sábado, 9 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8532: Parabéns a você (287): Arménio Estorninho, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas da CCAÇ 2381 "Os Maiorais" (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

DIA 09 DE JULHO DE 2011

ARMÉNIO ESTORNINHO

NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DO NOSSO CAMARADA ARMÉNIO ESTORNINHO, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHE AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

Arménio Estorninho foi 1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8531: Parabéns a você (286): Joaquim Carlos Peixoto, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 3414 (Tertúlia / Editores)

Guiné 63/74 - P8531: Parabéns a você (286): Joaquim Carlos Peixoto, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 3414 (Tertúlia / Editores)

Com um abraço do camarada Miguel Pessoa


PARABÉNS A VOCÊ

DIA 09 DE JULHO DE 2011

JOAQUIM CARLOS PEIXOTO



NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DO NOSSO CAMARADA JOAQUIM PEIXOTO, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHE AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

Joaquim Carlos Peixoto foi Fur Mil Inf MA na CCAÇ 3414 que esteve em Bafatá e Sare Bacar nos anos de 1971 a 1973

Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8525: Parabéns a você (285): José Zeferino, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4616 (Tertúlia / Editores)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8530: Os nossos médicos (36): O Dr. Gomes da Costa, o Sargento Marcos, o 1º Cabo Silvino..., naquele dia negro de 5 de Outubro de 1967, no HM241 (António Reis, ex-1º Cabo Aux Enf, 1966/68)

1. Excerto de um texto ("Dias negros"), retirado do livo de memórias do nosso camarada António Reis, ex-1º Cabo Aux Enf (HM241, Bissau, 1966/68), já aqui recenseado, A minha jornada África (Vila Nova de Gaia: Ed. Ausência. 1999. 67 pp.) [Imagem da capa do livro, à esquerda]:

(...) Chegar o helicóptero ou os helicópteros com feridos ou mortos era o dia a dia. Houve dias negros, dias de muitos mortos e feridos. Eu pensava muitas vezes como era possível haver festas na minha terra quando tantos rapazes com vinte anos morriam ou ficavam mutilados em África.


Um desses dias a que eu chamei de negro foi o de 5 de Outubro de 1967. Desta vez chegaram mais de quarenta. Todos queimadinhos. Dentro e até fora do hospital era um cheiro intenso a carne humana queimada; nove ou dez já chegaram mortos. Os outros foram transformados em múmias.

Estiveram lá apenas cinco dias, talvez o tempo que levou a providenciarem um avião especial para os trazer para Lisboa. Naqueles cinco dia eu apenas ia à caserna para passar pelo sono, fiquei em baixo ao ponto do Dr. Gomes da Costa ter dito:
- Tu e o Silvino, esta noite ides dormir, pois eu não vos quero turberculosos.

Eu não era obrigado a tanto sacrifício, mas foi a forma de manter os soros nos horários. O Dr. Gomes da Costa prescrevia, eu tinha os soros e a medicação, o sargento Marcos e o cabo Silvino passaram os cinco dias a mudar os pensos àquelas múmias sofrentes. Múmias, porque só se lhes via os rostos inchados e queimados. Sofrentes porque ele tinham em SOS Dolantina, Pedina ou Demoral. Eu chegava a aplicar duas juntas no sistema (estavam todos com desbridamento) e passado algum tempo eles estavam novamente a gemer com dores.

E assim chegou o quinto dia e o avião que os trouxe para Lisboa. Não sei quantos mais morreram, e os que se que se safaram, em que estado ficaram. Sei que foram cinco dias que nunca esqueci. Ainda hoje conservo na retina aqueles rostos, ainda hoje tenho nos tímpanos os gemidos deles; havia um que nos agarrava e não mais largava, chamando:
- Sr. doutor, sr. doutor.

Era duro trabalhar naquela enfermaria. Ainda recordo o cabo Silvino ter-mde dito que tinha de arranjar forma de fugir daquela enfermaria senão morria ou ficava louco, mas mais duro era estar destacado no mato e aparecer lá no estado em que chegaram aqueles e outros desgraçados.

Desta vez, se bem me lembro, foi uma GMC que foi pelos ares com uma mina incendiária (…).

Fonte: António Reis - A minha jornada em África. Vila Nova de Gaia: Ed. Ausência. 1999. 24-25. (Excerto reproduzido  com a devida vénia...)
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Nota do editor:

(*) Vd. 3 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5581: Os nossos médicos (13): Deus no céu e o Dr. Fernando Garcia... no HM 241 (António Reis / Luis Graça)

Último poste da série > 6 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8518: Os nossos médicos (35): Mais nomes de clínicos do HM241 do meu tempo (J. Pardete Ferreira)

Guiné 63/74 - P8529: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (19): O alferes maluco... está tolo


Relax no T1 do Hotel Dunane

1. Mensagem José Ferreira da Silva* (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, CatióCabeduGandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 5 de Julho de 2011:

Caros Camaradas
Junto nova história para incluir nas "Memórias boas da minha guerra".

Um abraço do
Silva da Cart 1689

Memórias boas da minha guerra - 19

O Alferes Maluco


Desde o início da comissão de serviço (Guiné - 67/69), a nossa tropa catalogou uma série de pessoas, donde se destacava também o “Alferes Maluco”. Não havia aversão alguma em relação àquela criatura. Havia, isso sim, uma opinião formada (e aceite) de que aquele Alferes “não batia bem da mona”. Foram inúmeras as histórias que se contavam a seu respeito. Porém, dada a nomenclatura militar, um Alferes era um Oficial e, como tal, uma figura de prestígio das nossas Forças Armadas, a qual não se podia ridicularizar. No entanto, a verdadeira história da guerra da Guiné, está cheiinha de episódios caricatos, aos mais variados níveis, que embora não sendo referidos, não poderão ser esquecidos por quem a viveu.

Estávamos em Agosto de 1968. Aquela Companhia de Intervenção, que havia sofrido as maiores agruras da guerra e, simultaneamente, havia alcançado muito bons resultados militares, via chegada a hora de, merecidamente, repousar nos últimos meses da sua contribuição heróica e pacificadora, em missão errática por terras da Guiné. Foi para o norte e destacou um Pelotão para uma pequena povoação onde o Alfero, o mais graduado, se tornou num Reizinho local. Sem guerra, sem o Capitão por perto e sem os seus camaradas oficiais, ele “vingava-se” do seu passado recente de medricas e de inaptidão militar.

- Então Arménio, é quase meio dia e está ainda na cama? – investiu o Furriel sobre o Enfermeiro, deitado dentro da sua pequena palhota, onde funcionava a Enfermaria.

- Ó Furriel, estou para aqui fodido, que mal me posso mexer. Preciso urgentemente de uma injecção se não vou co'caralho – respondeu, a muito custo, o Enfermeiro.

- Não há problema, porque nos Rangers ensinaram-me muitas merdas e uma foi a de dividir o traseiro em 4 partes e espetar a agulha no quarto superior direito. Correcto? – sossegou-o o Furriel.

O enfermeiro indicou-lhe a prateleira e o remédio a aplicar. Foi num rápido cumprir essa função, que ele nunca julgara vir a ser necessária.

O Arménio parecia melhorar a olhos vistos, sem o furriel fazer ideia alguma da droga que lhe havia injectado. E como já se sentia mais capaz, disse:

- Ó Furriel, ia morrendo à beira dos remédios como morreu a preguiça à beira da água.

- E sem ninguém saber – acrescentou o furriel.

- Não, não é verdade, porque já cá esteve por duas vezes o “Alferes Maluco”. Andou por aqui logo de manhã cedo, a bisbilhotar tudo e a olhar para as caixas e frascos dos remédios. Chegou ao ponto de abrir frascos de xarope e prová-los um a um. Depois, disse que gostava de um que era “docinho” e levou-o, enquanto ia bebericando. Passado umas duas horas, veio pedir-me alguma coisa para as dores de barriga, que o tinham atacado de repente. Disse que tinha bebido o frasco de xarope todo. E concluiu: - O gajo é um perigo. Antes andava, humildemente, como um “morcon”, entre os soldados, mas agora, inchou e ninguém o atura. Entreguei-lhe uma caixa de comprimidos para tomar um de 8 em 8 horas.

- Já que está melhor, veja se me arranja aí uma mezinha para passar junto da tomatada, porque trouxe, das bolanhas de Catió, aquela micose desgraçada – pediu o furriel, ao que enfermeiro respondeu:

- Olhe, já sabe que não há nada melhor que o 1214. Arde muito, mas é bom! Faça como é costume: pincelar amiúde toda a zona das “partes”, mantendo as pernas bem abertas e o ventilador apontado para lá, para soprar e diminuir o ”ardiúme”.

De repente, entrou na palhota o “Vidrinhos”, o básico escolhido para dar apoio ao improvisado Comandante, que, aflito, pediu:

- Ó amigo Arménio, por favor, vê se vais ao quarto do Alferes, porque o “Maluco” está tolo. E insistia: - O “Maluco” está tolo!!! Já se borrou todo e ninguém o percebe, porque não diz coisa com coisa.

Silva da Cart 1689

Relax na Bolanha de Catió
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8466: Outras memórias da minha guerra (José Ferreira da Silva) (8): O grande choque

Vd. último poste da série de 29 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8346: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (18): Não se brinca com coisas sérias...

Guiné 63/74 - P8528: (Ex)citações (142): O espaldar do morteiro 81 de Cancolim estava no meio da parada (Juvenal Amado)

Cancolim > Abrigo do Morteiro 81


1. Mensagem de Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, (Galomaro, 1972/74), com data de 4 de Julho de 2011:

Caros Luís, Carlos, Briote, Magalhães e restante Tabanca Grande,
Uma vez que foram feitos alguns reparos ao Poste 3126 O MORTEIRO NO MEIO DA PARADA, achei por bem tentar esclarecer o sentido crítico das minhas palavras, quando escrevi a referida estória baseada em factos tristemente reais, passados em 02 de Março de 1972, dos quais resultaram as mortes de três camaradas.

O camarada Manuel Moura que foi da Companhia que rendeu a nossa 3489, faz um comentário talvez à forma como critiquei o facto do morteiro de Cancolim, estar colocado praticamente no meio da parada.

Se olhar para a foto, ver-se-á que as referidas instalações de defesa estão completamente à vista desarmada, sendo por isso referenciadas facilmente como alvo.

A forma como o apontadores e municiadores, corriam para o abrigo sem protecção na parada, entre o local em que estavam quando começava o ataque e o espaldar da arma, penso que ninguém duvida que uma vala de acesso para o local, teria sido seguramente uma enorme utilidade, que longe de prejudicar elevaria o nível de resposta operacional dos homens.

Por último convém lembrar que enquanto andei pelo o Leste da Guiné, e foram 27 meses, não me lembro de ver um espaldão de morteiro nas mesmas condições.

No caso de Galomaro em que havia duas dessas armas, estavam as mesmas dissimuladas no quartel e servidas de valas de acesso. Quando à operacionalidade das mesmas, não teremos dúvida da sua boa funcionalidade, quando repelimos com elas um ataque ao arame no dia 01.12.1972.

Certo que a apreciação de fotos do local será mais um complemento de clarificação, aceitarei plenamente que alguém mais conhecedor sobre o assunto venha a terreiro refutar as minhas dúvidas quanto ao que a este respeito, se praticou em Cancolim entre 1972-1974 e que já assim estava, quando lá chegámos.

Um abraço
Juvenal Amado


Cancolim > Dentro do espaldar do morteiro 81 > Alves, do Porto; Dias, da Maia: Carneiro, de Penafiel e Correia.

Estojos de granadas de morteiro 81 espalhadas pelo terreno depois de um ataque
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8527: (Ex)citações (141): Já li e gostei muito do livro Catarse, do ex-capelão militar Abel Gonçalves (Manuel Carvalho, CCAÇ 2366, Jolmete, 1968/70)

Guiné 63/74 - P8527: (Ex)citações (141): Já li e gostei muito do livro Catarse, do ex-capelão militar Abel Gonçalves (Manuel Carvalho, CCAÇ 2366, Jolmete, 1968/70)

1. Comentário, de 7 do corrente, do Manuel Carvalho ao poste P8519:

Caros Camaradas:

Já li o livro do Padre Abel (*) e, gostei muito. Este homem, tal como nós,  também andou a procura de um baga-baga ou de uma árvore para proteger a cabeça, viu tombar um camarada ao seu lado numa emboscada, tomou banho no sistema bidão, arriou a calça em cima da prancha, enfim aquelas vidas que nós conhecemos. E para além disto tudo esteve em Jolmete antes de mim, no tempo em que aquilo era tão bom que as companhias só lá estavam um mês. 


O padre Abel está no Porto e julgo que já esteve na Tabanca de Matosinhos.

Um grande abraço para o padre Abel e para todos. (**)

Manuel Carvalho
CCaç 2366 /BCAÇ 2845
Jolmete (1968/70)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de Julho de 2011 > 
Guiné 63/74 - P8519: Agenda Cultural (142): Apresentação do livro “CATARSE” do Capelão Militar Abel Gonçalves

(...) Convidam-se os Associados, familiares e amigos a estarem presentes na apresentação do livro CARTARSE, da autoria do Padre Abel Gonçalves, a ter lugar no dia 8 de Julho de 2011, às 16H00, no Salão Nobre da Delegação do Porto.

Esta obra descreve as experiências subjectivas de um ser humano na Guerra Colonial na Guiné que, simultaneamente, assume o papel de Capelão e o de militar, e é uma oferta do seu autor à Delegação do Porto da ADFA, revertendo o produto da sua venda para as obras. (...) 

(**) Último poste da série de 26 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8473: (Ex)citações (140): Todo esse material bélico a desmontar pelos sapadores é tanto nosso como do PAIGC (Carlos Silva)

Guiné 63/74 - P8526: Convívios (360): Almoço/Convívio da CCAÇ 1477, em Fátima, dia 14 de Agosto de 2011 (António Rama)


1. O nosso Camarada António Rama, que pertenceu à CCAÇ 1477 e esteve na Guiné em 1965/1967, enviou ao Luís Graça a seguinte mensagem:

Lyon-França, 3 de Julho de 2011

As minhas saudações amigas,

Antigo combatente na Guiné e, assíduo visitante do seu blogue, queria pedir-lhe o favor de publicar este meu anúncio, relativo ao nosso próximo convívio.

Os meus cumprimentos,

António Rama
(Guiné 1965/1967)

Almoço/Convívio da CCAÇ 1477


Camaradas,

Vai realizar-se em Fátima, no próximo dia 14 de Agosto de 2011, mais um almoço/convívio dos combatentes da Companhia de Caçadores  nº 1477.

Venham todos a este nosso encontro e façam-se acompanhar de vossos familiares e amigos.

Para contactos e inscrições:

Américo Jesus Nunes: Telemóvel 960 490 376

Contamos com a vossa presença!
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Nota de MR:

Vd. último poste desta série em:


Guiné 63/74 - P8525: Parabéns a você (285): José Zeferino, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4616 (Tertúlia / Editores)

PARABÉNS A VOCÊ

DIA 08 DE JULHO DE 2011

JOSÉ ZEFERINO

NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DO NOSSO CAMARADA JOSÉ ZEFERINO, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHE AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

José Zeferino foi Alf Mil At Inf na 2.ª CCAÇ do BCAÇ 4616 que esteve no Xitole nos anos de 1973 e 1974

Vd. último poste da série de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8506: Parabéns a você (284): Agradecimento à tertúlia (Manuel Maia)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8524: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (30): António Camilo, na véspera da sua 15ª viagem de regresso àquela terra verde e vermelha, foi objecto de artigo do semanário Visão (3 de Fevereiro de 2011)










 Infogravura e texto (excertos), a partir de artigo da jornalista Rita Montez, "O Bom Gigante", Visão, 3 de Fevereiro de 2011, pp. 84-86  (Reproduzidos com a devida vénia, a partir de imagens digitalizadas pelo nosso camarada e amigo, membro da nossa Tabanca Grande,  António Camilo, ex-Fur Fur Mil da CCAÇ 1565, Bissau, Jumbembém, Canjambari, Bissau, 1966/68)



















Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Nucleo Museológico Memória de Guiledje >  2010 >  Imagens da viagem (ou duma das das viagens...) de 2010, em que o António Camilo e o seu amigo, Luís Branquinho Crespo levaram até Guileje a imagem de Nossa Senhora de Fátima que faltava na Capela, hoje integrada no Núcleo Museológico Memória de Guiledje, inaugurado entretanto em 20 de Janeiro de 2010... e que teve, desde o início do projecto (2006) o apoio do nosso Blogue, como de resto é publicamente reconhecido pelos promotores (guineenses) da iniciativa, a ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

O Camilo aparece, à esquerda do Pepito, director executivo da AD, na primeira foto, junto ao seu jipe. Noutra foto, aparece o Pepito com o Luís Crespo. O Camilo mandou-me recentemente um CD-ROM com centenas de fotos da sua última viagem humanitária, de 2011, para além de cópia do artigo da Visão, a de 2011, mais estas fotos, de Guileje,  por mail (e de se publica hoje mais uma selecção(.  Oportunamente, publicaremos uma selecção das melhores fotos, de 2011,  do álbum do nosso "bom gigante", que aos 66 anos está longe de querrer as botas... Ainda recentemente passou também pelo programa da RTP1, "Só Visto" (talk-show de Nicolau Breyner), se não me engano... (LG)


Fotos: © António Camilo (2010). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:
 

Guiné 63/74 - P8523: Notas de leitura (254): História da África Lusófona, por Armelle Enders (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Junho de 2011:

Queridos amigos,
O livro do Prof. Armelle Enders tem a particularidade de inserir e contextualizar, com bastante rigor, a Guiné na história colonial de Portugal.
É um ensaio de um estudioso estrangeiro que, em jeito de síntese, dá o seu a seu dono no que toca à Guiné do Cabo Verde desde os tempos das viagens africanas do século XV até à violenta ruptura ratificada pela independência, em 1974.
Há erros de pormenor que o tradutor, Mário Matos e Lemos, corrige com oportunidade e acerto.

Um abraço do
Mário


A Guiné no contexto da África lusófona

Beja Santos

O livro intitula-se “História de África Lusófona” (por Armelle Enders, Editorial Inquérito, 1997), e o autor logo esclarece que a África lusófona não existe como entidade geográfica, política ou histórica. A ideia de “África portuguesa” remete para o Império português, a expressão África lusófona é uma maneira cómoda de designar os PALOP. Em resumo, a expressão África lusófona foi considerada como o menor denominador comum de uma história que vai desde a conquista de Ceuta (1415 até às eleições moçambicanas de 1994). O autor apresenta o seu trabalho como uma síntese rápida que remete o leitor desejoso de mais informação para bibliografia pertinente.

Os marcos incontornáveis apresentados por este professor da Universidade de Paris IV passam pelas expedições portuguesas a terras africanas, a chegada à costa da Guiné ou “país dos Negros”, a outorga ao Infante D. Henrique do monopólio do comércio da Guiné (1443), a passagem do Cabo Branco por Nuno Tristão (1443) e a chegada deste navegador em 1446 ao Sul do Cabo Verde, no continente africano, uma costa que dava pelo nome de “rios da Guiné do Cabo Verde. Em 1445, Lisboa põe à venda, pela primeira vez cativos apanhados nas costas mouriscas e da Guiné; em meados desse século, as viagens à costa da Guiné haviam entrado numa espécie de rotina lucrativa. Outras modalidades de comércio intensificam-se; a cultura da cana-de-açúcar desenvolve-se na Madeira, nas ilhas de Cabo Verde e na região do Golfo da Guiné. Não se pode falar nunca de colonização mas da presença dos portugueses em feitorias e praças ao longo da costa. Os cavalos, os tapetes e os tecidos berberes são trocados pelo ouro e pelos escravos na ilha de Arguim e nas feitorias da Guiné.

A hegemonia comercial portuguesa esboroa-se ao longo do século XVII. Já desde 1592 que se cobrava uma taxa, o consulado, para financiar a segurança dos comboios de mercadorias. Ingleses, franceses, holandeses, dinamarqueses e suecos cruzam agora todas estas paragens que tinham estado reservadas aos navios vindos de Portugal. Os franceses estabelecem-se ao longo do rio Senegal, em 1637. Passando para o comércio negreiro, a Guiné ao tempo é o principal fornecedor de escravos, virá a ser substituída nesta triste função por Angola. Incapaz de competir com a rivalidade comercial que vem da Europa do Norte, Portugal é compelido a organizar companhias de comércio de acordo com o modelo das companhias holandesas e inglesas. Os resultados são desastrosos. A companhia de Cacheu, rios e costa da Guiné, criada em 1676, abre falência ao fim de poucos anos; sucede-lhe em 1690 a companhia do Cacheu e Cabo Verde para fazer o comércio dos negros na região dos rios da Guiné. O Marquês de Pombal virá a enquadrar o comércio colonial por meio de duas grandes companhias, sendo uma delas a Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão (1755) que frequenta a costa da Guiné.

Com o liberalismo, procura-se assimilar tacitamente o Ultramar à metrópole. O manifesto da Junta Provisória de 1820 declara “abolido para sempre o nome injurioso de colónias” e concedido a todos, da Europa, da Ásia ou da África, “o título generoso de cidadãos da mesma Pátria”. Os portugueses reivindicam na África Ocidental a Guiné do Cabo Verde, em 1840, uma faixa litoral com 450 km de extensão que iria do sul da actual Gâmbia até ao sul do rio Nunes, situado no que é hoje o território da Guiné-Conacri. A colónia vai vegetar e o seu comércio passará a ser dominado pelos negociantes e traficantes das ilhas de Cabo Verde, da qual a Guiné depende administrativamente até 1879. Trocam-se escravos contra os panos da terra. Além dos mestiços cabo-verdianos, os raros portugueses que povoam este pedaço de terra esquecido da metrópole são, na sua maioria, degradados. A colónia europeia concentra-se em Bissau e em Cacheu, mais tarde em Bolama. À volta das feitorias e dos presídios vivem as populações autóctones, quase sempre muitíssimo agressivas. Como, aliás, escreve o autor, os portugueses empenham-se na Guiné, a partir de 1840, em intermináveis campanhas de pacificação. Segue-se o período da definição das fronteiras, sempre cobiçadas pelas potências mais poderosas. Foi assim que em 1870 o presidente dos Estados Unidos resolveu a favor de Portugal a questão da ilha de Bolama que a Grã-Bretanha reivindicava. E assim se chegou ao período da colonização que no caso da Guiné correspondeu às campanhas de pacificação. No entretanto, mudava o formato da economia colonial. Em 1898 é fundada a Companhia União Fabril (CUF), que alimenta a indústria do sabão com os óleos vegetais comprados na Guiné e em Angola.

A África portuguesa irá mudar de estatuto na era ditatorial de Salazar, este faz aprovar o acto colonial que define que “é da essência orgânica da nação portuguesa desempenhar a função histórica de possuir e colonizar domínios ultramarinos e de civilizar as populações indígenas que neles se compreendem. O acto colonial subentendia uma forte complementaridade que deveria unir a metrópole e o ultramar. A Guiné torna-se num fornecedor de matérias-primas e a CUF irá dominar a economia guineense. Em 1950, a população africana da Guiné tem 99 % de analfabetos.

Entra-se no período do questionamento colonial, os grandes impérios desmembram-se e aliados de Salazar, como os Estados Unidos, multiplicam as porções para que Portugal emancipe as suas colónias. O resto é uma história muito bem conhecida que se vai centrar à volta do PAIGC que entrará na luta armada em 1963, depois de uma laboriosa preparação de quadros que já no ano anterior começam a subverter a região Sul, com grande êxito, seguindo-se uma parte do Leste e a região do Morés. A guerra de guerrilhas mantém um elevado equilíbrio até 1973, quando a balança dos armamentos mais eficazes pendeu para o lado do PAIGC.

Em 26 de Agosto de 1974 irá ser reconhecida em Argel a independência da Guiné-Bissau. E escreve o autor: “A luta do PAIGC pertenceu, nos anos 70, à galeria dos mitos heróicos do terceiro mundo. O movimento guineense e cabo-verdiano ficou a dever a sua reputação ao facto de ter conseguido obter, praticamente sozinho e pelas armas, a libertação do seu território, por apresentar um projecto de sociedade e por ter à sua frente Amílcar Cabral, chefe carismático. A fricção, até então dissimulada, entre guineenses e cabo-verdianos irá levar ao golpe de Estado de Novembro de 1980 e à separação entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 5 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8508: Notas de leitura (253): Amílcar Cabral – Vida e morte de um revolucionário africano, por Julião Soares Sousa (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8522: Tabanca Grande (294): José Carvalho Barbosa Silva, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do BENG 447 (Brá, 1965/67)

1. Recebemos do nosso camarada José Carvalho Barbosa Silva (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do BENG 447, Brá, 1965/67), uma mensagem com data de 30 de Junho de 2011, com algumas fotos para publicação.

Este nosso camarada que agora se apresenta à tertúlia, não conta uma pequena história como está estipulado como jóia. Pelo seu endereço electrónico supomos ser emigrante na Alemanha. Claro que o recebemos de braços abertos, esperando que no seu próprio contacto nos conte mais pormenores da sua experiência enquanto ex-combatente na Guiné e, por que não, nos fale um pouco da sua vida enquanto civil e português na diáspora.

Seguem-se as fotos recebidas

2. Em mensagem adicional, o José Barbosa esclarece-nos o seguinte:


Ainda me encontro aqui (Alemanha), desde 1973, não é fácil desistir daqui:- (Os antigos emigrantes, eram outras gentes... Contruimos família, com filhos e netos... Tudo é muito difícel!!!!). Tenho casa em V.N. da Telha-Maia, onde vou -  todos os anos!!! - visitar a minha mae, que ainda é viva. Em Freixeeiro, Matosinhos, são os famíliares da minha mulher. As nossas férias são as visitas famíliares, tudo o mais fica nos poucos dias para lembrança de Portugal... que acima de tudo ainda é Portugal.

Fico agradecido pela vossa comunicação.

José Barbosa, Alemanha
Kroenerei, 36
32351 Stemwede-Dielingen
Deutschland
Telf.: +49 5474 6694



Dispensa de Recolher.


Bissau > José Barbosa à civil.

Bilhete de Identidade do 1.º Cabo Radiotelegrafista José Barbosa

Cemitério de Bissau em 1966


Feira no Copilai


Licença de aprendizagem

Diploma por serviços prestados à Pátria
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8499: Tabanca Grande (293): Manuel Freitas, ex-1º Cabo Escriturário, HM241, Bissau (1968/70)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8521: Convívios (359): XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas (Sousa de Castro)

1. O nosso Camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Olá meus camarigos,

Um apontamento de mais uma cerimónia realizada em Barroselas, no dia 25 de Junho de 2011.

Recebam um abraço deste camarigo, sempre ao dispor,

Sousa de Castro


XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas



No passado dia 25 de Junho de 2011 e como vem sendo hábito desde 2001, realizou-se em Barroselas, concelho de Viana do Castelo o XI encontro de ex-combatentes que prestaram serviço na guerra do Ultramar Português, a que se juntou também a CART 634 do BART 635 que prestou serviço em Angola nos anos 1964/66.

As entidades que estiveram presentes foram as seguintes: o sr. CMDT do Porto de Mar de Viana do Castelo, Capitão-de-Mar-e-Guerra, Victor Martins dos Santos; Major, Bruno da Silva Neves, em representação do CMDT da Escola Prática dos Serviços, da Póvoa de Varzim; Vereador Vítor Lemos, em representação do Presidente da Câmara de Viana do Castelo; Presidente da Assembleia de Freguesia de Barroselas, Profª. Teresa Barbosa; Presidente de Junta de Barroselas, Vasco Lima, Marçal Almeida, Secretário, Prof. Francisco Campos, Tesoureiro; J. Meira, da Liga dos Combatentes de Viana.

Várias personalidades usaram da palavra, com referência especial para os que tombaram ao serviço da Pátria, seguido de deposição de uma coroa de flores junto ao monumento.

A guarda de honra foi prestada por uma secção de militares da EPS (Escola Prática de Serviços) da Póvoa de Varzim.

Na celebração da Missa, presidiu pelo Tenente Capelão, Manuel Costa Pereira, coadjuvados pelos Tenentes capelães, Alípio Torres e Ernesto Faria, e ainda pelos padres, Paulo Correria Director dos Seminário dos Passionistas de Barroselas e José Domingos Oliveira, Pároco de Barroselas.


Participaram também no acompanhamento da missa o Grupo Coral do Agrupamento 85 dos Escuteiros de Barroselas.

De referir que o Tenente Capelão, Manuel da Costa Pereira foi alferes capelão do BART 3873, na Guiné nos anos: Dezembro de 1971/Abril de 1974.

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Nota de MR:

Vd. também sobre este evento o poste de: