sexta-feira, 24 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14514: Memória dos lugares (289): Gentes do Geba, parte I (A. Marques Lopes, coronel inf, DFA, na situação de reforma, ex-alf mil da CART 1690, Geba, 1967; e da CCAÇ 3, Barro, 1968)


Foto nº 16


Foto nº 26


Foto nº 22

Foto nº 50


Foto nº 14


Foto nº 67


Foto nº 2


´Foto nº 11



Foto nº 18



Foto nº 22


Guiné > Zona Leste > Geba > CART 1690 (1967)... A povoação de Geba fica na margem direita do Rio Geba Estreito entre Bambadina e Bafatá... Foi um ponto importante de apoio à colonização portuguesa até ao princípio do séc. XX... Perdeu importância para Bafatá. Há vários camaradas do blogue que por lá passaram, nessa terra perdida no tempo e no espaço,  nomeadamente o A. Marques Mendes e o Fernando Chapouto. Passei por lá, como cão pr vinha vindimada, quando me tocou, logo no início da comissão, em meados de agosto de 1969, e já com batismo de fogo, fazer um reforço à tabanca em autodefesa de Sare Gana, no desolado e desolador regulado de Joladu, a norte de Geba... (LG)


Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


Fotos, sem legendas, do álbum de  A. Marques Lopes, coronel inf, DFA, na situação de reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967) e da CCAÇ 3 (Barro, 1968). É nosso grã-tabanquerio da primeira hora.
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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P14513: Notas de leitura (706): Abdulai Silá, o grande prosador guineense (2): "Eterna Paixão" (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Junho de 2014:

Queridos amigos,
É considerado em vários países como o prosador mais influente da Guiné-Bissau.
Abdulai Silá tem obra publicadas em Cabo Verde, em França e no Brasil. Tem um currículo invejável, este engenheiro eletrotécnico que começou a escrever num inverno gelado em Dresden, onde estudava: dedica-se às tecnologias de informação e comunicação, é empresário, fundou a primeira editora privada guineense e participou na fundação da revista Tcholona e do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa.
Surpreende por manejo hábil com que transgride o português e nele imiscui o crioulo.
Para não deixar o leitor estarrecido, publica glossário para que se saiba que foronta é aflição e kafumban é grande mentira…

Um abraço do
Mário


Abdulai Silá, o grande prosador guineense (2)

Beja Santos

A segunda obra publicada por Abdulai Silá intitula-se “Eterna Paixão” (1994), foi de facto o seu primeiro livro, mas editou em primeiro lugar “A Última Tragédia” (1995). Mais adiante, publicou “Mistida” que conclui em trilogia o olhar do escritor sobre a realidade guineense. Em entrevista à brasileira Érica Cristina Bispo (www.omarrare.uerj.br/numero13/erica.html) Silá pronunciou-se assim sobre “Eterna Paixão”:
“Não posso esconder que quando iniciei a construção do enredo (já lá vão duas décadas), já era previsível o marasmo em que se encontra hoje o meu país. Já havia provas reais de que o “espírito da luta” já não existia mais, que os nossos concidadãos, que ontem abnegadamente participaram na concretização daquilo que para mim foi o maior feito deste povo no século passado – acabar com a colonização, aprofundando o processo de construção daquilo que Amílcar Cabral chamou de “Nação africana forjada na luta” –, estavam incompreensivelmente a enveredar por uma via em todos os sentidos oposta àquela que tinha sido anunciada. Estava acontecendo tanta coisa, tão nociva quanto ininteligível, assistia-se ao desmoronar de tantos sonhos “legítimos”, assistia-se a um desfasamento cada dia maior entre o discurso político e a prática diária, que entendi por bem ir buscar alguém de fora, (nesse caso Dan), carregado de uma boa dose daquilo que hoje se pode chamar de utopia, mas que no contexto da época era absolutamente exequível, para encarnar toda a desilusão e frustração que o cidadão comum sentia. Mas mais do que denunciar essa calamidade e ridicularizar os seus protagonistas, era necessário passar uma mensagem positiva, de fé e de esperança”.

Carlos Lopes, sociólogo, escritor e alto funcionário das Nações Unidas, rasga elogios no prefácio:
“O romance de Silá é a primeira tentativa séria de publicar prosa na Guiné-Bissau. Só por este facto merece destaque e faz História no nosso provinciano debate intelectual. Mas sem mais valor por encarnar que esse difícil momento de incerteza que insisto em chamar de solstício das certezas”.
É uma história de amor a África, o país não está bem esclarecido, a corrupção é larvar e os programas internacionais de ajuda são talhados exclusivamente para que os poderes do dia simulem que fazem boa figura.
Silá, à semelhança do arranque que põe em “A Última Tragédia”, dispara fulminantemente à partida, é um parágrafo de perder o fôlego:  
“Subitamente, sem ter reduzido a velocidade, encetou uma série de movimentos com ambos os braços, torcendo o volante do carro sem piedade. Deixou a estrada principal e meteu-se na estrada secundária que nascia logo ali, sem se anunciar. Segurou firmemente o volante enquanto os pneus gemiam ruidosamente e amaldiçoou, mais uma vez naquele dia, os que haviam decidido alterar o trajeto daquela estrada, desviando-a do circuito a que estava habituado”. Ele é Daniel, ou Dan, é afro-americano, tem uma inequívoca paixão por África. Chega a casa, vai muito interrogativo, o seu casamento caminha para a rotura, prepara-se para conversar com a empregada, Mbubi, toca o telefone, é Ruth, a mulher de Dan, a comunicar que vem mais tarde. Ruth chega e humilha Mbubi. Segue-se uma discussão violenta entre o casal, tudo por causa de um contrato catastrófico, economicamente inútil para o país.

Silá dá-nos depois a vida universitária de Dan, o modo como ele impressionou diplomatas africanos em torno de projetos de desenvolvimento baseados na exploração de recursos hídricos, critica impiedosamente o projetos ditos de desenvolvimento desenhados para afagar o ego de ditadores. Dan sonha com o desenvolvimento do continente africano, como diz entusiasmado há um conjunto de políticos internacionais que o escutam:  
“O objetivo principal que se pretende atingir é desenvolver todo um processo suscetível de atribuir uma nova dinâmica ao sector agrícola, culminando numa autêntica revolução tecnológica e garantindo a todos a necessária autossuficiência e segurança alimentares. Os Estados teriam que se unir para juntar forças. Haveria em cada zona do continente, por exemplo na África Central, Austral, Ocidental, etc., uma estrutura executiva que se encarregaria de coordenar as ações. Então, para disponibilizar mais recursos, haveria um único exército, pequeno, que ficaria sob o comando da OUA”.
Este entusiasmo de Dan cativa os políticos, Dan conhece Ruth e partem para África.

Dan mergulha na desilusão, vê crimes, prepotências, nepotismos, o ditador do país está rodeado de mandantes que liquidam todo e qualquer suspeito que ponha em causa as suas decisões. E Silá parece que se está a olhar ao espelho e a pensar na sua pátria:  
“Como é que iria falar da barbaridade de toda aquela máquina repressiva, daqueles batalhões de especialistas da tortura? Como é que iria convencer Mark, aquele seu amigo tão sincero, que naquela África que ele tão apaixonadamente pregava e cujas virtudes tanto enaltecia, que naquela mesma África se investia mais na repressão que na educação? Com que argumentos iria demonstrar que a pertença fidelidade ao Pai da Nação mantinha amordaçada a capacidade criativa de toda uma geração e fomentava a prostituição intelectual?”.

Reencontra-se com Mbubi, é pela sua voz que ele se apercebe definitivamente que o povo vive num intenso sofrimento e numa miséria sem esperança. No ministério onde coopera, Dan apercebe-se que é malquisto, ele tem andado a pedir clemência para um ministro que foi preso sem culpa formada. Dan toma consciência de que não pode combater aquela corrupção. O seu casamento chega ao fim. Dan é preso, torturado, enxovalhado, e depois liberto. Dan lança-se no interior daquele país, transforma-se em professor, chegou entretanto o multipartidarismo. Dan é convidado a colaborar. Aceita voltar ao ministério onde cooperara. Mas a saudade pelo projeto de desenvolvimento em que tem estado envolvido é mais forte. Silá não trava os ímpetos metafóricos, simbólicos, falando da democracia, da esperança pelo renascimento africano, fala na dignidade, do renascimento do orgulho, Dan repetia vigorosamente para que todos à sua volta ouvissem: a minha paixão é eterna!

É o fervor no novo Homem, como observa Carlos Lopes. Eterna paixão pelo país e pelas gentes, a confiança na pureza do ser humano, nos que resistem aos males da sociedade, quais tentáculos de um povo enraivecido. Também ele, Carlos Lopes, não quer iludir o seu profundo desapontamento:
“Perguntamo-nos como foi possível isto e aquilo. Como é que o fulano tal que fez a escola comigo, andou comigo na militância, partilhou esta e aquela ideia e ação, pode agora ser símbolo da corrupção que Pepetela tão bem descreveu na sua Geração da Utopia".

“Eterna Paixão” é libelo utópico, Dan realiza-se quando vai para a tabanca de Woyowayan, algures. Vem agora a seguir “Mistida”, porventura o seu melhor romance, onde a sua crítica é mais violenta, estão ali os novos políticos arranjistas, aparecem silenciados ou esquecidos os heróis anónimos que deram a vida pela libertação da pátria. Preparem-se para um grande romance.

Recorde-se que Abdulai Silá não tem edições em Portugal, a trilogia Mistida foi publica pelo Centro Cultural Português Praia – Mindelo em 2002.
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14492: Notas de leitura (705): Abdulai Silá, o grande prosador guineense (1): "A Última Tragédia" (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14512: Parabéns a você (894): David Guimarães, ex-Fur Mil Art MA da CART 2716 (Guiné, 1970/72)

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Nota do editor

Último poste da série de 21 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14496: Parabéns a você (893): António Branquinho, ex-Fur Mil Inf do Pel Caç Nat 63 (Guiné, 1969/71)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14511: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de abril de 2015 (17): Distribuição de Certificados aos tertulianos totalistas dos 10 Encontros nacionais e admissão de duas novas tertulianas: Graciela Santos (hnº 682) e Lígia Guimarães (nº 683)


No passado dia 18 de Abril, aquando do nosso X Encontro Nacional, foram distribuídos "Certificados", da autoria do nosso camarada Miguel Pessoa. 
Os distinguidos foram: António Santos e esposa Graciela; Carlos Vinhal e esposa Dina; David Guimarães e esposa Lígia; Jorge Cabral; Luís Graça e Raul Albino, que fizeram o pleno dos 10 Encontros realizados até agora.

 Certificado da autoria do nosso camarada Miguel Pessoa


Eis a reportagem fotográfica dos camaradas Albano Costa e Manuel Resende:

Entrega de Certificados - António Santos

Entrega de Certificados - Jorge Cabral

Entrega de Certificados - David Guimarães

Entrega de Certificados - Dina Vinhal

Entrega de Certificados - Graciela Santos

Entrega de Certificados - Luís Graça

Entrega de Certificados - Lígia Guimarães

Entrega de Certificados - Raul Albino
 
Recordar-se-ão que o I Encontro foi no já longínquo ano de 2006, na Ameira, organizado pelo nosso camarada Paulo Raposo. 

O II Encontro, em 2007, aconteceu em Pombal, com organização da responsabilidade do nosso camarada Vítor Junqueira.

Os terceiro e quarto, em 2008 e 2009, na Quinta do Paúl, em Ortigosa, organizados pelo camarada Joaquim Mexia Alves. 

Desde 2010 os Convívios têm decorrido no Palace Hotel de Monte Real, e a organização tem estado a cargo do nosso camarigo Mexia Alves, que tem demonstrado muita competência nesta difícil missão de agradar ao maior número possível de participantes.

Hoje, dia em que se comemora o 11.º aniversário da nossa página, porque foi neste mesmo dia do ano de 2004 que se publicou o primeiro Poste - Guiné 63/74 – P1: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça), achamos que terá algum significado admitir como amigas tertulianas duas das três senhoras agraciadas. São elas a Graciela Santos e a Lígia Guimarães. A Dina Vinhal há muito que faz parte da tertúlia.

Recordemos a foto de família com algumas das senhoras presentes nesse memorável I Encontro de 2006


Com a devida salvaguarda por qualquer lapso de memória, reconhecemos na primeira fila, a partir da esquerda: Lígia Guimarães, Dina Vinhal, Alice Carneiro, Celeste Baia, Graciela Santos, Irene Briote, e... na ponta direita, Margarida Franco e Judite Neves.


Os homens não estarão aqui todos, nota-se a ausência do António Santos que estará encoberto ou ausente deste grupo.

Termina-se, deixando às nossas novas tertulianas um beijinho em nome dos editores e da tertúlia em geral. Se alguma vez quiserem mandar para publicação algum texto, seja ele uma memória ou uma história recente, relacionadas convosco ou com os vossos maridos, já sabem que com muito gosto a publicaremos. O Blogue é da tertúlia e tanto a Graciela como a Lígia, a partir de hoje, fazem parte dela.

Carlos Vinhal
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Notas do editor:

Último poste da série Tabanca Grande de 22 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14503: Tabanca Grande (459): José Sousa (JMSF), soldado de rendição individual, do BART 1904 e depois do Pelotão de Intendência, viola solo do conjunto musical de Bambadinca, ao tempo do BCAÇ 2852... Grã-tabanqueiro nº 681

Último poste da série de 22 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P14499: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de abril de 2015 (16): fotos do MIguel Pessoa

Guiné 63/74 - P14510: (De)caras (20): Tenho dois filhos na casa dos 30 e tal anos e nenhum me perguntou se tive medo... Nem mesmo depois da oferta do livro da Catarina Gomes... Parei na página 12 a leitura do livro... Talvez mude de opinião, se um chegar a ler o livro... (João Silva, ex- furriel atirador mil inf, CCaç 12, Bambadinca e Xime, 1973)


Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Fevereiro de 1970 > Região do Xime > 1º Grupo de Combate, comandado pelo alf mil inf op esp Francisco Moreira, no decurso da Op Boga Destemida, uma operação sangrenta...

A CCAÇ 12 foi uma subunidade de intervenção, duramente usada e abusada pelo comando dos BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72), os senhores da guerra do setor L1 (Zona leste)... Só os graduados e especialistas eram metropolitanos. Todo o restante pessoal era do recrutamento local, de etnia fula e futa fula. Havia 2 mandingas e mais tarde 1 mancanhe de Bissau. Alguns soldados não tinham mais do que 16 anos... A companhia foi extinta em agosto de 1974... Ao longo de cinco de anos de guerra, muitos dos seus elementos foram gravemente feridos em combate. Depois da guerra, alguns foram fuzilados pelos novos senhores da guerra, como o Abibo Jau, o nosso gigante... O pessoal metropolitano da primeira geração (cerca de meia centena, a CCAÇ 2590) não fez exatamente dois anos no TO da Guiné, Fez  "apenas" 22 meses (de finais de maio de 1969 a meados de 1971). Para alguns de nós, esses 22 meses ficaram marcados a ferro a fogo, no corpo e na alma... Também os meus filhos nunca me perguntaram: "Pais, tiveste medo ?"... Ou por amor ou por pudor... Se mo tivessem perguntado, ter-lhes-ia respondido: "Só os idiotas e os deuses não têm medo"... (LG).

Foto: © Arlindo T. Roda. Todos os direitos reservados [Edição: LG]

1. Comentário do nosso leitor de longa data (e camarada, ainda não registado na Tabanca Grande, ) João Silva (ex- fur mil  at inf, CCaç 12, Bambadinca e Xime,  1973) (*) (e de quem não temos nenhuma foto):

A minha filha, e não sei porquê, ofereceu-me o livro em questão há cerca de uns 3 meses. Mas, ao iniciar a leitura, reconheço que o fiz sem grande entusiamo, parei logo, quase ao início, quando a autora na pág. 12 escreveu: "A maioria dos combatentes esteve apenas 2 anos na guerra mas penso que  terá havido poucos mais momentos transformadores nas suas vidas".

Aquele "apenas" retirou-me a vontade de o ler. Quem considera que 2 anos na guerra é pouco tempo na vida de um jovem na casa dos 20 anos,  não tem a mais pequena perceção da realidade.
São 2 anos em que quase conseguimos recordar cada dia, cada hora e, nalguns casos, passado quase meio século, e garanto que foram extremamente longos.

Tenho dois filhos na casa dos 30 e tal anos e nenhum me perguntou se tive medo. Nem mesmo depois da oferta do livro. Há muitos livros sobre a guerra colonial e nenhum até agora me cativou. O mesmo acontece com a produção cinematográfica/documental.

Talvez porque coloque a fasquia muito alta. Talvez porque a nossa guerra não teve o impacto nem a dimensão de outras. Talvez porque não temos experiência acumulada como os americanos. Talvez porque não temos massa critica. Não sei. Alguns povos têm conseguido, especialmente os americanos, utilizar a tela dos cinemas para exorcizar e muitas vezes de forma crítica a sua participação na guerra.

Destaco a guerra do Vietname, a que mais se aproxima, por excesso, da que conheci na Guiné. Nem todas foram boas obras, como exemplo, Os Boinas Vermelhas. Mas noutros casos foram excelentes como no caso do Caçador, para mim o melhor. 

Não sei se este sentimento é partilhado por outros companheiros de armas, porque cada um de nós teve a sua experiência e também a sua missão. Uns foram atiradores, um nome que hoje dito em inglês - sniper - causa logo alguma efervescência, outros, amanuenses, cozinheiros, telegrafistas, mecânicos, etc. Mas quem foi atirador e esteve numa companhia africana teve uma experiência diferente. Não foram muitos deste milhão a que a autora do livro diz terem passado pelo teatro de operações, que o viveram. 

É apenas um comentário pessoal e nada mais do que isso. Se chegar a ler o livro,  talvez mude a opinião com que fiquei das primeiras páginas.

João Silva,  ex- furriel atirador inf, CCaç 12 (Bambadinca e Xime,  1973) (**)

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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P14509: Agenda cultural (391): Histórias à volta do livro "Pai, tiveste medo ?!", no âmbito das comemorações do 25 de abril... Com a autora, Catarina Gomes, filha de combatente da guerra colonial, jornalista do Público, hoje, 23, 5ª feira, às 18h00, na Biblioteca-Museu República e Resistência, Lisboa; e e no dia 25, sábado, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal

1. Mensagem, com data de ontem,  da Catarina Gomes, jornalista do "Público" e autora do livro "Pais, tiveste medo ?" (*) 


Boa tarde,  professor Luís Graça,

Ainda não tenho o programa final da nossa conferência [, organizada pela EGEAC,] mas em breve lho mandarei.

Pedia-lhe se podia divulgar no seu blogue as conversas que vou ter em torno do meu livro nos próximos dias, a pretexto do 25 de Abril:

1º evento

Vou estar a falar do meu livro "Pai, tiveste medo? [Lisboa, Matéria Prima, 2014, 248 pp.],  na Biblioteca-Museu República e Resistência, no âmbito das Comemorações do 25 de abril, esta quinta-feira (dia 23 de Abril) às 18h00. Sobre "o lado mais familiar" da guerra colonial.

Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Cidade Universitária, 
Rua Alberto de Sousa 10A, 1600-002 Lisboa
Contactos: Tel.: 21 780 27 60
bib.republica@cm-lisboa.pt
Entrada livre

2º evento

No 25 de Abril vou estar na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal a falar sobre o meu livro "Pai, tiveste medo?". Sobre as histórias de 12 filhos que ouviram falar da guerra colonial em casa. Muito do que aconteceu aos pais teve de ser imaginado.

Obrigada e até breve. (**)
Catarina
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Guiné 63/74 - P14508: Os nossos seres, saberes e lazeres (90): Lançamento do livro "De Freguês a Consumidor", da autoria de Mário Beja Santos, dia 28 de Abril de 2015, às 17h30, na Direcção Geral do Consumidor, Praça Duque de Saldanha, 31-1.º, em Lisboa

1. Recebemos, para conhecimento, a mensagem abaixo reproduzida do nosso camarada Mário Beja Santos, que durante muitos anos exerceu a sua actividade profissional na Direcção Geral do Consumidor, onde acabou como Assessor. O seu desempenho ao longo de quase 40 anos foi reconhecido publicamente quando foi agraciado pelo Presidente da República no Grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito, no dia 10 de Junho de 2013.


Meus estimados colegas, 
É com grande satisfação que venho convidar todos para a apresentação do meu livro mais recente e que constitui o meu testamento cívico-profissional. 
Na verdade, estou a encerrar as minhas atividades profissionais e decidi proceder a um olhar alargado a 70 anos de sociedade de consumo e aos 40, aproximadamente, que levamos de política de consumidores. 
Não é uma obra autobiográfica, é mesmo o registo de reflexões do que me foi dado compreender sobre a minha profissão, tive o privilégio de nela ter sempre vivido com o maior entusiasmo e devoção. 
Senti que este testemunho podia constituir um texto referência com utilidade para os profissionais, diferentes escolas do ensino superior, associativistas e um certo público interessado. 
Pedi ao meu editor que estabelecesse contactos com outras instituições e casas de ensino, e até academias sénior e autarquias, gostaria muito de debater este punhado de considerações com todos aqueles para quem o consumo é assuno muito sério. E gostaria de começar este debate com todos aqueles de quem fui colega durante muitos anos. 

Na expetativa de que este meu pedido seja por si bem acolhido, apresento-lhe os meus cordiais cumprimentos, 
Mário Beja Santos




OBS: - Clicar nas imagens para ampliar e facilitar a leitura dos textos
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14505: Os nossos seres, saberes e lazeres (89): Criada, na Lourinhã, a Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro ( Eduardo Jorge Ferreira, ex-alf mil, Polícia Aérea, Bissalanca, BA 12, 1973/74)

Guiné 63/74 - P14507: 11º aniversário do nosso blogue (1): A Revista Karas de Monte Real fala do X Encontro Nacional da Tertúlia e do nosso aniversário

1. Saiu hoje, dia de aniversário do nosso Blogue, na Tabanca do Centro, a conceituada Revista Karas de Monte Real, que dedicou o seu número de Abril ao acontecimento mais importante levado a efeito recentemente em Portugal, o nosso X Encontro Nacional.

Assim, com a devida vénia à Tabanca do Centro, na pessoa do seu mentor Joaquim Mexia Alves, e ao Produtor, Editor, Redactor, Repórter, Revisor, etc. da Revista Karas de Monte Real, Miguel Pessoa, reproduzimos, com alguma vaidade, a reportagem inserta naquela publicação dada hoje à estampa.



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Nota do editor:

Muito a sério, cabe aqui uma palavra de agradecimento, que nunca é demais, ao nosso camarada Miguel Pessoa, que muito nos tem ajudado ao longo de anos, quase anonimamente e sem esperar qualquer tipo de reconhecimento, como é seu timbre.

Que fique registado que são da sua autoria todos os logotipos que identificam a Tabanca Grande assim como os crachás que usamos e que servem para em qualquer situação se saber que pertencemos a esta grande tertúlia de combatentes da Guiné.
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Guiné 63/74 - P14506: Agenda cultural (390): Na apresentação da obra “O Outro Lado da Guerra Colonial”, da jornalista Dora Alexandre (José Saúde)


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.
Na apresentação da obra “O Outro Lado da Guerra Colonial”, da jornalista Dora Alexandre

Realidades de gerações que cruzaram o palco da guerra 


Joaquim Furtado, um jornalista que honradamente tem trazido à estampa comentários sobre a guerra do antigo Ultramar, foi a pessoa que Dora Alexandre elegeu para a apresentação do seu livro “O Outro Lado da Guerra Colonial”, um evento que ocorreu no pretérito 21 de abril na loja FNAC no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

A sua narrativa, simples e efusiva, prendeu uma plateia muito bem composta que, momentaneamente, se desfez das peripécias do presente e recuou aos tempos em que nós jovens fomos enviados para as frentes de combate com a etiqueta onde se lia: “carne para canhão”.

De Angola, passando por Moçambique e a Guiné, a Dora teve a sensibilidade em cruzar os palcos de uma peleja onde conhecemos as mais díspares situações. Tempos de guerra, de lazer e de uma encruzilhada de manifestações coletivas e individuais que nós próprios abordávamos não obstante a nossa tenra idade.

O livro chama também ao seu contexto um rol de artistas que, à época, se deslocavam às antigas colónias para alegrar os soldados portugueses que tinham sido então atirados, à força, para uma guerra que nada lhes dizia. A Pátria, aquela que pela qual combatemos, é a mesma Pátria que hoje não nos reconhece e renega.

Aliás, os homens de agora, aqueles que comandam os destinos deste nosso país, não se revêem nos escabrosos momentos sofridos pelos quais passámos num território que para nós era completamente desconhecido. Muitos destes cavalheiros não eram nascidos, outros tinham ainda fraldas.

Mas, a nossa dignidade como antigos combatentes permanece incólume apesar das adversidades permanentemente deparadas. A Dora teve a sensibilidade de não entrar pelos enviesados campos de batalhas, mas pelo outro lado da guerra.

“O Outro Lado da Guerra Colonial”, como frisava, e bem, Joaquim Furtado, é abrangente, mas sobretudo seguro no seu argumento. A autora conseguiu, numa opinião generalizada, elevar ao púlpito uma lista de emoções, contadas na primeira pessoa pelos seus 58 entrevistados, que se difundirão para as gerações vindouras.

Camaradas, eu, como antigo furriel miliciano de Operações Especiais/Ranger, sinto-me feliz por pertencer a essa lista. Assim sendo, cumpre-me ajuizar que o nosso blogue – Luís Graça & Camaradas da Guiné – tem feito um trabalho mui digno no que concerne a ideias expostas para a opinião pública.

Neste âmbito, tal como muitos outros camaradas que pisaram o solo guineense, é lógico que nos sintamos lisonjeados por este “miminho” que a Dora nos proporcionou. Sou, há muito, um homem da escrita, porém, existem oportunidades em que “uma lágrima ao canto do olho” nos remete a um premeditado silêncio e na passada segunda-feira foi matéria onde literalmente me revi.

Fica o repto: camaradas adquiram o livro “O Outro Lado da Guerra Colonial”, da autora Dora Alexandre, e fiquem com a certeza que as histórias contadas são transversais a gerações de camaradas que pisaram os palcos de uma guerrilha que jamais deu descanso a um turbilhão de soldados sem medo.

Obrigado Dora, pela escolha, e obrigado amigo e camarada Luís Graça pela disponibilidade que me proporcionaste, e proporcionas, em narrar as minhas histórias por terras da Guiné neste nosso blogue. 



Um abraço camaradas,
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 

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Nota de M.R.:

Vd. poste relacionado do mesmo autor:

7 DE ABRIL DE 2015 > Guiné 63/74 - P14442: Agenda cultural (390): Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial” (José Saúde)


Vd. último poste desta série em: 

15 DE ABRIL DE 2015 > Guiné 63/74 - P14474: Agenda cultural (392): documentário sobre memórias de combatentes guineenses, de um lado e de outro ("Pabia di Aos", de Catarina Laranjeiro), na Cinemateca, Ciclo Panorama, 5ª feira, 16 de abril, 15h30

Guiné 63/74 - P14505: Os nossos seres, saberes e lazeres (89): Criada, na Lourinhã, a Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro ( Eduardo Jorge Ferreira, ex-alf mil, Polícia Aérea, Bissalanca, BA 12, 1973/74)





Lourinhã > Vimeiro > Imagens do Monumento e recriações históricas da batalha do Vimeiuro (21 de agotso de 1808)

Fotos: © Eduardo Jorge Ferreira (2015). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem, de 25 de fevereiro último,  de  Eduardo Jorge Ferreira ex-alf mil, Polícia Aérea (Bissalanca, BA 12, 1973/74), e  também membro da nossa Tabanca Grande [. foto à direita]

Caro Luís Graça

Na passada segunda-feira, dia 23, na Lourinhã, foi constituída, através de escritura notarial, a nóvel Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro, a mais recente instituição do nosso concelho. Foram seus promotores ex e actuais autarcas bem como outras pessoas que se tem empenhado na salvaguarda do património relativo àquela batalha.

Muito sucintamente, esta associação tem como objectivos:

(i) a promoção e divulgação da História de Portugal referente ao período designado por Guerra Peninsular (1807 - 1814) de que a Batalha do Vimeiro, travada a 21 de Agosto de 1808, foi um dos episódios mais significativos; 

(ii) a preservação e divulgação do património histórico-militar da região;

(iii) a preservação da memória histórica dos participantes na Batalha e da população em geral; e 

(iv) a recriação de unidades militares da época com vista à participação em eventos de recriação histórica.

A legalização foi um dos primeiros passos para que a associação possa receber os fundos necessários para levar a cabo a sua missão.

Estava já há tempos constituído o grupo de recriação que tem vindo a receber instrução de ordem unida e de manuseamento do armamento para que o mais breve possível possa tomar parte nos eventos de recriação histórica que no nosso país são coordenados pela Associação Napoleónica Portuguesa.

Entretanto já chegou o garboso fardamento que nos foi atribuído e que representa o extinto Regimento de Infantaria 16 de Cascais, o qual nos entusiasmou sobremaneira e faz ansiar pelo "baptismo de fogo" que possivelmente irá ocorrer no próximo mês de julho, no Vimeiro.

Junto 4 fotos para que, se assim o e como entenderes, possas colocar a notícia no teu/nosso Blogue.

Um abraço para ti, para os co-editores e para todos os camarigos
Eduardo Jorge Ferreira
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Nota do editor:

Último poset da série > 22 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14501: Os nossos seres, saberes e lazeres (88): Bruxelles, mon village (Parte 2) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 22 de abril de 2015