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quarta-feira, 6 de abril de 2022

sábado, 2 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23133: Documentos (36): Psico e propaganda: por uma "Guiné Feliz": um desdobrável com postais a cores, tipo Banda Desenhada, doado à Tabanca Grande pelo Joaquim Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447 (Brá, 1965/67)


Postal  nº 2


Postal  nº 3
Postal  nº 4

Postal  nº 5
Postal  nº 6


Postal  n 8

Postal  nº 9


Postal  nº 8


Postal   nº 1 > Guiné Portuguesa, Guiné Feliz... O nosso caamrada Joaquim Sequeira, o "Sintra, que foi 1º cabio carpimnterio, BENG 447 (Brá, 1965/67) assinalou os nomes dos aquartelametos e destacamentos por onde passou em serviço: no sector de Bissau, Brá, Santa Luzia, Bissalanca e Safim; na região de Quínara, Enxudé, Tite, Jabadá e São Joao; no arquipélago dos Bijagós, ilha das Galinhas e Bolama; na região do Gabu, Nova Lamego e Canjambari: no região do Oio,  Cuntima, Jumbembem, Farim, K3, Mansabá,Mansoa, Cutia, Bissorã, Olossato; na região do Cacheu, Binta...

Fotos (e legendas): © Joaquim Sequeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Joaquim Sequeira, o "Sintra",
Tabanca da Linha (2016)


1. Já aqui falámos, mais do que uma vez, dos "cartazes de propaganda que deixávamos no mato, nas clareiras, nos trilhos, nas bolanhas, nas regiões fora do nosso controlo, na esperança de que os guerrileiros do PAIGC, as suas milícias e a sua população se entregassem em massa às nossas autoridades, administrativas e militares" (*).

Pessoalmente, "nunca cheguei a observar os efeitos práticos e objectivos deste tipo de propaganda. Os 'homens do mato' que conheci foram os que fizemos prisioneiros; a população do mato (mulheres, velhos e crianças) que recuperámos, foi a que arrancámos, à força, das zonas controladas pela guerrilha".

O A. Marques Lopes, logo no início do nosso blogue (Poste P81) (*), mandou-nos uma coleção de cartazes, ou melhor, de postais, que voltamos a publicar mas desta vez com melhor qualidade de inagem: a coleção foi-nos dada, para publicação no blogue, pelo Joaquim Nunes Sequeira,  mais conhecido na Tabanca da Linha pela alcunha "O Sintra". Ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67, é um camarada sempre sorridente, afável, voluntarioso, que exerce (ou exercia antes da pandemia, em 2019)  as funções de vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes.  

Os postais foram por nós digitalizados. É um material produzido no âmbito da Acção Psicológica (mais congecida por Psico) e remonta ao tempo do com-chefe e governador-geral gen Arnaldo Schulz (1964-1968). Já aqui o dissemos: é um material "muito interessante,se bem que revele alguma ingenuidade e uma estética de duvidosa eficácia". Mas trata-se de um documenatação valiosa, com interesse iconográfico e historiográfico. Não a encontro, por exemplo, no sítio do Centro de Documentação 25 de Abril.

Já tínhamos pedido ao  A. Marques Lopes, para ver se descobria a origem e o ano ("Quem os produzia, quando, para usar onde"...).

O Marques Lopes respondeu-me, na altura,  que "esses folhetos que enviei tínhamo-los quer em Geba quer em Barro, portanto em 1967 e 1968, para espalhar pelas matas. Nenhum deles tem indicação de autor ou de origem, mas é certo que apareciam em pacotes vindos do Comando Chefe de Bissau". 

Uma coisa é certa: eram cartazes destinados especificamente ao teatro de operações da Guiné. E deviam ser produzidos no QG/CCFAG, Rep ACAP- Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, cujas instalações se situavam na Fortaleza da Amura. Um dos nossos camaradas que lá trabalhou, na segunda parte da sua comissão, foi o Ernestino Caniço.

2. Julgo que também me passaram pelas mãos alguns desses cartazes, mas não fiquei com nenhum. Alguns foram deixados atabalhiadamente no terreno, depois de uma violenta embioscada dos "homens do mato". Não tive a preocupaçao de guardar nenhum documento desse tipo, de um lado ou do outro. Na altura o que eu queria mesmo era esquecer a Guiné... para sempre.  

A colecção (no fundo, é uma sequência de banda desenhada, sob a forma de um folheto desdobrábvel com uma meia dúzia de postais, impressos de um lado e do outro) começa com uma imagem do mapa da Guiné ("Guiné Portuguesa, Guiné Feliz") (Postal nº 1) (**)

A numeração é da minha única responsabilidade: tem a ver a lógica da sua sequência para efeitos de leitura.

O segundo postal mostra um grupo de guerrilheiros, no mato, feridos e/ou desmoralizados (vd. i,magem no topo deste poste). Os combatentes do PAIGC nunca são tratados como tal, mas simplesmente como "homens do mato" (leia-se: bandidos, indivíduos que estão fora da lei e da ordem). Aliás, no nosso tempo, "ir no mato" era, no falar das gentes da Guiné, juntar-se à guerrilha, fugir das zonas sob administração portuguesa. Portugal, de resto, nunca reconheceu o PAIGC como inimigo, no sentido militar e legal do termo,  nem a luta contra o "terrorismo" (ou a "subversão) como uma situação de guerra, face à Convenção de Genebra. (Postal nº 2)

O título do cartaz é : "No mato, há doença, fome e morte", A legenda, por sua vez, diz o seguinte: "O Chefe do Grupo do mato julga que vai morrer. Foi gravemente ferido"

No Postal nº 3 vemos o mesmo grupo de "homens do mato" a entregar-se às autoridades militares portuguesas da zona. Depois do Chefe do mato ter ido falar com o "homem grande da tabanca" (que veste à maneira fula, o que está longe de ser inocente, já que os fulas eram os nossos grandes aliados).

Legenda: "O Homem Grande diz à tropa que estes homens foram enganados, estão arrependidos e fartos da guerra".

No Postal nº 4 vemos os "homens do mato, arrependidos" serem bem tratados pelas autoridades portuguesas: (i) são tratados pelos enfermeiros da tropa, (ii) bebem cerveja com soldados africanos; (iii) recebem alimentos (pão) da tropa.

No Postal nº 5 vemos uma tabanca, sob a bandeira portugesa (e, parece-me, ao canto superior direito, descortinar uma inverosímil antena de televisão ou takvez antes de rádio. Legenda: "A família e os amigos abraçam a gente do mato que estava enganada e não vivia na tabanca há muito tempo". a 

Por fim, "a tropa e os civis ajudam aqueles que se apresentam a reconstruir a sua tabanca" (clara referência aos famosos "reordenamentos" (o equivalente às "aldeias estratégicas" na Argélia e no Vietname) que, no tempo do Spínola, tiveram um grande incremento (Postalnº 6).

Por fim, surgem os homens grandes de Bissau (o gen Arnaldo Schulz e a sua equipa) para observar (e regozijar.se com)  os progressos: "Agora sim! Aqueles que regressaram arrependidos  vivem contentes na tabanca nova..." concluindo.se que "há paz e alegria e nunca mais faltará Felicidade" (um conceito abstracto, para a generalidade dos guineenses daquela época). (Postal nº 7)

O postal seguinte  tem uma lógica implacável, a da deserção e da rendiçao: "Apresenta-te à tropa, levanta os braços"... Mostra dois "homens do mato", de braços levantados, segurando a sua espingarda semi-automática (Simonov ?) por cima da cabeça (Postal nº 8)... O último postal  é o da bandeira verde-rubra, que se repete nas costas dos postais anteriores.

3. Veja-se o que diz o Centro de Documentação 25 de Abril sobre a propaganda, usada durante a guerra colonial, por um lado e outro:

(...) "A acção psicológica destina-se a influenciar as atitudes e o comportamento dos indivíduos. Na guerra subversiva é utilizada para obter o apoio da população, desmoralizar e captar o inimigo e fortalecer o moral das próprias forças, assumindo três aspectos diferentes, embora intimamente relacionados: acção psicológica, acção social, acção de presença.

"Quer as forças portuguesas, quer os movimentos de libertação, usaram intensamente a acção psicológica como arma, integrando-a na panóplia de meios disponíveis para a conquista dos seus objectivos, dentro da ideia que as palavras são os canhões do séc. XX e que, como se ensinava aos futuros chefes da guerrilha na escola de estado-maior da China, na guerra revolucionária deve atacar-se com 70 por cento de propaganda e 30 por cento de esforço militar.

"A acção psicológica exercida sobre a população, o inimigo e as próprias forças foi conduzida através da propaganda, da contrapropaganda e da informação, de acordo com as finalidades de cada uma destas áreas: a primeira, pretendendo impor à opinião pública certas ideias e doutrinas; a segunda, tendo como finalidade neutralizar a propaganda adversa; por último, a informação, fornecendo bases para alicerçar opiniões. Mas, para serem eficazes, os meios de condicionamento psicológico necessitam de encontrar ambiente favorável.

"Quanto às populações, procurou-se criar esse ambiente propício com a acção social, que visava a elevação do seu nível de vida, para as cativar, conquistando-lhes os corações e originando condições mais receptivas à acção psicológica. Esta acção foi desenvolvida sob a forma de assistência sanitária, religiosa, educativa e económica.

"Relativamente ao adversário, a acção psicológica das forças portuguesas era isolar os guerrilheiros das populações, desmoralizá-los e conduzi-los ao descrédito quer na acção, quer na dos seus chefes. Para o efeito utilizaram-se panfletos e cartazes lançados de aviões ou colocados nos trilhos de acesso e nas povoações, emissões de rádio, propaganda sonora directamente a partir de meios aéreos, apelando à sua rendição e entrega às forças militares ou administrativas, garantindo-lhes e explicando-lhes que a participação na guerrilha constituía um logro". (...) (Negritos nossos)
___________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 20 de janeiro de  2022 > Guiné 61/74 - P22923: Documentos (35): Comunicações e Ordens enviadas pelo Estado-Maior do Exército e do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné - Anexo à Circular N.º 1703/NP da 2.ª Repartição do Estado-Maior do Exército (2) (Victor Costa, ex-Fur Mil Inf)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22862: O meu sapatinho de Natal (25): Três Natais passados em Brá, no BENG 447 (1968, 1969 e 1970) (João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais)


Foto nº 2 > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 > Natal de 1969 > Aspeto da assistência



Foto nº 1 >  Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 > Natal de 1969 > Preparando o  palco: o João Rodrigues Lobo  é o alf mil da ponta direita


Foto nº 3 >  Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  Natal de 1969 >  Descansando nas rachas de cibe (que seguiam para os reordenamentos...): o João Rodrigues Lobo é o da pomnta esquerda


Foto nº 4 > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  O campo de jogos onde se realizavam as  festas de Natal   


Foto nº 5  > Guiné, Bissau, Brá, BENG 447 >  Aspeto do  campo de jogos onde se realizavam as festas de Natal


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo 

[ (i) ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971);

(ii) fez o 1º COM, no último trimestre de 1967, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa, Angola, onde viveu na sua juventude;

(iii) natural de Óbidos, vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital;

e (iv) é membro nº 841 da Tabanca Grande.]


Data - terça, 21/12, 16:10 (há 10 dias)
Assunto - O Natal na Guiné



 

Boa tarde,

Bem posso dizer Os Natais na Guiné, pois passei lá três: 1968,1969 e 1970.

Para os que estavam no BENG 447 havia um espectáculo, com os "artistas" do Batalhão que nos distraía um pouco para tentarmos não ter saudades dos nossos que estavam longe.

Os artistas eram variados e as actuações também. Como não havia dois "Géneros" os artistas convidados do "género" masculino também interpretavam o "género" feminino.

O palco e as actuações eram no campo de jogos atrás da messe.

Em anexo reenvio a foto de festa de 1969, com assistência de muita "Malta" e também das mulheres de alguns oficiais que os acompanhavam nalguns períodos e residiam em Bissau (Foto nº 1). E também do campo onde as mesmas se realizavam.(Foto nºs 4 e 5). Ajudei a preparar o palco para a festa de Natal de 1969 (Fotos nºs 1 e 3).

De mencionar que em uma das festas, não me recordo em que ano, um rapaz "marado", que tinha acabado de chegar de zona de combate, resolveu detonar uma granada ofensiva no exterior do recinto. Não houve vitimas diretas, além do grande susto. Mas em resultado do pequeno pânico que se gerou e, alguns tentando sair ao mesmo tempo pelas mesmas saídas do recinto, houve umas ligeiras esfoladelas.

Como era Natal tudo acabou em bem.
Bom Natal para todos e suas familias.

___________

Nota do editor:

Último poste da série > 31 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22860: O meu sapatinho de Natal (24): "Uma Santa Bênção" - Mensagem natalícia de João António Bento Soares, Maj-General Ref

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22790: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte IX: Qual a razão da minha ida da RMA para o CTIG ? Duas histórias... A autorização, anual, passada pela PIDE para poder entrar a bordo dos navios no porto de Bissau, e o "motorista" protegido do capitão da Polícia Militar......



Autorização, com data de Bissau, 2 de dezembro de 1969, dada pela PIDE - Polícia Internacional e de Defesa do Estado, ao alf mil João José Lourenço Rodrigues Lobo,  para poder entrar "a bordo de paquetes e navios de carga, nacinais e estrangeiros, fora das horas de embarque e desembarque de passageiros".


Fotos (e legenda): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo


 [ (i) ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971); 

(ii) fez o 1º COM, no último trimestre de 1967, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa, Angola, onde viveu na sua juventude;  

(iii) natural de Óbidos, vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; 

(iv) é membro nº 841 da Tabanca Grande.]
 

Data - Segunda, 1/11, 15:14
Assunto - Apontamentos da "tropa"



Boa tarde,
Caro Luis e demais editores do Blog,

Cá vai mais uma achega da minha passagem pelo Exército Português:

Tenho lido alguns comentários e outras publicações no Blog com algumas interrogações,
assim talvez ajude a esclarecer ou a complicar mais. E após mais de 50 anos não devem ser segredos militares nem tabus.

Para a razão da minha ida da RMA (Região Militar deAngola) para o CTIG (Guiné) foi-me dito: "intercâmbio entre Províncias Ultramarinas". Aceitei a "informação" verbal. 
Mas teria sido só? 

Especulando bastante quando se não percebe bem a razão apontada:

(i) Podia eu ter sido colega de "turras" que andaram comigo no Liceu Nacional Salvador Correia. (aliás como o Luís dá a entender num seu comentário).( Pura especulação). Mas realmente desse tempo tenho uma recordação que me foi dada por um colega. (imagem anexa,  à esquerda, um pin do MPLA) .

(ii) Fui em rendição individual para render um camarada da Metrópole que não cheguei a conhecer e, no fim da comissão, fui rendido por um camarada da metrópole que também não cheguei a conhecer. Como já li em vários comentários no blog, teria sido porque, àquela data, estaria o filho de alguém "importante" em vias de ir e se baldou com alguma cunha? (Pura especulação). 
A seguir, e no final, um "pequeno" episódio...

(iii) Teria o meu trabalho no QGA da RMA " colidido" com os interesses económicos de "alguém" pois no pouco tempo que lá estive, além de ir comandar MVL , era eu o responsável por controlar todos os quilómetros, horas e facturas de todas as viatura civis contratadas para transportes militares (centenas) e, tendo arranjado métodos de conferência que teriam poupado bastante aos cofres do Exército? E os camionistas andavam fulos comigo? (Pura especulação).

(iv) Teria algum elemento da PIDE/DGS, por motivos pessoais, ou outros, tido alguma influência ? (Pura especulação).

A PIDE metia-se em tudo e, na Guiné, para ir a bordo dos navios onde, como alferes, ia receber toda a carga e materiais para o BENG , tive que, mesmo assim, ser entrevistado e de me passarem o cartão, anual (o de 1968 tive de entregar) na recordação em anexo (1969), senão pasme-se, era preso !!!

(v) Ainda penso noutras possíveis especulações ou num conjunto de várias acima. Lanço o repto aos camaradas que me estão a ler para fazerem os seus comentários. Só se passaram 53 anos, talvez se recordem de outros possíveis motivos ...
.
A propósito do ponto 2 acima tenho um "episódio" que me parece irreal e se passou comigo. Sem inventar. 

Uma das minhas primeiras "acções" quando me colocaram a Comandar o PTE - Pelotão de Trabsportes Especiais, do BENG 447,  foi pedir ao Comando uma lista exaustiva e completa das viaturas e homens que pertenciam ao PTE  e em que trabalhos estariam deslocados.

 Eramos muitos. Após a conferência, o incrível, faltava um soldado condutor auto rodas que "ninguém" sabia onde estava, mas diziam estar em Bissau (tendo um Mercedes próprio no qual se deslocava). Mandei recados, sem levantar ainda quaisquer problemas, dando-lhe 3 dias para se apresentar no PTE e no Batalhão. 

O recado chegou ao destino e, um dia depois, fui convidado a ir a uma residência na cidade para ir jantar com um oficial da PM. Mesmo estranhando e sem saber porque cargas de água me tinha sido feito o convite, resolvi aceitar e fui.

Era um jantar a 3 onde estava o soldado "desaparecido" e onde me tentaram convencer em não levantar ondas pois ele nunca se iria apresentar no Batalhão. Foi uma "conversa" muito interessante e insinuante. Não cedi e mantive o prazo dado. 

Ao sair, disseram-me que ele não se iria apresentar, ao que eu respondi que iria fazer a respectiva participação ao comando do BENG e logo se veria. E, não é que ele não se apresentou e, foi logo "evacuado" para a metrópole ! 

Ainda me lembro do seu apelido, embora com a dúvida se a segunda letra do apelido é um E ou um A. Era realmente de uma família muito "importante".

Se eu ainda aqui estou, poderá ser muito provável, ou não, que os outros 2 intervenientes, que devem ser da mesma idade que eu, se lerem o Blog, se recordem e digam fui eu, ou alguém os conheça. Seria interessante, e só passaram 52 anos...

Abraço, João
____________

Nota do editor:

Último poste da série > 31 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22675: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VIII: O meu percurso militar (II): Depois da RMA, o CTIG: ao todo, 3 anos e 4 meses ao serviço da tropa

domingo, 31 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22675: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VIII: O meu percurso militar (II): Depois da RMA, o CTIG: ao todo, 3 anos e 4 meses ao serviço da tropa


Doc 7 > Região Militar de Angola > Batalhão de Intendência de Angola >Quartel em Grafanil > Batalhão de Intendência > Companhia de Intendência > 11 de fevereiro de 1971 > #O documento mais valioso": a declaração da passagem à disponibilidade (ou à "peluda")



Doc 6 > Região Militar de Angola > Quartel General > Companhia de Comando e Serviços > Quartel em Luanda > 12 de agosto de 1968 > Recibo da Arrecadação do Material de Guerra, comprovativo da entrega pelo alf mil João Rodrigues Lobos de uma  G3, cimco carregadores, duas cartucheiras, um cinturão e... 100 cartuchos  7,62 mm m/962... 


Doc 8> Ministério do Exército > Direcção do Serviçpo de Pessoal > Repartição dos Oficiais > 2ª Secção > Lisboa, 28 de janeiro de 1978 > Declaração para efeitos de contagem do tempo de serviço.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte da mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]


Data - sexta, 29/10, 10:11 (há 1 dia)



Assunto - O meu percurso militar


(Continuação)

Quando me mobilizaram para a Guiné fui para o Depósito  de Adidos, em Luanda, onde esperei por um transporte para a Guiné, que nunca mais me arranjavam, ( dizendo até que provavelments tinha de ir primeiro para a Metrópole e dali para a Guiné) sendo que o tempo passava e a Comissão não começava. 

Consegui pessoalmente junto da Força Aérea que me arranjassem transporte num avião militar que vinha para Lisboa com escala em Cabo Verde. Chegado a Cabo Verde esperei por outro avião militar, de carga, que me levou até Bissalanca. Ali chegado, sem nunca antes ter sabido qual a Unidade em que estaria colocado, apanhei boleia num jipe que por acaso tinha ido levar alguém a Bissalanca e que por camaradagem, (não estando autorizado e não constar do boletim da viatura) me levou ao Quartel General em Bissau. Ali chegado, e com as malas á porta, lá entrei e só aí soube que estava colocado no BENG 447. Por gentileza lá me mandaram levar a Brá.

Conhecendo eu bem Angola, e, só havendo 5 Aspirantes Milicianos da Especialidade formados no 1º COM em Angola, sendo este número manifestamente insuficiente para as colunas de MVL, e estando eu no Quartel General a prestar o que julgo bom serviço, porque cargas de água fui mobilizado para a Guiné? 

A explicação dada na época foi “intercâmbio entre Provincias” sem direito a mais perguntas!  Seria só isso ? Por vezes especulo sobre várias hipóteses, mas sem conclusões. Talvez fale delas noutra altura pois são só especulações.

E, quando acabei a comissão na Guiné, para voltar para Luanda, onde fui mobilizado, queriam que viesse de navio fretado para Lisboa (quando houvesse) e de Lisboa para Luanda (quando houvesse). 

Lá se foi o resto do que tinha poupado e paguei as 2 viagens aéreas de Bissalanca para Lisboa e de Lisboa para Luanda, na TAP totalmente do meu bolso! Em 1968 e 1969 também tinha pago as 8 viagens aérias na TAP nos dois meses de férias que tive, para as passar em Luanda onde residia a minha namorada.

Quando em 1977 fiz concurso público para Chefe dos Serviços de Aprovisionamento do Hospital Distrital de Torres Vedras, precisava de documento onde constasse o Serviço Militar cumprido. 

Não sabendo onde o podia obter, fui ao Ministério do Exército, no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde estava “estacionado” o meu processo, por não ter a data da passagem á disponibilidade!!! 

Por sorte, (mais uma vez) tinha guardado o papelinho da “peluda”, que apresentei, e lá me passaram uma declaração simples (, com um erro na data do inicio da Comissão no qual só mais tarde reparámos, ) mas que serviu o objectivo. 

Em 1978 recebi um oficio onde, na disponibilidade, tinha sido colocado no Regimento de Engenharia nº 1 em Lisboa. E em 1983 recebi outro oficio,  dizendo que o meu processo estava no DRM  de Santarém. 

Em 2007 aquando da passagem á reforma, para obter a contagem do tempo, fui a Santarém e já não estava lá nada. Fui então ao Arquivo Geral do Exército, em Lisboa onde estava o meu processo, obtive a contagem do tempo e lá me deram 5 anos e 337 dias para a reforma ( tiraram alguns mesitos, talvez a recruta ou as férias). 

Esta “história” terá interesse?  Para mim tem,  dadas as bolandas em que andei, e, o tempo que perdi (ou ganhei) no Exécito Português.

Por onde passei tive e assisti a vários “episódios” alguns idênticos aos que outros camaradas descrevem , outros talvez um pouco diferentes. Tenho algumas situações,vividas pelos locais por onde estive, na memória, e tento recordar-me de outras para talvez as passar ao papel e vos enviar para o blog.

Resumindo, acabei por ter tanta sorte que passei quase ao lado da Guerra, estando bem perto da dureza e sofrimento que tantos camaradas, nas mesmas datas, passaram.

Até tive a sorte de , quase imberbe, deixar crescer o bigode, desde que aterrei na Guiné, bigode esse que foi crescendo sem nunca mo mandarem rapar, apesar de algumas bocas “superiores” e de alguns PM . O bigode, que aí começou, só o raparei quando a sorte que me acompanhou em Angola e na Guiné,  me fizer ganhar o Euromilhões!

Anexo vários “papéis” que guardei como recordação, em complemento do que já foi publicado no poste anterior (*)

Doc 6 – Documento de MVL – 1968

Doc 7 – O Documento mais valioso: a passagem à disponibilidade, em  1971

Doc 8 – A descoberta do meu processo – 1977 (1978)

Até breve.

João Rodrigues Lobo
_______________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 30 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22671: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VII: O meu percurso militar (I): Região Militar de Angola: EAMA, CICA, Companhia de Transportes nº 2560, QG-4ª Rep, Depósito de Adidos (1967/68)

sábado, 30 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22671: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VII: O meu percurso militar (I): Região Militar de Angola: EAMA, CICA, Companhia de Transportes nº 2560, QG-4ª Rep, Depósito de Adidos (1967/68)

as

Doc nº 3 > Escola de Aplicação  Militar de Angola (EAMA) > Quartel de Nova Lisboa > 3ª Companhia >21 de dezembro de 1967 > Licença para gozo de 11 dias de férias, a passar em Luanda,  passada ao  soldado cadete João Rodrigues Lobo.


Doc 2 > Ministério do Exército > Região Militar de Angola > Boletim de vencimentos > Folha mecanográfica com o vencimento do aspirante miliciano João Rodrigues Lobo, relativo ao mês de novembro de 1967. Montante: Esc 1590$00, o que corresponderia, em valores de hoje, em Portygal, 
a 561,11 € (segundo o conversor da Pordata)


Doc 1 > Escola de Aplicação  Militar de Angola (EAMA) > Quartel de Nova Lisboa > 1967 > Cartão de Controlo da Incorporação


Doc nº 4 > Região Militar de Angola >Quartel General > 3º Repartição > 1968 > Pedido de  protecão de coluna auto de reabastecimentos, a partir de Luanda, comndanda peloasp mil Rodrigues Lobo- Data: 12 de agosto de 1968. Assinatura: cor A. da Silva Banazol.


Doc nº 5 > Região Militar de Angola >Quartel General > 4º Repartição > Secção TPTS > 1968 > Relação do pessoal que segue no ML
V ( Movimento de Viaturas Logísticas), de Ambriete, de 13/8/1968.

Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]

Devido à extensão do texto mais os documentos anexos, vamos publicá-lo em duas partes.  


Data - sexta, 29/10, 10:11 (há 1 dia)



Assunto - Meu percurso militar

Bom dia,

Caro Luis e caros editores do blog.

Desde que me juntei á Tabanca Grande todos os dias o Blog é minha leitura obrigatória.

Recordar também é viver, e textos muito interessantes lá tenho encontrado.

É com interesse e alguma emoção que os diversos posts me têm recordado situações de que tive conhecimento mas não vivi directamente, nos anos de Guiné 1969 e 1970 (e uns dias de 1968 e 1971) e, onde tenho tido conhecimento de outras situações, algumas terriveis, das quais, embora contemporâneo delas, não tive conhecimento quando lá estive.

Dos relatos de camaradas que passaram tempos muito dificeis naqueles anos, ( aliás durante toda a guerra), só posso tirar uma conclusão: fui um felizardo, sortudo, afortunado, ou que lhe quisermos chamar, em ser mobilizado para a Guiné! e protegido pelos deuses ( talvez mais por camaradas de armas na mão).

Já em 1968, pela sorte de já de usar óculos, não fiquei nos Comandos.

Por ser experiência pessoal, se acharem que o que digo interessa alguma coisa, publiquem, se não tudo bem. Os comentários, desde que não sejam tendenciosos ou preconceituosos, serão bem vindos.

Em Angola, onde fui incorporado em 1967 (Doc nº 1), e onde prestei serviço militar antes de ter “inexplicávelmente?” sido mobilizado para a Guiné, e onde passei por zonas bem complicadas , em MVL desde Luanda a Ambriz e Ambrizete, teria corrido mais riscos, dos quais felizmente também escapei quando por lá andei, o que não se poderá dizer de outros camaradas que passaram pelas mesmas estradas, pois a maioria das colunas era emboscada e atacada nesses trajectos (Doc. nº 4).

Julgo que devo ter sido dos milicianos que em mais quartéis esteve colocado:

(i) Escola de Aplicação Militar de Angola – Nova Lisboa. Incorporação e recruta, - cadete, 1967 – 3 meses (Doc. nº 1)

(ii) CICA – Grupo de Artilharia e Campanha 1 – Luanda, Especilidade de Transportes Rodoviários - cadete. 1968 – 3 meses

(iii) CICA – Nova Lisboa , instrutor auto - Aspirante. 1968 -3 meses

(iv) Companhia de Transportes 2560 – Grafanil/Luanda – Aspirante. 1968 – 1 mês

(v) Quartel General 4ª Rep., Luanda - Aspirante 1968 – 4 meses

(vi) Depósito de Adidos , Luanda - Aspirante, 1968 – 1 mês

(vii) Não me lembro da Unidade – Cabo Verde, ilha do Sal - Alferes Mil.1968 – 2 semanas

(viii) Batalhão de Engenharia 447 , Pelotão de Transportes Especias., Guiné - Alferes Mil, 1968/1969/1970/1971

(ix) Batalhão de Intendência de Angola, Grafanil/Luanda, 1 mês (férias) ,disponibilidade -Alferes Mil, 1971.

Resumindo – Mais dia menos dia, mais semana menos semana, em cada unidade, pois a memória já falha, no Total 40 Meses : Um ano e quatro meses em Angola e dois anos e 24 dias na Guiné (3 Natais).

Anexo vários “papéis” que guardei como recordação:

1 – Incorporação na EAMA, 1967 (Doc 1)

2 – Boletim de vencimento como cadete - 1967 (Doc 2)

3 – Licença de férias EAMA, 1968 (Doc 3)

4-5-6 – Documentos de MVL – 1968 (...)

Até breve. João Rodrigues Lobo

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22579: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte VI: Um farol e uma motoreta...



Foto nº 1


Fotio nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Legendas. Fotos nºs 1 e 2: Guiné >  s/l > c. 1969, /70> > "Turista",  junto a um farol, do qual já não me recordo o sítio. (Não me parece que seja do ilhéu de Caió...  (*); ou será o farol da ponta de Biombo ? ) (LG)

Fotos nºs 3 e 4 > Guiné > Brá > BENG 447 > Janeiro de 1969 >No  BENG 447 também tinhamos uma motoreta  (tpo solex), que por vezes fazia o trajeto Brá/Bissau.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.] 

Data - segunda, 20/09, 15:31 (há 9 dias)
Assunto . Mais fotos para o Blog



Boa tarde,

Desde que entrei no blog tenho-o lido, e consultado, todos os dias. Só não tenho enviado mais nenhum contributo porque não "tenho tido cabeça". É que a minha mãe de 98 anos, perfeitamente lúcida e quase autónoma caíu e está internada, muio debilitada. Mas enfim, faz parte da vida e este á parte não deve ser publicado.

Também desejo franca recuperação ao Luis na sua fisioterapia.

Agora sim para publicação no blog, se tiver interesse (**):

Envio duas fotografias de um "turista" que as tirou junto a um farol, do qual já não me recordo. Os "nossos localizadores" poderão dar uma ajuda a relembrar qual e onde ficava. (Fotos nºs 1 e 2)

Mais duas, tiradas no BENG 447 , para dizer ao nosso camarada que andava de motorizada na Guiné, que no BENG 447 também tinhamos uma (solex?) que se vê nas fotos, e que por vezes fazia o trajeto Brá/Bissau. (Fotos nºs 3 e 4)

Os camaradas da foto que não me levem a mal pela publicação das mesmas, pois até gostava de encontrar alguns para recordar aqueles tempos. (E já ninguém nos consegue reconhecer á distância.)

Um abraço,
João Rodrigues Lobo

_________

Notas do editor:


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22556: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte V: Ordem de serviço, nº 279, de 28 de novembro de 1970, pp. 3, 4 e 5




1. Mensagem de João Rodrigues Lobo [ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971): fez o 1º COM, em Angola, na EAMA, Nova Lisboa; vive em Torres Vedras onde trabalhou durante mais de 3 décadas como chefe dos serviços de aprovisionamento do respetivo hospital distrital; membro nº 841 da Tabanca Grande.]

Date: sábado, 3/07, 23:07 | Subject: Contributos para o blog.

Como combinado começo a enviar o que julgo serem alguns contributos pessoais para o blog, embora um pouco personalizados.

Duas Ordens de Serviço de Maio e Novembro de 1970, cujos originais me foram dados por nelas constar o meu nome, mas que revelam um pouco do que foi o BENG 447, e o que foi por este Batalhão construído.

De notar que a primeira é assinada pelo Major Engº João A.Lopes da Conceição e a segunda pelo Tenente Coronel Engº João António Lopes da Conceição.(*)







Cópia da Ordem de Serviço nº 279, de 28 de novembro de 1970, do BENG 447, pp. 3, 4 r 5 )pp. 1397/8/9)

2. Comentário do editor LG
:

Em relação ao art. 5º da página 1397 (Cópia de sentença), destaque-se o seguinte, por mera curiosidade: a 4 militares do BENG 447, dois cabos e dois soldados, foi instaurado procedimento criminal pelo TMT  (Tribunal Militar Territorial) da Guiné por alegadamente , "em acção conjunta e de comum acordo", em 4 de julho de 1969, a bordo do N/M "Rita Maria", terem subtraído fraudulentamente os seguintes artigos:  

(i)  nove caixas de vinho no valor de 1687$00 (escudos),  o equivalente, a preços de hoje, a 518,25 €;

(ii) nove pacotes de 72 caixas de fósforos cada um, no valor de 178$64 (o equivalente hoje a 54,88 €).

Trata-se de um simples "fait-divers" ou dá para entender um pouco melhor o que era a "justiça militar" de então ? Claro que um "roubo" era/é sempre um "roubo"... 

Não sabemos o desfecho deste caso: o João Rodrigues Lobo guardou cópia desta Ordem de Serviço, de 28 de novembro de 1970, por nela constar a atribuição, à sua pessoa, da Medalha Comemorativa das Campanhas da Guiné... E estava já em fim de comissão. 

Mas é possível que os alegados quatro autores do "surripianço" de 54 garrafas de vinho e de 648 caixas de fósforos da "despensa" do N/M "Rita Maria", propriedade da Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, do Grupo CUF,  tenham recebido o "castigo exemplar": provavelmente ficaram mais uns meses na Guiné, até pagarem a totalidade da indemnização que era devida aos donos dos bens "surripiados"...LG