Mostrar mensagens com a etiqueta Album das Glórias. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Album das Glórias. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2511: Álbum das Glórias (39): Bacari Soncó, o actual régulo do Cuor (Beja Santos)

Guiné-Bissau > Região de Baftá > Cuor > Missirá > Bacari Soncó, o actual régulo do Cuor, fotografado em Janeiro de 2008.




Foto: © Beja Santos (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem de 7 do corrente: Beja Santos (ex-Alf Mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70; autor do livro Diário da Guiné: 1968-1969: Na Terra dos Soncó, Lisboa: Círculo de Leitores /Temas e Debates, 2008)



No dia de Natal de 2007, fui a casa do tenente-coronel Henrique Jales Moreira, o último oficial de operações em Bambadinca, e entreguei-lhe uma carta para Bacari Soncó, um dos meus mais queridos amigos, antigo comandante de milícias de Finete e actual régulo do Cuor. A resposta acaba de me chegar pelas mãos de Cherno Suane.

Ficamos a saber que Bacari Soncó também nunca me esquece, que sente a responsabilidade de zelar pelas gentes do Cuor e sofre com os estilhaços de uma bala que lhe dificulta o andar. Vou já escrever-lhe para lhe dizer que no dia 6 de Março só pensarei nele no lançamento de um livro onde os Soncó são exaltados como gente hospitaleira e de uma bravura inexcedível.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2450: Álbum das Glórias (38) : O rádio AN/GRC-9 (Sousa de Castro / Afonso M.F. Sousa)

e Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime > Sousa de Castro, ex-1º cabo radiotelegrafista, da CART 3494 (1972/74), aquartelada no Xime (1972/73) e depois em Mansambo (1973/74), pertencente ao BART 3873 (1972/1974), com sede em Bambadinca.


Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime > CART 3494 (1972/74) > O Sousa de Castro no seu posto de trabalho, operando o Rádio AN/GRC-9 (1) > "O AN/GRC-9 foi o rádio com que trabalhei durante toda a comissão na Guiné em grafia... Não é para me gabar, mas eu achava-me um craque nesta matéria, trabalhar em código morse era comigo, ou não tivesse na minha caderneta a menção de TE (telegrafista especial)" (2).



O Rádio AN/GRC-9, muito usado no CTIG. Foto gentilmente disponibilizada pelo nosso camarada Afonso M. F. Sousa, que vive actualmente em Maceda, Ovar. Foi Furriel Miliciano de Transmissões da CART 2412 (Bigene, Binta, Guidaje e Barro) (Agosto de 1968 / Maio de 1970) (2).

Fotos: © Afonso M. F. Sousa (2007). Direitos reservados.

___________

Notas dos editores:


(2) Vd. post de 2 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCIV: Um alfa bravo para os nossos Op TRMS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2424: Álbum das Glórias (37): Os alferes da CART 1690 ou uma estória de amizade e camaradagem a toda a prova (A. Marques Lopes)

Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro gloriosos alferes da CART 1690 > Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o A.(ntónio) Marques Lopes, à direita.

Foto: © A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.

1. Texto do A. Marques Lopes, ex- Alf Mil At Inf, CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro) (1968/69):

Caros camaradas:

Tenho-vos falado muitas vezes da CART 1690, sobre a qual há alguns postes no blogue da Tabanca Grande. Já fiz também referência aos alferes que por ela passaram. Mas quero, agora, falar-vos mais em pormenor destes gloriosos alferes, que é como nós próprios nos designamos, porque a nossa glória é continuarmos juntos. É bom que os conheçam pessoalmente. Aqui estão eles, num jantar do Natal de 2007, em Lisboa:

(i) O Domingos Maçarico (ainda um parente afastado do Luís Graça...), nascido na Praia de Mira, é engenheiro agrónomo e membro da Administração do Grupo Espírito Santo (1);

(ii) o Alfredo Reis, de Santarém, é veterinário e está reformado (embora pratique ainda);

(iii) o António Moreira, de Idanha-a-Nova, é advogado em Torres Vedras e é, recentemente eleito, do Conselho Geral da Ordem dos Advogados;

(iv) o A. Marques Lopes é, como sabem, coronel reformado.

Como todos, também temos a nossa história.

Jovens e estudantes - o Domingos Maçarico no, então, Instituto de Agronomia de Lisboa (conheceu lá o Pepito), o Alfredo Reis no Instituto de Veterinária de Lisboa, também assim chamado então, o António Moreira na Faculdade de Direito de Lisboa e o A. Marques Lopes na Faculdade de Letras de Lisboa - fomos apanhados para frequentar, em Janeiro de 1966, o Curso de Oficiais Milicianos em Mafra.

De lá saímos, em Julho desse ano, como Atiradores de Infantaria. Andanças por vários lados, a seguir (Lamego, Amadora...), e tornámos a encontrar-nos no RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa), que nos mobilizou para a Guiné, a 4 de Dezembro de 1966.

De 6 de Dezembro deste ano a 23 de Fevereiro de 1967 estivemos no GAGA2 (Grupo de Artilharia Contra Aeronaves N.º 2) a dar a especialidade aos soldados da que foi designada CART 1690, e que foram connosco para a Guiné.

Passámos, depois, pelo RAC (Regimento de Artilharia de Costa) de Oeiras, Carregueira, IAO... e embarcámos em 8 de Abril. Mas, antes, grandes patuscadas e farras tivemos juntos nos bares e baiúcas de Lisboa, acompanhados pelo capitão da companhia, o Guimarães (já vos falei dele, mas penso que um dia hei-de dizer mais alguma coisa...) (2). Nessa fase cimentou-se a nossa amizade.

Desembarcados do Ana Mafalda (3) para LDG, começou a Guiné, rio Geba acima. E ficámos em Geba. Eu fiquei na sede da companhia, às ordens do capitão e do Comando do Agrupamento. Eles foram distribuídos pelos destacamentos, por onde também passei, mas por pouco tempo. Já há coisas no blogue sobre Geba.

Em 21 de Agosto de 1967, fui ferido na estrada de Geba para Banjara e fui, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa (2) . O Domingos Maçarico foi ferido em 21 de Setembro de 1967, sendo igualmente evacuado para o HMP. O Alfredo Reis foi ferido na mesma altura, mas esteve apenas vários dias no hospital em Bissau. O António Moreira nunca foi ferido. Ele e o Reis estiveram sempre na companhia, em Geba e destacamentos, até Outubro de 1968.

O Maçarico não voltou à Guiné. Eu voltei em Maio de 1968, mas fui colocado na CCAÇ 3, em Barro.

Depois da minha evacuação para o HMP, fui substituído na companhia pelo alferes Fernando da Costa Fernandes, que foi dado como desaparecido em campanha em 19 de Dezembro de 1967, durante a operação Invisível em Sinchã Jobel (4): O alferes Fernandes foi, depois, substituído pelo alferes Carlos Alberto Trindade Peixoto, que foi morto em 8 de Setembro de 1968, durante um ataque ao destacamento de Sare Banda.

O Domingos Maçarico, depois de evacuado, foi substituído pelo alferes Orlando Joé Ribeiro Lourenço. Este voltou à metrópole são e salvo, mas nunca alinhou, nem nos encontros da companhia.

Somos nós os quatro, os sobreviventes, como também dizemos, que nos mantemos unidos entre nós e com os elementos da companhia. Com alguns intervalos, e eu explico a seguir.

Entre 1969 e 1974, os meus amigos e camaradas que estão comigo na fotografia, dedicaram-se a acabar os seus cursos e, depois, à vida pofissional, mantendo, embora, contactos entre si. Mas eu estive afastado deles durante esses anos, pois decidi afastar-me de qualquer actividade normal e pública, não os podendo contactar (é outra história que não cabe aqui).

A seguir ao 25 de Abril, foi o Maçarico que esteve afastado, pois acompanhou a família Espírito Santo quando eles foram para o Brasil. E, nesses primeiros anos após a revolução, também eu andei afastado, devido ao meu empenhamento nessa fase.

Mas, passado tudo isso, há cerca de trinta anos que estes quatro ex-alferes, camaradas e amigos na Guiné, e antes dela, se encontram pelo menos quatro vezes por ano, além dos encontros da companhia. Temos ideias muito diferentes sobre certas coisas, cada um disparando, agora, para seu lado, mas a amizade cimentada na juventude e na guerra mantém-se e está acima de tudo.

Queria dizer-vos isto, porque penso que, no novesforanada, deve-nos unir o que vivemos e passámos, e vão a amizade e a compreensão.

Abraço

A. Marques Lopes

PS - Estou farto de falar a estes malandros no blogue e a convidá-los para entrarem. Mas não há meio (5).


2. Comentário de L.G.:

É uma história exemplar, bonita e serena de amiazade e camaradagem entre homens que a guerra e a Guiné uniu e que as profundas mudanças operadas a seguir ao 25 de Abril de 1974 não separaram... O vosso caso não é inédito, mas eu acho, camaradas, que vocês davam um belo case study...

________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post 3 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - XXXIX: Sinchã Jobel II e III (A. Marques Lopes).

Já falei duas ou três vezes ao telefone com o Domingos Maçarico... Por uma razão ou outra (mas sobretudo de natureza profissional), ainda não nos encontrámos nem nos conhecemos pessoalmente... Mas tudo indica que, na nossa árvore genealógica, temos ascendentes comuns, já que a família Maçariço, que remonta ao Séc. XV, à época dos Descobrimentos, está basicamemte concentrada em Ribamar, concelho da Lourinhã, tendo um ramo emigrado, talvez no Séc. XIX - para a Praia de Mira... Todos os Maçaricos precisam de viver à beira-mar... Hoje há Maçaricos na diáspora, e nomeadamente nos EUA e no Canadá... Mas, segundo o Domingos Maçarico, a sua família também andou pelo Brasil...

Na página da família (que não é da minha responsabilidade...) pode ler-se:



(...) Ribamar na época dos Descobrimentos era já um importante centro de construção naval, tendo ainda existido até cerca de 1930 um estaleiro que situava no local onde está hoje a escola primária.

E já nesses tempos idos os Maçaricos eram reconhecidos como especialistas nessa área tendo acompanhado diversas expedições navais. E provavelmente estabeleceram-se também noutras localidades onde existiam estaleiros, possível explicação para haver outras famílias Maçarico espalhadas pelo Pais, como por exemplo em Mira. (...)

Daqui vai um grande abraço para o meu parente e camarada Domingos Maçarico, com a promessa de num belo verão destes eu o levar até às minhas bandas... Mas ante disso temo-nos de encontrar em Lisboa... Há dias passei pela Praia Mira, tomei um café no Mac Bar (que é de um Maçarico) e lembrei-me deste ramo (mais esquecido ou mal conhecido) da família...

(2) Nesta azarada companhia, até o capitão foi morto em combate... vd. postes de:

29 de Maio de 2005 > Guiné 69/71 - XXXIII: A morte no caminho para Banjara (A. Marques Lopes)

10 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1745: Eu e o meu capitão e amigo Guimarães, morto aos 29 anos, na estrada de Geba para Banjara (A. Marques Lopes, CART 1690)

(3) Vd. postes de:

8 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXXXII: Caminhos entrecruzados: Ana Mafalda, Cantacunda... (A. Marques Lopes)

28 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LXXXVII: A caminho da Guiné, no 'Ana Mafalda' (1967) (A. Marques Lopes)

(4) Vd. post de 5 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - XLV: Sinchã Jobel VII (A. Marques Lopes)

(5) O Domingos Maçariço é está registado na nossa Tabanca Grande, por decisão unilateral, oficiosa, arbitrária, do Luís Graça... Por sua vez, há uma referência ao Reis, no poste de 25 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LXXXI: Cartazes de propaganda dirigidos aos 'homens do mato' (A. Marques Lopes / Alfredo Reis)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2393: Álbum das Glórias (36): O meu Racal TR 28-B2 (António Santos, Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74)

Guiné > Zona Leste > Sector L3 > Nova Lamego > O A. Santos, Op Trms, Pel Mort 4574 (1972/74)

Foto: © António Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do António Santos, ex-Sold Trms, Pel Mort 4574/72, Zona Leste, Sector L3, Nova Lamego,1972/74.

Carlos:

Antes de tudo desejo um bom ano de 2008 para ti e familiares, que corra tudo como esperas.

De seguida para que o pessoal da Tabanca Grande veja o que era um Racal TR 28-B2, envio esta foto tirada nas traseiras do edificio do comando em Nova Lamego.

Na imagem, podemos ver a bolsa própria do Racal (para protecção do aparelho), e que já trazia suspensórios. Isto foi só para a foto (1).

Um alfa bravo

A. Santos
Pel Mort 4574
SPM 2558
____________

Nota dos editores:

(1) Vd. post de 30 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2338: Álbum das Glórias (35): O Grito dos Rangers, em Pombal (28 de Abril de 2007)

Pombal > 28 de Abril de 2007 > 2º encontro da malta do nosso blogue (1) > Restaurante O Manjar do Marquês > Para a posteridade, aqui fica a foto dos rangers, ali presentes: Da esquerda para a direita, na segunda fila, de pé: F. Chapouto, J. Mexia Alves, E. Magalhões Ribeiro, A. Pimentel; na primeira fila, J. Parreira, J. Casimiro Carvalho, H. Reis...

O Grito dos Rangers ainda hoje ecoa pelo casarão de O Manjar do Marquês:

Ranger YYYYAAAAAAAAAAA
Ranger YYYYAAAAAAAAAAA
Ranger YYYYAAAAAAAAAAA


Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.
_______

Nota de L.G.:

(1) Vd. posts sobre o encontro:

29 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1709: Tertúlia: Encontro em Pombal (1): Malta de cinco estrelas (José Martins)

29 de Abril de 2007 > Guiné 63/74: P1710: Tertúlia: Encontro de Pombal (2): Saudades (João Parreira / António Pinto / Vitor Junqueira)

30 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1712: Tertúlia: Encontro em Pombal (3): Obrigado e até ao próximo, em Monte Real (Joaquim Mexia Alves)

30 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1713: Tertúlia: Encontro em Pombal (4): O nosso bom humor (Tino Neves / Vitor Junqueira)

30 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1714: Tertúlia: Encontro em Pombal (5): Perdidos & achados (Carlos Vinhal / Vitor Junqueira)


30 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1716: Tertúlia: Encontro em Pombal (7): Camaradas radicais (Paulo Santiago / Vitor Junqueira)

1 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1717: Tertúlia: Encontro em Pombal (8): Ah, tigres! Ou uma dupla de fadistas (J.L. Vacas de Carvalho / J. Mexia Alves)

1 de Maio de 2007 Guiné 63/74 - P1720: Tertúlia: Encontro em Pombal (9): (Não) me tirem daqui (Sousa de Castro / Vacas de Carvalho / Mexia Alves)

3 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1725: Tertúlia: Encontro em Pombal (10): O nosso bom gigante J. Mexia Alves (Vitor Junqueira)

3 de Maio de 2007 > Guine 63/74 - P1728: Tertúlia: Encontro em Pombal (11): A parábola do porco e da tesoura de barbeiro (David Guimarães / Vitor Junqueira)

5 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1733: Tertúlia: Encontro em Pombal (12): Lições para o futuro (Raul Albino)

5 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1734: Tertúlia: Encontro em Pombal (13): Paco Bandeira: Lá longe, onde o sol castiga mais.. (J. L. Vacas de Carvalho / J. Mexia Alves)

6 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1735: Tertúlia: Encontro em Pombal (14): Vídeo do Hugo Moura Ferreira

16 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1762: Tertúlia: Encontro de Pombal (15): Estórias do Caco Baldé (Spínola) (J.L. Vacas de Carvalho, J. Mexia Alves e outros)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2263: Álbum das Glórias (34): Fotografias do Américo Estanqueiro na Fundação Mário Soares (Virgínio Briote / Fernando Barata)


Lisboa > Fundação Mário Soares > Folheto da Exposição Fotográfica do Américo Estanqueiro, uma obra que retrata em imagens o que a CCAÇ 2700 passou pelas terras de Dulombi/Galomaro, entre 1970 e 1972.

1. Comentário do co-editor vb:
Esteve lá muita gente, alguns muito conhecidos, outros nem tanto (1): o major Tomé, o historiador Fernando Rosas, o Dias da Cunha, ex-presidente do Sporting Club de Portugal, o Helder de Jesus (o homem das transmissões do QG, que no início dos anos 70 ouvia tudo o que podia, fossem relatos nossos ou do PAIGC), o Teco e o Guedes, ambos da CCAÇ 726 (a que ergueu o aquartelamento de Guileje), donos de um espólio de imagens ainda por mostrar ao público e alguns camaradas da CCAÇ 2700, que comentavam com pormenor uma ou outra foto com o Américo Estanqueiro.

co-editor: vb
___________

2. Uma pequena amostra da Exposição > Texto do Fernando Barata


Batiam as 12 horas quando largámos da Gare Marítima de Alcântara no Carvalho Araújo
Às 21h30 de de 30 de Abril 1970 fundeámos ao largo de Bissau. A 1 de Maio iniciou-se o transbordo através do navio Rita Maria.


A 10 de Agosto 1970, próximo do Jifim, uma viatura acciona uma mina A/C, a qual provocou a morte, já no Hospital de Bissau, do 1.º Cabo António Carrasqueira e a morte imediata de 4 milícias (urnas destinavam-se aos milícias).
Ainda hoje me recordo, ao aproximarmo-nos do quartel, ser questionado pelo condutor que conduzia a viatura que transportava os corpos, se deveríamos entrar no quartel, tal era o estado em que os milícias se encontravam.


O descanso do guerreiro numa das 44 operações realizadas ao longo daqueles quase 2 anos de actividade, com nomes de código que iriam desde "Menina Rabina" até "Cidade Maravilhosa".
Fernando Barata

Fotos: Arménio Estanqueiro (2007). Direitos reservados (com a devida vénia...)
__________

Nota de vb:

(1) como oportunamente ontem, duas horas depois ou nem tanto, o Luís Graça retratou no

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2260: Álbum das Glórias (33): Inauguração da exposição de fotografia do Américo Estanqueiro, hoje, na Fundação Mário Soares

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > O Américo Estanqueiro, ex-Fur Mil da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) autografando o catálogo da sua exposição para o antigo camarada de armas Joaquim Alves, ex-Fur Mil Enf.

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > O fotógrafo Américo Estanqueiro, à esquerda, conversando com o Gomes, ex-Fur Mil Mecânico Auto, da CCS do BCAÇ 2912, sediada em Galomaro (1970/72).

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Camaradas do Américo Estanqueiro da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) : da esquerda para a direita: o Manuel Maria Brunheta (ex-Sold Trms), o Joaquim Alves (ex-Fur Mil Enf), Carlos Gomes (ex-Cap QP, hoje coronel na reforma), o Manuel Ravasco (ex-Alf Mil) e o Gomes (este, já acima referido, ex-Fur Mil Mec Auto da CCS do BCAÇ 2912).
 
Muito falado, por todos estes camaradas e pelo próprio Américo Estanqueiro, foi o nosso amigo Fernando Barata, ex-Alf Mil da companhia (Vive em Coimbra, não tendo podido estar presente neste acontecimento que foi gratificante para todos).

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > O nosso co-editor Virgínio Briote em conversa com o Mário Tomé (mais conhecido como o major Tomé, hoje coronel na reforma, e que teve duas comissões na Guiné, a última das quais como capitão, comandante da CCAV 2712 (Olossato e Nhacra, 1970/72), unidade a que pertenceu o nosso querido amigo e camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil). Eu não conhecia o Mário Tomé, pessoalmente. Tive oportunidade de lhe falar do Paulo e do nosso blogue, sobre o qual mostrou muito interesse e prometeu ir visitar.

Por detrás do Virgínio, vê-lhe a sua simpatiquíssima esposa, que é professora de português na Escola Secundária Passos Manuel e que o acompanha sempre nestas actividades... tertulianas. Por isto e por tudo, ela merecia uma foto como devia ser... Mas desta vez o fotógrafo falhou... I'm sorry, lady...


Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > A nossa amiga Diana Andringa, jornalista e co-realizador do filme As Duas Faces da Guerra (2007), que é, além disso, esposa do Dr. Alfredo Caldeira, responsável, entre outras funções, pelos arquivos da FMS... (A propósito, em conversa com ele, mostrou-se aberto à possibilidade de se realizar outras exposições a partir do espólio fotográfico de alguns membros da nossa tertúlia: falei-lhe em especial do álbum - que considero notável - do Idálio Reis sobre Gandembel / Balana, Abril de 1968/Janeiro de 1969)...

Aproveitei para tirar à Diana uma chapa para a nossa fotogaleria dos amigos e camaradas da Guiné... Há tempos havia-a convidado para fazer parte da nossa Tabanca Grande. Hoje obtive a sua anuência, o que muito me/nos honra... Mas, para ela, também é um prazer passar a ser considerada, de pleno direito, uma "bloguista", leia-se, membro do nosso blogue... A propósito do seu filme, deu-me promessas de boas notícias (que eu ainda não estou autorizado a divulgar)...

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Inauguração da exposição fotográfica do nosso camarada António Estanqueiro > Tendo como pano de fundo, a fotografia-ícone da exposição (a partida, aos trambolhões, do pessoal da CCAÇ 2700, de Bissau até ao Xime, em LDG), vemos no lado esquerdo o nosso amigo e camarada de tertúlia Helder de Sousa e, à direita, o Mário Tomé...

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Na inauguração da exposição fotográfica do Américo Estanqueiro estavam muitas caras conhecidas da nossa vida social e política, a começar pelo ex-Presidente da República Mário Soares, o sempre activo e afável presidente da FMS... Mas também muitas caras femininas, simpáticas... Para além de amigas e familiares do Estanqueiro, registe-se aqui a presença da esposa do Prof Doutor Fernando Rosas, a Raquel Bagulho - que é minha / nossa amiga de longa data (à sua direita, a Maria Alice, minha mulher)... Ao fundo, vêm-se fotos da exposição.

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > De novo o Virgínio Briote e o Mário Tomé... (que o Briote terá conhecido ainda como tenente, na Guiné)...

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Um encontro inesperado: o Virgínio Briote com o Teco e o Guedes... Estes dois últimos estiveram em Guileje, na CCAÇ 726, sob o comando do Nuno Rubim... Voltarama agora a colaborar juntos no projecto Guileje... Vd. post de 14 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726) ... O Teco, que é natural de Angola, tem um fabuloso arquivo fotográfico desse tempo (mais de 500 fotos); o Guedes (que depois foi camarada do Briote nos comandos), é especialista em dioramas... O Nuno Rubim tem neles dois grandes amigos e colaboradores.


Comentário de L.G.:

O Américo agradeceu-nos muito o destaque que demos a este evento no nosso blogue. É homem afável e simples. Gostei de o conhecer, embora tivesse sido escasso o tempo de conversa, por razões óbvias.
Ele mora em Queluz. É natural do concelho de Alvaiázere, distrito de Leiria. Nasceu em 1947.

Embarcou para a Guiné no N/M Carvalho Araújo em 24 de Abril de 1970. Ao longo da sua vida militar fez fotografia com objectivos comerciais. Logo no barco, montou um laboratório. E em Dulombi comprou - supremo luxo! - um gerador.
 
O Estanqueiro foi o fotógrafo da companhia. Ainda hoje continua a trabalhar em fotografia, depois de uma vida algo atribulada que o levou inclusive à emigração na Venezuela. Durante o serviço militar, acumulou mais de 6 mil negativos que, infelizmente, foram destruídos.

A sua exposição ficará aberta ao público até ao final do ano. O catálogo com textos de Mário Soares, de Alfredo Caldeira e de José Pessoa, além das fotografias do Américo Estanqueiro, custa 10 €.

Do texto do José Pessoa - A Viagem - destaco o último parágrafo:
Afinal, a viagem só termina quando se arrumam as bagagens e as memórias.


Fotos: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.
____________

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2241: Álbum das Glórias (32): Um livro comprado em Bissau, no alfarrabista, de João Barreto, médico de saúde pública (Beja Santos)

Cópia da capa do livro de João Barreto, História da Guiné, 1418-1918. Prefácio do Coronel Leite de Magalhães. Lisboa: 1938 (Imprensa Beleza). 452 pp. (Existe na rede de Bibliotecas Municipais de Lisboa).


Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


1. Texto enviado, em 11 de Outubro último, pelo Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70).


Assunto - A primeira «História da Guiné», e vale a pena apreciar os seus méritos

Conheci o livro de divulgação do Dr. João Barreto (1) em 1969, quando fui a Bissau, no rescaldo de uma mina anticarro. Ele era médico de Saúde Pública, estudou a doença do sono e o paludismo, Bolama ficou a dever-lhe uma campanha antilárvica, limpou a cidade do perigo anofelino.

Registou muitos dados, mas não era historiador, caíu em omissões, há relatos imprecisos, era por mentalidade um quadro colonial que transmitiu às suas observações. Foi através dele que fiquei a saber que Infali Soncó tinha sido uma boa peste...

É um texto de 1938, denota com algum rigor uma mentalidade, um importante estado de espírito. Se tiver interesse para os membros da nossa tertúlia, poderei falar abreviadamente dos seus conteúdos.

2. Comentário do editor L.G.:

Mário: Para aqueles que não são tão "ratos de biblioteca" como tu - sem desprimor - mas que têm curiosidade sobre o passado da Guiné-Bissau e das suas gentes, vale a pena, decididamente, fazeres uma recensão crítica do livro que, pelo que sei, é uma obra de difícil consulta: por exemplo, não existe na nossa Biblioteca Nacional; em contrapartida, existe na British Library... Há 2 exemplares na rede de bibliotecas municipais de Lisboa, resulltado de doações particulares... Assim vai o nosso património cultural, a nossa memória... Pode não ser obra de historiador académico nem profissional, mas é seguramente o trabalho de um estudioso, erudito e conhecedor do terreno... Manda quando quiseres ou puderes. L.G.
__________

Nota de L.G.:

(1) João Barreto é citado por A. Teixeira da Mota, na sua introdução (escrita em Luanda, 1970) ao livro As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné. Biblioteca da Expansão Portuguesa, Publicações Alfa, S.A., Lisboa, 1989:

(...) Ao invés do que se verifica em relação às cidades de Angola e de Moçambique, cuja história tem merecido a atenção de numerosos estudiosos, o passado da cidade e da ilha de Bissau não tem concitado grandes atenções. Além do contido nas monografias clássicas de Chelmicki e Varnhagen e de Lopes de Lima, respeitantes a Cabo Verde e à Guiné, nas histórias gerais de Sena Barcelos e de João Barreto e em alguns relatórios de governadores, a bem pouco se reduz a bibliografia da história de Bissau. Assim, apenas nos ocorrem, nesse domínio, certas partes do relatório do médico Damasceno Isac da Costa, o estudo de Cunha Saraiva sobre a última fortaleza, a anotação de Damião Peres sobre a defesa castrense da povoação e o cuidado, mas breve, estudo de Fausto Duarte. (...)

Fonte: Senegâmbia > 7 de Agosto de 2005 > Introdução a "As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné"

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2185: Álbum das Glórias (31): 13 brancos maduros do Puto em almoço de homenagem a Marcelino da Mata (Abreu dos Santos)

Convívio  > 14 de Janeiro de 1998 > "13 brancos maduros do Puto homenageiam 1 grande tinto da Guiné [,Marcelino da Mata]" (1)...

Foto e legenda: Abreu dos Santos (2007) (2)

Legenda (da esquerda para a direita):


(Na primeira fila:)

1. José Carlos Lourenço Gonçalves - Fur Mil SS, Suc LMP QF12, Guiné 70-72
2. Promotor e organizador do evento
3. António Manuel Constantino Vassalo de Miranda, Fur Mil Cav Cmd, Gr Cmds [que participou na] Op Tridente [, Ilha do Como, 1964].
4. José Manuel Gama Devesa, Alf Mil (...), Guiné 72-74
5. Marcelino da Mata (1)
6. António José Lopes, Sold Cav, CCAV 8350, Guiné 72-74
7. Valdemar Helder Marques Jarego, 1º Cabo Inf, CCAÇ 674, Guiné 64-66
8. Francisco João Vieira Lucas, Sold Cond Cmd, 35ª CCmds, Guiné 71-73
9. Bento Fernando Valente Barbosam Fur Mil Inf, BCAÇ 3832, Guiné 71-73
10. Tibério Augusto Ruivo Monteiro, Fur Mil Inf, CCAÇ 674, Guiné 64 (ferido em combate, com gravidade, em 12 Set 64 e evacuado; DFA)
11. Manuel Jorge Carvalho, Sold Inf, CART 494, Guiné 63-65
12. José Eduardo Martins Areosa Ribeiro, Fur Mil Art, Bateria AAA3381, Guiné 71-73

(nos bastidores, ou seja, na fila de trás):

13. António Henrique Vicente Jarego, proprietário do restaurante, 1º Cabo Cav, CPM 2344, Moçambique 68-70
14. Alvito Vieira da Silva, fotógrafo convidado, 1º Cabo Cav, CPM 2344, Moçambique 68-70 .

____________

Notas dos editores:

(1) Vd. postes de:

10 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1357: Testemunhos sobre o Marcelino da Mata, a pedido de sua filha Irene (3): Nem a cruz nem o altar (Mário Dias / Luís Graça)

10 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1355: Testemunhos sobre o Marcelino da Mata a pedido de sua filha Irene (2): Orgulho-me de o ter conhecido em Guileje (José Carvalho)

10 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1354: Testemunhos sobre Marcelino da Mata, a pedido de sua filha Irene (1): De 1º Cabo Comando a Torre e Espada (Virgínio Briote)

(...) "De acordo com o blogue do Virgínio Briote, Tantas Vidas, o Marcelino da Mata fez parte do Grupo de Comandos, os Diabólicos, estando estado integrado na 1ª equipa" (...), ao tempo em que estiveram em Barro (1965), e que era constituída pelos seguintes elementos: 1º Cabo Marcelino da Mata, Soldado Carlos Alberto dos Santos Roberto, Alferes Briote, Soldado José Feitinhas de Matos/ANPRC10, Soldado Álvaro dos Santos/Enf.

(2) Mail do Abreu dos Santos, de 10 de Agosto de 2007:

Luís Graça,

Não estive na Guiné. Tenho a honra de ter por amigos, e por quem nutro amizade e estima, entre outros, Marcelino da Mata e demais guineenses do extinto Batalhão de Comandos Africanos e portugueses, entre eles o general Almeida Bruno (...).

Cordiais saudações, de Abreu dos Santos

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2171: Álbum das Glórias (30): O seu a seu dono: o monumento da CCAV 8350, os Piratas de Guileje (A. Marques Lopes)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Abril de 2006> O monumento, em forma de pirâmide, construído em 1973 pelo pessoal da CCAV 8350, Os Piratas de Guileje. O trabalho de restauro e preservação é da AD - Acção para o Desenvolvimento, a ONG guineense, fundada e dirigida pelo nosso amigo Pepito, no âmbito do Projecto Guiledje.

Fotos: © A. Marques Lopes (2005). Direitos reservados.



1. Mensagem do A. Marques Lopes:

A fotografia colocada hoje no P2170 não é de Barro (1). É da CCAV 8350, os Piratas de Guileje, mobilizada no Regimento de Cavalaria 3, em Estremoz. É um monumento em forma de pirâmide, que ainda está em Guileje, e eu, em Abril de 2006, tirei estas fotografias às três faces.


2. Comentário dos editores:

O Blogue errou. Damos a mão à palmatória. Aqui fica a correcção. Obirgado mais uma vez ao A. Marques Lopes, sempre atento, oportuno e... solidário.

______

Nota dos editores:

(1) Vd. post de 9 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2170: As Duas Faces da Guerra: Espero ver alguns de vós na estreia do filme em Lisboa (Diana Andringa)

sábado, 6 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2157: Álbum das Glórias (29): O misterioso avião IN que eu fotografei na Base Aérea nº 12, Bissalanca, em 1969 (A. Marques Lopes)

Guiné > Bissau > Bissalanca > Base Aérea nº 12 > 1969 > Um bimotor da Guiné-Conacri, capturado pela nossa força aérea.

Fotos: © A. Marques Lopes (2006)

1. Mensagem do A. Marques Lopes, coronel DFA, na reforma, ex-alferes miliciano na Guiné (1967/68) (CART 1690, Geba, 1967/68; e CCAÇ 3, Barro, 1968):

Já que se falou de um helicóptero (1), vai aqui um avião capturado (2)...

Nos princípios de 1969, quando estava por Bissau, vi este bimotor na BA12 e perguntei ao polícia da Força Aérea o que era: que era um avião capturado, mas que não sabia dizer exactamente onde, parece que a Norte...

Quis tirar uma fotografia, mas ele disse-me que era proibido. Disse-lhe que se virasse para o lado então, e assim já não me via tirar... Ele virou-se e eu tirei.

Talvez o Diamantino Pereira Monteiro (1) saiba de alguém que possa contar.


A. Marques Lopes

2. Comentário de L.G.:

António, já tinhas mandado essa foto, com legenda, há dois anos!... Como o tempo passa e como a memória nos vai atraiçoando... Na altura dissestes que o avião tinha sido capturado aos nossos vizinhos da Guiné-Conacri, em 27 de Março de 1968... De qualquer modo, esta questão do heli e do bimotor capturados nos norte do território da Guiné, é interessante:

O que nos teria acontecido se o PAIGC tivesse chegado a ter uma verdadeira força aérea ? Até onde nos teria levado a escalada da guerra ? Quem travou (ou tramou) os MIG russos, estacionados na Guiné-Conacri ? Amílcar Cabral (1924-1973) ? Sékou Touré (1922-1984) ? Spínola e Alpoím Galvão ? A guerra fria ? A NATO ? Os americanos ?

____________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2144: PAIGC: O misterioso helicóptero interceptado pela FAP em meados dos anos 60 (J. C. Abreu Santos / Domingos Perereira Monteiro )

(2) Vd. post de 7 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXLV: Bissalanca, Bambadinca, Anura... ou três fotos com legenda (1) (A. Marques Lopes)

(...) "Este avião foi capturado à Guiné-Conacri em 27 de Março de 1968. Estava eu, nos princípios de Maio desse ano, à espera da DO [Dormier] que me havia de levar a Barro quando o vi" (...).

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2130: Álbum das Glórias (28): O Aquartelamento novo de Nova Lamego (Gabu), inaugurado em 31 de Janeiro de 1971 (Tino Neves)




Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > 1970 > Tino Neves e os seus amigos, divertindo-se no novo aquartelamento, em construção.



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > Cerimónia de Inauguração do Quartel Novo em 31 de Janeiro de 1971 (1).


Fotos: ©
Tino Neves (2007). Direitos reservados.



1. Mensagem, com data de 15 de Junho último, do Tino Neves, ex-1º Cabo Escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71 (2):

Camaradas Luís e Vinhal:

O Luís há dias atrás pediu-me que lhe enviasse fotos de Nova Lamego. Resolvi mandar algumas do Aquartelamento novo, que fica a cerca de 1 ou 2 kms da Vila. Digo que fica porque as instalações ainda existem e estão a ser utilizadas pelos soldados do Exército da Guiné-Bissau, como mostra numa foto cedida pelo ex-Furriel Mil José Couto, que foi lá em Fevereiro de 2005, e já foi publicada no blogue em 7 Dezembro de 2006 (1).

Essa mesma foto mostra a placa de homenagem aos mortos do nosso Batalhão (BCAÇ 2893), virada ao contrário e agora a servir de homenagem ao Amílcar Cabral.

Outras fotos (ver em cima) foram tiradas no meu tempo enquanto o Aquartelamento estava em construção. Íamos lá de visita ver como corriam as mesmas, e aproveitávamos para nos divertirmos, fazendo corridas de carros de mão das obras.

Uma delas foi tirada no preciso momento em que se ouviu um estrondo (ainda hoje não sei o que foi), e nós reagimos atirando-mos para o chão. Todos reagiram com cambalhota e eu com voo de cabeça.

As outras são na inauguração do Aquartelamento, em que fui eu o escolhido para içar a bandeira. Outras duas fotos das forças em parada já foram publicadas no post de 7 de Dezembro de 2007.

Sem mais,

Um abraço

Tino Neves
Almada

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 7 de Dezembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1349: Quartel Novo de Nova Lamego: paredes finas e chapa de zinco (Tino Neves)

(2) Vd. posts de:

3 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1146: Constantino Neves, ex-1º Cabo Escriturário da CCS do BCAÇ 2893 (Lamego, 1969/71)

3 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1145: Na fonte... com o Inimigo (ou a água quando nasce é para todos) (Tino Neves, CCS do BCAÇ 2893, Nova Lamego)

9 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1160: Lembranças de Nova Lamego (Tino Neves, CCS/BCAÇ 2893): A fatídica noite de 15 de Novembro de 1970

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2120: Álbum das Glórias (27): Reconstruímos Missirá com alegria (Beja Santos)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Cuor > Missirá > Pel Caç Nat 52 >Abril de 1969 > Reconstrução da tabanca e destacamento, depois do ataque e incêndio de 19 de Março de 1969 (1).


Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


Foto com legenda do Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70). Enviada, com data de 13 de Julho último, para o nosso Álbum das Glórias.

Caro Luís:

Mais uma fotografia que enviei à minha Mãe.Em Abril de 1969, era este o estado de ânimo, o optimismo reinava em todos os corações. Foi um momento gigante da minha vida, irrepetível.

Estão aqui Mamadu Djau, o mais exímio bazuqueiro do mundo (2), o Mamadu Camará, bravo entre os bravos (3) , e o Benjamim Lopes da Costa, o mais culto dos meus cabos, preparado na missão católica de Bissau, mais tarde enfermeiro (4). Onde quer que estejam, guardo-lhes uma saudade positiva pelo bem que me fizeram, por terem contribuido para ser o que sou hoje.

___________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 10 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1578: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (37): O horror do Hospital Militar 241 e o grande incêndio de Missirá

(2) Vd. post de 30 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1329: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (22): A memória de elefante do 126, o Queta Baldé

(3) Vd. post de 13 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2102: Operação Macaréu à Vista - Parte II (Beja Santos) (1): Mamadu Camará, a onça vigilante

(4) vd. post de 20 de Julho de 2007 >Guiné 63/74 - P1978: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (56): Mataste uma mulher, branco assassino!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2104: Álbum das Glórias (26): Café Avenida, Bissau (Gabriel Gonçalves)

Mensagem do Gabriel Gonçalves (ex-1.º Cabo Cripto da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) (1), com data de 11 de Setembro:


Caros amigos editores da nossa Tabanca Grande:

Depois das férias e de um merecido descanso, entro em contacto convosco para vos enviar uma foto tirada em Bissau, em Outubro de 1969, no conhecido Café Avenida, com o título "Uma mesa cheia de criptos".

Esta foto foi-me enviada recentemente pelo nosso camarada e tertuliano Luís Camões, que pertencia à CCAÇ 2589 sediada em Mansoa, onde se encontrava o BCAÇ 2885.


Guiné > Bissau> Outubro de 1969> Café Avenida> Uma mesa cheia de Criptos


Foto: © Luís Camões (2007). Direitos reservados.

Nesta foto, da esquerda para a direita está o Camões (2); o nosso camarada a seguir não nos lembramos no nome, mas pertencia ao Batalhão dos velhinhos de Mansoa e era das Transmissões; a seguir o Brazão que também era Operador Cripto da Companhia do Camões; depois o Gabriel Leal Op Cripto de rendição individual, QG-Bissau, e eu.

Podemos ver, por baixo do meu banco, um saco da TAP. No dia seguinte ao que esta foto foi tirada, iria apanhar o avião para Lisboa, para vir conhecer a minha filha mais velha que tinha nascido no mês anterior (3).

Um abraço
GG
_________________________

Notas de CV

(1) Vd. post de 18 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1377: CCAÇ 2590/CCAÇ 12: Apresenta-se o 1º Cabo Operador Cripto Gabriel Gonçalves

(2) Vd. post de 26 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1886: Tabanca Grande (18): Luís A. Camões de Matos, Op Cripto da CCAÇ 2589 / BCAÇ 2885, Mansoa (1969/71)

(3) Vd. post de 2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1485: Bambadinca revisitada... ou os azares de um operador cripto em fim de carreira (Gabriel Gonçalves, CCAÇ 12)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2094: Álbum das Glórias (25): O meu Natal de 1969, em Bambadinca (Beja Santos)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca >Natal de 1969 > Cena de uma renhida disputa de bola (1) protagonizada pelo Beja Santos (da equipa dos velhinhos da CCS / BCAÇ 2852 mais adidos) e por um dos periquitos da CCAÇ 12)... Na foto, julgo reconhecer, pelo perfil, o nosso querido Tony Levezinho, furriel miliciano da CAÇ 12 (LG).


Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.

Foto com legenda enviada pelo Beja Santos, com data de 23 de Julho último, para o nosso Álbum das Glórias.

Comentário do B.S.:

Emboscadas,colunas,operações,missões psico,vigilâncias nas obras, nada me faltou no mês do Presépio. Perdi momentaneamente a pachorra para escrever, lia desalmadamente.

A pretexto de um futebolada em Bambadica (CCS/ BCAÇ 2852 e adventícios contra CCAÇ 12),pedi a alguém que disparasse um rolo para mandar aos mais queridos, em Lisboa.

No verso desta reza o seguinte: Ruy, Dear Father, Obrigado pela Peregrinatio ad loca infecta, do Jorge de Sena - uma grande estopada! Desejo-lhe um Natal cheio de Paz.Só me lembro do Natal de Missirá, irrepetível (2). Um abraço cheio de saudade, Mário.

O Ruy Cinatti (3) entregou-ma em Lisboa, convicto que eu viria a escrever as memórias...

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 21 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1096: O álbum das glórias (5): Futebol em Bambadinca, oficiais contra sargentos (Beja Santos)

(2) Vd. post de 22 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1392: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (26): Missirá, 1968, um Natal (ecuménico)

(3) Um dos grandes amigos e correspondentes do B.S.: vd. post de 10 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1032: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (5): Uma carta e um poema de Ruy Cinatti

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2063: Álbum das Glórias (24): O pretoguês Queta Baldé, uma memória de elefante e um grandecíssimo camarada (Beja Santos)


Lisboa > Julho de 2007 > O Queta Baldé e o Beja Santos.

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.



Região de Bafatá > Xime > 1997 > Tabanca de Amedalai, de onde é natural o Queta Baldé. Foi, no nosso tempo, sede um destacamento de milícias, alvo de frequentes ataques do IN. Pertencia à Zona de Acção do Xime. Situa-se entre o Xime e a ponte do Rio Udunduma na estrada para Bambadinca.

Foto: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados


1. Texto enviado em 26 de Julho último pelo Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70):


Viva Queta Baldé, uma memória indefectível, 
um grandecissímo camarada da Guiné!


Comentários: Como vêem, o Queta, a memória que me falta e me ilumina as minhas recordações sombrias, existe. É português, nasceu há 71 anos atrás em Amedalai, que é também o chão do meu querido Mamadu Djau. Foi milícia na Ponta do Inglês e Finete, depois da aprendizagem em Bolama foi com o pEL cAÇ nAT 52 para Porto Gole e depois Missirá, e depois Bambadinca, e depois Fá Mandinga.

Pertenceu à 2ª Companhia de Comandos Africana, andou fugido a seguir à independência, vive agora na Amadora, depois de ter sofrido muito até se ter feito reparação da sua lealdade. Não conheço ninguém que diga "bandeira portuguesa" como ele, é um pacto de sangue que excede a gratidão que tem a Deus por estar vivo. E, meu Deus, o que é que eu seria a desfiar as minha memórias sem os aerogramas à Cristina e a memória do Queta?

Como é que estas coisas se agradecem? Tirámos esta fotografia no Luís Soares, ele entregou-me embaraçado a fotografia dizendo que o Queta está muito escuro... Respondi-lhe que não é por acaso que falamos dos pretos da Guiné que são igualmente os soldados mais leais à face da terra.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2018: Álbum das Glórias (23): O mestre-escola do Saltinho (Joaquim Guimarães, CCAÇ 3490, 1972/74)

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "Eu, mais o Augusto [,o burro, ] e o Mamadu Djaló, em 1972, em Galomaro, sede do batalhão"

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > " A força do rio"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo das transmissões"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo da estiva"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > Os professores dos Posto Escolares do Saltinho. [O Joaquim Guimarães é o tereceiro a contrar da esquerda]


Fotos (e legendas): © Joaquim Guimarães (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do com data de 21 de Fevereiro de 2007. Pendente do envio de fotos, que entretanto chegaram. Dos Sates, onde o Joaquim vive. Mais um camarada nosso da diáspora, que faz parte da nossa Tabanca Grande, desde Agosto de 2005 (1).

Caro Luís Graça:

Depois de uma pequena ausência, aqui estou. Não quer dizer que não veja o blogue diariamente, pois tornou-se numa necessidade imprescíndivel estas viagens a um passado muito presente.

Aqui te envio essas fotos [do Saltinho] já um pouco deslavadas mas sempre admiradas e guardadas no meu peito. Com tempo mandarei mais.

O meu nome completo é Joaquim Fernando da Silva Guimarães. Ex-soldado nº 108261-71, pertenci ao BCAÇ 3872, com sede em Galomaro(2). A minha companhia era a CCAÇ 3490 (Saltinho, 1971/74). Fui professor escolar do Saltinho (pele e osso).

Um grande abraço a todos

Guimarães

2. Comentário de L.G.: As fotos enviadas pelo Joaquim Guimarães estavam muito azuladas. Optou-se, na sua edição, pelo preto e branco. Embora lacónico, o Joaquim tem mantido contactos connosco. Ele é o nosso orgulhoso representante nos Estados Unidos da América. Depois desta primeira selecção de fotos do seu álbum (de que temos a senha de acesso, dada por ele), esperamos pelas estórias do mestre-escola do Saltinho. Good luck, my friend and comrade!

__________

Notas dos editores:

(1) O Joaquim Guimarães, minhoto, natural de Viana do Castelo, q vive actualmente nos EUA. Vd. post de 15 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CLXXI: Saltinho, 1971/74... United States of America, 2005



(...) "Quando recebi o correio do Luis [Carvalhido] há uns tempos atrás fiquei vazio , não sabendo bem como reagir ao aceder à página da Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74).
"O meu primeiro impulso foi enviar a notícia para os meus primos na França e Alemanha para saber como é que eles reagiriam a este extraordinário agrupamento de memórias. Até me recordei de coisas que estavam esquecidas há mais de trinta anos!

"Um muito obrigado e parabéns pela maneira como tudo isto está organizado. Desde já pedia-lhe o favor de acrescentar mais um nome à sua lista e de me manter actualizado. As fotos tiradas recentemente no Saltinho são as mesmas imagens tiradas em 71.Tenho fotos e histórias que quero contar. Até lá os meus maiores desejos de saúde e felicidades" (...).

(2) O Batalhão de Caçadores 3872, Galomaro – SPM 2188, editava em 1973 o jornal O Jantum. Director: o Cmdt,Ten Cor Castro e Lemos, natural do Porto. Vd. post de 31 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CDIV: Batalhão de Caçadores 3872 (Galomaro, 1971/74) (Carlos Filipe Coelho)

(...) "Chamo-me Carlos Filipe, fui radiomontador, formei Batalhão em 20 de Novembro de 1971 em Abrantes. O Batalhão de Caçadores 3872 desembarcou em Bissau no dia 24 Dezembro de 1971. A minha CCS ficou sediada em Galomaro, mas antes estive aproximadamente um mês no QG em Bissau.

"Depois fiz o velho percurso do rio Geba, e depois estrada, do Xime … até Galomaro. Claro que ainda tenho recordações de Dulombi, Camcolim, Bafatá, Bambadinca, Saltinho, Sete Fontes (fonte de água para abastecimento), Bolama (aonde passei as minhas férias)" (...).