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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19305: Tabanca Grande (472): Carlos Silvério, natural de Ribamar, Lourinhã, ex-fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73)... Senta-se finalmente à sombra do nosso poilão no lugar nº 783, o número (azarento) do seu tempo de recruta na EPC, em Santarém...


Oeiras > Algés > 35.º almoço-convívio da Tabanca da Linha > 18 de janeiro de 2018 > "O Carlos Silvério, meu amigo, camarada, vizinho e conterrâneo... Veio com a prima Zita. O casal é lourinhanense, vive em Ribamar... 'Periquitos', na Tabanca da Linha. Ele, furriel miliciano, da CCAV 3378, andou pelo Olossato e por Brá (Bissau), entre abril de 1971 e março de 1973. A Zita viveu com ele em Bissau, de agotso de 1972 a março de 1973.

Foto: © Manuel Resende (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Carlos Silvério Silva, que passa a ser o grã-tabanqueiro nº 783 :

Data: 14/12/2018, 17:22

Assunto - Formalização do pedido de entrada para a Tabanca Grande

Camarada e amigo Luís Graça, aqui vai o texto prometido.

Tendo vindo a participar em alguns "Encontros Tabanqueiros", nomeadamente o último da Tabanca Grande em Monte Real e vários outros da Tabanca da Linha, chegou a hora de solicitar ao Tabanqueiro-Mor a minha adesão formal.

Sou o ex-fur mil Carlos Silvério Silva, com o seguinte percurso militar:

(i) EPC, Santarém (destacamento): Recruta do CSM. Abril - junho/70;

(ii)  CISMI, Tavira: Especialidade de atirador. Junho - setembro/70;

(iii) RI 5, Caldas da Rainha: Monitor de recruta do CSM.  Setembro - dezembro /70;

(iv) RC 3,  Estremoz: Monitor de especialidade de atirador. Janeiro - fevereiro/71;

(v) BCAÇ, Portalegre: Formação da Companhia de Cavalaria 3378 [, CCAV 3378,]  com destino à Guiné;

(vi) Embarque no Paquete Angra do Heroísmo em 3  de abril de 71 , [viajando com o  BCAV 3846, composto pela CCAC 3366 (Susana, Cumeré), CCAV 3364 (Ingoré, Cumeré) e CCAV 3365 (S. Domingos, Cumeré); a  unidade mobilizadora era também  o RC 3; o Comando e a CCS ficarm em Ingoré. Cmdt do batalhão: ten cor cav António Lobato de Oliveira Guimarães]; 

(vii) Desembarque em Bissau a 9 de abril de 71;

(viii) Estadia no Cumeré de 9 de abril a 13 de maio 71 a cumprir o IAO;

(ix) Chegada ao Olossato em 13 de maio de 71;

(x) Saída do Olossato para Safim, João Landim e Brá (Combis) em 26 de maio de 72;

(xi) Embarque no Uíge em 24 de março de 73 de regresso a Lisboa;

(xii) A CCAV 3378, mobilizada pelo RC 3,  teve 2 Eugénio Manuel Bilstein de Meneses Sequeira; e Cap QEO Carlos Alberto de Araújo Rollin e Duarte.



Guiné > Região do Oio > Olossato [?] > c.  1971/73 >  CCAV 3378 >  O fur mil at cav Carlos Silvério.

Fotos: ©  Carlos Silvério (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

As primeiras semanas na Guiné não foram fáceis. Apesar de alertados para algumas dificuldades climatéricas, aquela temperatura, e principalmente aquela humidade, que quase não nos deixava respirar, foi um choque brutal.

Psicologicamente fomos marcados por dois episódios:

1º - A morte do capitão graduado 'comando' João Bacar Jaló, comandante da 1ª companhia de comandos africanos, ocorrida precisamente uma semana após a nossa chegada. Não se falava noutra coisa em Bissau. Toda a gente queria saber as circunstâncias e as consequências desta perda.

2º - Mais dramático que o anterior, pois tocava-nos directamente. Tínhamos dezanove dias de Guiné. Estávamos em pleno IAO, estacionados em círculo numa clareira duma mata próxima de Nhacra. Cada homem da companhia tinha cavado o seu abrigo. Após o jantar muitos de nós ficámos a conversar com o vizinho do lado ou em pequenos grupos no interior do estacionamento.

Por volta das 22 horas [, do dia 28 de abril de 1971,] alguém abriu fogo e só parou depois de disparar a última bala do carregador. Gerou-se uma grande confusão porque ninguém entendeu o que se estava a passar. Deste incidente resultou a morte do nosso camarada alf mil cav João Francisco Synarle de Serpa Soares (filho de um antigo comandante da EPC, coronel Serpa Soares). Quando a situação acalmou, chegámos à conclusão que o alferes Serpa Soares tinha resolvido fazer uma ronda pela periferia do estacionamento levando a G3 nos braços como se de um bebé se tratasse.

Um dos soldados que estava de sentinela viu aparecer um vulto e sem tentar perceber de quem se tratava, crivou a G3, o tórax e o abdómen do alf Soares provocando-lha a morte imediata. Digamos que não foi um começo auspicioso.

Oportunamente enviarei mais alguns episódios não tão dramáticos como este.

Abraço,
Carlos Silvério.

PS - Seguem três fotos do tempo da tropa e da Guiné


Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de novembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas", do ten gen ref António Martins de Matos > Dois representantes da Tabanca do Porto Dinheiro, Lourinhã, à direita o régulo, o Eduardo Jorge Ferreira (ex-alf mil da Polícia Aérea, BA 12, Bissalanca, de 20 de janeiro de 1973 a 2 de setembro de 1974, colocado na EDT (Esquadra de Defesa Terrestre); e à esquerda o Carlos Silvério, já na altura assinalado como "o nosso próximo grã-tabanqueiro nº 783"...

Fotos: © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Comentário de LG:

Carlos, meu amigo, camarada,  conterrâneo e... primo:

Tenho um triplo ou quádruplo prazer em te acolher na Tabanca Grande. Há muito que esperava por este gesto. Respeitei o teu "timing", imposto por razões que já antes havias partilhado com o Carlos Vinhal e comigo: querias sentar-te à sombra do nosso poilão no lugar nº... 783 (*).

Custou mas foi. O lugar é bem merecido (**). E este blogue é teu, é nosso. Sei que és um leitor fiel. E nós ficamos à espera das prometidas histórias que ainda tens na tua memória.

Ficas a saber que és o primeiro representante da tua companhia a integrar formalmente a Tabanca Grande. Tens a responsabilidade, acrescida, de divulgar o blogue e de trazer mais camaradas para se sentarem contigo e connosco debaixo do nosso poilão, mágico, fraterno e protetor.

Sobre a tua CCAV 3378 sabemos pouco, temos poucas referências no nosso blogue. Mais uma razão para continuares a escrever sobre ti e os teus camaradas.

Quanto ao nosso parentesco (por afinidade)... Estás casado com a Zita, e a Zita e eu temos em comum dois bisavós, que eram irmãos, nascidos na década de 1860, em Ribamar, Lourinhã, pertencentes ao "clã Maçarico":

(i)  o bisavô dela chamava-se  Joaquim Filipe Maçarico, casado com Maria Feliz, que tiveram quatro filhos, incluindo a Iria da Conceição, que será avó paterna da Zita;

(ii) a minha bisavó paterna, irmã do Maçarico (só os rapazes é que tinham o apelido Maçarico) chamava-se Maria Augusta (1864-1920), que foi casar na Lourinhã com Francisco José de Sousa (1864-1939): o casal teve 7 filhos, incluindo a minha avó, paterna, Alvarina de Sousa [que morreu de tuberculose em 1922, tinha o meu pai, Luís Henriques (1920-2012),  dois anos].

Portanto, as nossas avós (paternas) eram primas direitas, a Iria  e a Alvarina.. Não vale a pena ir mais longe, mas sabemos pelo menos os nomes dos pais e dos avós dos nossos bisavós, ou sejam, os nossos trisavós (nascidos por volta de 1830) e os nossos tetravós (nascidos por volta de 1800)...

Um alfabravo fraterno, um beijinho para a Zita.  Feliz e Santo Natal para toda a família. LG
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18904: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (108): O Carlos Silvério, nosso futuro grã-tabanqueiro... n.º 783... Encontrei-o na Lourinhã e ele contou-me o seu... "segredo" ... Também me disse que morou em Bissau, na rua do "Chez Toi", quando lá esteve, casado, com a Zita, em 1972/73...

(...) O 783 era o seu número de soldado-instruendo na recruta, em Santarém. Acabada a recruta, e quando ele se preparava para ir uns dias de férias, andava a passear com a sua Zita nas ruas de Santarém, quando passa rente a um major de cavalaria... Distraído com a namorada, mal deu conta dos galões amarelos do oficial superior que lhe fez a tangente... Mas ainda foi a tempo de se virar e de lhe bater a pala... O major continuou o seu caminho, mas, matreiro ou sacana, foi dar uma volta e, logo mais à frente, virou em sentido contrário para o apanhar de frente. O Carlos desta vez não foi apanhado desprevenido e fez-lhe, corretamente, a devida continência... Mas o senhor oficial estava mesmo determinado em lixá-lo. Tirou-lhe o número (o 783) por causa da desatenção anterior.

Resultado: quando o Carlos Silvério chegou ao quartel, já tinha a participação do major... Enquanto o resto do pessoal (cerca de 400) foi gozar uns merecidos dias de licença em casa, o Carlos ficou de castigo no quartel... Seguindo depois diretamente, de Santarém para Tavira, para o CISMI, numa penosa viagem de comboio que levou toda a noite, ...

Compreensivelmente, o Carlos Silvério "ficou com um pó" aos oficiais de cavalaria, em geral, e aos majores, em particular, nunca mais se esquecendo do seu azarento n.º 783 da recruta em Santarém. Ele é primo do tenente general reformado Jorge Manuel Silvério, nascido em Ribamar, em 1945, e já lhe contou em tempos esta peripécia que o deixou desgostoso em relação à instituição militar. (...)


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19284: Agenda cultural (665): primeiras fotos da sessão de apresentação do livro do António Martins de Matos, "Voando sobre um ninho de Strelas", ontem, no Hotel Travel Park, em Lisboa (Miguel Pessoa)


Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas"  (*) >  Da esquerda para a direita, o autor, António Martins de Matos, e os editores dos blogues Especialistas da B12 Guiné 65/74, Tabanca do Centro e Tabanca Grande, respetivamente, Victor Barata, Joaquim Mexia Alves e Luís Graça, que fizeram curtas intervenções de 5 minutos sobre o autor e o livro. Segiu-se depois uma discussão aberta ao público, composto essencialmente por antigos militares da FAP e do exército, que passaram pelo TO da Guiné, incluindo o casal mais 'strelado' do mundo, os nossos queridos amigos e camaradas Miguel e Giselda Pessoa. "Este livro foi escrito, não para vós, mas para os vossos filhos e netos", disse o autor.


 Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" >  Intervenção do nosso editor, Luís Graça, em representação do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" > Aspeto (parcial) da assistência: em primeiro plano, o JERO (Jose´Eduardo de Oliveira) e o Juvenal Amado, dois dos nossos talentosos escritores.


Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" > Aspeto (parcial) da assistência: em primeiro plano ao centro, a filha do autor, Teresa Dores Martins de Matos, psicóloga clínica, autora do capítulo 42 ("O sabor do medo",  pp. 277-285).


Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" > Aspeto (parcial) da assistência > Na fila do lado direita, em primeiro plano, a Teresa Martins. Vieram também represententantes da Tabanca de Porto Dinheiro (Lourinhã) e da Tabanca do Centro...



Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" >  O  nosso editor, Luís Graça, e o autor



Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" >  O Vitor Caseiro, de Leiria, que veio com uma delegação da Tabanca do Centro. Em segundo plano, a Giselda Pessoa fala com a Teresa Matos, psicóloga clínica, filha do ten gen ref António Martins de Matos.


Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas" >  Três representantes da Tabanca do Porto Dinheiro, Lourinhã, ao centro, o Eduardo Jorge Ferreita, à esquerda o Carlos Silvério, o nosso próximo grã-tabanqueiro nº 783, e à direita, um camarada que esteve em Moçambique, e cujo nome não retive... O Eduardo Jorge Ferreira foi alf mil da Polícia Aérea. na BA 12, Bissalanca,  de 20 de janeiro de 1973  a 2 de setembro de 1974, colocado na EDT (Esquadra de Defesa Terrestre).

Fotos: © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. As primeiras fotos do evento de ontem, a sessão de apresentação do livro de António Martins de Matos (*), em Lisboa, no Hotel Travel Park, aos Anjos, em Lisboa. (**) 

As fotos são do Miguel Pessoa, o primeiro piloto da FAP a ser abatido por um Strela, em 25 de março de 1973, sob os céus de Guileje. Tem já cerca de 2 centenas de referências no nosso blogue.
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Notas do editor:

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18904: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (108): O Carlos Silvério, nosso futuro grã-tabanqueiro... n.º 783... Encontrei-o na Lourinhã e ele contou-me o seu... "segredo" ... Também me disse que morou em Bissau, na rua do "Chez Toi", quando lá esteve, casado, com a Zita, em 1972/73...


Oeiras > Algés  > 35.º almoço-convívio da Tabanca da Linha > 18 de janeiro de 2018 >  "O Carlos Silvério, meu amigo, camarada, vizinho e conterrâneo... Veio com a Zita. O casal é lourinhanense... 'Periquitos', na Tabanca da Linha. Ele, furriel miliciano,  da CCAV 3378, andou pelo Olossato e por Brá, antes de a gente fechar as portas da guerra, entre abril de 1971 e março de 1973. A Zita esteve com ele em Bissau... Já o convidei meia dúzia de vezes para se sentar à sombra do nosso poilão... Mas ele diz que prefere o sol... Lugares ao sol..., não temos na Tabanca Grande, só à sombra... Espero que ele ainda entre ao 7.º convite... Ficou a ponderar: parece que o problema é a foto... fardada. Enfim, temos que compreender e respeitar quem tem alergias às fardas" (*)...

Foto: © Manuel Resende (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Encontrei, este domingo passado, o meu amigo e camarada Carlos Silvério (**). Tinha vindo à missa da tarde, aqui na igreja da Lourinhã. Perguntei-lhe pela saúde da sua esposa Zita,  bem como  pelo padre Batalha, prior da freguesia de Ribamar onde ele mora (, e que é um grande amigo da Guiné-Bissau)... Um vai passando melhor, a outra, lá vai lidando (mal) com os seus problemas de coluna... Bem diz o povo: "Até aos quarenta bem eu passo, depois dos quarenta, ai a minha perna, ai o meu braço!"...

Como não podia deixar de ser, sempre que o reencontro, voltei a perguntar-lhe, pela enésima vez, quando é que ele tem pronta (leia-se: digitalizada...) a tal foto do tempo da tropa ou da guerra... Garantiu-me que sim, que a foto já está digitalizada pela sua filha e só ainda não a mandou porque está à espera do nº... 783 para formalmente pedir a inscrição no blogue...

Porquê este "fétiche", esta obsessão com o n.º 783?... Nós só vamos no n.º 776 (***). Faltam, portanto, 7 números para chegarmos ao 783, altura em que ele se quer inscrever... Em boa verdade, e ao ritmo de entrada de novos membros da Tabanca Grande, só daqui a dois ou três meses é que ele nos dará a honra da sua presença, sentando-se então à sombra do nosso poilão...

Ele já tinha feito essa confidência ao nosso coeditor Carlos Vinhal. E, respeitando a sua vontade, vamos ter mesmo que honrar seu pedido. Que é uma ordem, tratando-se de uma camarada da Guiné, e para mais filha da Lourinhã... Vamos então reservar esse número, o 783, para ele.

Vamos lá explicar melhor, para que não se pense que é um capricho dele... O 783 era o seu número de soldado-instruendo na recruta, em Santarém. Acabada a recruta, e quando ele se preparava para ir uns dias de férias, andava a passear com a sua Zita nas ruas de Santarém, quando passa rente a um major de cavalaria... Distraído com a namorada, mal deu conta dos galões amarelos do oficial superior que lhe fez a tangente... Mas ainda foi a tempo de se virar e de lhe bater a pala... O major continuou o seu caminho, mas, matreiro ou sacana, foi dar uma volta e, logo mais à frenre,  virou em sentido contrário  para o apanhar de frente. O Carlos desta vez não foi apanhado desprevenido e fez-lhe, corretamente, a devida continência... Mas o senhor oficial estava mesmo determinado em lixá-lo. Tirou-lhe o número (o 783) por causa da desatenção anterior.

Resultado: quando o Carlos Silvério chegou ao quartel, já tinha a participação do major... Enquanto o  resto do pessoal (cerca de 400)  foi gozar unsmerecidos  dias de licença em casa, o Carlos ficou de castigo no quartel... Seguindo depois diretamente, de Santarém para Tavira,  para o CISMI, numa penosa viagem de comboio que levou toda a noite, ...

Compreensivelmente, o Carlos Silvério "ficou com um pó" aos oficiais de cavalaria, em geral, e aos majores, em particular, nunca mais se esquecendo do seu azarento n.º 783 da recruta em Santarém. Ele é primo do tenente general reformado Jorge Manuel Silvério, nascido em Ribamar, em 1945, e já lhe contou em tempos esta peripécia que o deixou desgostoso em relação à instituição militar...

Está, pois,  explicado o "mistério" do n.º 783... e o desejo de só entrar para a Tabanca Grande depois do n.º 782...

2. Também me disse que gostou muito de ler a minha "short story" sobre o "Chez Toi" (****). Ele morava em Bissau, depois de vir do Olossato, com a Zita, já casado, justamente na rua do "Chez Toi"... Já não se lembra do nome da rua, só sabe que ia dar à  messe dos sargentos da Força Aérea (*****).

De resto, era complicado sair e entrar, numa rua "mal afamada" como aquela, sobretudo de noite, para uma jovem branca, casada, como era o caso da Zita.

Ficamos a saber, pelo depoimento do Carlos Silvério, que o "Chez Toi" existia (ou ainda existia) em 1973/74... Ele e a Zita costumavam ir ao Pelicano jantar e também comer ostras numa casa ali perto.. Eram 25 pesos uma travessa... Também costumavam comprar camarão, acabado de apanhar no Rio Geba, às vendedeiras locais que por ali passavam...

Boa noite, Carlos, fica registado o teu pedido e é hoje divulgado o teu desejo de seres o nosso grã-tabanqueiro n.º 783... Esperemos que, rapidamente, apareçam seis camaradas ou amigos da Guiné para perfazermos o teu número. Fica aqui a nossa promessa: o 783 fica reservado para ti!...

Um beijinho para a Zita, com votos de rápidas melhoras.
Um alfabravo para ti.

(LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 22 de janeiro de  2018  > Guiné 61/74 - P18241: Convívios (839): 35º almoço-convívio da Tabanca da Linha, Algés, 18/1/2018 - As fotos do Manuel Resende - Parte II: Tudo gente magnífica... "Caras novas", com destaque para o pessoal da CART 1689, camaradas dos escritores Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva

(**)  Último poste da série > 15 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17474: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca ... é Grande (108): Na Lourinhã, fui encontrar o ex-1º cabo at inf Alfredo Ferreira, natural da Murteira, Cadaval, que foi o padeiro da CCAÇ 2382 (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70)... e que depois da peluda se tornou um industrial de panificação de sucesso, com a sua empresa na Vermelha (Luís Graça)

(***) Vd. poste de 2 de agosto de 2018 >  Guiné 61/74 - P18891: Tabanca Grande (466): Manuel Gonçalves, ex-alf mil manutenção, CCS / BCAÇ 3852, Aldeia Formosa, 1971/73; ex-aluno dos Pupilos do Exército, transmontano, vive em Carcavelos, Cascais. Senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 776.

(****) Vd. poste de  4 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18895: Estórias de Bissau (18): Uma noite no Chez Toi: o furriel Car…rasco, meu anjo da guarda... (Luís Graça)

(*****) Segundo o nosso amigo Nelson Herbert,  jornalista guineense  que para a América, era aí que ele e os putos seus amigos brincavam com o seu "primeiro carro de rolamentos", utiliziando para o efeito o "declive que ia dos serviços metereológicos/Boite Cabaret Chez Toi... no cimo da então nossa rua, Engenheiro Sá Carneiro [, subsecretário de Estado das Colónias, que visitou a Guiné em 1947, ao tempo do Sarmento Rodrigue]"...  Essa rua era "a mesma da Praça Honório Barreto, do Hotel Portugal, do Café Universal, do Restaurante ou Pensão Ronda... já agora que ia dar ao cemitério, passando lateralmente pelo hospital" e indo dar "à messe dos Sargentos [da Força Aérea]"...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18241: Convívios (839): 35º almoço-convívio da Tabanca da Linha, Algés, 18/1/2018 - As fotos do Manuel Resende - Parte II: Tudo gente magnífica... "Caras novas", com destaque para o pessoal da CART 1689, camaradas dos escritores Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva


Foto nº 1 > O Armando Pires, de pé, o Jorge Rosales e o Mário Magalhães... Não sei se aquele dedo é "desafiador"... No final, até houve um cheirinho de fado, mas não na voz do "fadista de Bissorã"...


Foto nº 2 > O Armando Pires e uma "cara nova", o José Ferreira (, que vive no Barreiro, não confundir com o José Ferreira  da Silva,  do Bando do Café Progresso, Porto)...


Foto nº 3 > João Lourenço, uma "cara nova"... É membro da ONG Ajuda Amiga. Nasceu em 1944 e viveu na Guiné-Bissau até 1997 (se não erro). Fala crioulo, estudou no liceu de Bissau. O pai era empregado de uma da mais importantes casas comerciais.  Tem um irmão que foi alferes. Ele também a fez a tropa (e a guerra) no CTIG.  Fez o CSM em 1961.Foi convidado a integrar a Tabanca Grande.



Foto nº 3 > Sei que o primeiro, da esquerda, é o nosso grã-tabanqueiro Luís [Cândido Tavares] Paulino, de Algés, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 (Cacine e Cameconde, 1970/72)... Está a organizar um encontro de arromba, 4 dias, com os seus camaradas açorianos. E foi quem nos ajudou a identificar o camarada da direita: "Chama-se Joaquim Grilo e é um beirão meu conterrâneo de Gouveia, residindo há muitos anos em Lisboa. É também um ex-combatente da Guiné, aliás, já tem estado presente noutros convívios da Tabanca da Linha. Vou-te mandar o email dele".

Foto nº 4 > O Alberto Branquinho, um dos nossos talentosos escritores,ex-alf mil op esp, da "mítica" CART 1689...


Foto nº 5 > Luís Graça, editor deste blogue, e Alice Carneiro, "não tão assíduos quanto gostariam"...


Foto nº 6 > Germana (, espos do Cralos Silva, régulo da Tabanca dos Melros), Elisabete e Francisco Silva (cirurgião ortopedista, depois de passar à "peluda")


Forto nº 7 > Tenho dificuldade em  dizer "quem é quem": o casal Santos, de Lisboa, e mais uma cara nova...


Foto nº 8 > José Miguel Louro e Maria do Carmo, que também não costumam faltar


Foto nº 9 > Os inseparáveis Gina e António Marques, membros vitalícios da Tabanca da Linha... Com muita pena nossa, vão falhar este ano o XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande: é que em 5 de maio, sábado, há a festa de anos do neto mais velho... Como sempre todos os anos, o António não se esquece do fatídico dia 13 de janeiro de 1970 em que caímos os dois numa mina A/C, com o nosso Gr Comb, em Nhabijões... Pediu-me desculpa por não me ter telefonado... O mais importante é que ele não se esqueceu da trágica efeméride...



Foto nº 10 > O Zé Carioca (que fez anos no dia 21...) e a esposa, Ilda (que, pela expressão, está a "torcer o nariz" ao bacalhau à minhota...)


 Foto nº 11 >  Os magníficos  Helena e Mário Fitas


Foto nº 12 > Helder Pontes, ex-fur muil CART 1689/ BART 1913, camarada de Alberto Branquinho, José Ferreira da Silva, Francisco Machado e Alberto Sousa. A CART 1689 era conhecidaomo "Os Ciganos", tendo demabulado por toda (ou quase toda) a Guiné. Tem mais de 120 referências no nosso blogue.  Andaram por sítios como , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, entre 1967 e  1969, dando e levando porrada da grossa. Só temos um Hélder (e é Sousa, de apelido) na Tabanca Grande, e para mais nunca pegou numa... G3, era um TSF... O Pontes vai ajudar-nos a compar a secção dos H, que está muito desfalcada...



Foto nº 13 > Francisco Machado, ex- fur mil da CART 1689 / BART 1913, igualmente camarada de Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva. Fica convidado, o nosso camarada Francisco Macahdo, a sentar-se também à sombra do poilão da Tabanca Grande.


Foto nº 14 > Alberto Sousa, mais outro ex-fur mil da CART 1689 / BART 1913... É uma boa altura para convidar o Alberto a integrar as fileiras da Tabanca Grande.


Foto nº 15 > O Carlos Silvério, meu amigo, camarada, vizinho e conterrâneo... Veio com a Zita. O casal é lourinhanense... "Periquitos", na Tabanca da Linha. Ele andou pelo Olossato e por Bissau, antes de a gente fechar as portas da guerra. A Zita esteve com ele em Bissau... Já o convidei meia dúzia de vezes para se sentar à sombra do nosso poilão... Mas ele diz que prefere o sol...Lugares ao sol..., não temos na Tabanca Grande, só à sombra... Espero que ele ainda entre ao 7º convite... Ficou a ponderar: parece que o problema é a foto... fardada. Enfim, temos que compreender e respeitar quem tem alergias às fardas...


Oeiras > Algés > Restaurante "Caravela de Ouro" > 35º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha > 18 de janeiro de 2018 > Reuniu 78  dezenas de comensais (,estavam inscritos 80, houve duas desistências de última hora, por motivos de saúde)...

Publicam-se mais umas fotos do fotógrafo oficial da Tabanca da Linha, o Manuel Resende (cargo que acumula com outros: secretariado, comunicação & marketing, logística & operações, contabilidade & finanças...). Destaque para algumas caras novas, em especial do pessoal da CAT 1689,  sem esquecer os nossos "casalinhos".

Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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