Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
Guiné 61/74 - P23720: In Memoriam (457): Xico Allen (1950-2022), ex-Soldado Condutor Auto, CCAÇ 3566, "Os Metralhas" (Empada e Catió, 1972/74): A minha homenagem ao amigo Xico Allen, como sempre o tratei (Albano Costa)
1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 18 de Outubro de 2022:
A minha homenagem ao amigo Xico Allen (como sempre o tratei)
Sabia que estava a passar por um período menos favorável na sua saúde, mas sempre muito otimista. Ainda há 15 dias, falando com ele ao telefone, me disse que uma dia em breve íamos tomar uma café para falar, era uma maneira que ele tinha de estar na vida, era uma conversa com todos os seus amigos, e eram imensos.
Conheci o Xico Allen no ano de 1996. Tinha eu organizado o meu convívio militar a CCaç 4150. Telefonou e veio à minha procura, logo ali sem nos conhecermos, tivemos uma empatia muito grande que acabamos depois de muita conversa sobre a Guiné irmos os dois almoçar para continuar a conversar.
Explicou-me como podia saber as direcções de todos os meus colegas que fizeram parte da minha companhia e um dia foi comigo ao Arquivo Geral do Exército para saber e acabei por conseguir.
Sempre preocupado com os guineenses que viviam em Portugal, falou-me de um Braima que gostava de tocar música e tocava em alguns convívios militares, e convenceu-me a o convidar para ir actuar no próximo convívio, e foi o que veio a acontecer.
Nunca mais nos separamos. Começou a convencer-me a ir visitar a Guiné, eu disse que gostava, mas tinha muito receio, porque a minha zona (Guidaje) era um zona muito complicada para lá chegar e também muito perigosa (na minha mente ainda andava muitos «bichinhos» de outrora). Ele sempre muito otimista nas suas afirmações nunca desistiu de me convenver a voltar à Guiné, e eu sempre a resistir.
Um dia, depois de tanta insistência, ele apercebeu-se que eu tinha vontade, mas faltava-me a coragem. Acabou por aparecer no meu estabelecimento junto com a Zélia e ali os dois conseguiram convercer-me a ir à Guiné, o que veio a acontecer em Novembro de 2000.
Fomos: o Xico, eu, o meu filho Hugo, o Manuel, o Carlos, o Amândio, o Casimiro, o Armindo, o Lúcio e o Camilo, sempre com o receio na minha mente, com os pensamentos do passado, mas o Xico Allen sempre ótimista, e com muita organização no que dizia e fazia, não deixava nada para trás, ele sempre tratava de tudo.
Xico Allen, agradeço (já te tinha dito pessoalmente) por teres conseguido com que eu, a partir do dia em que cheguei à Guiné e a Guidaje, conseguisse limpar todos os receios que tinha na minha mente sobre o meu passado na guerra na Guiné. Mais um vez obrigado.
"Lembro-me quando chegamos a Empada, à zona onde estiveste na Guiné. Um africano ir ao teu encontro e dizer: oh Xico, eu sabia que vinhas aqui, porque já tinha sido informardo que te viram em Bissau", tal a popularida que o Xico Allen tinha na Guiné.
Nós deixamos de ter o Xico Allen fisicamente connosco, mas ele nunca vai sair de dentro de nós. E vai também deixar muitas saudades aos guineenses.
É uma pequena homenagem póstuma que te faço.
Albano
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Nota do editor
Vd. poste de 18 de Outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23717: In Memoriam (456 ): Xico Allen (1950-2022), ex-Soldado Condutor Auto, CCAÇ 3566, "Os Metralhas" (Empada e Catió, 1972/74), um dos nossos pioneiros nas viagens de saudade à Guiné-Bissau
terça-feira, 18 de outubro de 2022
Guiné 61/74 - P23717: In Memoriam (456 ): Xico Allen (1950-2022), ex-Soldado Condutor Auto, CCAÇ 3566, "Os Metralhas" (Empada e Catió, 1972/74), um dos nossos pioneiros nas viagens de saudade à Guiné-Bissau
Era um homem de ação, pouco dado à escrita, afável, amigo do seu amigo... Guardo dele as melhores recordações, incluindo as suas idas ao Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real (a última vez, em 2018).
Sobre ele escrevi algures, legendando a feliz foto do Hugo Costa, a do Xico com um saraui, na Mauritãnia, a caminho da Guiné-Bissau:
(...) O Xico Allen em acção: ele tem o melhor dos portugueses (a abertura aos outros, o sorriso aberto e frontal, a alegria de viver, o sentido da aventura) e dos ingleses (a organização, a tenacidade, a teimosia, o pragmatismo)... Pelo menos, dos portugueses e dos ingleses do Porto. É o que eu deduzo da apreciação feita pelos amigos que o conhecem... e também daquilo que eu já sei dele (...). Desejo-lhe good luck / boa sorte nas suas próximas aventuras terrestres a caminho dessa "terra vermelha e ardente", como chama o Torcato Mendonça à nossa Guiné" (...)
À família enlutada, e em particular à sua filha querida, a Inês Allen, bem como ao seu filho, fica a nossa manifestação de dor e do nosso apreço por este camarada e amigo, cuja memória prometemos honrar: o Xico era muito querido por todos nós. E este é o "In Memoriam" possível que eu aqui deixo, feito em escassas duas horas, antes de ir para a minha sessão matinal de fisioterapia.
Até sempre, Xico! (LG)
Viagem Porto-Guiné > Abril de 2005 > O Xico com um saraui
Expedição Porto-Bissau, organizada por Xico Allen e A. Marque Lopes... 9 de abril de 2006... Dia 5... A caminho de Nouakchott, capital da Mauritânia... Um encontro amigável com sarauis e camelos... Fabulosa esta foto do Xico com um saraui, Grande fotógrafo, o nosso Hugo Costa, filho do Albano Costa que, juntamente com a Inês Allen, integrou esta viagem à Guiné, por terra, pelo deserto do Sara...
Foto (e legenda(: © Hugo Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné-Bissau > Região de Quínara (Buba) > Empada > Abril de 2006 > Pai, Xico Allen, e filha, Inês Allen, juntos na pesquisa de vestígios da presença dos "Metralhas" (CCAÇ 3566) nos já idos tempos de 1972/74.
Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Brasil > Cidade de Praia Grande > Estado de São Paulo > 2014 > Da esquerda para a direita, o António Chaves, o Joaquim Pinheiro da Silva e o Xico Allen.
Foto (e legenda): © Joaquim Pinheiro (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Leiria > Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 > O Xico Allen e o Agostinho Gaspar
Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Matosinhos > Leixões > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às quartas feiras, da Tertúlia de Matosinhos (ou Tabanca Pequena de Matosinhos)... Da esquerda para a direita: (i) de pé, A. Marques Lopes, João Rocha (1944-2018), Eduardo Reis, José Teixeira, Armindo; na primeira fila, Jorge Félix, Xico Allen (1950-2022) e Silvério Lobo... À entrada da Casa Teresa, o António Pimentel. Foi na Casa Teresa, em Leixões, que começou a Tabanca Pequena de Matosinhos.
Foto (e legenda): © Jorge Félix (2008). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]Vila Nova de Gaia > Madalena > Vésperas de Natal de 2005 > Uma minitertúlia de camaradas e amigos da Guiné: da esquerda para direita: Luís Graça (que costuma passar o Natal no Norte, em casa dos cunhados), A. Marques Lopes, José Teixeira, Albano Costa, Hugo Costa e Francisco Allen (mais conhecido pelo Xico de Empada ou Xico Allen...)
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 11 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23696: In Memoriam (455): Mensagens do Coronel Paraquedista Nuno Mira Vaz, enviadas a Mário Beja Santos, a propósito do falecimento ocorrido no passado dia 2 de Outubro do Alf Mil Paraquedista Jorge da Cunha Fernandes (JOTA) (Nuno Mira Vaz / Mário Beja Santos)(...) O Xico ainda hoje falei com ele e disse-lhe para ele também entrar na nossa tertúlia. Eu tenho a certeza que ele vai contar a sua estória mas ele não se sente muito à vontade para a escrita: é daqueles que só de empurrão mas vai...
Ja mandei um e-mail ao José Teixeira para nos encontrarmos um dia destes. Afinal também somos vizinhos. O Allen é uma pessoa que tem uma visão da Guiné muito grande, ele já lá foi muitas vezes, conhece muitissimo bem a Guiné, e os guinéus conhecem-no bem a ele (...)
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20411: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (6): edição, revista e aumentada, Letras D/E
Guiné-Bissau > Bissau > Abril de 2006 > Viagem Porto-Bissau > Duas imagens que queremos ver banidas para sempre: na foto nº 1, um chimpanzé em cativeiro; na foto, aparece também a Inés, filha do Xico Allen...Na foto nº2, um babuíno, macaco-cão ("sancu", em crioulo), segura a mão de um outro elemento da "comitiva humana" de que a Inês faz parte...
Quanto ao "dari", o chimpanzé da matas do Cantanhez e do Boé , há em princípio um maior respeito pelas suas semelhanças com o ser humano. Os muçulmanos respeitam-nos pro ser um homem, um ferreiro que não respeitava as Mas os juvenis são objeto de tráfico... O habitat do "dari" está condicionado pelas atividades humanas (além da caça, o risco de epidemias, a expansão das áreas de cultivo, e nomeadamente do caju, e a desmatação ilegal para extração de madeiras exóticas, como o pau de sangue, exportado para a China).
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Madina > 10 de Dezembro de 2009 > 7h32 > Um "dari" (chimpanzé) descendo uma árvore ... Este grande símio (o mais aparentado, do ponto de vista genético, ao ser humano) é muito difícil de observar e fotografar... Contrariamente a outros primatas que existem no Parque, ainda com relativa abundância como o macaco fidalgo ("fatango", em crioulo). Duvido que algum de nós, durante a guerra colonial, tenha visto algum "dari" no seu habitat... As regiões a que hoje está confinado (Cantanhez e Boé) foram palco de guerra entre 1961 e 1974 e, antes disso, de caça e tráfico animal.
Foto: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação do Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (**), de A a Z, em construção desde 2007, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam aqui à sombra do nosso poilão, e que até têm um livro de estilo (***). Entradas das letras D e E:
Dari - Chimpanzé (das matas do Cantanhez e do Boé) (crioulo)
DC 3 - Avião de transporte (FAP)
DC 6 - Avião de transporte (FAP)
DCON - Missão de acompanhamento (FAP)
Degtyarev [ou Dectyarev RDP] - Metralhadora ligeira, de calibre 7,62 mm x 39 mm, m/13 , 1953 de origem soviética (PAIGC) Metralhadora ligeira Dectyarev RDP, calibre 7,62 x 39 mm, m/13, (Origem: ex-URSS)(PAIGC)
Degtyarev-Shpagim - Metralhadora pesada 12,7 mm, de origem soviética (PAIGC)
Desenfianço - Escapadela (por ex., até Bissau) (gíria)
Dest - Destacamento
Dest A - Destacamento A
DFA - Deficiente das Forças Armadas
DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais
Diorama - Maqueta a 3 dimensões (v.g., aquartelamento de Guileje)
Djídio (ou gigio) - Cantor ambulante que ia de tabanca em tabanca, transmitindo as notícias (crioulo)
Djila - Vd. Gila
Djubi - (i) Olha! (crioulo); (ii) mas também criança, menino
Djurtu - Mabeco, ou cão selvagem (crioulo); "djurtus" é a alcunha da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau.
DO 27 - Dornier 27 (Avioneta), avião ligeiro de transporte; também era usado como PCV - Posto de Comando Volante(FAP), que os "infantes" abominavam...
Drone - Máquina voadora não tripulada (não existia no nosso tempo) (FAP)
Drop Tanks - Depósitos de combustível (FAP)
ECS - Escola Central de Sargentos (Águeda)
EE - Escola do Exército (antecessora da AM - Academia Militar)
Embondeiro - Cabaceira, baobá (Senegal)
Embrulhanço - Contacto pelo fogo com o IN, ataque, emboscada (gíria)
Embrulhar - Ser atacado (pelo IN) (gíria)
Enf - Enfermeiro
Enf Para - Enfermeira paraquedista
Engine Master - Botão principal de uma aeronave (FAP)
EP - Exército Popular (PAIGC)
EPA - Escola Prática de Artilharia (Vendas Novas)
EPC - Escola Prática de Cavalaria (Santarém)
EPI - Escola Prática de Infantaria (Mafra), também conhecida por Máfrica (gíria)ou ainda Entrada Para o Infermo (gíria)
EREC - Esquadrão de Reconhecimento [de Cavalaria]
Esp - Espingarda
Esp Aut - Espingarda Automática
Esp Aut G3 {Vd. G3]- A Gewehr 3 (G3) (em alemão, Gewehr quer dizer espingarda) é uma espingarda automática, de fabrico alemão (1959), usada pelo Exército Português durante a guerra colonial, e recentemente descontinuada (em setembro de 2019). De calibre NATO (7.62 × 51 mm), tinha como rival, do lado do PAIGC, a famigerada Kalash!
Esp MMA - Especialista Mecânico de Manutenção Aeronáutica (FAP)
Espaldão (de obus, de morteiro...) - Termo usado em engenharia militar para designar um anteparo de uma trincheira ou fortificação, que serve para proteger a artilharia (ou armas pesadas de infantaria) e a respetiva guarnição.
Esq - Esquadrão
Esq Mort - Esquadrão de Morteiro
Esquadra - Organização militar de aeronaves (FAP)
Esquadra 121 Tigres - Constituída por Fiat-G 91, T-6 e DO-27 (BA 12, Bissalanca) (FAP)
Esquadra 122 - Heli AL III (BA12, Bissalanca) (FAP)
Esquadra 123 - Nord Atlas e DC-3 (BA12, Bissalanca) (FAP)
Esquentamento - Blenorragia, doença venérea (corrimento de pus pela uretra) (calão)
Estilhaços de frango - Pouca comida (gíria)
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Notas do editor:
(*) Vd. postes de:
21 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16744: Em bom português nos entendemos (15): Comer macaco, não obrigado... "Santchu bai fika na matu"... E cão ("kakur") fica com o dono, no restaurante em Bissau... Ajudemos a salvar os primatas da Guiné... O "santchu", o "dari"..., ao todo são 10 primatas que correm o risco de extinção se os hominídeos continuarem a destruir o seu habitat e a fazer deles um petisco...
14 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16717: Manuscrito(s) (Luís Graça) (101): Comer macacos... só os do nariz!... Ajudemos os guineenses a proteger o "sancu" (macaco) e o "dari" (chimpanzé)...Ficaremos todos mais pobres quando eles se extinguirem... e quando as areias do deserto do Sará chegarem às portas de Bissau!... Ficaremos todos mais pobres, os guineenses, os amigos da Guiné, todos nós, os últimos dos hominídeos...
(**) Vd. postes anteriores da série:
18 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20255: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (5): edição, revista e aumentada, Letra C
14 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20240: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (4): 2ª edição, revista e aumentada, Letras M, de Maçarico, P de Periquito e C de Checa... Qual a origem destas designações para "novato, inexperiente, militar que acaba de chegar ao teatro de operações" ?
13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B
13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20235: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (2): 2ª edição, revista e aumentada, Letra A
(***) Vd. 22 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18548: O nosso livro de estilo (11): Proverbiário da Tabanca Grande, 4ª edição revista e aumentada: "Camarada, mais do que um dever, é uma honra que te é devida, ir a Monte Real pelo menos uma vez na vida"...
segunda-feira, 13 de maio de 2019
Guiné 61/74 - P19780: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (19): 95 inscritos até domingo à noite, dia 12, incluindo o António Acílio Azevedo e Irene (Matosinhos), o Eduardo Moutinho Santos e a Maria José (Porto), o JERO (Alcobaça), o Vasco Ferreira (V. N. Gaia) e o Xico Allen (V. N. Gaia)... Precisamos de mais 5 para chegar aos 100 !!!... Prazo-limite de inscrição: quarta feira, dia 15, até às 24h00
Foto: © Hugo Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
AS 95 INSCRIÇÕES NO XIV ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE (até domingo ao fim da tarde; últimas inscrições: quarta-feira, 15, até às 24h00)
Abel Santos - Leça da Palmeira / Matosinhos
Agostinho Gaspar - Leiria
Alfredo da Silva e esposa - Cabeceiras de Basto
Almiro Gonçalves e Amélia - Vieira de Leiria / Marinha Grande
António Acílio Azevedo e Irene - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António João Sampaio e Maria Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Joaquim Alves e Maria Celeste - Carregado / Alenquer
António Joaquim Oliveira - Vila Nova de Gaia
António José Pereira da Costa e Maria Isabel - Mem Martins / Sintra
António Maria Silva e Maria de Lurdes - Sintra
António Martins de Matos - Lisboa
António Matos Peliteiro - Vila Nova de Famalicão
Armando Nunes Carvalho e Maria Deolinda - Sintra
Armando Pires - Algés / Oeiras
Arménio Santos - Lisboa
António Acílio Azevedo [ex-cap mil, cmdt. 1ª CCAV/BCAV 8320/72 E CCAÇ 17, Bula e Binar, 1973/74; voltou à Guiné-Bissau, em "turismo de saudade; tem mais de 2 dezenas de referências no nosso blogue; membro da Tabanca de Matosinhos]
Carlos Camacho Lobo - Maia
Carlos Pinheiro - Torres Novas
Carlos Silvério - Ribamar / Lourinhã
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos
Eduardo Moutinho Santos e Maria José - Bonfim / Porto
Ernestino Caniço - Tomar
Euardo Moutinho Santos [ex-alf mil, CCAÇ 2366 (Jolmete e Quinhámel) e cap mil graduado, cmdt da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada); advogado, régulo da Tabanca de Matosinhos, tem 15 referências no nosso blogue; foto à direita, viagem à Guiné-Bissau,em 2017: o Eduardo Moutinho e o atual régulo de Jolmete, Cajan Seidi, foto de Eduardo Moutinho dos Santos / Manuel Resende, 2018 ]
Fernando Jesus Sousa e Emília Sérgio - Lisboa
Francisco Baptista - Porto
João Crisóstomo e Vilma - Nova Iorque (EUA)
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras
Jorge Picado - Costa Nova / Ílhavo
Jorge Pinto e Ana - Sintra
José Barros Rocha - Penafiel
José Domingos Marinho Arnoso - Vila Nova de Famalicão
José Eduardo Reis Oliveira (JERO) - Alcobaça
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Manuel Santos - Braga
José Pedroso e Helena - Sintra
José Ramos - Lisboa
Juvenal Amado - Lisboa
José Eduardo Reis Oliveira (JERO)
[ex-fur mil enf, CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66); jornalista e escritor; tem cerca de 150 referências do nosso blogue; membro sénior da Tabanca Grande e da Tabanca do Centro]
Lúcio Vieira - Torres Novas
Luís Graça e Maria Alice Carneiro - Lourinhã
Luís Paulino e Maria da Cruz - Lisboa
Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel dos Santos Gonçalves e Maria de Fátima - Carcavelos / Lisboa
Manuel Joaquim, José Manuel e Alexandra - Lisboa
Manuel José Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Manuel Lima Santos e Fátima - Viseu
Manuel Resende - S. Domingos de Rana / Cascais
Maria Arminda Santos - Setúbal
Mário Magalhães e Fernanda - Sintra
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa
Vítor Ferreira e Maria Luísa - Lisboa
Vítor Vieira e esposa - Marinha Grande
Destaque para:
Vasco Ferreira [ex-Alf Mil da CCÇ 4540, 1972/74; a sua companhia era mais conhecida no TO da Guiné por ser mesmo "um caso sério"; andou por Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, entre 1972 e 1974; tem uma dezena de referências no nosso blogue;: foto ao lado, por ocasião do VI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Monte Real, 2011]
Nota do editor;
Último poste da série > 12 DE MAIO DE 2019 > Guiné 61/74 - P19777: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (18): Quem dá uma boleia ao Mário Gaspar, a partir de Lisboa, para ele poder juntar-se a nós, em Monte Real, no dia 25?
domingo, 14 de abril de 2019
Guiné 671/74 - P19679: Jorge Araújo: Ensaio sobre as mortes por afogamento no CTIG: Parte I - Corpor 'recuperados' e 'não recuperados'
Foto 1 > Guiné > 1965 > Fuzileiro especiais durante uma operação militar, com percurso na água, [foto retirada da Net, com a devida vénia: sítio Lugar do Real: autor não identificado; recolhida por Sara Viana Caseiro; cedida por Manuel de Sousa Caseiro].
Foto 2 > Guiné > 1966 > Manuel de Sousa Caseiro, fuzileiro especial, natural de Antas, concelho de Esposende, atravessa, com outros militares, um rio, na Guiné, durante uma operação militar. [Foto retirada da Net, com a devida vénia: sítio Lugar do Real: autor não identificado; recolhida por Sara Viana Caseiro; cedida por Manuel de Sousa Caseiro].
1. INTRODUÇÃO
Com efeito, o levantamento que hoje trago ao conhecimento do fórum é resultado dessa pesquisa, efectuada através da consulta a diferentes fontes, entre oficiais e não oficiais. Porque se trata, como foi referido, de um "ensaio", este apuramento pode vir a ser alterado em função de outras colaborações e/ou informações complementares que possam, eventualmente, surgir após a avaliação realizada por cada um de vós.
2. A HIDROGRAFIA DA GUINÉ-BISSAU
A grande maioria da actividade operacional das NT era planeada e executada em função da geografia e hidrografia de cada local. Cada situação era um caso particular, pois o seu território, constituído por zonas do litoral e do interior, apresenta-se mapeado por uma linha (a do limite das marés) dividindo-o em duas zonas hidrograficamente distintas, que influenciavam a mobilidade daqueles que nelas tinham de circular, desafiando a vida de cada um, com particular incidência dos menos preparados e dos mais descuidados.
De acordo com a literatura consultada, a primeira, a do litoral, é a zona das planícies, das rias, dos vales muito largos, invadidos pelas marés de água salgada, enquanto a segunda, para o interior, só existem rios de água doce, não navegáveis, devido às cheias e rápidos.
Foto 3 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > 18 de Abril de 2006, dia 8 (da viagem Porto-Bissau) > 19h16 > Os banhistas de fim da tarde. Foto do nosso amigo e grã-tabanqueiro Hugo Costa.
Foto (e legenda): © Hugo Costa / Albano Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Lu+is Graça & Camaradas da Guiné]
Esta linha marca o limite da navegação e separa os tipos de vegetação. Há uma área enorme - cerca de 4.000 Km2, mais de 10% da totalidade do território - que fica coberta de água, o que ocorre entre a praia-mar e a baixa-mar, cuja amplitude chega a ser próxima dos 7 metros, em alguns locais. Durante as "marés da conjunção", encontro das águas dos rios com a praia-mar, observa-se nos rios Geba e Corubal - o mais extenso da Guiné - o chamado fenómeno do "macaréu", que consiste numa grande onda, como um depósito de água corrente que, num instante, enche o leito do rio que transborda e inunda de água salgada extensas zonas das baixas margens daqueles rios.
3. OS DADOS DO "ENSAIO" – QUADROS ESTATÍSTICOS
Partindo da coleta de dados apurada, o tratamento estatístico que seguidamente se dá conta está representado por quadros de distribuição de frequências, simples e acumuladas, conforme se indica em cada um dos títulos. Cada quadro relata os valores quantitativos de cada um dos elementos das variáveis categóricas ou quantitativas relacionadas, tendo em consideração os objectivos que cada contexto encerra.
Quadro 1 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que o número total de militares do Exército que morreram por afogamento no CTIG (1963-1974), e que constituíram a população deste estudo, é de 144.
Quadro 2 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que o número total de militares do Exército que morreram por afogamento no CTIG (1963-1974) cujos corpos não foram recuperados é de 63 (43.8%).
Quadro 3 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que o número total de militares do Exército que morreram por afogamento no CTIG, durante o 1.º triénio (1963-1965) é de 34 (23.6% do total).
Quadro 4 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que o número total de militares do Exército que morreram por afogamento no CTIG, durante o 2.º triénio (1966-1968) é de 27 (18.8% do total).
Nota:
Em função das fontes consultadas, não nos foi possível completar todas as variáveis categóricas, como é o exemplo dos locais (n/n) de alguns afogamentos. Caso alguém disponha de informações mais precisas, faça o favor de dizer.
Por outro lado, considerando que são referidos nomes de rios, que desconheço, transcritos como o indicado nos documentos oficiais, é possível que alguns deles contenham erros ortográficos. Aguardo a sua correpção.
Fontes consultadas:
Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); pp 16-17.
Outras: as referidas em cada caso.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
01Abr2019.