Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 726. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 726. Mostrar todas as mensagens

domingo, 17 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3137: Em busca de... (34): Camaradas da CAÇ 726 (Aurélia de Fátima)



1. Mensagem do dia 13 de Agosto de 2008, de uma nossa leitora de nome Aurélia de Fátima, filha de Henrique Duarte, ex-combatente da Guiné da CCAÇ 726 (1).

Olá Luis
Estou a precisar de ajuda, o meu pai é ex-combatente da Guiné e precisa de encontrar, amigos da sua Companhia.

Eu sou Aurélia de Fátima Repolho Duarte, filha de Henrique Almeida Duarte que partiu para a Guiné em 29 de Dezembro de 1964 e regressou a Portugal em 1966.

O meu pai era Atirador e pertencia à Companhia 726 de Infantaria. Saiu para a Guiné do Quartel de Évora e é residente em Casebres, concelho de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal.

Sofre da doença de stress traumático.

Fugiu ao embarque uma vez e teve 16 dias preso na prisão de Caxias e foi libertado, depois de ter sido detectada a doença. Então partiu para a Guiné como eu já referi.

Está um pouco esquecido, mas lembra-se do Furriel Padilha que era de Vila Real, e de quatro colegas, mas não se lembra os nomes deles, apenas se lembra onde viviam. Eram dois colegas de Vendas Novas, um de Pias e um de Castro Verde.

Aguardo resposta se possível, e desde já muito obrigada pela atenção.
Sem mais assunto de momento, me despeço com ansiedade, aguardando uma resposta. Muito obrigada.

Até breve. Cumprimentos.
Aurélia Duarte

2. Em 14 de agosto de 2008 foi enviada esta resposta

Cara senhora
Obrigado pelo seu contacto.
Por motivos de férias, estou a responder em nome do nosso editor Luís Graça.

No nosso Blogue há algumas publicaçôes sobre a CCAÇ 726 a que pertenceu o seu pai.
Se quiser aceder a estas postagens, basta escrever na janela superior esquerda da nossa página (Pesquisar no Blogue) ccaç 726 e fazer enter.

Se o seu pai não está a tratar o grave problema do stress pós-traumático de guerra, de que sofre, pode fazer uma abordagem junto da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, para pedir ajuda. Se quiser, para primeiro passo, envio-lhe o endereço do nosso camarada Luís Nabais, a fim de obter informações de a quem se deve dirigir junto daquela associação.

Com respeito a contactos com camaradas da CCAÇ 726, envio-lhe dois que para começo podem ser muito importantes. São eles:

Estevão Lopes e Tavares (*)

Estes contactos foram obtidos na página do nosso camarada Jorge Santos em http://www.guerracolonial.home.sapo.pt/

Se precisar de mais esclarecimentos, disponha.

Enregue ao seu pai um abraço de toda a tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

Com os nossos cumprimentos
Pelos editores do Blogue
Carlos Vinhal

(*) - Números de telefones não apresentados na edição, mas que serão fornecidos a quem os solicitar.
________________

Nota de CV:

(1) - Sobre a CCAÇ 726 ver postes de:

17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2360: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (2): 10 mortos e mais de metade do pessoal ferido em combate (Virgínio Briote)

14 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3060: Convívios (74): CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66), em 24 de Maio de 2008, Arados, Benavente (Nuno Rubim)

22 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3082: Convívios (76): Ainda o 18º encontro dos bravos da CCAÇ 726 (Nuno Rubim)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3082: Convívios (76): Ainda o 18º encontro dos bravos da CCAÇ 726 (Nuno Rubim)

Arados, Benevente, 24 de Maio de 2008 > 18º Almoço/Convívio dos bravos da CCAÇ 726(1)... Devidamente assinalados, da esquerda para a direita: na segunda fila, o Teco e o Nuno Rubim; na terceira fila, o Guedes e o Cavaleiro (este último, tenente general, na situação de reforma, tendo antecedido o Rubim no comando da Companhia).

Foto : © Nuno Rubim (2008) . Direitos reservados.


1. Mensagem do Nuno Rubim, de 14 de Julho:

Obrigado. Pois já vi [a notícia do Convívio da CCAÇ 726] ... Mais vale tarde do que nunca.

Junto uma foto do convívio. Estou à direita, 2ª fila, e atrás, com uma camisola vermelha, o Ten Gen Ref Cavaleiro que substituí no comando da CCaç 726. À esquerda está o Teco ( 2ª fila ) e quase por detrás o Guedes, de camisa azul.

Resumindo [e respondendo à tua pergunta]: comandei a CCaç 726 (2) desde o final de Jan 66 e de Jun até Dez 66 a CCaç 1424. Antes tinha, como sabes, comandado a CArt 644 ( Mansabá) e a CCmds.

O convívio foi excelente e a malta gostou muito de ver as fotos da ida à Guiné que levei, sobretudo a do diorama de Guileje ... e a do rol das lavadeiras do dito-cujo ! (3)

Um abraço
Nuno Rubim

_______

Notas de L.G.:

(1) Vd. poste de 14 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3060: Convívios (74): CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66), em 24 de Maio de 2008, Arados, Benavente (Nuno Rubim)

(2) Vd. também o poste de 17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2360: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (2): 10 mortos e mais de metade do pessoal ferido em combate (Virgínio Briote)

(3) Em Guileje e em Mejo, o Nuno Rubim [, hoje Cor Art Ref, ] era conhecido como o capitão fula... muito querido entre a população local (e nomeadamente a feminina). Fui testemunha da grande recepção que por lá teve em Março de 2008. Essa alcunha - a de capitão fula - é uma história que ele ainda um dia nos há-de contar, se os seus muitos afazeres de investigador o permitirem...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3060: Convívios (74): CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66), em 24 de Maio de 2008, Arados, Benavente (Nuno Rubim)



Cartaz (reunido num só, aqui desdobrado por razões de resolução), respeitante ao 18º Almoço/Convívio da CCAÇ 726, que se realizou em 24 de Maio último, em Arados, concelho de Benavente, Ribatejo.

Imagens : © Nuno Rubim (2008) . Direitos reservados.

1. Comentário de L.G.:

O meu querido amigo Nuno Rubim "deu-me na pinha" por que, pela segunda vez consecutiva (!), não publiquei/publicámos a notícia do convívio anual da sua querida companhia de Guileje, a CCAÇ 726... Duas omissões já é demais: a primeira, a gente deixa passar, por que é distracção; a segunda já é passível de aplicação do RDM, por que já é infracção...

Recorde-se que o nosso assessor militar (que, além de garboso artilheiro, é especialista numa série de domínios das ciências militares...) comandou, enquanto capitão do QP, duas das unidades que passaram por Guileje: a CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) e a CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966). Julgo que nesta última estará estado lá nos últimos meses de 1966 (entre Agosto e Dezembro). É um ponto que tenho que esclarecer com ele.

Pois é, Nuno, tens toda a razão: a notícia do convívio da tua rapazidada não saiu, de facto, em tempo útil. Ou seja, antes de 24 de Maio último. Não podendo reparar o mal, só posso prometer-te, a ti e aos teus camaradas, que à terceira será de vez, e que para o ano a CCAÇ 726 terá direito a uma notícia de caixa alta, e com a devida antecedência.

Faço votos para que a jornada de convívio tenha sido concorrida e bem sucedida. E que a malta continue viva e de boa saúde. Desta unidade comheço, pessoalmente, além do Nuno, o Teco e o Guedes (2).


________

Notas de L.G.:

(1) Vd. poste de 10 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P862: O nosso novo tertuliano, o Coronel Nuno Rubim

(...) "Comandei em Guiledge, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá.

"O que foi a minha vivência em Guileje fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado.

"Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar" (...).

(2) Sobre a CCAÇ 726, vd. poste de 17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2360: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (2): 10 mortos e mais de metade do pessoal ferido em combate (Virgínio Briote)

(...) A CCAÇ 726 partiu para a Guiné sob o comando do Cap Martins Cavaleiro. Conheceu ainda mais dois comandantes, o Cap Inf Arménio Teodósio e o Cap Art Nuno Rubim.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2687: Cemitério militar de Bissau: homenageando os nossos 350 soldados, uma parte dos quais desconhecidos (Nuno Rubim)


Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Militar de Bissau > Março de 2008 > O Cor Art na situação de reforma Nuno Rubim, participante do Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008), junto à campa do o Soldado António Gonçalves dos Santos, caído em combate em 4 de Março de 1966, muito perto do cruzamento do corredor de Guileje. Pertencia a um das companhias, a CCAÇ 1424, que o nosso querido amigo Nuno comandou, em Guileje.


Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Militar de Bissau > Março de 2008 > O NUno Rubim com o responsável pela manutenção do cemitério.

Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Militar de Bissau > Março de 2008 > Talhão Central >

Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Militar de Bissau > Março de 2008 > Talhão Direito.

Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Militar de Bissau > Março de 2008 > Talhão Esquerdo > Campas não identificadas: Estes serão porventura os restos mais dolorosos do que restou do nosso Império... (LG).


Fotos : © Nuno Rubim (2008) . Direitos reservados.

1. Texto do Nuno Rubim (Cor Art Ref, com 2 comissões na Guiné) (1):

Caro amigo Luis, conforme o prometido ...

No Cemitério de Bissau

Aproveitando uma folga que me impuz a mim próprio num dos dias em que decorreu o Simpósio Internacional de Guiledje, desloquei-me ao Cemitério de Bissau, onde repousam para sempre Camaradas nossos falecidos durante a guerra (1).

O Cemitério tem três talhões destinados a militares, um à esquerda da porta de entrada, outro à direita e um mais central.

Segundo o responsável (ver foto acima) estarão lá mais de trezentas e cinquenta (?) campas, mas não me soube dizer o número exacto. Parece que os registos estão algures ..., mas não os do talhão esquerdo - homens que infelizmente nunca foram identificados !

As campas estavam recém-caiadas, mas a sobreposição de várias camadas de cal tenderá, no futuro, a obliterar os nomes.

Das unidades que comandei referenciei lá três militares da CCaç 726 e um da CCaç 1424 (ver foto acima), o Soldado António Gonçalves dos Santos, caído em combate em 4 de Março de 1966, muito perto do cruzamento do corredor de Guileje.

Um abraço

Nuno Rubim

_________

Notas de L.G.:

(1) Nuno Rubim > Nota curricular



1- Chefe da Secção de Estudos do Museu Militar de Lisboa, 1981-1984.

2- Organizou a Exposição “Armas em Portugal – Origem e Evolução”, no Mu. Mil. Lisboa, ainda em exibição, tendo elaborado o respectivo catálogo.

3- Fez parte do grupo restrito que planeou e instalou a “Exposição Nacional Comemorativa do 6º Centenário da Artilharia Portuguesa”, que esteve patente ao público no Mu. Mil. Porto, de Julho a Setembro de 1982, elaborando parte do respectivo catálogo.

4- Adjunto do Centro de Estudos da Direcção do Serviço Histórico - Militar, 1984 -1986.

5- Organizador do 1º Curso de Museologia Militar, no ambito da DSHM, 1985.

6- Planeou e dirigiu a execução da exposição “Artilharia Histórica Portuguesa Fabricada em Portugal”, patente ao público no Museu Militar de Lisboa, desde Junho de 1985, sendo autor da respectiva memória histórica .

7- A convite do Exmo. Presidente da respectiva Comissão, realizou trabalho de investigação e posterior instalação da artilharia embarcada a bordo da Fragata “D. Fernando II e Glória”, tarefa iniciada em 1991 e que se prolongou até 1998.

8- De Dezembro de 1991 a Junho de 1993, a convite do então IPPAR, desenvolveu um estudo técnico-militar sobre a Torre de Belém, abrangendo o período que decorreu desde a sua construção até à data da sua desactivação como fortaleza de defesa costeira, entregando nessa última data um pormenorizado relatório.

9- Proferiu, no ano lectivo de 1991-1992 e a convite da Comissão Científica de História da Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, uma série de 16 conferências, no âmbito do Mestrado sobre “Os Descobrimentos e a Expansão Portuguesa”, que abordaram disciplinas como a Náutica, a Construção Naval, a Artilharia, a Fortificação, a Organização e Táctica militares.

10- Em conjunto com uma equipa, englobando Oficiais de Artilharia e Docentes Universitários, planeou, coordenou e participou nos trabalhos que levaram à criação do Museu da Escola Prática de Artilharia, aberto ao público em Vendas Novas no dia 4 de Dezembro de 1992. Tem continuado aí a sua colaboração, dirigindo a implementação das seguintes Exposições:
- Operações
- A Defesa Costeira antiga (Portugal, sécs. XV-XVI)

11- Conferencista convidado, no âmbito do 1º Curso de História Militar, Fórum da Maia, Fevereiro de 1993.

12- Comissário Técnico, convidado pela “Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses”, para os aspectos militares da Exposição “A Paz e a Guerra na Época do Tratado de Tordesilhas”, realizado em Burgos, Espanha, em Setembro de 1994, tendo elaborado a notícia histórica, o desenho à escala de un Galeão que possibilitou a feitura de um modelo, em corte, à escala 1:10, e executando ainda os modelos, também à escala, do tipo de peças que guarneciam esse navio, São Diniz, Almirante no Índico na 2ª década do Séc. XVI. Realizou ainda todos os estudos técnicos, englobando desenhos, que possibilitaram a feitura de um filme de animação, em vídeo, sobre o tiro de artilharia na transição dos Sécs. XV / XVI.

13- Professor convidado, Regente da Cadeira de História Militar, Academia Militar, no ano lectivo de 1998 – 1999.

14- Colaborador científico convidado, para os aspectos relacionados com as armas de fogo no período medieval, Exposição “Pera Guerrejar”, no âmbito do Simpósio Internacional sobre Castelos, que decorreu em Palmela de 3 a 8 de Abril de 2000.

15- Responsável pela reconstituição histórico-militar do Forte de Oitavos, à data de 1796, (CM-Cascais), cujos trabalhos decorreram entre 1999 e 2001.

16- Tem proferindo comunicações, conferencias e palestras, sobre temas relacionados com a história militar (incluindo a naval ) nas Universidades de Lisboa e Coimbra (no âmbito de Mestrados ), Escolas Secundárias e outros organismos nacionais.
Tem publicados os seguintes trabalhos:


- “As origens da Artilharia Piro-Balística”, Revista de Artilharia, Nov-Dez 1977

- “Falcões Pedreiros”, Bulletin, Early Sites Research Society, Vol. 10, Nº 2, Dec 1983, Mass., USA.

- “Sobre a possibilidade técnica do emprego de Artilharia na Batalha de Aljubarrota”, Revista de Artilharia, Jan-Fev 1986

- “A Artilharia Portuguesa nas Tapeçarias de Pastrana –A Tomada de Arzila em 1471”, Separata da Revista de Artilharia,1987.

- “Algumas Questões sobre as Munições de Artilharia de Alma Lisa”, in “Bombardeiro, Boletim Nº 15 do RAC, Nov 1989

- “D. João II e o Artilhamento das Caravelas de Guarda-Costas-o Tiro de Ricochete Naval”, Separata da Revista de Artilharia, 1990

- “A Investigação Histórico-Militar Contemporânea em Portugal –Algumas achegas”, Revista de Artilharia, Nov- Dez 1990

- “A Artilharia em Portugal na segunda metade do século XV in “A Arquitectura Militar na Expansão Portuguesa”, CNCDP, Porto,
1994
- “Estudos sobre Artilharia Antiga –I / A Torre de Belém, Revista de Artilharia, nos 835-836, Mar-Abr
1995
- “Estudos sobre Artilharia Antiga –II / Uma Experiência Artilheira ‘Sui Generis’”, Revista de Artilharia, nos 878 a 880, Out a Dez 1998

- “A Artilharia antes da Utilização da Pólvora”, em colaboração com o Engenheiro Tércio Machado Sampaio, Separata da Revista de Artilharia, Jul 2000

- “Novo conjunto de Tapeçarias de D. Afonso V na Igreja de Pastrana em Espanha “, edição do autor, Lisboa 2005

- “Notas sobre os Armamentos Marroquino e Português nos Séculos XV e XVI”, Boletim do Arquivo Histórico Militar nº 66, 2004 – 2005


Em vias de publicação dois artigos:Um, em colaboração com o Dr. Carlos Guímaro, sobre peças de artilharia portuguesa do início do Séc. XVII que foram encontradas no Butão, a publicar na Revista de Artilharia.
Outro sobre a primeira bateria automóvel operacional existente no mundo, 1903-1905, um projecto luso-francês, a publicar no Boletim do Arquivo Histórico-Militar.Fonte: Simpósio Internacional de Guiledje

(2) Vd. alguns dos postes relacionados com este tópico (lista exemplificativa):



30 de Maio de 2006 >
Guiné 63/74 - DCCCXIX: Do Porto a Bissau (23): Os restos mais dolorosos do resto do Império (A. Marques Lopes)

28 de Junho de 2006 >
Guiné 63/74 - P919: Vamos trasladar os restos mortais dos nossos camaradas, enterrados em Guidage, em Maio de 1973 (Manuel Rebocho)

25 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1212: Guidaje, de má memória para os paraquedistas (Victor Tavares, CCP 121) (1): A morte do Lourenço, do Victoriano e do Peixoto

9 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1260: Guidaje, de má memória para os paraquedistas (Victor Tavares, CCP 121) (2): o dia mais triste da minha vida

2 de Fevereiro de 2007 >
Guiné 63/74 - P1488: Vídeos (1): Reportagem da RTP sobre os talhões e cemitérios militares no Ultramar (Jorge Santos)

28 de Janeiro de 2007 >
Guiné 63/74 - P1468: Mortos que o Império teceu e não contabilizou (A. Marques Lopes)

22 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2672: De Guidaje para Bissau, trinta e cinco anos depois (Diário de Coimbra / Carlos Marques dos Santos)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2584: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (23): O diorama está pronto e é uma obra-prima (Pepito / Luís Graça)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Dois anos de trabalho... do Nuno Rubim (1) e de um pequeno Grupo de Combate de gente valorosa e solidária, guineenses e portugueses (2), com destaque naturalmente para o Pepito e a sua esquipa da AD...

Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Planta

  O Nuno Rubim a trabalhar no diorama, em casa (Seixal, Portugal) Fotos : © Nuno Rubim (2008) / © AD - Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados.

 
Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Um encontro inesperado: o nosso co-editor Virgínio Briote com o Teco e o Guedes... Estes dois últimos estiveram em Guileje, na CCAÇ 726 (Outubro de 1974 / Junho de 1966) , sob o comando do Nuno Rubim... Voltaram a agora a colaborar juntos no projecto Guilej (3) ... Além de colaboradores, o Nuno Rubim tem neles dois grandes amigos. O Teco, que é natural de Angola, tem um fabuloso arquivo fotográfico desse tempo (mais de 500 fotos); o Guedes saiu da CCAÇ 726 para se ofereceu, como voluntário, para os comandos, onde foi camarada do Briote... 

 Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.


O saudoso Cap José Neto (1929-2007), à esquerda, com o Pepito, foi um dos primeiros grandes entusiastas da Iniciativa de Guiledje... Eles e e outros camaradas que passaram por Guileje e outros aquartelamentos do sul, contribuiram em muito para enriquecer o espólio documental da AD - Acção para o Desenvolvimento. Teria muito orgulho se fosse vivo, em "voltar a ver e a visitar o seu quartel e a sua tabanca", à escala de 1/72... Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados. 

  1. Mensagem do Pepito, com data de ontem: Luís Olha para esta obra-prima do nosso Nuno Rubim. Concluiu hoje a montagem do diorama. abraço pepito 

  2. Adaptado da página oficial do Simpósio Internacional de Guiledje > Organização > Núcleo Museológico > Diorama De há cerca de 2 anos a esta parte, o Nuno Rubim pôs, apaixonadamente, voluntariamente, sem qualquer contrapartida, o melhor de si, a sua reconhecida competência, a sua visão histórica, o seu rigor de investigador, e o seu gosto pelo bricolage, na concepção do Núcleo Museológico de Guiledje e, em especial, do diorama do quartel de Guiledje, uma obra ímpar que ficou ontem concluída e que estará disponível durante o Simpósio. É algo "que nos enche de orgulho, a todos quantos se abalançaram a esta iniciativa", diz o Pepito. As fotografias que permitiram a feitura do diorama foram cedidas, na sua grande maioria, por Alberto Pires (Teco), ex-Fur Mil da CCAÇ 726, o qual foi incansável na sua pesquisa. Outras foram enviadas por Carlos Guedes, também da mesma Companhia (mais tarde, Comando). Ambos também forneceram informações preciosas sobre vários aspectos importantes da configuração do quartel. Foram também aproveitadas várias fotografias do saudoso Capitão José Afonso da Silva Neto, da CART 1613 (Junho de 1967/Maio de 1968) (Na altura, 2º Sargento, sendo o comandante o Cap Eurico Corvacho). 

Foi igualmente importante a colaboração de vários membros do nosso blogue, que forneceram informação relevante ao autor do diorama. Muitos colaboradores, guineenses e portugueses, contribuiram para este resultado, que também deve muito ao entusiasmo e a energia do Pepito e da sua equipa de gente magnífica. Seria injusto, por exemplo, não menciponar aqui a importância que tevce, para a concepção do diorama, o levantamento topográfico efectuado em Guiledje em 2005, por Fidel Midana Sambú, colaborador da AD- Acção para o Desenvolvimento. A título meramente exemplificativo apresentamos aqui uma selecção de algumas miniaturas que compõem o diorama do quartel de Guiledje. Os nossos parabéns ao autor da obra, que vai ficar no Núcleo Museológico de Guiledje, com muito orgulho (e uma pontinha de inveja) dos... tugas.

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Posto de transmissões (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Edificío dos oficiais e comando (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Posto de primeiros socorros, centro cripto e cantina (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Caserna do Pelotão de milícias da Companhia de Milícas nº 12 (miniatura)

 
. Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Cozinha e refeitório das praças (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Outro pormenor da cozinha (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Um abrigo (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma palhota (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma viatura Daimler (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma vaitura GMC (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Um jipe (ou jeep) (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma vitura White (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma avioneta DO 27 (miniatura) Fotos: © Nuno Rubim (2008) / © AD - Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados. Concepção do Diorama 

 (i) A povoação de Guiledje teve ali instalada unidades militares portuguesas desde Fevereiro de 1964 até 22 de Maio de 1973, altuar em que foi abandonada e ocupada pelo PAIGC. 

 (ii) Assumida a decisão de ser feito um diorama, foi necessário determinar a data que o mesmo iria representar, dado que ali estiveram instaladas 11 Companhias, além de outras unidades menores (Pelotões de cavalaria, de artilharia, de de caçadores nativos, de mílicias...) . No decurso desse período e sobretudo a partir de 1969, o aquartelamento sofreu alterações significativas (por exemplo, contrução de abrigos pela Engenharia Militar). CCAÇ 495 (Fev 1964/Jan 1965) CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) (contactos: Teco e Nuno Rubim) CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966) (contacto: Nuno Rubim ) CAÇ 1477 (Dez 1966/Jul 1967) (contacto: Cap Rino) CART 1613 (Jun 1967/Mai 1968) (contacto: Cap Neto) [infelizmente já desaparecio, José Neto, 1929-2007] CCAÇ 2316 (Mai 1968/Jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos) CART 2410 (Jun 1969/Mar 1970) (contacto: Armindo Batata) CCAÇ 2617 (Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio Pimentel) CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) (contacto: Jorge Parracho); CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio); CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho

 (iii) Foi decidido escolher a data de 1965-66 pela seguinte razão: foi nessa altura que aí esteve sediada a unidade que ali permaneceu mais tempo, a CCAÇ 726 que, com a unidade que se lhe seguiu, a CCAÇ 1424, foi também a Companhia que efectuou mais operações no sector e sofreu mais baixas em combate.

 (iv) O Diorama, ou maqueta, pretende pois representar o aquartelamento e a tabanca nesse período. 

 (v) A escala escolhida foi a de 1/72, pois isso permitiria adaptar modelos em miniatura comercializados. 

 (vi) Após aturado trabalho de estudo, e da recolha e análise de fotografias e declarações de ex-militares que ali estiveram no período em causa, foi possível desenhar um plano à escala para aí serem inseridas as localizações de edifícios, cubatas, abrigos e outros detalhes.

 (vii) Estes, depois de também serem desenhados à escala, foram construídos utilizando plástico, madeira, metal e resina, e depois pintados de forma a representá-los tão exactamente quanto possível. 

 (viii) No diorama poderão ser pois observados, além das infraestruturas, modelos de viaturas (GMC, Fox, Daimler, White...), depósitos, diversos utensílios etc…

 (ix) E também uma DO-27, a aeronave que proporcionava talvez o único momento de alegria para as tropas, pois era quem trazia e levava o correio e alguns frescos...

 ____________ 

 Notas de L.G.: 

 (1) Vd. poste de 10 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P862: O nosso novo tertuliano, o Coronel Nuno Rubim (...) "Comandei em Guileje, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá. O que foi a minha vivência em Guileje, fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado. Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento ? E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas" (...).

Vd. ainda o poste de 18 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2554: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (21): Chegou o Nuno Rubim, em Mejo o Capitão Fula (Pepito)

(2) Vd. postes de:



10 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLV: Projecto Guileje (7): recuperação do quartel













quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2365: O Cap Cav Rui Manuel Soares Pessoa de Amorim foi o único comandante da CCAV 1484 (Benito Neves)

1. Mensagem do Benito Neves (1):



Assunto - P2360 - A CCAÇ 726 - A primeira Companhia a ocupar Guilege





Meu caro Virgílio

Não por vício mas por mero prazer, sou um frequentador quase permanente da nossa caserna virtual. E digo quase permanente porque é a primeira coisa que faço quando me levanto e também a última do dia, antes de me deitar.

Foi o que agora aconteceu e li as andanças da CCAÇ 726.Porém, no 8º parágrafo da história da CCAÇ 726, é referido que "em 16 de Julho foi substituída pela CCAV 1484 (Cap Cav Coutinho e Lima), seguindo para Catió onde se manteve até à chegada da CCAÇ 1587.".

Ora bem, há aqui uma correcção a fazer no que se refere a o comandante da CCAV 1484 que foi sempre o Cap Cav Rui Manuel Soares Pessoa de Amorim. Desde a constituição da CCAV 1484 no RC 7, até à sua desmobilização na mesma Unidade. O Cap Cav Pessoa de Amorim apenas não esteve no comando da Companhia nos períodos das suas férias.

Eu estive nesta rendição no Cachil e o Cap Pessoa de Amorim também lá esteve. Desconheço em absoluto quem terá sido o Cap Cav Coutinho e Lima (3).

A rendição no Cachil da CCAV 1484 pela CCAÇ 1587, foi feita por fases, Gr Comb a Gr Comb, iniciada em 07/07/66.

Que me seja perdoada a intervenção, mas o rigor não me deixou ficar indiferente.

Votos de Boas Festas ao editor, co-editores, tertulianos e respectivas famílias.



Benito Neves

___________


Nota dos editores:


(1) Ex-Furriel Mil Atirador de Cavalaria, Companhia de Cavalaria 1484, Guiné 1965/67 (Nhacra e intervenção ao Sector de Catió de 8/6/66 a finais de Julho/67). Mora em Abrantes.

Vd. post de 18 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1673: O blogue do nosso contentamento (Benito Neves, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)

(2) Vd. post de 17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2360: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (2): 10 mortos e mais de metade do pessoal ferido em combate (Virgínio Briote)

(3) Não deve ser (ou será ?) o Coutinho e Lima, major, comandante do COP 5 que em 22 de Maio de 1973 deu orderns para abondar Guileje: vd. post de 27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2137: Antologia (62): Guileje, 22 de Maio de 1973: Coutinho e Lima, herói ou traidor ? (Eduardo Dâmaso / Luís Graça)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Guine 63/74 - P2363: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (6): Parte V: O primeiro interrogatório da prisioneira (Mário Fitas)

Guiné > Região do Cacheu > CCAÇ 3 > Barro > 1968> Um prisioneiro do PAIGC.

Foto: © A. Marques Lopes (2005). Direitos reservados.

Guiné > Região de Tombali > Cufar > CCAÇ 1621 (1966/68)> Obus 14

Guiné > Região de Tombali > Cufar > CCAÇ 1621 (1966/68)> Canhão s/r 5,7

Guiné > Região de Tombali > Cufar > CCAÇ 1621 (1966/68)> Pista aviação de Cufar

Fotos: © Hugo Moura Ferreira (2007). Direitos reservados. (Com a devida vénia... Do sítio do Moura Ferreira > Fotografias Fotografais cedidas ao HMF pelo pessoal da CCAÇ 1621).


PAMI NA DONDO, A GUERRILHEIRA (1)
por Mário Vicente
Prefácio: Carlos da Costa Campos, Cor
Capa: Filipa Barradas
Edição de autor
Impressão: Cercica, Estoril, 2005
Patrocínio da Junta de Freguesia do Estoril
Nº de páginas: 112




Edição no blogue, devidamente autorizada pelo autor, Mário Vicente Fitas Ralhete (ex Fur Mil Inf Op Esp, CCAÇ 726 : Revisão do texto, resumo e subtítulos: Luís Graça.


Parte V - Pami é sujeita ao primeiro interrogatório dos Lassas e sofre com a sua separação de Malan (pp. 40-47) (1)




© Mário Fitas / 2007). Direitos reservados.

Resumo do episódio anterior (2):

Madrugada de 24 de Agosto de 1965, Pami e Malan dormiam nos braços um do outro quando a tabanca, Cobumba, sofre um golpe de mão do exército português, que tem a assinatura dos Lassas.

No grupo de prisioneiros que são levados para Cufar, estão Malan e Pami que terão destinos diferentes. Pami estão integrada num grupo de cinco mulheres e procura nunca denunciar a sua condição de professora. Em caso algum falará recusará falar em português ou em crioulo. Mas os seus olhos de águia vão observado tudo, no caminho até ao quartel dos Lassas. No rio Cadique o grupo embarca em lanchas da Marinha. O Alferes Telmo não deixa que ninguém toque nas mulheres. Fala em psico, uma palavra que Pami desconhece. O grupo é entregue à guarda ao Furriel Mamadu.

Pami mal recinhece a antiga fábrica de descasque de arroz, a Quinbta de Cufar, onse se instalaram os Lassas. Os prisioneiros são recebidos por militar dos óculos que, mais tarde Pami vem a saber tratar-se de Carlos, O Leão de Cufar, comandante do aquartelamento. Homens e mulheres são instalados em sítuios diefrentes. Malna e Pami entrecuzram o olhar, sem se denunciaram. Sabem que dizem ali adeus para sempre. Lágrimas nos olhos, Pami sente a dor da separação. )Pami e as prisioneiros ficam à guarda da milícia de João Bacar Jaló. Recusa-se a comer, bebe só água. No dia seguinte, a vida no aquartelamento retoma o seu ritmo. Pami pode agora ouvir e até ver perfeitamente, por entre as frestas das paredes de capim ao alto entrançado com lianas, tudo o que acontece por fora da palhota onde tinha passado a noite
.




(i) Os olhos de águia da prisioneira



Aos poucos, a prisioneira começa a sentir o incómodo da situação em que se encontra. Mostra o pano empapado em sangue a uma companheira, e esta, não tendo em atenção o que se passa, mas julgando tratar-se de auto agressão, grita. Imediatamente por entre o pano que servia de porta à improvisada prisão, aparece uma cara escura de G3 em punho. Troca de palavras entre as mulheres, e a situação é clarificada e explicada ao vigilante. Passados poucos minutos, aparece um militar. Pami reconhece nele, um dos que muito se tinha movimentado junto do Leão de Cufar.
- Que aconteceu Amadu? - Pergunta o branco.

O carcereiro informa em crioulo meio português o que se passa. O militar ouve, e ordena:
- Diz à tua mulher que vá com a prisioneira junto do poço para que ela se lave!
- Eh... Arferes Palmeiro, e se mulher foge? - Pergunta aflito, o guarda das prisioneiras.
- Não foge! - Responde o que Pami fica a conhecer como alferes Palmeiro.

Aparece, então, uma mulher já de certa idade, que tenta falar crioulo. Mas em vão, pois tudo se mantém mudo. Começa então, a dirigir-se em balanta, às mulheres, pelo que Pami se levanta, e segue a mulher velha. Passam pela frente da casa principal da Quinta. Observando tudo, a professora verifica tratar-se da casa onde estaria instalado todo o comando. Olhos de águia observadora, Pami vai vendo onde ficam as transmissões e a enfermaria. Passando a estrada, contornam o edifício que mais tarde fica a saber tratar-se da messe de sargentos. Por detrás deste, situa-se um poço que abastece os soldados, para tudo quanto é lavagens. Param, e a velha sorridente dirige-se a um soldado que sobre a parede do poço se abastece:
- É, pessoal, parte água, para pessoal ali lavar catota!

O soldado dá uma gargalhada e returque:
- Só tiro água, se partires catota comigo!

- Chi! Minino, a mim belho! Esse pessoal lá é pisoneiro! Não pode faze esse cumbersa! Capitão num deixa!
- Olha! Mas ela é maneta!... Mas com a mão direita ainda tocava uma punheta! Toma lá a água, e se ela quiser mais, chama pessoal ali do abrigo!

O soldado, tirando a pulso uma lata de dez litros de água, entrega-a à velha e desaparece em direcção a um abrigo que Pami verifica ser colectivo. Paredes de adobos, com dois metros de terra pela frente. Por cima, troncos de palmeira e chapas de bidões cobertos com cerca de cinquenta centímetros de terra. Uma cobertura de colmo faz a protecção da chuva e do sol..

Pami retira o pano que lhe cobria o corpo, e coloca-o no chão. Flecte-se, dobrando os joelhos, e com uma pequena concha - feita de meia cabaça -, vai tirando água da lata, fazendo a sua higiene pessoal. Após as ablações feitas, pega no pano, colocando-o sobre uma pedra, e deita-lhe por cima o resto da água. Com uma mão apenas ajudada pelo coto esquerdo vai lavando até as manchas desaparecerem. Enrola ao corpo o pano molhado, e faz sinal que está pronta à mulher do milícia. Em silêncio, regressam ao improvisado cárcere.

Ao atravessar o arruamento que dividia o Aquartelamento, Pami olha para a esquerda e vê surgir da porta de armas um grupo de nativos acompanhado de dois militares armados. Fica a saber que se trata de pessoal das tabancas a Sul, que vêm convidar os militares para estarem presentes no Choro. Tempos mais tarde analisa este acto e confirma tratar-se de técnica de efeito psicológico, feita pelos militares junto dos moradores a Sul. Seria honra convidar os militares, que se tornavam pródigos, carregando uma viatura, com rações de combate e alguns garrafões de vinho, água de Lisboa, que depois eram distribuídos pelos homens grandes e família do morto. Oportunamente, aproveitavam todos os pormenores para conquistar a confiança das populações.

Voltando ao cárcere, verifica que apenas a bajuda e outra mulher de meia-idade - a qual não lhe era desconhecida - se encontram no interior. As outras duas companheiras tinham-se ausentado. Uma hora depois, aproximadamente, as ausentes regressam. Pela troca de olhares e pelas meias palavras, pronunciadas muito baixinho, verificam que tinham começado os interrogatórios. Quem se seguiria?



(ii) O Alferes Telmo e o Furriel Mamadu interrogam Pami


Pami Na Dondo segue-se na lista. Um soldado milícia faz-lhe sinal para que o acompanhe. Pelo curto caminho até onde funcionam os interrogatórios, Pami decide-se por mentir e, mentalmente, vai gizando um estratagema para não cair em nenhuma cilada ou, de forma alguma, denunciar Malan.

Contornando pela parte de trás o edifício do comando, é introduzida num quarto onde se encontra o sujeito milícia que parecia conhecer de Catió. Os de nome Telmo e Mamadu - este último apresentava-se de farda amarela, com a boina preta, mas sem lenço e, pendia-lhe à cintura um cinturão de lona de onde caía um coldre com uma pistola de grande calibre -, também estão presentes.

Virando-se para o milícia, Telmo começa:
- Quêba! Pergunta-lhe lá o nome?

O milícia Quêba olha para Pami e pergunta-lhe o nome em crioulo. Pami já tinha delineado manter-se firme e responder só na língua balanta, fazendo-se ignorante a qualquer outra. Pelo que não responde. Quêba torna a insistir, sem resultado.

Virando-se para Telmo informa:
- Este gaja só fala balanta, arferes Telmo!
- Está bem! Então fala em balanta! Qual o nome dela?

Quêba volta à carga, agora em Balanta. Pami hesita um pouco, olha o milícia e responde:
- Sanhá Na Cunhema.

O ora identificado alferes Telmo continua, fazendo perguntas e escrevendo:
- Idade?
- Num sabe! Mas deve ter vinte anos!
- Onde nasceu?
- Num sabe! Pai e mãe morreu quando rebentou guerra!
- Onde?
- Na Ilha do Como.
- O que é que ela fazia em Cobumba?
- Nada!

O da boina preta, mete a mão no punho da pistola, e retirando-a diz:
- Pergunta-lhe lá se sabe o que é isto, e para que serve?
- Diz que é coisa com que militar mata!

Quêba suava por todos os poros, e irritado, disse para o da boina preta:
- Furriel Mamadu este gaja está a enganar pessoal!

Pami confirmou assim a identificação do boina preta, mas não devia ser este o seu verdadeiro nome. Deveria ser nome de guerra. Não havia branco com nome de preto.

Telmo, desculpa lá! Deixa ver a reacção dela!

Pegou na pistola, e enfiando o cano no ouvido de Pami, ordenou ao milícia:
- Pergunta-lhe lá onde é que ficou a mão esquerda dela?

Pami sentiu o frio do aço da arma no ouvido e, com um gesto brusco, fugiu ao contacto. Estremeceu, pela primeira vez começou a ter medo. Este militar, com olhos fundos, não deve ser bom. A barba dele e o olhar faz medo. Um pouco trémula, a professora respondeu ao milícia e este traduziu:
- Não sabe! Quando era minino pequinina, cobra mordeu nela, e pai teve de cortar mão a ela!

O furriel Mamadu meteu a arma no coldre e sorriu para o alferes dizendo:
- Parecia fácil, não era? Aí está uma gaja que sabe muito e se está a armar em parva, ou então é mesmo louca.

O alferes olhou para o furriel e disse-lhe:
- Rafael, vamos utilizar outra forma, põe-na lá a rir!

Ficou desvendada a alcunha, Rafael era o verdadeiro nome de Mamadu.

Mamadu sentou-se no chão, puxou do bolso um maço de cigarros, tirou um e acendendo-o, de imediato ofereceu à prisioneira. Esta olhou e fez negação com a cabeça. Rafael olhando para ela, sorriu de uma forma aberta e descontraída e disse para Quêba:
- Diz-lhe lá que eu gosto do nome dela! Se ela quiser eu caso com ela!

O intérprete repetiu em balanta, e Pami descontraiu um pouco. Rafael voltou de novo ao ataque, enquanto o alferes começava a fumar também.
- Então a gaja não diz nada?

O intérprete insistiu.
- Diz que não, furriel. Branco não gosta de preta!
- Ah, sim? Mas diz-lhe lá, que aqui não há mulher branca! Espera!... Diz-lhe que os soldados brancos dizem que ao fim de quinze dias na Guiné as pretas começam a ficar brancas!

O à vontade do furriel e a forma engraçada como disse aquilo iam traindo a prisioneira, que quase esboçou um sorriso. O interprete como sempre voltou a repetir as palavras do furriel. Nestes momentos a mente de Pami trabalhou e pensou seguir um caminho que, embora perigoso, poderia transformar as coisas, e respondeu. O interprete começou a rir e voltando-se para o alferes disse:
-Ai! Arferes Telmo! Este gaja é mesmo maluco! Diz que não casa, mas que faz muito conversa giro!
- Queres ver que nos saiu uma puta na rifa! Estamos fodidos com esta merda! - Exclamou o furriel.
- Não! Espera! Vamos explorar esta situação!

Diz Telmo:
- Quêba, pergunta-lhe com quem é que ela faz conversa giro?
- Com homem! Diz ela!

Retorquiu Quêba.
- Certo! Então diz-lhe, que vai fazer conversa giro com os Militares todos do Quartel!

Pami viu que tinha ido longe demais, não se sentiu com capacidade para resistir. Pensou em Malan, e começou a chorar.

Telmo e Rafael olharam um para o outro e os seus olhares entenderam-se. Enquanto Quêba ria e ia dizendo:
- Gaja mesmo maluco! Cá tem cabeça!
- Quêba, leva a mulher para junto das outras, amanhã vamos explorar isto melhor. OK, Rafael?
- Certo! Se for uma puta para serviço da guerrilha, pode ser uma boa fonte!

O alferes e o furriel saíram, enquanto o milícia levava a prisioneira para junto das suas companheiras.


(iii) Pami não quer trair os ideais de seu pai e de Malan


Pami estava exausta, a cabeça fervilhante, não a deixava coordenar o pensamento. Sentia que tinha embrulhado tudo, e que os militares não tinham acreditado em nada do que dissera. Coisa horrível! Como seria com Malan? Tinha de saber, havia que fazer qualquer coisa para tentar no mínimo saber o que lhe estava acontecendo. Ouviu vozes fora da palhota prisão, e por entre as frestas do capim, verificou que vários soldados conversavam na varanda da casa da Quinta, agora Comando. A prisão distava uns quinze metros da varanda, e as conversas poderiam ser perfeitamente audíveis. Com extremo cuidado afastou um pouco mais o capim, e ficou com um ângulo visual mais alongado. Desta forma, poderia não só ouvir, como também ver os soldados. Lá estavam o Leão, os alferes Telmo e Palmeiro, e mais quatro. Dos restantes quatro, observou que dois tinham nos ombros a graduação, a qual tinha aprendido em Simbele, na República da Guiné. Um, já de idade mais avançada que os outros, tinha as divisas de sargento; o outro, pequenino, vestindo calções e camisa de farda amarela, tinha os galões de tenente.

Estes momentos de espionagem, acalmaram-na um pouco. Mas... logo voltou à preocupação por Malan. Fechou os olhos e recostou a cabeça no tronco do canto que servia de prumo e sustentação do cárcere. O pensamento voou e pensou em seu pai, e como tinha tido coragem de trocar o seu nome pelo de sua saudosa mãe. No amolecimento da dor e do calor, adormeceu naquele silêncio de meio do dia.

Antes de anoitecer, os milícias trouxeram mais arroz com carne. Já pela noite dentro, chegaram dois milícias que levaram a Bajuda. Pami receou o pior, concerteza iriam violá-la, e chorou de novo. Embrenhando-se nos pensamentos de lama desta guerra, sentiu que estava a fraquejar. Não!... Não poderia ser, tinha de criar forças, nunca poderia trair os ideais de seu pai e de Malan.

(Continua)

____________

Notas de L.G.:

(1) Vd. episódios anteriores:

23 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2298: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (2) - Parte I: O balanta Pan Na Ufna e a sua filha (Mário Fitas)


(...) A acção decorrer no sul da Guiné, entre os anos de 1963 e 1966, coincidindo em grande parte com a colocação da CCAÇ 763, como unidade de quadrícula, em Cufar (Março de 1965/Novembro de 1966)…

No início da guerra, em 1963 Pan Na Ufna, de etnia, balanta, trabalha na Casa Brandoa, que pertence à empresa União Fabricante [leia-se: Casa Gouveia, pertencente à CUF]. A produção de arroz, na região de Tombali, é comprada pela Casa Brandoa. Luís Ramos, caboverdiano, é o encarregado. Paga melhor do que a concorrência. Vamos ficar a saber que é um militante do PAIGC e que é através da sua influência que Pan Na Ufna saiu de Catió para se juntar à guerrilha, levando com ele a sua filha Pami Na Dono, uma jovem de 14 anos, educada das missão católica do Padre Francelino, italiano.

O missionário quer mandar Pami para um colégio de freiras em Itália mas, entretanto, é expulso pelas autoridades portugueses, por suspeita de ligações ao PAIGC (deduz-se do contexto). Luís Ramos, por sua vez, regressa a Bissau, perturbado com a notícia de que seu filho, a estudar em Lisboa, fora chamado para fazer a tropa.

É neste contexto que Pan Na Una decide passar à clandestinidade, refugiando-se no Cantanhês, região considerada já então libertada.(...)



28 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2307: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (3) - Parte II: A formação político-militar (Mário Fitas)


(...) De etnia balanta, educada na missão católica, Pami Na Dondo, aos catorze anos, torna-se guerrilheira do PAIGC. Fugiu de Catió, com a família, que se instala no Cantanhês, em Cafal Balanta. O pai, Pan Na Ufna entra na instrução da Milícia Popular. Pami parte, com um grupo de jovens, para a vizinha República da Guiné-Conacri para receber formação político-militar, na base de Sambise. O pai, agora guerrilheiro, na região sul (que é comandada por João Bernardo Vieira 'Nino') , encontra-se muito esporadicamente com a filha. Num desses encontros, o pai informa a filha de que a mãe está gravemente doente. Pami fica muito preocupada e quer levá-la clandestinamente a Catió, enquanto sonha com o dia em que se tornará companheira do pai na Guerrilha Popular.

Entretanto, o destino prega-lhe uma partida cruel: na instrução, na carreira de tiro, tem um grave acidente, a sua mão esquerda fica decepada. No hospital, conhece Malan Cassamá, companheiro de guerrilha de seu pai, que recupera de um estilhaço de morteiro, que o atingiu na perna, no decurso da Batalha do Como, em Janeiro de 1964 (Op Tridente, Janeiro-Março de 1964, levada a cabo pelas NT) . Malan fala a Pami da coragem e bravura com quem seu pai se bateu contra os tugas.

Pami é destacada para dar aulas ao pessoal do Exército Popular e da Milícia Popular, em Flaque Injã, Cantanhês. No dia da despedida, canta, emocionada, o hino do Partido, 'Esta é a Nossa Pátria Amada', escrito e composto por Amílcar Cabral. Segue para Flaque Injã, com o coração em alvoroço, apaixonda por Malan Cassamá. De regresso à guerrilha, a Cansalá, Malan fala com o pai da jovem, e de acordo com os costumes gentílicos, Pami torna-se sua mulher. (...).



5 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2328: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (4) - Parte III: O amor em tempo de guerrilha (Mário Fitas)

Na actual região de Tombali (Catió), no sul da Guiné, o PAIGC, logo no início da guerra, ganha terreno e populações (nomeadamente, de etnia balanat). A resposta das autoridades portuguesas não se fez esperar, com uma grande contra-ofensiva para reconquista a Ilha do Como (Op Tridente, Janeiro-Março de 1964). Entretanto, começam a chegar a Catió chegam reforços significativos. O Cantanhês, zona libertada, assusta o governo Português. Em contrapartida, no PAIGC, Nino, o mítico comandante da Região Sul, manda reforçar os acampamentos instalados nas matas de Cufar Nalu e Cabolol.

Em finais de 1964, Sanhá, a mãe de Pami, morre de doença na sua morança na tabanca de Cadique Iála. O guerrilheiro Pan Na Ufna, acompanhado da sua filha, faz o respectivo choro, de acordo com a tradição dos balantas.

Em Março de 1965, os homens da CCAÇ 763 - conhecidos pela guerrilha como os Lassas (abelhas) - reconquistam ao PAIGC a antiga fábrica de descasque de arroz, na Quinta de Cufar, e respectiva pista de aterragem em terra batida. Nino está preocupado com a actuação dos Lassas, agora instalados em Cufar, juntamente com o pelotão de milícias de João Bacar Jaló, antigo cipaio, agora alferes de 2ª linha.

Entretanto, Pami e Malan continuam a viver a sua bela estória de anor, em tempo de guerra, de sacrifício e de heroísmo. Ela, instalada em Flaque Injá, onde é professora. Ele, guerrilheiro, visita-a sempre que pode.

A 15 de Maio de 1965, os Lassas destroem o acampamento do PAIGC na mata de Cufar Nalu. A guerrilha sofre baixas mas, durante a noite, consegue escapar com o equipamento para Cabolol. Na semana seguinte, os militares de Cufar tentam romper a estrada para Cobumba. Embrenham-se na mata de Cabolol, destruem várias tabancas na zona.

Em princípios de Junho de 1965, os Lassas (abelhas) (3) vão mais longe, destruindo o acampamento de Cabolol. Em Cafal, o comando político-militar do PAIGC está cada vez mais preocupado. Em Julho, Pami chora de dor, raiva e revolta ao ver a sua escola destruída, em Flaque Injã. Grande quantidade de material desaparece ou fica queimado. As casas de Flaque Injã ficam reduzidas a cinzas.

Mas a luta continua... Psiquicamente recuperada, a população começa a reconstrução de Flaque Injã e Caboxanque. A guerrilha recebe mais reforços e armamento novo. Pami entra voluntariamente numa coluna de reabastecimento que a leva à República da Guiné. Segue o corredor de Guilege, e sobe de Mejo para Salancaur, daqui para o Xuguê [Chuguè, segundo a carta de Bedanda,] terra de seus avós paternos. Desce até Cansalá, onde se encontra com seu marido. Não encontra seu pai, pois este fora transferido para o Cafal, e ali integrado numa companhia do Exército Popular.

Em meados de Agosto de 1965, Pami Na Dondo desce com Malan Cassamá até Cobumba. Malan e o seu grupo levam a cabo várias acções contra a tropa e o quartel de Bedanda. O grupo regressa a Cansalá. Uma delegação da OUA visita as zonas libertadas, a convite do PAIGC.


(2) Vd. último post desta série > 10 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2340: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (5) - Parte IV: Pami e Malan são feitos prisioneiros (Mário Fitas)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2360: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (2): 10 mortos e mais de metade do pessoal ferido em combate (Virgínio Briote)

A CCaç 726 em terras da Guiné. Uma Companhia a escrever a sua história.

A CCaç 726 não tem ainda a história escrita da unidade. O Alberto Pires (o Teco, como é mais conhecido entre nós) e o Carlos Guedes, com mais cinco camaradas estão a escrevê-la, com recurso às histórias dos Batalhões a que a Cª esteve adstrita e às memórias de mais de 400 fotos seleccionadas, tiradas entre Novembro de 1964 e Julho de 1966.






A história da CCaç 726 em datas

Mobilizada através do RI 16, Évora, a CCaç 726, comandada pelo Capitão Martins Cavaleiro (1), embarcou em Lisboa em 6 de Outubro.

Após o desembarque em Bissau, em 14 do mesmo mês, a CCaç 726 rendeu a CArt 676 no dispositivo e manobra do BCaç 600, enquanto, sob a orientação da CCaç 508, fazia a adaptação operacional na zona de Quinhamel, perto de Bissau. O primeiro GrComb a ser destacado para Guileje marchou em 28 de Outubro e o segundo em 17 Novembro.

Em 25 de Novembro de 1964 toda a CCaç 726 já estava no sector de Guileje (2), então criado, primeiro na dependência do BCaç 513, depois na do BCaç 600 e ainda na do BCaç 1861. Anteriormente Guileje esteve ocupado por um pelotão da CArt 495.

A CCaç 726, ao longo da permanência no sector, só ou em conjunto com outras subunidades, tomou parte em diversas operações, patrulhamentos e emboscadas no chamado corredor de Guileje. E por períodos variáveis, forneceu pelotões para temporariamente reforçarem as guarnições de Gadamael e Cacine.

Em 30 de Março de 1965, na sequência da Op Arpão, ocupou a povoação de Mejo, tendo lá deixado dois pelotões.

Em 27 de Janeiro de 1966, para reforçar a CCAÇ 1424, destacou dois pelotões para o Cachil, então na zona de acção do BCAÇ 1858.

Em 2 de Julho de 1966, por rotação com a CCAÇ 1424, passou a integrar o dispositivo do BCAÇ 1858, assumindo a responsabilidade do subsector de Cachil, mantendo ainda um pelotão em Mejo.

Em 16 de Julho foi substituída pela CCAV 1484 (Cap Cav Coutinho e Lima*), seguindo para Catió, onde se manteve até à chegada da CCAÇ 1587.

E em 6 de Agosto de 1966, seguiu para Bissau, a fim de embarcar de regresso à Metrópole.

As baixas da CCaç 726

Durante a comissão na Guiné, a CCAÇ 726 sofreu 10 mortos, dos quais 9 em combate.

Mais de metade da CCAÇ 726 sofreu ferimentos em combate, tendo alguns militares sido atingidos duas e três vezes ao longo da estadia em Guileje.

No total, existe o relato de terem sido evacuados para o HMP 14 elementos da Companhia, tendo cerca de 69 feridos, continuado ao serviço, depois de recuperados.

Mortos:

  1. Furr Mil António Gonçalves da Silva, em 29 Nov de 1964, por ferimentos em combate.
  2. 1º Sarg Joaquim Balsinhas, em 28 Fev 1965, por explosão de armadilha IN.
  3. 1º Cabo Amadeu Jaló, em 28 Maio de 1965, por doença, no HMP
  4. 1º Cabo Enf Manuel Moreira Marques, em 28 Jun de 1965, por ferimentos em combate.
  5. Sold Cond Armando Gonçalves da Fonseca, em 28 Ago de 1965, por ferimentos em combate.
  6. 1º Cabo Elísio Santos Filipe, em 28 Ago 1965, por ferimentos em combate.
  7. Sold Mil Mussa Bela Camará, em 28 Ago 1965, por ferimentos em combate.
  8. Sold Cond José Luís L. Pereira, em 29 Ago 1965, por ferimentos em combate.
  9. Sold Luciano Florêncio, em 7 Set 1965, por AP, em Cutia, ao serviço do GrCmds "Vampiros".
  10. 1º Cabo João Seborro, em 7 Nov 1965, por ferimentos em combate

As primeiras acções armadas da CCAÇ 726

A 1º acção em que a CCAÇ 726 participou foi uma emboscada que montou, para os lados de Balana, junto a uma cambança do rio. Apanharam armas e tantas munições (mais de 12.000) que se viram aflitos para trazerem todo o material para o aquartelamento.

Não demorou muito a terem a resposta. Um Gr Comb viria a cair, dias depois, numa emboscada. O IN, até essa data, estava habituado a utilizar o corredor sem ser incomodado, uma vez que os efectivos de Guileje, até então, não tinham passado de um pelotão.

Extractos de Perintreps e Sitreps com referências à CCAÇ 726

Novembro de 1964

República da Guiné-Conakry

O conjunto de notícias sobre a presença de grupos IN na Rep. Da Guiné, relacionadas com instrução e reabastecimento de material, levam a admitir o recorte de:
- Elementos do PAIGC regressados da URSS, onde receberam instrução;
- Um centro de instrução em Boké, onde, em Out. de 64, receberam instrução cerca de 300 elementos IN, que se admite pertencerem ao Exército Polpular (2 secções)

Sector E

- Registou-se o final da instrução das duas primeiras unidades do E. Popular, uma das quais se destina ao Quitafine (a outra irá para Boké), supondo-se que tenha sido já uma dessas unidades que actuou na região de Guileje.
- Referida a existência de metralhadoras pesadas AA de 3 canos e viaturas blindadas na posse do IN.
- Observados vestígios de passagem de numerosos grupos, em ambos os sentidos, na área Gadamael-Guileje-Gandembel e caminhos recentemente abertos na área de Contabane.
- Observados 3 sobrevoos de helicóptero em Sangonhã, sempre na direcção E-W.

Dois ataques a Guileje no mesmo dia

Na madrugada de 29 de Novembro de 1964, a CCaç 726 levantou-se mais cedo. Acordou com fogo nutrido de armas automáticas e granadas de morteiro e de RPG. Durou até ao nascer do dia o ataque ao aquartelamento.

Depois do ataque, houve que evacuar os feridos mais graves. Guileje assistiu pela primeira vez a um movimento de helis e Dorniers, que, a partir daí, passaria a ser banal.

Dos relatórios dos ataques:

29 Nov 64 – grupo estimado em cerca de 200 IN atacou a tabanca e o quartel de Guileje, durante cerca de duas horas, com LGF, Mort 60 e 80, MP, Esp, P e GM, provocando incêndio e destruição de instalações militares e civis e causando 2 M e 11 F às NT e 4 M e 20 F à população.

Cerca das 4h00 um grupo estimado em cerca de 200 elementos atacou Guileje usando toda a gama de armas, em especial morteiros, lança-granadas-foguete, metralhadoras pesadas e espingardas automáticas. A intensidade do ataque era brutal e o uso de granadas incendiárias deu origem à destruição por incêndio da maioria das instalações militares e casas da população.

Por se tratar de um acontecimento notável e extraordinário refere-se aqui que no dia 29 de Novembro de 1964 foi Guileje atacada pela primeira unidade do chamado 'Exército Popular' IN, dotado de armamento poderoso, incluindo(…).

Todas as casas da tabanca foram incendiadas e destruídas.

Do Sitrep nº 89 P 300103 de 29 Nov 64 da CCAÇ 726

- Povoação deprimida perdas haveres (.) Boa reacção imediata aparecer pessoal comandante BC513 e oficial reabastecimentos e FAP evacuação feridos (.) Bom moral geral com desejo vingar ataque (.)
- FOX 963 transportar reabastecimentos chegaram em boa ordem (.) Chegar reforço PARAS (.) Trabalhos em melhorar defesa (.) CmdtCCaç726 ferido evacuado (.) Médico presente anima população (.)
- De Bissau arroz e farinha povoação que recebeu oferta sensibilizada (.)
- Oficial TMS encontra-se neste (.) Veio engenheiro águas e obras (.)

Nesse mesmo dia esteve em Guileje o Comandante do Batalhão a fim de tomar contacto com os estragos causados e necessidades imediatas das tropas e da população. Estabelecida uma ponte aérea de socorro em géneros, munições e roupas. Nem um só dos seus habitantes pediu para sair dali ou se deslocou por sua iniciativa para outras localidades. Mais decididos do que nunca, mostraram-se firmes na defesa da sua terra e no desejo de vingar os seus mortos.

Durante o dia fizeram-se as evacuações e foi reforçada a guarnição com um Pelotão de Pára-quedistas.

Foi tanto o movimento que até o próprio IN se convenceu que uma boa parte da CCAÇ 726 tinha abandonado Guileje.

À noite, assinalaram com vários very-lights o 2º ataque.

Os militares da CCAÇ 726, abrigados em toscos abrigos (ainda não tinha havido tempo para os construir) viram e ouviram guerrilheiros, de pé, junto à fiada do arame farpado, a incentivar a população a juntar-se-lhes. Recortados pela intensa luz, foram alvo do fogo dos militares abrigados.


Povoação e quartel de Guileje com iluminação exterior a petromaxes. Reconstituição e montagem, a partir da foto original, de J. Guedes. Com a devida vénia.

O aquartelamento foi defendido pelo 2º e 3º pelotões da CCAÇ 726 e por um pelotão da CART 495, com um efectivo total de 76 militares. Dias antes, um GrComb da CCAÇ 726 tinha sofrido 1 morto e 14 feridos numa emboscada.




A cozinha, o refeitório, a GMC e a armação de uma das tendas, na manhã a seguir ao 1º ataque.

Foto de António Pires (Teco).
A - 1º Sargento Balsinhas (morto por AP, em 28 Fev 65)
B - Furr Mil Enf. Manuel Rodrigues
C- 2º Sarg José Bebiano
D - Furr Mil Transm Carlos Cruz
E - militares da CArt 495

O 2º ataque no mesmo dia

Do Sitrep nº 93 de 30 Nov 64 da CCAÇ 726

1. 291900 a 301900 (.)
2. IN atacou esta das 2215 às 2325 (.) Utilizou Mort, Bazuca, MP, Esp aut, P, GM (.) Causou 3 feridos nativos sem gravidade (.)
3. NT reagiram bem, capturadas 2 Esp aut e vário material (.) Causou baixas avaliar poças de sangue e restos humanos.
Às 22h15 o mesmo grupo IN voltou a atacar, talvez entusiasmado com o relativo êxito que obtivera na madrugada anterior. Foram no entanto surpreendidos com a reacção das NT tendo sido postos em fuga cerca das 23h25.

Abandonou 1 Esp aut e 1 Carabina semi-aut e muito outro material havendo a destacar 1aparelho de pontaria de morteiro 60. Pelas poças de sangue, sinais de arrastamento de corpos e despojos humanos abandonados, o IN deveria ter sofrido pesadas baixas. Notícias posteriores referem que i IN sofreu 30 (?) mortos.

Amílcar Cabral em Guileje

Dezembro de 1964

República da Guiné

- Reportada a presença de Amílcar Cabral até aos primeiros dias de Dez de 64, na área fronteiriça, entre Sansalé e Simbeli, admitindo-se que a sua presença estivesse ligada às actuações do E. Popular contra Guileje e Gadamael.
- Verificou-se que a R. da Guiné incrementou o auxílio que vem prestando ao PAIGC dando-lhe facilidades de utilização dos seus aquartelamentos e de viaturas, quer para ministrar instrução, quer para efectuar reabastecimentos e transportar pessoal.

Já está reportado o apoio dado pelos aquartelamentos de Koundara (a norte) e o de Boké (a sul) no aspecto de concentração, instrução e transporte de elementos IN e ainda no aspecto de ligações rádio com o secretariado do PAIGC em Conakry.

Sector E

- Observados sobrevoos de helicóptero, de Sangonhá, na direcção W, e sobre o rio Cacine.
- O IN, sempre que pretende fazer entradas maciças de material pelo corredor de Guileje, destrói previamente os pontões na estrada, antes e depois daquela região, para o isolar.


As defesas de Guileje após os ataques



Guileje depois dos ataques. Abrigos com MP e com AA (c), espaldões do LGF (d) e do Mort 81 (e), resguardados com tapumes e trincheiras de protecção (b) e duas fiadas de arame farpado (a). Fora deste o aquartelamento estava armadilhado.
__________

Nota do co-editor vb:

Publicam-se aqui extractos da história de uma das Companhias que mais baixas sofreu na Guiné. A história escrita da CCÁÇ 726 está ainda em construção. Agradecemos ao Teco e ao Carlos Guedes o privilégio que nos quiseram dar, de sermos os primeiros a ler a história da CCAÇ 726.

(1) A CCAÇ 726 teve ainda como Comandantes o Cap Inf Arménio Teodósio e o Cap Art Nuno Rubim.

(2) Vd. ainda posts de:

Guiné 63/74 - P2358: A CCAÇ 726, a primeira unidade a ocupar Guileje: em memória do Alf Mil Comando António Vilaça (Virgínio Briote)

Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726)

Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973 (Nuno Rubim / Pepito)

__________

Nota de vb:

(*) O Cmdt da CCav 1484 era o Cap. Cav Rui Pessoa de Amorim e não, como está indicado acima, o Cap Coutinho e Lima). Corrigido pela mensagem do nosso Camarada Benito Neves, a quem agradecemos a informação correcta e as informações adicionais que nos enviou:

Meu caro Virginio,

Não por vício mas por mero prazer, sou um frequentador quase permanente da nossa caserna virtual. E digo quase permanente porque é a primeira coisa que faço quando me levanto e também a última do dia, antes de me deitar. Foi o que agora aconteceu e li as andanças da C. Caç. 726. Porém, no 8º parágrafo da história da C. Caç. 726, é referido que " /Em 16 de Julho foi substituída pela C. Cav. 1484 (Cap. Cav. Coutinho e Lima), seguindo para Catió onde se manteve até à chegada da C. Caç. 1587.". /

Ora bem, há aqui uma correcção a fazer no que se refere ao comandante da C.Cav. 1484 que foi sempre o Cap. Cav. Rui Manuel Soares Pessoa de Amorim. Desde a constituição da C. Cav. 1484 no RC 7, até à sua desmobilização na mesma Unidade. O Cap. Cav. Pessoa de Amorim apenas não esteve no comando da Companhia nos períodos das suas férias.

Eu estive nesta rendição no Cachil e o Cap. Pessoa de Amorim também lá esteve. Desconheço em absoluto quem terá sido o Cap. Cav. Coutinho e Lima. A rendição no Cachil da C. Cav. 1484 pela C. Caç. 1587, foi feita por fases, G. Comb. a G. Comb., iniciada em 07/07/66.

Que me seja perdoada a intervenção, mas o rigor não me deixou ficar indiferente.

(...)

Benito Neves, Fur. Mil. Cav. CCav. 1484

Guiné 63/74 - P2358: A CCAÇ 726, a primeira Companhia a ocupar Guileje (1): em memória do Alf Mil Comando António Vilaça (Virgínio Briote)



O alferes António Vilaça, ao centro, rodeado pela 1ª Equipa do Gr Cmds Vampiros, em Setembro de 1965. À sua esquerda, o Jamanca e o Justo que fizeram parte da 1ª Companhia de Comandos Africanos, tendo sido executados pelo PAIGC, já depois da independência, sendo na altura tenentes graduados (1). À direita do Vilaça, dois camaradas que sairam da secção do Fur Mil Comando João Parreira, na CART 730 e depois do 2º Curso de Comandos ficaram na 1ª equipa do Grupo Cmds Vampiros: António Paixão Ramalho (Monte Trigo) e o João Maria Leitão (2).


Foto: © Virgínio Briote (2007). Direitos rerservados.


A CCAÇ 726 em terras da Guiné. Uma Companhia ainda à procura da sua história (3). À Memória do António Vilaça, alferes da CCAÇ 726, colega e camarada, onde quer que estejas.

Colega, nos nossos tenros anos do liceu Sá de Miranda, nos cafés da Arcada, na Lusitana, na Rua do Souto em Braga.



O Vilaça (de costas), o Furr. V. Sousa, (...) o alf Gião do QG, o V. Briote, o Furr Marques e o Alf Toni Ramalho, à mesa do Hotel Portugal, em Bissau.

Foto: © Virgínio Briote (2007). Direitos reservados.


Camarada, poucos anos depois, com 20 e poucos anos, nas bolanhas e nas lalas de Iracunda e de Canquelifá, naquela Guiné que ambos odiávamos e amávamos. Nas nossas desavenças em Brá, no quarto que repartimos meses e meses, nos jantares no Hotel Portugal, em Bissau, nas brincadeiras em que nos metemos, nos castigos, punições em linguagem militar, que ambos sofremos, no solene frente a frente com o Brigadeiro Sá Carneiro, o Comandante Militar, a ler-nos nas trombas as redacções das infracções que cometemos, a vergonha que devíamos sentir, contra o espírito da psico-social, então a iniciar-se nos meados daqueles anos.

E depois da Guiné, dois ou três anos passados, os nossos encontros em Braga, as conversas que tivemos sobre a vida à nossa frente, com a Guiné para trás, como se nunca por lá tivéssemos andado. Lembras-te, António?

Não tiveste a vida que gostarias de ter tido e, no entanto, isto cá entre nós todos, pouco fizeste para teres outra. Quando te avisaram que a despedida estava próxima, ainda me telefonaste. Apanhaste-me num táxi, no Marquês, quiseste dar-me a honra de ser o primeiro a saber do mal que tinhas e dos dois ou três meses que nos restavam para pormos a conversa em dia. Não houve tempo para mais, António. E assim te foste, sem mais nada dizeres, quiseste ir só, com os teus à beira.





Curvamo-nos perante todos os que defenderam aquilo que lhes ensinaram que era Portugal. A nossa História a isso nos comprometia. Uma História feita de Albuquerques, Gamas, Egas Moniz, Magalhães e tantos e tantos outros que honraram, por feitos desmedidos, o sagrado nome de Portugal.
Tinhamos então pouco mais de 20 anos. Poucos anos antes, tinhamos trazido das escolas a ideia que a Pátria era una e indivisível. Depois, nas Mafras deste país, ensinaram-nos a usar as armas, a jurar que se o nosso precioso sangue tivesse que verter, que o fosse, que só assim seríamos realmente dignos de cá termos nascido.

Dulce et decorum est pro patria mori, doce e honroso é morrer pela Pátria. Assim mesmo jurámos, alguns com os pêlos da pele eriçados.

De pouco mais de meia dúzia de nomes ilustres faz parte a nossa lembrança escolar, mas não foi só deles que a história deste País se fez. De muitos também se fez o esquecimento e, no entanto, eles estiveram lá e outros foram mesmo decisivos nesses declinares da história.

vb

____________

Notas de vb:

(1) Vd. posts de:

23 Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXXIV: Lista dos comandos africanos (1ª, 2ª e 3ª CCmds) executados pelo PAIGC (João Parreira)

22 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXVII: O Justo foi fuzilado (Leopoldo Amado / João Parreira)

18 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXII: Dos comandos de Brá ao pelotão de fuzilamento (Virgínio Briote)

12 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXLIX: O fuzilamento do Abibo Jau e do Jamanca em Madina Colhido (J.C. Bussá Biai)

(2) Vd. posts de:

8 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2037: Memórias dos Lugares (2): de Elvas a Bissorã e de Lamego a Biambe, com a CART 730 (Parte II) (João Parreira)

1 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2020: Memórias dos Lugares (1): de Elvas a Bissorã, e de Lamego a Biambe, com CART 730 (Parte I) (João Parreira)

(3) A CART 726 foi comandadq pelo ex-Cap Art Nuno Rubim, nosso muito estimado amigo, hoje coronel, e grande especialista em história da artilharia. Vd. posts de:

14 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726)

11 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973 (Nuno Rubim / Pepito)