 1968.

F16 – Bajuda Mandinga, Nova Lamego, 68

F17 – Mulher Grande Felupe, São Domingos, 1968.

F18 – Bajuda Manjaca, Nova Lamego, 67

F19 – Mulher Grande Felupe, São Domingos, 1968.

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BÇAÇ 1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

NOTA FINAL DO AUTOR:

As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados.


Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder.


Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘juízos de valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir.

Em, 2018-09-19

Virgílio Teixeira

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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19025: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIV: Bajudas de São Domingos, 1968: felupes, balantas, manjacas, caboianas, papéis,


Foto nº 1 > Felupe


Foto nº 7 > Felupe


Foto nº 8 > Felupe


Foto nº 6 > Papel



Foto nº 3 > Manjaca



Fotp nº 2 > Balanta


Foto nº 4 > Manjaca



Foto nº 5 > Caboiana


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > 1968 >   Bajudas de São Domingos, "chão felupe"

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]  



1. Mensagem do Virgílio Teixeira, com data de 17 do corrente:



Caro amigo e camarada Luís Graça,

Estas fotos já foram enviadas em Janeiro deste ano, juntamente com aquelas outras das Felupes da Ilha Maldita. Mas muitas outras, das quais retirei agora estas 8 fotos, nunca foram editadas. Vai agora este pequeno lote, mas tenho para mais 2 ou 3 lotes delas.

Estas fotos foram captadas por mim, com autorização delas [, as bajudas,], depois ofereci uma cópia a cada uma, quando vieram reveladas. Era assim que eu mantinha um bom relacionamento com estas jovens, e com quem convivia no dia a dia.

Com estas apenas pretendo mostrar os vários tipo  de mulher guineense, sem qualquer outro propósito.

Obrigado pela compreensão, e ficam à espera de haver lugar na fila das edições.

Um abraço

Em, 19-02-2018, Virgilio

Revisto hoje, dia 17 de Setembro de 2018


2. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 90 referências no nosso blogue.

Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:

T300 – Postais de Nus Etnográficos: Mulheres e Etnias na Guiné – Bajudas de São Domingos

I - Anotações e Introdução ao tema:

Estas fotos foram captadas exclusivamente para mostrar a grande variedade de modelos e formas dos rostos e troncos nus das Bajudas, as raparigas, solteiras, das diferentes etnias que eu conheci na Guiné, entre 1967 e 1969. São também uma homenagem à beleza da mulher africana.

Este tema já foi parcialmente publicado noutras datas anteriores, ficaram outras fotos, por esquecimento. O texto que vou inserir nesta fase e em outras fases é o mesmo, adaptando-se a cada tipo de fotografias e mulheres.

A primeira parte da minha colecção de fotos, aqui representadas, refere-se a mulheres bajudas de diferentes etnias, habitantes no chão de São Domingos, do Norte da Guiné.

Capturadas predominantemente em São Domingos, Susana e Varela, na zona Norte, redgião do Cacheu, onde passei a maior parte do meu tempo – 18 meses, e na zona Leste, em Nova Lamego, nos primeiros 5 meses da comissão.

Em São Domingos existiam vários tipos de etnias: felupes, fulas, balantas, caboianas, manjacos, banhuns, mancanhas, cassangas, mandingas, e outras.

Em Nova Lamego predominavam de longe os fulas, seguidos, em menor núnero, dos mandingas e pajadincas, E entre os fulas havia castas, tais como futa fulas, futa fula preto, fula forro, fula preto.

As felupes já andavam avançadas 50 anos em relação ao Ocidente, pois usavam apenas tanga e fio dental, como se pode ver. Já utilizavam muitas pulseiras e colares por todo o corpo, era ume espécie de selecção entre elas.

As fotografias a preto e branco foram capturadas entre setembro 67 e fevereiro de 68 em Nova Lamego e depois desta data algumas em Bissau em Março 68, finalmente em São Domingos a partir de abril de 68.

As fotografias – slides – a cores só começam em finais do 1º semestre de 68, embora também tenha a preto e branco depois dessa data, pois que, ora fazia fotos a preto e branco, ora a cores, conforme a câamara e os rolos que havia disponíveis.

Era mais fácil tirar fotos às bajudas, aparigas solteiras e ainda muito jovens. As mulheres grandes só deixavam tirar fotos se o régulo ou o marido autorizassem, e depois dava-lhes uma foto para elas, em troca do favor.

Não afirmo que todas as raças estejam certas, era o que escrevia nas fotos, mas a maioria só escrevia passado algum tempo, e depois nos slides não dava para escrever, é apenas por intuição e lembrança das mesmas.

As felupes são fáceis de identificar, pela sua nudez, tanga e fio dental, pelos roncos usados como pulseiras nos braços, no tronco, colares ao pescoço, cabelos trabalhados e por tudo aquilo que desse mais nas vistas aos rapazes guineenses, era isso a que normalmente se dizia de ‘fazer ronco’.

Espero que quem as visualizar, goste, é esse o meu propósito, sem qualquer interesse que não seja mostrar as gerações vindouras, como era a diversidade cultural no continente africano e em particular no nosso território da Guiné, na época em que lá fiz a minha comissão de serviço militar.


II – As Legendas das fotos:


F01 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.

F02 – Bajuda Balanta, São Domingos, 1968.

F03 – Bajuda Manjaca, São Domingos, 1968.

F04 – Bajuda Manjaca, São Domingos, 1968.

F05 – Bajuda Caboiana, São Domingos, 1968.

F06 – Bajuda Papel, São Domingos, 1968.

F07 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.

F08 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.


«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

Virgílio Teixeira

Em 17-09-2018

 NOTA FINAL DO AUTOR:

As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. 

Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. 

Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘juízos de valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. 

Em, 2018-09-17

Virgílio Teixeira

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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19017: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIII: O alf mil capelão Carlos Augusto Leal Moita

quarta-feira, 21 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18442: (In)citações (118): sociocoreografia de um batuque (Cherno Baldé / Valdemar Queiroz)

Foto nº 56
Tabanca Grande Luís Graça 

Há uma energia telúrica nas danças africanas, bem captada pelo nosso fotógrafo...

Qualquer pretexto (, incluindo o "render da guarda" de um administrador de concelho...) servia para uma bela batucada...

Obrigado ao "fotógrafo que estava lá"!... LG



Cherno Baldé

Filme das imagens de 52 a 58 > Imagens 52 –53–54 :

O ambiente está propicio para iniciar a dançaa, o uso de tambores, de origem mandinga, foi adoptada pela maioria das etnias da Senegambia.

Foto nº 52
Nas imagens ve-se uma mulher a quem alguém encarregou de fazer a psicosocial (a politica), entregando-lhe uma bandeira portuguesa. 

De seguida (53) tenta convencer a mulher dançarina (mestre de danças) para empunhar a bandeira enquanto dança mas parece que esta declina a proposta e prefere empunhar um simples pau de palmeira que combina melhor com os movimentos da dançaa mandinga; ao seu lado está a animadora da festa (animadora cultural) com um tecido de renda branca a volta do pescoço. 

Foto nº 53
Do lado direito (54) ve-se uma criancinha (futura dançarina ?) a bater palmas, não deve ter mais de 2 anos de idade. No ângulo superior esquerdo aconteceu alguma coisa que atirou a atençao de uma parte das assistentes desse lado, que olham para lá com alguma preocupação.

Imagens 56 –57-58 :

Após a abertura feita pela mestre de danças, lá vem uma pretendente mostrar o seu valor artístico e recebe muitos aplausos da assistência com a animadora cultural por perto (lado direito). Depois desta, lá vem em passos miudinhos, bem pausados, de acordo com a sua idade, a mulher grande que recebe o encorajamento de toda assistência. 

Foto nº 54
Nesta festa popular, todas as gerações tem o seu devido lugar. Diz-se que em Africa a velhice é um estatuto especial, que todos respeitam. Enquanto isso, no angulo superior esquerdo (57), entre os metropolitanos que vieram assistir a festa, um deles vestido à civil (de camisa branca) deve ter tocado num sítio onde não devia o que provocou o tal burburinho que perturbou uma parte da assistência.

O alferes Virgílio, esse está a ajudar a animar a dança da mulher grande. A bajuda ofendida não deixa passar impune o gesto e mostra as suas garras,  gesticulando para o rapaz branco atrás de si e, muito provavelmente, acompanhado de palavrões no seu dialecto. Um cenario tipico de uma festa de batuque na tabanca nos anos 60/70 com a presença de jovens militares metropolitanos.

Um abraço amigo,
Cherno Baldé


Foto nº 57
Valdemar Queiroz

 Cá temos o Cherno Baldé, qual Pedro Homem de Melo da Guiné, a explicar as danças e todo o seu ambiente numa povoação daquelas terras.

Cherno, deves compreender que nestes ajuntamentos de festas, em que entram rapazes e raparigas, a rapaziada aproveita-se para um 'encostãozinho' na rapariga que lhe aparece à frente, até parece que existe um íman. Ás vezes as coisas não correm lá muito bem, num ambiente da festa da mulheres e raparigas.

Mas, Cherno, lembro-me que em Nova Lamego, já contei aqui no blogue, estava a assistir a uma festa parecida com esta, se calhar com outros motivos, também com muita rapaziada e bajudas e grande batucada. Já era de noite, e todo entusiasmado com a inebriante dança das bajudas, quando fui eu que levei um 'encostãozinho' com apalpanço e tudo, e lá fui atrás da Maria/Fátima até nos encontrarmos longe da festa e das luzes da via pública. E ficamos juntos, na sua casa, até ao sol aparecer. (Se calhar por ser Embaló.)

A propósito do 'encostãozinho', assisti várias vezes na baixa de Lisboa ao lamúrio dum pedinte: Nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um tostãozinho. Mas quando passava uma rapariga jeitosa o lamurio mudava: Nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um encostãozinho.. nem que seja só um encostãozinho.

Pois... Abraço, Valdemar Queiroz Embaló


Cherno Baldé

Foto nº 58
Caro Valdemar,

Nem imaginas o estado em que fiquei de tanto rir. Claro que eu compreendo e esperava, precisamente, uma reacção contrária a demonstrar que toda aquela birra da bajuda era para homem grande ver, porque aquele rapazola branco podia atrai-la como a um íman, como tu dizes. Mas eu vou pela primeira hipótese de ser ele o provocador, isto para defender a honra das minhas irmãs cá do sitio, na verdade, podia ser tudo ao contrário da cena que eu insinuei e, se fosse na escuridão, ai Jesus, Maria!!! 

Às vezes eu chego a pensar que aqueles que têm a pretensão de ajudar as "pobres" mulheres,  mal sabem que, no fundo, elas são as donas de isso tudo.

Um abraço para ti, Cherno.

PS: Aquela noite de Gabu você a mereceu e ainda bem que, ao menos, tem uma historia bonita e singular para contar para alem das minas... armadilhas...fornilhos da guerra colonial. (**)

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Fotos acima > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >Janeiro de 1969 > Festa em honra do novo administrador.

Fotos )e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Ediçãor: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

domingo, 11 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18402 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXIII: Mulheres e bajudas (5): Nova Lamego, 1967


Foto nº 324 > Nova Lamego, 1967 > Mãe e filha (e não filho, diz o nosso assessor Cherno Baldé, especialista em assuntos étnico.linguísticos; e mais: é uma balanta, e menino balanta não usa brincos...)


Foto nº 343 > Nova Lamego, outubro de 1967 > A minha lavadeira... Tinha aquele ar "penetrante", senão mesmo "atrevidote", mas eu sempre me comportei com ela como "oficial e cavalheiro", como era a minha obrigação...


Foto nº  362 > Nova Lamego, 1967 > Mulheres e bajudas em festa... Fulas,  a avaliar pelo lencinho na cabeça (diz o nosso Cherno Baldé, que tem "olho clínico" para topar os pequenos pormenores...)



Foto nº 354  Nova Lamego, 1967 > Legenda no verso: "N Lam Dez 1967: Um abajuda e o seu par, numa tabanca, algures na Guiné"


Foto nº 325 > Nova Lamego, 1967 > Bajudas, fulas, pilando


Foto nº 302 > Nova Lamego, 1967 > Bajuda manjaca...(Também havia alguns manjacos no chão fula...).

Guiné > Região de Gabu  > Nova Lmago  > 1967b> CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado [, foto atual à direita].


Legenda:

As mulheres e raças na Guiné – Nova Lamego, São Domingos e Bissau:

As fotos de tronco nu foram feitas exclusivamente para mostrar a variedade de modelos e formas dos seios das mulheres africanas, destas raças que conheci.

Este conjunto é apenas uma parte, tenho mais, mas apenas seleccionei estas. Tem outras de corpo vestido, eram em ocasiões especiais de festas e roncos, em que as meninas e mulheres se vestiam a rigor.

A maioria delas são da raça Felupe, predominante em São Domingos onde passei a maior parte do tempo, também tenho  de Balantas e outras. /...)

As fotografias a preto e branco foram tiradas entre setembro 67 até fevereiro de 68 em Nova Lamego e depois desta data algumas em Bissau em Março, e em S. Domingos a partir de abril. As fotografias, slides, a cores só começam em finais do 1º semestre de 68, embora também tenha a preto e branco depois dessa data, ora fazia a preto e branco, ora a cores, como tinha duas câmaras a funcionar era conforme os rolos que havia.

Algumas fotos eu estou também incluído, algumas com brincadeira de ocasião e da idade, nada era de maldade, eu conhecia as tabancas e as famílias e era lá mesmo em frente aos pais que fazia estas fotos. Depois eu dava uma cópia para cada uma delas, era isso que as motivava a deixarem fazer as fotos. Algumas não queriam mesmo, especialmente as chamadas mulheres grandes, casadas e com filhos. Era mais fácil tirar fotos às bajudas, raparigas solteiras e ainda muito jovens.

Não afirmo que todas as raças estejam certas, era o que escrevia nas fotos, mas a maioria já era passado algum tempo, e depois os slides não dava para escrever. (...)
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18252: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XII: Mulheres e bajudas (4): São Domingos, "chão felupe", 1968: na festa e no trabalho


Foto nº 335 A > Bajudas em festa, em S. Domingos, 1968. [No grupo, um menino da Mocidade Portuguesa]


Foto nº 335 > Bajudas em festa, em S. Domingos, 1968  [No grupo, um menino da Mocidade Portuguesa; todos se apresentam calçados, elas,  de chinelos de plásticos, podem ser cabo-verdianas, tal como o menino]



Foto nº 336 A > Mulheres em festa, S. Domingos, 1968 [, pelo traje e colares parecem ser felupes; a primeira figura da esquerda, parece ser um homem]


Foto nº 336  > Mulheres em festa, S. Domingos, 1968 [, ao fundo, militares]


Foto nº 323 A > Bajuda felupe [, em traje de ronco], S. Domingos, 1968



Foto nº 316 A > Lavadeira, S. Domingos, 1968


Foto nº 316 A > Lavadeira, S. Domingos, 1968


Foto nº 377 A > Mãe e filha ao colo, mais bajuda, S. Domingos, 1968


Foto nº 377 > Mãe e filha ao colo, com outra mulher,  S. Domingos, 1968



Foto nº 317 >  Mulher caboiana, S. Domingos, 1968





Foto nº 317 >  Mulher caboiana, S. Domingos, 1968


Foto nº 314 > Jovem mulher balanta, [costurando,] S. Domingos, 1968


Foto nº 315 > Mulher a joeirar  o arroz, S. Domingos, 1968


Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado [, foto atual à esquerda].

Legenda:

As mulheres e raças na Guiné – Nova Lamego, São Domingos e Bissau:

 As fotos de tronco nu foram feitas exclusivamente para mostrar a variedade de modelos e formas dos seios das mulheres africanas, destas raças que conheci.

Este conjunto é apenas uma parte, tenho mais, mas apenas seleccionei estas.  Tem outras de corpo vestido, eram em ocasiões especiais de festas e roncos, em que as meninas e mulheres se vestiam a rigor.

A maioria delas são da raça Felupe, predominante em São Domingos onde passei a maior parte do tempo, também tem de Balantas e outras. As Felupes já andavam avançadas 50 anos em relação ao Ocidente, pois usavam apenas tanga e fio dental (...). Já utilizavam muitas pulseiras e colares por todo o corpo, era uma  espécie de selecção entre elas.

As fotografias a preto e branco foram capturadas entre setembro 67 até fevereiro de 68 em Nova Lamego e depois desta data algumas em Bissau em Março, e em S. Domingos a partir de abril. As fotografias, slides,  a cores só começam em finais do 1º semestre de 68, embora também tenha a preto e branco depois dessa data, ora fazia a preto e branco, ora a cores, como tinha  duas câmaras a funcionar era conforme os rolos que havia.

Algumas fotos eu estou também incluído, algumas com brincadeira de ocasião e da idade, nada era de maldade, eu conhecia as tabancas e as famílias e era lá mesmo em frente aos pais que fazia estas fotos. Depois eu dava uma cópia para cada uma delas, era isso que as motivava a deixarem fazer as fotos. Algumas não queriam mesmo, especialmente as chamadas mulheres grandes, casadas e com filhos.  Era mais fácil tirar fotos às bajudas, raparigas solteiras e ainda muito jovens.

Não afirmo que todas as raças estejam certas, era o que escrevia nas fotos, mas a maioria já era passado algum tempo, e depois os slides não dava para escrever.

As Felupes são fáceis de identificar, pela sua nudez, pelos roncos e pelos cabelos.

Espero que quem as visualizar que gostem, é esse o meu propósito. (VT)



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Cacheu / São Domingos (1953) > Escala 1/50 mil > Pormenor dos rios Cacheu e seus afluentes: Pequeno de São Domingos (margem norte); Caboi, Caboiana e Churro (margem sul), a montante da vila de Cacheu.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015).