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terça-feira, 26 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10077: Agenda Cultural (206): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - História e Memória(s) - 1961-1974 (Carlos Cordeiro) (12): Açorianos na Guerra do Ultramar: memórias no feminino

1. Mensagem com data de 26 de Junho de 2012 do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores e coordenador do ciclo de conferências-debate "Os Açores e a Guerra do Ultramar História e Memória(s) - 1961 - 1974*:

Caríssimo Carlos,
É para fazeres o favor de, se possível, divulgares esta conferência da Prof.ª Doutora Susana Serpa Silva, da Universidade dos Açores, que falará sobre "Açorianos na Guerra do Ultramar: memórias no feminino", satisfazendo um apelo já por várias vezes suscitado por camaradas em sessões anteriores.

Um grande abraço amigo do
Carlos




“Açorianos na Guerra do Ultramar: memórias no feminino”

Pela Prof.ª Doutora Susana Serpa Silva

No âmbito do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar: história e memória(s) – 1961-1974”, a Prof.ª Doutora Susana Serpa Silva, da Universidade dos Açores, apresentará, no próximo dia 29 do corrente (sexta-feira) a conferência “Açorianos na Guerra do Ultramar: memórias no feminino”.

Sendo certo que eram do sexo masculino os militares que intervieram na Guerra do Ultramar, o facto é que, na retaguarda – ou mesmo, em não raros casos, acompanhando os maridos nos mais recônditos aquartelamentos no meio do nada – as mulheres – mães, esposas, filhas, irmãs, noivas – resistiram, em mistos de coragem e ansiedade, medo e esperança, desânimo e fé, à incerteza do regresso, sãos e salvos, dos seus entes queridos.

Tendo em consideração esta realidade, a historiadora Susana Serpa Silva lançou o desafio a um grupo de mulheres açorianas que tiveram familiares na Guerra do Ultramar no sentido de “revisitarem” as suas memórias daquele período tão marcante das suas vidas, demasiadas vezes transportando consequências dramáticas que o próprio tempo não apagou.

É o resultado dessa investigação, pioneira nos Açores, que a Prof.ª Susana Serpa Silva irá partilhar com o público interessado, em especial com os antigos combatentes e seus familiares.

A sessão, aberta, como habitualmente, a todas as pessoas interessadas, terá lugar no Anfiteatro “C” do pólo de Ponta Delgada, com início pelas 17H30 do dia 29 do corrente.




Susana Serpa Silva é professora da Universidade dos Açores, onde se doutorou em História

Contemporânea. Integra, como investigadora, o Centro de História de Além-Mar, da Universidade Nova e Universidade dos Açores – onde coordena a Linha de Investigação Dinâmicas e Contextos do Colonialismo Português na Época Contemporânea – o Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, da Universidade dos Açores, e o Laboratório de Estudos de Emigração, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

É autora ou coautora de diversos livros e de artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.

Tem integrado equipas de diversos projetos de investigação científica nas áreas da sua especialidade.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9682: Agenda Cultural (191): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - História e Memória(s) - 1961-1974 (Carlos Cordeiro) (11): Que promessa?, pela Prof.ª Doutora Gabriela Castro, dia 30 de Março de 2012 no Anfiteatro B da Universidade dos Açores

Vd. último poste da série de 31 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9971: Agenda cultural (205): Convite para o lançamento do livro "A Viagem do Tangomau", de Mário Beja Santos, dia 19 de Junho de 2012 no Auditório da Associação Nacional das Farmácias em Lisboa

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 - P9427: Agenda Cultural (185): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (10): Intervenção da Prof. Dra. Célia Carvalho, dia 3 de Fevereiro de 2012 no Anfiteatro B da Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, dando-nos notícia de mais um acontecimento integrado no "Ciclo conferências-debates Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974, história e memória(s)":

Meu caro Carlos,
Na próxima 6.ª feira teremos a nossa sexta conferência do ciclo de conferências-debate "Os Açores e a Guerra do Ultramar: história e memória(s)". Junto a notícia, nota biográfica e foto da conferencista, cartaz, prospeto (a foto do prospeto foi amavelmente cedida pelo nosso camarada e especial amigo José Câmara - encontro da CCaç 3327 "Os Nómadas", Angra do Heroísmo, Agosto de 2011), capa do livro (foto gentilmente cedida pelo camarada Humberto Reis). Acho que está tudo... e já não é pouco, para o trabalho que te estou a dar.

Um abraço do
Carlos



Ciclo de conferências-debate
Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974
História e memória(s)

No âmbito do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memória(s)”, Célia Carvalho – Professora da Universidade dos Açores e Psicóloga Clínica/Psicoterapeuta, – proferirá, no próximo dia 3 de Fevereiro (6.ª feira), a conferência “Ressonâncias do passado com ecos no presente: tempo de fazer as pazes com a vida”.

Na mesma sessão será apresentado o livro, da autoria do antigo combatente Lino de Freitas Fraga, "Pátria porque nos abandonas? Sofrimentos de uma guerra".

A apresentação da obra estará a cargo de Carlos Cordeiro (foto à direita), coordenador da Comissão Científica do ciclo de conferências-debate.

O evento terá lugar no anfiteatro “B” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30, e estará aberto à participação de todas as pessoas interessadas.

Com início em Maio do ano transato, esta é a sexta conferência do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961¬ 1974: história e memória(s)", uma organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.



Nota biográfica da Doutora Célia Carvalho

Natural de Coimbra, Célia Maria de Oliveira Barreto Coimbra Carvalho é licenciada, mestre e doutora em Psicologia – área de especialização em Psicologia Clínica – pela Universidade de Coimbra. A partir de 2003 passou a exercer as funções de professora da Universidade dos Açores e da Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada, desempenhando, simultaneamente, atividade clínica. É também Consultora da University of Southern California, onde exerce as funções de Coordenadora Clínica das Investigações sobre as bases Genéticas da Esquizofrenia e dos Distúrbios Bipolares, a decorrer na Região Autónoma dos Açores e da Madeira. Tem integrado equipas de investigação de projetos a nível nacional e internacional.
É autora ou coautora de inúmeros artigos em revistas científicas nacionais e internacionais.

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Nota de CV:

(*) Vd. poste da última conferência-debate de 26 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9098: Agenda Cultural (171): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (9): Rescaldo da sessão do dia 23 de Novembro de 2011 (Carlos Cordeiro)

Vd. último poste da série de 24 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9393: Agenda cultural (184): Conferência "Voluntariado: Que futuro?" e Exposição de Fotografia "Rostos", fotos de rostos da crianças da Guiné-Bissau, a ter lugar no El Corte Inglês de V.N. de Gaia, dia 26 de Janeiro de 2012, pelas 17h00, na Sala de Âmbito Cultural, piso 6.

sábado, 26 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9098: Agenda Cultural (171): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (9): Rescaldo da sessão do dia 23 de Novembro de 2011 (Carlos Cordeiro)

Mensagem do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, com data de 25 de Novembro, com o rescaldo da última conferência-debate integrada no "Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974, história e memória(s)":

Caros amigos,
Como aqui foi noticiado (P9077), realizou-se na 4.ª feira, 23 do corrente, a quinta conferência no âmbito do ciclo de conferências “Os Açores e a Guerra do Ultramar: história e memória(s) – 1961 - 1974.

A sessão começou com a apresentação do livro do nosso camarada, há meses falecido, Fernando de Sousa Henriques, antigo Alf Mil Op Esp/RANGER na CCAÇ 3545/BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74) e presidente da Liga de Combatentes, Núcleo de S. Miguel. A apresentação esteve a cargo do General na reforma, Luciano Garcia Lopes (que foi comandante da 15.ª CCMDS na Guiné), que, em palavras sentidas, deu o seu testemunho sobre o carácter e personalidade do amigo Fernando Henriques e por fim leu um texto do Coronel CMD reformado Raul Socorro Folques, apresentado aquando do lançamento do livro no Continente. O irmão de Fernando Henriques, dirigiu palavras de agradecimento, quer ao Gen. Garcia Lopes, quer à Comissão Organizadora.

Seguiu-se a conferência de Jorge Félix Furtado Dias, que comandou, em 1973, um Esquadrão de Cavalaria a Cavalo no Leste de Angola, com sede no Munhango. Tratou- se de uma conferência muito interessante, até pelo desconhecimento que a maioria dos participantes tinha sobre a utilização da tropa a cavalo na Guerra do Ultramar.

Além disso, o camarada Furtado Dias utilizou um tipo de discurso acessível, acompanhado de um power-point com imagens significativas da actuação dos nossos cavaleiros no Leste de Angola. Os praças, furriéis e alferes eram de mobilização local, sendo só o capitão do Quadro Permanente. A partir da sua própria experiência como Comandante de Esquadrão salientou também os pontos fortes e fracos da intervenção da Cavalaria a cavalo naquelas circunstâncias.

O período reservado ao debate foi muito participado.

A Comissão Organizadora está já a preparar a próxima conferência, que se realizará em Janeiro.

Um abraço,
Carlos Cordeiro

A partir da esquerda: o Gen. Ref. Luciano Garcia Lopes lendo o seu texto de apresentação do livro; o Cor. Ref. Salgado Martins (membro da Comissão Organizadora) - que comandou na Guiné a CCaç 4544/73 e a 3.ª CCaç do BCaç 4612/72 - e o irmão de Fernando Henriques.

Panorâmicas da assistência

Jorge Félix Furtado Dias proferindo a sua conferência.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9077: Agenda Cultural (170): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (8): Acção a Cavalo em África, por Jorge Félix Furtado Dias, dia 23 de Novembro de 2011 no Anfiteatro C da Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9077: Agenda Cultural (170): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (8): Acção a Cavalo em África, por Jorge Félix Furtado Dias, dia 23 de Novembro de 2011 no Anfiteatro C da Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)

Mensagem de hoje, 22 de Novembro de 2011, do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, dando-nos notícia de mais um acontecimento integrado no "Ciclo conferências-debates Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974, história e memória(s)":

Vamos prosseguir com o nosso ciclo de conferências*, agora sobre a Cavalaria… a cavalo. O então capitão Jorge Furtado Dias comandou um dos esquadrões com sede no Leste de Angola e vai falar-nos da sua experiência.

Junto então a notícia, aspectos biográficos, etc.

Um grande abraço amigo do
Carlos Cordeiro


Ciclo de conferências-debate
“Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961¬ 1974: história e memória(s)”

No âmbito do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memória(s)”, Jorge Félix Furtado Dias, Superintendente-Chefe reformado, proferirá, no próximo dia 23 do corrente, a conferência “Acção a Cavalo em África”. Jorge Furtado Dias desempenhou, como Alferes e Capitão de Cavalaria, três comissões de serviço durante a Guerra do Ultramar: uma em Moçambique e duas em Angola.

O evento terá lugar no anfiteatro “C” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30 e estará aberto à participação de todas as pessoas interessadas.

Esta iniciativa teve início em Maio, sendo esta a quinta conferência do ciclo. Trata-se de uma organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.
Trata-se de uma organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.


Notas biográficas do Superintendente-Chefe Jorge Félix Furtado Dias

O Superintendente-Chefe Jorge Félix Furtado Dias nasceu em Ponta Delgada, em 1942. Em 1962 ingressou na Academia Militar, onde concluiu o curso de Oficial de Cavalaria.
Ainda como alferes, foi mobilizado, em 1966, para uma comissão em Moçambique. Promovido a capitão, em 1969, foi mobilizado, desta vez para Angola, tendo desempenhado as suas funções num Esquadrão de Cavalaria a Cavalo, na Zona Militar Leste, de onde regressou em 1972. No ano seguinte foi novamente mobilizado para Angola para comandar um Esquadrão de Cavalaria a Cavalo, tendo desempenhado também outras funções de comando, inclusive a de comandante interino de um batalhão.
A partir de 1975 desempenhou diversas funções militares nos Açores. Em 1981 foi promovido a major e em 1983 assumiu o Comando da Polícia de Segurança Pública de Ponta Delgada e o Comando Operacional de todas as forças dessa Polícia nos Açores.
Em 1987 passou a integrar os quadros da PSP como Subintendente, depois Intendente, Superintendente e por fim Superintendente-Chefe, mantendo o Comando da PSP de Ponta Delgada e dos Açores até à sua passagem à situação de reforma.
É detentor de diversos louvores e condecorações, atribuídas, quer no desempenho das suas funções como oficial de Cavalaria, quer como oficial superior da PSP.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8858: Agenda Cultural (160): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (7): Rescaldo do dia 30 de Setembro de 2011

Vd. último poste da série de 20 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9066: Agenda cultural (169): Colóquio, Arquivos do Silêncio: Alianças Secretas da Guerra Colonial, dia 29 de Novembro de 2011 às 10 horas no Colégio de S. Jerónimo - Centro de Estudos Sociais - Coimbra (José Manuel Matos Dinis)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8858: Agenda Cultural (160): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (7): Rescaldo do dia 30 de Setembro de 2011

O nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, em mensagem do dia 3 de Outubro de 2011, enviou-nos algumas fotos da Conferência-debate do dia 30 de Setembro, integrada no ciclo "Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974, história e memória(s)".

Caros e bons amigos,
Agradecendo mais uma vez a vossa generosidade no destaque que conferiram ao anúncio da conferência “Açorianos na Guerra do Ultramar: uma abordagem parcelar”, que apresentei na última sexta-feira, 30 do corrente, envio algumas fotos do evento.

Na minha comunicação, preocupei-me sobretudo em apresentar um panorama geral da participação dos açorianos nos 13 anos de guerra: Unidades mobilizadoras, número e destinos das Companhias e Batalhões, quantitativos aproximados de açorianos no Ultramar em cada ano, baixas, etc., tudo isto, naturalmente, acompanhado pela projecção de gráficos, quadros e algumas fotos.

Como se pode ver pelas fotos, a sessão foi muito participada, sobretudo por antigos combatentes, alguns acompanhados pelas esposas, mas também por outras pessoas interessadas e um número interessante de jovens alunos. O debate foi extremamente vivo, prolongando-se por cerca de uma hora e meia.

Como temos sempre referido no início de cada sessão, o período de debate não deve ficar circunscrito à temática específica de cada conferência, mas abrir-se também a outras questões e à(s) memória(s) individuais.

As comissões organizadora e científica têm já programadas novas sessões.

Um abraço amigo do
Carlos Cordeiro


A Prof.ª Doutora Gabriela Castro, Directora do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores, fazendo a apresentação do nosso amigo Carlos Cordeiro.

Carlos Cordeiro dirigindo uma palavra de agradecimento à sua Directora de Departamento.

Um aspecto da assistência.

Carlos Cordeiro na sua apresentação

Período de debate. O antigo Fur. Mil. CMD Paulo Teves (Angola, 1971-73) intervindo.

O Prof. Doutor Carlos Amaral, da Comissão Científica, dirigindo o debate.
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Notas de CV:

Vd. poste de 26 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8820: Agenda Cultural (158): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (6): Prosseguindo com o ciclo de conferências, haverá nova sessão no próximo dia 30 de Setembro de 2011, pelas 17h30 no Anfiteatro B da Universidade dos Açores

Vd. último poste da série de 28 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8829: Agenda Cultural (159): Sopros de vida, um livro de José Lemos Vale (José Eduardo Oliveira)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8820: Agenda Cultural (158): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (6): Prosseguindo com o ciclo de conferências, haverá nova sessão no próximo dia 30 de Setembro de 2011, pelas 17h30 no Anfiteatro B da Universidade dos Açores

Mensagem de hoje, 24 de Setembro de 2011, do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, dando-nos notícia de mais uma conferência integrada no ciclo conferências-debates Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974, história e memória(s):

Meus caros Luís e Carlos,
Prosseguindo com o ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar (1961-1974)” teremos uma nova sessão no próximo dia 30 do corrente. A organização é da responsabilidade do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.

Um abraço amigo do
Carlos Cordeiro




Ciclo de conferências-debate
Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974
História e memória(s)


No âmbito do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memória(s)”, Carlos Cordeiro – professor da Universidade dos Açores e antigo furriel miliciano de Infantaria, com comissão em Angola de 1969 a 1971 – proferirá, no próximo dia 30 do corrente (6.ª feira), a comunicação “Açorianos na Guerra do Ultramar: uma abordagem parcelar”. O evento terá lugar no anfiteatro “B” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30 e estará aberto à participação de todas as pessoas interessadas.

Esta iniciativa teve início em Maio, sendo esta a quarta conferência do ciclo. Trata-se de uma organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.


Notas biográficas de Carlos Cordeiro:

Natural de Ponta Delgada, Carlos Cordeiro frequentou a Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, tendo terminado os estudos secundários em 1963. Trabalhou em empresas e diversos serviços públicos, até ingressar nos CTT como funcionário administrativo. Prestou serviço militar de 1968 a 1971. Depois do seu regresso da comissão militar em Angola retornou aos estudos como trabalhador-estudante, tendo concluído, em 1981, na Universidade dos Açores, a licenciatura em História e Ciências Sociais. Foi professor do Ensino Secundário na Escola Antero de Quental, na da Lagoa e na sua velha Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada (já então rebaptizada de Domingos Rebelo). A partir de 1986 passou a leccionar na Universidade dos Açores, concluindo o Doutoramento em 1998 e prestando provas de Agregação em 2005.

A sua investigação desenvolve-se no âmbito da História Contemporânea, com especial incidência na História dos Açores. Na Universidade foi director do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais e actualmente coordena o mestrado em Relações Internacionais. É autor de vários livros e artigos em revistas da especialidade.
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Notas de CV:

(*) Vd. último poste de 28 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8613: Agenda Cultural (147): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (5): Apontamento e fotos do dia 22 de Julho de 2011

Vd. último poste da série de 23 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8814: Agenda Cultural (157): Apresentação do livro De Campo em Campo, de Norberto Tavares de Carvalho, dia 24 de Setembro de 2011, pelas 16 horas na UNICEPE, Porto

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8613: Agenda Cultural (147): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (5): Apontamento e fotos do dia 22 de Julho de 2011

Ponta Delgada / S. Miguel > Terceira sessão do ciclo de conferências “Os Açores e a Guerra do Ultramar (1961-1974): história e memória(s)”. 
Os dois conferencistas: o ex-1.º Tenente Fuzileiro Especial António Vasconcelos Raposo, de pé, no uso da palavra;  o ex-Alf. Mil. CMD Valdemiro Oliveira, sentado.


Mensagem de hoje, 28 de Julho de 2011, do nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), actualmente Professor na Universidade dos Açores, dando-nos notícia do rescaldo de mais uma conferência integrada no ciclo conferências-debates Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memória(s)*, que ocorreu no passado dia 22 de Julho, sendo conferencistas, António Vasconcelos Raposo, antigo combatente em Angola como oficial Fuzileiro Especial e Valdemiro Correia, antigo combatente também em Angola como alferes miliciano Comando:

Caro Carlos,
Como estamos na “estação calmosa” própria para “vilegiatura” mas, como se vê, o blogue não foi veranear, envio umas fotos e um pequeno texto sobre a conferência da última 6.ª feira aqui na Universidade (pólo de Ponta Delgada, S. Miguel, Açores) para veres se “cabe” no blogue*.

Já agora aproveito para te contar que, no dia da conferência, de manhã, encontrei um amigo e antigo camarada da recruta no CISMI. Disse-me logo: Carlos, logo não posso ir à sessão, pois não estarei em Ponta Delgada. Um camarada de Lisboa, que esteve comigo na Guiné, telefonou-me a alertar para a conferência e disse-lhe então que não podia ir. Como é evidente, o camarada do meu amigo só pode ter lido a notícia publicada no Luís Graça & Camaradas da Guiné, ou então no Ultramar-terraweb.

No mesmo dia, o Tomás disse-me que tinha recebido um e-mail de um amigo do Canadá a pedir-lhe informações sobre a conferência, etc. Interessante isto. Ou será que “o Mundo é pequeno…”?

Um abraço amigo do
Carlos


Apontamento e fotos do dia 22 de Julho de 2011

Na última sexta-feira, lindíssimo dia de Verão, convidando a uma ida à praia ao fim da tarde, mais de quatro dezenas de pessoas quiseram marcar presença na terceira sessão do ciclo de conferências “Os Açores e a Guerra do Ultramar (1961-1974): história e memória(s)”, como que a incentivar os organizadores a prosseguir com o projecto de partilha de memórias e debate de estudos e investigações sobre tão marcante período da nossa História (e das nossas vidas).

A sessão, coordenada pela Prof.ª Doutora Susana Serpa Silva, membro da Comissão Científica, constou da apresentação da conferência “A Guerra Colonial: do emocional à exigência histórica do racional, a visão de dois oficiais da tropa de elite”, a cargo dos antigos combatentes em Angola (1973/75) António Vasconcelos Raposo, ex-1.º Tenente fuzileiro especial e Valdemiro Oliveira, ex-alferes miliciano “Comando”.

Como não tenho ainda na minha posse as comunicações escritas (estamos a pensar reunir todas as conferências em livro, se for possível), prefiro não tentar resumir os discursos de cada um dos oradores, pois podia desvirtuar os seus pontos de vista. Posso, no entanto, dizer que apontaram sobretudo para o segundo termo do subtítulo do ciclo: “memória(s)”. Por isto mesmo, foram comunicações emotivas e contagiantes, que despertaram um debate acalorado, sobretudo a propósito da complexidade das situações vividas no TO de Angola no pós-25 de Abril, tendo sido destacado o facto de, após o 25 de Abril, ainda terem morrido mais de cinco centenas de camaradas nos três TO.

Um dos camaradas da assistência relembrou, emocionado, a raiva que sentiu ao desembarcar no aeroporto de Figo Maduro em data posterior ao 25 de Abril, no termo da comissão. A sua companhia foi insultada com epítetos como fascistas, colonialistas, traidores, etc., tendo sido difícil conter a reacção dos soldados que se sentiam ultrajados depois de terem sofrido, na carne e no espírito, tamanhos sacrifícios no cumprimento do que consideraram ser o seu dever patriótico.
A sessão decorreu entre as 17H30 e as 20H00.

Panorâmica da assistência

Outra panorâmica da assistência. Note-se a significativa presença de senhoras.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 20 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8576: Agenda Cultural (144): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (4) (Carlos Cordeiro)

Vd. último poste da série de 25 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8602: Agenda cultural (146): Reportagem, na TVI, em data a anunciar, sobre a expedição Latitude Zeroº - Rota Ingoré 2011 (24 de Fevereiro / 4 de Março de 2011)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8576: Agenda Cultural (144): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (4): Convite para o dia 22 de Julho de 2011



1. Em mensagem de hoje, 20 de Julho de 2011, o nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), actualmente Professor na Universidade dos Açores, dá-nos notícia de mais uma conferência integrada no ciclo conferências-debates Os Açores e a Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memória(s)*, desta vez a cargo de António Vasconcelos Raposo, antigo combatente em Angola como oficial Fuzileiro Especial e Valdemiro Correia, antigo combatente também em Angola como alferes miliciano Comando.


Ciclo de conferências-debate
“Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961 - 1974: história e memória(s)”

No âmbito do ciclo de conferências-debate “Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s)”, António Vasconcelos Raposo, antigo combatente em Angola como Oficial Fuzileiro Especial e Valdemiro Correia, antigo combatente também em Angola como Alferes Miliciano “Comando”, proferirão, no próximo dia 22 do corrente (6.ª feira), a conferência “A Guerra Colonial: do emocional à exigência histórica do racional, a visão de dois oficiais da tropa de elite”. O evento terá lugar no anfiteatro “C” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30 e estará aberto à participação de todas as pessoas interessadas.

Trata-se de uma organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores, que teve início em 6 de Maio p. p., com a conferência do Ten-Gen. Alfredo da Cruz “A Força Aérea na Guerra do Ultramar: experiência de um piloto de combate”, a que seguiu a do Coronel José M. Salgado Martins, “O Exército na Gerra do Ultramar: experiência de um comandante de companhia.

Notas biográficas do Dr. António Vasconcelos Raposo

António Jacinto Branco Vasconcelos Raposo Nasceu em Ponta Delgada, São Miguel em 1950. Depois de frequentar o então Liceu Nacional de Ponta Delgada, rumou a Lisboa, onde se licenciou em Educação Física. Na Faculdade de Motricidade Humana, concluiu o mestrado em Ciências do Desporto, na vertente de Alto Rendimento em Natação. É treinador Superior e de nível 4, tendo preparado atletas de alta competição que alcançaram importantes êxitos desportivos.

Cumpriu o serviço militar obrigatório como oficial Fuzileiro Especial tendo cumprido uma comissão de 1973 a 1975 em Angola, no Leste.

É autor de diversos livros sobre questões ligadas ao desporto, sobretudo no âmbito do ensino e treino de natação.

No corrente ano publicou, na Sextante, o livro Até ao fim. A última operação”, um romance inspirado em factos reais vividos pelo autor na guerra.

No âmbito do desempenho profissional recebeu vários louvores e condecorações.

Notas biográficas do Dr. Valdemiro Correia

Valdemiro Correia natural de S. Roque, Ponta Delgada, estudou na Escola Industrial e Comercial local. Licenciou-se em Educação Física e concluiu o mestrado em Ciências da Educação. Foi professor do Ensino Secundário e também colaborador da Universidade de Évora.
Prestou serviço militar em Angola, em 1974, como Alferes Miliciano da 42.ª Companhia de Comandos. Passou à disponibilidade em 1975.
Em 2008, publicou o seu primeiro livro: A Fisga, em que relata as suas experiências em três fases da vida: as de rapaz e jovem da freguesia tão característica como a de S. Roque, a de Cadete, na sua preparação militar para a guerra, e a de Alferes, Comandante de um Grupo de Combate da 42.ª Companhia de Comandos em Angola.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 8 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8390: Agenda Cultural (130): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (3) (Carlos Cordeiro)

Vd. último poste da série de 15 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8559: Agenda Cultural (143): Cartas de Amor e Saudade, por Manuel Botelho, no Centro Cultural de Cascais até ao dia 28 de Agosto de 2011 (Mário Beja Santos)

sábado, 11 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8407: Agenda Cultural (132): Colóquio/Debate - Os Filhos da Guerra Colonial: pós-memória e representações, dias 14 e 15 de Junho de 2011, no Auditório do CIUL; CES-Lisboa (Forum Picoas-Plaza) (José Barros)

1. Mensagem do nosso camarada José Ferreira de Barros (ex-Fur Mil At Cav, CCav 1617/BCav 1897, Mansoa, Mansabá e Olossato, 1966/68), com data de 11 de Junho de 2011:

Amigo Carlos Vinhal
Nos próximos dias 14 e 15 vai realizar-se no Fórum Picoas um Colóquio /Debate Sobre:

Os filhos da Guerra Colonial:
Pós-memórias e representações


Este trabalho de pesquisa foi realizado pela UC sobre a orientação da investigadora Professora Doutora Margarida Calafate Ribeiro.

Eu, e as minhas filhas também demos algum contributo para este trabalho.

Envio o programa do Colóquio.

Será que isto tem algum interesse de publicação? Tu melhor do que ninguém saberás o que fazer.

Um grande abraço
José Barros





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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8406: Agenda Cultural (131): Lançamento do livro Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial, dia 15 de Junho de 2011, pelas 19 horas, no Auditório CIUL / Forum Picoas Plaza, Lisboa (José Brás)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5676: Agenda cultural (56): Beja Santos e Luís Graça, hoje, às 15h, em Oeiras, em colóquio-debate sobre Fim do Império - Olhares Civis




Tal como já foi anunciado (*), realiza-se o 4.º Encontro do 2.º Ciclo de Colóquios-debates Fim do Império - Olhares Civis, hoje,  dia 19 de Janeiro de 2010,  às 15 horas na Livraria-Galeria Municipal Verney / Colecção Neves e Sousa, em Oeiras:

Apresentação do  Diário da Guiné, 1968-1969, na Terra dos Soncó, do Dr. Mário Beja Santos (Circulo de Leitores; Temas & Debates, 2008, 365 pp.), com o autor e o Dr. Luís Graça, fundador e editor principal do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Entrada livre.


Livraria-Galeria Municipal Verney (Imagem à esquerda)
Rua Cândido dos Reis, nº 90/90A
2780 – 211 Oeiras
Tel. 21 440 83 91 / Fax 21 440 84 81
e-mail: verney@clix.pt

Acessibilidades:

Estações da C.P. – Santo Amaro e Oeiras

Autocarros – 106, 111, 112, 115, 122, 467, 471 e 482

Parque de estacionamento:

Traseiras da Verney, entrada pela Av. Copacabana, gratuito de sábado às 13h00 até final de domingo.
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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 3 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5582: Agenda cultural (52): 4.º Encontro do 2.º Ciclo de Colóquios-debates "Fim do Império-olhares civis", dia 19 de Janeiro em Oeiras

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Guiné 63/74 - P2964: A guerra estava militarmente perdida? (21): A Guerra estava militarmente perdida. Por mim, final da polémica (Mário Beja Santos)

A Guerra estava militarmente perdida?

Mensagem do Mário Beja Santos, de 12 de Junho.

Final da polémica sobre uma guerra militarmente perdida

Caro Luís Graça, caro Graça Abreu, caros Tertulianos,

Dou hoje por finda a minha intervenção numa polémica cujos os elementos essenciais rememoro: escrevo uma nota sobre uma biografia do Marechal Costa Gomes, falo da Guiné em colapso militar a partir de 1973, o Graça Abreu considera a frase manifestamente infeliz e aduz argumentos sobre os meios militares ao dispor das nossas tropas, refere as nossas posições e as do inimigo, e atrela-me às teses das tendências esquerdistas para justificar o abandono precipitado da Guiné, recomendando-me humildade.

Na sequência, e tendo de imediato esclarecido que era inaceitável considerar que a Guerra da Guiné estava militarmente perdida por razões do comportamento das nossas tropas, justificando sempre a chegada de armamento tecnologicamente superior e a previsão de meios aéreos muitíssimos superiores aos que dispúnhamos.

De todas as peças, independentemente da sua publicação, fui dando conhecimento ao outro polemista, procurei mantê-lo informado das minhas posições. Creio que estamos na recta final e as nossas posições mantêm-se inamovíveis. Parece-me útil oferecer a bibliografia que utilizei a todos os tertulianos, resumir as minhas teses e avançar as considerações quanto à razão de ser desta polémica.

Primeiro, a bibliografia que reputo como essencial. "A Guerra de África, 1961-1974", em dois volumes, por José Freire Antunes, Círculo de Leitores, 1995, inclui depoimentos que considero indispensáveis.

É ali que vamos encontrar referências ao recuo nas zonas fronteiriças, por incapacidade de resistir aos morteiros 120. É ali que Rui Patrício, ministro dos Negócios Estrangeiros de Marcello Caetano, aborda a independência da Guiné.

É ali que se encontram depoimentos interessantes acerca de 1973 e 1974, é o caso de Diogo Neto, Costa Gomes, Silva Cunha, Carlos Fabião, Jaime Neves, Almeida Bruno, Manuel dos Santos. "Nixon e Caetano, promessas e abandono", por José Freire Antunes, Difusão Cultural, 1992, é extremamente útil para perceber a mitologia do federalismo spinolista em Cap Skiring, em Maio de 1972, as negociações das Lajes transformadas num diktat de Nixon, o falhanço da compra de armamento compatível com os Strella. Nesta matéria, é recomendável ler o livro "Dez anos em Washington, 1971-1981", por João Hall Themido, Publicações D. Quixote, 1995. Nesta obra, o leitor é confrontado com o tom desesperado das autoridades portuguesas que procuram meios aéreos, mísseis de diferente porte e outro armamento sofisticado, tudo recusado nos EUA, também sob o pretexto de que a NATO e os parceiros europeus se opunham à política colonialista de Portugal.

Poderá ser igualmente útil consultar "O Antigo Regime e a Revolução, 1941-1975", de Diogo Freitas do Amaral, Círculo de Leitores, 1995, nestas memórias o professor de Direito refere claramente a postura de Marcello Caetano nos dois meses subsequentes ao 25 de Abril, alegando que os militares se recusavam a combater.

Igualmente importante considero "Marechal Costa Gomes, No centro da tempestade", por Luís Nuno Rodrigues, A Esfera dos Livros, 2008 e "Costa Gomes, O Último Marechal", entrevista de Maria Manuel Cruzeiro, Editorial Notícias, 1998. A única história contemporânea de Portugal que analisa os acontecimentos em torno da derrocada da Guiné, tanto quanto sei é a história de António José Telo, II volume, Editorial Presença, 2008.

Segundo, de acordo com as leituras que pude fazer e que baseiam a opinião que formei, um feixe de fenómenos por vezes desencontrados convergiram para os acontecimentos de 1973-1974 e que levaram ao baqueamento da Guiné:
- uma gradual capacitação militar do PAIGC sem contrapartida em novas tecnologias e armamento militar;
- uma progressiva desvinculação de potências até então apoiantes de Portugal, com destaque para os EUA;
- um fenómeno de descontentamento nos oficiais do quadro permanente que se apoiaram em Costa Gomes e Spínola, com progressivo descrédito das posturas governamentais;
- uma crise acelerada na economia portuguesa depois da Guerra dos Seis Dias, que culminou numa inflação galopante e num manifesto descontentamento dos mercados financeiros, dos oligopólios e dos capitães da indústria do regime marcelista;
- a procura desesperada de um cessar fogo por parte do governo de Caetano;
- e, nos dias imediatos ao 25 de Abril, uma organização de grupos das forças armadas na Guiné que iniciaram conversações com o PAIGC, muito antes do MFA ter vindo a intervir, o que comprova qualquer descrença nas soluções militares que só são possíveis quando há o equilíbrio que o Graça Abreu quer dar como provado e irremediavelmente estava perdido.

Terceiro, o que pode levar homens como nós a analisar, por vezes com tanta paixão, o que se passou na Guiné, há pouco mais de trinta anos? O que nos pode levar ao delírio de falar em teses esquerdistas quando uma boa parte da bibliografia e os próprios apaniguados de Caetano levam na enxurrada os factos provados do Graça Abreu? O que nos pode levar a falar em quartéis abandonados ou abandonáveis? Como é aceitável que se esgrima com o MIGs do PAIGC dizendo que são argumentos nunca concretizados no terreno?

É porque muita desta matéria tem a ver com o 25 de Abril, é uma questão profundamente ideológica. O 25 de Abril aprofundou-se com tudo quanto se passou na Guiné, não houve a traição que fala a extrema direita nem o cansaço que insinua a direita, nem a incapacidade de se encontrar uma solução política para um problema que não tinha solução militar.
Quando Spínola encontra Senghor e propõe que ele seja medianeiro no projecto de uma autonomia da Guiné a 10 anos, já era tarde dada a mobilização do PAIGC. Aliás, não deixa de ser cómico falar-se em teses federalistas e nunca se auscultar a opinião dos quadros do PAIGC, como se esta fosse irrelevante ou secundária.

O PAIGC dispunha de armamento sofisticado e era um país independente reconhecido internacionalmente. Não vale a pena mistificar sobre o significado dos "territórios libertados", com tal vencimento ainda hoje não se tinha avançado para pôr termo ao conflito israelo-palestiniano.

Não quero, porém, deixar de reconhecer que o argumento da Guiné militarmente perdida pode ser traumático por quem combateu e não foi informado sobre a evolução da situação militar a partir da chegada dos mísseis Strella. O que me parece obsceno é querer pôr uma esponja sobre as negociações desesperadas de quem procurava comprar armamento e via os aliados de Portugal fechar-lhes as portas.

Agradeço a todos os tertulianos a paciência que tiveram em ler-me e por acompanharem as diferentes peças desta controvérsia que não tem final feliz nem infeliz. Limitei-me aos termos de uma polémica que tem um tempo, a chegada de armamento sofisticado ao PAIGC, e um desfecho, a libertação de Portugal e a independência de facto da Guiné.

É a minha questão ideológica, é este o meu olhar sobre o 25 de Abril, nas ciências sociais não se cita nem se invoca só para convencer ou emocionar os outros, cita-se e invoca-se para que os outros tenham juízo próprio dentro da razão. Por isso polemizamos.

Um abraço a todos do

Mário Beja Santos
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Notas:

1. Edição da responsabilidade de vb

2. Artigos relacionados em

19 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2962: A guerra estava militarmente perdida? (20):Um Fraco Rei Faz Fraca a Forte Gente (António Graça de Abreu)

18 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2959: A guerra estava militarmente perdida? (19): MIGS e Aliados. Juvenal Amado. M. Beja Santos.

17 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2954: A guerra estava militarmente perdida? (18): José Belo.

14 de Junho de 2008>
Guiné 63/74 - P2941: A guerra estava militarmente perdida? (17): E. Magalhães Ribeiro.

13 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2937: A guerra estava militarmente perdida? (16): António Santos,Torcato Mendonça,Mexia Alves,Paulo Santiago.

12 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2932: A guerra estava militarmente perdida? (15): Uma polémica que, por mim, se aproxima do fim (Beja Santos)

12 de Junho de 2008> Guiné 63/74 - P2929: A guerra estava militarmente perdida? (14): Estávamos fartos da guerra e a moral nã era muito elevada. A. Graça de Abreu.

3 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2913: A guerra estava militarmente perdida? (13): Henrique Cerqueira.

31 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2907: A guerra estava militarmente perdida? (12): Vítor Junqueira.

29 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2899: A guerra estava militarmente perdida? (11): Correspondência entre Mexia Alves e Beja Santos.

28 de Maio de 2008 >Guiné 63/74 - P2893: A guerra estava militarmente perdida? (10): Que arma era aquela? Órgãos de Estaline? (Paulo Santiago)

27 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2890: A guerra estava militarmente perdida? (9): Esclarecimentos sobre estradas e pistas asfaltadas (Antero Santos, 1972/74)

25 de Maio > Guiné 63/74 - P2883: A guerra estava militarmente perdida ? (8): Polémica: Colapso militar ou colapso político? (Beja Santos)

[Por lapso, houve um salto na numeração, não existindo os postes nº 7 e 6 desta série ]

22 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2872: A guerra estava militarmente perdida ? (5): Uma boa polémica: Beja Santos e Graça de Abreu

15 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2845: A guerra estava militarmente perdida ? (4): Faço jus ao esforço extraordinário dos combatentes portugueses (Joaquim Mexia Alves)

13 de Maio de 2008 > Guiné 73/74 - P2838: A guerra estava militarmente perdida ? (3): Sabia-se em Lisboa o que representaria a entrada em cena dos MiG (Beja Santos)

30 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2803: A guerra estava militarmente perdida ? (2): Não, não estava, nós é que estávamos fartos da guerra (António Graça de Abreu)

17 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2767: A guerra estava militarmente perdida ? (1): Sobre este tema o António Graça de Abreu pode falar de cátedra (Vitor Junqueira)

Guiné 63/74 - P2962: A guerra estava militarmente perdida? (20):Um Fraco Rei Faz Fraca a Forte Gente (António Graça de Abreu)

República Popular da China > Pequim > O António Graça de Abreu na praça Tianamen

Foto: © António Graça de Abreu (2008). Direitos reservados.

Meus caros Luís Graça, Virgínio Briote e Carlos Vinhal

Envio mais um pequeno contributo para a polémica da "guerra militarmente perdida." Apenas com um objectivo, o de nos conhecermos todos melhor.
Um abraço,
ex-Alf Mil
CAOP 1
1972/74
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"Um fraco rei faz fraca a forte gente"

por António Graça de Abreu

"Nós, Portugueses (…) oscilamos entre o 'eu sou o maior' e o 'eu não sou ninguém'. Em suma, não sabemos quem somos. Não temos um mapa real. E seria fundamental tê-lo. Para a nossa vida social, política e afectiva. Porque Portugal precisa urgentemente de saber a sua exacta medida. E não oscilar entre a tendência para o pequenino e a megalomania."
Júlio Gil, Jornal de Letras, nº. 752, 19 de Janeiro de 2005, pag. 14.


Meus caros tertulianos e amigos:

Comecei a escrever um Diário com quinze anos de idade e nunca mais parei de o fazer. Fui agora buscar mais uma página do que chamo o "meu diário secreto" onde registei uma citação de Jorge Luís Borges, o argentino excelente:
"O passado é argila que o presente molda à vontade." Logo de seguida, na mesma página, no dia 29 de Setembro de 2001, alinhei a seguinte prosa:

Leio no Expresso, em texto do director José António Saraiva:

"Há muitos anos que as formas clássicas de fazer a guerra vêm a ser postas em causa. (…) Veja-se o que aconteceu na Guiné onde o exército português foi irremediavelmente batido. (a 22 Set. 2001).
Há a ideia construída e generalizada em muitas boas mentes de que a guerra da Guiné estava perdida pelos portugueses e ganha no terreno pelo PAIGC. Trata-se de um juízo refinadamente mentiroso. Não é verdade, mas de tão repetido, começa a sê-lo. Hei-de fazer algo para repor a verdade da História. Tenho os documentos e as vivências plenas desses dois últimos anos 1972-74. É só dar testemunho. E é preciso.

Há setenta anos atrás, explicava o nosso António Aleixo, poeta popular de Loulé, que:

P’ra mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.

Hoje, Junho de 2008, o problema da derrota militar, a questão do "exército português irremediavelmente batido" na Guiné, não é nova, existem umas dezenas de textos em livro com abordagens ao tema. O problema tem enformado (ou deformado) as mentes de incontáveis pessoas que, do poleiro do seu azedume, pelo inchaço da nostalgia do colonialismo e da sagrada defesa da Pátria, pelo gosto muito português da auto-flagelação, pela ausência de um mínimo de auto-estima, por falta de respeito pela História, por razões políticas e ideológicas, tentam, por magia, transformar as tropas portuguesas na Guiné, nos anos de 1973/74, ora num imenso bando de heróis, ora numa chusma de cobardes, de calças na mão, incapazes de responder militarmente aos ataques do PAIGC, com armamento inferior, em colapso militar, enfim uma guerra militarmente perdida.

Isto não é verdade.

Há muita gente que confunde o que de facto aconteceu, há quem acredite ainda no sonho irrealizável de um obsoleto império colonial (estas pessoas, felizmente poucas, não costumam aparecer no nosso blogue), e há uns tantos que pugnam por uma derrota militar em toda a linha. Trinta e quatro anos depois, estas afirmações continuam a ser um desprazer para muitos de nós, dezenas de milhares de homens que participámos na fase final de uma guerra injusta, numa pátria que não era a nossa, no tempo errado da História. Sei também que temos todas as razões para assumirmos que saímos da Guiné de cabeça levantada, com traumas, naturalmente, mas sem remorsos nem retardados actos de contrição.

Vamos à questão da derrota militar.

Volto a repetir, não estamos a falar de política. No caso do colapso das tropas portuguesas, estamos a falar de uma derrota no campo militar, repito militar, ou seja, um dos contendores (PAIGC) era militarmente mais forte do que o outro, nós, e consequentemente derrotou-nos, obteve vitória após vitória no terreno de luta, nós recuámos, eles avançaram, houve um "exército português (já agora, também uma marinha e uma força aérea) irremediavelmente batido", como escreve José António Saraiva no Expresso.
Eu acredito que, neste editorial do Expresso, o então director do mais importante semanário português está a falar do que não sabe ao referir um "exército português irremediavelmente batido" pelas tropas do PAIGC.

Em 2006, fui recuperar o meu Diário da Guiné, 1972/1974, e publiquei-o. Desculpem-me a vaidade, ajustei contas com a História, a nossa, a minha história. Está lá quase tudo sobre esse período das nossas vidas, singularmente num enquadramento ideológico de uma certa esquerda radical que na época prevalecia nas nossas mentes e universidades, ideologia que chegou à Guiné e que assumi então, facto de que não me arrependo, nem um bocadinho.

De regresso ainda às teses "do colapso militar, da superioridade em armamento do PAIGC, do exército português irremediavelmente batido", porque as confusões subsistem, volto a inserir o seguinte texto já utilizado por mim aqui no blogue mas que, creio, merece uma segunda leitura.

Leopoldo Amado em entrevista a Aristides Pereira, pergunta-lhe: "Por altura do 25 de Abril de 1974, o PAIGC tinha uma capacidade militar maior que as tropas coloniais?"
Aristides Pereira: "Maior, não diria, na medida em que estavam bem apetrechadas, tinham uma logística mais bem montada que a nossa, para além de um número superior de efectivos do que nós. A verdade é que no fim o soldado português já estava mal; estava farto daquilo."
Vamos ler outra vez.

Aristides Pereira, um dos dirigentes máximos do PAIGC, recorda que, por altura do 25 de Abril, a capacidade militar do PAIGC era inferior à das tropas portuguesas, diz-nos que a logística das tropas portuguesas estava mais bem montada do que a do PAIGC, confirma ainda que o número de efectivos das tropas portuguesas era superior ao dos seus guerrilheiros.
E conclui, com naturalidade, que nós portugueses (eles também, PAIGC, digo eu!) estávamos fartos da guerra.

É espantoso que depois de um dirigente do nosso "inimigo" reconhecer honestamente que a capacidade militar, a logística e número de efectivos das tropas portuguesas era superior ao dos seus combatentes, tenhamos ainda de ouvir umas tantas almas portuguesas iluminadas que nos vêm explicar que os guerrilheiros possuíam maior capacidade militar, que o armamento do PAIGC era superior, e que "o exército português" havia sido "irremediavelmente batido".
E depois o Mário Beja Santos ainda nos vem dizer: "Por favor não se insinue que os militares portugueses estiveram associados ao colapso."

Por vias travessas, a questão é mesmo esta, os militares portugueses não estiveram associados ao colapso porque não houve nenhum colapso militar. Há pessoas que gostam de entrar no reino do surreal, da confusão, da inversão do entendimento e dos valores.

Vamos ler Mário Beja Santos, no nosso blogue, post 2959, a 18 de Junho de 2008:

"Primeiro foi a dupla Nixon/Kissinger que decidiu a perda da supremacia militar. Circunstâncias? Tudo aquilo que se passou depois de 6 de Outubro foi decisivo para o colapso militar da Guiné."

6 de Outubro de 1973? Uma dupla de senhores importantes em Washington a decidir a supremacia militar do PAIGC sobre as tropas portuguesas?

Meus caros tertulianos, meus queridos amigos, para esta fase final da guerra da Guiné, penso que não será de dar muita importância às congeminações, às previsões, às hipóteses, às insinuações, às possibilidades, ao que eventualmente podia, ou poderia, acontecer, ao conhecimento livresco das situações adquirido no sofá de Lisboa, a 4.000 quilómetros da Guiné, dos lugares onde a guerra acontecia.

Interessa-me o que realmente aconteceu, os factos, a leitura do quotidiano, o rigor, a análise das sensibilidades e do poder das forças em presença.
É assim nas Ciências Sociais e na História. Tenho um mestrado (1999) em História da Expansão e dos Descobrimentos Portugueses, pela Faculdade de Letras de Lisboa, e três livros publicados na área da História. Isto não me dá grande autoridade para falar como conhecedor da História, mas não façam de mim parvo.

De resto, para aquilo que modernamente se chama conceptualizar, para as sínteses conjunturais, (Fernand Braudel, os homens da Nova História explicaram isto há já muitos anos), para a abordagem global de um dado momento histórico, necessitamos de conhecer bem os pormenores, a história dos quotidianos, das mentalidades, etc. É por isso que este blogue do Luís Graça é importante.
Do emaranhado de opiniões, do particular passa-se para o geral, começamos a conhecer o todo porque entendemos as pequenas partes que juntas começam a constituir esse mesmo todo. E não podemos falsificar dados, nem inventar factos. Porque o próprio corpo da História, com o passar dos anos, os irá rejeitar.

Eis um exemplo de como, partindo do particular, podemos chegar ao entendimento da globalidade.

Nos posts 2940 e 2941 de 15 de Junho de 2008, o nosso amigo e tertuliano ex-furriel miliciano Eduardo Magalhães Ribeiro, o homem que arriou a última bandeira portuguesa a flutuar na Guiné, na cerimónia de entrega de poderes ao PAIGC, em Mansoa, a 09.07.1974, pois o Eduardo contribui com quatro achegas importantes para a compreensão do tema da guerra militarmente perdida pelos portugueses, do colapso militar, da vitória militar do PAIGC.
A primeira é uma entrevista com o comandante Rebordão de Brito, ao jornal O Diabo, em data não referenciada, mas é um documento autêntico. Cito apenas um excerto:

"Em Junho de 1974, quando da entrada dos primeiros elementos do PAIGC estes se apresentavam na sua maioria esfarrapados e com péssimo aspecto. Aliás, ao conversar na altura na povoação de Cacine com o comandante da sua Marinha (Pedro Gomes) este confessou-me que dificilmente o seu partido aguentaria mais um ano de luta. Esta confissão é sem dúvida corroborada pelo insistente pedido feito às nossas autoridades para que se procedesse ao imediato desarmamento das forças africanas."
Estará Rebordão de Brito a mentir? Isto são posições da extrema-direita?
Depois, o Eduardo Magalhães Ribeiro, com fotografia e tudo, em Mansoa mostra um furriel do Batalhão 4612 a entregar uma metralhadora HK 21 a um guerrilheiro do PAIGC, para a segurança e defesa de Mansoa nesse dia histórico para a Guiné.
Têm andado por aí umas tantas boas almas a apregoar que os combatentes do PAIGC dispunham de armamento em quantidade e qualidade muito superior ao da tropa portuguesa? Afinal, num dia tão importante, os guerrilheiros precisaram que lhes emprestássemos, ou oferecêssemos, umas tantas HK 21.
Outra questão, essas armas e essa segurança eram para o PAIGC se defender de quem? De nós, portugueses, não era, de uma FLING, mito ou realidade, também não acredito muito. Então era de quem? Não seria das tropas guineenses que haviam combatido ao lado dos portugueses, eram mais numerosas do que os guerrilheiros e ainda não haviam sido totalmente desarmadas? Isto explica, creio, os fuzilamentos posteriores dos comandos africanos, milícias e não só.
O Eduardo Magalhães Ribeiro conta mais uma história curiosa. Diz:

"Outro facto de que me recordo perfeitamente, pelo espanto que me provocou foi que, ao contactar com vários guerrilheiros do PAIGC, que faziam parte da guarda de honra nesse dia, verifiquei que um grande número deles não entendiam nada de português, e nada ou quase nada de crioulo.
Só entendiam e falavam francês.
De onde são vocês? - perguntei eu.
- Somos da Guiné-Conacry!"

O Eduardo afirma que se recorda perfeitamente desta conversa e eu acredito nele, embora reconheça que alguns dos ex-combatentes na Guiné sofrem hoje de alucinações e são capazes de inventar factos e situações apenas possíveis em mentes doentias.
A questão das tropas da Guiné-Conakry a combater e a misturar-se com o PAIGC também é importante.

O Amílcar Cabral defendia a chamada tese do dominó, ou seja, os aquartelamentos de fronteira na Guiné Portuguesa iriam ser conquistados um a um, (corrijam-me se estou enganado) obrigando-se a tropa portuguesa a refugiar-se no interior do território. Para isso contava com o apoio das bases do PAIGC no Senegal e na Guiné-Conakry (tudo fora da actual Guiné-Bissau) e com a ajuda de, pelo menos, o exército da Guiné-Conakry.
Foi o que aconteceu em Maio de 1973 em Guidage, Guileje e Gadamael. Os três aquartelamentos foram quase cercados e atacados com uma força brutal. Registaram-se as maiores batalhas (talvez exceptuando a do Como, em 1964) da guerra da Guiné, com um rol de mortos, feridos e sofrimento que perdura na memória de muitos de nós.
Gadamael, tal como Guileje, foi atacada com canhões M 50 que tinham um alcance de 30 quilómetros (corrijam-me se estou a errar), com foguetões 122, morteiros 120 (uma arma temível), canhões sem recuo, etc. Os guerrilheiros cumpriam a sua obrigação, lutavam contra o inimigo que éramos nós, a tropa portuguesa. Mas (este mas é importante!) quase sempre as suas bases de fogo, nos ataques a estes aquartelamentos situavam-se do lado de lá da fronteira e, no caso concreto de Guileje e Gadamael, o exército da Guiné-Conakry deu uma boa ajuda ao PAIGC.

Tivemos recentemente aqui no blogue a descrição cruenta do doloroso inferno de Gadamael feita por um sargento ex-pára-quedista deficiente das forças armadas, chamado Carmo Vicente.
Pelo que li e foi escrito em livro, de memória, muitos anos depois, o Carmo Vicente, embora lhe reconheça a autenticidade da descrição, não me merece grande respeito. Entre outros, ele insulta por exemplo, a 38ª Companhia de Comandos, acusando-a na altura da cobardia de "estar há mais de ano em Bissau" quando em Maio de 1973 os homens da 38ª CCmds acabavam de chegar de Guidage, com um morto e dois feridos graves. Enfim, as pessoas, deficientes ou não, devem ter respeito por si próprias e pelos outros. Fiquemos por aqui.

Mas a batalha por Gadamael, tal como a de Guidage e até a de Guileje, tão faladas e descritas no nosso blogue, – talvez para provar que a força militar do PAIGC era enorme e que a guerra estava militarmente perdida – provam exactamente que a força militar do PAIGC, a atacar, a bombardear de fora do território da Guiné, auxiliado pelo exército da Guiné-Conacry, assustou, destruiu, matou mas afinal não venceu.
Quem ganhou as batalhas por Guidage e por Gadamael foram ou não foram as tropas portuguesas, os pára-quedistas em Gadamael? É um facto importante que o Carmo Vicente se "esqueceu" de incluir no seu relato? Falo do que aconteceu no terreno, em termos militares. Em Guileje houve o abandono de um dos contendores. Foi este o único aquartelamento que o PAIGC pode considerar ter "conquistado".
A tese do dominó, de Amílcar Cabral, não teve comprovação prática. Os portugueses (eu sei, à custa de quantos sacrifícios!) continuaram com os aquartelamentos de fronteira. O Carmo Vicente fala nos seis aviões Fiats que bombardeavam os guerrilheiros em volta de Gadamael, já em Junho de 1973. Isto significa que um mês e picos depois dos cinco aviões abatidos pelos Strella do PAIGC, os Fiats voltavam a voar, a bombardear e a acertar nos alvos IN.
A guerra não estava militarmente perdida. A sobrevivência de Gadamael deve muito à força aérea.

Podemo-nos questionar, porquê e para quê tanta luta, tantos mortos, tanto sofrimento? A resposta a estas questões é de natureza política e não militar, tem a ver com a essência do conflito em termos políticos e ideológicos. Portugal teve a pouca sorte de ser governado por Salazar e por Marcello Caetano.
Regressemos à "derrota militar" das tropas portuguesas.

É verdade que em Julho de 1973 o governador António de Spínola falou na "contingência de um colapso militar", dado o grande poder de fogo IN sobre os aquartelamentos de fronteira, e pediu mais armas a Marcello Caetano. Falou na "contingência de", não de um "colapso militar".
E o colapso militar não se veio a concretizar. Digo isto com toda a simplicidade, eu estava lá, na Guiné, 1973/74, em Cufar, a trinta quilómetros de Gadamael e Guileje, eu e mais 40.000 portugueses espalhados pelo território e não assistimos, nem participámos em nenhum colapso militar.

De resto, ainda uma palavrinha sobre António de Spínola. Foi um homem de confiança do regime, pelo menos até 1972, altura em que a chamada ala liberal se lembrou dele para Presidente da República, para substituir o Américo Tomás. Marcello Caetano não concordou (parece que o inefável Costa Gomes meteu a sua colherada neste processo denunciando antecipadamente a Marcello as intenções de Spínola), e o nosso general do monóculo começou a entrar em contradições com Caetano. Depois, e neste contexto, vem a saída de Spínola da Guiné, a nomeação para Vice-Chefe das Forças Armadas, a demissão, o livro Portugal e o Futuro, o 25 de Abril.

Falei há dias aqui no blogue na "minha" Companhia de Caçadores 4740, os "Leões de Cufar", sedeada durante dois anos (72/74) no coração do Tombali/Cantanhez, numa situação extrema de uma dura guerra de guerrilha, cento e oitenta homens que tinham à sua guarda um importante aeroporto militar, populações guineenses nas aldeias de Cufar, Impungueda e no grande reordenamento de Mato Farroba, cento e oitenta homens que participaram sozinhos e com outras companhias em operações militares, sofreram emboscadas, defenderam o aquartelamento e a povoação durante as muitas flagelações a que fomos sujeitos.
Tiveram vários feridos mas nem um único morto em combate. Por pura sorte, com certeza, mas também e sobretudo devido ao real poder das forças em confronto.
Qual derrota, qual colapso militar?

"Um fraco rei faz fraca a forte gente"... São palavras de Luís de Camões, em Os Lusíadas, canto III, estrofe 138. Temos tido muitos fracos reis, às vezes não passam de um baronetes da bravata e da maledicência, megalómanos imperadores do nada.
Oito anos de vida fora da minha Pátria, em quatro continentes, ensinaram-me a gostar muito de Portugal. Mas há portugueses que me entristecem. Não importa, vou com as aves, no murmúrio azul do perpassar da brisa.

E uma coisa eu sei, na Guiné, com fracos reis, fomos ainda forte gente.

António Graça de Abreu

S. Miguel de Alcainça, 17 de Junho de 2008
Ano do Rato
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Notas:

1. Edição da responsabilidade de vb

2. Artigos relacionados em

[Por lapso, houve um salto na numeração, não existindo os postes nº 7 e 6 desta série ]

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Guiné 63/74 - P2959: A guerra estava militarmente perdida? (19): MIGS e Aliados. Juvenal Amado. M. Beja Santos.

A guerra estava militarmente perdida?

1. Mensagem de Juvenal Amado de 12 de Junho:

Caros camaradas da Tabanca Grande.

Com a polémica a chegar ao fim, (ou não) não posso deixar de tornar os meus pensamentos transparentes e dizer também o que penso.
O medo dos Migs era real, pois foram distribuídos cartazes com fotos identificativos dos referidos aparelhos, em variados destacamentos.

É verdade:

Que nós não tínhamos meios de autodefesa contra esse tipo de ataque.
Que a nossa Força Aérea, já dificilmente cumpria a sua missão de apoio às tropas debaixo de fogo.
Que os helis e Dorniers voavam rente ao chão e de preferência, por cima das estradas e rios (mesmo assim levavam rajadas de automáticas).
Que os batalhões cumpriam 26, 27 meses, por não haver homens para formar novos batalhões e assim serem rendidos.
Que havia movimentos, para que os soldados se negassem a embarcar.
Que se não temesse o efeito dominó a Guiné já teria sido abandonada.
Que os destacamentos junto à fronteira, estavam a ponto de terem que ser evacuados.
Que as nossas armas mais emblemáticas (Chaimites, Fiats) se tornaram obsoletas, graças aos mísseis e novos RPGs (emboscada entre Bafatá e N. Lamego, onde a Chaimite foi varada por munição anticarro).
Que estávamos a um passo de ver os ex-Alferes, que já tinham cumprido comissões serem chamados a cursos de capitães, e serem obrigados a combater novamente, em novas comissões. A vez dos outros (furriéis, cabos e soldados) também chegaria a seu tempo.
Que na (Metrópole) a resistência ao regime, desencadeava cada vez mais acções de sabotagem (caso dos helis, centrais eléctricas e navio de transporte de tropas Cúnene dinamitados pela ARA).

Que os Portugueses estavam fartos.

Quanto se utiliza o relato de actos de bravura dos nossos soldados, para se negar o que era inegável.
A derrota militar era uma realidade.
As derrotas militares são normalmente precedidas do sofrimento das populações civis. O Povo Português estava casado de sofrer.
Se não se tem promovido etnias em desfavor de outras. Se não se tem promovido a cavaleiros do Império, soldados oriundos das populações indígena, que fizeram em muitos casos o trabalho “sujo”, a guerra teria durado ainda menos.
Quando li as opiniões de alguns nossos camaradas sobre a questão, fiquei perplexo.
Parece que falam de outra realidade.
Na opinião deles, este país que vivia num atraso tal que competia com as próprias colónias, tinha condições para se manter como a última potência colonial. Contra tudo e contra todos.
Na minha opinião há de facto falta de realismo nesta visão e 34 anos após a revolta dos que lá combatiam alguns ainda mantêm o sonho inexplicável do Império Colonial.

Juvenal Amado
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2. Mensagem do Mário Beja Santos de 12 de Junho:

Luís, Graça Abreu, estimados tertulianos,

Regresso à polémica com os Strella e a falta de contrapartida e à delicada questão da "Guiné defensável", introduzida no texto do Graça Abreu.

Primeiro, foi a dupla Nixon/Kissinger que decidiu a perda de supremacia militar. Circunstâncias? Tudo quanto se passou depois de 6 de Outubro de 1973 foi decisivo para o colapso militar na Guiné. A diplomacia norte-americana sentia sérias dificuldades em continuar a apoiar-nos no Conselho de Segurança, começava a abster-se nas votações decisivas.

Com a Guerra dos 6 Dias, a Base das Lajes tornou-se vital para apoiar Israel. Convido todos os interessados a lerem "Nixon e Caetano – Promessas e abandono", por José Freire Antunes, Difusão Cultural, 1992. Está lá tudo contado, a partir da página 263.
A 12 de Outubro, Kissinger solicita ao Governo português autorização para a cedência da base dos Açores. Caetano está ausente, Rui Patrício procura Tomás em Belém, este recusa a cedência.
A Europa retraíra-se perante o risco do embargo petrolífero, Espanha, Turquia, França, Reino Unido e Alemanha interditaram as suas bases para o trânsito de aviões norte-americanos. A mensagem de Kissinger às primeiras horas de 13 para o Ministério dos Negócios Estrangeiros é ameaçadora: fala das reacções do Congresso, na necessidade de uma paz estável no Médio Oriente, aguarda imediatamente uma resposta. Patrício responde referindo a neutralidade no conflito israelo-árabe, invoca as possíveis retaliações, pede garantias a Washington e uma atitude de condenação à proclamação da independência da Guiné.
E escreve explicitamente: "O Governo português formulou ontem um pedido específico a que atribui a maior importância e urgência. Estamos defrontando neste momento perspectivas de séria ameaça de escalada da agressão nas nossas províncias ultramarinas, e muito especialmente na Guiné (...) que pode ter possibilidades de concretização, nomeadamente na utilização de meios aéreos de bombardeamento naquela província. Para lhe fazer face, necessitaremos com a maior urgência de dispor de meios defensivos que nos permitam neutralizar a superioridade de armamento dos nossos adversários".

Freire Antunes recorda uma outra nota do embaixador Hall Themido para Kissinger:

"Relativamente ao fornecimento de materiais defensivos que temos em vista... se trata designadamente de mísseis terra-terra para a hipótese de enfrentarmos ataques blindados e mísseis terra-ar para eventual defesa contra aviões. Sabemos que os EUA produzem um míssil Red Eye... atribuímos primeira prioridade à satisfação do nosso pedido de entrega imediata de mísseis terra-ar, que poderá mesmo efectuar-se nos Açores".

Ao fim da tarde do dia 13, no momento crítico da batalha do Sinai, quando ainda havia o risco de um desaire israelita, Nixon envia um ultimato a Caetano onde se diz explicitamente:
"Devo dizer-lhe com toda a franqueza que a sua recusa em ajudar neste momento crítico, forçar-nos-á a adoptar medidas que não deixarão de prejudicar as nossas relações".
Como é sabido o Red Eye nunca veio, a soberania na Guiné foi reconhecida por mais de oitenta Estados. O desequilíbrio militar passara a existir.

Segundo, a questão da Guiné defensável, que o Graça Abreu brande, usando uma expressão de Caetano. Pego em "Marechal Costa Gomes, no centro da tempestade", pelo historiador Luís Nuno Rodrigues (A Esfera dos Livros, 2008), a partir da página 101.
Depois de tudo quanto se passou em Guidaje, Guileje e Gadamael, Spínola escreve a Costa Gomes solicitando um reforço de tropas e meios disponíveis. Costa Gomes visita o território. Spínola escrevera a Costa Gomes o seguinte: "O PAIGC passara a ter novos meios que lhe davam a possibilidade de isolar povoações de fronteiras e sobre elas desencadear potentes e prolongadas acções de fogo, em manifesta situação de superioridade sobre as nossas guarnições, dotadas de armamento obsoleto".
É nessa data que Spínola escreve ao Ministro do Ultramar: "Aproximamo-nos, cada vez mais, da contingência do colapso militar". Já não havia dinheiro para meios adicionais, os nossos diplomatas, como aqui se dirá mais tarde, andavam desesperados a pedir armamento aos nossos aliados.

Tudo nos foi negado. Costa Gomes propõe uma modificação do dispositivo defensivo da Guiné, sobretudo a retirada de todas as forças nas fronteiras para uma zona em que não fossem atingidos pelos morteiros 120.
É nessa altura que Costa Gomes comunica a Marcello Caetano que a Guiné é defensável caso o dispositivo fosse modificado, retirando para o interior as guarnições militares que estavam a defender as povoações localizadas junto à fronteira. Mas havia uma ressalva: o PAIGC podia vir a utilizar os MIGs e se estes bombardeassem Bissau "nós perderíamos imediatamente a guerra".

Não vale a pena desdenhar deste argumento do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Vem nos jornais que em Outubro de 1974 os MIGs da nova República da Guiné-Bissau aterraram em Bissalanca pilotados por guineenses que tinham estado a preparar-se com o apoio da URSS. Espero que não seja necessário ir à Hemeroteca para citar a chegada dos MIGs a Bissau.

Voltando ao essencial, Spínola pretextando não estar disposto a abandonar as populações, demitiu-se. Em Setembro, tomou posse o general Bettencourt Rodrigues que não contestou este dispositivo, não teve tempo de o aplicar.

Parece-me útil pormos um conjunto de protagonistas a falar sobre a evolução da Guiné de 1973 para 1974, é o que procuraremos fazer no próximo texto com base nos dois volumes da Guerra de África que José Freire Antunes publicou no Círculo de Leitores, em 1995.

Confio que esta argumentação clarifique porque é que escrevi e mantenho que a guerra na Guiné estava militarmente perdida.

Aproveito para recordar ao Joaquim Mexia Alves que a generalidade dos nossos camaradas da Guiné desconheciam o que se estava a passar quanto ao armamento e à procura de soluções para se repor o equilíbrio. Por favor, não se insinue que os militares portugueses estiveram associados ao colapso.

Um abraço para todos do

Mário Beja Santos
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Notas:

1. Adapatação do texto da responsabilidade de vb.

2. vd. artigos relacionados em:

14 de Junho de 2008>
Guiné 63/74 - P2941: A guerra estava militarmente perdida? (17): E. Magalhães Ribeiro.

13 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2937: A guerra estava militarmente perdida? (16): António Santos,Torcato Mendonça,Mexia Alves,Paulo Santiago.

12 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2932: A guerra estava militarmente perdida? (15): Uma polémica que, por mim, se aproxima do fim (Beja Santos)

12 de Junho de 2008>
Guiné 63/74 - P2929: A guerra estava militarmente perdida? (14): Estávamos fartos da guerra e a moral nã era muito elevada. A. Graça de Abreu.

3 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2913: A guerra estava militarmente perdida? (13): Henrique Cerqueira.

31 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2907: A guerra estava militarmente perdida? (12): Vítor Junqueira.

29 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2899: A guerra estava militarmente perdida? (11): Correspondência entre Mexia Alves e Beja Santos.

28 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2893: A guerra estava militarmente perdida? (10): Que arma era aquela? Órgãos de Estaline? (Paulo Santiago)

27 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2890: A guerra estava militarmente perdida? (9): Esclarecimentos sobre estradas e pistas asfaltadas (Antero Santos, 1972/74)

25 de Maio >
Guiné 63/74 - P2883: A guerra estava militarmente perdida ? (8): Polémica: Colapso militar ou colapso político? (Beja Santos)[Por lapso, houve um salto na numeração, não existindo os postes nº 7 e 6 desta série ]

22 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2872: A guerra estava militarmente perdida ? (5): Uma boa polémica: Beja Santos e Graça de Abreu

15 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2845: A guerra estava militarmente perdida ? (4): Faço jus ao esforço extraordinário dos combatentes portugueses (Joaquim Mexia Alves)

13 de Maio de 2008 >
Guiné 73/74 - P2838: A guerra estava militarmente perdida ? (3): Sabia-se em Lisboa o que representaria a entrada em cena dos MiG (Beja Santos)

30 de Abril de 2008 >
Guiné 63/74 - P2803: A guerra estava militarmente perdida ? (2): Não, não estava, nós é que estávamos fartos da guerra (António Graça de Abreu)

17 de Abril de 2008 >
Guiné 63/74 - P2767: A guerra estava militarmente perdida ? (1): Sobre este tema o António Graça de Abreu pode falar de cátedra (Vitor Junqueira)