segunda-feira, 3 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17203: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (1): um recorte do "Bolamense" (set / out 1963), e duas fotos para recordar: (i) uma visita do João Melo, ex-1º cabo op crito da CCAV 8351, ao antigo quartel de Cumbijã, região de Tombali; e (ii) o ilhéu de Caió, região do Cacheu



Foto nº 1 >  "O homem que mandava nisto tudo... tem a foto no jornal "Bolamense" [, órgão de propaganda regional de cultura e de turismo. setembro e outubro de 1963,  ano VIII. nºs 86 e 87. preço 2$50; propriedade da comissão municipal de Bolama]



Foto nº 2 >  Um antigo militar português (o segundo a contar da esquerda), de visita ao antigo quartel do Cumbijã, região de Tombali... Março de 2017.



[Na realidade, trata-se do nosso camarada e membro da nossa Tabanca Grande, João Melo, ex-1º cabo op cripto,  CCAV 8351,   Tigres de Cumbijã, Cumbijã, 1972/74, companhia que foi comandada pelo cap mil Vasco da Gama, também ele  nosso grã-tabanqueiro; em comentário a este poste o João Reis Melo, escreveu,esta manhã:

"Absolutamente inesquecível e comovente voltar a pisar a terra de Cumbijã! Esta foto, onde estou incluído, foi tirada no passado dia 25 de março de 2017. Embora fosse um desejo que acalentava há mais de 4 décadas o mesmo só foi possível com o apoio indescritível dos grandes amigos Patrício e João Santos. Poderia ter feito esta mesma viagem, podia, mas não seria a mesma coisa... O apoio simbólico que tentei dar à escola de Cumbijã diluiu-se no carinho com que todos nos receberam! Alliu Baldé, o seu atual Régulo e um dos seus filhos, Dura Baldé, foram simpatiquíssimos e deixaram em mim uma (quem sabe?) vontade de voltar"... ]



Foto no 3 > Ilhéu de Caió, a sudoeste da Ilha de Jeta, na região de Cacheu... Março de 2017.

Fotos (e legenda): © Patrício Ribeiro (2017) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Patrício Ribeiro com data de ontem, às 15h12, 

[Foto à direita: Patrício Ribeiro,  empresário,  português de Águeda,  da colheita de 1947, vivido, crescido, educado e casado em Angola, Nova Lisboa / Huambo;  antigo fuzileiro naval, que retornou ao "Puto" depois da descolonização, fixando-se entretanto na Guiné-Bissau, há 33 anos, país onde fundou a empresa Impar Lda, líder na área das energias alternativas; é um daqueles portugueses da diáspora que nos enchem de orgulho e nos ajudam a reconciliarmo-nos com nós mesmos e afugentar o mau agoiro dos velhos do Restelo, dos descrentes, dos pessimistas; é de há muito tratado carinhosamemte como o ´pai dos tugas´, pelo carinho e apoio que dá aos mais jovens que chegam à Guiné-Bissau, em visita ou em missões de cooperação; de vez em quando lembra-se de nós e mando-nos fotos das suas andanças por estas bandas da África Ocidental: já estava na altura de lhe criar uma série só para ele: vamos chamar-lhe "Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro)"...]


Bom dia, bom  domingo, desde Bissau.

Fotos, do mês de Março, tiradas durante as minhas voltas pela Guiné (e às vezes com o contributo da minha nora que é alemâ)...

Enfim, para dar alguma cor ao nosso blogue....

Espero que em Abril apareçam muito mais, já que andam por ai... muitos antigos combatentes com as maquinas fotográficas na mão.

Junto 3 fotos:

1º O homem que mandava nisto tudo... tem a foto no jornal  "Bolamense";

2º Os que nos visitam para recordar, alguém que tirou foto no antigo quartel de Cumbidjã;

3º Os que gostam de praias tropicais, ficam com a foto do Ilhéu de Caió.


Abraço
Patrício Ribeiro
Impar Lda

Guiné 61/74 - P17202: Notas de leitura (943): “O país fantasma”, de Vasco Luís Curado, Publicações Dom Quixote, 2015 (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Janeiro de 2016:

Queridos amigos,
É uma boa oportunidade de conhecer os acontecimentos angolanos entre 1961 e 1975. É um romance histórico, Vasco Luís Curado não se atém exclusivamente à narrativa dos factos, forja personagens-tipo, desde o funcionário colonial que descobre, desde jovem, qual a dimensão das relações colonialistas naquela próspera colónia, passando pelo delinquente que percorre os três partidos da luta de libertação, até o alferes que depois de duas comissões descobriu o fascínio angolano e pôs uma fazenda a prosperar.
E assistimos à hecatombe da guerra civil, Vasco Luís Curado usa com mestria as cores de que se veste o horror nas colunas em fuga, as cidades reduzidas a escombros por onde revolteiam saqueadores. É uma outra dimensão do fim do Império, e que deixou mazelas que durante anos dava pelo nome de retornados.

Um abraço do
Mário


O país fantasma, por Vasco Luís Curado (2)

Beja Santos

“O país fantasma”, de Vasco Luís Curado, Publicações Dom Quixote, 2015, é um soberbo romance histórico que se inicia com os massacres de 1961 e culmina com a ponte aérea de 1975 e a chegada dos retornados a Portugal.

Há muitos lugares para esta trama, mas o tempo histórico mais influente passa-se na Gabela, onde dois casais partem com milhares de fugitivos à procura de segurança entre o fogo cruzado dos movimentos de libertação já enfronhados na guerra civil.

Havia muita expectativa com os Acordos de Alvor, formou-se um governo de transição com membros dos três movimentos independentistas, previam-se eleições para uma Assembleia Constituinte e a independência estava marcada para o dia 11 de Novembro. Angola encheu-se de rumores e também de ódios. Falava-se num golpe contra independentista, contava-se com a ajuda sobretudo dos mercenários sul-africanos e rodesianos. Assistimos à degradação das relações entre pretos e brancos na Gabela, os três movimentos abriram aqui delegações e preconizam a paz para todos. Mas as tensões cresceram imediatamente, definiram-se zonas de influência para os três movimentos, agravaram-se as discórdias, ao princípio os brancos não eram hostilizados. Alexandre é oportunista que muda facilmente de partido, cobiça a fazenda gerida pelo cunhado, vai instilando os seus ódios. Os três movimentos continuam a emitir mensagens de um futuro de concórdia para Angola:
“Só os brancos que tivessem cometido crimes contra os africanos teriam problemas. Ninguém perguntou como se iriam apurar essas culpas nem o que iria acontecer aos culpados. Os delegados manifestaram que os soldados estavam bem disciplinados pelos comandantes e acrescentaram que não se vingariam de tantos anos de opressão, que os brancos poderiam estar descansados”.
As reuniões entre brancos são muito acaloradas, um deles desabafa:
“Eu não vou perder a minha indústria para os colonistas. Piro-me daqui antes. A coisa piora para o meu lado se descobrem que estive no Exército e combati a guerrilha”.
Um jovem demente, cunhado de Capelo, julga-se em contacto com Jesus Cristo, será assassinado. Quando Capelo leva o cunhado a Luanda, assiste ao estrondo das batalhas entre os guerrilheiros do MPLA e da FNLA, acabaram-se as promessas de concórdia:
“Havia fogo de armas ligeiras em Luanda. Os movimentos emancipalistas erguiam barreiras em avenidas e ruas importantes para exigirem a identificação dos condutores; assim detetavam os militantes rivais e faziam ajustes de contas. Bandos de delinquentes faziam surtidas nos bairros brancos, roubavam casas, escolas, repartições públicas. Sem obedecer aos seus chefes, grupos de guerrilheiros agiam por conta própria e espalhavam o terror”.

Chegara a guerra civil, primeiro nos musseques, depois avançando para o asfalto. Na Gabela, instalou-se a polvorosa, uma coluna de milhares de brancos põem-se em fuga, numa altura em que Porto Amboim e em Novo Redondo já havia combates entre a FNLA e o MPLA. A guerra chegara à Gabela no dia 31 de Julho, nunca mais houve descanso, a toda a hora se ouviam os tiros da artilharia pesada. Ao fim de uns dias de tiroteio, muitos tentaram uma saída coletiva, tiveram que retroceder. Chegou então uma força militar para escoltar a população e, após conciliábulos com os movimentos de libertação, os brancos puseram-se em fuga. Numa atmosfera dantesca em que há roubos das casas comerciais, em que a dona da farmácia oferecia biberons e fraldas, em que Gabela é pasto do saque, a coluna põe-se em marcha, a população das sanzalas assiste, depois irá participar no saque:
“A cidade ainda ali estava, suja, ferida, aguardando os golpes que derrubariam as paredes e os tetos. Uma parte da cidade branca estava metida nos caixotes deixados nas casas. Outra eram as próprias pessoas que fugiam, os seus carros e bagagens. A última era tudo o que não podia ser encaixotado, enfiado num carro ou num avião: as casas, os prédios, os muros, os postes de iluminação pública, os bancos dos jardins, as pedras da calçada e o asfalto das estradas que, cobrindo a terra, era o próprio símbolo da cidade branca, onde pés sempre calçados não tocavam o pé ou a lama. A cidade fragmentava-se em três grandes parcelas, mas estas iam fragmentar-se mais, quando os carros fossem largados junto dos portos e aeroportos e as bagagens se perdessem ou se fossem confiscadas, ou à medida que os refugiados, confluindo na sua maioria para Lisboa, se dispersassem nas regiões e cidades familiares ou por obra de colocações provisórias. O trabalho de fragmentação era infinito”.

A coluna dirigiu-se para a Quibala, vão na coluna 13 mil pessoas, circulam entre os 5 e os 10 quilómetros por hora. Surgem barreiras, é preciso parlamentar, chegaram a Nova Lisboa. Mas nem tudo correu bem:
“Houve pessoas que não tiveram a mesma sorte na estrada Quibala-Nova Lisboa. Uma família parou para fazer alguma necessidade e surgiram guerrilheiros que mandaram todos sair do carro. Uma miúda de 10 anos assustou-se, desatou a correr e foi abatida. Os pais tiveram de seguir viagem com o cadáver. Contaram-se variantes desta história. Alguns elementos da FNLA que integraram a coluna, disfarçados de mulheres ou escondidos em sacos de batatas, foram apanhados e mortos a tiro de metralhadora por elementos do MPLA”.

Em Malange, também se vive no Inferno. Quando Célia, a namorada e Alexandre, aqui chega, já se improvisam posições de defesa, o aeroporto está fechado:
“De todas as partes da cidade chegavam refugiados. O quartel, que tinha espaço para 300 pessoas, acolhia umas 10 mil. A tropa servia esparguete e salsichas. O ar estava empestado com o fumo dos incêndios e do cheiro a putrefação. Como noutros prontos atingidos pela guerra civil, organizaram caravanas de carros, com escolta militar, para levar a população para Nova Lisboa, cujo aeroporto estava a escoar milhares de refugiados para Portugal”.
Célia aproveitou a escolta até Nova Lisboa, dali seguiriam para Sá da Bandeira. O panorama é desolador: carros incendiados na berma da estrada. Numa dessas barragens em que os fugitivos eram obrigados a parlamentar, muitos perdem a cabeça, depois de assistir à brutalidade que exercem sobre as suas famílias, puxam das armas e atiram a matar. Nova Lisboa é igualmente um pandemónio.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de Março de 2017 > Guiné 61/74 - P17190: Notas de leitura (942): “O país fantasma”, de Vasco Luís Curado, Publicações Dom Quixote, 2015 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17201: Consultório militar do José Martins (22): Em busca de informações sobre o local de sepultura do Fur Mil Raul da Conceição Severino da CART 527, falecido em campanha na Guiné em Junho de 1963 (José Martins)




1. Em mensagem do dia 27 de Março de 2017, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70),  mandou-nos um texto com o resultado da sua busca para tentar responder à nossa amiga Maria Bonança, que recorreu ao nosso Blogue na esperança de encontrar o local onde estará sepultado o corpo do Furriel Miliciano Raul da Conceição Severino, falecido na Guiné em Junho de 1963:


EM BUSCA DE INFORMAÇÕES

Em 23 de Fevereiro p.p., o nosso administrador/editor Luís Graça, recebeu a seguinte mensagem:

Sr. Luís,
Sou dos Açores e era noiva dum furriel miliciano que fazia parte do grupo dos Açores, mas era natural de Flor da Rosa no Alentejo.
Faleceu em Junho de 1963 e foi enterrado na Guiné. Cheguei a ver a campa, mas não faço ideia do que lhe aconteceu, se o corpo veio para Portugal ou se ficou lá. O nome era Raul da Conceição Severino e tinha 25 anos.
Será fácil saber o que aconteceu?
Agradecida
Maria Bonança

Encaminhada a mensagem, foi necessário consultar, inicialmente, os meus arquivos pessoais.
Foi consultada a respectiva ficha editada nos livros da CECA – Mortos em Campanha e uma consulta à ficha da Unidade. Na ficha da Unidade nada constava e, para tornar mais difícil, a Unidade em apreço não tem, no Arquivo Histórico Militar, qualquer História da Unidade.
Restava apenas, levar ao conhecimento da nossa leitora, o resultado do que, eventualmente, teria acontecido:

Caro Luís
Segue o que consta nos registos:

Raul da Conceição Severino
Furriel Miliciano Atirador, número de identificação militar não referido, solteiro, filho de Domingos Severino e Maria Luísa da Conceição, natural da freguesia de Flor da Rosa, concelho do Crato. Foi mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1, em Lisboa, para a Companhia de Artilharia n.º 527, que chegou à Guiné em 4 de Junho de 1962 e deslocada para Teixeira Pinto, em 25 de Junho de 1963, para reforçar o Batalhão de Caçadores n.º 239, com vista à realização do patrulhamentos e batidas na região de Binar.
Consta que faleceu em 18 de Julho de 1963, vítima de acidente de viação, não constando o local do acidente.

Foi trasladado para o Cemitério de Oeiras, e encontra-se no Ossário nº 59, da Liga dos Combatentes, no mesmo cemitério.

Dado a Unidade não ter História da Unidade, qualquer outro elemento informativo, só consultando o processo individual do militar, no Arquivo Geral do Exército.

Nota: Elementos retirados da Resenha Histórica Militar das Campanhas de África, 7.º volume (página 439) e 8.º volume – Livro 1 (página 32).

José Marcelino Martins
23 de Fevereiro de 2017

A possibilidade do corpo deste nosso camarada ter sido inumado, inicialmente na Guiné, e posteriormente trasladado para a Metrópole, não está excluída, já que era prática do Exército desde há muitos anos, e que foi reforçada pela Circular n.º 5/PJ, da 1.ª Repartição do Estado-Maior do Exército, datada de 27 de Fevereiro de 1961.

Quem quiser aprofundar esta matéria, pode consultar a série de textos de minha autoria, intitulada “Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974)”, especialmente o Poste 13670[1] sobre TOMBADOS EM CAMPANHA, publicados no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

O texto foi publicado em nove postes.

Odivelas, 7 de Março de 2017.
José Marcelino Martins
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Notas do editor:

O nosso camarada António Medina, que foi Furriel Miliciano na CART 527, poderá eventualmente acrescentar alguma coisa, quanto a pelo menos ao local e às condições do acidente que vitimou o Raul Severino.

[1] - Vd. poste de 30 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13670: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (3): Recenseamento, Inspecção e Distribuição de Pessoal; Os Tombados em Campanha e Os Que Foram Agraciados

Último poste da série de 9 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17121: Consultório militar do José Martins (21): Trabalho de investigação do Aspirante de Cavalaria Pedro Nuno Guilhermino Marçal Lopes sobre "A tipologia das Unidades Mobilizadas pela Arma de Cavalaria durante a Guerra de África (1961-1974)" (Academia Militar, 2014)

Guiné 61/74 - P17200: Parabéns a você (1231): Álvaro Vasconcelos, ex-1.º Cabo Transmissões do STM/CTIG (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 1 de Abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17194: Parabéns a você (1230): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Op Especiais do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

domingo, 2 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17199: Agenda cultural (551): Apresentação dos livros "Memórias de África - Angola e Guiné", da autoria do Ten-General José Figueiredo Valente e "Memórias do Oriente - Índia, Timor e Moçambique", da autoria do Coronel Luís Dias Antunes, dia 6 de Abril de 2017, pelas 15 horas, na Messe Militar do Porto, sita na Praça da Batalha

Uma tertúlia da Messe do Porto


O nosso camarada Manuel Barão da Cunha, Coronel de Cav Ref, que foi CMDT da CCAV 704 / BCAV 705, Guiné, 1964/66, dá-nos notícia da apresentação de mais dois livros, integrada no 17.º Ciclo de Tertúlias Fim do Império, a levar a efeito na próxima quinta-feira, dia 6 de Abril de 2017, na Messe Militar do Porto.


17.º CICLO DE TERTÚLIAS, PORTO

167.ª TERTÚLIA

6  DE ABRIL DE 2017 - Por causa da Páscoa

Apresentação do livro "Memórias de África - Angola e Guiné", 24.º livro Fim do Império, de Ten-General José Figueiredo Valente, geminado com 2.ª edição do 6.º livro, "Memórias do Oriente", do Coronel Luís Dias Antunes, com os Generais José Figueiredo Valente e Chito Rodrigues.


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Nota do editor

Último poste da série de 28 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17185: Agenda cultural (550): Livro "Escravos em Portugal, Das Origens ao Século XIX", da autoria de Arlindo Manuel Caldeira, A Esfera dos Livros, 2017

Guiné 61/74 - P17198: Memória dos lugares (359): Cachil, ano de 1965, fotos de João Sacôto, ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619

Cachil - Acesso ao cais

 

1. O nosso camarada João Sacôto (ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66), enviou-nos estas fotos referentes ao aquartelamento de Cachil que agora publicamos na série Memória dos lugares:



Ilha do Como - Cachil - A cozinha

Ilha do Como - Cachil - A entrada do aquartelamento

Ilha do Como - Cachil - A lixeira

Ilha do Como - Cachil - Alf Mil Sacôto, João Bakar Jaló e Cap. Marques Alexandre (falecidos)

Ilha do Como - Cachil -Alf Mil Sacôto, Alf Mil Gonçalves e Cap. Marques Alexandre (falecido)

Ilha do Como - Cachil - Cap. Marques Alexandre e João Bakar Jaló (falecidos), e Alf Mil Sacôto

Ilha do Como - Cachil - Destruição de documentos

Cachil, Dezembro de 1965 - Alf Mil Sacôto na sua higiene matinal

Cachil - João Bakar Jaló e Cap. Marques Alexandre (falecidos), e Alf Mil Sacôto

Cachil - O início do regresso a casa

Cachil - O Toby, mascote da CCAÇ 617
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17007: Memória dos lugares (358): 85 tabancas, essencialmente fulas e mandingas, do Norte e do Leste, com água de fontenário e bombas solares (Patrício Ribeiro, Impar Lda, Bissau)

Guiné 61/74 - P17197: Blogpoesia (503): "O cabo das tormentas..."; "Pelo Alentejo verde..." e "Transparência da mulher...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Alentejo em tons verdes
Com a devida vénia a Platonismo Político


1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


O cabo das tormentas…

Quanto mais longa a vida.
Mais cedo ou mais tarde.
Enegrece o horizonte....
Chovem pedras sobre a casa.
Vindas donde?
Se passam noites sem pregar olho. 
É o dinheiro que não chega. 
Para tanta necessidade. 
A saúde que se esvai. 
E o remédio que não vem. 
Há um filho que descamba. 
É a lama… é a lama… 
O amor gelado que não aquece, 
Quase apaga. 
O emprego que se esconde. 
A esperança e fé que quase morrem. 
De tudo vem. 
Não há ninguém que se não queixe. 
De repente, vem a bonança. 
Sorri o sol e a lua encanta. 
Ganham cor e brilho os nossos olhos. 
Se alisaram todos os escolhos. 
Por obra e graça, 
Não sei de quem. 
Apagou-se a ventania. 
Vem a graça e vem a força, 
Em alvorada...
A alegria reverdece. 
A vida é bela. 
Tudo esquece… 
Aleluia!... 

Mafra, 2 de Abril de 2017 
8h16m 
Jlmg

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Pelo Alentejo verde…

Dia de sol brilhante. 
Atravesseamos o Tejo, 
Alentejo ao mar.... 
Até Melides. 
 Diáfano o céu azul. 
Verde e florido o chão 
Coberto de pinheiros mansos e de sobreiros. 
Jorrava o sol em feixes 
Através das ramagens. 
A estradita estreita serpenteava, 
Serena e solitária. 
De vez em quando, lá vinha um carro. 
Era preciso encostar bem à berma 
Para ambos cabermos. 
Fomos visitar um casal, 
Casado quando nós, 
Já lá vão umas boas dezenas. 
Nunca mais os vimos. 
Cristina e Júlio. 
A vida é assim... 
Fugidos do bulício urbano, 
Ali se acoitaram. 
Silêncio e paz. 
Mergulhados na natureza virgem. 
Valeu a pena. 
Lindas horas de conversa 
E de relembranças!... 

Mafra, 31 de Março de 2017 
8h55m 
Jlmg

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Transparência da mulher… 

Mais que no homem 
Reluzem as transparências na mulher. 
Um dado comprovado.
Não as do corpo. 
Sim as da alma. 
Razões da história 
Ou da genética. 
São rudes e enigmáticos 
Os bustos das celebridades 
Através das eras. 
Têm máscaras os seus rostos. 
Nos painéis e nos museus. 
Impenetráveis. 
Indecifráveis os seus olhares.
Distantes ou sorumbáticos. 
Só lhes ressaltam a gravidade. 
Nos olhos fundos 
Ou no sulco grave 
Das suas rugas. 
Nada transmitem. 
Apenas figuras. 
Muito se ostentam 
E pouco falam. 
Diverso o porte e expressão 
Das nossas damas. 
Seu ar é leve. 
Olhar de águia. 
Equidistante. 
Um ser total. 
É transparente. 
Nada de sombras. 
Devassando tudo. 
Mas, revelando a alma. 
Ao pé e ao longe. 
É transparente. 

Bar "Caracol" em Mafra 29 de Março de 2017 
9h07m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17191: Blogpoesia (502): "Os mortos desse dia" - Aos valorosos militares do BCAÇ 3872 caídos em combate (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor Auto)

sábado, 1 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17196: Convívios (791): XXXIV Encontro do pessoal da CCAÇ 2317, dia 3 de Junho de 2017, no Restaurante Choupal dos Melros, Fânzeres - Gondomar (Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo At Inf)


XXXIV ENCONTRO DO PESSOAL DA CCAÇ 2317

DIA 3 DE JUNHO DE 2017

RESTAURANTE CHOUPAL DOS MELROS
 FÂNZERES - GONDOMAR


AMIGO E COMPANHEIRO:

Como não podia deixar de ser, chegou a altura do ano indicada para te escrever. A intenção é sempre a mesma e tem sempre um único objetivo, conviver.

Este ano, comemoramos o 49.º ano do nosso ADEUS a Gandembel. E celebramos também o nosso 34.º Almoço/Convívio.

Eu sei que, por circunstâncias da vida, nem sempre é fácil comparecer a estes almoços devido a falta de tempo e disponibilidade originadas por questões profissionais, familiares. Sei que também, nem sempre é fácil convencer outras pessoas que não passaram a mesma estadia na Guiné que nós, de que estes almoços são realmente importantes para nós. Mas, mais uma vez, apelo à vossa presença neste nosso convívio anual que termina sempre em festa. É uma oportunidade única para rever velhos amigos e até mesmo para conviver com os familiares mais próximos que quiseres que te acompanhem.

Após 33 almoços, começa a tornar-se difícil encontrar sítios para este nosso convívio. No entanto, todos os anos me esforço por encontrar sítios que correspondam às nossas expectativas. 

Este ano o nosso almoço realizar-se-á no restaurante “Choupal dos Melros”, que se situa na Rua das Cabanas, n.º 177, 4510-506 Gondomar, a 10 minutos do centro do Porto, mais precisamente em Fânzeres junto ao fim da linha do Metro.

Neste local encontramos o campo na cidade com todos os privilégios e sensações inerentes como a tranquilidade, beleza natural e ar puro. Para todos os que apreciam a comida tradicional portuguesa confecionada em fornos a lenha e sempre com intuito de aliar a arte de bem-comer à arte de bem-estar, podem ter a certeza que este espaço proporciona serões agradáveis e relaxantes.

Como todos os anos espero que nos honres com a tua presença novamente, porque conseguir reunir a família e os amigos na mesma mesa é um enorme privilégio. Gostaria de manter esta bela tradição viva, de forma a poder rever os meus companheiros de guerra. Se alinhas nesta festa, já sabes como funciona e com o que podes contar – alegria garantida.

O almoço este ano, realizado ao sábado como é habitual, será no dia 3 de Junho.

Estamos à tua espera a partir das 12 horas.

Como de costume deixo-te aqui o meu contacto, para que possas marcar a tua presença, dar notícias ou saber informações:

Telef: 225 361 952
Telm: 936 831 517
Restaurante: 224 890 622

Se puderes, não percas um dia diferente estamos à tua espera.

Agradeço que me confirmes a tua presença logo que possível.
Email: joaquim.gomes.soares@hotmail.com

EMENTA 

APERITIVOS E ENTRADAS: 
Rissóis de carne e marisco, croquetes, moelinhas, pataniscas de bacalhau, morcela assada, orelheira em vinagrete, presunto, salpicão e chamuças.

BEBIDAS: 
Vinho maduro branco ou tinto, vinho verde branco ou tinto, cerveja, água e refrigerantes.

SOPA: 
Creme de legumes

CARNE: 
Misto assado à Choupal em fogão a lenha (vitela e lombo)

SOBREMESA: 
Bolo comemorativo
Frutas da época
Doces variados

Espumante
Café e digestivos da casa

Um abraço,
Joaquim Soares
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17193: Convívios (790): XXVII Encontro de "Os Maiorais" de Empada - CCAÇ 2381, dia 22 de Abril de 2017 em Alferrarede (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

Guiné 61/74 - P17195: In memoriam (282): Subsídio histórico da Guiné, em homenagem ao camarada Carola Figueira [1950-2017] - Consequências de uma visita ao Xime em 1972 (Jorge Araújo / Luciano Jesus)

1. Mensagem de Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Especiais da CART 3494/BART 3873, Bambadinca, 1971/74), nosso colaborador permanente, com data de 27 de Março de 2017, trazendo até nós um trabalho elaborado por Luciano Jesus, também ele ex-Fur Mil da 3494, dedicado ao seu amigo e camarada Carola Figueiredo, recentemente falecido[1].

Luís e Carlos.
Reencaminho o texto que me foi enviado pelo Luciano de Jesus relacionado com a sua homenagem ao camarada Carola Figueira, recentemente falecido.

Com um forte abraço.
Jorge Araújo


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Notas do editor:

[1] - Vd poste de 13 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17134: In Memoriam (279): Inácio José Carola Figueira (1950-2017), ex-Fur Mil Art da CART 3494/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74) (Jorge Araújo)

Último poste da série de 26 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17180: In memoriam (281): João Vieira de Melo, 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro da CCAV 1485, falecido, vítima de ferimentos recebidos em combate, no dia 20 de Fevereiro de 1966, um herói limiano que tarda em ser homenageado (Mário Beja Santos / Mário Leitão)

Guiné 61/74 - P17194: Parabéns a você (1230): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Op Especiais do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 30 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17188: Parabéns a você (1229): António Graça de Abreu, ex-Alf Mil Inf do CAOP 1 (Guiné, 1972/74); Benjamim Durães, ex-Fur Mil Op Especiais do BART 2917 (Guiné, 1970/72) e Rosa Serra, ex-Alferes Enfermeira Paraquedista da BA 12 (Guiné, 1969)

sexta-feira, 31 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17193: Convívios (790): XXVII Encontro de "Os Maiorais" de Empada - CCAÇ 2381, dia 22 de Abril de 2017 em Alferrarede (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)


 


1. Em mensagem do dia 25 de Março de 2017, o nosso camarada e amigo José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), pede-nos a divulgação do XXVII Encontro de "OS MAIORAIS", a levar a efeito no próximo dia 22 de Abril de 2017, em Alferrarede, conforme o programa acima.

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Nota do editor

Último poste da série de 23 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17171: Convívios (789): 40.º Encontro do pessoal da CCAÇ 3547 - "Os Répteis de Contuboel", dia 27 de Maio de 2017 na Vila do Bombarral (Manuel Oliveira Pereira)

Guiné 61/74 - P17192: Ser solidário (201): A ONG Ajuda Amiga lança um livro solidário com contos da Guiné-Bissau para distribuição gratuita pelas escolas, associados e doadores da ONG presidida pelo Carlos Fortunato



1. Mensagem do nosso camarada Carlos Fortunato (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 13, Os Leões Negros, Bissorã, 1969/71), Presidente da Direcção da ONG Ajuda Amiga:

Camaradas e amigos
Junto em anexo um documento de proposta de poste, que coloco à vossa apreciação.

Um abraço e continuação do vosso excelente trabalho.
Carlos Fortunato


Lendas e contos da Guiné-Bissau – um livro solidário distribuído gratuitamente

A ONG Ajuda Amiga lançou um livro solidário que não estará à venda, é apenas para distribuição gratuita, e está a ser distribuído às escolas onde existem grandes comunidades guineenses, bem como aos seus associados e a todos os doadores da Ajuda Amiga que façam doações a partir de 10 euros.

O objetivo do livro é ser uma ferramenta para promover o ensino multicultural, permitindo aos professores poderem incluir lendas e contos da Guiné-Bissau nas suas aulas, esta ação irá decorrer durante o ano de 2017 e será distribuído a todas as escolas e bibliotecas que o peçam, sendo enviado pelo correio.

Membros da Ajuda Amiga irão deslocar-se (a expensas próprias) à Guiné-Bissau em 2018 e ai farão também uma distribuição para as bibliotecas públicas e bibliotecas escolares.

Trata-se um livro escrito por mim, Carlos Fortunato, com o apoio de artistas, professoras de português e técnicos da arte gráfica, e que foi entregue pronto a imprimir à Ajuda Amiga, para o fim referido anteriormente, não existindo aqui quaisquer fins lucrativos ou direitos de autor envolvidos. A edição teve igualmente o apoio de uma outra Associação que tem colaborado connosco, a MIL – Movimento Internacional Lusófono.







O livro tem 102 páginas e 43 ilustrações.

A Ajuda Amiga além desta distribuição do livro que tem o seu maior impacto a nível nacional, tem em preparação outras ações de apoio ao ensino, em que a mais ambiciosa é a construção de uma escola na Guiné-Bissau.

Fazendo um rápido balanço da atividade da Ajuda Amiga desde o inicio em 2008, até 31-12-2016, esta enviou 144,6 toneladas de bens em contentores para a Guiné-Bissau, nas quais se incluem 201.000 livros, o que para um grupo de jovens com mais de 60 e muitos anos, que sem quaisquer apoios se reuniu em 2008 para discutir esta ideia, foi um grande desafio que apenas com um grande trabalho de equipa conseguiu ser superado.

Presentemente o foco da nossa intervenção está na construção de infra-estruturas na área do ensino, mas não vamos deixar de enviar alguns bens por contentor, mas em sistema de grupagem e pagando todas as taxas e impostos, porque o envio de contentores nos moldes que fazíamos anteriormente já não é possível, tendo-se tornado muito difícil, complexo e inviabilizando o acompanhamento que queremos fazer no terreno quando da sua distribuição.

Voltando à questão do livro, as recolhas para o mesmo foram feitas na Guiné-Bissau e em Portugal junto da comunidade guineense, além do estudo feito sobre a bibliografia existente.

As pessoas contactadas foram das mais diversas deste o contador de histórias, que conta as lendas ao som do corá, como foi o caso de Seco Canté, passando por todo o tipo de pessoas, como o ex-presidente Kumba Yalá, crianças, etc.

Seco Canté

Seco Canté é um artista de corá da Guiné-Bissau, que transmite as histórias e as lendas mandingas através das canções que entoa no seu cora. São histórias que passam de pais para os filhos, e remontam ao seu antepassado Djali Uali Dgebatê que desempenhava essa função, como djali bá do Mansa bá Djanqui Uali, o último Imperador de Cabú, cuja capital Cansalá, fica perto da atual cidade de Gabú.

A lenda de Djanqui Uali e da batalha de Cansalá é uma lenda muito interessante, porque aparece pela primeira vez uma versão mandinga, nela Djanqui Uali com 600 guerreiros destrói um exército com 40.000 guerreiros, embora não evite que seja o fim do Império de Cabú.

A lenda mandinga de Sundiata Keita é sem dúvida a mais importante, porque se trata da epopeia que levou à construção do maior império da África Ocidental e um dos maiores da África, o Império do Mali, e é também a mais conhecida, pois existem várias obras sobre ela, nomeadamente em francês e inglês, sendo referida aos alunos nas escolas. Esta lenda conta a história do menino que só aos oito anos começou a andar e que aos dez, teve que fugir com a sua família para não ser morto, e sem nada apenas com a profecia que iria tornar o Mali grande, a sua coragem e a sua inteligência, criou um império.

 Kumba Yala e Carlos Fortunato

A minha conversa com Kumba Yala foi interessante, falamos sobre as lendas da Guiné e nela pude confirmar a origem da história sobre o seu nome “Foi mesmo assim.” – respondeu ele, na verdade o seu nome teve origem no facto de quando era menino, um porco o ter agarrado e fugido com ele para o mato. Porco em balanta diz-se kumba e Yalá era o dono do porco, dai o seu nome Kumba Yalá.

 O jovem Binham Indam

O mais jovem contador de histórias foi o Binham Indam, com o conto “O menino e o patu-feron”. O Binham é um menino com dez anos, e que me disse logo “Não sei contar em português ou crioulo, só em balanta”, o que faz pensar que ainda existe um grande trabalho por fazer na área da educação, e nas enormes dificuldades que deve ter uma criança quando entra para a escola.

O “O menino e o patu-feron”, é um conto que alerta as mães para os perigos quando estão no mato, pois devem levar sempre os filhos amarrados à cintura, fala de coragem, de solidariedade e do prazer de comer arroz. O fim deste conto faz-me sempre sorrir, porque depois do valente caçador conseguir salvar o menino de um patu-feron que o tinha levado, o menino não queria comer arroz porque o patu-feron só lhe dava peixe, mas o caçador com muita paciência foi-lhe dando arroz aos poucos, e depois o menino acabou por perceber o imenso prazer que é comer arroz, e foi assim que o caçador o convenceu a comer arroz ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar.

Ao contrário de outros países na Guiné-Bissau não existem crianças abandonadas, existe sempre um familiar, um amigo, um vizinho que toma conta dela, este conto reflete também esse espírito de solidariedade, mas não quero dizer com isto que a criança não possa passar por vezes fome e não tenha uma vida dura, porque isso infelizmente é frequente.

Aproveito a oportunidade para fazer um apelo à feitura de um IRS solidário em 2017, e para visitarem o nosso site em http://www.ajudamiga.com, estão lá mais detalhes sobre este projeto “Uma escola para todos” e sobre o livro, bem como os nossos relatórios de contas, atividades, fotos, vídeos, etc., etc.

Um alfa bravo romeo alfa charlie oscár.
Carlos Fortunato

Ajuda Amiga - Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento
Escritório - Rua do Alecrim, nº 8, 1.º Dtº, 2770-007 - Paço de Arcos
Telef. 937 149 143, e-mail: ajudaamiga2008@yahoo.com
http://www.ajudaamiga.com

ONGD – Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
NIF 508617910
IBAN PT50 0036 0133 99100025138 26
Joaquim Carlos Martins Fortunato - Presidente da Direção da Ajuda Amiga
Telef. 935 247 306, e-mail: jcfortunato@yahoo.com
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16607: Ser solidário (200): Associação "Fidju di Tuga", com sede em Bissau, vai realizar um recenseamento dos lusodescendentes, filhos de antigos militares portuguieses (Cherno Baldé)