sábado, 9 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18064: Consultório militar do José Martins (31): Memórias de Guerra (5): Distritos de Portalegre, Évora, Beja, Faro e Setúbal


1. Quinto poste, de sete, de um trabalho de pesquisa de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), que podem ser vistas pelo país e estrangeiro. Aceitam-se, e agradecem-se, correcções e actualizações por parte dos nossos leitores.




(Continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 8 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18059: Consultório militar do José Martins (29): Memórias de Guerra (4): Distritos da Guarda, Castelo Branco e Santarém

Último poste da série de 8 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18060: Consultório Militar do José Martins (30): o 2º grumete fuzileiro, da CF nº 3 (1963/65), morreu, em Bolama, em 13/4/1964, tendo caído ao rio, quando fazia parte da escolta ao rebocador "Atro". O corpo nun a mais foi encontrado

Guiné 61/74 - P18063: Parabéns a você (1351): Amaro Samúdio, ex-1.º Cabo Aux. Enfermeiro da CCAÇ 3477 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 5 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18046: Parabéns a você (1350): José Pereira, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 5 (Guiné, 1966/68) e Manuel Carvalho, ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf da CCAÇ 2366 (Guiné, 1968/70)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18062: Blogpoesia (542): "À Virgem", poema de Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546

Nossa Senhora da Conceição
Com a devida vénia a Leça da Palmeira

 
1. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68) com data de7 de Dezembro de 2017:

Saúde para todos os frequentadores da tabanca Grande.
Para efeitos de eventual publicação envio um pequeno poema.

Um grande abraço amigo, para todos os camaradas.
Domingos Gonçalves

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À VIRGEM

Por estas noites feitas só de medo,
Em que sombras vagueiam silenciosas,
Lembrando inimigos, em segredo,
Às minhas sentinelas receosas;

Por estas horas mortas, dolorosas,
Tão longas e sombrias, do degredo,
Tristes, - são a noite -, e tão penosas, 
Em que nunca tenho um sonho ledo;

Eu sinto que vens à minha solidão,
Com teu sorriso de anjo salvador,
Acariciar meu rosto, com tua mão.

E a luz das tuas faces, muito leve,
Afasta de mim todo o pavor,
E brilha a meu lado, mais do que a neve.

Domingos Gonçalves
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18040: Blogpoesia (541): "Timidez da neve", "Voo alado..." e "Feira das ideias...", poemas de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P18061: Notas de leitura (1021): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (12) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Setembro de 2017:

Queridos amigos,
A exposição dos agentes económicos defensores da manutenção da capital em Bolama em detrimento de Bissau, têm aspetos singulares, que ponho à vossa apreciação. É como se fosse uma lição da história da presença portuguesa, falando de Cacheu, de Bissau e de Bolama, esta apresentada como sucesso diplomático irrefragável, a escolha de Bolama para capital era um triunfo diplomático intocável. Jogam-se argumentos em nome da geografia, da fácil aproximação de Bolama ao continente e pelo caminho dão-se informações espantosas como a de que a fértil região de Cacine estava abandonada. Toda esta argumentação caiu por terra face a novas realidades ditadas pela gradual ascensão económica de Bissau. É nesta cidade que vai assentar um modelo de desenvolvimento ainda insipiente com Carvalho Viegas e que irá desabrochar com Sarmento Rodrigues. Ponto de tal modo incontornável que Amílcar Cabral não hesitou em pôr o seu nome para identificar a nova República.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (12)

Beja Santos

Antes de chegar o Governador Leite de Magalhães que ficará na Guiné até 1931, vários acontecimentos ganham peso, com realce para a preponderância de Bissau sobre Bolama, há empreendimentos agrícolas que vão caindo por terra, nos Bijagós, mas também no continente. Já se referiu que aumentaram as estradas e as linhas telegráficas, mas as finanças locais mantêm-se anémicas e instáveis. No período da Ditadura Nacional assiste-se a uma redução de despesas: diminuição de efetivos militares, menos administração. É nesta altura que os agentes económicos de Bolama reagem, endereçam ao ministro das Colónias uma farta exposição em 15 de Agosto de 1927, vêm fazer uma defesa histórica de Bolama, é um documento sem precedentes, feito propositadamente para neutralizar a transferência da capital para Bissau:
“Não nos animam mesquinhos propósitos de bairrismo. Para nós esta questão não é uma questão de duas cidades disputando-se a primazia, a honra ou a vantagem de serem a cidade principal da colónia. Procuramos ver o problema através do alto interesse da colónia, pois ele não pode nem deve ser considerado apenas do ponto de vista limitado, embora respeitável e atendível, das conveniências desta ou daquela cidade, deste ou daquele centro de população.
Para isso temos de considerá-lo à face da história, da situação geográfica, económica, financeira e sanitária da província e até da política internacional. No estudo do problema da capital não se pode pôr de parte o ponto de vista histórico”.


De uma publicação de 1925

Enumeram-se elementos sobre a colonização da região, fala-se em missionários, em Cacheu, no período filipino, na fundação de Bissau, cita-se o trabalho de Travassos Valdez, a velha obra de Francisco de Azevedo Coelho, tudo para chegar à ocupação militar da ilha de Bolama em 1830, não sem o protesto veemente do Governador de Serra Leoa, segue-se o conflito com a Grã-Bretanha e a sentença arbitral do Presidente Ulysses Grant. E como se estivesse a dar uma lição de história ao Ministro das Colónias, diz-se apologeticamente:

“Não foi portanto uma necessidade de ocupação que nos levou a fixarmos a capital em Bolama. Quando se transferiu a sede do governo para Bolama já ninguém nos podia contestar a sua posse. Antes o que se vê é que a capital em Bolama surge com a criação da província autónoma, é a maioridade”.

Agora os argumentos são arremessados com outro peso:
“Sob o aspeto geográfico é erro dizer-se que Bolama fica distante de todos os postos da província, por isso não está indicada para ser a sede de governo. Confrontando a sua situação com a de Bissau o que podemos dizer com verdade é que tanto esta cidade como Bolama encontram-se relativamente longe de determinadas circunscrições mas que de ambas se pode ir hoje com toda a facilidade a qualquer ponto da Guiné porque possuímos uma rede de estradas magnífica cortando-a em todos os sentidos (…) A ilha de Bissau está separada do continente por um rio, o Impernal, na região dos Balantas. A ilha de Bolama encontra-se separada do continente pelo mar. Mas é uma distância pequeníssima: de Bolama a S. João, no continente, há uma distância menor que a do Terreiro do Paço a Cacilhas. Quer dizer que quem estiver em S. João, defronte da cidade de Bolama, está em toda a parte do continente. A situação de Bolama permite comunicações rápidas com os principais pontos da colónia, tendo até o Governador Caroço projetado com a construção de uma ponte no rio Corubal a mais importante rede de estradas na parte do continente que fica fronteira a Bolama. Rigorosamente estão a grande distância de Bolama as regiões de S. Domingos e Cacheu, apenas. Como, também, ficam a grande distância de Bissau as regiões de Cacine e Gabu.

Entre Bolama e Bissau, o mais importante centro comercial da colónia, pode também haver comunicações rápidas. A experiência foi feita também pelo Governador Caroço, mandando abrir a estrada que de S. João conduz a Enchudé, povoação fronteira a Bissau. Entre Bolama e S. João, desta povoação a Enchudé e daqui a Bissau havia então um serviço combinado de transportes marítimos e terrestres, gastando-se na viagem duas ou três horas. Estes serviços tornavam mais rápidas e frequentes as comunicações Bolama-Bissau, sabido como é que os vapores da capitania estão sujeitos a marés. Uma das regiões mais ricas da Guiné é Cacine, no Extremo Sul da Guiné, e Cacine, hoje infelizmente despovoada, está a seis horas de Bolama. E o rico e fértil arquipélago dos Bijagós está longe de Bissau e a dois passos de Bolama.

Sob o ponto de vista económico-financeiro, não se pode sustentar, com verdade, a vantagem da capital em Bissau. Nem a economia da colónia nem a situação do tesouro público, a essa economia tão estreitamente ligada, lucrariam com a transferência que se pede, antes a riqueza pública sofreria uma diminuição sensível e as despesas orçamentais em nada seriam comprimidas. Bissau é realmente o grande comercial da província. Ninguém o nega e os signatários são os primeiros que desejam o progresso dessa importante e cada vez mais prometedora cidade. Mas o movimento burocrático em nada contribuiria para o seu desenvolvimento.
Que pode ganhar a economia da província com as repartições públicas em Bissau? E não será ao menos justo, como se pretende alegar, afirmando que Bissau é que paga as despesas públicas? Não, pois a verdade é que não é Bolama ou Bissau que preenche o orçamento, mas sim toda a província ou, para sermos inteiramente justos, o indígena, a grande, a suprema riqueza da colónia. E os agentes económicos que apelam ao ministro das Colónias falam no orçamento, desmontam as despesas da administração no intuito de concluir que “da transferência da capital resultava inevitavelmente a desvalorização da riqueza pública, desvalorização que se refletia também no orçamento da província. É má hoje, é difícil e quase acabrunhante a situação financeira da Guiné. Pois bem, o estado que tem edifícios seus em Bolama no valor de sete mil contos – e alguns que honram já a cidade colonial – abandonava simplesmente esses prédios, esses valores, essa riqueza, retirava-se amuado para Bissau e a fantasia desse amuo custava-lhe dez mil contos. Quem poderá dizer que isso é sensato?

Há toda a conveniência em estabelecer as capitais das províncias ultramarinas nos pontos mais salubres, mais tranquilos até. Os funcionários, incluindo o governador, devem viver nos pontos onde a salubridade seja maior, rodeados do conforto material e moral que só a família proporciona. Colocar a capital num mau clima – e Bissau é incontestavelmente um mau clima – é fazer inversamente a seleção do funcionalismo. Para um mau clima, só podem ir os maus funcionários, os inferiores, os falhados, porque os funcionários competentes têm outras colónias que lhes abrem as portas e onde se encontram sob o ponto de vista sanitário e sob o ponto de vista social melhor instalados.
Bolama, com o seu ar de velho burgo, docemente ensombrada pelas árvores, que dir-se-ia estender-nos, ao chegarmos, os seus braços verdes e aconchegantes, com a sua fisionomia de velha cidade da província portuguesa, é inclusivamente pela atmosfera de quietude, de paz e de tranquilidade que nela se respira, a cidade mais indicada para a capital política da colónia. As colónias para o tratado de Versailles existem com um alto objetivo de civilização. Não para os países incapazes as conversarem abandonadas, desprezadas, desvalorizadas, em nome de um frágil direito histórico. Não se pode abandoná-las, nem abandonar ou desprezar uma colónia ou qualquer porção do seu território. Portugal sobretudo não deve perder de vista este princípio, conhecidas as cobiças de todos os lados sofregamente espreitam o nosso império colonial.

É possível até que seja escusada e supérflua a nossa defesa de Bolama, porque o primeiro e o mais ilustre defensor da capital nesta cidade é o senhor Major Leite de Magalhães, distinto Governador da Colónia, e não é com o seu assentimento decerto que a sede de governo se fixa em qualquer outro ponto. Basta atentar em todos os seus atos desde que chegou a esta colónia, para se concluir que sua excelência só deseja o progresso de Bolama. E não é necessário referirmo-nos a muitos desses atos como a construção de um casino, que Sua Excelência patrocina e o novo palácio do governo que quer edificado. Logo tomou posse do governo, o senhor Major Leite de Magalhães propôs ao Ministério das Colónias a extinção da Comarca Judicial em Bissau e a criação de uma Comarca única em Bolama, o que só significa, por parte de Sua Excelência o desejo de alevantar e engrandecer esta cidade. E embora neste ponto nos permitamos discordar de Sua Excelência, temos a concluir que a significação da sua atitude é bem eloquente.
É lícito abandonar esta velha terra portuguesa?”.


Da Revista Panorama n.º 21 de 1944

Mas a decisão de mudança só ocorreria mais tarde, a despeito do que na exposição enviada pela direção da Associação Comercial da Guiné com a Comissão Urbana de Bolama, a transferência será decidida no final dos anos de 1930 e concretizável em 1941, já começara acentuadamente a decadência de Bolama.

Sempre atento a tudo quanto se passava à sua volta, o gerente da filial de Bolama enviou cópia deste documento para Lisboa, a Administração do BNU queria-se sempre bem informada, política, social e economicamente, de tudo quanto se passava em território guineense.

(Continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 1 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18032: Notas de leitura (1019): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (11) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 4 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18042: Notas de leitura (1020): “Cartas de Amílcar Cabral a Maria Helena”, organização de Iva Cabral, Márcia Souto e Filinto Elísio, Editora Rosa de Porcelana, 2016 (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18060: Consultório Militar do José Martins (30): o 2º grumete fuzileiro, da CF nº 3 (1963/65), morreu, em Bolama, em 13/4/1964, tendo caído ao rio, quando fazia parte da escolta ao rebocador "Atro". O corpo nun a mais foi encontrado


Infogravura: Portal UTW (Ultramar TerraWeb) (com a devida vénia...)


[Foto à esquerda: José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70)]

2º Grumete Fuzileiro nº 9845 FERNANDO EDUARDO PEREIRA: Presente!

Quando abri o correio eletrónico, surge um pedido de informação acerca do militar em epígrafe, subscrito pelo marido da filha deste nosso camarada que, recorrendo ao nosso blogue, pretende mitigar a dor que sua esposa, e filha do nosso camarada, sente por não ter conhecido o pai, já que nasceu depois do pai ter partido para a guerra. (*)

Se sempre fazemos por não deixar de dar seguimento, aos pedidos que são endereçados ao blogue, este merece especial atenção: é a filha de um camarada nosso e, por essa razão, nossa filha é!

Como procurar alguma informação sobre um membro pertencente a outros Ramo das Forças Armadas, no caso a Marinha, uma vez que só temos tratado de casos referentes ao Exército?

Capa do livro (**)
Recordei-me que, em tempos, tinha visto a notícia da publicação de um conjunto de livros acerca dos
Fuzileiros, no tempo da Guerra de África. Procurei obter o título e constatei tratar-se do conjunto de 4 volumes editados em 2006 – o primeiro sobre aspetos gerais e os restantes, um por cada Teatro de Operações – da autoria do Capitão de Fragata Fuzileiro Luís Sanches de Baêna (*):

Constatando que os livros existem na Biblioteca Nacional (cotas SC 112625 V até 116628), em Lisboa, após o almoço rumei para lá, solicitando a consulta dos mesmos.

Constatámos que FERNANDO EDUARDO PEREIRA, 2.º Grumete Fuzileiro n.º 9845, foi mobilizado para a Companhia de Fuzileiros n.º 3, para reforço da guarnição normal e integrado no Comando da Defesa Marítima da Guiné. 

Embarcou em Lisboa a 4 de junho de 1963, tendo chegado a Bissau no dia 14 seguinte. A mesma CF 3, regressaria em 20 de junho de 1965 a bordo do NRP D. Francisco de Almeida.

Na página 76 do 1.º volume que num quadro que reporta todos os que tombaram em campanha, refere sobre o nosso camarada:

«Quando fazia parte da escolta ao rebocador 'ATRO', fundeado ao largo de Bolama, caiu ao rio não tendo o corpo sido encontrado».  Este facto foi considerado “acidente em serviço”, tendo ocorrido no dia 13 de abril de 1964.

Foi o que consegui encontrar sobre este infeliz acontecimento, ocorrido há mais de 53 anos. Muito provavelmente existe o desejo, e porque não a necessidade de tomar um contacto maior acerca da vida militar do pai.

Por isso, sugiro que, caso queiram ter um extrato da ficha pessoal, entrem em contacto:

(i)  com os serviços do Arquivo Central da Marinha;

(ii) por e-mail para arquivo.historico@marinha.pt;

(iii) ou por carta para a Rua da Junqueira, Edifício da Antiga Fábrica Nacional de Cordoaria, 1300-342 Lisboa;

(iv)  ou por telefone 213 627 600/1 ou fax 213 627 601.

Espero que, no mínimo, estas informações possam ajudar a superar tantos anos de saudade e dor.

José Marcelino Martins
Guiné 1968/70
6 de dezembro de 2017


2. Mensagens de agradecimento do Mário da Conceição Fernandes, com data de ontem:

(i)  (...) Apresento-lhe as minhas fraternas saudações

Antes de mais, um agradecimento de gratidão, como acolheu e desenvolveu o meu pedido. Permitindo, que em tempo recorde, nos enviassem esta informação, para nós, tão preciosa e desejada.

E na pessoa de V. Exª., cumprimento e agradeço ao Senhor José Martins, todo o empenho, disponibilidade e celeridade, imprimida nesta causa.

Apenas em gesto de desabafo, a morte do meu sogro, foi o começo de uma longa infelicidade nesta família. (...)
Amigo e Senhor Luís Graça, renovados agradecimentos por esta importante informação, que irei aprofundar, tal como me indica.

Aceite os meus cumprimentos

Com Votos de um Feliz Natal, extensivos à sua família.
(ii) (...) Muito Obrigado. Permita-me que o trate por Amigo Graça.

Mais uma vez, nos presenteia com informação muito útil. Já pedi autorização de consulta da ficha pessoal ao Arquivo da Marinha. Tendo-me respondido para formalizar o pedido ao responsável do Serviço.

O que já fiz. Estando a aguardar a autorização.

Renovados agradecimentos

Um destes dias, terei muito gosto em o conhecer pessoalmente. (,...)

3. Comentário do editor:

Mário, um bom Natal, igualmente para vocês. Li, com compaixão, a história (sofrida) da sua esposa. A morte de um pai, a orfandade, são acontecimentos devastadores para uma criança. Infelizmente, houve muito  mais camaradas nossos, que morreram na guerra do Ultramar / guerra colonial, sem terem chegado a conhecer os seus filhos e, pior, a vê-los crescer... Somos uma geração que fez a guerra e a paz, e tem o direito a não ir para a "vala comum do esquecimento"... O que o Mário e a sua esposa estão a fazer é a exercer esse direito, reabilitando a memória do nosso camarada Fernando Eduardo Pereira. Se tiver uma foto dele, mande-nos. As famílias têm direito a saber as circunstâncias em que morreram, cá ou em África, os seus entes queridos que cumpriam o serviço militar obrigatório, entre 1961 e 1974, fosse morte em combate, por acidente ou por doença. (***)
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FUZILEIROS : FACTOS E FEITOS NA GUERRA DE ÁFRICA 1961-1974 / LUÍS SANCHES DE BAÊNA ; REV. LUÍS MILHEIRO 

AUTOR(ES): Baêna, Luís Sanches de, 1949-; Milheiro, Luís, rev. de matriz
PUBLICAÇÃO: [Lisboa] : Comissão Cultural de Marinha : Edições INAPA, 2006

DESCR. FÍSICA: 4 v. : il. ; 25 cm

BIBLIOGRAFIA:  Contém bibliografia

CONTÉM:  1º v.: 298, [3] p. . - 2º v.: Crónica dos feitos de Angola. - 248, [2] p. . - 3º v.: Crónica dos feitos da Guiné. - 280, [3] p. . - 4º v.: Crónica dos feitos de Moçambique. - 250, [1] p.

ISBN: 972-797-133-4  | 972-797-134-2  | 972-797-135-0  | 972-797-132-6

DEP. LEGAL: PT -- 249297/06; PT -- 249298/06; PT -- 249646/06; PT -- 249296/06
CDU: 359.2(=1:469)(6)"1961/1974"  | 355.48(=1:469)(6)"1961/1974"  | 94(469)"1961/1974"

(***) Último poste da série > 7 de dezembro de  2017 > Guiné 61/74 - P18059: Consultório militar do José Martins (29): Memórias de Guerra (4): Distritos de  Guarda, Castelo Branco e Santarém

Guiné 61/74 - P18059: Consultório militar do José Martins (29): Memórias de Guerra (4): Distritos da Guarda, Castelo Branco e Santarém


1. Quarto poste, de sete, de um trabalho de pesquisa de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), que podem ser vistas pelo país e estrangeiro. Aceitam-se, e agradecem-se, correcções e actualizações por parte dos nossos leitores.




(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 7 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18056: Consultório militar do José Martins (28): Memórias de Guerra (3): Distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Viseu

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18058: Em busca de... (283): 2º grumete fuzileiro Fernando Eduardo Pereira, natural de Lamego, e morto no CTIG c. 1963/64, deixando uma filha de meses que nunca chegará a conhecer o pai (Mário da Conceição Fernandes)


Infogravura: Portal UTW (Ultramar TerraWeb) (com a devida vénia...)


1. Mensagem do nosso leitor Mário da Conceição Fernandes


Data - 5/12/2017


Assunto - Pedido de colaboração


Exmº. Senhor
Luís Graça

Sirvo-me do presente e pelo recurso ao seu blogue – blogueforanadaevaotres.blogspot.pt, para lhe solicitar a possível colaboração, na recolha de informação, relativa ao [grumete] fuzileiro Fernando Eduardo Pereira, natural de Lamego e morto em combate na então Província Portuguesa da Guiné, nos anos de 1963/64.

Este militar, aquando da sua morte, deixou com poucos meses de idade uma filha, que não conheceu o seu pai. Pois, nasceu já depois da sua partida para a Guiné.

Esta sua filha, chora com grande regularidade a perda do pai que não conheceu e muito gostaria de contar com alguma informação, sobretudo, acerca dos factos que motivaram a sua morte.

O signatário é casado com a filha do falecido militar e muito gostaria de, nesta quadra natalícia, lhe proporcionar alguma informação respeitante ao pai. O que tanto enseja.

Com os meus agradecimentos

Aguardo a sua ajuda

Aceite os meus cumprimentos

Mário Fernandes

2. Comentário do nosso editor:

Ontem, dia 6, 4ª feira, pedi ao nosso colaborador permanente, amigo e camarada, José Martins, para se "encarregar" deste caso... Ele é o "Sherlock Holmes" do nosso blogue, e tem sempre uma pista, um indício, ou uma resposta para os "problemas" que  submetemos ao seu "consultório militar" (que é um verdadeiro serviço público, inteiramente gratuito para os  nossos "utentes"):

Zé: agora vais ser, mais uma vez, o "Pai Natal"...Vê se sabes algo sobre as circunstâncias da morte deste camarada, soldado Fuzileiro Fernando Eduardo Pereira, natural de Lamego e morto em combate na então Província Portuguesa da Guiné, nos anos de 1963/64.

Ab, Luis

O Zé, que mora em Odivelas, lá se pôs nas suas "tamanquinhas" (leia-se: o metro) e logo me/nos deu a resposta, depois de consultar as suas fontes (Arquivo Histórico-Militar, Biblioteca Nacional, etc.)... 

O Mário e a sua esposa, filha do nosso infortunado camarada, já sabem desde hoje de manhã as circunstâncias em que faleceu, em 14 de abril de 1964, o Fernando  Eduardo Pereira,  2º Grumete Fuzileiro nº 9845, Companhia de Fuzileiros nº 3 (Guiné, 1963/65). E esperemos que isso lhes traga algum conforto espiritual, neste Natal de 2017, cinquenta e três anos depois do infausto acontecimento.

Publicaremos essa informação num próximo poste. De qualquer modo, se algum leitor (amigo ou camarada da Companhia de Fuzileiros nº 3, ou de outras subunidades da Marinha) tiver alguma informação concreta sobre este caso, contacte-nos por favor. 

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Nota do editor:

Guiné 61/4 - P18057: Agenda cultural (617): o criminalista e antigo inspector-chefe da PJ, Barra da Costa, acaba de lançar o livro "Os crimes de João Brandão: das Beiras ao degredo" (Edições Macaronésia, Ponta Delgada, 2017)


Edições Macaronésia: Rua da Saúde N.º 107 - Arrifes, 9500-363, Ponta Delgada.


Ficha Técnica:

Autor - Barra da Costa

Título - Os crimes de João Brandão (das Beiras ao degredo) 

Edição - Edições Macaronésia

Local - Ponta Delgada

Ano - 2017

Sinopse:

“Quando abracei esta vida reprovada por todo o ser cristão e que nos coloca na posição mais ínfima, mais vil, mais repugnante da sociedade, foi porque a miséria me impeliu juntamente com a falta de caridade que encontrei no meu semelhante; o meu coração, contudo, não é desses ferozes que se vangloriam ao verem tudo nadando em sangue. Tenho aversão a isso e só na última necessidade, quando não nos possamos salvar sem lançar mão desse terrível recurso, é que aconselho a que se derrame. Além disso desejo que socorramos aqueles que ainda necessitam mais que nós. Tiraremos aos ricos, mas repartiremos também com os pobres. Com uma mão praticamos o crime, pois bem, com a outra pratiquemos a caridade: verdadeira religião cristã. Usarei de uns bilhetes com o meu nome e toda a pessoa que o apresentar a vocês deverá ser respeitada como se fora eu. Serei justo e imparcial para com os meus colegas. Eis aqui as minhas ideias e sentimentos, que desejo que sigam à risca.” [José do Telhado, in Souza, Rafhael (1874). A vida de José do Telhado, p. 26), apresentando as suas condições para aceitar o cargo de mestre, proposto pelos seus companheiros, aos quais pediu que jurassem em como se comprometiam a dar a vida uns pelos outros.]

Fonte: Edições Macaronésia, Ponta Delgada, RA Açores

Comprar  > P.V.P.: 11,00 € 


1. Mensagem, de 7 do corrente, enviada pelo autor, [José Martins] Barra da Costa [, professor, escritor, criminalista e antigo inspetor-chefe da PJ] com pedido de apresentação e divulgação da obra sobre João Vítor da Silva Brandão (Tábua, Midões, 1825 - Bié, Angola, 1880), que ficou conhecido como o "terror das Beiras":


O livro que ora se apresenta – Os Crimes de João Brandão (Das Beiras ao Degredo) - é um trabalho histórico publicado pelas Edições Macaronésia, que tem como pano de fundo um período fervilhante da História de Portugal.

[Contactar o editor - tm. 918189075 ou email acrpeixoto@sapo.pt - que após confirmar o depósito do 11 euros no NIB que ele próprio  vos fornecerá, enviará o livro, sem acréscimo de preço]

O meu objectivo específico enquanto autor passa por convocar os leitores, por um lado, a uma comparação com as «novas filosofias de vida» que parecem querer despontar e, por outro lado, a uma reflexão sobre o que vem sendo feito pelo sistema político-judiciário, tantas vezes regredindo e transigindo em princípios e valores de Liberdade e de Democracia que se julgavam consolidados.

A forma como então decorreu a divisão do país entre miguelistas e liberais, potenciou a formação de grupos de guerrilhas. João Brandão acabou a lutar pelos seus interesses, sob a capa de uma ou outra ideologia, muitas vezes legitimado pelo próprio Estado a braços com um novo sistema político, de forma a garantir a perseguição dos inimigos políticos e o controlo da ordem pública. Quando as elites políticas entenderam que o poder estava estabilizado e os bandos já não eram úteis para os seus fins, varreram-nos para debaixo do tapete.

O meu objectivo geral tem como de fundo avançar uma reflexão sobre o futuro que hoje se desenha sobre nós, designadamente quando, sobre os braços da Justiça, parece querer voltar a elevar-se a antiga pena de degredo à condição de peça histórico-jurídica actual. Apetecia dizer que se trata de uma reflexão sobre tudo o que já foi e que não queremos que regresse, até porque a questão do degredo, neste caso das Beiras para Angola, não é estranha a muitos dos que povoaram outras paragens. 

Veja-se a «prática» de enviar para os Açores e Madeira os candidatos pior classificados em diferentes carreiras da administração central ou como ainda subsiste o hábito de colocar nas ilhas funcionários da administração central que tenham sido alvo de processos disciplinares ou, a outro nível, o que se passa com os repatriados vindos do Canadá e dos Estados Unidos da América.

Na parte final abordo a natureza das penas e dos seus efeitos, em especial as que foram aplicadas ao nosso herói que, apesar de «negativo», não devia ter recebido um sofrimento que é uma inqualificável barbaridade, uma aberração vergonhosa e uma forma irregular, inconsciente e arbitrária de aplicar um qualquer princípio de justiça.

João Brandão é uma personalidade da História recente, um exemplo do continuado poder político próprio dos caciques locais; e é muito em razão dessa «estrutura provinciana» que consegue integrar ainda hoje a cultura popular portuguesa. Como pretendi demonstrar.

Espero que gostem e possa ser útil na vossa vida pessoal e profissional, pelo menos.

Barra da Costa.

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18056: Consultório militar do José Martins (28): Memórias de Guerra (3): Distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Viseu


1. Terceiro poste do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), composto por sete postes, sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), espalhadas pelo país e estrangeiro, trabalho este que pode ser corrigido ou actualizado pelos nossos leitores. 




(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 6 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18051: Consultório militar do José Martins (27): Memórias de Guerra (2): Distritos de Coimbra, Aveiro e Porto