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segunda-feira, 18 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19597: (De)Caras (123): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte I (Jorge Araújo)



Foto 1 - Xime (1965) – O Capitão Francisco Meirelles rodeado de “Homens Grandes” da região. O 3.º da esquerda era, em 1972, o Chefe de Tabanca do Xime, cujo nome já não me recordo. (Foto retirada, com a devida vénia, do livro "Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles"  (Braga: Editora Pax, s/d, p30),

Alguém de ‘boa vontade’ que saiba o  nome do Chefe da Tabanca do Xime… faça o favor de informar. Obrigado!




Foto 2 - Xime (1972) – Ao meu lado, o Chefe de Tabanca do Xime, sete anos depois da imagem anterior.

Foto (e legenda): © Jorge Araújo  (2019) . Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018



A COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (1963-1965) E A MORTE DO SEU CMDT CAP INF FRANCISCO MEIRELLES EM 3JUN1965 NA PONTA VARELA

- A ÚNICA BAIXA EM COMBATE DE UM CAPITÃO NO XIME - PARTE I



1. INTRODUÇÃO

A presente narrativa tem na sua génese a recuperação de algumas memórias da história colectiva da Companhia de Caçadores 508 [CCAÇ 508] durante a sua presença no CTIG, entre 20Jul1963, chegada a Bissau, e 07Ago1965, data do embarque de regresso à metrópole.

 Nela relataremos, também, o contexto que originou a morte do seu Cmdt - o capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (1938-1965), imagem ao lado - ocorrida na Ponta Varela (Xime), no dia 3 de Junho de 1965, 5.ª feira, narrado no livro elaborado em sua memória pela sua família, e por mim adquirido a um alfarrabista de São João da Madeira, cruzando-o com a versão oficial publicada pela CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974)].

Acrescento, a propósito, que este texto já estava alinhavado e alinhado desde Dezembro último, data em que foi postado o trabalho relacionado com a elaboração da lista, corrigida e aumentada, dos camaradas «Capitães» que tombaram durante a guerra na Guiné – P19315 (22.12.18) – cujas causas de morte foram agrupadas em acidente, combate e doença.

A fonte a que recorremos, para o efeito supra, foi a base de dados da «Academia Militar», sítio: https://academiamilitar.pt/filhos-da-escola-do-exercito-e-da-academia-militar.html, de onde retirámos os elementos necessários para a organização daquele trabalho.

Dessa lista de doze nomes (mortes em combate) foi sinalizado, desde logo, o do Capitão Francisco Meirelles, uma vez que a sua morte aconteceu num local mítico e muito familiar para o contingente da minha CART 3494, no qual me incluo, naturalmente, ainda que entre cada caso, ou período nele vivido, exista uma diferença temporal de sete anos (1965/1972), conforme fotos nº 1 e nº 2 (acima).

Por razão relacionada com o início da publicação, no blogue da «Tabanca Grande», do trabalho de pesquisa elaborado pelo camarada cor art ref António Carlos Morais da Silva (o nosso primeiro gã-tabanqueiro do ano em curso; que saúdo), na série: «In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-1975) – P19378 (07.01.19) – fiquei a aguardar pela postagem dos dados do malogrado Capitão Francisco Meirelles que agora aconteceu – P19579.

2. SUBSÍDIOS HISTÓRICOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 508  (BISSORÃ,  BARRO - BIGENE, OLOSSATO, BISSAU, QUINHAMEL - PONTA DO INGLÊS, GALOMARO E XIME, 1963-1965)


2.1. A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIG

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 7 [RI 7], de Leiria, a Companhia de Caçadores 508 (CCAÇ 508) embarcou em Lisboa, no Cais da Rocha, em 14 de Julho de 1963, domingo, sob o comando, interino, do Alferes Cardoso, seguindo viagem a bordo do N/M Índia,  rumo à Guiné (Bissau), onde chegou a 20 do mesmo mês, sábado.

2.2. SÍNTESE OPERACIONAL

Dez dias após a sua chegada a Bissau, ou seja, em 01 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 assumiu a responsabilidade do subsector de Bissorã, então criado, com grupos de combate (pelotões) destacados em Barro, até 23 de Dezembro de 1963, e Bigene, até 26 de Dezembro de 1963, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 507 e, após remodelação daqueles sectores, no BCAÇ 512. Em 26 de Dezembro de 1963, passou a ter um grupo de combate destacado em Olossato.

Dez dias após ter iniciado a sua actividade operacional, ou seja, em 11 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 tem a sua primeira baixa, com a morte, por acidente com arma de fogo, do camarada:

● António Rodrigues Teixeira de Jesus; 1.º Cabo; natural de Avões, Lamego; solteiro.

Em Fevereiro de 1964, com seis meses de comissão, a CCAÇ 508 regista mais duas baixas, estas em combate, em Maqué (Região do Óio), na sequência da sua intensa actividade operacional.



Foto 3 - Olossato (1964) – Unimog destruído por mina anti-carro. Esta viatura foi conduzida pelo condutor da CCAÇ 508, Cândido Paredes, natural de Favaios, Vila Real. (Foto do próprio publicada em http://lugardoreal.com/imaxe/unimog-destruido, com a devida vénia).


Destaca-se, neste contexto, as seguintes:

(i) em 03Fev64, 1 Gr Comb, pernoitando em Missirá, reagiu a um ataque IN, pondo em fuga;

(ii) vinco dias depois (08Fev64) rebentou uma mina [anti-carro] na estrada Mansabá-Farim, provocando quatro feridos em 2 Gr Comb, que reagiram, provocando baixas ao IN;

(iii) Em 12Fev64, 4.ª feira, 1 Gr Comb levantou 42 abatises, em Maqué, sofrendo uma emboscada de que resultaram dois mortos e quatro feridos nas forças da CCAÇ 508, sendo os mortos os seguintes camaradas:

● António Fernando Teixeira Vilela; soldado; natural de Rio Tinto, Gondomar; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).

● José Paulo Fonseca; soldado; natural de Aljubarrota, Alcobaça, solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).

Entretanto, decorrido um ano de comissão do contingente da CCAÇ 508, chega a esta Unidade Independente o Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles [1938-02-21/1965-06-03] para a comandar. A sua viagem iniciou-se em Lisboa a 17 de Julho de 1964, a bordo do barco de carga «António Carlos», rumando a Bissorã, região do Oio, onde o seu contingente se encontrava instalado.

Em 04Set64, 6.ª feira, já então na dependência do BART 645, e depois da chegada da CART 566, a CCAÇ 508 foi substituída no subsector de Bissorã pela CART 643, do antecedente ali colocada em reforço, tendo seguido para o sector de Bissau, a fim de se integrar no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, com um grupo de combate destacado em Quinhamel, ficando na dependência do BCAÇ 600.

Em 15Nov64, domingo, a CCAÇ 508 regista a quarta baixa, com a morte, por afogamento no Rio Geba, em Bafatá, do camarada:

● António Coutinho Nobre; Soldado; natural das Caldas da Rainha; solteiro.

Em 08Fev65, 2.ª feira, um ano após terem accionado uma mina na estrada Mansabá-Farim [imagem acima] a CCAÇ 508, contabiliza mais uma baixa, a quinta, desta vez provocada pelo levantamento de uma mina em Jabadá, verificando-se a morte do camarada:

● João Francisco Serrão; Soldado; natural de Coruche; solteiro.

É de referir que a transferência para Bissau ficou a dever-se ao facto da Companhia estar muito debilitada pela longa permanência no mato e por ter sofrido algumas baixas.

Porém, em princípio de Março de 1965, a CCAÇ 508 foi novamente mandada para uma zona operacional. Em 7 e 23 de Março de 1965, por troca com a CCAÇ 526, a CCAÇ 508 deslocou-se, por fracções para Bambadinca, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector, com grupos de combate [pelotões] destacados em Xime e Galomaro e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697, sob o comando do Tenente-Coronel Mário Serra Dias da Costa Campos, sediado em Bambadinca.

Em 16Abril65, 6.ª feira, a CCAÇ 508 foi substituída pela CCAV 678, sendo deslocada para o Xime, onde  assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, então criado, com grupos de combate destacados em Ponta do Inglês e Galomaro.

Em 27Mai65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 regista mais uma baixa no seu efectivo, a sexta, com a morte em combate, no Xime, do camarada:

● José Ferreira Clemente; Soldado Auto Rodas; natural de Milagres, Leiria; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 1812).

Em 03Jun65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 perde mais quatro unidades em combate, na Ponta Varela (Xime), sendo um o seu comandante, o Capitão Francisco Meirelles, em consequência do rebentamento de uma mina. Eis os seus nomes:

● Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles; Capitão de Infantaria QP; natural de Castelões de Cepeda, Paredes; casado.

● José Maria dos Santos Corbacho; 1.º Cabo; natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, solteiro.

● Domingos João de Oliveira Cardoso; Soldado Auto Rodas; natural de São Cosme, Gondomar; solteiro.

● Braima Turé; Caçador Nativo (guia), natural do Xime, Bambadinca.

[Nota: Nas diferentes fontes consultadas, não existe concordância quanto aos locais onde foram sepultados os últimos três corpos referidos acima. Na Parte II, daremos conta do que consta em cada uma delas (fontes)].

Entretanto, em 06 de Agosto de 1965, após a chegada da CCAÇ 1439 para treino operacional, a CCAÇ 508 foi rendida no subsector do Xime por forças da CCAV 678, recolhendo imediatamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso ao Continente, após dois anos de comissão. A viagem de regresso iniciou-se a 07 de Agosto de 1965, sábado, a bordo do vapor «Alfredo da Silva» com a chegada ao cais de Alcântara, Lisboa, a ter lugar no dia 14 do mesmo mês, sábado.



3. A MORTE DO CAPITÃO FRANCISCO MEIRELLES EM 03JUN1965 – DESCRIÇÃO





Tendo por principal fonte de investigação o livro publicado em sua memória pela sua família que, segundo creio, aconteceu a propósito do primeiro aniversário da sua morte, pela dedicatória que nele consta, tomei a liberdade de o citar, como elemento historiográfico, particularmente no que concerne aos antecedentes e a alguns detalhes relacionados com o desenrolar das acções que ditaram a sua morte e de mais três elementos da sua CCAÇ 508.



Mapa da Região do Xime, indicando os pontos mais problemáticos da actividade operacional das NT.



[…] O Xime, enquanto zona especialmente perigosa, era visitado pelos repórteres militares. […]

"Em 3 de Junho de 1965, foi [o capitão Francisco Meirelles] incumbido de mostrar aos operadores da R.T.P. como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona, pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. Logo a 2 kms do Xime foi detectada uma mina anti-carro. Como os trabalhos de levantamento da mina demorassem, o capitão Meirelles propôs ao major Abeilard Martins, 2.º Comandante do Batalhão 697, irem a pé até à tabanca de Ponta Varela, pois queria mostrar a conveniência da sua reocupação pelos nativos, em regime de auto-defesa, reocupando-se dessa forma uma região muito fértil. Ficariam assim os comandos a dispor de mais um ponto de observação e de vigilância, e também dificultada a colocação de minas naquela zona.

Aceite a sugestão, partiram aqueles oficiais, juntamente com o major Afonso, do Estado Maior do Comando Chefe, que acompanhava os operadores da TV, com o régulo da tabanca de Ponta Varela, com alguns pisteiros indígenas e com duas ou três secções que seguiam nos flancos. Percorridos os 4 ou 5 kms que distam de Ponta Varela, foi esta povoação observada minuciosamente bem como os pontos de defesa e apreciado o panorama do Canal do Geba e dos planos que o ladeiam. […]

Como fosse perto do meio-dia, comeram-se algumas frutas e iniciado o caminho do regresso, a umas centenas de metros da tabanca rebentou repentinamente uma mina antipessoal que tudo leva a crer fosse armadilhada depois da primeira passagem pelo local ou então comandada á distância.

A mina ao rebentar esfacelou o 1.º cabo João Maria [dos Santos] Corbacho, o soldado Domingos João de Oliveira Cardoso e o soldado indígena Braine [Braima Turé], que morreram instantaneamente e feriu gravemente na garganta e tórax o capitão Meirelles, que veio a falecer uns vinte minutos após a explosão. Ficaram feridos os majores Abeilard Martins (este com bastante gravidade) e Afonso e mais 4 soldados.

Com um sangue-frio impressionante, os operadores da TV Afonso Silva e Luís Miranda, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena, poucos momentos após a explosão, havendo assim, além das testemunhas sobreviventes, um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento". […] Op.cit. pp10-11.

Continua…




Fontes consultadas:

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); p195.

Ø Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (s/d). Editora Pax, Braga.

Ø http://ultramar.terreweb.biz/index_MortosGuerraUltramar.htm (com a devida vénia)

Ø Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

14MAR2019.

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Nota do editor:

domingo, 5 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17106: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (24): o alferes "periquito" que escoltei até Buruntuma num domingo de agosto de 1964 e que nesse mesmo dia atravessou a fronteira e desapareceu... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)


Guiné > Região de Gabu > Buruntuma > c. 1961/62 > Reunião de homens grandes para aplicação da justiça tribal. O cavalo era já raro na Guiné, devido à peste equina africana rndémica... Foto de Jorge Ferreira, com a devida vénia, vd. sítio do fotógrafo Jorge da Silva Ferreira e o seu  livro  "Buruntuma: algum, dia serás grande!... Guine, Gabu, 1961-63  (Lisboa, Programa Fim do Império, Liga dos Combatentes, 2016, p. 87).


1. Comentário de Alcídio [José Gonçalves] Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), ao poste P17104(*)


Fui duas vezes a Buruntuma.

A primeira vez foi com o nosso 3º pelotão na 1º ou 2ª semana de maio, cerca de um mês depois de chegarmos á Guiné (Bafatá). A área de Buruntuma ainda pertencia ao BCAÇ 238, comandado pelo sr. coronel Sá Cardoso.

A outra vez foi assim:

Era um domingo de agosto/1964, estava em Bafatá, pois no destacamento de Cantacunda tinha apanhado um ataque de paludismo, que levou à minha evacuação.

Cerca das 9 horas da manhã, o oficial de dia da 412, foi chamado ao Comandante do Batalhão 506, sr. tenente-coronel Liiz Nascimento de Matos. Informação do comando:
− Vai chegar uma Dornier com um sr. oficial, que é urgente fazer chegar a Nova Lamego, e depois a Buruntuma. Precisa-se duma escolta simples, basta um jeep, com um vosso oficial e dois soldados.

O oficial de dia, disse que não havia nenhum oficial disponível a não ser ele próprio. Resposta do sr. teneent-coronel:
− Então mande um sargento.

O alferes Baltazar chegou ao nosso quartel e toca a chamar-me:
- Marinho, manda preparar um jeep com respectivos condutor e operador rádio, mais dois soldados. Depois vais para a pista de aviação,  pois vai chegar um alferes "periquito" e vais levá-lo a Nova Lamego e depois a Buruntuma.

Requisitei um jeep, os militares necessários e ala para a pista de aviação, esperar o maçarico. Cerca das onze horas chegou o maçarico que cumprimentei e logo vi que o alferes era muito pouco comunicativo e taciturno. Vinha à civil, com uma malinha pequena.

Expliquei para onde íamos e como.  Não perguntou nada, nem disse nada. Nós olhamos uns para os outros, admirados e muito desconfiados. Lá seguimos para Nova Lamego. Aí chegados, o Alferes foi apresentar-se ao oficial dia  do BCAÇ 512.

Seguimos de seguida para Buruntuma. Chegamos, mesmo na hora do almoço. O destacamento era ao nível de pelotão. Fomos convidados para almoçar pelo furriel que substituía o alferes, agora chegado.
Conversa puxa conversa e lá ficamos cerca de três horas.

Entretanto, alguns militares do pelotão, deslocaram-se para o campo de futebol, para jogar. Nós, os da CCAÇ 412 também fomos ver o jogo. Decorria o jogo e alguns de nós,  furrieis,  trocavámos impressões do sr. alferes.

De repente, alguém começa berrar muito alto:
− Olha, o alferes vai para a fronteira!

A malta toda começa a gritar para chamar o alferes, que transporta a sua malinha. Ao ouvir os berros da malta, ele apressa o passo na estrada que segue para a fronteira. E desaparece.

Um furriel com alguns militares, foram de jipão, perseguir o alferes, mas dele já não havia
vestígios.

Então parti para Nova Lamego, onde comuniquei ao oficial de dia, os factos ocorridos. Claro que ele não acreditava, mas,  recebida a informação Rádio, comunicou ao sr. ten-cor Figueiredo Cardoso. Que ficou espantado.

O qlferes que no mesmo dia chega e parte. Mais tarde ouviram-o na Rádio Argel. Entretanto, dizia-se que ele em Bissau, havia afirmado que não ficaria muito tempo na Guiné. (**)

Alcidio Marinho

CCAC  412
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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15359: Notas de leitura (775): “Nos Celeiros da Guiné”, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves, Chiado Editora, 2015 (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Setembro de 2015:

Queridos amigos,
É evidente que este precioso relato se dirige em primeiro lugar aos que viveram aquela saga a partir dos últimos meses pacíficos de 1963, que cirandaram pelo Morés e foram pau para muita colher. Mas é igualmente um documento de relevo para entendermos como tudo se passou, na muita ignorância e na compreensível falta de previsão sobre o poder combatido daqueles guerrilheiros começavam a marcar presença por todo o Centro-Norte da Guiné.
Com o passar dos tempos, vou-me convencendo cada vez mais que faltam relevantes documentos sobre o que se passou entre 1963 e 1968, não há hipótese de ajuizar o que foi o bom ou o mau comando, do lado português, na eclosão e ascensão da guerrilha.

Um abraço do
Mário


Nos Celeiros da Guiné (2), por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves

Beja Santos

“Nos Celeiros da Guiné”, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves, Chiado Editora, 2015, é uma obra muito particular nas chamadas publicações relacionadas com as histórias das unidades militares que combaterem em África. Tem a particularidade de se centrar na vida de uma companhia independente que percorreu um bom rincão do território guineense, no exato momento em que a guerrilha ganhou fôlego na região Centro-Norte. Referiu-se no texto precedente a atividade operacional desenvolvida até agosto de 1963, retoma-se a obra com a chamada de atenção para o período de 1 de Setembro de 1963 até finais de Junho de 1973.

Em 1 de Setembro, o BCAÇ 512 passa a ocupar a área que estava à responsabilidade da CCAÇ 413, o que imediatamente nos faz refletir o grau de improvisação e o desconhecimento do peso do PAIGC entre o Senegal e Mansoa. Com a chegada deste batalhão, a CCAÇ 413 passou a constituir a força de intervenção do Batalhão: assegurava escoltas, desimpedia itinerários, montava segurança a elementos da população durante as colheitas, e o mais que se sabe. Observa o autor que foi um período extremamente duro em combate e missões distintas em pontos diferentes do setor. Em 3 de Setembro o PAIGC ataca Porto Gole, foi necessário destacar um grupo de combate da CCAÇ 413, instalou-se o aquartelamento de raiz. A Companhia anda por toda a parte: Enxalé, Infandre, Enxugal. Em Outubro, primeira emboscada entre Porto Gole e Enxalé. A guerrilha anda à solta: ataques entre Porto Gole e Mansoa tornam-se um facto, com o crescendo das hostilidades o itinerário irá ficando sucessivamente cortado. Em 2 de Novembro decorre a primeira grande operação no Morés, no dia 4 destruíam-se no local 16 casas de mato. Em Novembro começam as destruições de viaturas entre Mansoa e Bissorã. Está tudo em movimento: Porto Gole fica na dependência de uma Companhia que está no Enxalé. Em Janeiro de 1964 repara-se a estrada Porto Gole Enxalé. Tudo se complica entre Mansoa e Bissorã, as emboscadas não faltam e a vida torna-se cada vez mais difícil entre Mansoa e Mansabá. Cutia é a primeira povoação em autodefesa, a população comporta-se galhardamente. Com minúcia, o autor vai detalhando o calendário das atividades operacionais e já estamos em Maio, o Brigadeiro Louro de Sousa é substituído por Arnaldo Schulz. O PAIGC tem uma base perto do Enxalé, é inicialmente desalojado e depois regressa. Em 1 de Julho de 1964, a CCAÇ 413, devido ao seu grande desgaste é rendida pela CART 564 e instala-se em Nhacra.


Este novo período da vida da CCAÇ 413 na Guiné é menos atribulado mas não menos agitado. Aos patrulhamentos, nomadizações e emboscadas para impedir infiltrações na área sensível da península de Bissau. Há um destacamento na ponte de Ensalmá. Fazem-se obras para melhorar as instalações, construem-se casernas, balneário, refeitório, paiol, etc.

Já estamos em Janeiro de 1965, começa a formação de companhias de milícias. Destroem-se canoas no rio Mansoa. Há um grupo de combate aquartelado em Encheia, aqui os guerrilheiros atacam forte e feio. Relata-se um dado que não se pode descurar: em Abril de 1965 já existiam 18 Companhias de Milícias, muitos destes homens irão até Bolama, no centro de instrução militar serão preparados para pelotões e companhias de caçadores. A prestação da CCAÇ 413 aproxima-se do seu termo, teve 6 mortos em combate, 47 feridos dos quais 10 foram evacuados.

A fotonarrativa é abundante, integra dados da preparação, a instrução em Faro, imagens em Mansoa, em inúmeros lugares por onde a Companhia andou disseminada, mostra-se o seu armamento, a sua alimentação, os lazeres, os trabalhos nos aquartelamentos, a vida dura em Encheia e em Cutia, as relações com a população, a atuação operacional, os convívios, imagens daqueles que voltaram à Guiné e que percorreram os aquartelamentos de outrora, deixando-nos imagens deslumbrantes de uma natureza que não se rende às dores de uma economia parada.

Um documento que nos obriga a pensar na chegada daqueles jovens a Bissau e depois a Mansoa, tudo parecia pacífico até que tudo se tornou explosivo e devastador para os nervos. É um longo documento sobre a metamorfose e o endurecimento. Só temos a ganhar em ler um relato destes primeiros combatentes que tiverem que se abrigar nos celeiros da Guiné.
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15343: Notas de leitura (774): “Nos Celeiros da Guiné”, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves, Chiado Editora, 2015 (1) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15343: Notas de leitura (774): “Nos Celeiros da Guiné”, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves, Chiado Editora, 2015 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Setembro de 2015:

Queridos amigos,
É um livro bem distinto do que vai aparecendo sobre histórias de unidades militares, neste caso o álbum fotográfico é de grande importância.
O General Ramalho Eanes prefacia a obra e detém-se sobre todos aqueles que combateram e hoje regressam à Guiné, e então escreve: "As populações acolhem-nos com o carinho de outrora, mas vivendo conformadas na mesma miséria ou em miséria maior, porque, agora, se destruíram matas, se lhes retiraram bolanhas, se matou a fraterna igualdade então existente. Esta obra interpela-nos sob a metamorfose sofrida pelos jovens que foram transplantados das suas terras". E elogia a importância documental de todo este acervo, contemporâneo da fase perturbante da implantação militar, psicológica territorial do PAIGC.
Temos aqui um livro raro e um caso de solidariedade que não desfalece entre septuagenários que aportaram à Guiné e não a esquecem e não se esquecem do que devem uns aos outros.

Um abraço do
Mário


Nos Celeiros da Guiné, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves (1)

Beja Santos

Há cerca de 50 anos, a CCAÇ 413 partiu para a Guiné. Do seu mourejar vem agora a público um livro que aparenta ter um título intrigante: “Nos Celeiros da Guiné”, por Albano Dias Costa e José Jorge Sá-Chaves, Chiado Editora, 2015. Não se trata de uma convencional história de companhia independente, recheada de depoimentos e reprodução de relatórios, é um poderoso documento que, digo-o sem hesitação, se configura num indispensável material auxiliar para compreender a Guiné entre 1963 e 1965. Quanto ao título, os autores mostram uma imagem, conhecida de todos, e explicam aos seus leitores, poderá acontecer que haja leitores que não passaram pela Guiné: “Em quase todas as pequenas localidades, havia, junto do edifício do posto administrativo, um celeiro da administração, desocupado na sequência do início das hostilidades, que veio a ser utilizado como caserna pelos destacamentos militares entretanto instalados nessas povoações”. Dias Costa fica incumbido de justificar o enquadramento da CCAÇ 413 no contexto social e militar da Guiné. Companhia dada como “pronta” no Batalhão de Caçadores n.º 5, em Lisboa, e colocada em Faro, no Regimento de Infantaria n.º 4, a aguardar o embarque, sem data nem destino ainda definidos. Estão em Faro quando eclode a guerrilha na Guiné. A 3 de Abril embarcam ao som de “Angola é nossa”, num velho paquete da companhia colonial de navegação, o “Índia”.

Lá vão a caminho de Mansoa, têm à sua espera os camaradas da CCAÇ 91, estes rejubilam pela rendição. Conduzidos à caserna, adaptada de um celeiro aqui vão passar a primeira das 751 noites que têm pela frente na Guiné, ainda têm à sua espera os celeiros de Safim, Nhacra, Porto Gole, Encheia, Bissorã, Mansabá, Olossato, Barro, Bigene, Farim e Cuntima. As hostilidades estão no início, estes militares vão assistir ao separar das águas, à perseguição das populações, ao aparecimento dos santuários, à necessidade de ocupar posições. A CCAÇ 413 era constituída por cerca de 170 homens, distribuídos por quatro pelotões, três de caçadores e um de acompanhamento bem como pela Formação, adstrita ao Comando, constituída pela Secção de Saúde, sob a responsabilidade do oficial médico, pela Seção administrativa, pela intendência, pela seção de condutores e manutenção auto e pela secção de Transmissões. O equipamento era o próprio da época, o armamento já incluía a G3 mas havia também pistolas-metralhadoras UZI e FBP. Em 1963 não houve férias, foram canceladas todas as licenças.

Gente feliz em Mansoa

O autor espraia-se sob a infraestrutura dos celeiros e depois descreve a organização dos aquartelamentos, nesta época as valas em ziguezague tinham a primazia. Encheia e Olossato cedo dispuseram de uma pista de aviação rudimentar. Durante a sua permanência em Mansoa, a CCAÇ 413 prestou apoio à povoação de Cutia, na estrada para Mansabá e nas imediações do Morés, aqui decorria a primeira experiência de povoação em regime de autodefesa. O Morés já fervia, o Brigadeiro Louro de Sousa, ainda no decurso de 1963, reforça o dispositivo tático de Mansoa, fica aqui a sede do BCAÇ 512. O aquartelamento de que dispõe a CCAÇ 413 estava instalado na Escola das Missões, e englobava o celeiro, transformado em caserna uma construção rudimentar onde estava instalado o posto de transmissões, o posto de socorros, a arrecadação dos mantimentos e algo mais.

A psicossocial fazia-se com engenho e arte, a dedo e sem esquadro, diretivas era coisa que ainda não existiam, faziam-se almoços, encontros, compareciam o médico e o enfermeiro e os mais curiosos começavam a trautear termos em crioulo, aprendiam-se os usos e costumes, dava-se ajuda aos civis no transporte de alimentos e matérias-primas. Os ex-militares da companhia procederam, em 1992, à constituição da Associação de Ex-Combatentes da CC 413 – Guiné, 1963-65, com o objetivo de “fomentar e desenvolver laços de camaradagem e de solidariedade entre os seus membros e as suas famílias”. José Jorge Sá-Chaves dedica muita atenção à vida operacional da Companhia. Ficaram inicialmente dependentes de um batalhão sediado em Bula, comandado por Hélio Felgas. Foi-lhe atribuído um setor operacional com uma área aproximadamente de 5100 km2, abrangendo a região do Oio, a região a norte do rio Cacheu, com toda a faixa entre aquele rio e a fronteira com o Senegal, de Barro a Cuntima. A Companhia espraiava-se por quatro destacamentos: Barro, Bigene, Farim e Cuntima, recebendo apoios de outras unidades para guarnecer as localidades de Bissorã, Olossato, Mansabá e para reforçar Farim. Estamos no início da guerra e era então possível ainda acontecer o que aqui se descreve: “Quer Barro, quer Farim, destinos das colunas, distavam aproximadamente 50km de Mansoa, distâncias que levaram cerca de hora e meia a percorrer (…) Aproximadamente a meio do percurso, localizavam-se, respetivamente, as povoações de Bissorã e de Mansabá. Os últimos troços da estrada até à margem do rio Cacheu, onde se fazia a cambança para a margem Norte apresentavam-se num estado deplorável (…) Transposto o rio, os últimos 3,6km até ao destino, em que a estrada cruza a bolanha, permitiu apreciar a beleza da paisagem que se abria à sua frente”. Temos igualmente uma descrição cuidada das povoações de Barro e Farim e mais adiante de Bigene e Cuntima.

Porto Gole, Casa do Chefe do Posto, que fez parte do aquartelamento, conjuntamente com o celeiro 

Mas tudo estava a mudar. Em 5 de Maio de 1963, o “Setor Norte” desencadeia a primeira ação militar flagelando Bigene. Em Maio, iniciam-se as patrulhas de reconhecimento. Em Junho, um dos grupos de combate da Companhia a patrulhar em Talicó sofreu uma emboscada, e em Julho temos nova emboscada no trilho de Madame. A tropa verificava que de mês para mês evoluía o armamento do inimigo. Em Julho, o Morés começa a revelar-se um objetivo difícil, as emboscadas sucedem-se umas às outras, surgem os primeiros mortos e feridos graves, tanto na Companhia como na Milícia. As abatizes aparecem na estrada Mansabá Bissorã e nas picadas para o Morés. É em Agosto que chega a Mansoa o BCAÇ 512, e nesse mês um grupo de combate da companhia sofre uma emboscada quando se dirige a Fajonquito.

Estamos perante um documento que dá que pensar: como se passou da aparente acalmia para a guerrilha dura e pura, tanto no Morés como à volta do Cacheu, em escassos meses a liberdade de movimentos deu origem a deslocações sempre com riscos de minas e emboscadas; surgiram as milícias, as populações em autodefesa, a ação psicossocial improvisada, iam-se distribuindo armas pelas populações e procurava-se, a todo o transe, fixar os destacamentos onde havia população. Como se sabe, continua a descer um manto de silêncio sobre o período de 1963 a 1968, às vezes até se insinua que não houve capacidade de resposta e que se espalharam abusivamente as tropas por todo o território. Enquanto o período do General Spínola está largamente documentado, os tempos correspondentes ao Brigadeiro Louro de Sousa e General Arnaldo Schulz permanecem na neblina. Deixa-se aqui o recado aos historiadores da guerra da Guiné.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 6 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15334: Notas de leitura (773): “Dois Amigos, Dois Destinos”, por José Alvarez, Âncora Editora e DG Edições, 2014 (2) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12261: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (76): Encontro do nosso editor, ao fim de 6 anos, com a família do ex-alf mil Martinho Gramunha Marques, natural de Cabeço de Vide, Fronteira, morto heroicamente em combate, em Madina do Boé, em 30/1/1965


Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de outubro de 2013 > Sessão de lançamento do livro do José Saúde > Em cima, o nosso editor Luís Graça, com a família do nosso infortunado camarada Martinho Gramunha Marques: duas irmãs (sendo a Adelaide a primeira a contar da direita) e um irmão (ou cunhado, não sei ao certo).


Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de outubro de 2013 > Sessão de lançamento do livro do José Saúde >  Sessão de autógrafos: o autor escrevendo uma dedicatória a um familiar do alf mil Martinho Gramunha Marques, que era natural de Cabeço de Vide, concelho de Fronteira, Alto Alentejo. (Tem na sua terra natal, uma rua com o seu nome.)

Fotos (e legendas) : © Luís Graça  (2013). Todos os direitos reservados.





Guiné > Zona Leste > Pirada > Janeiro de 1965 > Da direita para a esquerda: (i) em primeiro plano, o alf mil Martinho Gramunha Marques (3ª CCac Indígena / BCAÇ 512, Mansoa e 1963/65; (ii) ao centro, o António Figueiredo Pinto, [alf mil, BCAÇ 506, Nova Lamego, Beli, Madina do Boé, 1963/65]; e (iii) o Sarg Piedade.

Foto tirada em Pirada...Poucos dias depois, a 30 de Janeiro de 1965, o Gramunha Maqreus morre numa emboscada, em Madina do Boé, heroicamente, em grande sofrimento...  Natural de Cabeço de Vide, concelho de Fronteira, Alto Alentejo, está inumado no cemitério de Cabeço de Vide.  Pertencia à 3ª Companhia de Caçadores Indígenas do BCAÇ 512.

Foto (e legenda) : © António Pinto (2007). Todos os direitos reservados.


1. No passado dia 26 de Outubro, o nosso camarada  e amigo José Romeiro Saúde, natural de Vila Nova de São Bento, Serpa, a viver em Beja, Baixo Alentejo, fez o lançamento do seu 5º livro, "Guiné-Bissau, as minhas memórias de Gabu, 1973/74" (Beja: CCA - Cooperativa Editorial Alentejana, 170 pp. + c. 50 fotos; preço de capa: 10 €),

Como já noticiámos, o evento constituiu um sucesso e foi pretexto para uma belíssima tarde de animação cultural, com dois grupos musicais do Baixo Alentejo. O Zé estava felicissímo pela presença de numeroso público, com muitos amigos e uma meia dúzia de camaradas da Tabanca Grande.  Fartou-se de escrever dedicatórias e autógrafos (nos cerca de 4 dezenas de livros vendidos). Veio gente de vários lados, do Baixo e até do Alto Alentejo. Um das grandes surpresas, que me emocionou, foi a presença da família do saudoso Martinho Gramunha Marques, um dos 75 alferes que morreram no TO da Guiné.

Mais uma prova de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande! (*)... Finalmente pude comhecer um das primeiras mulheres, familiares de camaradas nossos, a entrar para a Tabanca Grande, Adelaide Gramunha Marques (ou Adelaide Crestejo). Vinha acompanhada de mais dois familiares, uma irmã e um irmão (, ou marido, ou cunhado, não fixei na altura, no meio de tanto ruído).

Já lhe mandei as fotos que publicamos hoje, juntamente com a seguinte mensagem, por mail de 3 do corrente::

Querida amiga Adelaide:

Estou feliz pelo nosso breve encontro. Afinal, você perdeu, irrremediavelmente, um mano na guerra, mas também nós ganhámos, enquanto grupo de ex-combatentes, uma mulher, que será nossa irmã, e que será sempre para nós e para as mulheres portuguesas que nos leem, um exemplo extraordinário de coragem, de lucidez e de amor fraterno.

A sua história tocou-nos, ao revelar-nos, publicamente, a sua reação íntima à notícia lida no blogue, sobre as circunstâncias da morte (heróica) do Martinho, dada por uma camarada dele, o António Pinto, e que você irá mais tarde conhecer (se não me engano).

Se a ajudámos a fazer o luto, a si e à sua família, como temos feito com outras mulheres e outras famílias, é o suficente para nos sentirmos compensados pelas agruras, que também as temos , da edição deste blogue, que vai fazer 10 anos de existência.

Gostaria de relembrar, num novo poste, a publciar em breve, o seu mano bem como a grande família que ele tem e de que ele se pode continuar a orgulhar, lá onde quer que ele esteja... Junto duas fotos que tirámos, na Casa do Alentejo, uma delas em grupo. Com tanto ruído na sala, não consegui tomar boa nota dos nomes dos seus manos, ou melhor, mana e mano (?). Enfim, gostaria de publicar no blogue uma pequena notícia sobre o encontro em que finalmente conheci uma mulher, como você. de grande nobreza, e uma boa amiga do blogue, uma das primeiras a juntar-se à nossa "caserna virtula", a que chamamos Tabanca Grande.

Se por acaso tiver fotos, digitalizadas, do seu mano e dos seus camaradas, cá e/ ou na Guiné, esteja à vontade para mas mandar (ou não). Eu acho que ele, mas vocês e nós também, temos direito à memória. Falar dele é não esquecê-lo, é mantê-lo ao pé de nós. Um beijinho do Luís Graça



2. Recorde-se aqui a mensagem de Adelaide Gramunha Marques, publicada em 20 de junho de 2007 (**):

Exmo. Senhor Dr. Luis Graça

Estou a escrever-lhe porque através de um dos meus sobrinhos (#) veio parar-me às mãos um blogue que fala da Guiné, daqueles que por força do destino ou da cegueira de um homem, se viram envolvidos em lutas que não provocaram e cujo desfecho final nem sempre foi o mais agradável.

Deixe que me apresente primeiro: o meu nome é Maria Adelaide Gramunha Marques Sales Crestejo, irmã do falecido Martinho Gramunha Marques (##).

Quero que saiba que a minha primeira reacção quando vi o blogue, foi de expectativa pois fiquei entusiasmada com a ideia de que aqui podia finalmente encontrar alguém, que durante aquele período de tempo em que ele esteve na Guiné (3), conviveu com ele, quem sabe assistiu aos seus últimos momentos, o confortou, lhe deu apoio enfim, não o deixou morrer sozinho.

Quando vi a mensagem do Sr. António Pinto e vi o nome do meu irmão ali escrito com todas as letras, nem parei para pensar e foi então que um murro me atingiu em cheio o estômago, a cabeça começou a girar e as lágrimas não paravam de brotar dos meus olhos.

Ali à minha frente estava aquilo que durante anos e anos eu tentei saber e nunca tive ninguém que mo dissesse. Como foi a morte do Martinho Gramunha Marques ? O meu coração pedia a Deus que tivesse sido rápido, que ele não tenha sofrido.

Agora sei que isso não foi assim. Agora que já passaram 2 dias desde que tive conhecimento da vossa existência, e tendo lido com mais calma alguns dos comentários e narrativas, acho que foi bom, esta revelação aproximou-me mais dele.

Há no entanto tanta coisa que eu gostaria de saber, por essa razão lhe escrevo este email, pois gostaria se isso fosse possível, entrar em contacto directo com o Sr. António Pinto (4), seja através de telefone ou email.

Dr. Luis Graça, não quero terminar este email sem antes mandar para si e para todos os que de uma maneira ou doutra tornaram este cantinho uma realidade, um BEM HAJAM e as maiores felicidades.

Adelaide Gramunha Marques
______________

(#) Comentário de Bernardo Garmunha Marques ao poste de 23 de janeiro de 2007 | Guiné 63/74 - P1456: Gabu: Fotos com legendas (António Pinto, BCAÇ 506 e 512) (1): Pirada e Piche

(##) Vd. poste de 17 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1437: Estórias de Madina do Boé (António Pinto) (1): a morte horrível do Gramunha Marques e o ataque a Beli em que fui
ferido

3. Comentário, na altura, de L.G.:

Querida senhora, cara amiga:

(...) Deixe-me ser solidário na sua dor e na sua revolta. Deixe-me que lhe fale do meu próprio espanto. O seu irmão morreu há mais de 42 anos, no dia 30 de Janeiro de 1965, em Madina do Boé (de má memória para muitas famílias portuguesas) (...)

(...) Mas a família nunca soube as circunstâncias da morte do Martinho. Vem a sabê-lo, há dias, casualmente, impessoalmente, através da blogosfera, através do do relato de um camarada e grande amigo do seu tempo de Guiné, o ex-Alf Mil António Pinto...

É triste que as coisas tenham acontecido assim. É revoltante que o Exército, na época, não tenha conseguido sequer humanizar a notícia da morte dos seus homens.  Percebo hoje a sua revolta, que é também a nossa. Resta-nos a consolação de termos contribuído um pouco - todos nós, a começar pelo António Pinto - para que você, irmã do nosso camarada Martinho Gramunha Marques, e os seus familiares mais próximos, consigam finalmente fazer o luto e preservar o melhor da sua memória... Através do nosso blogue, através do pungente relato do seu amigo e camarada António Pinto, o Gramunha Marques não será esquecido. (...)


[ Foto a esquerda, António Pinto, II Encontro Nacional da Tabanca Grande, Pombal, 2007; vive atualmente em Vila do Conde] (***)

4. Excertos do poste P1437:

(...) (1) Gramunha Marques, morto em Madina do Boé.

Estava em Beli, já noite, quando através do rádio do Chefe de Posto soube o que aconteceu aos nossos camaradas, que foram vítimas duma emboscada fatal. A minha primeira reacção foi entrar em contacto com Nova Lamego e pedir autorização para ir tentar ajudá-los.


Levei uma nega do Ten Cor Figueiredo Cardoso  (****) que me deu ordens terminantes para ficar onde estava, em Beli, com redobrada vigilância. Com os nervos à flor da pele, desliguei-lhe a comunicação depois de quase o ter insultado (e que mais tarde pedi desculpa, do acto impensado).

Pedi voluntários para irem comigo, mesmo desobedecendo
às ordens e quem conseguiu demover-me, já
com a pequena coluna pronta para arrancarmos, foi o Furriel Stichini, que me disse e não posso mais esquecer:
- Nós vamos, mas será o responsável pelas nossas mortes.

Acabei por ficar, destroçado e cheiro de raiva. O Gramunha Marques, soube-o depois, teve uma morte horrível,
com uma perna esfacelada, esvaindo-se em sangue e sempre consciente até ao fim. (...) (*****)

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Notas do editor

(*) Último poste da série > 5 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12252: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (75): O reencontro de 3 amigos e camaradas estremenhos: Eduardo Jorge Ferreira (Polícia Militar, BA 12, 1973/74), Jorge Pinto (3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) e Luís Fernando Mendes (38ª CCmds, 1972/74)

(**) Vd. postes de:

20 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1862: 42 anos depois, com emoção e revolta, sei das circunstâncias horríveis em que morreu o meu irmão... (Adelaide Gramunha Marques)

5 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8324: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (10): O pungente testemunho da irmã do nosso malogrado camarada Martinho Gramunha Marques, morto em Madina do Boé, em 30 de Janeiro de 1965

(***) Alguns dados sobre o António Figueiredo Pinto:

(i) Embarcou para a Guiné em Novembro de 1963, em rendição individual ("Fui substituir um colega que se pirou para o Senegal");

(ii) Passou  por Nova Lamego, tendo ao fim de algum tempo sido destacado para Pirada ("onde reconstrui o aquartelamento");

(iii) Esteve e algum tempo em Geba ("zona na altura um bocado perigosa, mas sem problemas");

(iv) Veio de férias, à Metrópole,  em Outubro de 1964;

(v) No regresso, foi destacado para Madina do Boé (,"tendo sido o primeiro pelotão a chegar lá onde montei o primeiro aquartelamento");

(vi) Depois foi para Beli (, o primeiro pelotão também a lá chegar e a montar o destacamento);

(vii) Em Maio de 65, o destacamento de Beli é atacado; o António Pinto é um dos sete feridos, na sequência do rebentamento de uma granada de morteiro;

(viii) Esteve um mês internado no HM 241, em Bissau;

(ix) Seguiu depois para Bolama, para dar instrução e terminar a comissão.

(***) Ficha das unidades:

BCAÇ 506: mobilizada pelo RI 2, partiu para o TO da Guiné em 14/7/1963, regressando a casa em 29/4/1965. Esteve sediado em Bafatá. Comandante: ten cor inf  Luís de Nascimento Matos.

BCAÇ 512: mobilização pelo RI 7;  partida a 17/7/1963 e regresso a 12/8/1965; localização: Mansoa e Nova Lamego: comandante: ten cor inf António Emílio Pereira de Figueiredo  Cardoso.

3ª Companhia de Caçadores Indígenas:

Elementos informativos pelo nosso colaborador, amigo e camarada José Martins:

(i) Esta unidade foi constituída em 1 de Fevereiro de 1961, como unidade da guarnição normal do CTIG;

(ii) Era  formada por quadros metropolitanos e praças indígenas do recrutamento local, 

(iii) Iniciou  a sua formação adstrita à 1ª CCAÇ I;

(iv) Em 1 de Agosto de 1961, com a constituição de dois pelotões, substitui a 1ª CCAÇ I na guarnição de Nova Lamego;

(v) Desloca elementos para guarnição de várias localidades do Setor Leste, por períodos e constituição variáveis, sendo de destacar as localidades de Che-Che, Béli e Madina do Boé;

(vi) Passou a guarnecer, em permanência as localidades de Béli e Madina do Boé instalando, em 6 de Maio de 1963, um pelotão em cada localidade;

(vii) Em 1 de Abril de 1967 passa a designar-se por Companhia de Caçadores nº 5, com sede em Canjadude.

(*****) O dia 30/1/1965 foi particularmente trágico para as NT no TO da Guiné. De acordo com o portal da Liga dos Combatentes, complementado com informações preciosas do portal Ultramar Terraweb (sobre a unidade de origem, e o concelho de naturalidade) morreram nesse dia, em combate, 10 camaradas nossos, todos do Exército, incluindo o Martinho Gramunha Marques. Nove estavam ligados ao BCAÇ 512, e devem ter morrido em Madina do Boé. Só um é de batalhão diferente, o BART 733 (que estava na região de Farim):

ANTÓNIO ANGELINO TEIXEIRA XAVIER, alf, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Valpaços:

ANTÓNIO CANDEIAS DOS SANTOS,  Sold, CART 730 / BART 733; natural de Tavira;

ANTÓNIO JOAQUIM DA GRAÇA VIEGAS, Sold, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Olhão:

AVELINO MARTINS  ANTÓNIO, 1º Cab, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Monchique:

DOMINGOS MOREIRA LEITE,  Fur, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Paredes:

JOSÉ MAXIMIANO DUARTE, Sold,  CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Monchique:

JOSÉ PIRES VIEIRA DA CRUZ,  Sold, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Coimbra;

LEONEL GUERREIRO FRANCISCO,  1º Cabo, CCAÇ 727 / BCAÇ 512; natural de Loulé;

MARTINHO GRAMUNHA MARQUES,  Alf, 3ª CCAÇ I / BCAÇ 512; natural de Fronteira;

SILVÉRIO GALVÃO NOGUEIRA,  Fur, CCAÇ 509 / BCAÇ 512; natural de Mafra.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6674: O Nosso Livro de Visitas (91): Hélio Matias, ex-Alf Mil Cav, comandante do Pel Rec Daimler 805 (Nova Lamego, 1964/66), que conheceu o Triângulo do Boé (José Martins)

1. Recebemos, através do nosso camarada e colaborador José Martins [, foto actual à esquerda], a seguinte mensagem, assinada por Hélio Matias.

Boa tarde.

Segui com interesse o que escreveu sobre os intervenientes e histórias da zona do Gabu.

Fui o Alferes Miliciano que comandou o Pelotão de Reconhecimento Daimler 805, e que se deslocou para Nova Lamego com o Batalhão de Caçadores 512, transitando depois para o de Cavalaria 705 e finalmente o de Caçadores 1856.

Atravessámos o Cheche inúmeras vezes, apoiámos todo o sector de Madina do Boé (penso ter sido dos últimos a lá ir somente com o comandante do Batalhão no seu jeep e motorista), percorremos Béli, estivemos em Piche com a 727, fomos a Canquelifá e Buruntuma em situações complicadas, etc.

Se achar de interesse, poderei fazer-lhe chegar um texto mais pormenorizado e melhor elaborado do que este que fiz ao correr da memória, até porque tenho documentação escrita e fotográfica.

Cumprimentos e bem-haja.

Hélio Matias.


2. Resposta do José Martins:

Data: 15 de Maio de 2010
Assunto: Re: Madina do Boé

Caro Hélio Matias

Agradeço as palavras amáveis acerca do meu trabalho sobre o Triângulo do Boé. Foi durante a elaboração do mesmo que tomei conhecimento de que tinha sido a antecessora da minha unidade - a 3ª Companhia de Caçadores Indígenas, posteriormente Companhia de Caçadores nº 5 - que instalou os aquartelamentos de Madina do Boé e Beli.

Eu próprio estive na evecuação das mesmas,  em Junho de 68 e Fevereiro de 69.

Constato, em breve pesquisa, que se trata de um combatente que esteve na Guiné entre Outubro de 64 e Agosto de 66, depois de consttituir unidade em Cavalaria 6, no Porto.

Quanto à oferta de colocar à minha disposição material escrito e fotografico, é uma honra. Mas proponho o seguinte:

Existe o blogueforanadaevaotres.bloguespot.com, que agrega mais de 400 antigos combatentes da Guiné que, dentro das possibilidades e saber de cada um, vai escrevendo os seus textos que, ao serem fixados e colocados na Internet,  constituirão um documento de inegável valor para as gerações vindouras. É de notar que alguns académicos já beberam, no blogue, as informações de que necessitavam. Assim proponho que adira ao blogue e, na primeira pessoa, possa transmitir a todos nós as experiências e vivências que troxemos da Guiné, para mim considerada como uma segunda pátria.

A Tabanca Grande, assim também designada, reune-se em convívio uma vez por ano (esta ano [foi] no dia 26 de Junho, em Monte Real), além de já haver outras, espalhadas por várias regiões do país, que se vão emcontrando para um simples café ou para uma confraternização à volta da mesa, como portugueses que somos.

Fico a guardar a entrada de mais um camarada da Guiné na Tabanca Grande.

Este mail segue com conhecimento aos editores do blogue.

Um fraterno abraço e até breve, já que a linha está aberta.


José Martins

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Nota de L.G.:

Vd. último poste desta série > 4 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6530: O Nosso Livro de Visitas (90): O Alenquer, condutor, Pel Rec Fox 42 (Aldeia Formosa, Guileje, Ganturé, Sangonhá, Cacoca, 1962/64)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3810: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (3): Unidades de comando em Bajocunda

Continuação da publicação do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Martins (*):

Copá, na fronteira com o Senegal (1965-1974) - Parte III: Unidades de comando no subsector de Bajocunda (**)

Unidades de comando:

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 506 (BCAÇ 506, 1963/65)

Mobilizado no Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, desembarcou em Bissau em 20 de Julho de 1963, recebendo os elementos do recompletamento do BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 238, que rendeu, assumindo a mesma zona de acção, que passou a ser designada por sector D.

Em 1 e 8 de Agosto de 1963 e 8 de Julho de 1964, foram criados no sector, pela chegada de novas unidades, os subsectores de Piche, Xitole e Fajonquito. A zona de acção foi reduzida em 24 de Agosto de 1964 dos subsectores de Bambadinca e Xitole, e aumentada do subsector de Pirada (onde se incluía Bajocunda) em 29 de Outubro de 1964.
Em 11 de Janeiro de 1965 a zona D passou a designar-se por Sector L2, abrangendo os subsectores de Bafatá e Fajonquito.

Foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 757 em Bafatá e regressou à metrópole em 29 de Abril de 1965.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 512 (BCAÇ 512, 1963/65)

Foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 7, em Leiria e desembarcou em Bissau em 22 de Julho de 1963, composto por Comando e Companhia de Comando e Serviços.

Em 20 de Agosto de 1963 seguiu para Mansoa para preparar a sua zona de acção – Sector C - cuja responsabilidade assumiu em 1 de Setembro de 1963, englobando as companhias estacionadas nos subsectores de Mansoa, Mansabá, Bissorã e Farim, sendo acrescentados os subsectores de Enxalé e Bigene em 08 e 23 de Dezembro de 1963.

Por remodelação do sector, foi reduzido em 23 de Maio de 1964 dos subsectores de Farim e Bigene e em 31 desse mês foi reduzido dos subsectores de Mansabá e Bissorã.

Em 22 de Julho de 1964 foi substituído pelo Batalhão de Artilharia nº 645, tendo sido deslocado para Bissau (Brá) onde assumiu a responsabilidade da segurança do Centro de Instrução de Comandos.

Em 29 de Dezembro de 1964 foi transferido para o então criado sector L3, com sede em Nova Lamego e abrangendo os subsectores de Nova Lamego, Piche e Pirada, assumindo a responsabilidade do mesmo em 11 de Janeiro de 1965.

Foram criados, sucessivamente os subsectores de Canquelifá em 25 de Fevereiro de 1965, de BAJOCUNDA em 11 de Março de 1965, de Madina do Boé e o de Buruntuma em 23 de Maio de 1965, estes três subsectores foram criados com recurso a unidades de intervenção do Comando-Chefe.

Foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 705 em 1 de Junho de 1965, regressando a Bissau, onde embarcou de regresso em 12 de Agosto de 1965.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 705 (BCAV 705, 1964/66)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa, desembarcou em Bissau em 24 de Julho de 1964, ficando nesta cidade como força de intervenção às ordens do Comando– Chefe, sendo as suas companhias atribuídas como reforço e para realização de operações noutros sectores.

Em 15 de Fevereiro de 1965 foi deslocado para Bafatá, onde comandou a actividade operacional das suas companhia e preparou a rendição do Batalhão de Caçadores nº 512.

Em 1 de Junho de 1965, rende o Batalhão de Caçadores nº 512, estacionado em Nova Lamego, e assume e responsabilidade do Sector L3, que inclui os subsectores de Pirada, BAJOCUNDA, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Madina do Boé e Nova Lamego

Em 1 de Maio de 1966, rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1856, regressa a Bissau, embarcando de regresso à metrópole em 14 de Maio de 1966.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 1856 (BCAÇ 1856, 1965/67)

Mobilizado do Regimento de Infantaria nº 1, na Amadora, desembarcou em Bissau em 6 de Agosto de 1965, ficando aquartelado em Brá (Bissau), às ordens do Comando – Chefe, orientado para a zona Leste, sendo as suas subunidades atribuídas de reforça a outros batalhões para diversas operações.

Em 2 de Março de 1966 o comando instalou-se em Nova Lamego, enquanto a Companhia de Comando e Serviços era instalada em Piche até 23 de Abril de 1966.

A 1 de Maio de 1966 e substituindo o Batalhão de Cavalaria nº 705, assumiu a responsabilidade do Sector L3, que englobava os subsectores de BAJOCUNDA, Canquelifá, Piche, Buruntuma, Madina do Boé e Nova Lamego.

Rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 1915, tendo embarcado para a metrópole em 15 de Abril de 1967.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 1915 (BCAV 1915, 1967/69)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 14 de Abril de 1967, não dispondo de companhia operacionais no seu quadro orgânico.

Em 15 de Abril de 1967 rende o Batalhão de Caçadores nº 1856, assumindo o Sector L#, sedeado em Nova Lamego, ao qual pertenciam os subsectores de BAJOCUNDA, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Madina do Boé e Nova Lamego.

Em 1 de Julho de 1967 o subsector de Piche foi integrado no Sector L3, tendo sido retirado ao Sector do Batalhão de Caçadores nº 1877.

Foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1933 e transferido para o Sector O1, com sede em Bula. Em 18 de Fevereiro de 1969 foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 2861 e regressou à metrópole em 03 de Março de 1969.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 1933 (BCAÇ 1933, 1967/

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 15, em Tomar, desembarcou em Bissau em 02 de Outubro de 1967. Foi colocado no Sector L3 em sobreposição com o Batalhão de Cavalaria nº 1915, assumindo a responsabilidade deste sector em 11 de Outubro de 1967, que abrangia os subsectores de BAJOCUNDA, Buruntuma, Canquelifá, Piche, Pirada, Madina do Boé e Nova Lamego. Neste sector, de 23 de Outubro a 4 de Dezembro de 1967, foi criado o subsector temporário de Canjadude.

Foi rendido na missão que desenvolvia pelo Batalhão de Caçadores nº 2835, em 21 de Fevereiro de 1968, recolhendo a Bissau a guardar colocação. Em 02 de Abril de 1968, rende o Batalhão de Caçadores nº 1894 no Sector O1-B, designado por Sector 06 a partir de 04 de Outubro de 1968, até 1 de Agosto de 1969, data em que é rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 2876.

Regressou à metrópole em 20 de Agosto de 1969.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 2835 (BCAÇ 2835, 1968/70)

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 15, em Tomar, desembarcou em Bissau em 4 de Janeiro de 1968, permanecendo em Bissau, tendo as suas companhias sido atribuídas em reforça de outros batalhões.

Em 21 de Fevereiro de 1968 assume a responsabilidade do Sector L3, com sede em Nova Lamego e subsectores em Canquelifá, Piche, Pirada, Buruntuma, BAJOCUNDA, Madina do Boé e Nova Lamego, rendendo o Batalhão de Caçadores nº 1933.

Em 14 de Julho de 1968 este sector foi aumentado com a criação dos subsectores de Canjadude e Cabuca.

Tendo sido criado o Sector L4, em 24 de Novembro de 1968, este batalhão foi reduzido dos subsectores de Piche, Canquelifá, Buruntuma e BAJOCUNDA.

Em 4 de Fevereiro de 1969, foi reduzido do subsector de Madina do Boé com a retirada das nossas forças no território a sul do Rio Corubal, nesta zona.

De 15 de Março a 11 de Outubro de 1969, este batalhão esteve integrado no Comando Operacional nº 5.

Foi rendido em Nova Lamego em 29 de Novembro de 1969 pelo Batalhão de Caçadores nº 2893, regressando à metrópole em 4 de Dezembro de 1969.

BATALHÃO DE ARTILHARIA Nº 2857 (BART 2857, 1969/71)

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 5, em Penafiel, desembarcou em Bissau em 15 de Novembro de 1969, assumindo a responsabilidade do Sector L4, com sede em Piche e criado em 24 de Novembro de 1968, em área retirada ao Sector L3 sedeado em Nova Lamego, abrangendo os subsectores de Piche, Buruntuma, Canquelifá e BAJOCUNDA. Este sector é integrado no Comando Operacional nº 5, entre 15 de Março e 11 de Outubro de 1969.

Em 27 de Junho de 1970, o subsector de BAJOCUNDA é integrado no Comando Operacional Temporário nº 1.

Este batalhão é rendido em 12 de Agosto de 1970 pelo Batalhão de Cavalaria nº 2922, regressando a Bissau em 27 de Agosto de 1970 e embarcando de regresso em 04 de Outubro de 1970.

COMANDO OPERACIONAL TEMPORÁRIO Nº 1

Foi criado em 27 de Junho de 1970, para fazer face à intensa actividade IN, levada a cabo na região de Pirada – BAJOCUNDA, a partir de 13 de Julho de 1970.

Assume a responsabilidade da zona com sede em BAJOCUNDA e integrando os subsectores de Pirada e Bajocunda, retirados ao Batalhão de Caçadores nº 2863 e Batalhão de Caçadores nº 2857, ficando na dependência do Comando de Agrupamento nº 2957.

Em 20 de Agosto de 1970 o sector foi aumentado com um novo subsector instalado em Paúnca por atribuição de uma nova subunidade.

Em 12 de Novembro de 1971 assume a responsabilidade desta zona de acção o Batalhão de Cavalaria nº 2834, passando a ser designado por Sector L6, tendo o Comando Operacional nº 1 sido extinto em 22 de Novembro de 1971.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 3864 (BCAV 3864, 1971/73)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 30 de Setembro de 1971, realizando a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Cumeré, entre 04 e 21 de Outubro de 1971.

Em 12 de Novembro de 1971 assumiu a responsabilidade do sector atribuído ao Comando Operacional nº 1 abrangendo os subsectores de BAJOCUNDA, Paúnca e Pirada.

Com a extinção do Comando Operacional nº 1 em 22 de Novembro de 1971, a zona passa a designar-se por Sector L6, aumentado do subsector de Mareué, retirado ao Batalhão de Caçadores nº 2854, sendo este subsector extinto em 11 de Março de 1973 e o seu território integrado nos subsectores já existentes.

Em 25 de Novembro de 1973 foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 8323/73, recolhendo a Bissau e regressando à metrópole em 15 de Dezembro de 1973

BATALHÃO DE CAVALAEIA Nº 8323/73 (BCAV 8323/73, 1973/74)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 29 de Setembro de 1973 e realizou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Bolama, de 05 de Outubro a 31 de Outubro de 1973.

Assume a responsabilidade do Sector L6, com sede em Pirada, em 25 de Novembro de 1973, abrangendo os subsectores de BAJOCUNDA, Paúnca e Pirada.

Coordenou e comandou o movimento de retracção do dispositivo as Nossas Tropas, a partir de 21 de Agosto de 1974, com a entrega ao PAIGC dos subsectores de Paunca, em 21 de Agosto de 1974; de BAJOCUNDA, em 22 de Agosto de 1974; e de Pirada em 27 de Agosto de 1974; iniciando o deslocamento para Bissau, regressando à metrópole em 10 de Setembro de 1974.

José da Silva Marcelino Martins
josesmmartins@sapo.pt

Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria
Companhia de Caçadores nº 5 – CTIGuiné
Nova Lamego e Canjadude - Jun1968 a Jun1970
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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série:

26 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3795: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (1): O princípio do fim, a história do Soldado António Rodrigues

26 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3797: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (2): Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

(**) Vd. poste de 28 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3809: Os últimos dias do destacamento de Copá, Janeiro/Fevereiro de 1974 (Helder Sousa / Fernando de Sousa Henriques)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3622: Brasões, guiões ou crachás (6): BART 2917 e 2924, BCAÇ 507 e 512, CCAV 1484, Pel Caç Nat 52 e Pel Mort 4574 (José Martins)

BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2917

BART 2917 - Guiné 1970/72 - Divisa: P'la Guiné e suas gentes

Mobilizado no Regimento de Artilharia Pesada n.º 2 – Vila Nova de Gaia

Embarque em 17Mai70
Desembarque em 25Mai70

Regresso em 24Mar72

Divisa – P´la Guiné e suas gentes

Segue para Bambadinca em 29Mai70 assumindo a responsabilidade do Sector L1, que abrangia os subsectores de Xime, Xitole, Mansabá e Bambadinca. A sua actividade desenvolveu-se na coordenação e realização patrulhamentos, emboscadas e segurança de itinerários, assim como protecção de trabalhos de reordenamento dos aldeamentos. Implementou e organizou o funcionamento do Centro de Instrução de Milícias. Deslocou-se para Bissau a fim de aguardar embarque em 15Mar72.

Tem como subunidades orgânicas as CArt 1714, 1715 e 1716, que se mantiveram sempre na área do seu sector.

Imagem: Benjamim Durães/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2924

BART 2924 - Guiné 1970/72 - Divisa: Porfiamos o Céu, a Terra e as Ondas, Atroando

Mobilizado no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 2 – Torres Novas

Embarque em 23Set70
Desembarque em 29Set70

Regresso em 21Set72

Divisa – Porfiamos o Céu, a Terra e as Ondas atroando

Entre 05 e 31Out70 realizou no Centro de Instrução Militar, em Bolama, a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional, em conjunto com as suas companhias orgânicas. Segue em 28Nov70 para o sector de Tite, para treino operacional e assume o Sector S1 em 15Dez70, que incluía os subsectores de Nova Sintra, Jabadá, Fulacunda e Tite. A área de Ganjauará é retirada a este sector em 24Nov71. Desenvolveu intensa actividade efectuando e coordenando patrulhamentos, emboscadas, reconhecimentos ofensivos e reacção a flagelações de aquartelamentos e povoações em autodefesa. Coordenou e orientou o reordenamento de aldeamentos e trabalhos de asfaltagem, na sua área de acção. Foi rendido em 20Ago72, seguindo para Bissau a aguardar embarque.

Tem como subunidades orgânicas, que estiveram sempre integradas no seu sector, as CArt 2771, 2772 e 2773.

Imagem: José Sobral/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 507

BCAÇ 507 - Guiné 1963/65

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 2 - Abrantes

Embarque em 14Jul63
Desembarque em 20Jul63

Regresso em 29Abr65

Divisa –

Constituído apenas por Comando e CCS (Companhia de Comando e Serviços), não dispondo, portanto de subunidades orgânicas, recebeu os elementos de recompletamento, que ainda não tinham terminado a sua comissão de serviço, e que estavam integrados no BCAÇ 239, a que sucedeu. Em20Jul63 assume a responsabilidade do sector B, com sede em Bula, enquadrando as companhias instaladas em Teixeira Pinto, Mansoa, S. Domingos e Farim. O sector foi aumentado com os subsectores de Mansabá e Ingoré (28Jul63) e Bissorã (01Ago63). Em 01Set63 a sua zona de acção foi reduzida dos subsectores de Mansoa, Farim, Mansabá e Bissorã, e aumentado dos subsectores de Binar (08Mai64) e Có (02Mar65). Desenvolveu a sua actividade operacional em patrulhamentos, reconhecimentos, batidas e emboscadas, com o objectivo de travar o alastramento da subsversão na zona Oeste, assim como a segurança e protecção das populações. Em 28Abr65, deixou a sector de Bula, já designado sector O1, seguindo para Bissau para aguardar embarque.

Imagem: Carlos Coutinho/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 512

BCAÇ 512 - Guiné 1963/65 - Divisa: Honra e Glória

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 7 - Leiria

Embarque em 17Jul63
Desembarque em 22Jul63

Regresso em 12Ago65

Divisa – Honra e Glória

Constituído apenas por Comando e CCS (Companhia de Comando e Serviços), não dispondo, portanto de subunidades orgânicas. A fim de instalar e organizar a sua zona de acção, segue para Mansoa em 20Ago63. Em 01Set63, assume a responsabilidade do recém criado sector C, englobando nele as companhias que se encontravam instaladas em Mansoa, Mansabá, Bissorã e Farim, assim como os seus destacamentos. Foram acrescentados os subsectores de Enxalé (08Dez63) e Bigene (23Dez63). O sector é reduzido, por entrada em sector de outros batalhões, sendo retirados os subsectores de Farim e Bigene (23Mai64) e Mansabá e Bissorã (31Mai64). Desenvolveu a sua actividade em especial nas zonas de Óio-Morés, Biambifoi e Enxalé, efectuando patrulhamentos, reconhecimentos, batidas, emboscadas e golpes de mão, nomeadamente sobre as linhas de infiltração inimigas. Em 22Jul64 a sua zona de acção foi integrado no sector atribuído ao BArt 645 e foi deslocada para Bissau, onde assumiu a segurança do aquartelamento do Centro de Instrução de Comandos, em Brá. A 29Dez64, desloca-se para Nova Lamego, para proceder à instalação do novo sector L3, cuja responsabilidade assume em 11Jan65, tendo sido criados os subsectores de Canquelifá (25Fev65), Bajocunda (11Mar65), Madina do Boé e Buruntuma (23Mai65), tendo recorrido a subunidades de intervenção às ordens do Comando Chefe. Neste sector organizou operações para travar a penetração de forças inimigas e travar relacionamento com as populações. A 01Jun65 foi para Bissau a fim de aguardar embarque de regresso.

Imagem: Carlos Coutinho/ultramar.terraweb
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COMPANHIA DE CAVALARIA N.º 1484

CCAV 1484 - Guiné 1965/67 - Divisa: Vontade e Audácia

Mobilizada no Regimento de Cavalaria n.º 7 - Lisboa

Embarque 20/Out/65
Desembarque em Bissau em 26/Out/65

Regresso em 02/Ago/67

Comandante: Cap Cav Rui Manuel Soares Pessoa e Amorim

Companhia independente ficou instalada em Nhacra, onde rendeu a CArt 565, ficando adida ao BArt 1857, aquartelado em Santa Luzia - Bissau.

Fez treino operacional em Mansoa durante o mês de Nov/65, que culminou com uma operação na área de Cobonge.

O efectivo da Companhia tomou o seguinte dispositivo:

Em Nhacra: Comando da Companhia, 2 GComb e 1 Pel da Comp Mil 10 em reforço

Em Safim: 1 GComb reforçado com 2 Pel da Comp Mil 10, com 1 Secção destacada em Ensalmá e outra em João Landim.

Em 08Jun66 a CCav 1484 foi rendida em Nhacra pela CCaç 797 e seguiu para Catió, onde ficou em intervenção ao Sector, adida ao BCaç 1858 e, após a rendição deste, ao BArt 1913.

Durante o período de permanência em Catió deu cobertura, em Cufar, à rendição da CCaç 763 pela CCaç 1621 e, no Cachil (Como) à rendição da CCaç 728 pela CCaç 1587.

De 12Jun66 a 28Jun67 efectuou 40 operações no Sector, sofreu 2 mortos e 22 feridos em combate, registando ainda 1 morto por acidente.

Em 20Jul67 segue para Bissau, embarcando no Uíge em 26Jul67 e chegado a Lisboa em 02Ago67.

(Imagens e texto de Benito Neves)
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PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS N.º 52

PEL CAÇ NAT 52 - Guiné 1966/74 - Divisa: Matar ou Morrer / Os Gaviões

Mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné

Criado em Setembro de 1966

Desactivado em Agosto de 1974

Divisa – Matar ou Morrer / Os Gaviões

Colocado inicialmente em Porto Gole, foi transferido, sucessivamente, para Enxalé (Mai69), Missirá (Jun69), Bambadinca (Set69), Fá Mandinga (Jul71), Fá Mandinga (Abr72), Ponte do Rio Udunduma (Jul72) e Mato de Cão (Out72), onde se manteve até ser extinto.

Pequena unidade da guarnição normal.
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PELOTÃO DE MORTEIROS N.º 4574/72

PEL MORT 4574/72 - Guiné 1972/74

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 15 - Tomar

Embarque em Jul/72

Regresso Após Abr74

Foi colocado junto do Batalhão instalado no sector L3 em Nova Lamego, destacando forças a nível de Secção ou Esquadra para as subunidades instaladas naquela área de acção.
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Notas de CV:

Vd. postes anteriores da série de:

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3429: Brasões, guiões ou crachás (1): CCAÇ 2797, Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, Cufar, 1970/72 (Luís de Sousa)

14 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3453: Brasões, guiões ou crachás (2): CCAV 678, 1964/66 (Manuel Bastos)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

7 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)