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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16421: In Memoriam (262): Mário Campos Marinho, ex-sold trms, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74). O funeral é hoje na Senhora da Hora, Matosinhos, às 14h30 (Sousa de Castro, o grã-tabanqueiro nº 2)



Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74) > O Mário Campos Marinho (à civil) e o Sousa de Castro, em Mansambo, em 1973


Fotos: © Sousa de Castro (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de ontem, do Sousa de Castro, o nosso grã-tabanqueiro nº 2, e que foi 1º cabo Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74):

Caros camaradas, informo o falecimento de mais um camarada da nossa companhia, a  CART 3494, Guiné – Xime e Mansambo, dez71/abr74, Mário Campos Marinho com 66 anos de idade, ex-soldado de Transmissões, vítima de doença prolongada [, foto à esquerda].

O falecimento ocorreu hoje dia,  25-08-16, o corpo encontra-se em câmara ardente na Igreja da Srª da Hora em Matosinhos, de onde sairá para o cemitério local,  amanhã dia.  26 de agosto de 2016 pelas 14,30 horas.

Em meu nome pessoal e de toda a companhia apresento à família sentidas condolências. Até já,  camarada!

Sousa de Castro


2. LISTA PUBLICADA PELO BLOGUE DO SOUSA DE CASTRO, COM OS NOMES  DOS "COMBATENTES DA CART 3494 QUE DEIXARAM A VIDA TERRENA [, ATÉ À DATA,]  E QUE SÃO DO NOSSO CONHECIMENTO"

1. Fur. Milº - Manuel da Rocha Bento, Galveias - Ponte de Sor (Morto em combate na Ponta Coli, Xime em 22ABR1972)

2. Sol. - Abraão Moreira Rosa, Póvoa de Varzim (desaparecido no Rio Geba, Xime - Guiné em 10AGO1972, vítima de acidente do Sintex (Bote) devido à forte ondulação provocada pelo "Macaréu"

3. Sol. - Manuel Salgado Antunes, Quimbres - Coimbra (desaparecido no rio Geba, Xime - Guiné, em 10AGO1972) vítima de acidente do Sintex (Bote) devido à forte ondulação provocada pelo "Macaréu"

4. Sol. - José Maria da Silva e Sousa, S. Tiago de Bougado - Santo Tirso (afogamento Rio Geba, Xime - Guiné, em 10AGO1972)vítima de acidente do Sintex (Bote) devido à forte ondulação provocada pelo "Macaréu", ficou sepultado em Bambadinca, trasladado para o cemitério de Bisau no ano de 2009 (campa s/n)
http://ultramar.terraweb.biz/Memoriais_concelhos_Trofa_BougadoSantiago.htm

5. Sol. - Joaquim de Jesus Fernandes, Pôço - Vila Nova de Monsarros, (em 28AGO1992 (vítima de acidente de viação)

6. 1º Cabo - Manuel Pais Moreira, Vila Verde - Parada de Gatim, (em 1996)

7. Sol. - Silvino Vaz da Rosa e Silva, Figueiredo - Oliveira de Azemeis, (09MAR2002)

8. Sol. Radiot. - Rogério Tavares da Silva, Branca - Albergaria-a-Velha, 16JUN2002, (vítima de acidente de viação)

9. Cap. Art. - Victor Manuel da Silva Marques, Algés - Lisboa (29SET2004)

10. Sol. - Ilidio Ferreira Amaral, S. João da Pesqueira - Ervedosa do Douro, (em 17ABR2009)

11. Sol. - Adão Manuel Gomes da Silva, Figueiró - Paços de Ferreira (em OUT 2009)

12. Sol. - António da Costa, Pinheiro de Baixo - Mangualde (data desconhecida)

13. 1º cabo - Laurentino Bandeira dos Santos, Guifões - Matosinhos (data desconhecida)

14. Sol. - Joaquim Torres Trindade, Brandinhais - Maia - Porto (data desconhecida)

15. Fur. Milº - Raul Magro de Sousa Pinto, Meadela - Viana do Castelo (01ABR2012)

16. Alf. Milº - José Henrique Fernandes Araújo - Arcos de Valdevez (Agosto 2012)

17. 1º cabo - Manuel da Cruz Ramos, Póvoa de Varzim, (em 22NOV2012)

18. Sol. - Mário Rodrigues da Silva Nascimento, Figueira da Foz (08JUN2014

19. Alf. Milº - Manuel Jorge Martins Gomes, Mem Martins (em 15DEC2014)

20. Sol. - António Ferreira Lopes, Palhaça, Oliveira do Bairro (Data desconhecida)

21. Sol. - António Jorge Gomes, Granjal, Sernancelhe (Data desconhecida)

22. Sol. - Ricardo Silva do Nascimento, Cadafaz - Celorico da Beira (Data Desconhecida)

23. Mário Campos Marinho, Srª da Hora Matosinhos, em 25AGO2016

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Nota do editor:

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11701: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte IV): Mais 'apanhados' do Miguel Pessoa


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > A Giselda Pessoa e o António Martins de Matos, dois camaradas que honraram a Pátria e a FAP no TO da Guiné, entre 1972 e 1974. A Giselda como enefermeira paraquedista e o António como piloto (Fiat G-91 e DO-27).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Dois guineenses ou,  melhor, nativos da Guiné... À esquerda, o nosso tabanqueiro António Estácio, que fez a tropa em Angola; e à direita, Rui Trindade Doutel Guerra Ribeiro, cor ref., filho do Intendente Guerra Ribeiro, já falado aqui no blogue.



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  à esquerda, o grande Victor Tavares (Águeda), que está em tratamento de um doença; e à direita, o camarada de Lisboa que veio pela mão do António Estácio: o Hugo Eugénio Reis Borges (a quem convido para integrar também a Tabanca Grande; o Hugo Borges é maj.gen.tef: quando Tenente foi comandante de pelotão do Victor Tavares, na CCP 12/BCP 12).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Dois fidelíssimos tabanqueiros: Henrique Matos, açoriano de Olhão, e Paulo Santiago (Aguada de Cima / Águeda).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > À volta dos livros: Alberto Branquinho (Lisboa) (à esquerda); e José Ferreira da Silva (Crestuma / Vila Nova de Gaia) (que, para o ano, vai lançar também o seu próproio livro de contos, em que é mestre, tal como Branquinho; ouvi dizer que era para o ano, mas o Ferreira da Silva é que pode confirmar...).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O Joaquim Mexia Alves e a Maria João (que é esposa do Jorge Araújo, doutorada em psicologia, professora do PIAGET).



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Da esquerda para a direita: o Jorge Araújo (Almada) e o João e a Celestina Sesifredo, do Redondo... O João foi 1º  Cabo no Pel Nat Caç 52, no Mato Cão, no tempo do Joaquim Mexia Alves (e passa automaticamente a ser convidado para integrar a nossa Tabanca Grande).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Os meus queridíssimos amigos Gina e António Fernando Marques (, meu camarada da CCAÇ 12, voámos juntos numa GMC em 13/1/1971, à saída do destacamento de Nhabijões, Bambadinca).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Da esquerda para a direita, o Jorge Loureiro Pinto (Sintra), que esteve na região de Fulacunda ("de que pouco se fala no blogue", queixa-se ele); e um outro camarada que, lamentavelmente, não consigo identificar... (Jorge, dá-me uma ajuda,e  manda coisas de Fulacunda para publicar!... Bolas, és professor de história, e o dossiê de Fulacunda ainda está muito vazio, tens razão...).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  À direita, o José Saúde (que veio de Beja e aproveitou o ensejo para lançar o seu 5º quinto livro com as suas memórias do Gabu); à esquerda, um outro camarada de cujo nome não me consigo lembrar (Desculpa, camarada!).


 Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Gente que cuida da sua imagem...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  O nosso veteraníssimo JERO (e Jero só há um o de Alcobaça, e mais nenhum)... Sempre ativissimo, o último monge de Alcobaça: está a escrever outro livro sobre a sua amada terra... Ficámo-nos de encontrar de novo na reunião anual da Tabanca de São Martinho do Porto... (se o Pepito e a senhora sua mãe, a nossa decana da Tabanca Grande, Clara Schwarz, nos convidarem outra vez este ano)...

Fotos: © Miguel Pessoa (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de junho de 2013 >  Guiné 63/74 - P11695: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (14): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte III): Os 'apanhados' do Miguel Pessoa

terça-feira, 11 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11693: Notas de leitura (490): República e Colonialismo na África Portuguesa, coordenação de Fernando Tavares Pimenta (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Fevereiro de 2013:

Queridos amigos,
O conjunto de estudos que esta publicação alberga são surpreendentes e dão-nos a possibilidade de analisar como o republicanismo foi um decisivo elo de ligação entre a Monarquia Constitucional e o Estado Novo no que tange à defesa das colónias.
No contexto do pan-africanismo, Julião Soares Sousa dá-nos uma estimulante leitura da Liga Guineense e do Centro Escolar Republicano de Bissau e as relações tensas e inconciliáveis que a Liga manteve com o Governo da província, a propósito da guerra de Bissau de 1915.

Ensaios de grande qualidade cuja leitura se recomenda, sem qualquer hesitação.

Um abraço do
Mário


Republicanismo e colonialismo na I República: 
A Liga Guineense

Beja Santos

“República e Colonialismo na África Portuguesa”, coordenação de Fernando Tavares Pimenta, Edições Afrontamento, 2012, reúne um conjunto de estudos cujo objetivo é analisar a receção do republicanismo em contexto colonial, nomeadamente a forma como os republicanos foram portadores de mudança ao nível da vida política das colónias portuguesas. É uma leitura que provoca surpresas e ajuda a dissipar equívocos amontoados sobre a chamada negligência republicana quanto ao Ultramar.

Um trabalho de Luís Reis Torgal à volta de António José de Almeida e a sua experiência africana é esclarecedor quanto à continuidade republicana face à conceção do Império, e maca também as distinções face à Monarquia. Começa por observar que a designação de colónias apareceu no século XX. Na Carta Constitucional de 1826, que vigorou até 1910, falava-se de províncias ultramarinas. Implantada a República, a Constituição de 1911 refere “Da administração das Províncias Ultramarinas”. A legislação especial traz títulos como os seguintes Lei Orgânica da Administração Civil das Províncias Ultramarinas, isto em 1914, era ministro das Colónias Alfredo Augusto Lisboa de Lima. Em 1917, num ministério liderado por Afonso Costa, era ministro das Colónias Ernesto de Vilhena foram decretadas as primeiras cartas orgânicas das Províncias relativas à Guiné e depois a Angola. Só após a revisão de 1920 da Constituição se passou ao termo colónia, tendendo a sua organização para um carácter centralizador, com a criação dos Altos-comissários da República para as Colónias. Em 1924 foi criada a Agência Geral das Colónias, que será dirigida até 1932 por Armando Cortesão. O Ministério das Colónias surge logo a seguir à implantação da República, foi um cargo fundamentalmente entregue a militares, do Exército e da Marinha, que pode ser justificado pela experiência que os militares tinham das colónias. O regime dos Altos-comissários desapareceu com a Ditadura Nacional, esta afirmou-se pelo seu espírito centralizador, dando ênfase ao protecionismo dos indígenas. Recorde-se o Regulamento do Trabalho Indígena, datado de Maio de 1911. Mas a revolução de 28 de Maio de 1926 não alterou essencialmente as leis da República. O próprio Ato Colonial, de 1930, reafirmou todo este sistema legal. Tem Reis Torgal propriedade quando diz que no fundo não há diferenças essenciais entre as lógicas coloniais monárquica constitucionalista, republicana, ditatorial e estadonovista.

Uma nova atmosfera vai emergir com o pan-africanismo, houve em Portugal uma sensibilidade precoce para os movimentos defensores dos africanos. Como se pode ler em o Correio de África, de Julho de 1921, a propósito de eleições para deputados e senadores, num manifesto “Ao Povo de África”: “Não confieis de outras mãos que não sejam as dos vossos patrícios africanos o encargo de vos redimires. Só estes é que conhecem os vossos sofrimentos. Só estes poderão lutar pelas vossas aspirações”. No mês anterior surgira a Liga Africana de Lisboa. Multiplicaram-se por toda a Europa congressos pan-africanos, a eles aderiram delegações das províncias da Guiné e de Cabo Verde, a Liga dos Interesses Indígenas de S. Tomé e Príncipe, a Liga Angolana, o Grémio Africano de Lourenço Marques e a Liga Africana de Lisboa. A mudança de terminologia de colónias para províncias ultramarinas só ocorreu no Estado Novo, em 1951, mantendo-se a lei do indigenato na Guiné, Angola e Moçambique (recorde-se que em Cabo Verde nunca houve indigenato).

A diferença substancial entre a política monárquica e política republicana esteve na ideia de Império, já que os republicanos tinham polemizado com os monárquicos, acusando os primeiros os segundos de negligência e amesquinhamento das questões ultramarinas, fundamentalmente na questão do ultimato. Os republicanos estavam indelevelmente ligados a uma conceção nacionalista e imperialista. Reis Torgal lembra "Alma Nacional", o título da revista dirigida por António José de Almeida em 1910, a defesa das colónias pesou profundamente na entrada de Portugal na guerra de 1914-1918. Não é por acaso que no Mosteiro da Batalha estão dois soldados desconhecidos, ali sepultados em 1922, para significar os nossos caídos na Flandres e em África. Muitos republicanos de diferentes matizes estiveram intimamente ligados a África. António José de Almeida, médico em S. Tomé durante 7 anos; Brito Camacho, alto-comissário em Moçambique; Norton de Matos, ministro das Colónias e depois alto-comissário em Angola; Cunha Leal, chefe de brigada na Companhia dos Caminhos de Ferro de Angola, e muitos outros.

Em suma, I República continuou a política colonialista da Monarquia Constitucional. Defenderam-na com rasgo ao tempo em que outras potências europeias punham em causa o domínio português, procuraram melhorar as condições dos indígenas e acusaram os colonos de atos de desumanidade e exploração. Mesmo quando atacaram o clero, não deixaram de elogiar os missionários, como o fez António José de Almeida relativamente a D. António Barroso.

Julião Soares Sousa estudou a Liga Guineense e o Centro Escolar Republicano de Bissau. Havia nestas iniciativas a convicção de que a República iria abrir portas para uma alteração efetiva da condição das colónias. A Liga Guineense surgiu em 25 de Dezembro de 1910, numa assembleia de “nativos da Guiné”, era constituída uma associação escolar e instrutiva, a Liga. Em Junho seguinte foram eleitos os primeiros gerentes. Em 12 de Janeiro de 1911 foi criado o Centro Escolar Republicano, alguns dos membros da sua direção também pertenciam à Liga Guineense. Que se propunha a Liga? Fazer propaganda da instrução e estabelecer escolas; trabalhar para o progresso e desenvolvimento da Guiné; e pugnar para o bem geral dos consócios. E quanto ao Centro Republicano? Criar escolas diurnas para os filhos dos sócios e indigentes; proporcionar aos sócios leituras e distrações nos dias em que as escolas não funcionassem; promover conferências educativas. O Centro integrava nativos da Guiné, cabo-verdianos e portugueses metropolitanos; a Liga só admitia nativos integrados num conjunto de categorias sociais: marítimos, artífices, grumetes e empregos de comércio e indústria. O número de escolas era reduzidíssimo. Marques Geraldes, num texto publicado no Boletim da Sociedade Portuguesa de Geografia, em 1887, referia apenas existirem 3 escolas na província (Bolama, Bissau e Cacheu). Era uma constante de todos os relatórios, a queixa permanente da falta de estabelecimentos de ensino. O historiador guineense analisa detalhadamente a evolução da Liga, como esta intentou colaborar com o Governo da província até radicalizar o seu discurso. Por exemplo criticando a péssima administração da província, censurando as deportações para S. Tomé e Príncipe, isto logo em 1913, altura em que em Bolama era fundado o Grémio Desportivo e Literário Guineense. As relações da Liga com Teixeira Pinto são tensas e inconciliáveis, a Liga será ilegalizada, o detonante terá sido a guerra de Bissau de 1915.

Um conjunto de estudos da maior importância para a compreensão dos ideais republicanos no contexto da política colonial e colonialista.
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11680: Notas de leitura (489): O Homem a quem chamaram G3, por António Trindade Tavares (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11680: Notas de leitura (489): O Homem a quem chamaram G3, por António Trindade Tavares (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Fevereiro de 2013: 

Queridos amigos,
Este relato tem momentos assombrosos. Um miúdo do Alvito, farto do trabalho duro, oferece-se aos 17 anos para fuzileiro.
Tira o curso e vai para a Guiné, ainda em 1962. É estroina, estouvado e quer usufruir o que encontra de bom na vida. A seguir à operação Tridente é aliciado por dois polícias marginais e cai nas mãos do PAIGC, sente-se arrastado na corrente. Levam-no para Argel, Amílcar Cabral revela-se simpático e até lhe arranja trabalho.
Acaba nas boas graças do general Humberto Delgado. Depois do assassinato deste, palmilha até Rabat, pede a intervenção das autoridades portuguesas, em Lisboa é acusado de tudo.
De histórias como esta ainda não tínhamos um relato. Ele aqui fica. O livro é fácil de achar.

Um abraço do
Mário


O homem a quem chamaram G3

Beja Santos

“O homem a quem chamaram G3”, por António Trindade Tavares, Edição Vírgula, 2012, é um livro diferente sobre uma situação incomum, e que tem como pano de fundo a guerra da Guiné, ainda na sua fase inicial. O autor, o homem a quem chamaram G3, no arranque da narrativa procura uma síntese: “O que aconteceu a esse homem?

Sabe-se que entrou para o 2º curso da Escola dos Fuzileiros, em 1962, onde se destacou pelas suas qualidades de bom atirador, e que foi enviado num contingente para a Guiné pouco tempo depois. Depois de várias missões no território, é dado como desaparecido ou desertor, em meados de 1964, e volta a aparecer lá para 1965, em Rabat, Marrocos, depois de passado cerca de um ano em Argel, com proximidade ao general Humberto Delgado e aos poucos amigos que lhe eram chegados. Ao reaparecer junto das autoridades portuguesas, em Marrocos, entrega-se voluntariamente na embaixada, solicitando repatriamento e sabendo as consequências que o abordariam.

O que se contou sobre este homem?

Depois de incorporado no contingente destacado para a Guiné, motivado pelo ambiente de violência familiar em que teria sido criado, foi dado como desertor, instigado por uma mulher negra com quem se teria envolvido, uma femme fatale guineense cujas ligações ao PAIGC eram conhecidas. Esta terá sido o engodo que o desviou para lá dos pretos, tendo ficado conhecido como Turra Branco, Capitão G3, Terror das Forças Armadas. Aí terá desviado armamento, traído os portugueses, comandado missões de ataque às tropas portuguesas e dado instruções em campos de treino militar do PAIGC. Já em Portugal, após a sua captura terá sido dado como morto e o seu corpo aparecido a boiar no Tejo, no Mar da Palha. Outra versão é que terá fundado uma célula comunista no Lavradio e passado algum tempo em Moscovo. Onde é que está a verdade?”

Num estilo sincopado, num estilo que não anda longe do romance negro, e com recurso expedito à figura de alguém que lhe houve a história da sua vida, o velho G3 desembucha. Nado e criado no Bairro do Alvito em Lisboa. Tudo em grande indigência, começou a trabalhar desde os 13 ou 14 anos num ferro-velho, para os lados de Alcântara Terra. “No ferro-velho comecei por ajudar o dono. Ia lavando peças num bidão daqueles grandes, de 50 livros, cortado ao meio, com petróleo e uma escova. O patrão é que desmanchava os carros. Depois era com ainda é hoje, guardávamos as peças em prateleiras: alternadores, carburadores, pinhões, caixas de velocidades, motores, cabeças, faróis, tubos de escape”. Aprendeu a ser mecânico, fartou-se, ofereceu-se como voluntário para os fuzileiros aos 17 anos. Quanto às peripécias vividas na Escola, ali ao pé de Coina, levara uma infância a andar pela rua e na brincadeira. Tem saudades da escola onde andou, a Francisco Arruda, lembra os cinemas que frequentou com a miudagem, as maroteiras que pregou.

Agora está reformado, vive sozinho, voltou ao bairro, tem todo o tempo do mundo para contar a um sujeito curioso a sua vida aventurosa entre a Guiné e o norte de África. Pelo que descreve, pintou a manta em Bissau, divertiu-se à doida, nos primeiros tempos fez guardas, depois foi transferido para o Cacheu, fazia escoltas, naquele tempo era uma paz santa. Conheceu a Eugénia, foi paixão assolapada, Eugénia disse-lhe que estava grávida, ele veio para Bissau e passou 65 dias na ilha do Como. No regresso, começou a dar-se com gente suspeita, dois polícias sinistros, Santos Carvalho e Sardinha Crespo, este já expulso da corporação. Nesta narrativa, serão estes homens que o levarão, bêbado que nem um cacho, até à região de Mansoa, aí se estabelece um contacto com guerrilheiros, o fuzileiro G3 vê a vida a andar para trás, entra no mato e depois de muitas andanças chega à presença de Amílcar Cabral, este é informado por Sarinha Crespo que os três querem ir para a Argélia, querem estar ao lado do general Humberto Delgado, o fuzileiro G3 sente-se arrastado pela torrente, depois de uma viagem por metade de África em camionetes desconjuntadas chega a Argel. Nunca chegou a perceber o papel destes dois polícias nesta tramóia. Em Argel, e na companhia de Amílcar Cabral vão falar com Ayala, o secretário do general. G3 refere-se desprimorosamente aos membros da FPLN – Frente Patriótica de Libertação Nacional. Sem nenhuma vocação política, sem nenhuma ideologia, G3 põe-se ao serviço de Humberto Delgado. Amílcar Cabral ainda lhe arranjou trabalho na reparação de navios, mas Ayala queria que estivesse no escritório a ajudá-lo.

Estamos em meados de 1964, G3 vive em casa de Humberto Delgado e da sua secretária, Arajair. O general trata-o por “meu fuzileiro pequeno”. Em 1965, o general e a secretária são atraídos a uma armadilha perpetrada pela PIDE. G3 fica à deriva. Diz o pior possível do comportamento do pessoal da FPLN, vagueia pelas ruas de Argel, morre de fome, anda aos caixotes. Pôs-se a caminho de Marrocos, a viagem foi uma autêntica odisseia. Assim chegou a Rabat, procurou a autoridade consular e entretanto manda uma carta aos pais, é o pai que se mete a caminho, na mesma altura em que ele embarcou para Lisboa. Mal saiu do avião foi algemado, cedo começaram os interrogatórios: que armamento roubaste, que tropas portuguesas mataste ao lado do PAIGC? E ele bem contou, em todos os tons possíveis, o que se tinha passado. A PIDE entrega-o à Marinha. Os interrogatórios tonam-se mais sofisticados, dia após dia, ele descreve parágrafos com intensa vivacidade, momento há em que o leitor pensa que está a ouvi-lo, quase colérico, a repetir perguntas infindáveis. É novamente levado para a PIDE, caiu nas mãos dos inspetores Mortágua e Seixas, ao fim de 5 meses de interrogatórios vai refazer o canastro no hospital da Marinha.

Segue-se o Tribunal Militar, foi condenado a uma pena de prisão no Forte de Elvas. “Tinha 20 ou 21 anos e ainda tinha 5 anos de prisão pela frente… Uma vida… Lixaram-me a vida… O que mais me lixou, e ainda hoje me deixa danado é a atitude da Marinha… Não me defenderam, eu era um fuzileiro, um deles, e nem sequer uma defesa me deram… Eles bem sabiam que eu não tinha roubado armamento nenhum, que não tinha andado a atacar tropas portuguesas nenhumas… Aí é que eu vi, eles estavam a borrifar-se para mim”. Sairá ao fim do tempo todo, sem descontos. Casou com a madrinha de guerra. Tinha ainda dois anos pela frente, no Alfeite. Rouba comida para levar para casa. Depois, fez a sua vida como pôde, trabalho aqui e ali, nos biscates, na CUF. Aqui foi convidado a juntar-se ao PCP. Foi sol de pouca dura, davam-lhe trabalho, mas não era chamado para as coisas a sério, atirou a albarda ao ar. Foi trabalhar para Israel, o casamento desfez-se, a mulher partiu para França. Ficou só na casa do Lavradio. O irmão pediu-lhe para voltar para o Alvito. Teve uma proposta para ir trabalhar no Jumbo, como operador técnico da secção automóvel, aí vai ficar mais de 15 anos, a vender baterias, a montá-las.

Várias vezes o desafiaram a escrever um livro sobre a sua história. Gostava de voltar à Guiné, lembra o nome de alguns fuzileiros que o marcaram, caso do comandante Patrício. Ainda participa nalgumas almoçaradas com a malta do seu tempo. Teve oportunidade de falar com a filha do general Humberto Delgado. O Ayala fingiu que não o reconheceu. Alguém tinha que escrever esta história. Parece que não tem pés nem cabeça, mas foi assim. Nas almoçaradas, os combatentes de então desabafam. E o relato chega ao seu termo: “A morte ainda não levou tudo. A vida continua a vencer. Ainda somos todos o G3”.
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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11666: Notas de leitura (488): “O Mestiço e o Poder – Identidades, dominações e a resistências na Guiné”, por Tcherno Djaló (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11679: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (10): Últimas informações

VIII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE

8 DE JUNHO DE 2013

PALACE HOTEL DE MONTE REAL



Fechadas que estão as inscrições para participação no VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, e a pouco mais de 24 horas do acontecimento, deixamos aqui as últimas informações.

1. Acesso ao Palace Hotel de Monte Real

Quanto à forma de chegar, além das coordenadas, para quem tem GPS, N 39º 51' 5,15'' - W 8º 52' 1,87'', aqui ficam duas imagens que poderão ajudar os que vão pela primeira vez:


Para maior facilidade de acesso aconselha-se a utilização da A17 e o abandono na saída nº 3. Vão encontrar-se três rotundas, ao fim das quais  se vai entrar na EN 349 - Rua de Leiria. 
Há placas informativas de Termas de Monte Real. Como alternativa pode-se utilizar a EN 109.

Pormenor de Monte Real a partir da última rotunda

2. Importante:

Não esquecer que amanhã pelas 11h45 vai ser celebrada missa de sufrágio, na Capela das Termas, pelos camaradas caídos em campanha assim como pelos camaradas e amigos tertulianos que nos foram deixando´(n=24), mais recentemente, cumprindo a inexorável  lei da vida.

3. Horário aproximado do repasto:

13h00 - Welcome drink [, copo de boas vindas!]

14h00 - Almoço

17h30 / 8h00 - Lanche [ajantarado]

4. Área cultural:

Após o almoço vamos ter, em local apropriado, uma exposição de livros, cujos autores, como não podia deixar de ser, são nossos camaradas e tertulianos que,  participando do Encontro, autografarão os exemplares ali adquiridos. 

Sem prejuízo de outros camaradas, aos quais peço desculpa, estarão presentes os autores Manuel Domingues, Manuel [Luís] Lomba, Manuel Maia e José Saúde, estes dois últimos com livros editados muito recentemente.

Haverá ainda uma oferta literária aos camaradas,  combatentes (e só a estes),  participantes do Encontro. É um brinde-surpresa. O autor pede, para já, reserva de identidade. Lá ficarão, na altura,  a saber de quem se trata.

5. Lista definitiva dos 135 participantes:

Agostinho Gaspar - Leiria 
Alberto Branquinho - Lisboa 
Alcídio Marinho e Rosa - Porto 
Álvaro Basto - Leça do Balio / Matosinhos 
Álvaro Vasconcelos e Lourdes - Baião 
António Augusto Proença, Beatriz e Sofia - Covilhã 
António Estácio - Lisboa 
António Fernando Marques e Gina - Cascais 
António Garcez Costa - Lisboa 
António José Pereira da Costa - Mem Martins / Sintra 
António Manuel Sucena Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro 
António Maria Silva - Sintra 
António Martins de Matos - Lisboa 
António Pimentel e acompanhante - Figueira da Foz 
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos 
António Santos, Graciela, filhos e netos - Caneças / Odivelas 
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho 
Arlindo Farinha - Almoster Avz / Alvaiázere 
Augusto Pacheco - Maia C. Martins - Penamacor 

Carlos Paulo e Lourdes - Coimbra 
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas 
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora 
Carlos Vinhal e Dina Vinhal - Leça da Palmeira / Matosinhos

David Guimarães e Lígia - Espinho 
Delfim Rodrigues - Coimbra 
Diamantino Varrasquinho e Maria José - Ervidel / Aljustrel

Eduardo Campos - Maia 
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto 
Eduardo Moreno - Vila Real 
Ernestino Caniço - Tomar

Felismina Costa, João, Cláudia e Hugo - Agualva / Sintra 
Fernandino Leite - Maia 
Fernando Súcio - Vila Real 
Francisco Silva e Elisabete - Lisboa 

Hélder V. Sousa - Setúbal 
Henrique Matos - Olhão 
Hugo Eugénio Reis Borges - Lisboa 
Humberto Reis e Joana - Alfragide / Amadora

João Alves Martins e Graça Maria - Lisboa 
João Marcelino - Lourinhã 
João Sesifredo e Celestina - Redondo 
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel 
Joaquim Luís Fernandes - Maceira / Leiria
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria 
Joaquim Nunes Sequeira e Mariete - Colares / Sintra 
Joaquim Sabido e Albertina - Évora 
Jorge Araújo e Maria João - Almada 
Jorge Cabral - Lisboa 
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras 
Jorge Loureiro Pinto - Sintra 
Jorge Picado - Ílhavo 
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais 
José Armando F. Almeida - Albergaria-a-Velha 
José Augusto Ribeiro - Condeixa 
José Barros Rocha - Penafiel 
José Casimiro Carvalho - Maia 
José Eduardo Oliveira - Alcobaça 
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos 
José Ferreira da Silva - Crestuma / V. N. Gaia
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel 
José Manuel Lopes e Luísa - Régua 
José Ramos Romão e Emília - Alcobaça 
José Saúde - Beja 
José Zeferino - Chamusca 
Juvenal Amado - Fátima / Ourém 

Luís Graça e Alice - Alfragide / Amadora 
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra 

Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde 
Manuel Dias Pinheiro e Maria Inicia - Madrid / Espanha 
Manuel Domingos Santos - Leiria 
Manuel Domingues - Lisboa 
Manuel Joaquim e Deonilde - Agualva Cacém / Sintra 
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu 
Manuel Luís Lomba e Luís Manuel - Faria / Barcelos 
Manuel Maia - Moreira / Maia 
Manuel Santos Gonçalves e Maria de Fátima - Carcavelos / Cascais 
Manuel Vaz - Beiriz / Póvoa de Varzim 
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa

Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda

Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal 
Ricardo Sousa e Georgina Cruz - Lisboa 
Rui Silva e Regina Teresa - Sta. Maria da Feira 
Rui Trindade Doutel Guerra Ribeiro - Lisboa

Silvério Lobo e Rodrigo - Matosinhos 
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria

Victor Tavares - Recardães / Águeda

6. Para outras informações:~

Consultar o poste de 25 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11629: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (8): Estamos a poucos dias de fechar as inscrições

Os organizadores do Encontro:

Carlos Vinhal
Joaquim Mexia Alves
Luís Graça
Miguel Pessoa

7. Telefone do nosso SOS Monte Real (na eventualidade de alguém se perder): 

J. Mexia Alves (Comissão Organizadora):  962 108 509
____________

Nota do editor:

Último poste da série de 2 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11663: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (9): Faltam três dias para fechar as inscrições... E já somos 123 à mesa!

domingo, 2 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11663: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (9): Faltam três dias para fechar as inscrições... E já somos 123 à mesa!


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)


1. Mensagem da Comissão Organizadora do VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande:

Prazo limite para inscrições - 4 de Junho

Aceitam-se desistências até ao dia limite das inscrições.

Fora desse prazo os inscritos faltosos serão responsabilizados pelas despesas imputadas à sua não comparência.

P'la Organização do Encontro,
Carlos Vinhal

2. Até 1 de junho, a 3 dias de fechar as inscrições, tínhamos já 123 tabanqueiros (incluindo acompanhantes) inscritos no nosso próximo convívio anual que vai ser, como é sabido, em Monte Real, no próximo dia 8, sábado (*).  

A todos/as, estamos muito obrigados pela amizade e camaradagem com que nos honram, aceitando o nosso convite para a festa  da nossa Tabanca, pelo oitavo ano consecutivo (o I Encontro Nacional realizou-se na Ameira, Montemor-O-Novo, em 2006). 

Como se pode ver pela figura acima, a proveniência geográfica dos inscritos é sensivelmente igual à dos anos anteriores, com destaque para a malta que vem da Grande Lisboa, do Grande Porto e da Região Centro (cerca de 85% do total). Temos gente de todo o país, de norte a sul, de leste a oeste. Pena é que as regiões autónomas dos Açores e da Madeira não estejam representadas, desta vez. (O que não é bem assim: temos o Henrique Matos que representa duas regiôes, a de nascimento, os Açores; e a de adoção, o Algarve, o sul...).

Em contrapartida, vamos ter connosco o Manuel Dias Pinheiro (, nosso tabanqueiro desde 22/8/2012)
e a esposa, a viverem atualmente em Madrid. São os nosso dignos representantes da "diáspora".

E, também como acontece todos os anos, temos camaradas, "piras", que vêm ao nosso encontro pela primeira vez. Cite-se por exemplo o  João Martins ( e a esposa Graça Maria). Vamos ter ainda, como já é habitual, também os nossos escritores que vão lançar os seus últimos livros, da parte da tarde. É o caso,  este ano,  do Manuel Maia e o José Saúde...

Como acontece todos os anos também, há camaradas
que não podem vir, por razões de calendário ou
outras, de força maior, e nomeadamente de saúde. Muito nos alegra saber que, mesmo convalescentes, acabados de superar uma situação delicada de saúde, há camaradas que arranjaram força e coragem para se juntar ao resto do pessoal!...

Foi o caso, por exemplo, do Victor Tavares (um dos nossos heróis de Guidaje, ex-1º cabo paraquedista, CCAÇ 121/BCP 12, BA 12, 1972/74). Foi o Paulo Santiago que nos deu a feliz notícia, anteontem, dia 31: "Boa Tarde Vinhal, Miguel... Podem inscrever o Victor Tavares,acabei de almoçar com ele e mais dois Páras. Está a recuperar bem. Miguel: Não é necessário crachá para o Victor. Manipulei o meu e fiz outro com o nome dele. Recebam um abraço. P. Santiago".

Não poderia esquecer os "repetentes", os "fidelíssimos"... Alguns, como o António Santos, são tão fãs do Encontro Nacional da Tabanca Grande que até trazem a família completa: mulher, filhos e netos... É de se lhes tirar o quico!

Até Monte Real., dia 8. Um fraterno Alfa Bravo. L.G.
_________________


LISTA DOS 123 MAGNÍFICOS, QUE ATÉ 1/6/2013 DISSERAM QUE VÃO ESTAR EM MONTE REAL, EM 8 DE JUNHO DE 2013, NO NOSSO VIII ENCONTRO NACIONAL

Agostinho Gaspar - Leiria (C)
Alberto Branquinho - Lisboa (GL)
Alcídio Marinho e Rosa - Porto (P)
Alvaro Vasconcelos e Lourdes - Baião (N)
António Augusto Proença, Beatriz e Sofia - Covilhã (C)
António da Costa Moitas e Maria dos Anjos - Grijó / V. N. de Gaia (GP)
António Estácio - Lisboa (GL)
António Fernando Marques e Gina - Cascais (GL)
António Garcez Costa - Lisboa (GL)
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra (GL)
António Manuel Sucena Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro (C)
António Maria Silva - Sintra (GL)
António Martins de Matos - Lisboa (GL)
António Pimentel e acompanhante - Figueira da Foz (C)
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)
António Santos, Graciela, filhos e netos - Caneças / Odivelas (GL)
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho (C)
Arlindo Farinha - Almoster Avz / Alvaiázere (C)
Augusto Pacheco - Maia (GP)

C. Martins - Penamacor (C)
Carlos Paulo e Lourdes - Coimbra (C)
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas (C)
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora (GL)
Carlos Vinhal e Dina Vinhal - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)

David Guimarães e Lígia - Espinho (GP)
Delfim Rodrigues - Coimbra (C)

Eduardo Campos - Maia (GP)
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto (GP)
Eduardo Moreno - Vila Real (N)
Ernestino Caniço - Tomar (C)

Fernandino Leite - Maia (GP)
Fernando Súcio - Vila Real (N)

Henrique Matos - Olhão (S)
Hugo Eugénio Reis Borges - Lisboa (GL)
Humberto Reis e Joana - Alfragide / Amadora (GL)

João Alves Martins e Graça Maria - Lisboa (GL)
João Marcelino - Lourinhã (S)
João Santos - Porto (GP)
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel (GP)
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria (C)
Joaquim Nunes Sequeira e Mariete - Colares / Sintra (GL)
Joaquim Sabido e Albertina - Évora (S)
Jorge Araújo e Maria João - Almada (S)
Jorge Cabral - Lisboa (GL)
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras (GL)
Jorge Loureiro Pinto - Sintra (GL)
Jorge Picado - Ílhavo (C)
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais (GL)
José Araújo dos Santos - Figueira da Foz (C)
José Armando F. Almeida - Albergaria-a-Velha (C)
José Augusto Ribeiro - Condeixa (C)
José Barros Rocha - Penafiel (GP)
José Casimiro Carvalho - Maia (GP)
José Eduardo Oliveira - Alcobaça (C)
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos (C)
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel (GP)
José Manuel Lopes e Luísa - Régua (N)
José Ramos Romão e Emília - Alcobaça (C)
José Saúde - Beja (S)
José Zeferino - Chamusca (C)
Juvenal Amado - Fátima / Ourém (C)

Luís Graça e Alice - Alfragide / Amadora (GL)
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra (GL)

Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde (GP)
Manuel Dias Pinheiro e Maria Inicia - Madrid / Espanha (Estrang)
Manuel Domingos Santos - Leiria (C)
Manuel Gonçalves e Maria de Fátima - Carcavelos / Cascais (GL)
Manuel Joaquim e Deonilde - Agualva Cacém / Sintra (GL)
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu (C)
Manuel Maia - Moreira / Maia (GP)
Manuel Vaz - Beiriz / Póvoa de Varzim (GP)
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa (GL)

Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda (C)

Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal (S)
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)
Ricardo Sousa e Georgina Cruz - Lisboa (GL)
Rui Silva e Regina Teresa - Sta. Maria da Feira (N)
Rui Trindade Doutel Guerra Ribeiro - Lisboa (Gl)

Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria (C)

Victor Tavares - Recardães / Águeda (C)
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 25 de maio de 2013 >  Guiné 63/74 - P11629: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (8): Estamos a poucos dias de fechar as inscrições

sábado, 1 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10746: Tabanca Grande (369): Mário Ferreira de Oliveira, 1º Cabo Condutor de Máquinas (na situação de reforma), Vedeta de Fiscalização Bellatrix, 1961/63, grã-tabanqueiro nº 589


NRP Sal - Foto enviada pelo nosso camarada Manuel Lema Santos (MLS),  com a seguinte nota datada de 27 de novembro último: "Para que nada falte mesmo ao camarada (Cabo de Manobra) que escreveu o artigo que li, aqui envio o navio-patrulha Sal, P584. Aliás, bela imagem que sugiro ser enviada ao autor do artigo. É uma imagem oficial, cedência da Revista da Armada".


1. Mensagem do nosso novo grã-tabanqueiro, Mário Ferreira de Oliveira, em dia de grande significado histórico e patriótica que hoje comemoramos (e continuaremos a comemorar, com ou sem feriado nacional):

De: Mário Oliveira
Data: 1 de Dezembro de 2012 10:09
Assunto: pedido de adesão á Tabanca Grande

Nhô Luis Graça! Home Grande,
Corpo di bó stá bom?
Bó casa tudo stá bom?
Tabanca Grandi stá bom?
Amim fala mantanhas pra bó e pra bó casa e pra camaradas di Tabanca Grandi.


Isto foi só um pequeno teste ao crioulo, em que, in ilo tempore, dava um jeito, mas agora dou é barraca.

Agradeço a tua rápida resposta e peço desculpa pelo meu atraso em responder, mas acontece que em informática sou um nabo e tive de esperar que o meu filho estivesse disponível para me ensinar a digitalizar e a enviar por email as fotos.

Espero ter aprendido e que este histórico email chegue em boas condições.

Solicito a todos os camaradas do Grande Fórum de Camaradagem que é a Tabanca Grande, que me seja concedida a Subida Honra de ser um de vós. Para o efeito junto as duas fotos da "praxe".

Sou natural de Cantanhede, onde nasci em 13-10-1936, casado com a Maria Fernanda, também de Cantanhede, sou pai de dois filhos, a Margarida, arquiteta, e o Paulo, técnico de eletrónica naval, e  resido em Vale de Milhaços, Seixal.

A minha comissão de serviço na Guiné teve a duração de 28 meses, e foi cumprida em 61/63 na Vedeta de Fiscalização "Bellatrix" onde para além de "pau para toda a obra" fui fogueiro-motorista, eram assim designados naquele tempo os actuais CM [. Cabos de Manobra]..

Quanto à minha expressão "infeliz" capitão G3,  utilizei-a porque o tristemente lendário fuzileiro, conhecido entre outros epítetos nada abonatórios por capitão G3, na Guiné, tendo como pano de fundo operações militares, onde diariamente militares dos três ramos faziam inimagináveis sacrifícios e de armas na mão morriam e matavam, o tal G3 passou-se para o IN, levando com ele conhecimentos e técnicas de combate, que lhe valeram a promoção a oficial e um posto de comando. Mas a infelicidade dele não se ficou por aqui: enviado com outros guerrilheiros para a Argélia, frequentar um curso que daria (se não fosse entretanto caçado) promoção quem sabe a general, teve a infelicidade de ver a carreira interrompida por um golpe de Estado de sinal contrário.

Tempos depois, isto para abreviar o que se sabe, responde em tribunal militar, e cumpriu a pena a que foi condenado. Não deve portanto nada à sociedade. Tem direito à sua privacidade, e fazer da sua vida o que entender. Que na madrugada libertadora que foi o 25 de Abril tenha finalmente encontrado a paz e a felicidade que não teve nos tempos conturbados do fascismo.

Agradeço a foto do NRP Sal, e irei retribuir com uma foto da proa do Sal, rasgando as vagas de uma enorme tempestade no dia 25 de dezembro de 1960, que há Natais inesquecíveis, ai isso há, até para os homens do mar!

Para todos um abraço amigo, do grato
Mário Oliveira

2. Comentário do L.G.:

Mário:
A tua juventude e jovialidade não passam despercebidas, são dignas de registo e de regozijo. O teu pedido de adesão já tinha sido aceite pelo régulo e adjuntos da Tabanca Grande [vd,. poste P10728]. Espero agora que os muitos e dignos representantes, na nossa Tabanca Grande, dos três ramos das forças armadas que bateram com os quatro costados na Guiné, de 1961 a 1974, abram alas e te recebam com ramos de palma em arco, festivamente...

Toma boa nota: és o grã-tabanqueiro (ou membro da Tabanca Grande) nº 589 (*)... Não és o grã-tabanqueiro mais velho, à tua frente e com quase 98 aninhos vai a nossa decana Clara Schwarz...De qualquer modo, rapazes da tua boa colheita de 1936 não temos muitos, e para mais marinheiros, dos bravos, como tu. Felizmente que venceste a barreira da "literacia" informática. com a ajuda do teu filho. Estás de parabéns, guarda esse mail, histórico, para mostrares aos teus filhos, netos e bisnetos.

A honra é toda nossa, a tua presença é também é uma recompensa para aqueles de nós, grã-tabanqueiros, amigos e camaradas da Guiné, que fazemos  todos os dias este blogue, desde 23 de abril de 2004, e que já ultrapassou os 4,3 milhões de visualizações. O mês passado tivemos 116 mil visitas, o que dá uma média diária de 3850... Vê estes números também como uma oportunidade para comunicares com esta vasta comunidade virtual (e real) que vai de Portugal ao Brasil, e de Cabo Verde à Lapónia... A rapaziada está por todo o lado, e ainda mexe como tu as falanges, falanginhas, falangetas, pernas, pernetas, neurónios...

Quanto ao teu crioulo, pá!, bate a bota com a perdigota: só mostra que os anos que constam do teu BI ou CU,  podem ser de calendário (manga de luas, as tuas) mas não são anos  mentais... Neste annus horribilis de 2012 alegra-nos e honra-nos a tua jovial presença sob o nosso mágico, secular, frondoso e fraterno poilão da Tabanca Grande!...

PS - A história do tal capitão G3, o ex-fuzileiro António Tavares Trindade,  já aqui foi evocada pelo nosso camarada Mário Pinto (**).

Por outro lado, saiu há dias um livro autobiográfico do António Tavares Trindade, com o título O homem a quem chamaram G3.

Vd. aqui, no Sítio do Livro, da editora Vírgula, a referência à obra e ao autor (nascido em 1944, em Lisboa).

(**) Vd. poste de 19 de janeiro de 201o > Guiné 63/74 – P5678: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (34): O turra branco "Capitão G3" (Mário G R Pinto)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7641: Ex-combatentes da Guerra Colonial lançam uma Petição Pública On Line (3): Alerta aos camaradas que subscreveram, mas não confirmaram a assinatura (Inácio Silva)

1. Mensagem de Inácio Silva, ex-1.º Cabo da CART 2732, Mansabá, 1970/72, com data de 18 de Janeiro de 2011:

Boa tarde caros Amigos:

SOLICITO A PUBLICAÇÃO DO EMAIL E DA LISTA ANEXA*

A lista anexa contém os nomes dos subscritores que estiveram no Site PETIÇÃO PÚBLICA para assinar a petição mas NÃO CONFIRMARAM A SUA ASSINATURA, tornando nula a sua intenção. Também não deixaram o seu email para poderem ser contactados.

Da consulta à lista das assinaturas da PETIÇÃO "Os ex-combatentes solicitam ao Estado Português o reconhecimento cabal dos seus serviços e sacrifícios", verifiquei que, cerca de 26,5% das subscrições não tem a sua assinatura confirmada. Estes subscritores terão que procurar, na sua caixa do correio, um email enviado pelo PETIÇÃO PÚBLICA que contém um link para a confirmação. Depois de clicar nesse link, receberão um outro email dizendo que a sua assinatura foi confirmada.

Se já não conseguir confirmar a sua assinatura, então a subscrição será considerada nula. Neste caso, poderá efectuar nova nova subscrição. Se o fizer, informe para o email inacio.silwa@gmail.com, para ser retirada a subscrição nula.

Um abraço.
Inácio Silva
ex-CART 2732
Mansabá-Guiné


(*) LISTA DOS SUBSCRITORES CUJA ASSINATURA NÃO FOI CONFIRMADA
(Estes subscritores não deixaram o email disponível)


ABILIO DELGADO
Acácio de Jesus Seabra Conde
Adelino Nuno Marinha dos Reis e Moura
Adérito Caldeira Cordeiro
Albino Antonio Guimaraes Pereira Garcez
Alfredo Aurélio Pereira Monteiro
Amadeu José Martins Gonçalves
Amilcar Joaquim Avó Dias
Ana Maria Andrade
Ana Paula Fernandes Ginja Ferreira
Aníbal Ramos de Melo
Antonio Blayer Soares
António Camões Flores
antonio carvalho rodrigues do nascimento
ANTÓNIO CORREIA
ANTÓNIO DOS SANTOS MAIA
António José Henriques Rodrigues
Antonio Martins Moreira
António Pereira dos Santos
António Rapado Correia
Armando Benfeito da Costa
Armènio Evangelista Mendes Zagalo
Artur Jorge Gorjão da Fonseca Almeida
Carlos Alberto Frade Leitão
Carlos António Carreira da Gama
Carlos dos santos varela
Carlos Jorge Lopes Marques pereira
Carlos Manuel Gouveia Pestana
carlos Parreiras Fernandes
Catarina Joana Branco Gonçalves
Cláudio Francisco Portalegre Trindade
constantino da silva costa
Diamqantino de Almeida Santos
Eduardo Ferreira Campos
Eduardo Guilhermino Evangelista Luis
Elisa conceiçao Almeida Carvalho Leite
Emanuel João de Canha Frazão Afonso
Fernando Artur Esteves Marreiros
Fernando Guilherme Pedras de Freitas
Fernando Manuel Barros Nunes
Fernando Manuel da Silva Cabral
Fernando Manuel Gonçalves Mascarenhas
fernando martins ferreira
FERNANDO SOUSA DE MATOS PIRES
Filipe Manuel Castanho Pinheiro
Filipe Miguel Garcia Fernandes
Firmino da Silva Barros
Francisco Diogo Candeias Godinho
Francisco Gomes da Silva
FRANCISCO JORGE DE PINHO
Frederico Carlos dos Reis Morais
Geraldo dos Anjos Cascais
germano jose pereira penha
Graciano Fernando de Almeida Barbosa
Gualter ALves Vieira
Helder Duarte Rodrigues de Assunção
Helder Lourenço
Humberto Simões dos Reis
joao adelino alves miranda
João Diogo Silva Cardoso
João Elvio Freitas Faria
João Evangelista de Jesus Hipólito
joao Pedro Emauz Leite Ribeiro
Joaquim Antonio Henriques Silvério
Joaquim Augusto Neves Eliseu
joaquim da conceição paiva
Joaquim da Cruz Marques
jose antonio celestino de assis
jose antonio timoteo machado
JOSE AUGUSTO LEITE DE ARAUJO
Jose Conceiçao Batista Afonso
José Fernando Rosa Lopes
José Ferreira da Silva
José Luís Pinto Vieira
Jose Manuel Maia Mendes Sousa
jose manuel moreno de azevedo campos
Jose Paulino silva
jose rodrigues pereira
Jose Sequeira Silva da Venda
jose silva nunes
JOVINO AUGUSTO ARMADA LOURENÇO DA CHÃO
Luis Alberto Pessoa da Fonseca e Castro
luis Francisco Dias Fânzeres Martins
Luis Manuel da Graça Henriques
Luis Manuel Vieira Ferreira
Luís Manuel Vitorino Ribeiro
Luís Rodrigues Cardoso Moreira
Manuel António da Conceição Santos
MANUEL DE CASTRO BARBOSA
Manuel Diogo da Silva Gomes
Manuel Fernandes da Luz
Manuel Jorge de Carvalho Sampaio Faria
Manuel Simões Fernandes
Marcos Vitor Leonardo
Maria Alice Monteiro Grilo
MARIA ARMINDA NEVES CASTRO
Mário Fernando Lima de Oliveira
Mário Macedo Caixeiro
Mário Pedro dos Santos Aguiar
Nádia Filipa Pombo Simão
Raul Armando da Cruz Domingues Ribeiro
Ricardo Jorge da SIlva Mota
Ruy José Cardoso Pereira Branquinho
SANDRA LOURENÇO ALVES
Tiago Miguel Rebelo Tavares
Tiago Miguel Santos Duarte
Vasco de Almeida e Costa
vitor antonio de jesus ferrinho
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 17 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7625: Ex-combatentes da Guerra Colonial lançam uma Petição Pública On Line (2): Informação e incentivo (Inácio Silva / Amaro Samúdio)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7615: (De)Caras (6): A emboscada às NT na estrada Galomaro-Bangacia (Duas Fontes), em 1/10/1971: o relim do comandante do PAIGC Constantino dos Santos Teixeira, Tchutchu



Guiné > PAIGC > Comando da Frente Bafatá > Gabu Sul > 1971 > Comunicado, assinado por Constantino dos Santos Teixeira (Tchutchu), sobre os resultados da emboscada montada pela guerrilha  a 2 secções  da CCS/ BCAÇ 2912 (Bafatá, 1970/72) e 1 secção da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), na estrada Galomaro - Bangacia (ou Duas Fontes), em 1 de Outubro de 1971 (vd. poste P7604)(*)


Cópia de documento do Arquivo de Amílcar Cabral / Fundação Mário Soares, reproduzido, na página 67, no catálogo da exposição de fotografia do Américo Estanqueiro. É um notável documento, objectivo, sucinto, escrito em português, e revelador dos valores, da organização e da disciplina  dos combatentes do PAIGC (**)...

Reprodução do documento, segundo leitura, revisão e fixação de texto de LG:


Comando Frente Bafatá. Gabu Sul, 7/10/71

Comunicado

Dia 10/1/71, os nossos combatentes numa emboscada feita na estrada Galomaro-Bangacia conseguiram destruir dois camiões militar[es], [sendo a] maioria dos ocupantes liquidados; deixaram no terreno 6 mortos confirmado[s] pelo nosso c/ [camarada ?], e apanharam 5 espingardas G-3 e alguns carregadores da mesma arma, e apanharam 2 relógios, trezentos e dois escudos e cinquenta centavos  (302$50) , [mais ] nove (9) vacas onde mandaram 5 para Quembera [ou Kambera], e ficaram com 4 no interior do país.


O c/ [comarada ?] Paulo Maló (***) mandou-me dizer para pedir à direcção do Partido, para que o c/ [camarada ?], M’ Font Tchuda (?) N’ Lona estava sem relógio[;], resolveram deixá-lo com um dos dois relógios apanhados durante a acção. Também trouxeram um prisioneiro, ele encontra-se con[n]osco.
Durante a operação tivemos dois feridos não grave[s], são eles Canseira Sambu, N’ Dankena (?) N’Hada.

Segue[m] com o portador as 5 espingardas G-3 apanhadas ao inimigo, e os outros objectos.

Saudações combativa[s].

[Assinatura:] Constantino dos Santos Teixeira (Tchutchu) [,foto a seguir]



Guiné > PAIGC > Fevereiro de 1968 > Constantino dos Santos Teixeira, Tchutchu, um comandante que se distinguiu na Frente Sul, mas que em finais de 1971 liderava a Frente Bafatá / Gabu Sul. Foi camarada de recruta, em Bissau, em 1959, do nosso camarigo, hoje sargento comando reformado e compositor musical, Mário Dias.

Foto de John Sheppard / Granada TV, publicada  no livro de Basil Davidson,   The liberation of Guine: aspects of an African revolution, (Middlessex, Penguin Books, 1971) (Reproduzida aqui, com a devida vénia aos autores e editora...)



2. Informação adicional introduzida em comentários ao Poste 7604 (*) pelo Paulo Santiago (2.1.), Abreu Santos (2.2.) e Luís Dias (2.3):

2.1. Paulo Santiago (ex-Alf Mil At Inf, Cmdt do Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72):

(...) "Não foi emboscada a uma coluna, tratava-se de um patrulhamento... E agora reparem nas horas, 20.30... Fazer um patrulhamento nocturno, montado em viaturas, deu em tragédia.

"Culpados? Octávio Pimentel, comandante do BCAÇ 2912 (Galomaro) (****) que mandou executar, e o Cap Santos, comandante da CCS, que executou sem normas de segurança, acabando por abandonar os mortos e os feridos, regressando a pé ao quartel, com a desculpa de vir em busca de ajuda.


"Não estive lá, mas estava uma secção do meu Pel Caç Nat 53, comandada pelo Fur Mil Martins, e o Sold Iero Seidi foi ferido com alguma gravidade, sendo evacuado para o HM 241. Também o 1º Cabo Mamadú Sanhá foi ferido ligeiramente". (...) 

2.2. Abreu dos Santos [, nosso leitor, camarada de armas em Angola, e estudioso da guerra do ultramar, a quem agradeço a precisão e oportunidade da informação]:

(...) "Informação sobre as 8 (oito) baixas mortais nas NT, resultantes de emboscada IN lançada  mais ou menos às 20:30 de 1 de Outubro de 1971 no sítio das Duas Fontes (itinerário Bangacia > Cansamba), a duas secções do Exército compostas por militares do BCaç 2912 (Pel Rec/CCS, 4º Gr Comb/CCaç 2700 e Pel Mil 288 / CCaç 2700):

(i) falecidos no local: Alfredo Tomás Laranjinmha (CCS); José Guedes Monteiro (CCaç 2700);  José Peralta de Oliveira (CCS);  Leonel José da Conceição Barrreto (CCS); Rogério António Soares (CCaç 2700).

(ii)  feridos graves, evacuados e falecidos no HM241: Luís Vasco Fernandes (CCaç 2700, em 5Out71) José Ferreira (CCS,  em 6Out71) e Iderissa Candé (Pel Mil 288, em 20Out71)" (...)


2.3. Luís Dias (ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74):

(...) Sou amigo pessoal de um dos intervenientes nessa emboscada, o ex-furriel Mário Bordaleiro, que me contou o que aconteceu e que o Paulo Santiago reproduz aqui muito bem. Uma desgraça, patrulhas nocturnas em viaturas de luzes acesas, em que muitos dos intervenientes não eram atiradores! (...)

[Revisão / fixação de texto: L.G.] (*****)
___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 13 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7604: Facebook...ando (7): A terrível emboscada sofrida por uma coluna da CCS/BCAÇ 2912 (Bafatá) e CCAÇ 2700 (Dulombi) em 1 de Outubro de 1971, às 20h30, na estrada Galomaro - Duas Fontes (Bangacia)... (António Tavares / Carlos Filipe / Juvenal Amado / Américo Estanqueiro)



(***) Deve tratar-se de Paulo Malú, hoje coronel [reformado ?] do Exército da República da Guiné-Bissau, e quadro superior das alfândegas, em Bissau [, foto à esquerda, na sede da AD - Acção para o Desenvolvimento, 2007, quando entrevistado pelo nosso amigo Pepito]; na altura, em 1971/72,  ele era o comandante ou chefe do bigrupo que emboscou, no Quirafo, forças da CART 3490 (Saltinho, 1972/74), causando mais de duas dezenas de mortos e um prisioneiro (o nosso António da Silva Batista, só libertado em depois do 25 de Abril de 1974)

Vd. poste de 12 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1947: O Coronel Paulo Malu, ex-comandante do PAIGC, fala-nos da terrível emboscada do Quirafo (Pepito / Paulo Santiago).

(****) BCAÇ 2912, mobilizado pelo RI2, partiu para a Guiné em 17/5/1970, e regressou `sa Metrópole em 23/3/1972. Esteve sediado em Galomaro (Zona Leste). Cmdt: Ten Cor Inf  Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel.  Subunidades de quadrícula: CCAÇ 2699 (Bissau, Cancolim, Cap  Mil Art  João Fernandes Rosa Caetano);  CCAÇ 2700 (Dulombi,  Cap Inf Clos Alberto Maurício Gomes);  CCAÇ 2701 (Saltinho, Cap Inf  Carlos Trindade Clemente).

(***** ) Último poste desta série > 21 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7154: (De) Caras (5): Silate Indjai, um dos primeiros guerrilheiros do PAIGC a entrar em Guileje, dirige agora os trabalhos de detecção e limpeza de UXO (Pepito)


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6204: Agenda cultural (72): Documentário, de Diana Andringa, Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, no IndieLisboa '10, na Culturgest, a 23 (Grande Auditório, 21h30) e 25 (Pequeno Auditório, 18h30)



Sítio do  IndieLisboa '10 - 7º Festival Internacional de Cinema Independente, Lisboa, 22 de Abril a 2 de Maio de 2010


Tarrafal: Memórias do Campo da Morte, documentário de  Diana Andringa:  "Longas horas de pé sobre um banco, espancado se tentasse apoiar-se na parede, foram uma das torturas sofridas por Arlindo Borges, de Cabo Verde".




 Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, documentário de Diana Andringa:  "lanta do campo gravada num osso de vaca cuidadosamente preservado"


1. Mensagem enviada pela nossa amiga Diana Andringa, realizadora, no passado dia 19:

Assunto - Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta no IndieLisboa '10

 Olá! 

Às 21H30 do dia 23 de Abril   passa no Grande Auditório da Culturgest (Caixa Geral de Depósitos, Campo Pequeno), o documentário que fiz sobre o Campo de Concentração do Tarrafal – "Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta".

Teria muito gosto em que fosse visto por muita gente nessa noite. A imagem do João Ribeiro e o som da Armanda Carvalho são ainda melhores  naquelas condições. Tenho alguns convites para oferecer aos que o desejem.

O filme repete no Pequeno Auditório da Culturgest no dia 25, às 18H30.

 Diana Andringa

Tarrafal: Memórias do
Campo da Morte Lenta.


Chamavam-lhe "o Campo da Morte Lenta". Os críticos, naturalmente. Que as autoridades, essas, chamaram-lhe primeiro, entre 1936 e 1954, quando os presos eram portugueses, "Colónia Penal de Cabo Verde" e, depois, quando reabriu em 1961 para nele serem internados os militantes anticolonialistas de Angola, Cabo Verde e Guiné, "Campo de Trabalho de Chão Bom". 

Trinta e dois portugueses,  dois angolanos, dois guineenses perderam ali a vida. Outros morreram já depois de libertados, mas ainda em consequência do que ali tinham passado. Famílias houve que, sem nada saberem do destino dos presos, os deram como mortos e chegaram a celebrar cerimónias funebres.

"Ali é só deixar de pensar. Porque se não morre aqui de pensamentos. É só deixar, pronto. Os que têm vida ficam com vida. Nós aqui estamos já quase mortos." A frase é do angolano Joel Pessoa, preso em 1969 e libertado, com todos os outros presos do campo, em 1 de Maio de 1974.

No 35º aniversário desse dia, a convite do presidente da República de Cabo Verde, Pedro Verona Pires, os sobreviventes reencontraram-se para um Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal.

"Tarrafal: memórias do Campo da Morte Lenta" resultou desse reencontro. Durante os dias em que os antigos presos voltaram ao Tarrafal, gravámos entrevista após entrevista, registando as suas recordações. Trinta e dois presos, desde o português Edmundo Pedro, um dos que o estreou, em 1936, aos angolanos e cabo-verdianos que foram os últimos a deixá-lo, no 1º de Maio de 1974, passando pelos guineenses que, ali chegados em Setembro de 62, saíram em 64 uns, em 69 os restantes.  Um guarda, Joaquim Lopes, cabo-verdiano e convertido ao PAIGC. Uma das raras pessoas que testemunhou a vida no Tarrafal desde a sua abertura ao seu encerramento, Eulália Fernandes de Andrade, mais conhecida por D. Beba.

É um documentário feito à base de depoimentos e filmado quase sempre no interior do campo, afinal, o espaço em que os presos se moviam. Entre as raríssimas excepções, o cemitério, onde acompanhamos a homenagem dos sobreviventes aos que ali ficaram. Vozes, caras expressivas contra fundo de cela. Alguns objectos surpreendentes: as calças rasgadas  pelo chicote e puída pelo chão prisional, a planta do campo desenhada num osso de vaca, a bengala que testemunha o resultado da tortura. A alegria de se verem lembrados em duas exposições nas celas que tinham ocupado.

A alegria: palavra estranha num filme sobre o Tarrafal. Mas essa é a grande lição destes homens: porque, como diz um deles, o caboverdiano Jaime Scofield, "o mais importante não é que eles nos tenham querido matar lentamente. O mais importante é que nós resistimos."

Esta é a história de homens a quem quiseram destruir toda a esperança e que souberam resistir até à vitória: "Porque no Tarrafal nós inventámos a vida, sempre!"

TESTEMUNHOS
- por ordem de entrada no filme -

Edmundo Pedro (Portugal)
Eulália de Andrade, D. Beba (Cabo Verde)
Joaquim Lopes, guarda (Cabo Verde)
Cândido Joaquim da Costa (Guiné)
Caramó Sanhá (Guiné)
Francisco Mendes Vieira (Guiné)
Manuel Neves Trindade (Guiné)
Carlos Sambu (Guiné)
Augusto Pereira da Graça (Guiné)
Macário Freire Monteiro (Guiné)
Nobre Pereira Dias (Angola)
Amadeu Amorim (Angola)
Fernando Correia (Guiné)
Mário Soares (Guiné)
Jorge da Silva (Guiné)
Agnelo Lourenço Fernandes (Guiné)
Lote Sachicuenda (Angola)
Augusto Kiala Bengue (Angola)
Evaristo "Miúdo" (Angola)
Silva e Sousa (Angola)
Joel Pessoa (Angola)
Lote Soares Sanguia (Angola)
Jaime Cohen (Angola)
Alberto Correia Neto (Angola)
Vicente Pinto de Andrade (Angola)
Justino Pinto de Andrade (Angola)
Carlos Tavares (Cabo Verde)
Luis Fonseca (Cabo Verde)
Jaime Scofield (Cabo Verde)
Luís Mendonça (Cabo Verde)
Arlindo Borges (Cabo Verde)
António Pedro Rosa (Cabo Verde)
Pedro Martins (Cabo Verde)


Ficha técnica:
Imagem: João Ribeiro
Som: Armanda Carvalho
Montagem: Cláudia Silvestre
Música; "Abandono" ("Fado Peniche") Poema: David Mourão-Ferreira Música: Alain Oulman Voz: Amália Rodrigues
Assobio: Bruno Morgado
Voz off: Jorge Sequerra
Misturas: João Ganho
Produção e Realização: Diana Andringa [, 2009]
Tempo: 1H 30'




2. Comentário de L.G.:

Além deste trabalho da Dina Andringa, que que eu recomendo vivamente e vou ver, espero que não percam também o filme de Rui Simões, de 2010, com a duração de 95', Ilha da Cova da Moura,  um bairro do Concelho da Amadora, injustamente estigmatizado e mal amado, que pode ser visto, simbolicamente, como a última ilha que nos restou do arquipélago a que um dia chamámos Império Colonial... Parafraseando uma jovem moradora local, "português preto não existe" (sic)... A frase, na sua ambiguidade,  pode também querer sugerir duas coisas: que há, entre nós um velho racismo subliminar nunca resolvido, e que a exclusão social e o racismo andam quase sempre de mãos dadas...

Um trailer do filme, com a duração de 1' 45'', pode ser visto aqui.

Exibições: 28 Abril, 19:00, Culturgest, Grande Auditório
30 Abril, 18:30, Culturgest, Pequeno Auditório

Sinopse:

Na área da Grande Lisboa, o nome Cova da Moura nunca foi sinónimo de bem-estar, educação ou prosperidade. Pelo contrário, esteve sempre associado à ideia de violência, insegurança, perigo, ou, na melhor das hipóteses, de falta de instrução ou simplesmente pobreza. O documentário de Rui Simões não pretende apenas procurar o outro lado do bairro e fazer um retrato positivo da sua comunidade. O objectivo deste projecto não é o de apagar uma série de ideias feitas mas procurar as causas e efeitos desses preconceitos. Assim, o realizador seguiu o quotidiano deste bairro, descobrindo nele reflexos de Cabo Verde e procurando os modos como a exclusão social se combate ou perpetua nas vidas dos seus moradores.