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domingo, 27 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24593: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (5) ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70): vive em Senhora da Hora, Matosinhos - Parte I

Foto nº 1 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá  > Setor L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046, "Os 14 Furões" (Bambadinca, 1968/70)    > O memorial que o Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) deixou em Bambadinca... Esta subunidade desembarcou no cais fluvial do Xime no dia 7 de maio de 1968, tendo seguido em coluna auto até Bambadinca onde ficou ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

Foto nº  2 > Guiné > Rio Geba > Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda a comissão de serviço em Bambadinca. A LDG , possivelmente a 101 Alfange, embarcando tropas e material (nomeadamente de engenharia).

Foto nº  3 > Guiné > Rio Geba > Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) > Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  

Foyo nº 4 > Guiné > Rio Geba > Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) >  Fevereiro de 1970 > Viagem de LDG,  de regresso, do Xime a Bissau,  finda  a comissão de serviço em Bambadinca... Tanto a LDG 101 [Alfange] como a LDG 104 [Montante] estavam equipadas com 2 peças Oerlikon de 20 mm  

Foto nº  5  > T/T Niassa > Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) > Viagem de regresso, Bissau-Lisboa, abril de 1970.

Foto nº  6 > Porto > RC 6 > Abril de 1970 > O Pel Rec Daimler 2046,  na passagem à disponibilidade (1): O Jaime Machado está ao meio na fila de pé. A composição incial das subunidadea eram 14 elementos, em maio de 1968:

Cmdt, alf mil cav Jaime de Melo R. Machado; | 2º srgt cav, Jose Claudino F. Luzia | 1º cabo cav, apontador de Daimler, José Óscar Alves Mendes | 1º cabo cav, apontador de Daimler, João Manuel R Jesus | 1º cabo cav, apontador de Daimler, Manuel Maria S. Alfaia | 1º cabo cav, apontador de Daimler, João de Jesus Cardoso | 1º cabo cav, apontador de Daimler, José Ferreira Couceiro | 1º cabo SM, mecânico, Germano de Oliveira Fonseca | Soldado cav, condutor Daimer, António José Raposo | Sold cav, condutor Daimer, Aníbal José dos A. Duarte | Sold cav, condutor Daimer, Joaquim Pinho Marques | Sold cav, condutor Daimer, José do Nascimento Lázaro | Sold cav, condutor Daimer,  Arlindo da Conceição Silva | Sold cav, condutor auto, Manuel Moreira Tavares.

Foto nº 7 > Matosinhos > Senhora da Hora > Bajuda no Cais de Bambadinca: quadro a óleo pintado, em 2007, pelo Jaime Machado.


Foto nº 8 > Matosinhos > Senhora da Hora > Jaime Machado > "Mulher de Bambadinca -Guiné" (2014),  a partir de foto datada de 1969. Acrílico s/ tela 40/40 cm.

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Seleção (*) das melhoras fotos do álbum do nosso camarada e amigpo Jaime Machado, ex-alf mil cav,  Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70):

(i)  vive na Senhora da Hora, Matosinhos, mas é minhoto de Viana do Castelo; 

(ii) está connosco, na Tabanca Grande, há 15 anos (desde 21 de maio de 2008) (**);

(iii) tem 65 referências no blogue;

(iv)  disponibilizou-nos uma boa parte dos seus 150 "slides" (publicados na série "Álbum fotográfico do Jaime Machado" de que se publicaram pelo menos 17 postes, entre junho e novembro de 2015) (***); 

(v) tem página no Facebook (503 amigos, 54 em comum); 

(vi) continua a fazer fotografia, além de também se dedicar à pintura como "hobby"; 

(vii) convivemos, eu e o Machado, cerca de seis/sete meses em Bambadinca (entre julho de 1969 e fevereiro de 1970); 

(vii) era (e é ainda hoje) alto e magro: as bajudas chamavam-lhe o "alfero fininho";

(ix) faz 78 anos hoje (nasceu a 27 de agosto de 1945 (: 

(x) está ligado a causas solidárias, sendo membro, nomeadamente, do Lions Clube Lusofonia.

___________

Notas do editor:

(*) Vd. o último e o primeiro poste:

10 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15347: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte XVII: Bambadinca, um quartel onde há homens, bichos e flores...

21 de junho de  2015 > Guiné 63/74 - P14775: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte I: Chegadas e partidas...

sábado, 26 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24589: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (4): Adelaide Barata Carrêlo, filha do ten SGE José Maria Barata, CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71)... Voltou lá, em 2015, "numa viagem que nunca acabará"...

 

Foto nº 1 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > 1970 >  Inauguração de uma nova escola,  na qual a Adelaide foi  a menina branca a pegar na fita,  segura do outro lado por uma menina guinenese, que se vê perto dela, para o gen António Spínola cortar...  Repare-se na atenção com que a Adelaide escuta o "homem grande de Bissau"... A sua colega, pelo contrário, está de costas voltadas... Uma foto fabulosa! Uma imagem que vale por mil palavras!

Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 4 de novembro de 2015 > Cemitério do tempo colonial  >  Talhão da Liga dos Combatentes... Vê-se que o talhão estava então cuidado e que havia flores nalgumas campas.

Foto nº 3  > Guiné-Bissau >Bissau > 3 de novembro de 2015 >  O edifício da UDIB -União Desportiva Internacional de Bissau, na atual av Amílcar Cabral.

Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 23 de outubro e 2015  > Uma das terras mais bonitas,,, 

(...) Esta viagem podia ser intitulada de "Branco umbelélé", esta era a saudação por quem passávamos ao longo das aldeias, pelas crianças principalmente. À medida que nos afastávamos de Bissau, a paisagem abraçavamo-nos como irmãos que retornam. Os sorrisos das crianças eram mais sonoros e as mãos dos adultos mais demoradas nas nossas. No dia 23 de Outubro conheci uma das terras mais bonitas da Guiné - Buba.(...)

Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 23 de outubro de 2015  > Uma das terras mais bonitas,,,  Este é o BU [um chimpanzé, ou "dari", em crioulo, que ] vivia em cativeiro numa reserva natural em Buba. 

Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Bafatá > Outubro de 2015 > A viagem continuou de Buba até Bafatá por estradas de terra molhada pelas chuvas que caem sem pejo, escondendo o alcatrão de outrora  Em Bafatá revi o sr. Dinis [João Dinis, 1941-2021], que conheci em Nova Lamego, na altura tinha uma escola de condução que permanece ainda hoje em Bafatá.  Ele lembrava-se muito bem dos meus pais, e de nós os três ainda meninos.

Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Outubro de 2015 > Ponte Nova > Pôr do sol no rio Geba 

Fiti nº 8  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 27 de outubro de 2015 > Vendedeira de mangas

Foto mº 9 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 27 de outubro de 2015 > Cartaz ao projeto de eletrificação "Bambadinca sta claro"
 



Fotos nº 10 e 11  > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Parque Natural das Lagoas de Cufada  (PNLC) > 24 de outubro de 2015 > Foi assim que começámos o dia 24 de outubro de 2015. Fomos visitar o Parque Natural das Lagoas de Cufada. Contudo, chegámos próximo, a água que caiu na noite anterior não nos permitiu avançar. Os guardas do parque vieram ter connosco e aconselharam-nos a não avançar mais. Ainda tivemos tempo para saborear a paisagem e tirar algumas fotos [vd. acima]. Depois seguimos para Fulacunda. Local inóspito onde a Guiné é mais dela, o tempo parou e as crianças quase não existem. Os mais velhos falam dos portugueses de outros tempos.

Vd. a localização do parque no Google Map. No tempo da guerra colonial, era um dos "santuários" do PAIGC...  Foi criado em 2000... É constituído pelas lagoas de Biorna, Bedasse e a própria Cufada. O PNLC fica situado na parte leste da Região de Quínara,  mais concretamente a leste e sudoeste do sector de Fulacunda e a noroeste do sector de Buba. A sua superfície total é estimada em 89 000 ha (890 km²) (sendo maior portanto que nosso Parque Nacional da Peneda-Gerês, que tem 702,9 km²).






Fotos nº 12 e 13 > Guiné-Bissau > Região de Quínara >  Outubro de 2015 > Travessia do rio Grande de Buba (ou, melhor do "canal do porto"), de São João para Bolama, vindo de  Fulacunda.

(...) Depois de passar por Fulacunda, seguimos a caminho de Bolama. À beira estrada surge-nos uns montes de argila vermelha compacta, que podem atingir os dez metros de altura e pesar toneladas, são erguidos pelas formigas térmitas ou salalé, que na Guiné se denominam por "Bagabaga".

Ao longo da estrada avistam-se braços do rio Geba onde corpos nus se banham dando conta da nossa passagem. Sempre a contornar as poças de água na estrada e em ziguezague chegámos ao fim da estrada, a S.João, onde iríamos atravessar as águas profundas para chegar a Bolama.

Alguns rapazes que se encontravam neste cais improvisado, prontificaram-se para chamar o dono da piroga para nos levar. Atravessámos as águas que se rasgavam no casco da piroga e vimos pequenos peixes saltavam brilhando ao sol.(...)



Foto nº 14 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela

(...) Depois da estadia de 2 dias em Gabu, prosseguimos para Pitche, muito perto da fronteira de Guiné - Conacry. Tivemos oportunidade de ter uma visita guiada pelo que se mantém "em sentido" do antigo quartel. Vimos a porta de armas, as paredes da capela , a cozinha e o monumento em homenagem aos militares que morreram em combate

(...) Quando regressávamos ao centro, um homem interpelou-nos com uma recordação da tropa de cavalaria [guião do BCAV 2922,] que lá deixou marcas: "Foi um militar que me deu e eu guardo-o até hoje!!!". Foi com orgulho que falou, como que com uma saudade dos tempos que recorda como se tivesse sido ontem. (...)

Foi uma tarde agradável, onde parece que nada se passa, a não ser o abandono e a recordação.(...)
 
 (...) A  viagem à "minha Guiné" nunca acabará, porque não há dia em qua não nos lembramos do que vivemos lá e não há melhor do que relembrar, com tanto carinho, esta gente e esta terra.(...)


Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A Adelaide
 com 8 anos
1. Há anos depois que não temos notícia da nossa amiga  Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente SGE José Maria Barata, da CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), e que se senta à sombra do poilão da nossa Tabnaca Grande no lugar nº 721 (*). 

A Adelaide tem 34 referências no nosso blogue. Tem página no Facebook e é amiga da nossa página, Tabanca Grande Luís Graça. Como filha de militar, estudou no Instituto de Odivelas (frequentou também  o 3º ano da Faculdade de Direito / Universidade de Lisboa).  Nasceu em Nampula, Moçambique. Vive e trabalha em Lisboa. 

Recorde-se que estava na Guiné, em Nova Lamego, com a família (pai, mãe, irmã gémea e e irmão mais velho)   na altura da segunda parte da comissão de serviço do pai (1970/71) (entretanto falecido, em 1979, com o posto de capitão), quando o quartel e a vila  em 15/11/1970  foram violentamente flageladas por um numeroso grupo IN, estimado em 150 elementos, com armas ligeiras e 4 morteiros 82, tendo disparado cerca de 122 granadas, durante 35 minutos .

As NT tiveram 3 mortos (incluindo o srgt mil enf da CCAÇ 5, Cipriano Mendes Pereira),  4 feridos graves (incluindo 1 milícia), enquanto a população teve 8 mortos (incluindo a esposa do nosso camarada Cipriano), 50 feridos graves e 30 ligeiros.  As NT reagiram com fogo de morteiro 81 e canhão s/r, manobra de envolvimento e perseguição, apoiadas  pela FAP. A artilharia de Cabuca e Piche bateram com fogo de obus os prováveis itinerários de retirada do IN.

A Adelaide, com apenas sete aninhos, apanhou o maior susto da sua vida. Nem por isso  quis esquecer as melhores imagens dos dias maravilhosos que passou no Gabu. E fez questão de  lã voltar muitos anos depois, mais de quatro décadas depois, em outubrto e novembro de 2015 ... Disse aqui que foi a "viagem da sua vida".

(...) "Tudo começou quando o meu filho nos disse que tinha sido selecionado para trabalhar na TESE em Bafatá. Foi como um relembrar daquilo que nunca vi mas sabia que não poderia ser muito diferente de Nova Lamego há quarenta e quatro anos atrás. Muito estranho este sentimento, não tive medo de o deixar partir. Claro que em condições diferentes de quem partiu para lá durante a Guerra.(...) "

Do álbum fotográfico dessa viagem de saudade (de que publiámos 14 postes) (***) vamos fazer uma seleção de algumas das melhoree fotos, com interese documental, para a série "Por onde andam os nossos fotógrafos"- (****)

 _______________

(*) Vd. poste de 11 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16294: Tabanca Grande (490): Adelaide Barata Carrêlo, filha do ten SGE Barata, CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71)... Com sete anos apenas, sofreu a brutal flagelação do IN ao quartel e vila do Gabu, em 15/11/1970, que causou 3 mortos e 4 feridos graves entre as NT e 8 mortos e 80 feridos (graves e ligeiros) entre a população... Passou a ser a nossa grã-tabanqueira nº 721

(**) Vd. poste de 4 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14322: Ser solidário (179): "Bambadinca Sta Claro", projeto-piloto na Guiné-Bissau, de uma central híbrida fotovoltaica, leva luz a 8 mil habitantes de Bambadinca. Documentário produzido pela ONG TESE e entrevista da Antena 1 a Sara Dourado



Vd. postes anteriores:
(...) Fotobox é um Programa, na RTP 3, sobre fotografia. Aos sábado 11h45. Autor: Luiz Carvalho. Realização: Luiz Carvalho. Tem página no Facebook. O autor e realizador é um fotojornalista conhecido, professor de fotografia e arquitecto.

Luiz Carvalho tem-se mostrado interessado em levar alguns dos fotógrafos do nosso blogue ao seu programa Já lá levou, por exemplo, o nosso veteraníssimo Jorge Ferreira (ex-alf mil da 3ª CCAÇ, Bolama, Nova Lamego, Buruntuma e Bolama, 1961/63)-

Por razões de agenda (de ambas as partes) e de saúde (do nosso editor), ainda não foi possível concretizar o seu desejo de fazer um ou mais programas com os nossos colaboradores que precisam de ser contactados e autorizarem a divulgação das suas imagens (e eventualmente serem entrevistados).

O autor e realizador do Fotobox prefere a fotografia a preto e branco. Na expetativa desse colaboração do nosso blogue com o Luiz Carvalho, vamos dar início a esta série, com o título "Por onde andam os nosso fotógrafos ?", listando alguns dos nossos fotógrafos ou donos de álbuns fotográficos com fotos no nosso blogue.(...)

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24530: Efemérides (404): Foi há 60 anos que o padre missionário italiano Antonio Grillo (1925-2014), do PIME, foi preso (em 23/2/1963), "sob a acusação de atividades subversivas", e depois expulso de Portugal (libertado, em 4/6/1963, em homenagem ao novo sumo pontífice, o Papa Paulo VI)


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 23 de fevereiro de 2008 > Visita a Bambadin5ca > Pe. Antonio Grillo com o tradicional barrete balanta




Guiné > Zona leste < Setor L1 (Bambadinca)  Xime > CCAÇ 12 (1973/74) > Samba Silate > Pós 25 de abril de 1974 > Ruinas da casa onde nasceu o guerrilheiro referido por A. M. Sucena Rodrigues (1951-2018) ( no poste P14055).  Ao fundo, à direita, devidamente sinalizada a vermelho, pode ver-se a cruz que, segundo esse guerrilheiro, foi erigida antes da guerra [nos anos 50], por um tal missionário que lá viveu e que ele chamava padre António [Grillo, acrescentamos nós]. (Foto do álbum do A. M. Sucena Rodrigues,  ex-fur mil da CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74).

Foto (e legenda): © A. M. Sucena Rodrigues  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem cvomplementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Carta manuscrita, enviada pelo Padre António Grillo ao Amílocar Cabral, datada de Acerenza (Potenza, Itália), 20 de julho de 1963. Foi recebida em 5 de agosto de 1963.

Citação:
(1963), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36402 (2023-8-2)

Transcrição da carta manuscrita (revisão / fixação de texto: LG)

20-VII-63 

Exmo. Sr. Engenheiro Cabral:  Também jornais africanos têm publicado [a notícia de ] a minha prisão. Penso que o senhor [estará ] bem imformado do meu caso do qual lhe falarei com pormenores quendo o senhor me [anviar] o seu endereço.

Mais dois padres italianos foram expulsos mas somente eu passei [pelas ] prisões de Bissau e de Lisboa. Agora me encontro em Itália.

Não calhará ao senhor de vir  [a] Itália ? Saiba qeu estou aqui e me faria uma grande prazer avisar-me da sua vinda.

Cumprimentos e desejo [de sucessos ] para o seu partido. Padre António Grillo, Itália - (Potenza) Acerenza.



Carta (datilografada) do Padre Antonio Grillo, dirigida ao Secretário Geral do PAIGC, engº Amílcar Cabral, com data de 18 de outubro d3 1970. Cabarl responde-lhe de imediato, a 27 desse mês e ano.

Citação:

(1970), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34635 (2023-8-2)

Citação:
(1970), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34633 (2023-8-2)

Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Arquivo Amílcar Cabral (com a devida vénia...)


1. Alguns dos missionários italianos do PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, no território da Guiné,   tiveram problemas com as "autoridades portuguesas" durante a guerra colonial: o primeiro caso terá sido  o padre Antonio Grillo (1925-2014), que esteve na missão católica de Bambadinca e que era particularmente acarinhado pelos balantas de Samba Silate, uma enorme tabanca, com quase duas mil almas, que terá sido destruídas pelas NT no princípio da guerra, no subsetor do Xime, obrigando a população a procurar refúgio noutras zonas (e nomeadamente ao longo da margem direita do rio Corubal, entre a Ponta do Inglês e a mata do Fiofioli) (segundo a versão do nosso camarada Alberto Nascimento, contemporâneo e testemunha dos acontecimentos, ex-sold cond auto, CCAÇ 84,  1961/63).


Recorde-se: 

(i) chegou à Guiné no início da década de 1950, integrado no PIME, na mnissão católica de Bambadinca;

(ii) foi detido pela então polícia política portuguesa, a PIDE, a 23 fevereiro de 1963, sob a acusação de atividades subversivas; 

(iii) esteve preso em Bissau e depois em Lisboa;

(iv) acabou por ser libertado em 4 de julho de 1963 em homenagem, de Portugal, ao novo sumo pontífice, o Papa Paulo VI (1898-1978), que em 21 de junho de 1963 tinha sucedido a João XXIII, na cátedra de São Pedro;

(v) com a independência da Guiné-Bissau, o padre Grillo voltou  a Bambadinca, onde trabalhou, de 1975 a 1986, associado ao PIME, regressando depois à Itália;

(vi) visitou Bambadinca em 2010, quatro anos antes de morrer;

(vii) foi dado o seu nome ao liceu de Bambadinca, criado em 2008, numa iniciativa conjunta da comunidade local, da Missão Católica de Bafatá e do Ministério da Educação, e com o apoio de benfeitores portugueses e italianos.


2. No Arquivo Amílcar Cabral, há pelo menos duas cartas do padre Antonio Grillo, dirigidas ao secretário-geral do PAIGC,  que reproduzimos acima, datadas respetivamente de 20/7/1963 (manuscrita) e de 18/10/1970 (datilografada), a par de uma outra, de resposta,  do Amílcar Cabral  (datilografada, com data de 27/10/1970).

Na segunda carta, Grillo faz alusão  ao encontro de Amílcar Cabral com o Papa Paulo VI (no Vaticano, em 1 de julho de 1970) e evoca, com saudade, os "meus balantas",  de Samba Silate, Enxalé, Bambadinca ("de cuja missão fui afastado à força"), Finete, Ponta do Inglès, Ponta Luís Dias, Nhabijões ou Nha Bidjon, etc. (provavelmente também Mero, Santa Helena, Fá Balanta...).
____________

Notas do editor:

Último poste da série > 2 de agosto de 2023 > Guiné 51/74 - P24528: Efemérides (403): Foi há 53 anos, em 1 de julho de 1970, que o papa Paulo VI teve um breve encontro, "no final da audiência geral semanal", com Agostinho Neto (MPLA), Amílcar Cabral (PAIGC) e Marcelino dos Santos (FRELIMO)... A notícia só foi dada no dia 5, na imprensa portuguesa, e originou uma dura nota de protesto do governo de Marcello Caetano que "chama a Lisboa o seu embaixador, um gesto diplomático de forte desagrado, geralmente antecedendo o corte de relações diplomáticas".

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24522: Tabanca Grande (551): cor inf ref Cunha Ribeiro (Gondomar, 1926 - Porto, 2023), antigo 2º cmdt, BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), fica simbolicamente inumado, à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 879


Foto nº 1


Foto nº 2 > O major Cunha Ribeiro falando para o "corresponde local"... do jornal "A Bola"...


Foto nº 3 > O fatídico jipe...

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Bambadinca > Coamndo e CCS/BCAÇ 2852 (1968/70)  > O  então major Cunha Ribeiro, integrando uma equipa de futebol (Fotos nº 1 e 2)... Na terceira  e última foto pode ver-se o estado em que ficou o seu jipe no acidente que lhe ia sendo fatal, e que o mandou para o hospital durante vários meses.

Na foto nº 1 está a equipa de futebol de oficiais de Bambadinca que acabara de jogar contra uma equipa de sargentos (*). Na fotografia aparecem, na segunda fila, da esquerda para a direita:  de pé, o alf mil Beja Santos (cmdt do Pel Caç Nat 52, 1968/70), o alf mil médico, David Payne Pereira (já falecido, era um conhecido psiquiatra), o major Cunha Ribeiro, 2º comandante do BCAÇ 2852,  o cap inf Carlos Alberto Maqcahdo de Brito (hoje cor ref), comandante da CCAÇ 12, e ainda o alf mil at int Abel Maria Rodrigues, também da CCAÇ 12.

Na primeira fila, da esquerda para a direita, um militar que não conseguimos identificar, seguidos de três alf mil,   José António G. Rodrigues, da CCAÇ 12 (já falecido), o António Carlão, da CCAÇ 12 (jã falecido) e o Isamel Augusto (CCS). O Fernando Calado, alf mil trms, também fazia parte da equipa mas fracturou um braço, não aparecendo por isso na foto.

O major Cunha Ribeiro  substituiu, em setembro de 1969,  major Viriato Amílcar Pires da Silva, transferido por motivos disciplinares. 

Fotos (e legenda): © João Pedro Cunha Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Cunha Ribeiro, no 1º convívio do pessoal de Bambadinca, em 1994, 
em Fão, Esposende. 

Foto: Beja Santos


1. Mensagem de João Pedro de Paiva Cunha Ribeiro, filho do  cor inf ref Ângelo Cunha Ribeiro (1926-3023):

Data - quarta, 26/07/2023, 02:03  
Assunto - Cunha Ribeiro, Cor

Caro Amigo,
Revisitei hoje o blogue de que é autor,  para recuperar a notícia que lá publicou do falecimento do meu pai, da autoria do Dr Mário Beja Santos, com a intenção de divulgar o respetivo link no dia em que o meu pai faria 97 anos. 

Deparei assim com o pedido de fotografias dele na campanha da Guiné, o que me levou a contactá-lo e consigo partilhar as poucas fotografias que dessa altura dele possuímos. Inclusive do estado em que ficou o veículo onde teve o acidente.

Com as minhas mais cordiais saudações,
João Pedro Cunha Ribeiro
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | 
School of Arts and Humanities – University of Lisbon


2. Comentário do editor LG:

Aquando da notícia da morte do cor Cunha Ribeiro,  manifestei em comentário ao poste P24216 (*), os meus votos de pesar à família pela sua perda, aos 97 anos... E mais disse: 

"Conheci  o coronel Cunha Ribeiro, em Bambadinca, como major, segundo comandante do BCAÇ 2852. Estivemos juntos uns escassos meses até ao seu fatídico acidente na rampa de acesso ao quartel. E falei com ele poucas vezes. Eu era um simples furriel, para mais não pertencia ao seu batalhão.

Foi um superior hierárquico de que temos vivas memórias pela energia e entusiasmo que punha na sua atividade de comando. Vejo agora que era natural de Gondomar e vivia no Porto. Era de facto um homem do Norte.

Foi lembrado no blogue diversas vezes, tem cerca de uma dúzia de referências. Voltei a vê-lo em Fão em 1994. Morreu em paz com 96 anos, isso também nos consola, a todos nós, antigos combatentes.

O Beja Santos já há muito que formulou o desejo de juntar o seu nome à lista dos membros da Tabanca Grande. Ele gostava muito de lembrar os tempos de Bambadinca. Por mim, tudo bem. Será que o Beja Santos (ou a família) nos disponibiliza algumas fotos dele, desse tempo?"

O filho João Pedro acaba de nos mandar três fotos do seu querido pai. Fica satisfeito o nosso pedido, estando agora em condições de, a título póstumo, integrar na Tabanca Grande o nosso "major elétrico", como ele é afetuosamente conhecido pelos seus subordiandos em Bambdinca. O seu lugar, sob o nosso poilão, será pois o nº 879. Que descanse em paz! 



3. Ficha de unidade : Batalhão 
de Caçadores nº 2852

Identificação: BCaç 2852
Unidade Mob: RI 2 - Abrantes

Cmdt: TCor Inf Manuel Maria Pimentel Bastos | TCor Cav Álvaro Nuno Lemos de Fontoura | TCor Inf Jovelino Moniz de Sá Pamplona Corte Real

2.° Cmdt: Maj Inf Manuel Domingues Duarte Bispo | Maj Inf Viriato Amílcar Pires da Silva | Maj Inf Ângelo Augusto da Cunha Ribeiro | Maj Inf Herberto Alfredo do Amaral Sampaio

OInfOp/Adj: Maj Inf Viriato Amílcar Pires da Silva | Maj Inf Ângelo Augusto Cunha Ribeiro

Cmdts Comp:
CCS: Cap Inf Eugénio Baptista Neves | Cap Mil Art António Dias Lopes | Cap Inf Manuel Maria Pontes Figueiras | Alf Millnf Ismael Quitério Augusto (não confirmado)

CCaç 2404: Cap Mil Inf Carlos Alberto Franqueira de Sousa | Cap Mil Inf Francisco António Brito Limpo Trigueiros | Cap Inf António Jacques Favre Castel-Branco Ferreira | Alf Mil Inf Manuel Abreu Barbosa | Cap Inf Eugénio Baptista Neves | Cap lnf Manuel Dias Chagas

CCaç 2405: Cap Mil Inf José Miguel Novais Jerónimo

CCaç 2406: Cap Inf Diamantino Ribeiro André

Divisa: Sacrifícios Não Contamos

Partida: Embarque em 24Ju168; desembarque em 30Jul68 | Regresso: Embarque em 16Jun70 (CCaç 2405 e 2406 em 28Mai70)

Síntese da Actividade Operacional

Inicialmente, ficou colocado em Bissau na situação de reserva do Comando-Chefe, sendo as suas subunidades atribuídas em reforço de outros batalhões.

Em 160ut68, rendendo o BArt 1904, assumiu a responsabilidade do Sector LI, com sede em Bambadinca c abrangendo os subsectores de Xime, Xitole e Bambadinca, este com sede temporariamente em Fá Mandinga até 18Ju169.

Em 04Dez68, foi criado o subsector de Galomaro e, em 25Fev69, ainda o subsector de Saltinho, com as consequentes reformulações dos subsectores.

Em 290ut69, a zona de acção foi alargada da área de Enxalé, então retirada ao BCaç 2885. Em 28Jul69 e 07Nov69, os subsectores de Galomaro e Saltinho deixaram de pertencer ao Sector LI, por atribuição ao COP 7 e ao BCaç 2851, respectivamente.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, emboscadas e acções ofensivas sobre as linhas de infiltração inimigas, por forma a impedir o alastramento do seu esforço na zona Leste; a par disso, continuou a promover a organização do sistema de autodefesa das populações e respectivos aldeamentos.

Pela duração e áreas batidas, destacam-se as operações "Hálito", "Guia II" e "Dá Forte" e a sua colaboração na operação "Mabecos Bravios" - na qual, por acidente na travessia do rio Corubal, pereceram 17 militares - e na operação "Lança Afiada".

Dentre o armamento capturado mais significativo, salienta-se: 2 metralhadoras pesadas, 2 pistolas-metralhadoras, 4 espingardas, 117 granadas de armas p
esadas e cerca de 10000 munições de armas ligeiras.

Em 07Jun70, foi rendido no sector pelo BArt 2917 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 117/118.
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Nota do editor:



sexta-feira, 30 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24441: (De)Caras (199): Graduados da segunda e terceira geração da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74) - Parte I: Bambadinca (António Duarte, ex-fur mil, CART 3493 e CCAÇ 12, dez 71/jan 74)


Foto nº1


Foto nº 1A


Foto nº 1 B

Fotos nº 1, 1A e 1B > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > C. final de 1972. (Em março de 1973, a companhia, até então em intervenção, foi colocada no Xime como subunbidade de quadrícula até ao final da guerra, tendo sido dissolvida em agosto de 1974)

Legenda: Da esquerda para a direita:

(i) Fur Garrido, de perfil;

(ii) ao fundo, junto ao emblema da CCAÇ 12, o Alf Morgado, ao lado dele e pouco nítido o Capitão Bordalo (com barbas);

(iii) a seguir ligeiramente à frente o Fur Emílio Costa; o Fur Mec António Lalande Jorge;
ligeiramente atrás, desconhecido;

(iv) à frente deste o Alf Tavares (I) (havia dois alferes de nome Tavares);

(v) Fur Santos, de barba, que permaneceu pouco tempo na companhia;

(vi) atrás o Fur Rodrigues (falecido em 2018); à esquerda deste o 2º Sargento Jerónimo; à frente deste o Alf Tavares (II), segundo comandante da companhia;

(vii) e por último o Fur. Enfermeiro Osório, que deu aulas no Xime ao José Carlos Mussá Biá e atrás de todos alguém desconhecido.

O local era Bambadinca, num bar feito pela CCAÇ 12, onde se estava de forma autónoma aos bares de oficiais e de sargentos, junto aos quartos e messes. Estaríamos no final de 1973. Seria situado à esquerda dos edifícios dos quartos de oficiais e sargentos, estando a olhar, para os ditos edifícios de frente.

Fica a mágoa de se ver muito mal o Cap Bordalo, pessoa muito especial, sobretudo para a segunda geração. Foi substituído pelo Cap Simão, também excelente pessoa. Daquilo que sei é médico ortopedista em Évora. Quem tinha o contacto dele era o Fur Candeias da Silva, que nos deixou o ano passado.


Foto nº 2


Foto nº 2A


Foto nº 2B

Fotos nº 2, 2A e 2B > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > c. fibnal de 1972

Da esquerda para a direita temos:

(i) Fur Emílio Costa; Fur Mec. Jorge; Fur Rodrigues;

(ii) Fur Monteiro (a tocar viola); Fur Enf. Osório; desconhecido ao lado;

(iii) e por último e sentado o Fur de Op Esp. Andrade.



Foto nº 3 > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > s/d > c. final de 1972

Legenda: Da esquerda para a direita, temos:

(i) Fur de Trms Dinis; Fur Mec Jorge; Fur Emílio Costa;

(ii) um pouco à frente o Fur Santos;

(iii) ao lado do Emílio Costa o Alf Tavares (I); ligeiramente atrás o Alf Viana; a seguir o Alf Tavares (II); à frente deste o Fur Enf Oasório e por último a seguir ao Alf. Tavares (II) o Fur Garrido. Tirada no Bar da CCAÇ 12, provavelmente no final de 1973.

Fotos: © António Lalande Jorge (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: António Duarte e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de António Duarte (ex-fur mil, CART 3493 / BART 3873, Mansambo, 1971/72, e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74):

Data - Quinta, 22/06, 17:19

Assunto - Graduados da CCAÇ 12, da segunda e terceira geração (Bambadinca e Xime, 1972/74)

Camarada Luís Graça

No seguimento do convívio da CCÇ 12 de 27 de maio passado, em Coimbra (*), e do prometido, seguem algumas fotografias, sobretudo do terceiro grupo de graduados da companhia, em Bambadinca e depois mais tarde no Xime.

 
Em primeiro plano, o Jorge, de perfil, 
juntamente com o José Sobral, 
em Coimbra, 27 de maio de 2023, 
no 50º convívio da CCAÇ 12
 (graduados da 2ª e 3ª geraçáo, 1971/74)
Foto: LG (2023)
 


Uma legenda possível para as fotos agora enviadas, cujos originais são na sua maioria do António Lalande Jorge, furriel mecânico da companhia entre maio de 1972 e 20 de abril de 1974. Esteve com a segunda e terceira geração de graduados. Reencontrei-o agira. Reside a maior parte do tempo em Salvaterra de Magos e trabalhou em várias gráficas

Algumas notas sobre esta gente:

(i) O Fur Garrido sei que trabalhou na CP;

(ii) O Fur Emílio Costa vive no Porto e faltou ao convívio de Coimbra, em 2023; tinha prometido ir;

(iii) O Fur Enf Osório, segundo sei, foi enfermeiro no Hospital de Lamego;

(iv) O Fur Rodrigues que faleceu em 2018, era de Oliveira do Bairro e foi professor do ensino secundário;

(v) O Fur Monteiro, estive com ele em 1993 e era empresário, sócio de uma pequena empresa; perdi o contacto.O Fur Emílio Costa e o Alf Tavares (II), eram oriundos do Batalhão de Bafatá e eu, bem como o Fur Andrade de Op Especiais, pertencíamos ao Batalhão de Bambadinca.

Este último foi delegado de batalhão e pediu para ir para o mato (pertencia à Cart 3492 no Xitole, mas foi colocado na Cart 3493 em Mansambo). Os pais viviam em Bissau, pois o pai era comandante da PSP, havendo a particularidade, de falar crioulo correctamente, já que foi criado em Bissau. Veio para Portugal fazer o serviço militar (CSM). Cheguei a falar com ele em Chaves em 1979.

Os Alferes eram atiradores de infantaria e todos os furriéis eram também atiradores de infantaria, excetuando eu próprio que era Atirador de Artilharia. Os primeiros faziam a especialidade em Tavira e eu em Vendas Novas. Obviamente que o Fur Andrade, por ser de Op Esp, esteve em Lamego

Bem e é tudo. Se recordar é viver, acho que vamos ser eternos. (**)

Abraço a todos os camaradas
António Duarte
Cart 3493 e CCAÇ 12
Dez 71 a Jan de 74

(Continua, com a publicação dfas fotos nºs 4, 5 e 6, tiradas no Xime, 1973/74)
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:
30 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...

31 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24356: Convívios (963): Coimbra, 27mai2023, 50.º convívio da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime 1971/74): "Balada de Despedida", voz: Firmino Ribeiro

13 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24397: O Cancioneiro da Nossa Guerra (15): O Hino da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): uma paródia do "Tiro-Liro-Liro" (Recolha: José Sobral e António Lalande Jorge)

(**) Último poste da série > 19 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24413: (De) caras (198): "Da minha varanda também vejo o mundo...Ou de como mudou a minha rua, os meus vizinhos, os meus fregueses"... (Valdemar Queiroz e os seus comentadores)

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24401: Louvores e condecorações (14): Ordem da Liberdade, Grande Oficial, para o antigo cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier, cmdt da CCAÇ 12 (e também da CCAÇ 14, e antes da CART 3359)

Insígnia da Ordem da Liberdade.
Imagem: Cortesia de
Wikimedia Commons 



1. Por Alvará n.º 12/2023, de 24 de abril de 2023, da Presidência da República, Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, publicado no  Diário da República  n.º 80/2023, II Série, de 2023-04-24, pág. 23, foi agraciado com a Ordem da Liberdade, Grande-Oficial, o major (na reforma) Humberto Trigo de Bordalo Xavier. 

A Ordem da Liberdade, criada em 1976,  destina-se a "distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade".

 O antigo cap QEO Humberto Trigo Bordalo Xavier começou por ser o comandante da CArt 3359 
Jumbembém, 1971/73), do BART 3844, "Bravos e Sempre Leais" (Farim, 1971/73. Foi depois substituído pelo cap mil inf Francisco Luís Olay da Silva Dias. (QEO é a sigla de Quadro Especial de Oficiais, criado em 1969.)

Foi igualmente, neste período, o 3.º comandante, por ordem cronológica, da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74):

  • Cap Inf Carlos Alberto Machado de Brito
  • Cap Inf Celestino Ferreira da Costa
  • Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
  • Cap Mil Inf José António de Campos Simão
  • Cap Mil Inf Celestino Marques de Jesus

Mas também comandou a CCAÇ 14:
  • Cap Inf José Luís de Sousa Ferreira
  • Cap Inf José Augusto da Costa Abreu Dias
  • Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
  • Cap Inf José Clementino Pais
  • Cap Inf Mário José Fernandes Jorge Rodrigues
  • Cap Inf Vítor da Silva e Sousa
  • Alf Mil Inf Silvino Octávio Rosa Santos
  • Cap Art Vítor Manuel Barata
Fonte: CECA, 7.° Volume, Fichas das Unidades, Tomo II, Guiné, 1ª edição, Lisboa, 2002.


2. Sabemos pouco da ação do cap QEO no TO da Guiné.  Natural de Lamego, e tendo frequentado o Curso de Operações Especiais, como oficial miliciano, passou ao quadro de complemento. Continua  a viver em Lamego, mas está infelizmente muito surdo, o que dificulta ao máximo a interação com ele. Alguns dos nossos tabanqueiros, como os antigos "rangers" Eduardo Magalhães Ribeiro e Joaquim Mexia Alves, são alguns amigos ele.

Sabemos que os graduados e especialistas metropolitanos da CCAÇ 12, da chamada 2.ª geração (Bambadinca, 1971/72) tinham (e continuam a ter) uma estima muito especial por este oficial...  É recorrente referirem o seu nome nos convívios anuais (como aconteceu recentemente em Coimbra, no passado dia 27 de maio). Infelizmente há poucas referências (uma meia dúzia) ao seu nome, aqui no blogue. Aguardamos o envio de algumas fotos dele, por parte do Eduardo Magalhães Ribeiro e do Joaquim Mexia Alves.

Recordo aqui o elogio do cap QEO Bordalo Xavier feito pelo saudoso do Victor Alves (1949-2916), que foi fur mil SAM na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73) (**)  

(...) Amigo Luís, conforme informámos (...), lá realizámos o nosso habitual encontro (...) o 34.º. Tem causado algum espanto, o facto de se ter começado a realizar, tão cedo, os nossos encontros...

Foram vários os factores que contribuiram para isso. Porém, o grande causador disso terá sido a vinda, para a CCAÇ 12, do Cap Humberto Trigo Bordalo Xavier, oriundo das Operações Especiais, e amigo pessoal de Spínola.

Ele soube muito bem provocar uma aglutinação e consequentemente uma união entre todos, ao ponto de estabelecer uma messe e bar para todos os militares da companhia oriundos da metrópole, sem distinção de posto...

Foi, na minha óptica, eata a principal razão da nossa união. Eu, por exemplo, como vagomestre e sempre que havia uma operação, por exemplo com saída às 4 da manhã, lá estava a dar pequeno almoço, pão quente e café à rapaziada que seguia. Assim como, mal regressassem, por exemplo, às 3 da tarde, tinham sempre a refeição com meio frango ou meio bife com acompanhamento à sua espera...

Foi isso que o Capitão pediu e foi isso que se fez. É evidente, dentro dos limites da guerra. Com fomos todos em rendição individual, nem sempre nos encontros conseguimos reunir todos, alguns já faleceram, outros emigraram e outros não vão porque... não.

Este ano conseguimos trazer mais duas presenças novas o que foi maravilhoso, foram eles o cabo radiotelegrafista Andrade, de Caldas da Rainha, e o cabo cripto Simões, de Lisboa. Isto quer dizer que não nos víamos há 37 anos, portanto foi muito bom.(...)

 

3. Também dele fala, com entusiasmo, o Joaquim Mexia Alves, ex-alf mil op esp, que esteve na Guiné, entre dezembro de 1971 e dezembro de 1973, tendo pertencido à CART 3492 (Xitole), ao Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e à CCAÇ 15 (Mansoa). Nunca esteve sediado em Bambadinca, mas sim no Rio Udunduma e no Mato Cão, destacamentos do Sector L1 (Bambadinca); ia de vez em quando à sede do Batalhão, o BART 3873, 1972/74, a que estava adida a CCAÇ 12:


(...) A sala de que fala o Vitor Alves, frequentei-a muitas vezes, aliás, para mim era a sala que eu frequentava nas minhas visitas a Bambadinca.

O Cap Bordalo Xavier, meu particularissimo amigo, é e foi na Guiné um homem de extraordinárias relações humanas, para além de um fantástico operacional, que conseguiu uma união notável com todo o pessoal, não só da CCAÇ 12 mas de outras unidades, como o meu 52.

Reside em Lamego, é major, obviamente na reserva, e é a alma da Associação de Operações Especiais. Infelizmente há muito que não contacto com ele, mas quero fazê-lo brevemente.

Retenho na memória, há uns anos em Monte Real, eu estava ao fim da tarde a jogar ténis no campo à frente do Hotel das Termas e vejo para um carro e dele sair uma pessoa que me pareceu o Cap Bordalo.

Achei que não podia ser, mas roído pela curiosidade pedi desculpa ao meu parceiro e fui perguntar ao porteiro do Hotel quem era a pessoa que tinha chegado. A resposta deu como certa a minha suposição. Não o via desde a Guiné.

Imediatamente pedi ao porteiro que ligasse para o quarto e pedisse ao capitão para vir à rcepção por um motivo qualquer. Quando nos vimos, literalmente num abraço como que lhe peguei ao colo, (o Cap Bordalo Xavier é bem mais baixo do que eu, o que não é de espantar), e ficámos ali não sei quanto tempo abraçados.

O hall do Hotel estava cheio de gente que ficou muito espantada de me ver assim abraçado a um homem de barbas. Foi dos encontros mais emocionantes da minha vida!!! (...) (***)

(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)
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