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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22251: O nosso livro de visitas (210): "Não fazem ideia da alegria que me deram, ao reconhecer camaradas da minha companhia!... Peço para aderir à Tabanca Grande!" (Alfredo Fernandes, ex-1º cabo aux enf, CCAV 678, 1964/66, enfermeiro reformado do SNS, natural de Valença, a residir em Viana do Castelo)


Foto nº 1 > Rio Douro > Maio de 2021 > O Alfredo Fernandes, que pertenceu à CCAV 678 (1964/66), era 1º cabo aux enf.

Foto (e legenda): © Alfredo Fernandes (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Foto nº 2 > Cabo Verde > Ilha do Sal > CCAV  678 > Saída do Sal, para a Guiné no Contratorpedeiro Lima, em 17 de julho de 1964 


Foto nº 3 > Guiné > Região de Bafatá > Bambadinca > Fá Mandinga > CCAV 678 (1964/66)
Da esquerda para a direita: Furrieis [Manuel] Bastos [Soares], [Eduardo]Ablu, [Jorge] Ferreira (pai do Rui Ferreira), Primeiro Sargento Alberto Mendes, Furrieis Frazão, Matos e Guimarães.

Fotos (e legendas): © Eduardo Ablu (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Mensagem do nosso camarada Alfredo Lopes Fernandes  

Data - quarta, 2/6/2021, 22:52
Assunto - Obrigado! Não fazem ideai da alegria que me deram


Boa tarde, Luís Graça, como um fiel e assíduo leitor do vosso Blogue

Um pouco da minha pessoa! (Foto à esquerda, vd. foto nº 1)

Gostaria de aderir à Tabanca Grande.

Eu sou o Alfredo Lopes Fernandes, natural de Valença do Minho, a residir em Viana do Castelo, fiz a recruta em 1963, em Braga, no  RI 8.

Passei pela Escola de Saúde em Coimbra, o RI 12

Fiz o Estágio no Hospital Principal em Lisboa, Cirurgia Praças. Terminei a minha formação em 1964 de como 1º Cabo Auxiliar de Enfermagem.

Fui integrado na Companhia de Cavalaria 678, Navio Uige, Guiné, descarga,  e destino Cabo Verde Ilha do Sal

Dois meses após a chegada, embarquei na Lancha (L344), com destino a Bissau. (Foto nº 2)

A minha Companhia,a  CCAV  678, ficou em Bambadica, mas eu fui reforçar uma Companhia para o Enxale. Mais tarde passei pelo Xime, Ponta do Inglês,, Cacheu e outras localidades.

Regressei a Bambadinca para embarcar.

E é com muita emoção! Ao digitar o nome da minha Companhia,   identifico algo do meu passado.
Das pessoas que consigo identificar na fotografia publicada pelo camarada, o ex-fur mil Eduardo Ablu, lembro o Furriel Ferreira, um bom companheiro. (Foto nº 3)

Nunca mais tive contacto com os meus camaradas da  CCAV 678.

Eu era conhecido pelo Enfermeiro "Valença".  O meu percurso na Guiné foi quase sempre fora da Companhia.

O meu bem haja pelo magnífico trabalho que realizam.

E até que Deus me deixe, sou conhecido como Enfermeiro Alfredo Fernandes,  em Viana do Castelo.

Ao vosso inteiro dispor.

Não fazem ideia da alegria que me proporcionaram
Obrigado!

2. Comentário do editor Luís Graça:

Alfredo Fernandes, meu camarada (de armas) e colega (da saúde):

Fico muito feliz por nos teres encontrado, ao nosso blogue e ao pessoal da tua CCAV 678. O nosso blogue é para isso que serve, para partilhar as nossas memórias e emoções do tempo passado na Guiné (1961/74). 

A tua CCAV 678 tem 14 referências no nosso blogue. Vou dar conhecimento ao Eduardo Ablu, que vive em Elvas, e entrou para a nossa Tabanca Grande em 18/2/2021 (*), bem como ao Rui Ferreira, jornalista, filho do Jorge Nicociano  Ferreira, infelizmente já falecido. Vê também aqui fotos do Manuel Bastos Soares, que vive na Maia,

Terei todo o gosto em acolher-te na Tabanca Grande, sentando-te à sombra do nosso poilão no lugar nº 841 (o próximo,  disponível). Gostava, no entanto, de ter uma foto tua do tempo da tropa e da guerra. Não me mandaste a foto que dizia "eu em 1963"... Será que estás na foto nº 2, do álbum do Ablu ?

Obrigado pela tua "visita" (**). Também eu conheci, em 1969/71,  parte do calvário que tu conheceste anos antes  (Enxalé, Xime, Ponta do Inglês, etc.). Vamos falando, Aguardo que me mandes a tua foto do "antigamente" . Faz parte das normas... Um alfabravo fratermo, LG.
 ___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 18 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21914: Tabanca Grande (514): Eduardo Ablu, ex-fur mil, CCAV 678 (Ilha do Sal, Bissau, Fá Mandinga, Ponta do Inglês, Bambadinca, Xime, 1964/66): senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 836

(**) Último poste da série > 24 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22030: O nosso livro de visitas (209): Jean Soares, filho do antigo comerciante Mário Soares, de Pirada: fez o serviço militar em Portugal, em 1972/75, esteve na Trafaria e em Maquela do Zombo, Angola, foi para Paris, onde casou e teve filhos... Gostava de recuperar a nacionalidade portuguesa que perdeu e encontrar-se em Lisboa, em setembro/outubro de 2021, com conhecidos e amigos do seu pai

quarta-feira, 24 de março de 2021

Guiné 61/74 - P22030: O nosso livro de visitas (209): Jean Soares, filho do antigo comerciante Mário Soares, de Pirada: fez o serviço militar em Portugal, em 1972/75, esteve na Trafaria e em Maquela do Zombo, Angola, foi para Paris, onde casou e teve filhos... Gostava de recuperar a nacionalidade portuguesa que perdeu e encontrar-se em Lisboa, em setembro/outubro de 2021, com conhecidos e amigos do seu pai

Foto nº 1 > Capa da revista do "Expresso", edição de 22 de janeiro de 1996. Tem quase a idade do Presidente [Mário Soares] mas uma vida ainda mais aventurosa. E um enigma.



Foto nº 2 > Cópia do nosso poste P20994 (*) 

Imagens enviadas pro Jean Soares (2021)

1. Mensagem de Jean Soares, que reside em França:

Date: segunda, 22/03/2021 à(s) 17:18
Subject: O comerciante Mário Soares de Pirada, Guiné-Bissau

Foi com grande emoção que li os artigos e testemunhas no seu blog sobre o meu Pai, Mário Rodrigues Soares, comerciante em Pirada.

Isto provocou em mim muitas recordações da minha infância (a criança na fotografia da visita do governador Sarmento Rodrigues, sou eu com 4 anos) (*); também me lembro o ataque a Pirada em junho de 1965, tinha 14 anos e assisti a tudo.

Obrigado às testemunhas.

Hoje estou a bater-me para recuperar a minha nacionalidade portuguesa que perdi, sem saber, devido ao decreto-lei nº 308-A/75 de 24 de Junho 1975 (Nasci numa província ultramarina antes da revolução.)

Fiz o serviço militar de 1972 a 1975 no BRT [ Batalhão do Reconhecimento das Transmissões], Trafaria [, Almada] e depois em Angola, em Maquela do Zombo

Passei à disponibilidade em Maio 1975 e fui logo para Paris onde fiz os meus estudos, casei e obtive a nacionalidade francesa.

Hoje o meu maior desejo é recuperar a nacionalidade portuguesa e a cédula militar que não consigo recuperar, para um dia poder mostrar aos meus netos as minhas raízes portuguesas.

Estarei em Lisboa em Setembro e Outubro [de 2021], ficarei muito contente em encontrar alguém para trocar impressões.

Os meus respeitosos cumprimentos
Jean Soares

P.S. - Junto envio também a capa da revista "Expresso", de  22 de Janeiro de 1994,   com a foto do meu Pai com a história dele um ano antes da sua morte.


2. Comentário do editor Luís Graça:

Obrigado, Jean Soares, pelo seu contacto. Graças à Internet hoje é mais fácil haver felizes reencontros com o passado, como este.  Como nós costumamos dizer aqui, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

Ainda bem que nos encontrou e quer "matar saudades" da terra onde você (e a sua família) viveu e foi feliz. Imagino que tenha nascido na antiga província portuguesa da Guiné, hoje Guiné-Bissau)  aplicando-se ao seu caso o disposto no supracitado diploma legal (que estabeleceu normas sobre a conservação da nacionalidade portuguesa pelos portugueses domiciliados em território ultramarino tornado independente). 

Pode ser, entretanto,  que alguns dos nossos camaradas, com formação jurídica, o possam ajudar a recuperar o que perdeu, e que tanto estima; a cidadania portuguesa. 

No que diz respeito à sua caderneta militar, talvez não seja difícil obter uma certidão com o historial da vida militar do Jean Soares [ou João Soares ?], no Arquivo Histórico Ultramarino ou no Arquivo Geral do Exército. Vou encaminhar o seu mail para um dos nossos especialistas nesta área.

Quanto ao seu pai, o conhecido comerciante Mário Soares, de Pirada, vou-lhe mandar também uma lista dos postes com referências a ele... São cerca de um dezena e meia: poderá consultá-los livremente, são públicos.

2. Deixa-me entretanto fazer-lhe uma observação e uma pergunta (se nos quiser e puder responder ):

(i) a observação: o miúdo que aparece na foto n.º 2, acima, não pode ser o Jean Soares, com 4 anos, já que, pelas minha contas, terá nascido no princípio da década de 1950: ora a visita do Governador Sarmento Rodrigues a Pirada foi em maio de 1945;

(ii) a pergunta: o que se passou exatamente com o seu pai (e a sua família) logo a seguir ao 25 de Abril e à independência da Guiné-Bissau? O seu pai terá morrido em 1997, segundo o "Expresso", e relativamente novo (com cerca de 70 anos)... E já agora, com que idade se fixou na Guiné? 

Sobre estas e outras questões da história de vida do seu pai, há versões contraditórias (e algumas por certo fantasiosas) sobre o seu percurso e o seu destino: veja aqui, entre outros, este poste P20949 (**).

Já não me lembro se li ou não  o dossiê do semanário "Expresso", edição de 22 de janeiro de 1996,  sobre o seu pai (, e que penso terá sido trabalho do jornalista José Pedro Castanheira), "O outro Mário Soares", mas vou procurar obter uma cópia.

Se o Jean Soares sempre vier a Lisboa em setembro / outubro de 2021, e se houver condições para nos encontrarmo-nos, avise-nos com antecedência: o seu pai tem na Tabanca Grande pessoas que beneficiaram da sua hospitalidade e até sua sua amizade e que, decerto, irão desejar  poder estar  consigo.  

Eu pessoalmente não o conheci,  ao seu pai, mas muito ouvi falar dele, já no meu tempo (1969/71), nos sítios do Leste da Guiné por onde andei: Contuboel, Bafatá, Bambadinca... Mas até lá podemos trocar emails. (***)

Mantenhas (, como dizíamos em crioulo)... Luís Graça
______________


(***) Último poste da série >  3 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21846: O nosso livro de visitas (208): Afonso de Melo, ex-fur mil cav, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21846: O nosso livro de visitas (208): Afonso de Melo, ex-fur mil cav, EREC 2641 (Bula, 1970/72)




Insígnias (guião e crachá) do EREC 2641 (Bula, 1968/70)

Fonte: Cortesia de  © Carlos Coutinho (2011).  



1. Mensagem do nosso camarada Afonso de Melo:
 
Date: terça, 2/02/2021 à(s) 00:52
Subject: EREC 2641-Bula 70/72 

Boa noite, Camarada.

Vi a mensagem da Ana Pinho, filha do Paulo Vitorino Pinho (EREC 2641-Bula 70/72). (*)

Sou um dos camaradas (furriel Melo) que aparece em duas das fotos. Como ele, fui furriel miliciano de cavalaria em Bula, no EREC 2641.

Gostaria que a Ana Pinho me contactasse através deste meu e-mail, a fim de poder saber mais notícias do pai, que já não vejo desde 1974. 

Aproveito para dar uma info sobre as fotos que ela enviou.



Foto nº 2- No jipe é o tenente de cavalaria Aparício.


Foto nº 3- Sentados na coberta do paiol de munições do esquadrão. O Pinho, na ponta esquerda,  está em pé com um papel na mão. Eu, o 4º, na primeira fila, estou sentado ao lado do Valdemar Cardoso que está de calções.


Foto nº 4- Na parada do RC 7, na Calçada da Ajuda, Lisboa, o EREC 2641 em véspera de embarcar. O Paulo é o 4º a contar da direita e eu o 5º, ao lado dele,na primeira fila.


Foto nº 5- Eu fazia parte da guarnição das AML Panhard que em 12 de Novembro de 1970 estava em Mansabá, quando houve o ataque de canhão ao fundo da pista de aviação (de terra batida).


Foto nº 7- O Paulo está na torre da AML eventualmente a sintonizar o rádio transmissor. As funções rádio eram do chefe de carro, com frequências para os meios terrestre, aviação ou marinha. Ao lado posicionava-se o atirador.

Muito em breve farei a minha inscrição e terei todo o gosto em partilhar convosco, fotos e relatos  da minha estadia na Guiné.

Saudações

António Afonso de Melo M.F. Graça

2. Comentário do editor LG

Camarada Afonso de Melo: Conforme mail que mandei à Ana, com conhecimento à tua pessoa, já partilhei o teu endereço de email que, por razões óbvias, não divulgo no blogue. 

Cabe-lhe agora a ela dar-te notícias do teu camarada e amigo Paulo Pinho. Vamos desejar-lhe longa vida, apesar dos problemas de saúde, e nomeadamente das sequelas do AVC que sofreu há largos anos. 

Quanto a ti, não preciso de reiterar o convite para integrares, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande. Serás o primeiro representante do EREC 2641 a sentar-se à sombra do nosso poilão.  E podes registrar-te com este nome, Afonso de Melo.

Como nos lês, já sabes como isto funciona: mandas as  duas fotos da praxe e duas linhas de apresentação... Não mais há quotas nem joias a pagar... Como vês, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande

Obrigado por nos ajudares a complementar as legendas das fotos que a Ana Pinho nos mandou. 

Até à próxima. Luís Graça
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21561: O nosso livro de visitas (207): António José de Sousa Marreiros, que vive no Canadá (Victoria, BC): foi alf mil, em rendição individual, CCAÇ 3544 (Buruntuma, 1972) e CCAÇ 19 (Bigene e Guidaje, 1973/74)


Mapa do Canadá e posição da cidade de Victoria, capital da província da Colúmbia Britânica. Fonte: cortesia de  Wikimedia Commons


1. Comentário de nosso camarada e leitor António José de Sousa Marreiros, que vive no Canadá (Vd. poste P21532 )(*):

Amigos, 

Nunca falei muito da minha passagem pela Guiné quando vim viver para o Canadá (Victoria, BC, British Columbia). Tentei esquecer e dar lugar às novas experiências num país novo e língua diferente. 

Com os anos e para não ter muitas saudades fui enterrando memórias e aprendendo os hábitos desta nova sociedade. Só consegui manter contacto com 3 amigos que também fizeram a Guiné comigo e por um deles encontrei este blogue.

Nessa altura só tive coragem para ler umas quantas histórias e, como não gostei da depressão em que fiquei,  abandonei o site e só hoje, já perto dos 70, voltei à Tabanca. 

Estou a fazer um esforço para lembrar e escrever uma pequena história, em inglês, da minha vida forçada de militat de guerra. Estou a pensar que a minha neta, agora com apenas 7 anos, um dia vai querer saber as origens e o que fez o avô... 

A pandemia [de Covid-19] trouxe outra realidade e uma necessidade mais forte de procurar linhagens e realidades de juventude sobretude que estou fora de Portugal e das minhas raízes.Por isso tem sido mais fácil ler este mar de informação dos camaradas da Guiné e uma recolha de nomes e termos que afinal ainda estavam na meu vocabulário e apenas adormecidos. 

António José de Sousa Marreiros,
Ex-alferes miliciano em rendição individual
na Companhia CCaç 3544 (os Roncos) em Burumtuma (1972) e,  meses depois,  transferido para Bigene/Guidage, CCaçadores 3, até Agosto 1974.

Um abraço a todos e que continuem bem!

2. Comentário de Valdemar Queiroz (*):

António Marreiros.

Então por Burumtuma, quer dizer que fez a estrada Nova Lamego-Buruntuma e passou pela Ponte Caium.

A minha CART 11 (1969/70), de soldados fulas, esteve fixada em Nova Lamego (Quartel de Baixo) e depois mudamos para Paunca, mas estávamos em intervenção em toda a zona leste e também fomos a Buruntuma em operações.

Ponte Caium, ninguém acredita haver um "Quartel" em cima duma ponte naquelas condições.

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

3. Comentário do editor Luís Graça:

Camarada Marreiros, és bem vindo!... Não percas o contacto connosco... Vamos escrever-te para o teu email, constante do teu perfil no Blogger. E estás desde já convidado a juntar-te aos bravos da Tabanca Grande... Somos já 821, entre vivos e mortos, espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Infelizmente, temos apenas duas referências à tua primeira companhia, a CCAÇ 3544.  Por exemplo, será que viste este poste, com referência ao Francisco Alves, um camarada da tua companhia (**) ?... Já sobre a CCAÇ 19 há pelo menos umas 25 referências

Pelo teu apelido, pareces-me ser algarvio... Quando escreveres a tua história, em inglês, para a tua neta canadiana, manda-nos um "cheirinho", ou até uma cópia... A gente faz a tradução para português. Na parte relativa à Guiné, tens aqui uma "montra" para divulgares a tua história... 

De qualquer modo, o teu gesto é de uma grande ternura. E é importante, que para lá do teu património genético, possas também transmitir à tua neta algo das tuas "geografias emocionais" (e a Guiné é, com certeza, uma delas). (***)

Um alfabravo (ABraço), Luís Graça

PS - Aqui seguem as fichas das unidades a que pertenceste no TO da Guiné:

Batalhão de Caçadores nº 3883

Identificação > BCaç 3883
Unidade Mobuluzadora > RI 2 - Abrantes
Cmdt >  TCor Inf Manuel António Dantas
2.° Cmdt > Maj Inf Manuel Azevedo Morujão e Oliveira
OInfOp/Adj > Maj Inf José Luís Guerreiro Portela

Cmdts Comp: 
(i) CCS >  Cap Inf Joaquim Pinheiro da Costa | Cap Mil Inf José do Nascimento Leal Varela
CCaç 3544 > Cap Mil Inf Luís Manuel Teixeira Neves de Carvalho | Cap Mil Inf José Carlos Guerra Nunes
CCaç 3545 > Cap Mil Inf Fernando Peixinho de Cristo
CCaç 3546 >  Cap QEO José Carlos Duarte Ferreira

Divisa: "Nobreza no Dever"
Partida > Embarque em 19Mar72 (Cmd e CCS), 20Mar72 (CCaç 3544),
22Mar72 (CCaç 3545) e 23Mar72 (CCaç 3546); desembarque em 19,22,23 e 24Mar72
Regresso: Embarque em 19,21,22, e 23Jun74

Síntese da Actividade Operacional:

Após realização da IAO, de 27Mar72 a 22Abr72, no CIM, em Bolama, seguiu em 24Abr72, com as suas subunidades, para o sector de Piche, a fim de efectuar o treino operacional e sobreposição com o BCav 2922.

Em 24Mai72, assumiu a responsabilidade do referido Sector L4, com a sede em Piche e abrangendo os subsectores de Buruntuma, Piche e Canquelifá. 

Em29Mai73, por subdivisão do subsector de Buruntuma, foi criado o subsector de Camajabá. As suas subunidades mantiveram-se sempre integradas no dispositivo e manobra do batalhão.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos, de vigilância da fronteira e de defesa e segurança dos aquartelamentos e aldeamentos, que foram alvo e fortes e frequentes flagelações, particularmente a partir de Ag073. 

Actuou ainda em numerosas missões de protecção e segurança a trabalhos nos reordenamentos e de reparação de itinerários, e ainda na asfaltagem da estrada Piche-Buruntuma; a par de uma decidida colaboração na promoção socioeconómica das populações da região e organização do sistema de autodefesa.

Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 4 espingardas, 9 granadas de armas pesadas e a detecção e levantamento de 29 minas.

Em 31Mai74, foi rendido no sector pelo BCaç 4610/73 e recolheu a Bissau para embarque.

Companhia de Caçadores nº 3544 (CCAÇ 3544)

A CCaç 3544, após treino operacional e sobreposição com a CCav 2747, assumiu, em 24Mai72, a responsabilidade do subsector de Buruntuma, com um pelotão destacado em Camajabá e onde se manteve após a criação do respectivo subsector em reforço da respectiva guarnição até meados de Ago73.

Em 26Jan74, por troca com a 2ª C/BCav 8323/73, foi colocada em Piche, tendo então assumido a responsabilidade do respectivo subsector e cumulativamente as funções de subunidade de intervenção e reserva do sector, tendo efectuado acções de patrulhamento, emboscadas e escoltas a colunas.

Em 31Mai74, foi rendida pela 3ª  C/BCaç 4610/73 e recolheu a Bissau.
 
Companhia de Caçadores nº 19 (CCAÇ 19)

Identificação > CCaç 19
Crndt >  Cap Inf Afonso José Carmona Teixeira | Cap Mil Inf José Vicente Teodoro de Freitas | Cap Mil Inf Carlos Alberto Gaspar Martinho | Cap Mil Inf António Eduardo Gouveia Carvalho
Início > 01Dez71
Extinção>  princípios de Ago74

Síntese da Actividade Operacional

Em 01Dez71, foi constituída com quadros e algum pessoal especialista metropolitano e o restante pessoal natural da Guiné, predominantemente da etnia Mandinga e na sua grande maioria já integrante de companhias de milícias, tendo efectuado a instrução no CIM, em Bolama, de 06 a 31Dez71.

Seguidamente, foi colocada em Guidage, inicialmente em reforço do COP 3 e da guarnição local, com vista à realização de acções na referida área. Em 22Fev72, por saída da CCaç 3, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Guidage, ficando então integrada no dispostivo e manobra do COP3.

Em princípios de Ago74, então na dependência do BCaç 4512/72, e de acordo com o plano de retracção do dispositivo, foi desactivada e extinta.

Observações > Tem História da Unidade (Caixa n." 117 - 2.a Div/d." Sec, do AHM).


Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pp. 161-162 e 640
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 11 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21532: Historiografia da presença portuguesa em África (238): Uma viagem à Ilha de Orango em 1879, um magnífico relato de viagens no Boletim n.º 1, 6.ª Série de 1886, da Sociedade de Geografia de Lisboa (1) (Mário Beja Santos)

domingo, 5 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21142: O nosso livro de visitas (206): Carlos Barros, natural de Esposende, ex-fur mil at art, 2ª CART / BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1973/74)

Carlos Barros, Esposende
1. Mensagem do nosso camarada Carlos Barros, natural de Esposende, professor refiormado, ex-fur mil 2ª CART / BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1973/74) [, foto à esquerda, do Facebook]:


Date: quarta, 17/06/2020 à(s) 18:06
Subject: Bart 6520, 2ª Cart
Estimado amigo:


Brevemente irei escrever  algo sobre a minha/nossa vivência  em Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará..

Para iniciar, envio este sucinto texo para mim, histórico sobre a entrega ao PAIGC,  do nosso destacamento de Nova Sintra.

Um abraço e parabéns pelo seu trabalho. Carlos Barros, Esposende.

Quando os guerrilheiros entraram no destacamento de Nova Sintra, o Comandante, Capitão Machado e outros graduados, devidamente fardados com os seus camuflados de combate, receberam com dignidade os combatentes do PAIGC acompanhados com uma população civil que lhe era afeta.

Numa fase inicial, depois de contactos prévios com os Comandantes do PAIGC, foram autorizados a entrarem no aquartelamento e, por mera coincidência, os furriéis Barros (eu próprio) e o Ferreira tomaram a iniciativa de irem ao encontro dos guerrilheiro, abrindo-lhes o " portão" junto às bananeiras.

E não houve qualquer problema nessa convivência, embora numa fase inicial, existia um certa "receio", natural, porque algo poderia acontecer de menos bom, como aconteceu em Angola e Moçambique.

Estes são os factos para a história, entre muitos, da Guerra Colonial.


2. Resposta do nosso editor LG,  18 jun 2020 15h35:

Boa tarde, camarada Carlos. Obrigado pela tua mensagem. Registo e saúdo a tua vontade de partilhar, connosco, as tuas boas e más memórias do guerra do fim do império... É um período que precisa de ser melhor conhecido, até porque está carregado de muitas emoções....

Eu já lá não estava, regressei em março de 1971...Vejo que és de 1950, eu sou de 1947...Gostava de saber algo mais sobre ti para te poder apresentar à nossa Tabanca Grande que já reune quase um batalhão e meio de gente... Somos 808 [, agora já 810], entre vivos e mortos, os camaradas (e os amigos) da Guiné... Contigo seremos 809 [, agora 811]...Manga de pessoal!...Preciso apenas de 2 fotos tuas, uma antiga, outra mais atual...

No ficheiro que mandaste, não consigo abrir as imagens...Não seria possível mandá-las, de novo, mas à parte, em anexo, em formato jpg, com boa resolução ?

No teu anexo, só consigo ler as legendas das fotos (que devem ter interesse documental para a nossa história da Guiné):
  • Entrega do destacamento de Nova Sintra ao PAIGC dia 17 de Julho de 1974
  • Os guerrilheiros na entrada do quartel de Nova Sintra .
  • Destacamento de Nova Sintra- 1972/74
  • Visita voluntária ao destacamento S. João: final da Comissão. Eu não fui.  Rebentou uma mina anti-carro: feridos…Parece que adivinhava…
  • Nas tabancas de Nova Sintra: População nos seus afazeres dométicos…1973
  • Regresso a Bissau-Lisboa: Cais do Enxodé : 18 de Julho de 1974
  • Esplanada de Bissau 1973
  • O furriel Barros a almoçar: 1973
  • O convívio dos militares com a população guineense 1974
  • Campo de futebol de Nova Sintra 1973
  • O Barros e o Apolinário, furriéis “matando” a sede…(nunca morria…)
  • Equipa de futebol dos condutores e a dos graduados Junho de 1974
  • Equipa de futebol dos condutores e a dos graduados Junho de 1974.

Fico a aguardar mais notícias. Um alfabravo. LG

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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21129: O nosso livro de visitas (205): Gonçalo Inocentes (Matheos), autor do livro "O Cântico das Costureiras: crónicas de uma vida adiada, Guiné, 1964/65", a lançar proximamente pela editora ModoCromia ...



"O Cântico das Costureiras: crónicas de uma vida adiada, Guiné, 1964/65", próximo livro de Gonçalo Inocentes (Matheos).

Lê-se na contracapa: "Há um tempo / Que afinal durou tanto tempo / Que o tempo que então durou / Durou pra todo o tempo" (GM)

Na capa vem um pequeno resumo biográfico do autor: "Gonçalo Inocentes (Matheos): Nasceu em Angola; fez-se em Santarém, na Escola Agrícola e Escola Prática de Cavalaria; curtiu-se em três guerras; ex-técnico agrícola, ex-combatente, ex-piloto de linha aérea, ex-marinheiro".

A editora é a ModoCromia (telef.  +351 263047605; telem +351 917215523); tem página no Facebook.

1. Mensagem do nosso camarada Gonçalo Inocentes, próximo membro da Tabanca Grande, com data de 23/06/2020,  10h20:


Meu caro, não nos conhecemos, embora tivéssemos vivido bem perto.

Sou Gonçalo Inocentes e estive também na Guiné [, em 1964/65].

Dessa passagem irá sair em breve um livro que está já a ser impresso. Datas ainda não tenho. É cedo, com tudo o que se está a passar.

Penso que será interessante para o Blogue, pois sendo um relato de guerra está fora de todos os clássicos.

Logo que tenha datas, enviarei convite. Penso que será a melhor forma de nos conhecermos.
Em anexo envio imagem da capa.

Os meus melhores cumprimentos

GM

2. Resposta do editor LG, com data de 23/06/2020, 13h25

Ok, Gonçalo, teremos muito gosto (, além da obrigação,) em divulgar o teu livro. Não queres mandar mais umas linhas sobre a tua pessoa, e nomeadamente sobre o teu tempo da Guiné (posto, companhia, batalhão...) ? E, já agora, uma págima ou duas, um "cheirinho" do livro (para além da capa) ?!

Fica bem. E estás, desde já convidado, para integrar a nossa Tabanca Grande. Podes ser o próximo, o nº 810, a sentar-se à sombra do nosso poilão...Manda 2 fotos (uma do antigamente, outra mais ou menos atual).

Um alfabravo,

Luís Graça
_________

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20522: O nosso livro de visitas (204): António Borges, cor inf ref, ex-cap inf, cmdt da CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1970, ao tempo do José Corceiro e do José Martins



Guiné > Região de Gabu > Canjude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos > 1970

(...) O capitão Borges com a esposa numa coluna para Nova Lamego. Sentados atrás vão os guarda-costas (elementos dos Comandos, Dragões). Houve autorização superior para o jipe poder integrar a coluna.

É uma atitude arrojada que revela coragem, determinação e cumplicidade no casal, dando provas de coesão, sem se pouparem a sacrifício para consolidar a união dos cônjuges. É evidente que o amor é mais importante que a morte... mas o capitão Borges, com esta sua ousadia, deu provas de combate, segurança e confiança, no porvir.

A senhora do capitão Borges tem que ser uma mulher de alma magnânima e imperturbável, para se arriscar a viver nestas condições, a milhas da civilização e neste isolamento, não deve ser fácil, mas é revelador de acto de afoiteza e amor para com o marido, ao querer trilhar alguns dos perigos e dificuldades inerentes ao teatro de guerra que todos aqui vivemos, só que nós militares, por imposição e obrigação, enquanto a senhora do capitão é de livre vontade, abnegando a possibilidade de bem-estar, provavelmente podendo viver na Metrópole. (...) (*)

[Foto à direita]

Guiné > Região de Gabu > Canjude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos > 1970 > Entre o Cheche e o Bormuleo, na margem direita do Rio Corubal, a posar para a foto o capitão Borges, o capitão Costeira e o ahferes Varela (hoje advogado em Almada). É visível a margem oposta do rio Corubal.

[Foto à esquerda]

Guiné > Região de Gabu > Canjude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos > 1970 >  Instalados junto àmargem do rio Corubal, ao fim do dia, a comer a ração de combate. 

Na foto, o capitão Borges e mais pessoal da operação; o Silva de Transmissões está de pé; alguns carregadores civis são visíveis assim como os garrafões que transportavam com água. Passámos aqui a noite, onde as formigas nos atacaram.



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego >  14 de março de 1970 >  Recepção do povo de Nova Lamego ao Ministro do Ultramar, Silva Cunha.


Guiné > Região de Gabu > Canjude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos > 1970 > O Ramos a cortar o cabelo ao Corceiro em Canjadude. Era normal entre as 10 e as 15h00, intervalo de descanso, andarmos assim vestidos, quando não era pior.

Fotos (e legendas): © José Corceiro  (2010) . Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Troca de mensagens entre o cor inf ref António José G. G. Borges, ex-cap, cmdt da CCAÇ 5, Canjadude, 1970, hoje cor inf ref (**):

(i) António Borges, quarta, 18/12/2019, 12h45

Com os meus afectuosos cumprimentos muito gostaria que me fosse indicado o endereço actual do vosso "tertuliano" José Corceiro que foi Cabo radiotelegrafista da CCaç 5,  de Canjadude (Guiné), Companhia que comandei em 1970.

Antecipadamente agradecido desejo a todos Festas Felizes.
Cor António José G. G. Borges,
ex Capitão Borges / CÇaç 5


(ii) Luís Graça, 18/12(2019, 13h15

Zé Corceiro: Já há tempos que não contactamos... Tens aqui um pedido do ex-cmdt da CCAÇ 5, em 1970, hoje cor ref António Borges. Responde-lhe, com conhecimento a mim, se não te importares... Aproveitas para fazer a "prova de vida"...

Um abraço natalício. Luís Graça


(iii) José Martins, 18/12/2019.18h45:

Boa noite, meu Comandante e Amigo António Borgs:

Espero que se encontre bem, assim como toda a família. Pediram-me para responder a este mail, o que faço com muito gosto.

Já não tenho contacto com o Corceiro há algum tempo mas, os contactos de que disponho são:
e-mail (...)

telemóvel (...)

Telefone fixo (...) 

Aproveito para enviar votos de Boas Festas e um óptimo 2020.

José Martins

 (iv)  António Borges, 2/1/2020 11h15: 

Caros amigos:

A resposta ao meu pedido sagrou-se 100% exitosa tendo "capturado" o Corceiro que era o objectivo principal da operação, mas também o Martins, e estabelecido contacto com o Luís Graça a quem felicito pelo excelente trabalho do "blogue" que vem patrocinando, executando um trabalho que seria legítimo exigir fosse feito pelas instâncias oficiais próprias.

A todos os meus votos de um 2020 pleno de êxitos pessoais.

Um forte abraço do "capitão",

Borges

2. Comentário do editor Luís Graça:

Meu caro coronel António Borges: fico honrado com as suas palavras acerca do nosso blogue, e grato pelos seus votos de bom ano de 2020, que retribuo,. Ao mesmo tempo, fico feliz por termos conseguido "levar a carta a Garcia"... Mas precisamos da presença de mais um "Gato Preto" na nossa Tabanca Grande. Depois desta agradável visita, o seu lugar é aqui ao pé de nós. E começa bem o ano de 2020 se aceitar o nosso convite, sentando-se à sombra do nosso mágico, protetor e fraterno poilão, no lugar nº 802.

 Mande-nos uma pequena nota curricular e as duas fotos da praxe: uma mais recente e outra mais antiga, do tempo do CTIG. Com certeza que terá memórias que possa e queira partilhar connosco. Será muito bem vindo.

PS - Além do José Martins e do José Corceiro, temos ainda o João Carvalho (, "um dos últimos soldados do império"), como dignos representantes da CCAÇ 5. Espero que não me tenha escapado mais nenhum nome. Cito de cor.
______________


(...) Durante a minha permanência na Guiné, de entre os quatro Comandantes de Companhia da CCAÇ 5, que eu conheci em Canjadude, por razões de estilos diversos, cada Comandante deixou cinzelado, na minha memória, recordações e sentimentos distintos uns dos outros. (...)

(...) Estamos integrados numa companhia independente de africanos, cujo quartel tem abrigos enterrados no chão, onde dormimos, os que conseguem, em condições desumanas. O acampamento confina com uma tbanca, onde coexistem civis e militares nativos com as suas famílias, habitando em “morançinhas” familiares tradicionais, cobertas de capim (colmo). (...)


(...) Dia 20 de março, 1970o comandante da CCAÇ 5 é o capitão Manuel de Oliveira (falecido em 31/03/2007,  com a patente de coronel tirocinado na reserva) e é voz corrente que nos vai deixar por ter sido promovido a major e foi destacado para Bissau, para exercer funções relacionadas com actividades no Ministério da Educação. A família do capitão vive em Bissau, cujo agregado familiar é composto por duas filhas e a esposa (Bióloga), que lecciona Ciências no Liceu Honório Barreto. (...)

(...) Dia 21 de março, logo cedo, antes das h00, saiu uma coluna de reabastecimento para Nova Lamego. Eu estou de serviço no posto de rádio, das 4h00 às 8h00 e das 12h00 às 16h00. O José Carlos Freitas saiu hoje na coluna e vai para a Metrópole em gozo de férias.

A coluna regressou cedo do Gabu, por volta do meio-dia. Recebi muita correspondência. Veio para substituir o capitão Oliveira o capitão Borges (hoje coronel na reserva) que era o comandante da CCS do Batalhão de Nova Lamego. (...)

(...) Dia 26, não sei se terá algum fundamento ou se será boato de caserna, mas comenta-se a notícia com honras de veracidade. Fala-se à boca cheia que o capitão Borges vai trazer a esposa, que vive em Nova Lamego, aqui para o destacamento de Canjadude.

Dia 28, houve coluna a Nova Lamego e o capitão Oliveira deixou hoje a CCAÇ 5, foi para Bissau. (...)

(..:) Desde que o Ministro do Ultramar esteve em Nova Lamego, o dia 14 deste mês [de março de 1970], todos os dias têm havido saídas de pelotões para o mato e, tem sido uma constante o movimento de envio e recepção de mensagens, no posto de rádio.

Dia 31, o capitão Borges mandou reunir os militares da Formação e esteve a definir algumas normas de conduta, que quer que sejam cumpridas por todos, principalmente na apresentação do vestuário e comportamentos. (...)

(...) Dia 7 de abril, logo manhãzinha, ao romper da aurora, saiu uma coluna para Nova Lamego. A coluna regressou a Canjadude bem cedinho, tendo recolhido no trajecto o pelotão que estava emboscado.

Ao chegar a coluna ao aquartelamento, ficou tudo surpreendido e de boca aberta… ah! ah!, embora não fosse surpresa para ninguém, pois já todos sabiam, o capitão Borges veio acompanhado da sua esposa que, segundo consta,  vai ficar a viver em Canjadude. (...) [Vd. foto acima, com a respetiva legenda] (...)


(...) Não nos podemos esquecer que estamos no mato e, a partir de agora, da parte de nós, militares, impõe-se nova conduta, mais moderação no verbalismo utilizado na oralidade, mais decoro na postura de apresentação, mormente no vestuário usado, pois tem que haver pundonor e uma determinada probidade no porte, não nos podendo dar à veleidade do desalinho que é ir dos abrigos para os balneários, só de toalha às costas (às vezes suportada por cabide fantasiado) e sabonete na mão. É toda uma atitude comportamental na disciplina, a que temos que nos ajustar. (...)

(...) A esposa do capitão Borges, com todo o respeito, é uma senhora muito simpática e bem-disposta, tem uma auréola de energia positiva. Sempre que passa por algum de nós, indiscriminadamente, não faz distinção, tem a amabilidade de nos dirigir um cumprimento de saudação, sempre com ar de pessoa feliz e sorridente. Só uma senhora que aparenta esta tranquilidade interior e serena generosidade, se sujeitaria a viver neste meio tão hostil e carenciado, onde abundam todo o tipo de privações. (...)

(...) Dia 29 [de março de 1970], por sugestão da esposa do capitão Borges, ao serão reunimo-nos todos os militares no refeitório das praças, para confraternizarmos um pouco e jogar ao loto, presidido pelo comandante da Companhia (desde que eu estou em Canjadude nunca houve uma união e envolvimento de aproximação semelhante a este acto, as águas têm sido muito separadas). Eu logo na primeira jogada fiz Bingo, ganhei 154 pesos, voltei a fazer Bingo na terceira jogada, ganhando 86 pesos, pelo que levou alguém a gracejar que eu já tinha ganho dinheiro, suficiente, para pagar uma rodada de cervejas para todos. (...)

(...) Dia 6, de maio, chegou a Canjadude o capitão Arnaldo Costeira (creio que na época era o capitão com menos idade do QP, se a memória não me falha, ouvi-lhe dizer que comandou, interinamente, uma companhia em Angola tinha ele 20 anos de idade, na altura como alferes e que tinha sido há quatro anos atrás; hoje é coronel na reserva), para substituir o Capitão Borges. (...)

(...) Dia 13, em Canjadude, foi accionado o alarme de perigo, dirigiu-se apressadamente todo o pessoal para os seus postos de defesa, mas afinal era tão só uma demonstração, para testar a eficácia da actuação do pessoal e, para o capitão Borges dar umas explicações da orgânica dos procedimentos a cumprir, em caso de ataque IN, ao capitão Costeira. (...)

(...) Dia 23, realizou-se uma operação, para os lados do Cheche, Corubal, Bormuleo, a nível de Companhia, foram o capitão Borges e o capitão Costeira nesta operação. As viaturas foram-nos levar na direcção do Cheche e apeamos muito próximo das viaturas que estavam abandonadas na picada, por terem sido acidentadas com minas. Após termos desmontado das viaturas, caminhamos bastante tempo, até nos instalarmos para comer a ração de combate. Na parte da tarde começamos a caminhar rumo ao Corubal e no percurso encontrámos um destacamento IN, já abandonado, restando vestígios da actividade humana. Destruímo-lo todo, após o que continuámos a progredir até à margem do Corubal, onde passámos a noite. Instalámo-nos junto de rochas, num lugar paradisíaco, mas para esquecer, pois durante a noite, quase todos nós fomos hostilizados por formigas, que nos queriam papar, as quais tiveram o condão de nos agitar e perturbar a nossa tranquilidade, quando precisávamos de descansar. (...)
(...) Dia 24 de maio  de 1970, veio o furriel de transmissões, Alberto José dos Santos Antunes, substituir o furriel de transmissões, José Martins.

Dia 26 de Maio, de 1970, houve coluna a Nova Lamego. O furriel José da Silva Marcelino Martins (José Martins nosso tertuliano) despediu-se de Canjadude, e da CCAÇ. 5, rumou destino à Metrópole, por ter terminado a sua comissão de serviço na Guerra do Ultramar. Desejo-lhe boa viagem, muita saúde e êxito no percurso que vai iniciar. Que a vida lhe sorria e boa sorte. (...)


(**) Último poste da série >  19 de setembro de 2019 >  Guiné 61/74 - P20156: O nosso livro de visitas (203): O jovem guineense Erickson Té agradece o trabalho que o nosso blogue tem feito pela sua terra e pede autorização para usar algumas das nossas histórias bonitas em página do Instagram

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20156: O nosso livro de visitas (203): O jovem guineense Erickson Té agradece o trabalho que o nosso blogue tem feito pela sua terra e pede autorização para usar algumas das nossas histórias bonitas em página do Instagram

Infografia: Miguel Pessoa (2019)
1. Mensagem do nosso leitor guineense, Erickson Té:


De: erickson te <ericksonte_23@outlook.com>
Date: quarta, 18/09/2019 à(s) 10:44
Subject: autorizção


boa tarde Sr. Luís Graça tudo bem consigo?

quero lhe agradecer por trabalho que tem estado a fazer refiro o seu blog luis graça e camaradas da Guiné aprendi muito com seu blog historia bonitas que nem quando estudava na guiné.  e também queria pedir sua autorização para uso destas informações (historias) para uma pagina feita por mim no instagram para informar a minha e futura geração já que só focamos nestas novas tecnologias


agradecia a sua resposta claro a sua autorização também.

obrigado e boa tarde.

ass: Erickson Té



2. Resposta do editor Luís Graça:

Caro Erickson Té:

Costumamos dizer, e é verdade, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!..

Como não temos portas em janelas, muito menos muros e arame farpado, todo o mundo pode entrar aqui e espreitar o que fazemos... Este é o lado admirável das redes sociais... Partilhamos memórias (e afetos), contamos histórias de guerra e paz, celebramos a vida, a amizade e a camaradagem,  não escondemos a nossa amizade para com o povo guineense, mas também a nossa preocupação pelo seu presente e pelo seu futuro.  

Só há uma terra, a casa comum da humanidade...  Portugal e a Guiné estão ligados por laços históricos com quase 600 anos e, apesar dos conflitos do passado, provocados pelas políticas das  nossas elites dirigentes, e pelo fascinante mas também doloroso processo da globalização, de que os portugueses foram pioneiros,  os nossos dois países  estão hoje em paz  um com o outro e pertencem, nomeadamente, à Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP). 

Em português nos entendemos, Erickon, e eu fico feliz por poderes encontrar, no nosso blogue, histórias "bonitas" que nunca te contaram quando andavas a estudar em Bissau. Não temos página no Instagram, mas vamos querer conhecer a tua.  Estás autorizado a usar o nosso blogue como fonte de informação e conhecimento, no respeito pelas regras da nossa política editorial. Se usares na íntegra alguns dos textos e imagens, deves sempre citar o autor e a o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Mas, para já, gostávamos que te juntasses a esta comunidade de "amigos e camaradas da Guiné". Somos já perto de 800. Temos também entre nós amigos guineenses. Mas precisamos gente mais jovem como tu, para manter a ponte entre gerações. Basta que me mandes uma foto tua e meia dúzia de linhas, com uma breve apresentação da tua pessoa e do teu trajeto de vida: onde nasceste, onde estudaste, onde vives hoje, etc.

Mantenhas. Boa saúde, bom trabalho. Luís Graça.

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sábado, 7 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20129: O nosso livro de visitas (202): O nosso amigo e grã-tabanqueiro, Nelson Herbert Lopes, dos EUA, a "partir mantenhas" e a pedir informações sobre postes relativos aos trágicos acontecimentos de Morocunda, Farim, de 1 de novembro de 1965 (Carlos Vinhal)

1. Mensagem do nosso amigo e grã-tabanqueiro Nelson Herbert Lopes [, jornalista, nascido em Bissau, filho da antiga glória do futebol cabo-verdiano e guineense, Armando Duarte Lopes, o "Búfalo Bill; vive nos EUA, onde trabalha ou trabalhou na VOA - Voice of America; tem mais de meia centena de referências no nosso blogue]: 

Data - segunda, 19/08, 20:28

Assunto - Só pra falar Mantenha!

 Luís e Carlos:

Antes de mais para saber de notícias dos meus amigos... pelo que faço votos, desde já, que estejam ambos desfrutando de uma boa saúde.

Mas, é também propósito deste email recorrer a um préstimo vosso... o aceder aos postes do blogue referentes às mortes/ataques/acontecimentos registados em 1965 na Tabanca de Morkunda [, Morocunda,] em Farim.

 Li no blog, e já faz tempo, alguns postes alusivos ao acontecido. E como voltar a aceder a esses “postados” ?

 Um abraço aos dois.

Nelson Herbert Lopes

 PS - Luís, a esta hora quem sabe os nossos “Mais Velhos” já tenham se encontrado lá no Céu e a “rememorar” as peripécias e experiência de ambos na ida década 40 do século passado como integrantes da força expedicionária portuguesa em São Vicente, Cabo Verde. E que meu pai faleceu em Dezembro último (2018) em Cabo Verde, tendo sido sepultado no seu Mindelo Natal. Mantenhas e um rijo abraço aos “Tabanqueiros”... da nossa, porque minha também, Tabanca Grande.


2. Resposta do nosso coeditor Carlos Vinhal:

Caro Nelson Herbert:

Não sei se o Luís já lhe deu resposta. Em todo o caso aqui está a minha ajuda. Pode aceder à informação que pretende através do descritor Morocunda [, um bairro de Farim, na altura, em 1965].

 Quem fala dessa tragédia é o António Bastos (**).

Lembro que ao navegar na página, encontrará no rodapé ao lado direito, uma ligação para os posts (mensagens) mais antigos. Fará sempre isso até receber a informação de voltar à página inicial.
Com respeito à saúde, tudo bem, tirando um ou outro sobressalto próprio da "septuagenidade". Obrigado pelo cuidado.
Esperando que esteja tudo bem consigo, deixo-lhe um abraço em meu nome pessoal e do resto da malta que ainda sobrevive por aqui. (***)

(**) Vd. postes de:


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19991: O nosso livro de visitas (201): Guilherme António Resendes Morgado, ex-fur mil mecânico rádio e radar, STM, Bissau, Santa Luzia, 1971/73


Guiné > Bissau > Santa Luzia > 1972 > Quartel do Agrupamento de Transmissões

Foto (e legenda): © Sousa de Castro (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor e camarada Guilherme António Resendes Morgado:

Data: terça, 16/07/2019 à(s) 13:33
Assunto: Camarada da Guine


Olá, camarada!

O meu nome é Guilherme António Resendes Morgado.

Fui furriel miliciano mecânico de rádio e radar. Estive na Guiné de 1971 a 1973, no STM de Bissau,  em Santa Luzia. O meu nº mecanografico era o 017819 69.

Gostei muito de tomar conhecimento deste teu blogue. Serei seu seguidor e,  caso consiga sem dor entrar bem fundo nas minhas recordações guineenses, terei muito gosto em dar o conhecimento que elas bem merecem.

Afinal a Tabanca é Grande. Não há lugar para esconder seja o que for.

Um grande abraço

Os meus emails são [...]

Guilherme Morgado

NB - Desculpa a acentuação e pontuação não serem correctas mas não me dou e fujo sempre que posso do sistema Apple, que a minha filha, Isabel Morgado, me emprestou.
Para mim só Microsoft. Manias!

2. Comentário do editor Luís Graça:

Camarada Morgado, tens toda a razão, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... Temos, por isso, um lugar à tua espera, para te poderes sentar, confortavelmente, à sombra do nosso poilão: o lugar nº 794 ou números seguintes, até 800. Estamos a fazer uma campanha de angariação de novos membros da Tabanca Grande... Queremos chegar aos 800, até pelo menos ao Natal... Na calha, para o nº 794, tenho já o Lúcio Vieira, que vive em Torres Novas, e que pertenceu à CCAV 788 / BCAV 790, Guiné, 1965/67. Tu podes ser o nº 795, se entretanto me mandares, no "gosse gosse" [, ou seja, depressa...],  as duas fotos da praxe, uma do teu tempo em Bissau, e outra mais atual.

Vais encontrar aqui muita malta da tua arma de transmissões, do STM de Bissau, e do teu tempo, 1971/73.

Sobre o STM temos mais de 40 referências no nosso blogue. Também temos uma meia dúzia sobre Santa Luzia.

Precisamos de histórias, memórias, fotos, documentos... Vê o que nos podes arranjar para enriquecer as nossas "geografias emocionais"... Manda pelo mesmo endereço do blogue, que utilizaste. Creio que és o primeiro furriel mecânico que se apresenta com a "dupla especialidade" de rádio e radar... Tinha a ideia de que não havia radares (operacionais)... no CTIG. Não sei se é verdade, e eu estou a cometer uma injustiça para com a nossa gloriosa FAP... Tens de nos explicar o que fazias em Santa Luzia... Não devias antes estar em Bissalanca, na BA 12, onde havia um radar de defesa mas que não funcionava ?!

Até a uma próxima. Um alfabravo do Luís Graça, fundador, administrador e um dos editores do blogue.
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Nota do editor:

Último poste da série >  3 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19941: O nosso livro de visitas (200): Ana Catarina Tavares, sobrinha-neta do capelão Libório Tavares (, nascido em 1933, em Rabo de Peixe, São Miguel; esteve em Nova Lamego, ao tempo do BCAÇ 2835, 1968/69; foi pároco em Brampton, Toronto, Canadá)

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19941: O nosso livro de visitas (200): Ana Catarina Tavares, sobrinha-neta do capelão Libório Tavares (, nascido em 1933, em Rabo de Peixe, São Miguel; esteve em Nova Lamego, ao tempo do BCAÇ 2835, 1968/69; foi pároco em Brampton, Toronto, Canadá)


Guiné > Região de Gabu > Setor de Nova Lamego) > Canjadude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos" > 1969 > O alf mil capelão Libório Tavares, açoriano, dizendo missa, num altar improvisado. Ajudante, o José Martins, fur mil trms, CCAÇ 5 (Canjadude, 1968/70). É a úncia foto que temos deste capelão , de quem o José Martins faz um humaníssimo retrato (*).

Libório Jacinto Cunha Tavares:

(i) açoriano, nascido em 1933,  na ilha de São Miguel, em Rabo de Peixe;

(ii) frequentou o seminário diocesano da Terceira;

(iii) foi ordenado padre em 1958; esteve em várias paróquias da sua ilha natal, incluindo Rabo de Peixe;  

(iv) com  35/36 anos, foi capelão no CTIG, de 17/1/1968 a 10/12/1969, em Nova Lamego, no leste da Guiné [, como tudo iudica, no BCAÇ 2835:  mobilizado pelo RI 15, esta unidade partiu para a Guiné em 17/1/1968 e regressou a 4/12/1969; esteve em Bissau e Nova Lamego; comandantes: ten cor inf Esteves Correia, maj inf Cristiano Henrique da Silveira e Lorena, e ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos; foi rendido pelo BCAÇ 2893 (1969/71)]:

(v) emigrou para o Canadá, foi pároco da igreja católica de Santa Maria, em Brampton, durante 26 anos, lugar que é hoje ocupado pelo seu sobrinho e afilhado, o padre Libório Amaral, nascido em 1963;

(vi) em 2016,  reformado, vivia  em Brampton, cidade suburbana da área metropolitana de Toronto, província de Ontario, Canadá:

(vii)  é muito conhecido de (e estimado por)  aa comunidade portuguesa e açoriana de Toronto, é foi considerado um dos principais animadores da tradição da multissecular festa do Senhor Santo Cristo 

(viii) a  ser vivo hoje, como esperamos, estará com 85/86 anos.

Foto (e legenda): © José Martins (2006). Todos os direitos reservados [Ediçaõ e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Ana Catarina Tavares:

Data: segunda, 1/07/2019, 19:58

Assunto: Padre Libório Tavares

Boa tarde,

Foi com muita felicidade e gozo que li a sua história sobre o padre Libório, meu tio avô! A forma como descreveu as histórias dele fizeram-me imaginar o ar e trejeitos dele! Até mesmo a forma de falar!

Muitos cumprimentos,

Catarina Tavares (**)


2. Resposta do editor LG, com cinhecimento do José Martins:

Ana: Obrigado pela gentileza do seu comentário... Espero que o tio-avô ainda esteja vivo e de boa saúde...

Vou dar conhecimento ao José Martins, que o conheceu bem... no teatro de operações da Guiné.  (*)

Gistaria que ele ainda se pudesse juntar a esta comunidade virtual dos anigos e camaradas da Guiné, a Tabanca Grande, partilhando connosco as suas memórias de Nova Lamego, como capelão do BCAÇ 2835 (1968/69).


3. Comentários ao poste P 16638 (*)

(i) Tabanca Grande Luís Graça;

Zé, onde foste arranjar o raio da alcunha de "capelini" para o capelão ?... "Capellini" (com dois l) é uma massa italiana, fina e longa, tipo aletria.... Ab. LG

25 de outubro de 2016 às 13:30 

(ii) José Marcelino Martins:

Caro Luis

Agora que colocas a "questão", sinceramente já não me lembro. Sei que criamos uma amizade forte e, sempre que ia a Nova Lamego não deixava de o procurar e conversar com ele. Como quando cheguei, ainda estive cerca de um mês e pouco em Nova Lamego, tínhamos encontro marcado, sempre ao fim da tarde,  e ajudava-o na missa que celebrava ao fim do dia, na Igreja local.

Talvez seja a "italianização" da palavra Capelão. Ab

25 de outubro de 2016 às 14:42 

(iii) Carlos M. Pereira:

Quanto mais leio este blog, e leio-o diariamente, mais fico desapontado com a qualidade dos oficiais e menos me admiro com o desfecho da guerra. Então os nossos alferes faltavam à parada da guarda e depois eram "absolvidos" por influência do sr capelão ?!... Claro que a partir daqui valia tudo. A indisciplina realmente era muita. E sem disciplina não há organização que se aguente,  muito mais se se tratar de forças armadas, vulgarmente designadas por tropa.

O termo capelini já em 68 o ouvi em Angola. Cumprimentos,

Carlos M.Pereira

25 de outubro de 2016 às 16:07

(iv) Tabanca Grande Luís Graça:

Zé: o equivalente a capelão, em italiano, é "cappellano" (no plural, "cappellani")... Mas não está mal, "capelini" ou "capellini" será uma forma, jocosa mas sem ser grosseira, brincalhona, de tratar o capelão na caserna... Antes de ser um oficial, um militar, ele é um sacerdote católico, apostólico , romano... Na tropa (e na guerra) havia outras cumplicidades que não era possível ter na vida civil... O próprio capelão sentia necessidade de "descer do altar" para estar mais próximos dos seus "rapazes"... E, embora de formação católica, muitos de nós, sobretudo os milicianos, já éramos "ovelhas ranhosas" ou já estávamos fora do rebanho...
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 25 de outubro de  2016 > Guiné 63/74 - P16638: Os nossos capelães (6): Libório [Jacinto Cunha] Tavares, o meu Capelini, capelão dos "Gatos Negros", açoriano de São Miguel, vive hoje, reformado, em Brampton, AM Toronto, província de Ontario, Canadá (José Martins, ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70)

terça-feira, 14 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19783: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (65): Pedido de autorização para citações a inserir no livro sobre a guerra colonial, de Carlos Filipe Gonçalves, jornalista, cabo-verdiano, que foi fur mil, na chefia da Intendência em Bissau, de março de 1973 a agosto de 1974

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Carlos Filipe Gonçalves, cabo-verdiano, escritor e jornalista:

Data: domingo, 12/05/2019 à(s) 15:00

Assunto: Pedido de Autorização para citações a inserir no livro de Carlos Gonçalves

Olá, Luís Graça:

Sou Carlos Filipe Gonçalves, cabo-verdiano, 68 anos fiz a tropa na Guiné, 3 de Março de 1973 a 31 de Agosto de 1974, como furriel, estava colocado na Chefia da Intendência em Bissau.

Estou a escrever um livro sobre as minhas memórias daqueles anos do fim da guerra na Guiné, porque constatei que em Cabo Verde, não se conhece nada do que por lá se passou. Há os relatos dos poucos cabo-verdianos que estiverem no PAIGC, mas que não passam de pequenas historias… não livros, não há nada sobre isso…

Bem, estou a escrever as minhas memórias e as dos outros através de entrevistas… Pelo caminho fiz pesquisas na Internet e encontrei este blogue, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com, com informações de muitos acontecimentos que eu presenciei.

Ora, acho interessante utilizar citações de não mais de 3 ou 4 linhas para ilustrar com a citação da fonte. Venho pois pedir a tua autorização para utilizar esses pequenos extratos que serão devidamente acompanhados do link e titulo do blogue.

Se em Portugal, já se falou muito e já se debateu o que se passou na Guerra Colonial, é um verdadeiro paradoxo, tal nunca tem acontecido em Cabo Verde.

Agradeço desde já a tua colaboração, desejo-te saúde e felicitações por manter este blogiue, rico em informações sobre a Guerra na Guiné.

Melhores cumprimentos

Carlos Filipe Gonçalves

Jornalista Aposentado

2.  Resposta do nosso editor Luís Graça:

Camarada Gonçalves: sou um pouco mais velho, fiz a minha comissão de serviço militar, na Guiné, no leste, numa companhia da "nova força africana" do gen Spínola, de maio de 1969 a março de 1971. 

Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu. Tenho, de resto, aí alguns amigos, a começar pelo Manuel Amante da Rosa, que é do teu tempo. Tem cerca de 30 referências no nosso blogue e é membro, de longa data da nossa Tabanca Grande (tertúlia ou comunidade virtual dos amigos e camaradas da Guiné: são 789, neste momento, incluindo 72 que já morreram).  Foi também fur mil, QG/CTIG, Bissau,1973/74; é  embaixador plenipotenciário da República de Cabo Verde em Itáliadesde 16/1/2013, e agora também em Malta.

 Sou do tempo do Leão Lopes, que também passou por Bambadinca e pintou lá alguns quadros (retratos). Era do BENG 447, foi também furriel miliciano.. Deves conhecê-lo, foi ministro num governo de Cabo Verde. 

E, claro, tenho aí, em Cabo Verde, amigos que foram meus alunos, na Escola Nacional de Saúde Púlica da Universidade NOVA de Lisboa... Também o meu pai esteve no Mindelo,em 1941/43, na mesma altura do Manuel Ferreira (1917-1992)... Pelo que li na Net, és sobrinho da esposa do Manuel Ferreira...O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande|

De qualquer modo, sobre Cabo Verde, temos já cerca de 300 referências no nosso blogue.

Em relação ao que me pedes, estás a autorizar a utilizar o blogue como fonte (pública) de informação e conhecimento (*), Dos textos que utilizares citas a fonte, como mandam as boas regras da comunicação (jornalística e académica)... E depois, se possível, mandas-nos um exemplar do teu livro, quando for publicado, para fazermos a devida recensão e divulgação.

Por fim, fica aqui o convite para te juntares ao blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné... Preciso apenas de duas fotos tuas, uma do tempo da Intendência em Bissau e outra mais atual... Além de duas ou três linhas de apresentação da tua pessoa... Não sei se o que consta na Wikipéida a teu respeito, está correto... Para já, não refere o teu passado como militar do exército português.

Um alfabravo (ABraço), Luís Graça
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Nota do editor: