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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7536: In Memoriam (67): Fur Mil Cav, CCAV 2749 (Piche, 1970/72), Armindo de Matos André, natural de Gavião, morto em emboscada na estrada Nova Lamego-Piche, em 26/12/1971,quando vinha em coluna, de Bambadinca, com os seus novos milícias... desarmados (Luís Borrega / Paulo Santiago)



Guiné > Zona leste > Região de Gabú > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Coluna logística, vinda (presumivelmente) de Nova Lamego e a chegar a Piche... À frente uma Chaimite,  seguida de uma ou duas White... As viaturas deveriam, possivelmente, pertencer ao Esq Rec Fox 8840 (Bafatá, 1973/74)

 Foto: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.





Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Pormenor da carta de Nova Lamego (1957)> Escala: 1/50000 > Foi na região de Oco Munde, na estrada Nova Lamego - Piche que foi foi morto o nosso camarada André e mais dois milícias... Infelizmente não consegui encontrar nenhuma foto desta camarada CCACV


1. Comentário do Paulo Santiago ao poste P7517:


Data: 31 de Dezembro de 2010 15:18
Assunto: Fur Mil André

Camarada Borrega

Só hoje li um teu comentário publicado no poste  P 7517 (*), fiquei chocado, mas também aliviado. Aliviado porque consegui lembrar-me do Fur Mil André que tu evocas com emoção. Já tempos atrás, quando escrevi sobre os meus tempos de Bambadinca, falei sobre essa trágica emboscada que ocorreu logo a seguir ao encerramento do Curso de Mílicias, que tivera ínicio em Outubro de 1971. A data certa, também não a lembrava, sabia que tinha sido após o dia 24/12/71, data na qual houve a cerimónia de encerramento. Assim a tragédia aconteceu em 26/12/71 e não a 26 de Novembro como, certamente por lapso, escreves. 

Penso que nesses postes pedias a algum camarada, que tivesse conhecimento do caso que indicasse o nome do Fur Mil tragicamente abatido. Hoje, agora, depois de ler o teu comentário, fez-se luz na minha cabeça, o nome André começou a dizer-me muito, e curiosamente, até já consigo lembrar-me da fisionomia, ainda que um pouco esbatida. Estranhamente, ainda não consigo lembrar-me, dos nomes dos outros dois comandantes de pelotão que me acompanharam na instrução dessa Companhia de Mílicias, e convivíamos diariamente, não só na instrução como também na tasca do Zé Maria. [, junto ao Rio Geba, à saída de Bambadinca para Bafatá; era o sítio  onde se comia o melhor marisco da zona leste; foto  de H.R., acima, à direita, com malta da CCAÇ 12: HR, Alf Rodrigues, e Tony].


Fiquei chocado quando soube da emboscada, e hoje ao evocar esses factos continuo a sentir a mesma revolta, aquilo não se fazia, aquilo foi um convite à tragédia. Andámos, perto de três meses, a instruir aqueles homens, em educação física, em tiro, em técnicas de combate, para ao fim desse tempo os mandarem DESARMADOS (!!!!) numa coluna de Bambadinca para Pitche... 

Não se fazia. Ainda não sei quem foi o responsável, e não sei se os outros dois pelotões também foram desarmados para os seus destinos, é possível ter acontecido. No curso seguinte, Janeiro a Março de 72, tal leviandade não aconteceu, perto do final da instrução foram distribuídas as armas que os instruendos levariam para as respectivas tabancas, mas foi necessário a morte do André e alguns milícias para que um qualquer irresponsável abrisse os olhos... Lamentável!

Abraço, Santiago
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Nota de L.G.:

(*) Vd.  poste de 28 de Dezembro de 2010  > Guiné 63/74 – P7517: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (35): Morte a vinte e oito… na CAÇ 675



 [Comentário de Luís Borrega]

Caro Jero

Também já senti essa maldita sensação de perder um Grande Amigo nessas circunstâncias:
Dia 26/[12]/71 na emboscada às NT na região de OCO MAUNDE (Perto de Nova Lamego), morreu o meu amigo Fur Mil Cav Armindo de Matos André (CCav 2749/BCav 2922). Tinha estado em Bambadinca a dar instrução a um GE de Milícias, e vinha em coluna para Pitche juntamente com o Pel Mil GE sob o seu comando. Acresce dizer que vinham todos DESARMADOS, à excepção do André.

Como é possível não terem distribuído o armamento em Bambadinca ? Além do André ainda morreram 2 Milícias e um desapareceu em combate.

Este meu Amigo foi convidado pelo Alferes Comandante do Pel Esq Rec 3431 a vir dentro da Chaimite e a resposta dele foi que o seu lugar era junto com os seus Milícias. Soube logo da sua morte via rádio.

À tarde na distribuição do Correio, recebi um aerograma do André no qual dizia que estava ansioso de me dar um abraço. As lágrimas caíram-me pela face em torrente.
Ainda hoje não consigo lidar com isto. Estou a escrever este comentário e as lágrimas estão a rolar face abaixo.


Abraço Camarigo
Luís Borrega


PS - Vai C/C ao Luís porque é um texto longo para meter nos comentários, publicar ou não fica ao critério dele.
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Último poste desta série > 7 de Dezembro de 2010> Guiné 63/74 - P7399: In Memoriam (66): A morte dolorosa de um dos últimos homens a chegar a Gandembel, o ex-Alf Mil João Barge (1944-2010)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7182: Convívios (280): Tabanca de Pitche e Arredores (Hélder Sousa/Luís Borrêga)

Os nossos Camaradas Hélder Valério Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72) e Luís Borrega (ex-Fur Mil Cav e MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72), enviaram-nos uma mensagem a darem-nos conta da inauguração de mais uma tabanca.

Caros amigos e camaradas,

Já faz bastante tempo que não colaboro com outro tipo de 'produção' que não seja a de comentar um ou outro texto.
Nada de especial, apenas falta de tempo....

No entanto hoje trago ao conhecimento da "Tabanca Grande" que foi decidido, conforme texto que anexo, a criação da "Tabanca de Pitche e Arredores" que tem por objectivo proporcionar um local de encontro mais fácil para todos aqueles que estiveram ou passaram por aqueles locais.
Trata-se como é natural, de encontros/almoços, para já, mas também se avançou com a criação de um local no "Facebook" que parece ser um elemento facilitador.
A partir do desenvolvimento que esta iniciativa possa ter, teremos possibilidade de passar a outras formas de organização e, porque não, outros objectivos.

TABANCA DE PITCHE E ARREDORES

Caros camaradas e amigos

Inspirados pelas notícias que nos chegam dos alegres convívios que, aqui e ali, vários camaradas vão fazendo, a pretexto da necessidade que todos temos de nos alimentar, seja a “Tabanca da Linha”, seja a do “Centro”, seja a de “Matosinhos”, a dos “Melros”, etc., um grupo de companheiros que têm em comum o facto de terem estado na área de Pitche, sendo que alguns são membros da nossa “Tabanca Grande”, o Blogu... e Luís Graça & Camaradas da Guiné, e outros ainda não ganharam coragem para tal, decidiram criar também o que aqui e agora se divulga, a “Tabanca de Pitche e Arredores”.

O núcleo inicial centra-se maioritariamente nos ex-Furriéis do BCAV 2922 e o que motivou esses encontros/almoços foi a possibilidade de rever um deles, o ex-Fur. Fernando Boto, que vive na África do Sul e que no final do ano passado veio a Portugal e originou assim um almoço na Costa da Caparica, de que até já foi dado conta, aqui no Blogue.

Pois então, depois disso, e sempre a pretexto de rever e juntar os companheiros cuja amizade se foi forjando e cimentando nos tempos de juventude e nas terras da Guiné, já ocorreram alguns almoços, tendo como organizador o ‘tertuliano’ Luís Borrêga, que tiveram como cenário o “Restaurante Alexandre” na Rua dos Mastros, em Lisboa, por sinal propriedade de um camarada da Guiné, de seu nome Alexandre Vieira de Oliveira, que pertenceu ao BCAV 790 com sede em Bula, de Abril de 1965 a Fevereiro de 1967. A esses almoços foram dados nomes, tal qual como às operações em que se viam envolvidos, sendo os dois últimos, em 6 de Agosto e 16 de Setembro passados e que se chamaram respectivamente “FERRODENTE” e “LIFEBUOY”, das quais se anexam algumas fotos.

Também como é natural, nesses encontros foram sendo envolvidos outros elementos, como é o caso do Pereira da Costa e do José Dinis (igualmente pertencentes à Tabanca Grande) e acabou por surgir e ganhar força a ideia de se criar um espaço do convívio que congregasse os camaradas que estiveram ou ‘giraram’ à volta de Piche.

Para dar mais consistência e procurar captar mais interessados, foi criado um espaço no “Facebook” dedicado então à “Tabanca de Pitche e Arredores”, espaço esse criado pelo Fernando Boto e ao qual eu e o Luís Borrêga damos apoio.

Nesse espaço escrevi uma saudação inicial, que aqui reproduzo:

“Antes do mais quero saudar a criação deste espaço que se espera possa vir a contribuir para estreitar relações entre todos aqueles que durante a sua 'comissão de serviço por imposição' em terras da Guiné, estiveram ou passaram por Piche, ou Pitche, na fonética local.Cabem aqui todos aqueles para quem Pitche foi local de permanência ou placa giratória: Canquelifá, Buruntuma, Dunane, Ponte Caium, Cambor, etc., incluindo também Bajocunda.

Vamos então em frente com este empreendimento.
A partir deste ponto de convergência agora criado, esta "Tabanca de Pitche e Arredores", podemos fazer mais coisas: podemos, como é natural, trocar recordações, imagens, lembranças, pormenores, relatar acontecimentos, desabafar, se for caso disso.

Podemo-nos encontrar quando se achar oportuno, para almoçar ou outro evento qualquer.

Podemos a partir daí pensar em algo que nos motive, nos sensibilize, que nos leve a solidarizar com o que se vier a considerar.

Por agora é só o 'pontapé de saída'. O jogo vai decorrer.

Aguardam-se contributos.”

Já está em organização a próxima ‘operação’, que até já tem nome de código, aguardando-se o regresso do Fernando Boto para a sua efectivação. O local deverá ser o mesmo, salvo se o Luís Borrêga levar avante a ideia que já fez circular de pretender diminuir a sua população de pombos... vamos aguardar pacientemente!

Que mais camaradas se possam juntar à “Tabanca de Pitche e Arredores”, quer no encontro/almoço, quer no “Facebook”, é o nosso desejo para que, a partir daí, se possa avançar para outros patamares.

Operação “FERRODENTE”

Foto 1 – Concentração antes de partir para o objectivo
José Bóia, João P. Costa, José Sobreira, Henrique Ferreira, Luís Encarnação, Castro Neves (então Cap. Comandante da CCav 2748 de Canquelifá, hoje Coronel), Francisco Palma e Luís Borrêga.

Foto 2 – Em acção no objectivo
Da esquerda para a direita Fernando Boto, Borrêga, Encarnação, Hélder Sousa, dois elementos não muito visíveis sendo um deles o José Bóia, João P. Costa, Laranjeira e Henrique Ferreira.


Operação “LIFEBUOY”


Foto 1 – Em acção já no objectivo
Da esquerda para a direita Palma (em oração), Emanuel Vieira, Hélder, alguns elementos encobertos entre eles se vislumbra a cabeleira do Borrêga, João P. Costa, José Dinis e Encarnação (em meditação).


Foto 2 – Em acção já no objectivo:
De frente Palma, Vieira, Borrêga, Hélder e Bóia. De costas João P. Costa, José Dinis e Encarnação.

Abraços,
Hélder Sousa/Luís Borrêga
__________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 25 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7174: Convívios (196): Encontro do Grupo do Cadaval no Couço-Coruche (José Manuel Matos Dinis)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7056: (De) Caras (2): Em 6 de Novembro de 1971 abati um chefe de bigrupo do PAIGC, sei o seu nome, e o seu rosto persegue-me até à morte (Luís Borrega)



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > Ponte Caium > 3º Gr Comb da CCAÇ 3546 (1972/74) > Viaturas da TECNIL, uma empresa portuguesa ligada à construção de estradas... Neste caso, a estrada (alcatroada) Nova Lamego - Piche - Ponte Caium - Camajabá - Buruntuma.... Em 1974 o alcatrão chegava já  à ponte, enquanto a estrada chegava já perto de Camajabá...

Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



1. Comentário de Luís Borrega ao poste P7044 (*): 

Camarigos:

Também estou na mesma situação do camarada referenciado.(*)

Faz 39 anos no dia 6 de Novembro de 2010, que o meu Gr Comb 
sofreu uma emboscada na Estrada Piche-Nova Lamego, que na altura ainda andava a ser alcatroada. 

A missão do meu Gr Comb  era assegurar a segurança aos trabalhos da TECNIL. Pois às 5,50 h fomos emboscados com forte e violento fogachal. 

A seguir aos 6 elementos das milícias que iam a picar, eu era o primeiro branco à frente do Gr Comb, caímos na "zona de morte", levámos com um fogo intenso, e o IN veio à estrada ao confronto físico. 

Abati um guerrilheiro com 3 tiros. Pelas inscrições na baínha da faca de mato (que era portuguesa,  das nossas FA), sei o nome,(era o Chefe do bigrupo, segundo vim a saber mais tarde), o seu nº dentro do PAIGC e ainda a frase "Liberdade a Lutar". Fiquei-lhe com a faca, o ronco e o carregador da Kalash (a arma o IN levou-a).

Desde esse dia não consigo coabitar com a ideia de ter feito viúva(s) e orfãos. Quando regressei fui falar com o Prior da minha Paróquia (eu era catequista), que me disse que a guerra era assim e não podia estar com estes problemas.

A verdade,  Camarigos,  é que eu não consigo esquecer...e vai-me perseguir até à morte... (**)

Abraço

Luís Borrega 


[ Fixação / revisão de texto / bold a cor / título: L.G.]

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 27 de Setembro de 2010  > 
Guiné 63/74 - P7044: Outras memórias da minha guerra (José Ferreira da Silva) (4): Olhar fatal

(...) Acabado o tiroteio, avançámos para ver os possíveis “troféus” e o Simões foi directamente para o local onde estava o indivíduo que o obrigara a tanta pontaria. Ao ver que, afinal, era uma cara feminina de traços finos e já idosa, fitou o seu olhar fixo e acusador, que já o esperava. Ainda mexia os lábios, mas o buraco da bala, no pescoço e o sangue que dele saía,  não lhe permitiam transmitir aquilo que seria a sua última mensagem. No entanto, o Simões ficou convencido de ter ouvido dizer:
- A mim pude ser mãe di bo.

 [Vd. legenda da imagem à direita***].

Chocado, entrou em choro convulso, acompanhado de repetidos lamentos, ao mesmo tempo que interrogava:
- É para isto, que aqui estamos? Foi para isto que nos prepararam?  É isto defender a Pátria?

E concluía:
- Ai,  querida mãe, que sou um assassino... um assassino de inocentes!

O Capitão, que esteve sempre próximo e acompanhara a cena, foi o primeiro a agarrar e a confortar o Simões. (...)


(**) Início desta nova série, (De) Caras > 23 de Setembro de 2010 > 
Guiné 63/74 - P7025: (De) Caras (1): PAIGC: Abdu Indjai e os "sete homens" (Luís Graça / José Brás / José Teixeira / Mário Fitas)

(***)  Legenda da imagem: Guiné > PAIGC > Manual escolar, O Nosso Livro - 2ª Classe, editado em 1970 (Upsala, Suécia). Exemplar cedido pelo Paulo Santiago, Águeda (ex-Alf Mil, comandante do Pel Caç Nat 53, Saltinho , 1970/72) > A lição nº 27 > O Dia da Mulher.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7052: Parabéns a você (158): Agradecimentos à tertúlia de Coutinho e Lima e Luís Borrega

Os nossos camaradas Coutinho e Lima e Luís Borrega, a propósitos dos respectivos aniversários, ocorridos recentemente, enviaram-nos estas mensagens com pedido de publicação:


1. De Coutinho e Lima que fez anos no dia 21 de Setembro:

Caro Amigo Carlos Vinhal
Porque tive o meu computador inoperacional, durante algum tempo, só agora tomei conhecimento dos parabéns que vários tertulianos me enviaram por ocasião do meu aniversário.
Nestas condições, peço-lhe que, no nosso blogue, apresente a todos os meus sinceros agradecimentos.
Fiquei muito sensibilizado com todos que quiseram estar comigo, nesse dia.

Um grande ABRAÇO.

Com os meus cumprimentos
Coutinho e Lima



2. De Luís Borrega que fez anos no dia 27 de Setembro

Caro Carlos
Gostaria de agradecer as mensagens no dia do meu aniversário. Não sei se será possível postar algo sobre isso, em caso afirmativo gostaria que fosse assim:

Camarigos
Agradeço de todo o coração as mensagens recebidas em relação ao meu aniversário. Sabe bem ler as manifestações de camaradagem e amizade enviadas pelos nossos Camaradas.
Obrigado
Um abraço
Luís Borrega



__________

Notas de CV:

Vd. postes de:

21 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7017: Parabéns a você (154): O veterano Coutinho e Lima, Cor Art Ref, Gadamael (1963/65), Bissau (1968/70), COP 5 (1972/73)

27 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7041: Parabéns a você (155): Luís Filipe de Magalhães Borrega, ex-Fur Mil da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72 (Tertúlia e Editores)

Vd. último poste da série de 29 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7050: Parabéns a você (157): Fernando de Portugal, ex 2º Comandante das Forças Expedicionária a Tânger, Norte de África (1437), faria hoje 608 anos (José Martins / Nuno Rubim / Editores)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7041: Parabéns a você (155): Luís Filipe de Magalhães Borrega, ex-Fur Mil da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72 (Tertúlia e Editores)

1. Conforme os nossos usos e costumes, estamos aqui hoje, dia 27 de Setembro de 2010, a festejar o aniversário do nosso camarada Luís Borrega que foi Fur Mil Cav e MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72.

Caro Luís, são nossos votos que mantenhas uma vida com qualidade, sentindo-te tão útil quanto possível à família e à sociedade em que te inseres.

Que passes um dia cheio de alegria junto dos que te são mais queridos. Na hora dos festejos lembra-te destes camaradas e amigos que se associam à tua alegria.



Pela Tertúlia e pelos Editores
CV

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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5017: Parabéns a você (28): Luís Borrega, ex-Fur Mil da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72 (Os Editores)

Vd. último poste da série de 21 de Setembro de 2010 Guiné 63/74 - P7017: Parabéns a você (154): O veterano Coutinho e Lima, Cor Art Ref, Gadamael (1963/65), Bissau (1968/70), COP 5 (1972/73)

sábado, 25 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7036: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (2): Os tempos livres de um caiumense...



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium > O que é um homem pode fazer, durante o dia para passar o tempo, as horas, os dias, as semanas , os meses, num sítio, isolado, sem população, esperando um ataque do inimigo ou a passagem da próxima  coluna motorizada vinda de Piche ou de Buruntuma ? Caçava-se ou melhor montava-se armadilhas nos trilhos de passagem dos animais, de acesso ao rio... De vez em quando, lá se apanhava o porco do mato,como este da foto... Mas esta prática também o seu preço trágico: dopis militares do destacamento foram vítimas da exploisão de uma dessas armadilhas: um morreu logo e outro ficou gravemente ferido... Em 19 de Fevereiro de 1973.


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium > O Rio Caium fazia, no tempo seco, as delícias dos marinheiros e dos pescadores... A sobrevivência exige imaginação...  Como se pdoe ver pela imagem, a ponte tinha quatro pilares, dois dentro do rio...



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium > Padeireo, municiador (e apontador) do morteiro 81, cozinheiro, pau para toda a obra, o Jacinto tinha jeito para conduzir a jangada (a qual, tal como a Nau Catrineta, teria muito que contar, se falasse)...




Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium &gt > Aprendendo a pescar, à paulada, à moda dos fulas (que são um povo de pastores)... A tabanca mais próxima era a alguns quilómetros dali... Não havia convívio diário com a população local... O Jacinto, por exemplo, nunca foi a essa tabanca.



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium > O Jacinto, quando veio para a Guiné, já era casado, e tinha uma filha... Veio de férias para estar com elas... Mas todos os dias o pensamento ia para elas... Ei-lo aqui a escrever uma carta... As saudades eram ainad maiores nos dias de festa, como o Natal e o Ano Novo... Na Ponte Caium não se distinguiam os dias da semana...


 
Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium > Pensando na esposa e na filha que ficaram a cinco mil quilómetros de distância, rezando por ele...


Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação de 1. Continuação da publicação de uma selecção de fotos do álbum de Jacinto Cristina, alentejano, industrial de panificação, com padaria e residência em Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo. Hoje vou jantar com ele, a esposa, a filha, a neta e o genro... E vamos, em conjunto, melhorar as legendas...

Sobre as fotos já publicas (no poste P7033) (*), comentou o nosso camarada Luís Borrega o seguinte:

"Camarigos Que emoção ver fotos da "minha Ponte Caium", até fizeram um forno novo, o que deixámos estava situado na estrada para Buruntuma , fora do tabuleiro da ponte. Caro Luís,  na tua visita ao Alentejo dá lá um abraço ao Jacinto Cristina da parte dum "Caiumense". Diz-lhe que a Companhia dele rendeu a minha CCav 2749/BCav.2922 em Piche. Dou-lhe os parabéns por ter aguentado 13 meses na Ponte. Estive lá à volta de 3 meses e picos. Na 2ª vez que o meu Gr Comb estáva escalado para ir para lá, vim de férias e "baldei-me" ao ataque onde sofremos um ferido ligeiro, mas o PAIGC teve algumas baixas pelos rastos de sangue. Abraço Camarigo. Luís Borrega".

Luís, adorei a palavra "caiumense"... E vou levar o teu abraço até ao Jacinto, o teu,  o do Eduardo, do Hélder, da Maria Teresa Parreira e do resto da malta da Tabanca Grande.  O Jacinto está contactável por telemóvel (sempre de manhã, durante a semana, que à tarde ele dorme e à noite trabalho; sábado todo o dia, que é o seu dia de folga): 964 346 202.

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6602: (Ex)citações (80): Chafurdar na lama da guerra... e querer lá voltar... voltar a pisar aquela terra vermelha, antes da Grande Viagem (Hélder Sousa /Luís Borrega)

1. Comentário de Hélder Sousa ao Poste P6600

Caros camaradas: Lembro-me do Álvaro Guerra 'antes da guerra'. Era o excelente guarda-redes da equipa de hóquei em patins de uma boa equipa da UDV (União Desportiva Vilafranquense) que na época 'batia o pé' aos habituais 'grandes'.

Eu era um dos seus fãs. Soubemos mais tarde que foi ferido com gravidade na Guiné e que já não poderia continuar a jogar.
A frase que é citada, "Por lá chafurdei na lama das lalas, debati-me no turbilhão dos tornados, derreti-me na fornalha de um sol quase invisível, dissolvi-me na chuva vertical, e amei como um danado aquela terra que me injectou a febre, me secou, me expulsou a tiro. Mas nunca o preço do amor é excessivo nem a presença da morte o pode aniquilar", é realmente quase que um hino sublinhando o que emocionalmente nos liga à Guiné e que curiosamente tem pontos de relação com o "Fado da Guiné" do J. Mexia Alves.

Conhecia outros livros de Álvaro Guerra, mas este não. Vou ver se o leio e se consigo entrar no emaranhado que o MBSantos descreve.(*)

Abraços, Hélder S.

2. Comentário de Luís Borrega ao mesmo poste:

Camarigos

A frase citada, "por lá chafurdei"...é precisamente o que sinto. 

Oh meu Deus! Como odiei aquela terra vermelha, as bolhanhas, o calor tórrido, as ordens dadas sem nexo por quem nunca se aventurou no mato, ter medo de ter medo de me acobardar à frente dos meus soldados em situações de contacto com o IN (felizmente nunca aconteceu). Mas hoje amo aquela terra, tenho uma tristeza enorme que não tenham a vida que almejavam quando começaram a guerrilha.

Antes de fazer a "Grande Viagem",  tenho de lá voltar, ver a terra vermelha, a algazarra dos djubis, as bolhanhas verdejantes, o calor humano daquelas gentes, o cheiro da terra depois das chuvas, a silhueta do poilão ao pôr do sol, os latidos dos macacos cães nas bolhanhas, enfim recordações...

Abraço Camarigo

Luís Borrega
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Nota de L.G.:


quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5576: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (28): Mensagens da Tertúlia

Votos da Tertúlia para o Ano de 2010


1. Mensagem de Luís Borrega

Boa noite
Vou enviar novamente as Boas Festas pois enviei para o email do Carlos Vinhal e não sei se foi recepcionada.

Portanto para todos, Alahj Luis Graça, Chernos Carlos Vinhal, Virginio Briote e Magalhães Ribeiro e para todos os Homens Grandes da nossa Tabanca Grande o desejo que o novo ano 2010 vos traga manga di saúde e manga di patacão são os meus votos sinceros.

Mantanhas
Luís Borrega

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2. Mensagem de António Paiva

Caros camaradas

Assim me vou embora
Um pouco esfarrapado,
Espero levar a crise comigo,
Para o povo ficar descansado.

BOM FIM DE ANO PARA TODOS
QUE 2010 TRAGA MAIS FELICIDADE.

Um abraço
António Paiva

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3. Mensagem de Afonso Sousa e Sousa de Castro

O nosso caminho é feito
pelos nossos próprios passos...
Mas a beleza da caminhada...
depende dos que vão connosco !

Para estes meus amigos, desejo um próspero ano de 2010, sobretudo
com saúde e com a concretização das aspirações de cada um.



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4. Mensagem de Manuel Amaro



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5. Mensagem de Mário Gualter Rodrigues Pinto

Para amigos e camaradas vão os meus votos de ANO NOVO

BOM ANO PARA TODOS



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6. Mensagem de Torcato Mendonça

CAMARADA AMIGO

BOM E FELIZ ANO NOVO COM SAÚDE E JUNTO DE QUEM AMAS PARA CONCRETIZAÇÃO DE TEUS SONHOS.

Através de ti abraço o Luís Graça, Virginio Briote Magalhães Ribeiro e TODOS mas Todos os e as Camaradas desta Tertúlia enorme

Abração do Torcato
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 31 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5571: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (27): O Pai Natal das minhas netas encheu-me o sapatinho (José da Câmara)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5161: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (11): Operação Tripas na Cidade Invicta (Luís Borrega)

1. Mensagem de Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72, com data de 5 de Outubro de 2009:

Caro Camarigo Luís Graça e restantes editores

Nháluda! [boa tarde, em fula]

Vou enviar um pequeno texto, se vocês acharem que vale a pena publicarem... façam-no.


O CÉU É O LIMITE PARA A AMIZADE E A CAMARADAGEM

O título vêm a proposito de uma deslocação que eu fiz à Cidade Invicta.

Um dos Ex-Furriéis da minha Companhia (CCAV 2749), Manuel Costa, Fur Mil Mec Auto, pediu, por sugestão minha, a Medalha das Campanhas de África, mas como ele mora em Braga, disse-lhe que levantava a Medalha em Lisboa, bastando que ele me mandasse uma declaração a autorizar o levantamento, o que ele fez.

Tinha ficado combinado entregar-lha no decorrer do Almoço da nossa Companhia, a realizar este ano. Acontece que nem ele nem eu fomos ao almoço. Por isso no passado dia 19 de Setembro dispus-me a ir levá-la ao Porto. Apanhei portanto o Alfa proveniente de Faro, às 9h23, no Pinhal Novo e desembarquei em Campanhã pelas 12h50.

Já lá estava o Costa e também os ex-1.ºs Cabos Alfredo Lopes e David Gonçalves, ambos da minha Companhia e do meu Gr Comb. Presente também o Eduardo Teixeira Lopes, da CART 3332 (Companhia de intervenção em Piche, connosco).

Estava em marcha a Operação TRIPAS. Corremos os restaurantes limítrofes e nada de Tripas à Moda do Porto. Começei a sentir-me fustrado, então vinha do Sul para comer peixe e carne grelhados?... Não!

Estava um indivíduo encostado à porta de um café e eu disse que éramos um grupo de veteranos de guerra e que procurávamos um restaurante para comer as afamadas tripas. Ficámos surpreendidos pois o indivíduo também era um ex-combatente. Tinha pertencido à 28.ª Companhia de Comandos, sob o comando do Cor Jaime Neves, e tinha estado em Moçambique (salvo erro). Para irmos ao Restaurante Três Unidos no Largo de S. Lázaro e pedirmos ao gerente, senhor Machado, uma Dieta.

Caros amigos, a dieta era um tacho enorme cheio de Tripas à Moda do Porto. Tivemos um almoço espectacular, repetimos e voltámos a repetir e isto bem acompanhado com um tinto maduro de se lhe tirar o chapéu. Depois queriam que ficasse no Porto, o Costa queria que eu fosse para Braga. Lá me consegui safar e apanhar o Alfa às 15h47 e chegar ao Pinhal Novo pelas 19h30. Foi um dia muito bem passado, a recordar tanta coisa!!!

Zona ribeirinha da cidade do Porto, altamente perigosa para Operações gastronómicas.
Foto retirada do site da
Câmara Municipal do Porto, com a devida vénia.

No passado dia 2, resolvi empreender mais uma Operação Gastronómica. Demos-lhe o nome de código PEIXE DA BOLANHA, e fui eu mais o ex-Fur Mil At Inf Eugénio Pereira e o ex-Fur Mil Armas Pesadas, Rogério Lourenço da CCAÇ 3545/BCaç 3883, Batalhão que nos rendeu em Piche em Maio de 1972.

A CCAÇ 3545 foi render a CCAV 2748 em Canquelifá, e foi protagonista da Operação dos Comandos, pois tiveram debaixo de fogo vários dias, cercados pelo PAIGC (Março de 1974). Fomos almoçar ao Restaurante O Pescador, situado em Lagameças, que serve um peixe fresco grelhado espectacular.

Já está combinada outra Operação denominada BARBAS, pois vai ser no Restaurante Barbas, sito na Bolanha da Costa da Caparica, para comer uma Caldeirada de Peixe. Espero que não seja de peixe da bolanha...

E é assim que vou recordando o tempo passado na Guiné cultivando as amizades de então.

Nada é mais importante do que a amizade, nem a fama, nem o dinheiro, nem a morte !!!

Alfa Bravo
Luís Borrega
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5017: Parabéns a você (28): Luís Borrega, ex-Fur Mil da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72 (Os Editores)

Vd. último poste da série de 17 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4541: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (10): Juvenal, como foste nessa de chamar Vanessa à tua menina ? (Luís Graça)

domingo, 27 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P5017: Parabéns a você (28): Luís Borrega, ex-Fur Mil da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72 (Os Editores)

Neste Domingo, dia 27 de Setembro de 2009, completa mais um ano de vida, que se quer seja muito longa, o nosso camarada Luís Borrega (*), ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72.

Toda a Tabanca se junta, para numa só voz, desejar ao Luís Borrega as melhores venturas e um dia muito alegre, junto dos que lhe são mais queridos.

Aproveitámos para deixar já marcado encontro para, pelo menos os próximos 30 anos, sempre neste dia.

Luís Borrega está connosco desde Dezembro de 2008, quando se nos dirigiu assim:

Caro amigo, após conversa com nosso camarada Mário Beja Santos, decidi escrever para o teu blog para me inscrever na tabanca grande, ai vai a minha apresentação:

Luís Filipe de Magalhães Borrega (Luís Borrega)

Ex-Fur Mil Cav com o curso de Minas e Armadilhas, mobilizado para a Guiné pelo Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz, integrando a CCAV 2749/BCAV 2922, colocado no sector L4, no leste da Guiné em Piche.

A minha Companhia tinha os destacamentos CAMBOR, Ponte de RIO CAIUM e mais tarde reocupamos o destacamento de BENTEM.
A nossa área de operações era Piche, Canquelifá e Buruntuma.

Aguardando noticias tuas...

Alfa Bravo!
Luis Borrega



Se bem se recordam, Luís Borrega reclamou para si a fasquia do visitante UM MILHÃO do nosso Blogue (**). Manga de ronco para ele e um orgulho para todos nós, por termos atingido, e já de longe suplantado, tão importante meta.

Quem quiser saber um pouco de dialeto Fula, por mera curiosidade que seja, também pode recorrer ao Mestre Borrega, ou consultar os seus postes dedicados ao Dicionário Fula/Português

Consultados os arquivos do Blogue, apenas encontramos esta foto do Luís:

O Ex-Fur Mil Cav MA Luís Borrega a partir mantanha com os bravos do seu Pelotão (3.º GComb da CCav 2749/BCav 2922) no almoço/convívio realizado em Santarém no ano de 2008.
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Notas de CV:

V. postes postes de Luís Borrega de:

(*) 4 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3699: Tabanca Grande (108): Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3785: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (1): Nafinda, nháluda, naquirda... Bom dia, boa tarde, boa noite...

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3786: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (2): Gô, Didi, Tati, Nai, Joi.../ Um, Dois, Três, Quatro, Cinco...

26 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3798: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (3): Jungo, neuréjungo, ondo... / Braço, mão, dedo, ...

1 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3827: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (4): Nhamo, nano... / Direita, esquerda...

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3889: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (5): Jubi, ala poren, iauliredu... / Miúdo, avião, tem medo...

3 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3833: Em busca de... (64) Militares do BCAÇ 3872, Guiné 1971/73 (Luís Borrega)

21 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3922: Blogoterapia (92): A guerra nunca acaba para aqueles que se bateram em combate (Luís Borrega)

15 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4190: Convívios (109): Pessoal da CCAV 2749 e CCS/BCAV 2922, Vila de Teixoso, no dia 1 de Maio de 2009 (Luís Borrega)

(**) 19 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4215: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (7): Luís Borrega, visitante um milhão (Luís Borrega)

27 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4252: Os Bu...rakos em que vivemos (7): Destacamento de Rio Caium (Luís Borrega)

Vd. último poste da série de 21 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4986: Parabéns a você (27): O veterano Coutinho e Lima, Cor Art Ref, Gadamael (1963/65), Bissau (1968/70), COP 5 (1972/73)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4252: Os Bu...rakos em que vivemos (7): Destacamento de Rio Caium (Luís Borrega)

1. Mensagem de Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72, com data de 22 de Abril de 2009:

Caríssimos LG,VB e CV
Aí vai alguns considerandos sobre a Ponte Caium
Alfa Bravo
Luís Borrega


Destacamento da ponte de Rio Caium visto da margem direita do Rio Caium

DESTACAMENTO DE RIO CAIUM

UM BU... RAKÃO


Na perspectiva do Gen Almeida Bruno, Colónia Balnear de Férias para os “BANDOS ARMADOS” da CCav2749/BCav 2922 (PICHE 1970/1972)

Se houvesse um ranking para os maiores BURACOS da Guiné, Ponte Caium estaria certamente no TOP TEN, e provavelmente dentro dos 10, muito à cabeça.

O Destacamento de Ponte Caium, em conjunto com o Destacamento de Cambor (na estrada Piche-Canquelifá) pertenciam à CCav 2749.

Ponte Caium tinha que ser rendido a cada três semanas, (só em teoria), pela necessidade de géneros, mas também porque psicologicamente era o máximo de tempo que o Destacamento podia aguentar.

No entanto só éramos rendidos mês e meio ou dois meses depois. Numa das vezes estivemos 15 dias a sobreviver só com latas de atum, café e pão confeccionado sem fermento. Podem imaginar a qualidade desta panificação. Não havia mais nada no depósito de géneros. Era o meu grupo de combate que estava lá nessa altura. Foi um bocado complicado lidar com a situação, especialmente acalmar a guarnição.

Para o comandante do BCav 2922 (Ten Cor Raúl Augusto Paixão Ribeiro), não era prioritário ir reabastecer-nos. Tivemos de esperar pela coluna de reabastecimento a Buruntuma, para recebermos os géneros necessários à manutenção do Destacamento.

E como era o Destacamento da Ponte de Rio Caium?

Era uma ponte estreita em pedra e cimento com 59 metros de comprimento sobre o Rio Caium, na estrada Piche – Buruntuma. Estava situada a 17,5 km de Piche, a 3,5 Km do Destacamento de Camajabá (pertença da CCav 2747 sediada em Buruntuma) e a l8,5 Kms de Buruntuma.

O aquartelamento estava instalado no tabuleiro da ponte. Dois abrigos à entrada e dois abrigos à saída. Estes eram feitos de bidões de gasóleo de 200 litros, cheios de terra, uns em cima dos outros, cobertos com troncos e cimento por cima. Ao meio do tabuleiro a cozinha, o depósito de géneros e o refeitório. Eram uns barracos, cujo telhado eram chapas de zinco. Havia ainda um nicho com uma santa e do lado esquerdo (sentido Buruntuma) estava o forno.

Como armamento pesado tínhamos um Canhão S/recuo montado num jeep e um morteiro 81 mm num espaldão apropriado. O restante do armamento era HK21 e RPG 7 apreendidos ao IN

Dilagramas, morteiro de 60 mm e G3 distribuídas pelo Grupo de Combate.

Para nos reabastecermos de água (para beber, cozinha e banhos) tínhamos que nos deslocar a 2 km do aquartelamento, a um poço cavado no chão, com um Unimog a rebocar um atrelado carregado com barris de vinho (50 litros) vazios, que eram cheios com latas de dobrada liofilizada, adaptadas para o efeito.

Como era de difícil solução a localização de um heliporto, foi decidido superiormente, manter sobre a estrada, uma superfície regada com óleo queimado, para a aterragem de helicópteros.

Como se pode imaginar, nas horas de lazer o tempo era preenchido a jogar cartas, ler, escrever à família. Quase todos os dias tínhamos saída à agua, patrulhamento às áreas em redor, etc.

Os dias e as noites eram passados nos limites do espaço, do tempo, na expectativa dum ataque – e quando este começasse, já estaríamos cercados por todos os lados, porque ali não havia milícias, nem tabanca, nem pista de aviação ou possibilidade de retirada (só saltando o parapeito da ponte e atirarmo-nos ao rio uns bons metros mais abaixo).

A desvantagem da área diminuta tinha contrapartidas benéficas: era mais difícil ao PAIGC acertar com os morteiros e a nossa artilharia tinha mais à vontade nos tiros de retaliação, nos limites do alcance das peças de 11,4 instaladas em Piche.

Se o General Almeida Bruno tivesse sobrevoado o Destacamento a bordo dum Alloette ou numa DO 27, certamente teria pensado que ali estaria alojada a “Colónia Balnear de Férias” do BCav 2922 para premiar os seus “Bandos Armados”.

Ali tínhamos praia fluvial (não era aconselhável ir a banhos por causa dos Crocs), caça grossa (aos Crocodilos e a outras espécies cinegéticas)e pesca.

Pensaria de certeza que a boa vida que levava em Bissau, na messe de oficiais e também no Palácio do Governador (onde deve ter almoçado e jantado bastantes vezes) era inferior à vida que os “BANDOS ARMADOS” levavam na sua Colónia Balnear de Ponte Caium (cercada do tão falado arame farpado).

No dia 27 de Junho de 1971, pelas 22,00 h, um grupo IN estimado em 30 elementos, flagelou o Destacamento com morteiros 61 mm, RPG 2 e RPG 7 e com armas automáticas ligeiras (Kalash e PPSH vulgo costureirinhas) causando um ferido às NT. A rápida e certeira retaliação obrigou o IN a retirar deixando rastos de sangue, indicando terem tido baixas.

Nesse ataque, apesar de ter um vasto palmarés de ataques e emboscadas, não estava presente junto do meu Grupo de Combate (3.º GC/CCav 2749), não me lembro concretamente do motivo, mas pela data só poderia ter ido render algum graduado por motivo de férias no Destacamento de Cambor (situado na estrada Piche-Canquelifá) ou estar envolvido nalguma operação de minagem nas margens do Rio Corubal em conjunto com os sapadores da CCS/BCav.

Caros Camarigos LG, CV e VB

Espero que o Corpinho esteja Jametum.

Em resposta à solicitação do Luís Graça, para falarmos dos BU… RACOS da Guiné estou a enviar uma estória acerca de um desses Bu… racos.

Espero que informaticamente façam o tratamento adequado.

Manga di Saúde
Alfa Bravo
Luís Borrega
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4215: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (7): Luís Borrega, visitante um milhão (Luís Borrega)

Vd. último poste da série de 19 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4211: Os Bu...rakos em que vivemos (6): Banjara, CART 1690 (Parte II): Lugar de morte (A. Marques Lopes / Alfredo Reis)

domingo, 19 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4215: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (7): Luís Borrega, visitante um milhão (Luís Borrega)

JÁ SABEMOS QUEM FOI O VISITANTE UM MILHÃO

1. Atrevo-me a publicar uma mensagem recebida há menos de uma hora na minha caixa de correio.

Eis a razão.

O nosso camarada Luís Borrega, acusa-se de ser o visitante que levou o nosso contador ao número 1.000.000 (Um Milhão). Sete dígitos atingidos no Domingo de Páscoa. É caso para dizer, Aleluia.

Mensagem de Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922, Piche, 1970/72, com data de hoje:

Caro Camarigo Carlos Vinhal

Desculpa estar a interromper o teu descanso dominical à sombra do Poilão, no largo principal da Tabanca Grande.

Sem sequer pensar, fui o visitante UM MILHÃO. Atingimos essa marca no dia 12 deste mês (Domingo de Pascoa).

Dessa data até hoje já visitaram o blogue no espaço de uma semana 8.551 (até há 10 minutos atrás).

Como diz o Luís Graça o Mundo é pequeno e o nosso blogue é muito grande.

Uma sugestão: Em vez de ser o IV Encontro Nacional, porque não o IV RONCO NACIONAL DA TABANCA GRANDE, penso que RONCO é mais adequado a designar o nosso Convívio, sempre é o termo de FESTA em Fula.

Um Grande Abraço do tamanho do Corubal
Luís Borrega


2. Agora a competente resposta ao Luís Borrega.

Obrigado Luís pelo teu contacto e pela denúncia de seres o visitante um milhão. Acreditando na tua palavra, ficas desde já referenciado entre a malta por teres sido tu o nosso leitor a atingir tal meta.

Confesso que me passou despercebida a evolução do contador nesse dia, porque tinha cá em casa uma visita muito especial, e só pelo fim do dia trabalhei.

A propósito de trabalho, repara bem que dia é hoje e consulta o Blogue para veres o que já editei. Domingo, dia de descanso? Isso era antes de ter conhecido o nosso camarada Luís Graça.

Com respeito à tua sugestão para o nome a dar aos Encontros, por mim, nada a obstar.

Um abraço de parabéns
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. poste de 2 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4127: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (1): 4 anos, um milhão de páginas visitadas... (Luís Graça / Carlos Vinhal)

Vd. último poste da série de 9 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4166: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (6): Colaboração do nosso blogue na Conferência sobre a Poesia da Guerra Colonial

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4190: Convívios (111): Pessoal da CCAV 2749 e CCS/BCAV 2922, Vila de Teixoso, no dia 1 de Maio de 2009 (Luís Borrega)

1. Mensagem de Luís Borrega, com data de 12 de Abril de 2009:

Caros Camaradas e Amigos LG,VB e CV

Junto envio anuncio referente ao almoço da CCav 2749 + CCS/BCav 2922, agradecia que o publicassem na Tabanca Grande.

Envio com foto que como ainda não domino a arte de mexer na informática, envio parece-me em duplicado, vocês mestres na arte informática dêem um jeito.

Manga de saúde para todos vós.
Alfa Bravo
Luís Borrega

O Ex-Fur Mil Cav MA Luís Borrega a Partir Mantanha com os bravos do seu Pelotão (3.º GComb da CCav 2749/BCav 2922 no almoço/convívio realizado em Santarém no ano de 2008.

BATALHÃO DE CAVALARIA 2922 - PICHE 70/72

Convívio da CCav 2749 + CCS - 1 de Maio de 2009

CAMARADA E AMIGO

É na Vila de Teixoso, a 5km da Covilhã, que no dia 1 de Maio de 2009 (Sexta Feira) nos vamosreunir. Este ano o Almoço Convívio é organizado pelo Rev.º Padre Alberto (nosso Alferes Capelão), que nos vai receber com a simpatia e cordialidade com que já nos habituou.

Ali reviveremos, mais uma vez, as nossas histórias e factos vividos, com os Camaradas e Amigos que estiveram em Piche, entre 1970/1972.

PROCURA ESQUECER OS PROBLEMAS QUE JÁ PASSARAM, MAS APROVEITA A VIVER OS MOMENTOS FELIZES DE CADA DIA.

TENS MOMENTOS FELIZES À TUA ESPERA (1/5/09) NA COVILHÃ, COMPARECE E APROVEITA.

Com a tua alegria, o teu sorriso e juventude comparece, pois que só com a tua presença é que poderemos fazer um GRANDE CONVÍVIO.

COMO LÁ CHEGAR:

-De Coimbra/Viseu apanhar a A25/na Guarda apanhar a A23. Saída em Caria/SENHORA DO CARMO.

-De Portalegre ou Castelo Branco apanhar a A23, saída Covilhã/Norte/Teixoso/SENHORA DO CARMO.

LOCAL E HORA DO ENCONTRO:

Junto ao recinto da CAPELA DE N.ª S.ª DO CARMO, a 2km de Teixoso, Covilhã.

10/11 Horas Concentração.

11,30 Horas missa pelos nossos Camaradas já falecidos, celebrada pelo nosso Capelão Padre Alberto.

13,00 Horas Almoço/Convívio no restaurante TOMAZ/CANHOSO (a 2km de Teixoso).

EMENTA:

ENTRADAS: QUENTES: SOBREMESAS


Enchidos da Região Sopa/Bacalhau assado/Cabrito Café, Bolo Aniversário

Espumante

PREÇO DO ALMOÇO/FORMA DE PAGAMENTO:

Preço: 26,00 euros – Adultos

13,00 euros - Crianças entre os 5 e 9 anos

Forma de Pagamento: Inscrição e pagamento até 20 de Abril para:

Alfredo da Rocha Lopes
Rua da Agontinha, 120
Rio Tinto-Gondomar
4435-612 Baguim do Monte

Telef:224 896 398 / Telem: 917 633 249

NB: Pelas 19,00 Horas haverá uma merenda jantarada com grelhados, oferta/graciosa do nosso Capelão e de João José Castanheira (da CCav 2747) do Teixoso, para todos os Camaradas.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4187: Convívios (108): Pessoal dos Pelotões 953; 954; 955; 956 e 1.ª CCAÇ Africanos, em Azeitão, dia 2 de Maio de 2009 (António Bastos)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3889: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (5): Jubi, ala poren, iauliredu... / Miúdo, avião, tem medo...



1. Continuação da publicação do Dicionário Fula/Português, organizado pelo nosso camarada Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922 (Piche, 1970/72).


V (e última) parte da lista de vocábulos em idioma fula (e respectiva tradução em português) (*), recolhidos em resultado de conversas com o seu amigo Cherno Al Hadj Mamangari, que vivia
em Cambor, a nordeste de Piche. Como já foi dito, o título Al Hadj é dado ao crente muçulmano, depois de regressar da sua peregrinação a Meca.

Obrigado, Luís Borrega, camarada e amigo! O teu esforço por tentar comprender o outro (neste caso, os fulas, que eram e são um dos principais grupos étnico-línguísticos da Guiné-Bissau) é, só por sim, um gesto de grande abertura de espírito, de recusa do etnocentrismo, e sobretudo de ternura. Bem hajas! Espero que a tua recolha (que não obviamente não tem a pretensão de ser um dicionário...) possa ser útil a muita gente, os nossos camaradas que voltam à Guiné em 'turismo de saudade', os nossos antigos camaradas fulas que vivem em Portugal, os seus filhos e netos, nascidos em Portugal (que estão em idade escolar, e que já não sabem ao idioma dos seus pais e avós)... Todos os idiomas do mundo fazem parte da riquíssima diversidade cutural da humanidade, diversidade que devemos conhecer, apreciar, manter e preversar... Por que só há uma terra, só há um raça humana... LG

___________

Nota de L.G.:


(*) Vd. postes anteriores desta série:

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3785: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (1): Nafinda, nháluda, naquirda... Bom dia, boa tarde, boa noite...

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3786: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (2): Gô, Didi, Tati, Nai, Joi.../ Um, Dois, Três, Quatro, Cinco...

26 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3798: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (3): Jungo, neuréjungo, ondo... / Braço, mão, dedo, ...

1 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3827: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (4): Nhamo, nano... / Direita, esquerda...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3827: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (4): Nhamo, nano... / Direita, esquerda...





1. Continuação da publicação do Dicionário Fula/Português, organizado pelo nosso camarada Luís Borrega, ex-Fur Mil Cav MA da CCAV 2749/BCAV 2922 (Piche, 1970/72).

IV arte da lista de vocábulos em dialecto fula (e respectiva tradução em português) (*), recolhidos em resultado de conversas com o seu amigo Cherno Al Hadj Mamangari, que vivia em Cambor, a nordeste de Piche. Como já foi dito, o título Al Hadj é dado ao crente muçulmano, depois de regressar da sua peregrinação a Meca.


2. Comentário de Carlos Silva (ex-Fur Mil, Caç 2548/BCaç 2879, Farim, 1969/71, advogado de muitos guineenses da diáspora, residente em Massamá, animador do sítio Guerra da Guiné 63/74 por Carlos Silva:


Acabo de ler o o Post 3785 sobre o Dicionário Fula/Portugês (*).

Devo dizer que ainda comecei a fazer um trabalho desses com a colaboração dos nossos amigos fulas da diáspora e outros que me são próximos, ainda dediquei muitas horas ao assunto, mas cheguei à conclusão que, não sendo especialista em linguísta, não valia a pena prosseguir com o trabalho, pois as dificuldades são muitas, na medida em que cerca 30 ou 40 amigos contactados e com boa vontade de me ensinarem a sua língua mãe fula, pois até me ofereceram livros com tradução Fula/Francês do Senegal, mesmo assim não consegui, porque cada um pronuncia e escreve a palavra de modo diferente.

Passei horas a trocar impressões com eles sobre essa diferença, então lá me explicavam, que há várias famílias de fulas, conforme sabemos, e que as pronúncias eram diferentes também, tal como aqui em Portugal entre alfacinhas, tripeiros, alentejanos e algarvios.

No entanto, e correspondendo ao teu apelo [, Luís, ] aqui vai um mini dicionário Fula/Português, em Word elaborado por mim, com a colaboração dos tais meus/nossos amigos, através do qual já podes ver algumas diferenças com as palavras do blogue. Nhonhaludá - Nháluda e muitas outras palavras.

Com um abraço

Carlos Silva

3. Comentário de L.G.:

Obrigado, Carlos. O teu minidicionário fula / português será publicado oportunamente. Ainda falta publicar a 5ª e última parte desta série. Concordo contigo que isto é tarefa para especialistas. Mas o esforço de camaradas como o Luís Borrega, o Carlos Silva e outros deve e pode merecer o nosso apreço e o nosso aplauso... Admito que esta recolha, feita por um não-especialista, possa ser útil a alguém (um falante da língua portuguesa que queira comunicar com outro falante da língua fula ou vice-versa)... LG

___________

Nota de L.G.

(*) Vd. postes anteriores desta série:

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3785: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (1): Nafinda, nháluda, naquirda... Bom dia, boa tarde, boa noite...

24 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3786: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (2): Gô, Didi, Tati, Nai, Joi.../ Um, Dois, Três, Quatro, Cinco...

26 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3798: Dicionário fula / português (Luís Borrega) (3): Jungo, neuréjungo, ondo... / Braço, mão, dedo, ...