quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17853: Fotos à procura de... uma legenda (93): O monumento aos mortos em combate, erigido em Bissorã pela CART 1525, "Os Falcões"... Metamorfoses: 1966, 2011 e 2017




Foto nº 1 > Guiné > Região do Óio > Bissorã > CART 1525 (1966/68) > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate. Inaugurado no dia 26 de fevereiro de 1967, data do 1º aniversário da chegada da CART 1525 a Bissorã. Trabalho de autoria e execução, da parte de escultura, do 1º cabo radiotelegrafista José Hilário da Silva Portela, com a colaboração de outros militares da Companhia. Foto de Adrião Mateus, ex-fur mil da CART 1525."

Foto (e legenda):  página da  CART 1525 > Galeria de Fotos [com a devida vénia...] [editada pelo Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné]



Foto nº 2  >  Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate, pela CART  1525 (Bissorã, 1966/68)



Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate, pela CART 1525 (Bissorã, 1966/68)


Foto nº 3A

Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > 2011 >  O mesmo monumento, 44 anos depois... Foto tirada pelo José Gomes, da ONG Ajuda Amiga, na sua visita à Guiné-Bissau em fevereiro de 2011.

Legenda: "Homenagem aos que tombaram: Furriel [Armindo Vieira] Veloso;  1º Cabo [Acácio P. ] Rafael; 1º Cabo [José A. da S. ] Craveiro;  Pol Adm [Polícia Administrativa]  Paulo Gomes; Milícia Aia Mané; Milícia "Chico" [Mamadu] Seidi ; Mílicia Braima Duca [?]; Milícia Seni Camará."

Foto (e legenda):  página da  CART 1525 > Galeria de Fotos [com a devida vénia...][com a devida vénia...] [editada pelo Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné]


Foto nº 4 


Foto nº 4A


Foto nº 4B


Foto nº 4C

Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > 2017 > 3 de abril de 2017 > "O colega Vitorino e um elemento da Administração local, junto a memorial que recorda a presença por aquelas paragens da Companhia de Artilharia 1525 (CART 1525)" (*)

Na lápide, parcialmente tapada, pode ler-se: "Homenagen aos guineenses Queba Camará, Citafá [ou Santifá ?] Camará, Bacai [?] Camará, que combateram do lado exército português por uma Guiné portuguesa; ao cabo-verdiano do PAIGC [?] Ramos, morto em combate pela [...]"

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (20017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  É apropriado falar de "metamorfoses" a propósito deste monumento que, passados estes anos todos, ainda lá está, "de pedra e cal", embora quase engolido pelas moranças que cresceram como cogumelos... 

Foi erigido em 26/2/1966 pela malta da CART 1525, em reconhecimento à vila de Bissorã e em homenagem aos mortos da companhia e subunidades adidas (Foto nº 1) Tinha a forma de uma pirâmide, encimada pelo brasão dos "Falcões" e da sua divisão "Mais Forte, Mais Alto"...
Tinha uma bela envolvente exterior, situando-se, como se presume, dentro do perímetro do quartel. Em 2011, com a expansão da povoação, o monumento ficou "emparedado"... E a sua cor original desapareceu...

Em 2017, aparece com um outro aspeto exterior: alguém o pintou com as cores (vermelho, verde e amarelo) da bandeira da Guiné-Bissau e acrescentou-lhe uma "lápide", que nos parece ser de mármore  (Foto nº 4).

2. Pode-se falar de "canibalização" ou de simples reaproveitamento do monumento ? Terá sido uma iniciativa da adminstração local, homenageando (i) 3 antigos combatentes, muito provavelmene naturais do concelho de Bissorã, que morreram sob a bandeira do exército português;  e, ao mesmo tempo, o que não é normal, (ii) um combatente cabo-verdiano do PAIGC, de apelido Ramos, igualmente morto em combate ?...

Quem seria este Ramos, e qual a sua ligação a Bissorã ?  E quem foram exatamente estes combatentes do exército português, guineenses, de apelido Camará ? No caso do combatente do PAIGC, não nos ocorre à memória nenhum dirigente ou militante conhecido, de apelido Ramos, para além dos irmãos Domingos e Pedro Ramos, mas esses não eram cabo-verdianos, tanto quanto sei...

Talvez algum dos nossos leitores nos possa ajudar a completar a legenda... (**)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 10 de outubro de 2017 >  Guiné 61/74 - P17844: As memórias revividas com a visita à Guiné-Bissau, que efectuei entre os dias 30 de Março e 7 de Abril de 2017 (7): 5.º Dia: Bissau, Safim, Bula, Binar e Bissorã (continuação) (António Acílio Azevedo, ex-Cap Mil)

Guiné 61/74 - P17852: Convívios (827): XXII Encontro dos Combatentes, e seus familiares, da Guerra do Ultramar da Vila de Guifões, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro, em Baião (Albano Costa)



1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 10 de Outubro de 2017:

Dia 5 de Outubro, é sempre o dia em que os Combatentes da Vila de Guifões - Matosinhos, se reúnem para celebrar o seu convívio anual. Este ano o local escolhido foi a Quinta das Hortas, em Baião.

Logo de manhã foi colocado no monumento aos combatentes do Ultramar da Vila de Guifões, uma coroa de flores, de seguida fomos em dois autocarros com destino à Quinta das Hortas.
Pelo caminho fizemos duas paragens para irmos confraternizando, uma no Marco de Canaveses e outra em Baião.
Finalmente chegámos ao local do convívio onde fomos recebidos pelas concertinas, que nos deram logo ali as boas vindas.

Depois foi o almoço, muito bem servido, aproveito para dar os parabéns ao Sr. César da Quinta das Hortas, pela magnifica recepção que nos fizeram, em todo o tempo que lá permanecemos, não faltando com nada e com abundância e qualidade.
O tempo foi pouco para tanto convívio.
Todos os presentes tiveram direito a uma lembrança e todas as senhoras a uma rosa.
A comissão do evento agradece ao Sr. Presidente da União de Freguesias, na pessoa de Pedro Gonçalves.

Por fim foi o regresso ao ponto de partida, uma viagem feita sem sobressaltos. Chegámos a Guifões pelas 21 horas.
Para o ano será celebrado o XXIII Convívio.

Sem mais de momento, um abraço de amizade,
Albano Costa




Fotos dos Combatentes de Guifões, e seus familiares, que participaram no XXII Convívio



Fotos da cerimónia de deposição de uma coroa de flores no Memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar da Vila de Guifões, momentos antes da partida para Baião






Fotos do Convívio no Restaurante Quinta das Hortas, em Baião
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17847: Convívios (825): Festa de solidariedade com a Guiné-Bissau, em Santo Isidoro, Mafra, domingo, dia 22... Iniciativa da Fundação João XXIII - Casa do Oeste... Mais a notícia da doação de um barco-ambulância, o "Peniche", para Pecixe...

Guiné 61/74 - P17851: In Memoriam (305): José Martinho da Silva (1944-2013), ex-soldado corneteiro, CCAÇ 818, Xitole e Fá Mandinga, 1965/67... Natural de Ereira, vivia em Caixeira, Montemor-o-Velho, morreu em 25/12/2013... Faria hoje anos: homenagem da sua neta, Tânia Pereira


Foto nº 1 > O José Martinho da Silva, sold cornt, CCAÇ 818 (Xitole, 1965/67),  no Saltinho.. Ao fundo, um trecho da ponte sobre o Rio Corubal.



Foto nº 2 >  Xitole (?)... A hora rancho (c. 1965/67)


Foto nº 3 > Xitole (?)... Sentado, em tronco nu, a fumar (c. 1965/67)


Foto nº 4 >  No navio de transporte de tropas com mais camaradas (c. maio de 1965)


Foto nº 5 > Possivelmente no Xitole (c. 1965/67)




Foto nº 6 > Possivelmente, verso da foto anterior:  distinguem-se bem dois tipos de letra: à direita, possivelmente a de um graduado ("Um bajuda é sempre notícia entre os soldados. Até o 28, o Gerês, tocou harmónica"... À esquerda, a do José Martinho da Silva: "Idália, aqui mais uma vez me encontro com uma bajuda preta. Ofereço esta foto à minha futura noiva como prova de amor"... José Martinho da Silva assentou praça em 1964 (nº mecanográfico 1822/64)... O SPM da CCAÇ 818 era o 2778. 



Foto nº 7 > Possivelmente no Xitole, com as bajudas e a criançada (c.  1965/67) 


Foto nº 8 > Postal de Boas Festas, para a namorada e futura esposa Idália... Saltinho, 17/12/1966




Foto nº 9 > Dedicatória. no verso de uma foto,  à namorada e futura esposa. Maria Idália de Sousa Custódio... Xitole 16/9/1965.



Foto nº 10 > Xitole (?) ... Com uma bajuda, na rua principal da povoação... (c. 1965/67)



Foto nº 11 > Xitole (?) (c. 1965/67)




Foto nº 12 > Xitole (?)... Nicho com a imagem de N. Sra. Fátima, construído e inaugurado pela CCAÇ 510,  em 13 de maio de 1965. A CCAÇ 818 terá ido render a CCAÇ 510, justamente em maio de 1965.


Foto nº 13 > Xitole (?)... (c. 1965/67)


Foto nº 14 >  Louvor do comandante militar do CTIG, briagadeiro Reymão Nogueira, com data de 5 de fevereiro de 1967, dado ao sold nº 1822/64, José M. Silva.


Fotos: © Tânia Pereira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Da nossa leitora Tânia Paredes, recebemos hoje, às 1h19,  a seguinte mensagem:

Exmo. Sr.

Envio este e-mail, com vista a poder homenagear o meu avó, que faria anos hoje, dia 11 de Outubro, através do Vosso Blog 'Luís Graça & Camaradas da Guiné'. Também ele esteve presente na guerra colonial na Guiné, e gostava. por isso, que fossem publicadas algumas das suas fotografias neste dia, se for possível.

Desde já um muito obrigada pela atenção.

O meu avô deixou-nos a 25 de Dezembro de 2013, e tem por nome José Martinho da Silva, nascido na Ereira, vivia na localidade da Caixeira, pertencente ao concelho de Montemor-o-Velho, Coimbra.

Seguem em anexo, algumas das suas fotografias e registos [, em número de 17,], deixando ao seu critério a escolha e colocação das mesmas.


2.  Resposta do nosso editor:

Tânia, teremos muito gosto em realizar o seu desejo, publicando  hoje mesmo este  poste de homenagem ao seu avô... Vamos aproveitar algumas fotos, a maioria está em mau estado, temos que as recuperar... Mas têm interesse documental, além de sentimental...

Não tem a caderneta militar dele? Ele era soldado corneteiro... A companhia anterior era a Companhia de Caçadores 510, a CCAÇ 510 [, foto nº 12], que esteve em Bissau, Xitole, Saltinho e Bissau, comandada pelo capitão de infantaria João Fernandes da Ressurreição. Data da partida: 14/7/1963, regresso a casa: 7/8/1965...

Ora o seu avó estava  em 16/9/1965 no Xitole e no destacamento do Saltinho (que pertencia ao subsetor do Xitole) em 17/12/1966 [, foto nº 8]... Deve ter regressado a casa em fevereiro de 1967 [, foto nº 14]...

Estes são os elementos que conseguimos recuperar das fotos... Confirme também o ano de nascimento do seu avô [, provavelmente 1944; ele fez a recruta em 1964, com 20 anos]...

Segundo o que apurámos mais, ele deve ter pertencido à CCAÇ 818, mobilizado pelo BCAÇ 10 (Chaves). Esta companhia, independente,  partiu para a Guiné em 21/5/1965  [, foto nº 4] e regressou em 8/2/1967. Esteve no Xitole (e Saltinho) e Fá Mandinga, no leste da Guiné, região de Bafatá... Teve 2 comandantes: cap inf José Manuel Pires Ramalho e cap inf Humberto Amaro Vieira Nascimento.

Veja se confirma estes elementos, ainda esta manhã, a subunidade a que pertenceu o seu avô... Em qualquer altura podemos corrigir o poste que publicamos agora mesmo. Vou pedir também aos nossos colaboradores que confirmem estes dados. Tínhamos, até agora, apenas uma referência a esta companhia no nosso blogue e nenhum representante na Tabanca Grande.

Ficamos sensibilizados pelo seu gesto. Onde quem quer o seu avô esteja, sentir-se-á orgulhoso da sua neta. Com esta publicação, o seu avô não ficará seguramente inumado na "vala comum do esquecimento"... Esta é também a missão do nosso blogue: ajudar a salvar as nossas memórias e as memórias das nossas famílias...

Um beijinho dos editores.
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17727: In Memoriam (304): Faleceu o Comandante Pombo, José Luís Pombo Rodrigues, uma figura lendária dos céus da Guiné. As cerimónias fúnebres terão lugar segunda e terça-feira, no Carregado e Póvoa de Santa Iria (Manuel Resende / Maria João Alves Pombo Rodrigues)

Guiné 61/74 - P17850: Tabanca Grande (448): Armando Gonçalves, professor no Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, Torre de Moncorvo, é o nosso grã-tabanqueiro, n.º 733, desde 22/1/2017

1. Mensagem do nosso amigo e grã-tabanqueiro,  Armando M. L.  Gonçalves, com data de 18 de julho p.p. :

[Foto à esquerda: Armando Gonçalves, professor de História, do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, em Torre de Moncorvo,  integra nossa Tabanca Grande, desde 22 de janeiro de 2017, sob o  n.º 733; só em 18/7/2017, obtivemos a sua foto e só agora é formalmente apresentado]

Dr. Luís Graça,

Depois de algum tempo apareço para lhe dizer que surge agora a possibilidade para o pequeno trabalho que já conhece, ser publicado. Surge através de pessoa amiga e que se sensibilizou ainda mais pelo facto de ninguém ter considerado a homenagem aos militares mortos do concelho de Torre de Moncorvo (autarquia e escola).

O texto, inicialmente, era apenas para servir de suporte aos painéis individuais de cada militar. Foram feitos alguns ajustes e introduzidos alguns parágrafos, coisa pouca, para ter uma estrutura mais concretizada.

Contacto-o para uma vez mais pedir autorização pela foto de António Graça de Abreu, de Richebourg l’Avoué, editada no blogue como também pelos relatos sobre o Furriel António dos Santos Mano de João Crisóstomo, Henrique Matos e Júlio Martins Pereira e do Alferes Vítor Paulo Vasconcelos Lourenço, de Hélder Valério Sousa, Manuel Augusto Reis e José Casimiro Carvalho.

Considero muito importante que esses relatos estejam com o meu trabalho!

Na altura tive a ajuda do Sr. Carlos Vinhal e todos eles deram esse consentimento mas não se tratava de uma publicação, assim volto a renovar esse pedido na esperança de haver essa autorização. Esses relatos ficariam na parte final do trabalho, na integra, com fotos e mapas. Retirei excertos do texto quando o mesmo se repete em duas mensagens, de resto tudo se mantém.

Envio o trabalho já um pouco diferente, ainda não está concluído pois falta corrigir o índice, a bibliografia e outros pormenores. Apenas para perceber o que realmente eu pretendo (e se é possível).

Um abraço,
Armando Gonçalves.


2. Resposta do nosso editor, na mesma data:

Caro professor:

Muito folgo em ter notícias suas e saber da sua vontade em publicar no nosso blogue o resto do seu trabalho de pesquisa sobre os bravos do concelho de Moncorvo, mortos na I Grande Guerra e na Guerra Colonial (*). Não há muitos exemplos que eu conheça, de gente a fazer as "pequenas histórias de vida" desses portugueses que deram o melhor de si, a sua vida, nessas duas guerras... Conheço o caso dos meus camaradas Mário Leitão, em Ponte de Lima, e Jaime Bonifácio Marques da Silva, em relação à sua terra, Seixal, Lourinhã... Eles e você são pioneiros e merecem o nosso mais alto apreço e gratidão.

Vamos, sim, senhor, publicar o que nos mandou. Recordo, entretanto, o convite que lhe enderecei, e que só obteve meia resposta, há uns atrás:

"Armando: Obrigado por tudo, você merece figurar no nosso blogue pelo que já fez pelos nossos camaradas da Guiné... Estou a convidá-lo para integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande, onde há camaradas e há amigos... Cerca de 10% dos nossos membros são familiares, ou guineenses, ou 'amigos da Guiné', ou estudiosos da guerra colonial"...

Na altura tinha-lhe pedido uma foto e uma nota curricular sucinta ... O convite continua de pé.. Tem um lugar à sua espera, à sombra do nosso mágico e fraterno poilão (árvore sagrada e secular em qualquer tabanca da Guiné, à volta da qual se reúnem os vivos e os mortos, e no alto da qual habitam os irãs bons...).

Boas férias.
Luís Graça


3. Resposta do Armando Gonçalves, também nesse dia:

Dr. Luís Graça,

Agradeço as suas palavras, está-se a pensar numa edição em livro e gostaria de saber se posso efetivamente publicar conforme consta no pdf (pdf que lhe enviei mas que ainda não está totalmente concluído) (onde estão incluídos os relatos publicados no blogue), ou seja, se tenho esta nova autorização vossa?

Depois dizer-lhe que aguarde até lhe enviar a versão final igual a que vai sair em livro. (*)

Quanto à Tabanca Grande, é com grande honra e aproveito para um enorme pedido de desculpas pela minha falha.

Um abraço,
Armando Gonçalves


4.  Mensagem do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, reiterando o seu OK à publicação do seu texto

Olá, Luís:

Todo este trabalho é louvável, quase heróico, e merece ser apoiado e acarinhado.
Portanto, por mim, não só reitero o que disse antes, incluindo a aceitação/autorização como aplaudo a iniciativa.

Abraço
Hélder Sousa


5. Nesse mesmo dia, e com conhecimento aos camaradas citados pelo Armando Gonçalves, escrevi-lhe o seguinte:

Armando, tem carta branca, sinal verde... para avançar... No caso de usar algum documento do blogue, basta referir a fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné... Vou apresentá-lo à Tabanca Grande. Se tiver uma foto sua, mais ou menos atual, daria jeito... 
Ab, Luís

O nosso amigo professor de Torre de Moncorvo mandou-me finalmente a sua foto em 18/7/2017... Mas ele já tinha entrado, seis meses antes, para a nossa Tabanca Grande (**)...  sem a apresentação formal habitual... Corrige-se agora essa lamentável falha do editor....

Armando, seja bem vindo à nossa Tabanca Grande!... Aguardamos por boas notícias relativamente à publicação do seu trabalho, em livro. Tome boa nota: afinal, está sentado, à sombra do  nosso poilão, no lugar n.º 733, desde 22/1/2017... Peço desculpa por esta confusão... E estamos certos que o seu trabalho  irá ser reconhecido pela sua autarquia e pela sua escola (Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado).



Memorial de Torre de Moncorvo aos seus Combatentes Mortos na Guerra do Ultramar (1961-1974)

Fotos com a devida vénia ao Portal dos Veteranos da Guerra do Ultramar - Angola - Guiné - Moçambique - 1959 a 1975

Construído e inaugurado um pelo município local em 10 de Junho de 2013. Fica situado no Largo da República.  (Vd. Cartaz do evento, reproduzido acima, cortesia do blogue TORRE.Moncorvo, editado por MendoCorvo.)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de fevereiro de  2017 > Guiné 61/74 - P17091: Militares mortos na 1.ª Guerra Mundial e Guerra do Ultramar do concelho de Torre de Moncorvo (Armando Gonçalves) - Parte VII: 30 mortos na guerra colonial: 15 em Angola, 8 em Moçambique, 6 na Guiné e 1 em Cabo Verde

(**) Vd. primeiro poste da série > 22 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16977: Militares mortos na 1.ª Guerra Mundial e Guerra do Ultramar do concelho de Torre de Moncorvo (Armando Gonçalves) - Parte I

(***) Último poste da série >  29 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17809: Tabanca Grande (447): António Delmar Pereira, ex-Soldado Escriturário da 4.ª Repartição/QG/CTIG, Bissau, 1966/68, 755.º tertuliano do nosso Blogue

Guiné 61/74 - P17849: Os nossos seres, saberes e lazeres (233): Passeio por uma grande abadia em ruínas, voyeurismo em Moffat (4) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 5 de Julho de 2017:

Queridos amigos,
Em companha, com tantas vontades à solta, há que negociar o consenso para os itinerários. Há aqueles que se sentem afoitos para grandes passeios pedestres, todos querem dar uma saltada até Glasgow, há lá coisa preciosas para ver, desde a Coleção Bute, uma exposição sobre caricatura francesas do século XIX com destaque para Honoré Daumier e até para ver uma aguarela de Turner recentemente descoberta; imperou uma maioria que tinha sugerido abadias e mosteiros, Glasgow ficaria para mais tarde.
E todos se regalaram, e no regresso a Moffat começou a aventura de entrar nos seus segredos, nessa tarde muito se comprou nas chamadas lojas de beneficência, gravatas, cd's, livros e algo mais.
Ameaçava chover mas não choveu.
Amanhã a companha continuará a peregrinação interior.

Um abraço do
Mário


Passeio por uma grande abadia em ruínas, voyeurismo em Moffat (4)

Beja Santos

Continuamos no Sul da Escócia, daqui só se sairá para ir à região de Manchester e depois tomar o avião, ainda falta tempo. O viandante e companha decidem um passeio para se embrenharem no património histórico da região, a escolha mais importante recai sobre Jedburgh Abbey, uma jóia cisterciense, de dimensões impressionantes. Por diferentes títulos, foi um dia inesquecível. Algures, pediu-se para parar o carro, quis-se homenagear este soldado da I Guerra Mundial. Tem sido dito à saciedade que não há lugarejo em toda a Grã-Bretanha em que não se agradeça o dever cumprido, a morte nas trincheiras ou nos mares e até nos ares, aquela guerra inconcebível cujos generais, de todas as fações, prometiam a vitória em semanas. Enganaram-se, mas o mundo mudou, democratizou-se, houve crises avassaladoras, totalitarismo e autoritarismo ameaçaram as democracias. Mas esta gratidão permanece, um século depois, o viandante impressiona-se em todas as circunstâncias, por ali andou à volta até encontrar um ângulo feliz, de acordo com as suas preferências e do céu baço. Mantém-te firme no teu serviço, nobre soldado.


A Escócia tem esta versatilidade de declives verdejantes, de charnecas e tufos de florestas, quando não mesmo florestas quilométricas a rodear riachos a murmurejar. O céu continuava baço, esperava-se chuva miudinha, felizmente até ao fim do dia houve este pedaço de luz.

Não há viajante que percorra a Grã-Bretanha fora dos grandes circuitos turísticos e que não se interrogue com tanto monumento destruído, derruído, um verdadeiro abandono. Diferentes coisas aconteceram. A mais grave foi no reinado de Henrique VIII, na rutura com Roma porque o Papa não aceitava a anulação do casamento com Catarina de Aragão, deu-se a nacionalização de todo o património conventual e monástico, desapareceram riquezas incalculáveis, algumas foram postas a recato e vendidas no estrangeiro. Temos sinais dessas vendas no Museu Nacional de Arte Antiga, com alabastros preciosíssimos de Nottingham, há mesmo paramentos ingleses no museu da Igreja Matriz de Ponta Delgada. O viandante visitou na região de Leeds Kirkstall Abbey, uma jóia da arquitetura cisterciense, de 1152, nos dias de sol por aqui andam as famílias a desfrutar este belo panorama.

Kirkstall Abbey, na região de Leeds

Sweetheart Abbey, na região de Dumfries e Galloway, não foram só as guerras religiosas que conduziram a estas destruições, estamos numa ampla área em que houve guerras entre ingleses e escoceses, os conventos e mosteiros iam perdendo gente, foram votados ao abandono. Irão reganhar interesse com o romantismo. Mas isso é uma história que precisa de muitos complementos.



Aqui está Jedburgh Abbey, imensa e ainda altaneira, mostrando o românico e o gótico da mais fidelidade. Pois é dentro de uma igreja enorme que um aristocrata do século XIX pediu para lhe porem o túmulo, está protegido por uma cripta. O viandante contempla por todos os ângulos a grandeza e vale a pena dizê-lo o esplendor arquitetónico, dá para imaginar como seriam as portas, os vitrais, o coro, o sumptuoso altar. É o que há, cada um reconstitui esse esplendor de outrora conforme pode, há mesmo o auxílio de um vídeo que ajuda a compreender como vibrou aqui o passado.



Passeou-se demoradamente em todos os sentidos, há vestígios da vida monacal, da sua sala de capítulo, dos quartos, dos refeitórios. E há depois este lindo cemitério, indiferente ao bulício da estrada que passa bem perto. Chegara a hora de amesendar, entrou-se num restaurante e pediu-se empada do pastor, nome campestre para um bom puré de batata recheado de carne picada. Comida apaladada, regressou-se a Moffat de barriga cheia.



O Star Hotel vem no Guiness, é o hotel mais estreito do mundo, o que não tem em largura é dado pelo comprimento, tem muito boa comida, aqui se pode manjar os pratos tradicionais da Escócia. Atenda-se à segunda imagem para ver a extensão que ninguém pode suspeitar quando contempla a fachada. Vamos continuar o passeio.


No velho cemitério de Moffat está sepultado alguém que contribuiu para mudar o curso do mundo, na mobilidade dos transportes, o engenheiro John Loudon Mc Adam inventou a macadamização, com brita e gravilha nas estradas, tudo ficou mais consistente, as viagens mais rápidas e seguras. Como a imaginação anda por onde quer, lembrei-me, tinha eu sete anos, de ver rasgar a quinta do Visconde de Alvalade para abrir a Avenida dos Estados Unidos da América entre a Avenida de Roma e o Campo Grande, usou-se a técnica de Mc Adam, inicialmente, aplainado o solo, jogaram por cima muita gravilha e o caterpillar deu a consistência necessária. Mais tarde veio o alcatrão.

Amanhã prosseguimos à descoberta de Moffat.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 4 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17824: Os nossos seres, saberes e lazeres (232): Em Moffat, no coração do Sul da Escócia, a explorar os arredores (3) (Mário Beja Santos)