domingo, 15 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15370: Libertando-me (Tony Borié) (43): Pois, se não viste, vê!

Quadragésimo terceiro episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66, enviado ao nosso blogue em mensagem do dia 10 de Novembro de 2015.




...Pois se não viste, vê! 

Já lá vão mais de trinta anos, muito perto dos quarenta, recebemos uma mensagem daí de Portugal, a dizer que o pai Tónio estava doente, depressa fizemos tudo para o ir ver, sobretudo, mostrá-lo ao nosso filho, pois em todas as conversas que tínhamos sobre ele, sempre falávamos dele como um “heroi”, não sabia ler ou escrever, assinava de cruz, mais tarde, desenhava o seu nome, criou a sua família, alimentando-a à base de uma agricultura artesanal, deixou os filhos irem à escola do Adro, em Águeda, tinha coragem para ser do “contra”, fazia favores aos vizinhos, por vezes dava o último bocado de broa a um cigano ou qualquer pobre que por lá passava, sempre com um sorriso naquele rosto com a pele morena e encorrilhada, do sol ou chuva que recebia, pegando numa enxada o dia inteiro, onde aquela boina preta, que encobria um olhar de sofrimento, lhe dava um ar de pessoa honesta e amargurada, sobrevivendo numa sociedade complicada, sempre contrariado quando descia à vila de Águeda, onde alguns invejavam a sua coragem e outros o desprezavam, porque eram beneficiados pelo tal sistema e viam naquela simples personagem, uma negação às benesses com que eram contemplados.

Portanto, depois de tudo o que lhe dizíamos, no pensamento do nosso filho, ele, o pai Tónio, era um “herói”. Na nossa viajem “à pressa”, levámos o nosso filho a ver o avô Tónio, o seu “herói”, fomos os dois, ia pela nossa mão, desembarcámos em Lisboa, tomámos um táxi para a estação de Santa Apolónia, trajecto que conhecíamos do serviço militar, lá indo no comboio rumo ao norte, era depois da Revolução do 25 de Abril, em todo o lugar por onde passávamos viam-se cartazes retratando um militar com uma multidão a apoiá-lo, ao ponto de o nosso filho nos questionar se a figura representada no cartaz, era o avô Tónio, o seu “heroi”. Em Águeda, além da família, convivemos com muitas pessoas e um companheiro que tinha sido nosso amigo, mas agora era “representante do povo”. Ao ver-nos, sabendo que éramos emigrantes nos EUA, logo nos questionou:
- Então, estás nos Estados Unidos, de lá, no sul, existe algum local onde se pode ver a ilha de Cuba?

E, com uma expressão que não enganava, pois era mesmo provocativa, rematou:
- Tu já viste, pois se não viste, vê, é lá, naquela ilha, naquele líder que está o futuro.

Nós ouvimos, lembrámo-nos de que não respondemos, pensando que aquelas palavras, vindo da boca de um amigo, que naquele momento, parecia se ter tornado num inimigo feroz, valiam o que podiam valer, no entanto muitos anos passaram, quis o destino que viéssemos viver aqui para a Flórida, portanto, talvez seguindo a recomendação do nosso amigo, que parecia ser nosso inimigo, “representante do povo” e, segundo viemos a saber, não exerceu por muito tempo a tal “representação”, pois pouco tempo depois abandonou o mandato, emigrando “a salto” para França, talvez desolado por todas as manhãs ao sair de casa ver que a sua rua continuava com o mesmo aspecto. Disse-nos mais tarde a mãe Joana que queria exercer o tal poder, mas em seu benefício, pois das primeiras decisões que quis tomar, após a sua eleição, foi querer alargar a rua em frente à sua casa, roubando o terreno dos seus vizinhos, alargando e beneficiando a frente da sua casa, o que não conseguiu, pois o tal “seu povo”, não concordou.
Enfim, pequenas “coisas da revolução” que podem ser consideradas normais, em qualquer revolução, em qualquer país, mas vamos em frente, contando coisas daqui.

Como dizíamos, talvez seguindo a sua “recomendação”, um dia pela madrugada, um pequeno farnel na caixa frigorífica, eis-nos na estrada rápida número 95, no sentido sul, em direcção à área das “Florida Keys”, que é um conjunto de ilhas ligadas por pontes, algumas com quilómetros de extensão, que começa na ilha de Key Largo, passando por muitas outras mais pequenas, onde as principais são as ilhas de Islamorada e de Marathon, terminando na de Key West.

Levámos as canas de pesca, fomos parando aqui e ali, vendo vestígios de tempestades, em alguns locais o mar parecendo um rio, em outros, correntes fortes saindo Golfo, levando areia e ramagem em direcção ao sul, até que chegando ao nosso destino, parámos na ponta final, na ilha de Key West, onde além de muitas outras atracções existe um marco histórico identificando o local como que estando a 90 milhas, (140 Km) de Cuba, onde alguns naturais dizem que com o tempo limpo, com o auxílio de uns potentes binóculos se pode ver uma nuvem, que é a ilha de Cuba.

Mas Key West é uma ilha cujas dimensões têm mais ou menos 6,5 Km de comprimento por 1,5 de largura, onde a Duval Street é a típica “main street”, ou seja a rua principal, com quase 2 quilómetros, atravessando 14 pequenas ruas que vêm do Golfo, onde a água é calma e quente, até ao oceano Atlântico, onde a água se caracteriza pela sua cor azul, com muitas zonas onde existe vegetação submarina, com algas a saírem à superfície, desprendendo-se do fundo do oceano, vindo dar à praia.


Nestas 14 pequenas ruas, assim como na avenida principal, existe todo o tipo de atracções, desde as casas de personagens famosos que por aqui viveram em determinado momento da sua vida, como os antigos presidentes dos USA, Harry Truman, Franklin D. Rosevelt, Dwight D. Eisenhover ou John F. Kennedy. Um lugar bastante visitado é o que foi a residência de Ernest Hemingway, onde viveu e escreveu o famoso livro “Farewell to Arms”, onde contam as mais mirabolantes histórias deste famoso escritor que adorava visitar o bar da esquina, que ainda se chama ”Sloppy Joe’s Bar”, onde ainda se serve uma bebida composta de rum e coca-cola, ou seja a união do continente USA com as Caraíbas! O pôr-do-sol é muito apreciado nesta área, proporcionando excelentes fotos, onde as palmeiras e outras ramagens tropicais servem de fundo, em contraste com com a cor avermelhada do horizonte, principalmente para o lado da ilha de Cuba. Também por aqui existe um razoável porto de mar, onde o primeiro navio de cruzeiro, que se chamava “Sunward”, aqui atracou no ano 1969 e onde hoje fazem regular visita as companhias de cruzeiros: Royal Caribbean, Magesty of the Seas ou a Carnival Fascination.

O local mais visitado, e onde se tiram mais fotos, onde em alguns dias a fila se prolonga por algum tempo, principalmente quando chegam barcos de cruzeiro, é o marco histórico assinalando as 90 milhas de Cuba, erguido em 1983, pintado com cores distintas e com os dizeres já famosos, que são: “Southernmost Point Continental USA”, ou seja, ponto mais ao sul do território do Estados Unidos. Outras atrações podem-se considerar única e simplesmente admirar as casas, os seus telhados, no histórico distrito, onde as estruturas de casas de madeira, com um ou um e meio andares, com datas de 1886, se distinguem por serem construídas sobre estacas de tronco de árvores, sobre a água, com varandas e passeios em frente das casas, que nos fazem lembrar um quadro pintado.

Embora indo um pouco longe na dimensão do texto, não queremos terminar o mesmo sem vos dizer que esta ilha em tempos pré-colombianos, era habitada pelo povo “Calusa”, que foi um povo que entrou no que é hoje a Florida há alguns milhares de anos, onde o clima tinha alcançado as condições actuais e o mar tinha subido para perto do que é hoje o seu nível actual e as pessoas começaram a viver em aldeias perto de zonas húmidas, locais favorecidos, que provavelmente foram ocupados por várias gerações, onde as pessoas apreciavam viver, ocupando ambas as zonas húmidas, mas com água doce e salgada, onde por séculos, a sua dieta ficou dependente, principalmente de peixe, marisco ou aves, vivendo em grandes aldeias, com montes de terraplanagem, construídos de propósito, às vezes formando pequenas ilhas, onde além de outras ocupações, começaram a criar a cerâmica queimada no fogo, onde se foi desenvolvendo uma cultura regional muito distinta.

Tudo isto até que por aqui chegou a primeiro europeu, que foi Juan Ponce de Leon, por volta do ano de 1521, tornando-se imediatamente num território espanhol, como uma aldeia de pescadores e de salvamento, com uma pequena guarnição para sua defesa. “Cayo Hueso” foi o seu nome original em espanhol e as pessoas de língua espanhola ainda hoje usam este termo para se referir à ilha de Key West. Este nome significa literalmente “ilhota óssea”, mas na verdade é uma ilha baixa, com alguns recifes, dizendo-se hoje que a ilha estava coberta com os restos de ossos de habitantes nativos anteriores, que usavam a ilha como um cemitério comunal. Um pormenor importante é que esta ilha, naquele tempo, foi por muitos anos a Key (em inglês chave), portanto a chave ocidental, como um suprimento confiável de água.

Em 1763, quando a Grã-Bretanha assumiu o controle da Florida, a comunidade de espanhóis e nativos americanos que aqui viviam, foram transferidos para a aldeia ou porto de Havana, na ilha de Cuba, mas a Flórida retornou ao controle Espanhol 20 anos mais tarde, no entanto já não houve reassentamento oficial da ilha, pois informalmente esta foi usada pelos pescadores de Cuba, Britânicos e mais tarde os USA, após a sua independência, o que quer dizer que enquanto reivindicada a sua soberania pela Espanha, nenhuma outra nação exerceu o controlo sobre esta comunidade, por algum tempo.

Voltando ao tempo de hoje, também existe a parte moderna, já com centros comerciais, restaurantes e hotéis “temáticos”, onde nós, na nossa infinita ignorância, perguntámos o preço de uma dormida e, talvez por ser à última hora, sem marcação prévia, nos disseram que estavam superlotados, mas por sermos seniores e talvez “boas pessoas”, nos arranjariam um confortável quarto, pagando somente à volta quatro centenas de dólares por uma noite.

Companheiros, depois de terem a pachorra de lerem tudo isto, talvez já se estivessem esquecido se o pai Tónio sobreviveu, sim, sobreviveu e mais tarde veio aqui ver-nos, andou por Nova Iorque com a mesma boina na cabeça, viu a Broadway, foi ao cimo das torres gémeas, tirou fotos na Manhattan Bridge, comparou o rio Hudson ao rio Águeda, queria descalçar as botas, pois estava muito calor e queria refrescar-se. Entrando no lago que existe no Central Park, e apesar de levarmos as canas de pesca, não tivemos lá muita sorte na “pescaria”, e claro, da próxima vez que pensarmos em ir a Key West, vamos levar a caravana, pois derivado ao elevado preço que se pratica lá, viemos dormir à cidade de Miami, por os normais $69.99, com direito ao pequeno almoço.

Até qualquer dia, de novo em viagem.
Tony Borie, Novembro de 2015
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15340: Libertando-me (Tony Borié) (42): As Regras da Escola

Guiné 63/74 - P15369: Agenda cultural (436): 124.ª Tertúlia do Fim do Império, a levar a efeito no próximo dia 18 de Novembro de 2015, no Centro de Apoio Social - Oeiras (IASF), durante a qual serão apresentados dois livros e inaugurada uma exposição de fotografias sobre Timor (Manuel Barão da Cunha)

Em mensagem de hoje, 15 de Novembro de 2015, o nosso camarada Manuel Barão da Cunha, Coronel de Cav Ref, que foi CMDT da CCAV 704 / BCAV 705, Guiné, 1964/66, dá-nos conta da próxima tertúlia do Fim do Império, a levar a efeito já no próximo dia 18 de Novembro, no Centro de Apoio Social - Oeiras (IASF), durante a qual serão apresentados dois livros, um de sua autoria e outro da autoria do 1.º Sargento Tadeu de Almeida. 
Será ainda inaugurada uma exposição de fotografias de Vítor Cordeiro, sobre Timor, intitulada Expressões Lorosae.



14.º CICLO DAS TERTÚLIAS FIM DO IMPÉRIO

124.ª Tertúlia

Centro de Apoio Social - Oeiras (IASF)

Dia 17 de Novembro de 2015

1 - Lançamentos de 20.º livro Fim do Império, "Radiografia Militar e os Quatro DDDD?", de M. Barão da Cunha, com autor e Presidente da CMO (a confirmar);


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2 - Lançamento do 21.º livro, "Na Fronteira de Timor", do 1.º Sargento Tadeu de Almeida, com Coronel José Aparício e autor.


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3 - Inauguração da exposição fotográfica sobre Timor, de Eng. Vítor Cordeiro.

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Nota do editor

Último poste da série de 11 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15353: Agenda cultural (435): Lançamento do livro "O Fedelho Exuberante", da autoria do Mário Beja Santos, dia 18 de Novembro, pelas 18 horas, no Auditório do Museu da Farmácia, Rua Marechal Saldanha, n.º 1, ao Calhariz, em Lisboa

Guiné 63/74 - P15368: Parabéns a você (987): António Inverno, ex-Alf Mil Op Esp do BART 6522 e Pel Caç Nat 60 (Guiné, 1972/74); Orlando Pinela, ex-1.º Cabo Reabast Mat da CART 1614 (Guiné, 1966/68) e Pacífico dos Reis, Coronel Cav Ref, ex-Cap Cav, CMDT da CCAÇ 5 (Guiné, 1968/70)



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Nota do editor

Último poste da série de 14 de Novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15364: Parabéns a você (986): Maria Arminda Santos, ex-Tenente Enfermeira Paraquedista (1961/70); César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71) e Jacinto Cristina, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74)

sábado, 14 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15367: (De)caras (25): Fui, na manhã de 11/4/1968, de Sara Ganá em socorro a Cantacunda, com a minha secção do pelotão de morteiros e um pelotão da CART 1699... Quando chegámos, não havia nada nem ninguém, apenas o cadáver (mutilado) do bravo João Alves Aguiar, natural de Ponte de Lima, que tentou resistir ao ataque IN, de armas na mão (Carlos Valente, ex-1º cabo, Pel Mort 2005, Bafatá, 1968/69)


Foto nº 1



Foto nº 2


 Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Abril de 2006 > Regresso a Cantacunda: tabanca atual (foto nº 1), antigas instalações do pelotão (foto nº 2), estrada atual para Cantacunda (fotos nºs 3 e 4)


Fotos (e legendas): © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem de ontem do Carlos Valente, o nosso mais recente membro da Tabanca Grande (ex-1.º Cabo do Pel Mort 2005, Bafatá, 1968/69)

Assunto: ataque a Catacunda

Amigo Luís e Carlos, este recorte da notícia da fuga de Conacri...foi tirada do Primeiro de Janeiro, no dia a seguir que a notícia estalou na RTP e o sargento Lobato (piloto aviador) prestou declarações na TV (não me lembro quando foi isso, mas penso que se pode averiguar).




Título de caixa alta do Primeiro de Janeiro, de 29 ou 30 de novembro de 1970.
Cortesia do  Carlos Valente


Continuando com o tema do ataque a Catacunda [, de 10 para 11 de abril de 1968] (*) ...

Do nosso destacamento de Sare Gana, já bem entrada a noite, podíamos ouvir as explosões em Cantacunda, o qual indicava que a coisa estava séria. Com não podíamos abandonar o nosso destacamento de Sare Gana para dar apoio, saímos de manhã cedo para fazer um reconhecimento. 

Uma secção do meu Pelotão de Morteiros 2005, acompanhada por um pelotão da CART 1690, uns 45 homens, fomos os primeiros a chegar ao destacamento de Cantacunda. Quando chegamos, não havia ninguém, nem armamento nenhum. 

Demos uma volta ao destacamento, sem saber o que tinha acontecido ali, e encontramos a seguir o nosso camarada [João] Aguiar morto. Parece que ele durante o ataque foi um dos poucos que ofereceu resistência com metralhadora e com G3 desde o abrigo subterrâneo. Foi atingido por uma granada de mão atirada para dentro do abrigo. Mesmo ferido, o nosso camarada parece ter saído do subterrâneo. Foi então capturado e esfaqueado duas vezes dum lado, por baixo do braço. Queimaram-lhe a pera (barba) numa fogueira que os turras fizeram. Foi assim neste estado, com uma garrafa de cerveja na boca, que o encontramos. 

Mais tarde falava-se que dois dos nossos camaradas da CART 1690 foram levados feridos pelos turras e morreram pelo caminho.

Tomamos conta do destacamento e preparámo-nos para o pior, ate chegarem reforços. Aí ficamos instalados por duas semanas. Estávamos muito tensos e nervosos. Não pregávamos o olho durante toda a noite na expectativa de outro ataque, sem estarmos bem armados, sem morteiros e sem armamento pesado, só com G3. Finalmente, depois de duas semanas, chegou um pelotão de periquitos para tomar conta de Cantacunda.

Como e que que os "turras" conseguiram entrar no destacamento e levarem a malta?  (**) 

Comentava-se muita coisa, uma delas era que no dia do ataque a CART 1690 celebrava o primeiro aniversário de Guiné e tinha-se celebrado com umas cervejas. O pessoal estava descontraído e foram apanhados todos na caserna, sem terem tempo ou até nem estarem em condições para reagir ao ataque. Os turras estavam bem informados de tudo que se passava em todos os destacamentos, e os ataques em dias de celebrações era já um costume. Diz-se que o alferes do destacamento de Cantacunda não estava nessa noite. Que casualidade!

Dadas as precárias condições de quase todos os destacamentos (sem abrigos, alguns sem trincheiras, armamento pouco e pobre), por sorte ou destino, não ficamos lá todos porque o inimigo não quis. Sobrevivemos para contar o que passou.

Amigos, eu escrevo o que vi, ouvi e vivi, vocês vejam o que se pode e deve pô no blogue, cortem e corrijam o que vocês virem necessário. Tenho mais histórias, anedotas e fotos para outro dia.

Agradeço muito a vossa amabilidade e amizade, bem hajam. Parabéns pelo vosso trabalho. Nem que seja só em honra dos que ficaram nessas terras, dando a sua vida por uma causa justa ou não, vale a pena o que vocês estão a fazer.

Um grande abraço,
Carlos Valente


Guiné > Mapa geral da provcíncia (1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Geba, Sara Gana e Cantacunda, na zona leste

Infogravura Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 5 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P14972: (De)caras (24); o meu retrato, pintado em 1970 pelo Leão Lopes, do BENG 447 (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

(**) Vd. poste de 18 de maio de 2005 > Guiné 63/74 - P21: O ataque e assalto do IN ao destacamento de Cantacunda (1968) (Marques Lopes)

(...) Ataque a Catacunda. 10/11 de Abril de 1968. Desenrolar da acção:

"No dia 10 do corrente cerca das 00h00, o destacamento de Cantancunda foi atacado por numeroso grupo IN.

"Devido à hora a que o ataque foi realizado, a guarnição do destacamento encontrava-se quase toda a dormir na caserna. Devido à configuração do terreno (do lado Norte do destacamento existe uma floresta que dista, no máximo de 5 metros do arame farpado; do lado Poente essa floresta prolonga-se e verifica-se que havia 2 aberturas no arame farpado: uma que durante a noite era fechada com um cavalo de frisa, outra que devido às obras e construção da pista de aterragem se encontrava aberta; do lado Sul existia a tabanca cujas moranças confinavam com o arame farpado; do lado Nascente existe uma bolanha), e devido também à falta de iluminação exterior, o IN pôde aproximar-se do arame farpado sem ser detectado pelas sentinelas e abrir fogo com bazookas e lança rocketes sobre a caserna, tendo em seguida atacado pelos lados Norte, Poente e Sul: pelo lado Norte o IN atirou com troncos de árvores para cima do arame farpado tendo em seguida ultrapassado o mesmo; do lado Poente afastou o cavalo de frisa e penetrou por essa abertura, e pelo lado da pista; pelo lado Sul infiltrou-se pelas tabancas que queimou e em seguida penetrou no aquartelamento.

"Devido à simultaneidade com que os movimentos foram efectuados (os mesmos foram comandados do exterior por apitos), verificou-se que as NT não puderam atingir os abrigos e foram surpreendidos no meio da parada. Note-se, contudo, que alguns elementos das NT ainda conseguiram atingir os abrigos (por exemplo os 1°s. Cabos Esteves E Coutinho e os Soldados Areia e [João] Aguiar, tendo este último sido morto no local e os restantes conseguido escapar).

"Devido ao numeroso grupo IN não foi possível contudo organizar uma defesa eficaz pelo que as NT foram obrigadas a abandonar o destacamento. No entanto só 9 elementos é que conseguiram escapar, tendo 11 desaparecido (provavelmente feitos prisioneiros) e 1 morto.

"Possíveis causas do insucesso das NT:

- O poder de fogo do IN;

-O grande numero de elementos que constituíam o grupo IN;

-A violência com que o ataque foi desencadeado;

-A pontaria certeira do grupo IN, que acertou os primeiros disparos na caserna das NT;

-O comando eficaz do grupo IN;

-A falta de iluminação existente no destacamento;

-Possível insuficiência de abrigos;

-As proximidades da mata do arame farpado;

-As proximidades da tabanca do arame farpado;

-O reduzido efectivo das NT;

-Possível abrandamento das condições de segurança;

-Longa distância deste destacamento à Sede da Companhia (cerca de 50 kms)" (..:)

Comentários [AML]:

Posteriormente veio a saber-se, por declarações de alguns milícias e elementos da população civil detidos para averiguações, que o ataque teve a conivência do próprio Comandante da milícia e de elementos da população [local]. Todos os elementos que [o IN] precisava, tais como distâncias para colocar as armas pesadas, local da entrada no destacamento e vias de acesso ao mesmo, foram fornecidos por eles."

(...) O soldado Aguiar (João Alves Aguiar) foi o único que tentou resistir com a G3 à boca do abrigo e morreu, por isso. Onze foram capturados, entre eles o furriel que comandava o destacamento, o Vaz. Foram libertados, depois, aquando da tentativa de invasão na Guiné-Conakri (Operação Mar Verde). Menos o Armindo Correia Paulino e o Luís dos Santos Marques, que morreram lá de cólera. Apesar das péssimas condições e dos fracos efectivos, é evidente (e sei que foi assim, porque me contaram) que houve desleixo e facilitismo em excesso. Se não tivesse havido, não tenho dúvidas que as coisas não teriam sido tão fáceis para os atacantes.

(...) Militares retidos pelo IN (#)

Fur. Mil.  João N. Vaz
1º Cabo José S. Morais
1º Cabo  José M. M. Duarte
Soldado  Armindo C. Paulino (##)
Soldado  Francisco G. Silva
Soldado  Luís S.A. A. Vieira
Soldado  António A. Duarte
Soldado  José S. Teixeira
Soldado  Domingos N. Costa
Soldado  David N. G. Pedras
Soldado  Luís S. Marques (##)
Soldado  João C. Sousa

(#) O termo "retido pelo IN" era um eufemismo. O Governo Português não reconhecia o PAIGC como inimigo, face à convenção de Genebra. Oficialmente, não havia "prisioneiros".

(##) Morreram de cólera durante o cativeiro.

Guiné 63/74 - P15366: In Memoriam (239): O Rui morreu, custa a crer, é triste (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), com data de 12 de Novembro de 2015:

Morreu faz hoje um mês, subitamente, de enfarte do miocárdio.

Pais, irmãos, sobrinhos, primos, tios, amigos, colegas, clientes, vizinhos, todos ficaram incrédulos e tristes.
Centenas de pessoas estiveram presentes no seu funeral, numa homenagem, sentida e amargurada, a esse grande homem que parecia não ter defeitos que se lhe pudessem apontar. Sem defeitos de origem física, moral ou psicológica. Tinha até feito, havia pouco tempo, exames médicos que atestavam o seu bom estado de saúde.

Morte cruel, súbita, estúpida que rouba a vida de um homem de 48 anos em pleno uso de todas as suas faculdades físicas, mentais, intelectuais e profissionais. Morte bárbara e cega que ceifa a vida indiscriminadamente sem atender às qualidades humanas, de alguns que por serem seus portadores em tão grande número deviam ter direito a uma vida muito longa para as propagarem, pelo seu exemplo, entre toda a sociedade.

Amizade, altruísmo, bondade, simpatia, alegria, honra, dedicação, cordialidade, estas e outras boas qualidades, fazem parte do retrato desse amigo que partiu e que nos deixou a todos mais pobres, porque ele era o melhor de todos e fazia-nos acreditar que há homens bons e que o homem não é o lobo do homem, como disse o filósofo.

Não há um Deus único nem muitos deuses que possam justificar esta injustiça que a fragilidade da natureza humana prega mesmo aos melhores, aos mais virtuosos, aos mais santos dos homens. Um misto de incompreensão e revolta cresce no coração das mulheres e dos homens que o amaram e foram tantos.
Morre jovem aquele que os deuses amam, porquê? Será para satisfazer a sede de sangue e a crueldade dos deuses. Há homens que irradiam tal bem-estar e simpatia entre os seus semelhantes, que são como cometas que quando passam nos nossos céus derramam um halo luminoso que embora breve nos arrebata e ao mesmo tempo acalma tanto o nosso espírito. Para todos os que te choramos, resta-nos a felicidade de te termos conhecido e ter apreciado a harmonia e boa disposição que criavas com a tua presença, com o teu eterno sorriso, com a tua bonomia inata.

Muito obrigado pela lição de vida que nos deste! O respeito pelo luto e pela dor da família mais próxima obriga-me a ser discreto em divulgar dados biográficos sobre ele. Toda a família próxima ficou em estado de choque, como é de calcular. Para os pais a morte de um filho é um sofrimento enorme, talvez a maior provação humana, pois a ordem natural, comum a todos os seres vivos, que preserva os mais novos, e condena os mais velhos, é subvertida.
Numa primeira reacção todos os pais nesta situação, duvidam de todas as leis e da apregoada harmonia do universo, porque para eles a Terra começa a girar ao contrário.

Este acontecimento triste faz-nos também reflectir sobre a dor imensa que tiveram os pais dos nossos camaradas que morreram na Guiné, muitas vezes ao nosso lado. Na Ilíada, Príamo, rei de Tróia e pai de Heitor, ajoelha-se em lágrimas aos pés do grego Aquiles, seu inimigo, a reclamar o corpo do filho, morto por ele, em duelo, para lhe dar uma sepultura condigna.
Há sentimentos que são eternos e universais.

O Rui morreu num dia aziago, 9 de Outubro de 2015, e deu-se conta do perigo iminente que corria. Era um veterinário, além de bom profissional muito sensível. Sei que chorou quando há alguns meses lhe morreu um cão já muito velho. Pertencia a uma família socialmente muito respeitada pelas suas qualidades morais e humanas. O pai dele, formado em economia, foi nosso camarada, como capitão miliciano, na administração militar, em Moçambique, onde o Rui e mais dois irmãos, ainda meninos estiveram na companhia dos pais.

Deixou viúva uma jovem senhora. A palavra camarada, todos vós o sabeis, reúne em si muitos predicados, amizade, lealdade, confiança e outros.

Meus caros camaradas deixai que partilhe convosco a morte deste amigo, que para mim foi também um grande camarada.
O Rui morreu, custa a crer, é triste.
Até sempre camarada!

Um abraço.
Francisco Baptista
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de agosto de 2015 Guiné 63/74 - P15057: In Memoriam (238): Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (1947-2015), ex-1º cabo escriturário da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). O funeral é amanhã, às 10h20, em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia... (Fernando Andrade de Sousa, Trofa / José Fernando Almeida, Óbidos)

Guiné 63/74 - P15365: Blogpoesia (424): Uma hecatombe virá... (Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf)

1. Em mensagem de hoje, 14 de Novembro, o nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66), enviou-nos um poema alusivo aos trágicos acontecimentos de ontem em Paris.


Uma hecatombe virá…

A hora soou. 
Explodiu em Paris.
Arrasou a esperança na paz
Que cobria este mundo.
Uma bomba satânica,
Em nome de Alá!…
Explodiu sangrenta e mortal.
Ameaça alastrar.

Não há reflexões a fazer.
A fantasia acabou.
Agora é a valer.
O domínio total
É o que eles pretendem.
Sem bombas atómicas.

Se não se lhes fecham as portas,
Enquanto há tempo…

Ontem, Paris.
Amanhã… numa aldeia remota
No nosso País,
À beira da porta.

É hora de darmos as mãos,
Em nome da esperança e da paz!...

Berlim, 14 de Novembro de 2015
8h3m
Ouvindo “Claire de Lune”

O sol está raiar
Joaquim Luís Mendes Gomes

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Nota do editor

Último poste da série de 4 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15326: Blogpoesia (423): E é esta a História de Portugal (Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659)

Guiné 63/74 - P15364: Parabéns a você (986): Maria Arminda Santos, ex-Tenente Enfermeira Paraquedista (1961/70); César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71) e Jacinto Cristina, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74)



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Nota do editor

Último poste da série de 13 de Novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15358: Parabéns a você (985): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil Art da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15363: Estórias avulsas (84): Até ao baptismo nas colunas em picadas de terra vermelha ainda fiz de mestre de obras (António Santos Dias, ex-Fur Mil)

1. Mensagem do nosso camarada António Santos Dias (ex-Fur Mil da CTransp 9040/72, Bissau, 1974), com data de 2 de Agosto de 2015:

Camarada Vinhal:
Saúde para todos os TABANQUEIROS, é o meu desejo.

Dando continuação ao meu modesto contributo para a nossa Tabanca:
Fui, como já escrevi na minha apresentação, em rendição individual para a Companhia de Transportes 9040/72, substituindo o camarada Furriel Miliciano José Manuel Tojo, ferido mortalmente no dia 10/12/1973 numa emboscada a uma coluna de Comandos Africanos na zona de Mamboncó1.

Embarquei no voo da FAP na madrugada do dia 16/3/1974, horas antes da revolta das Caldas, em que foi interveniente activo o Tenente Varela, meu Comandante de Companhia na minha estreia na tropa em Abril de1973 no RI 5.

Chegado a Bissalanca e depois das praxes habituais, sou transportado até Brá, onde passei uns dias até ser colocado perto do QG na minha Companhia.

Até ao baptismo nas colunas em picadas de terra vermelha ainda fiz de mestre de obras e também responsável por fazer as escalas das carrinhas militares que circulavam entre a cidade e a Base Aérea/Aeroporto. Dava também ajuda nas inquirições em autos da PJM e com isso a possibilidade de ter acesso a documentos que normalmente estavam em arquivo, e foi aí que li o relatório e soube o destino trágico do meu antecessor.

E chegou o dia do baptismo com toda a trabalheira que a preparação de uma coluna a isso obrigava que começava com a ida ao QG, à Chefia do Serviço de Transportes, receber a guia de marcha em envelope fechado com o destino OLOSSATO que a mim nada dizia mas aos condutores era zona que não agradava.

 
O itinerário a partir de Bissau até ao Olossato cumpria-se por Safim, Nhacra, Mansoa, Bissorã e finalmente Olossato.

Precisando de 10 viaturas e tendo só 8 Berliets disponíveis, lá vou a primeira vez ao cais para requisitar 2 viaturas civis, o que me fazia lembrar o rio Mondego ao lado da estação da CP em Coimbra onde se alugavam viaturas para transporte de mercadorias, etc.

Viaturas alinhadas e em marcha em direcção aos diferentes locais de carregamento, Casa Gouveia, ou paiol ou cais nos Serviços de Intendência, carregando na viatura G 4567 do Sr. Sané, que estou a reler, 67 sacos de arroz de importação e 4 sacos de açúcar branco e, na G 4343 do Sr. José Sambu, Água Luso - 4 cx, rações combate - 10 cx, vinho - 3 bidons, aguardente - 5 garrafões, tabaco SG - 3 cx, sabonetes Rexina - 1 cx, leite em pó 2,5 - 6 cx, bacalhau liofax - 4cx... e por aí continuava.

Isto é um exemplo real que guardo há 41 anos e que de vez em quando gosto de folhear.
Brevemente enviarei exemplares de papéis/docs que guardo

António Santos Dias
Mealhada
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Nota do editor

1 - De acordo com a Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), 8.º Volume, Mortos em Campanha, Tomo II, Guiné - Livro 2,  no dia 10 de Dezembro de 1973, morreram numa emboscada a uma coluna, na zona de Mamboncó, os seguintes militares:

- 1.º Cabo Atirados António Gonçalves Amaral da CART 3567
- Fur Grad Comando Bacar Sissé da 1.ª CComandos
- Soldado Cond Auto Rodas Carlos Manuel Matos Faustino da CTransp 9040/72
- Fur Mil José Fernando de Jesus Costa da CART 3567
- Fur Mil STR José Manuel Neves Tojo da CTransp 9040/72
- Soldado Comando Sabana Fonhá da 1.ª CComandos
- Soldado Comando Sori Baldé da 1.ª CComandos

De notar que no mesmo local, 2 anos e 4 dias antes, também numa emboscada a uma coluna auto, a CART 2732 viu morrer dois dos seus valorosos militares, tendo ainda ficado feridos, com mais ou menos gravidade, outros 28.

OBS: - As minhas desculpas ao camarada Dias por ter atrasado tanto a publicação desta sua mensagem, sem justificação plausível. Esperamos continuar a merecer a sua atenção como leitor e colaborador.

CV
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Nota do editor 18 de setembro de 2015 Guiné 63/74 - P15126: Estórias avulsas (83): Um velório no início da Comissão (José Vargues, ex-1.º Cabo escriturário)

Guiné 63/74 - P15362: (In)citações (78): A cultura cívica é um bem precioso que nenhuma Nação se pode dar ao luxo de espezinhar (José da Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 3 de Novembro de 2015:

Carlos Vinhal, amigos e camaradas
Este pequeno trabalho que agora trago à vossa consideração tem uma única intenção: alertar os cidadãos de bem, cumprindo ou não cargos institucionais, para o cuidado a terem com aquelas coisas que mexem com a sensibilidade das pessoas, pelo menos de algumas.

A cultura cívica é um bem precioso que nenhuma Nação se pode dar ao luxo de espezinhar. A cidadania assume-se com a prática de bons exemplos e uma responsabilização que cabe a todos nós.

Quo Vadis cidadania?

Na cidade da Horta, Ilha do Faial, na Avenida Marginal, há um monumento de homenagem aos faialenses que tombaram ao serviço da Pátria, na Guerra do Ultramar.
Nas lápides frias daquele monumento estão estampados os nomes daqueles que foram nossos colegas nas escola primárias, nos liceus, nos clubes de futebol, amigos do dia a dia, camaradas que o foram no serviço militar.

No Dia de Portugal prestei a minha homenagem aos Combatentes Faialenses falecidos na Guerra do Ultramar

Em plena Semana do Mar o perímetro envolvente ao monumento foi transformado num sítio de negócio e num caixote de lixo. Numa avenida daquela dimensão, nada justifica tamanha afronta cívica. Aquele local não é sagrado, mas deveria merecer o maior respeito de todos os residentes da Ilha do Faial e das autoridades que comandam os destinos do concelho faialense.

A empresa de telecomunicações, certamente que autorizada, em serviço ou não da Festa do Mar, montou a sua barraca em frente ao Monumento de Homenagem aos Mortos da Guerra do Ultramar do concelho faialense.

O recinto do Monumento também serviu para o depósito de lixos da festa da Semana do Mar 2015

Um aspecto do Monumento aos Mortos do Ultramar, na cidade da Horta, encoberto pela barraca da empresa de telecomunicações.

Não acuso, mas calar é consentir.
Deixem que a minha alma chore…
JC
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Notas do editor:

- Negritos da responsabilidade do editor
- O editor apagou propositadamente a referência publicitária à empresa "dona" destas tendas.

Último poste da série de 8 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15339: (In)citações (77): "O boato fere como uma lâmina", lia-se em cartazes nos corredores da Máfrica... Qual teriam sido, camaradas, os maiores boatos que ouvimos durante as nossas comissões ? (Vasco Pires, ex-alf mil art, cmdt do 23º Pel Art , Gadamael, 1970/72; bairradino na diáspora lusitana do Brasil

Guiné 63/74 - P15361: Recortes de imprensa (77): Recensão ao livro "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores Durante a I República", da autoria do Professor Carlos Cordeiro, por Santos Narciso, incluída em Leituras do Atlântico, no Jornal Atlântico Expresso

1. Alertados pelo nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), aqui reproduzimos, com a devida vénia, uma recensão assinada por Santos Narciso, ao livro "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores Durante a I República", da autoria do nosso amigo tertuliano e combatente em Angola, Carlos Cordeiro, incluída na rubrica Leituras do Atlântico, do Jornal Atlântico Expresso, de 2 de Novembro de 2015.



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Nota do editor

Último poste da série de 25 de outubro de 2015 Guiné 63/74 - P15286: Recortes de imprensa (76): a AMFAP (Associação dos ex-Militares das Forças Armadas Portuguesas) ainda existe (e reivindica), segundo notícia recente da Agência de Notícias da Guiné

Guiné 63/74 - P15360: A minha CCAÇ 12 - Anexos (V): Punições, louvores, mortos e feridos, ao tempo do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72): éramos todos iguais, mas uns mais do que outros... A crueza dos números



 No cômputo das baixas, louvores e punições não se inclui a situação relativa ao período de julho de 1969 a maio de 1970, quando a companhia esteve ao serviço do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). Nesse período teve, por exemplo, diversas baixas (incluindo um morto, o sold at Iero Jaló, nº mec. 812117869, o primeiro morto em combate, da CCAÇ 12, em 8/9/1969, no meu batismo de fogo) que não são contabilizadas aqui.  (Dados recolhidos e tratados por LG)


Um grupo da CCAÇ 12 em operações no mato.
Foto de Arlindo Roda (2010)
1. É impressionante o nº de praças, da CCAÇ 12,  do recrutamento local, punidas ao tempo do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72). seis vezes mais do que os seus camaradas da metrópole (Quadro  I)...

Embora representassem 64% % do pessoal, os meus camaradas guineenses da CCAÇ 12 tiveram proporcionalmente mais mortos, mais feridos e mais punições,  ao tempo do BART 2917...  Em contrapartida, receberam muito menos louvores do que os metropolitanos: apenas 8, num total de 27, sendo esperado que recebessem o dobro (17)...

Parece haver aqui um problema de equidade (ou seja, de igualdade de oportunidades)... É verdade que os militares do recrutamento local eram todos praças, ainda para mais de 2ª classe (!), e praticamente todos operacionais (*)...

Os graduados (capitão, alferes, sargentos e 1ºs cabos, de origem metropolitana) que enquadravam os 4 grupos de combate não ultrapassavam os 25, havendo secções sem sargento: dois do quadro, ficaram com funções de secretaria... Depois havia ainda os condutores auto, os operadores de transmissões e os cabos auxiliares de enfermagem (outros 25),  que também alinhavam na atividade operacional (, os condutores mais concretamente nas colunas logísticas; era sold cond auto o único metropolitano morto em combate no meu tempo, em 13/1/1971, em Nhabijões, . o Manuel Costa Soares)... Os restantes 25 eram pessoal de apoio. Total: 75 efetivos.

Todos as praças especialistas (,do cozinheiro ao corneteiro, do radioteleghrafista ao mecânico auto, do escriturário ao corneteiro, do cripto ao quarteleiro) eram, inicialmente (pelo menos no meu tempo, 1969/71), de origem metropolitana... A companhia foi-se entretanto renovando e "africanizando", até para compensar o nº elevado de baixas...

Verifico que, depois do meu regresso à metrópole (em março de 1971), houve complementos e recomplementos de pessoal africano (vd. ponto 6): por exemplo, no meu tempo não existiam nºs mecanográficos começados por 820, todas as praças do recrutamento local da CCAÇ 12 tinham nºs mecanográficos  começados por 821...

Nas listas abaixo, constato haver já mais primeiros cabos atiradores (além de soldados), do recrutamento local, oriundos provavelmnete de outras subunidades (talvez Pel Caç Nat, como o 54, 53, o 52, o 63...). Em finais de 1971 o nº total de praças guineenses ultrapa já a centena (n=105). (Infelizmente não tenho nenhuma lista nominal do pessoal dessa época) (Vd. ponto 6).

2. Delideradamente, omitimos os nomes dos 5 (cinco) graduados, especialistas e praças metropolitanas, que foram punidos no tempo do BART 2917 (1970/72). (Queremos, naturalmente, preservar a sua identidade; estão vivos e alguns são nossos leitores)...

1 alferes mil at (punido em 17/7/71 c/ 20 D/ PDA pelo Com-chefe);
1 fur nil at (punido em 7/5/71 c/ 08 D/D pelo cmdt do Dep Adidos);
1 primeiro cabo atirador (punido em 5/6/71 c/ 10 D/D pelo cmdt do BART 2917);
1 primeiro cabo atirador (punido em 17/4/71 c/ 10 D/D  pelo cmdt do BART 2917).
1 soldado atirador (punido em 28/12/70 c/ 10 D/PD pelo cmdt do BART 2917);

Em relação aos nossos camaradas guineenses,  publico excecionalmente os seus nomes, muitos deles já morreram, mas faço questão de honrar a sua memória... Não conheço (nem me interessa) a matéria factual que terá sido invocada para os punir, tanto a uns como a outros...A lista é publicada, excecionalmente, a título meramente informativo e didático.

Punições ao tempo ao tempo do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72): pessoal do recrutamento local (23) (sendo 7 punidos duas vezes), pelo que o total das punições das praças guineenses é de 30...

Recorde-se que em fevereiro de 1971 passou a comandar o BART 2917 o tenente coronel de Inf JOÃO POLIDORO MONTEIRO, nº mec. 51383111, já falecido, considerado um spinolista, disciplinado e disciplinador... O 2º cmdt continuou a ser  o major art  JOSÉ ANTÓNIO ANJOS DE CARVALHO,  e o adjunto o major art JORGE VIEIRA DE BARROS E BASTOS.


CCAÇ 12 > PRAÇAS (23 guineenses, 30 punições)

ADELINO COSTA FERREIRA SILVA,  1º Cabo Atirador nº mec. 82086569

- Em 06.10.71 foi punido c/ 10 dias de de detenção (D/D) pelo cmdt da CCAÇ 12.

AMADU TURÉ, Soldado Atirador nº mec, 82117369

- Em 08.06.71 foi punido c/ 15 dias de prisão disciplinar (D/PD) pelo cmdt do BART 2917.

ANDRÉ AQUILINO PINA, 1º Cabo Atirador nº mec. 82091469

- Em 17.10.71 foi punido c/ 06 D/D  pelo cmdt do DEP ADIDOS;

- Em 03.12.71 foi punido c/ 10 D/D  pelo 2º cmdt do BART 2917.

ANTÓNIO PEREIRA, Soldado Atirador nºmec, 82100371

- Em 15.10.71 foi punido c/ 20 dias de prisão disciplinar agravada (D/PDA) pelo  cmdt do BART 2917.

CHERNO BALDÉ, Soldado Atirador nº mec. 82109669

- Em 02.02.72 foi punido c/ 05  D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

CUTAEL BALDÉ Soldado Atirador nº mec. 82108669

- Em 27.09.71 foi punido c/ 08 D/D  pelo cmdt do BART 2917.

INÁCIO MANUEL RODRIGUES Soldado Atirador, nº mec. 82072969

- Em 03.02.72 foi punido c/ 15 D/PD  pelo cmdt do BART 2917.

JOÃO CORREIA DIAS GERÁ Soldado Atirador nº mec. 82129070

- Em 22.06.71 foi punido c/ 08 D/D pelo cmdt do BART 2917;

- Em 22.12.71 foi punido c/ 10 D/PD pelo cmdt  do BART 2917.

LUÍS ALBERTO CORREIA BARBOSA Soldado Atirador nº mec. 82077869

- Em 08.04.71 foi punido c/ 30 D/PD  pelo cmdt  do BART 2917;

- Em 06.07.71 foi punido c/ 20 D/PDA  pelo cmdt do BART 2917.

MAMADU BALDÉ Soldado Atirador nº mec. 82116569

- Em 08.06.71 foi punido c/ 15 D/PD pelo cmdt do BART 2917.

MIGUEL TOTALA BALDÉ Soldado Atirador, nº mec. 82008769

- Em 25.11.70 foi punido c/ 10 D/PD  pelo cmdt do BART 2917.

MUTARO BALDÉ Soldado Atirador nº mec.  82001568

- Em 05.10.71 foi punido c/ 05 D/D  pelo cmdt da CCAÇ 12.

SAILO SEIDI Soldado Atirador nº mec. 82106769

- Em 07.06.71 foi punido c/ 05 D/D  pelo cmdt BART 2917.

SAJO BALDÉ Soldado Atirador nº mec 82106069

- Em 18.02.72 foi punido c/ 20 D/PD  pelo cmdt do BART 2917.

SAMBA BALDÉ Soldado Atirador  nº mec. 82110969

- Em 07.06.71 foi punido c/ 08 D/D pelo cmdt  da CCAÇ 12;

- Em 22.06.71 foi punido c/ 10 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

SAMBA JAU 1º Cabo Atirador nº mec. 82061269

- Em 07.06.71 foi punido c/ 05 D/D pelo cmdt do BART 2917.

SANUCHI SANHÁ Soldado Atirador nº mec. 82109469

- Em 22.06.71 foi punido c/ 10 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

SHERIFO BALDÉ Soldado Atirador nº mec. 82109769

- Em 07.06.71 foi punido c/ 08 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

- Em 03.02.72 foi punido c/ 20 D/PDA  pelo cmdt do BART 2917.

SITAFÁ BALDÉ 1º Cabo Atirador  nº mec. 82034669

- Em 27.07.71 foi punido c/ 10 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

SORI BALDÉ Soldado Atirador nº mec. 82111069

- Em 08.06.71 foi punido c/ 15 D/PD pelo cmdt do BART 2917.

UMARO BALDÉ 1º Cabo Atirador nº mec. 82053467

- Em 05.06.71 foi punido c/ 05 D/D pelo cmdt do BART 2917.

- Em 22.06.71 foi punido c/ 10 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

USSUMANE JALÓ Soldado Atirador nº mec. 82115369

- Em 07.06.71 foi punido c/ 08 D/D pelo cmdt da CCAÇ 12.

VITOR SANTOS SAMPAIO Soldado Atirador nº mec. 82106369

- Em 17.10.70 foi punido c/ 10 D/D  pelo cmdt da CCAÇ 12.

- Em 17.04.71 foi punido c/ 10 D/D  pelo cmdt da CCAÇ 12.


3. Em contrapartida, veja-se aqui o "preço de sangue" pago pelos bravos da CCAÇ 12 ao tempo do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72):



CCAÇ 12 > Mortos em combate (1 metropolitano e 2 guineenses)

MANUEL  DA COSTA SOARES Soldado Condutor nº mec 4853968 

- Morto em 13/01/71 no rebentamento de uma mina anti-carro no Destacamento de NHABIJÕES; sepultado em Oliveira de Azeméis.

USSUMANE SISSÉ Soldado Atirador nº mec 8210766

- Morto em 05/05/71 na Operação “TRIÂNGULO VERMELHO”; sepultado em Bambadinca.

CHEVAL BALDÉ Soldado Atirador  nº mec 82118869 

- Morto em 01/06/71 na Operação “TORDO VERMELHO”; sepultado em Bafatá.


CCAÇ 12  > Mortos por outras causas (2 guineenses)

ANTÓNIO MANJOR GOMES  Soldado Atirador
- Morto por acidente em 12/11/71; sepultado em Bijagós.

BUCAR BALDÉ 1º Cabo Atirador 

- Morto por doença em 04/07/71; sepultado em Bambadinca.


CCAÇ 12 > Feridos (6 metropolitanos e 37 guineenses)


 JOSÉ ANTÓNIO GONÇALVES RODRIGUES Alferes Mil. de Cav nº mec. 10548668 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

ANTÓNIO FERNANDO RODRIGUES MARQUES Furriel Mil. Atirador  nº mec. 13951567 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

FLORINDO GONÇALVES COSTA Alferes Mil Atirador 

JOAQUIM MARQUES FERNANDES  Furriel Mil. Atirador  nº mec. 15265768 

- Ferido em 13/01/71 no rebentamento de uma mina anti-carro no Destacamento de NHABIJÕES.

ADULAI BALDÉ Soldado Atirador  nº mec. 82117069 

ALFA BALDÉ Soldado Arv. Atirador  nº mec. 82100069 

AMADÚ CAMARÁ Soldado Atirador  nº mec. 82117669 

AMADÚ TURÉ Soldado Atirador  nº mec. 82117369 

ARMINDO REIS PIRES 1º Cabo Atirador  nº mec. 82042169 

ARUMA BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec. 82103269 

BACARDENA BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec. 82153771 

CABI NAFAMBA Carregador  Assalariado 

CHERNO BALDÉ Soldado Atirador  nº mec. 82115269 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

DEMBA JAU Soldado Atirador  nº mec. 82115169 

IERO JUMA CAMARÁ Soldado Atirador  nº mec. 82116469 

JOSÉ CARLOS SULEIMANE BALDÉ 1º Cabo Atirador  nº mec. 82115569 

JOSÉ GARCIA PEREIRA Soldado de TRMS nº mec.  06833469 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

JOSÉ MARIA DAYES Soldado Atirador nº mec. 82179370 

JOSÉ MATIAS G BARROS Soldado Atirador  nº mec. 82129769 

MALAN JAU Soldado Atirador  nº mec. 82109369 

MALAN NANQUI  Soldado Atirador  nº mec. 82109969 

MAMADU BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec. 82119069 

MAMADU COLUBALI  Soldado Atirador  nº mec.  82116569 

MAMADÚ JALÓ  Soldado Atirador  nº mec.  82117969 

MAMADU JAU  Soldado Atirador  nº mec.  82108369 

MANUEL GONÇALVES ALVES 1º Cabo Atirador nº mec. 09983370 

MAURO BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82108969 

MUSSA SEIDI  Soldado Atirador  nº mec.  82118669 

QUECUTA COLUBAL  Soldado Atirador  nº mec.  82118369 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

SAIDO SEIDI  1º Cabo Atirador  nº mec. 82015469 

SAJO CANDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82107069 

SAJUMA JALÓ  Soldado Atirador  nº mec.  82116069 

SAMBA JAU  Soldado Atirador  nº mec.  82106869
 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

SAMBA SÓ Soldado Arv Atirador .  nº mec. 82115469 

SANA CAMARÁ  Soldado Atirador  nº mec.  82119069 

SHERIFO BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82115669 

- Ferido em 13/01/71 no accionamento de uma mina A/C junto ao Destacamento de NHABIJÕES.

SIDI JALÓ  Soldado Atirador  nº mec.  82116369 

SULEIMANE BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82042966 

SULEIMANE BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82110269 

SULEIMANE SEIDI 1º Cabo Atirador  nº mec. 82112964 

TENEN BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82115769 

- Ferido em 13/01/71 no rebentamento de uma mina anti-carro no Destacamento de NHABIJÕES.

TOTALA BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82108769 

USSUMANE BALDÉ  Soldado Atirador  nº mec.  82117169


4. E, por fim, veja-se a proporção de militares da CCAÇ 12, do recrutamento local, que foram objeto de louvor, ao tempo do BART 2917, por comparação com o pessoal metropolitano: 19 e 8, respetivamente... E dos 19 três eram oficiais e cinco sargentos...


CCAÇ 12 > Louvores 

OFICIAIS (3)

CARLOS ALBERTO MACHADO BRITO Cap Inf, cmdt da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 nº mec. 50156311

- LOUVOR do BRIGADEIRO CMDT-MILITAR do CTIG em 01.06.71.

ABEL MARIA RODRIGUES Alferes Mil Atirador nº mec. 01006868
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 13.03.71.

FRANCISCO MAGALHÃES MOREIRA Alferes Mil Op Especiais nº mec. 00928568

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 12.03.71.

SARGENTOS (5)

JOSÉ MANUEL ROSADO PIÇA 2º Sarg. de Inf nº mec. 50349011

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 11.03.71.

ANTÓNIO FERNANDO R MARQUES Furriel Mil. Atirador nº mec. 11941567

- LOUVOR do COR do CAOP 2 em 04.05.71.

HUMBERTO SIMÕES REIS Furriel Mil Op Especiais nº mec. 05293067


- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 08.03.71.

JOSÉ LUÍS VIEIRA SOUSA Furriel Mil nº mec. 06759968

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 25.02.71.

LUÍS MANUEL GRAÇA HENRIQUES Furriel Mil. Arm Pesadas nº mec. 13151468

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 25.02.71.

O fur mil Henriques [Luís Graça], o 1º cabo J. C.
Suleimane Baldé  e o sold ap mort 60 Umarú Baldé
(já falecido),, pertencentes à â ª seccção do 4º Gr Comb
da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca,
julho de 1969/ março de 1971)
PRAÇAS (11 metropolitanos e 8 guineenses)


ABIBO JAU Soldado Atirador nº mec. 82107469
- LOUVOR do GENERAL CMDT-CHEFE em 16.04.71. [Será mais tarde, depois da independência, fuzilado pelo PAIGC, jem Madina Colhido, untamente com o ten grad 'cmd' Abdulai Jamanca, cmdt da CCAÇ 21]

ABÍLIO SOARES 1º Cabo Atirador nº mec. 18998168
- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 02.03.71.

ANSUMANE BALDÉ Soldado Atirador nº mec.82117869

- LOUVOR do GENERAL CMDT-CHEFE em 16.04.71.

ANTÓNIO JOSÉ DAMAS MURTA 1º Cabo Op Cripto nº mec. 08069668
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 08.03.71.

BRAIMA JALÓ Soldado Atirador nº mec. 82107769

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 01.03.71.

CARLOS ALBERTO ALVES GALVÃO 1º Cabo Atirador nº mec. 02920168

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 24.02.71.

CARLOS ALBERTO M SIMÕES 1º Cabo nº mec. 06803070

- LOUVOR do CMDT da CCS/BART 2917 em 23.02.72.

EDUARDO VERÍSSIMO SOUSA TAVARES 1º Cabo Escriturário nº mec. 12951468
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 13.03.71.

FERNANDO ANDRADE SOUSA 1º Cabo Atirador nº mec. 05762767

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 01.03.71.

GABRIEL SILVA GONÇALVES 1º Cabo Op. Cripto
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 08.03.71.

JOÃO FERNANDO R SILVA Soldado Básico nº mec. 09877768

- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 08.03.71.

JOSÉ MANUEL PIMENTA QUADRADO 1º Cabo Ap. Ar. Pesadas nº mec. 18490968
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 08.03.71.

MAMADU BALÓ Soldado Arv. Atirador nº mec. 82107169

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 01.03.71.

MANUEL ALBERTO FARIA BRANCO 1º Cabo Atirador nº mec. 18880368
- LOUVOR do CMDT da CCAÇ 12 em 23.02.71.

MANUEL MONTEIRO O VALENTE 1º Cabo Ap. Dilagramas nº mec. 17765068

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 08.03.71.

SAJO BALDÉ Soldado Arv. Atirador nº mec. 82108469

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 01.03.71.

SAJUMA JALÓ Soldado Atirador nº mec. 82116069

- LOUVOR do GENERAL CMDT-CHEFE em 16.04.71.

SAMBA SÓ Soldado Atirador nº mec. 82115469

- LOUVOR do CMDT do BART 2917 em 24.02.71.

SUCUBA EMBALÓ Soldado Atirador nº mec. 82030363

- LOUVOR do CMDT da CCS/BART 2917 em 03.02.72.


Fonte: Adapt. de História do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)


5. Os nomes com links (10) são de membros da nossa Tabanca Grande. No meu tempo (1969/71) a composição da CCAÇ 12 era a seguinte: cerca de 75 graduados e praças especialistas, de origem metropolitana (45,4%); e 90 praças, oriundos do recrutamento local (54,6%) (Quadro I).

Só havia, na altura, um 1º cabo guineense, o José Carlos Suleimane Baldé, que tinha o exame da 3ª ou 4ª classe,  E, se bem me recordo, eram todos fulas, dos regulados de Badora e Cossé, com exceção de 2 mandingas e 1 mancanhe, de Bissau, o Vitor Santos Sampaio, valente mas muito reguila... (Ao Vitor, só lhe conheci um momento de "fraqueza" (?), no decurso da Op Abencerragem Candente, em 26/11/1970, vai fazer agora 45 anos...  O Vítor recusou-se a acompanhar-me  à cabeça das NT que tinham acabado de sofrer uma tremenda emboscada (CART 2715 e CCAÇ 12); era preciso  resgatar 6 mortos e socorrer 9 feridos graves;  ainda hoje recordo a desculpa que ele me deu: "pessoal africano só ganhava 600 pesos" e as baixas mortais...  eram todas de "tugas", com exceção do novo guia e picador, o Seco Camará)...

O Vítor pertencia ao 1º Gr Combate e eu estava no 4º (, não tinha pelotão certo)... Terá sido o único gesto de "cobardia" (?) que testemunhei em 22 meses de comissão, na CCAÇ 12,,, Mas quem sou eu para julgar os meus camaradas guineenses ? Infelizmente, já não deve ser vivo, o Vitor Santos Sampaio, o único mancanhe que conheci...  (80% a 90% destes meus camaradas guineenses já morreram)... Quem poderia falar dele, seria o seu antigo comandante de pelotão, o Francisco Magalhães Moreira, alf mil op espec, mas infelizmente ele não deve conhecer sequer o nosso blogue...


6. Complementos (11) e recomplementos  (5) da CCAÇ 12 (ao tempo do BART 2917), entre junho e dezembro de 1971

JUNHO DE 1971

COMPLEMENTOS

 - Soldado Ap. Morteiro AMADÚ BALDÉ 82116671

- Soldado Ap Metralh. E/C SANTOS SAMA BALDÉ 82051771

- Soldado Atirador E/C MAMADÚ CANDÉ 82054171

- Soldado Atirador IDRISSA BALDÉ 82134071

- Soldado Atirador MAMA DJAM 82135370

- Soldado Atirador BACARDENA BALDÉ 82153770


AGOSTO DE 1971

COMPLEMENTOS

 - Soldado Básico MAMADU JALÓ 82001571

- Soldado Corneteiro MUTARO BALDÉ 82001568

SETEMBRO DE 1971

COMPLEMENTOS

- Soldado Condutor CURAEL DJAU 82052366

NOVEMBRO DE 1971

COMPLEMENTOS

 - Soldado Ap. Morteiro BABAGALE BALDÉ 82025769

RECOMPLEMENTOS

 - Furriel Miliciano Atirador ALCINO JOSÉ SOARES

- Soldado Ap. Metralh. SUMAI SILÁ 82174171

DEZEMBRO DE 1971

COMPLEMENTOS

 - 1º Cabo Aux. Enfermagem ALCIDES COSTA 13610771

RECOMPLEMENTOS

 - Soldado Transmissões JOÃO ADULAI CANDÉ 82099871

- Soldado Transmissões ARMANDO MANHÓ EMBALÓ 82000271 

- Soldado Atirador ADUL JALÓ 82054271



A ficha-resumo da CCAÇ 12, constante no Arquivo Histórico Militar... Entre 1969 e 1974, a CCAÇ 12 teve cinco capitães... E conheceu 4 batalhões, BCAÇ 2852 (1968/70), BART 2917 (1970/72), BART 3873 (1972//4) e BCAÇ 4616/73 (1974).

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Notas do editor;



1º Gr Comb

Comandante Alf Mil Op Esp 00928568 Francisco Magalhães Moreira

1ª secção

1º Cabo 8490968 José Manuel P Quadrado (Ap dilagrama)
Soldado Arvorado 82107469 Abibo Jau (F) [, dado como fuzilado depois da independência]
Soldado 82105869 Demba Jau (F)
Sold 82107769 Braima Jaló (Ap LGFog 8,9) (FF)
Sold 82106069 Sajo Baldé (Mun LGFog 8,9) (FF)
Sold 82106869 Suleimane Djopo (Ap Dilagrama) (FF)
Sold 82105469 Baiel Buaró (F)
Sold 82106269 Mamadu Será (FF)

2ª Secção

Fur Mil 04757168 Joaquim João dos Santos Pina [, natural de Silves, onde ainda hoje vive]
1º Cabo 17765068 Manuel Monteiro Valente (Ap Dilagrama)
Soldado Arvorado 82106369 Vitor Santos Sampaio (Mancanhe)
Soldado 82106469 Mamadu Au (Ap Metr Lig HK 21)
Sold 82105969 Samba Camará (Mun Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82105269 Sherifo Baldé
Sold 82106669 Mussa Bari (FF)
Sold 82106969 Mamadu Jau (F)
Sold 82105369 Mamadu Silá (Ap LGFog 3,7) (F)
Sold 82107669 Ussumane Sisse (Mun LGFog 3,7) (M)

3ª Secção

Fur Mil 19904168 António Manuel Martins Branquinho [, reformado da Segurança Social, Évora, já falecido]
1º Cabo 18998168 Abílio Soares [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82107169 Mamadu Baló (F)
Soldado 82106569 Mustafá Colubalii (Ap Mort 60) )(FF)
Sold 82106169 Sana Camará (Mun Mort 60) (FF)
Sold 82105669 Amadu Baldé (FF) [, mais tarde da CCAÇ 21, poderá ter sido fuzilado após a independência]
Sold 82106169 Saico Seide(F)
Sold 82107569 Gale Jaló (FF)
Sold 82105569 Sana Baldé (Ap Dilagrama) (F)
2º Gr Comb

Comandante: Alf Mil de Inf 13002168 António Manuel Carlão [, comerciante, vive em Fão, Esposende]

1ª secção

Soldado Arvorado 82107969 Alfa Baldé (Ap LGFog 3,7)
Soldado 18968568 Arménio Monteiro da Fonseca [, vive no Porto]
Sold 82118169 Samba Camará (FF)
Sold 82115369 Iéro Jaló (F)
Sold 82118869 Cheval Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82103269 Aruna Baldé (Mun LGFog 8,9) (F)
Sold 82105169 Mamadú Bari (FF)
Sold 82116369 Sidi Jaló (Ap Dilagrama) (FF) [,dado como tendo sido fuzilado depois da independência]
Sold 82118669 Mussa Seide (F)
Sold 82117669 Amadú Camará (FF)
2ª Secção

Fur Mil Op Esp 05293061 Humberto Simões dos Reis [, engenheiro técnico, Alfragide / Amadora]
1º Cabo 17626068 José Marques Alves [, vivia em Fânzeres, Gondomar; já falecido]
Soldado Arvorado 82116569 Mamadu Baldé (F)
Soldado 82101469 Udi Baldé (FF)
Sold 82101069 Sajo Candé (F)
Sold 82108069 Alfa Jaló (F)
Sold 82116469 Iéro Juma Camará (Ap Mort 60) (FF)
Sold 82111969 Mamadú Jaló (Mun Mort 60) (F)
Sold 82111069 Adulai Baldé (F)
Sold 82117269 Adulai Bal (F)

3ª Secção

Fur Mil 17207968 Antonio Eugénio S. Levezinho [, reformado da Petrogal, vive em Sagres, Vila do Bispo]
1º Cabo 18880368 Manuel Alberto Faria Branco [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82116969 Braima Bá (F)
Soldado 82116669 Gale Colubali (Ap Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82116769 Mamadú Uri Colubali (Mun Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82111369 Amadú Turé (F)
Sold 82117469 Demba Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82107869 Iero Jaló (FF)
Sold 82116869 Gale Camará (F)
3º Gr Comb

Comandante: Alf Mil Inf 01006868 Abel Maria Rodrigues [, bancário reformado, Miranda do Douro]
1ª secção

Fur Mil Luciano Severo de Almeida [, já falecido, era do Montijo]
1º Cabo 02920168 Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã]
Soldado Arvorado 82108769 Totala Baldé (F)
Sold 82108569 Sambel Baldé (F)
Sold 82108969 Mauro Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82110369 Jamalu Baldé (Mun LGFog 8,9) (F)
Sold 82109169 Malan Baldé (F)
Sold 82109569 Iéro Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82110969 Samba Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82109969 Malan Nanqui (M)

2ª Secção

Fur Mil 07098068 Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal, reformado]
1º Cabo 17625368 António Braga Rodrigues Mateus [, vive em Guifões, Matosinhos, depois de regerssar de França onde esteve emigrado];
Soldado Arvorado 82108369 Mamadú Jau (Ap Dilagrama) (F)
Soldado 82109369 Malan Jau (Ap Mort 60) (F)
Sold 82100769 Amadú Candé (Mun Mort 60) (F)
Sold 82108869 Quembura Candé (F)
Sold 82109769 Sherifo Baldé (F)
Sold 82115369 Ussumane Jaló (FF)
Sold 82110169 Madina Jamanca (F)

3ª Secção

Fur Mil 06559968 José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, agente de seguros]
1º Cabo 12356668 José Jerónimo Lourenço Alves [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82108469 Sajo Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Soldado 82109669 Cherno Baldé (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82109469 Sanuchi Sanhã (Ap LGFog 3,7) (F)
Sold 82109269 Sori Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82110569 Mamadu Embaló (F)
Sold 82110769 Chico Baldé (F)
Sold 82115169 Demba Jau (F)
Sold 82108669 Cutael Baldé (F)
4º Gr Comb

Comandante: Alf Mil Cav 10548668 José António G. Rodrigues [, já falecido, vivia em Lisboa]

1ª secção

Fur Mil 15265768 Joaquim Augusto Matos Fernandes [, engenheiro ténico, vive no Barreiro]
1º Cabo 18861568 Luciano Pereira da Silva [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82115469 Samba Só (F)
Soldado 82109869 Samba Jau (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82115269 Cherno Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82117569 Mamai Baldé (F)
Sold 82117869 Ansumane Baldé (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82118269 Mussa Jaló (Ap Dilagrama) (FF)
Sold 82118969 Galé Sanhá (FF)

2ª secção

Fur Mil 11941567 António Fernando R. Marques [, vive em Cascais, empresário reformado]
1º Cabo 17714968 António Pinto [, morada actual desconhecida];
1º Cabo 82115569 José Carlos Suleimane Baldé (F) [, vive em Amedalai, Xime, Guiné-Bissau]
Soldado Arvorado 82118369 Quecuta Colubali (F)
Soldadado 82110469 Mamadú Baldé (F)
Sold 82115869 Umarú Baldé (Ap Mort 60) (F) [, já falecido, vivia na Amadora]
Sold 82118769 Alá Candé (Mun Mort 60) (F)
Sold 82118569 Mamadú Colubali (FF)
Sold 82119069 Mamadu Balde (F)

3ª secção

1º Cabo 00520869 Virgilio S. A. Encarnação [, vive em Barcarena]:
Soldado 82116069 Sajuma Jaló (Ap LGFog 8,9) (FF)
Sold 82110269 Suleimane Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82111069 Sori Baldé (F)
Sold 82115669 Sherifo Baldé (F)
Sold 82115769 Tenen Baldé (F)
Sold 82117169 Ussumane Baldé (F)
Sold 82117769 Califo Baldé (F)
Sold 82118469 Califo Baldé (F)

Observ.: o Fur Mil Armas Pesadas Inf Luís Manuel da Graça Henriques [, prof univ.,  vive em Alfragide / Amadora] era o "pião de nicas" (pau para toda a obra...) do capitão, passou por todos os grupos de combate, "tapando buracos", e nos últimos meses comandou uma das secções do 4º Gr Comb. 

O alf mil António Carlão, do 2º Gr Comb, e o fur mil Joaquim Fernandes foram desde cedo destacados para a equipa de reordenamento de Nhabijões, deixando de ser operacionais.

Os Gr Comb da CCAÇ 12 cedo ficaram desfalcados com as sucessivas baixas (incluindo graduados e praças metropolitanas e praças do recrutamento local].

Todos os guineenses eram, originalmente, dos regulafos de Badora e Cossé, com exceção do mancanhe Vitor Santos Sampaio, que veio de Bissau.
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Legendas:

F= Fula
FF= Futa Fula
M= Mandinga
Mc=Mancanhe
Ap= Apontador
Mun= Municiador
Mort= Morteiro
LGFOg= Lança-granadas foguete
Met= Metralhadora
Lig= Ligeira