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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12530: Agenda cultural (299): Uma janela para o mundo lusófono: um olhar sobre a Guiné-Bissau, no mês de janeiro, na Biblioteca-Museu República e Resistência / Espaço Grandella, Lisboa... Destaque para: (i) Filme "A Batalha de Tabatô", de João Viana (dia 8); e (ii) Concerto de Música Tradicional com o nosso amigo Mamadu Baio (dia 29)


O programa é coordenado pela escritora Joana Ruas.  O nosso destaque vai para a intervenção do de dois amigos da nossa Tabanca Grande, o historiador Leopoldo Amado (dia 23) e o Mamadu Baio (dia 29). Oportunidade também para vere ou rever o filme de João Viana, "A Batalha de Tabatô" (dia 8).

Vídeo (2' 06''). Alojado em You Tube > SuperCamarimba...  Mamadu Baio, criador e lider da banda Super Camarimba, de Tabatô, região de Bafatá, Guiné-Bissau, executando o tema 2 do seu álbum de originais “Silá Djanhara”, gravado em 2011, nos estúdios do mítico Salif Keita, Bamako, Mali (Reproduzido com a devida vénia...).
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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12437: Agenda cultural (298): Convite para assistir à apresentação do livro "Olhos de Caçador", de António Brito, integrada na Tertúlia Fim do Império, dia 17 de Dezembro na Livraria-Galeria Municipal Verney/Colecção Neves de Sousa. Convite para a apresentação da edição especial da obra "Portugal e a Grande Guerra", coordenação de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes, dia 18 de Dezembro nas instalações da Liga dos Combatentes

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11826: Agenda cultural (278): Estreia hoje, nos cinemas, em Lisboa (Nimas) e Porto (Medeia Cine Estúdio do Teatro Campo Alegre), o filme "A batalha de Tabatô", de João Viana. Os Super Camarimba, banda afromandinga do nosso amigo Mamadu Baio, atuam hoje no Espaço Nimas, em Lisboa




1. Estreia hoje nos cinemas, em Lisboa e Porto, "A batalha de Tabatô", segundo informação recolhida na respectiva página do Facebook, bem como Cinecartaz do Público.

Ver aqui o trailer oficial:  http://www.abatalhadetabato.com/pt_home.html

2. Ficha Técnica:

A Batalha de Tabatô
Título original:A Batalha de Tabatô
De: João Viana
Com: João Viana, Mamadu Baio, Fatu Djebaté, Imutar Djebaté
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: POR, 2013, Cores, 78 min.

Sinopes: "Depois de anos a viver em Portugal, o pai de Fatu regressa a África para assistir ao casamento da filha com Idrissa Djebaté. Ela é professora universitária e seu futuro marido é um músico conhecido. A festa de casamento é em Tabatô, um lugar extraordinário onde todos os seus habitantes são, há 500 anos, músicos djidius, cantores-poetas que narram contos e lendas representativos da vida africana. No caminho até lá, à medida que as recordações se avivam, o velho senhor começa a revelar traumas esquecidos da sua juventude, enquanto soldado mandinga na guerra colonial, décadas antes. Filmado na Guiné- Bissau, é a primeira longa-metragem de ficção de João Viana, que foi distinguido com uma menção honrosa na edição de 2012 do Festival Internacional de Cinema de Berlim."

Fonte: Público > Cinecartaz (Reproduzido com a devida vénia...)

Sessões:

Lisboa > Nimas >  Sala: Sala 1 >

 Sessões: 15h30, 18h30, 21h30

Av. 5 Outubro, 42B 1000-20 (GoogleMaps)

Telefone para Marcações: 213574362 >

Sessões: 18h30, 22h.

Morada: R. das Estrelas 4150-13 (GoogleMaps)

Telefone para Marcações: 226063000 > 

3. Concerto:

A banda Super Camarimba  (dirigida pelo nosso amigo Mamadu Baio, foto à direita) dá entretanto mais 2 concertos, em Lisboa,  hoje e no próximo dia 1 de agosto. 

11 de Julho > ESPAÇO NIMAS  (Avenida 5 de Outubro 42B - Lisboa, 1050-057 Lisboa, telef 21 357 4362)

1 de Agosto > B.LEZA

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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11677: Agenda cultural (277): Lançamento do livro "Gente Com Coragem", do nosso camarada Castro Ferreira - Padrão, em Espinho, dia 22 de Junho. Convite.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11478: (Ex)citações (219): Patrício Ribeiro, "pai dos tugas em Bissau", parte mantenhas com o Mamadu Baio, de Tabatô, a sua mulher, alentejana, Sílvia Mendes Baio, o cineasta João Viana (, realizador do filme "A batalha de Tabatô"), e a antropóloga Joana Vasconcelos


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 16 de dezembro de 2009 > 8h30 > O grande poilão da aldeia...


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 16 de dezembro de 2009 > 9h30 > O chefe da aldeia, Mutar Djebaté [ou Djabaté ?], pai do músico Kimi Djabaté, e ele próprio um grande balofonista... É um dos atores principais do filme do João Viana, "A batalha de Tabatô", juntamente com Fatu Djebaté e Mamadu Baio.


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h07> Há magia no ar (1)...


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h17 > Há magia no ar (2)...


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h16 > Quem disse que Tabatô era terra de "didjius", grandes músicos e contadores de histórias ? E elas, o que são ? Grandes artistas, grandes intérpretes da alma afromandinga...


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 9h07 > "De pequenino é que se torce o pepino"... Neste caso, o balafon...

Fotos: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [ Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro, Patrício Ribeiro, mais conhecido
 em Bissau como o "pai dos tugas"(leia-se: padrinho...)  [, foto à direita quando marinheiro..]


Data: 26 de Abril de 2013 à27 13:40

Assunto:O Mamadu de Tabatô

Aos nossos amigos.

Desde as tabancas de Sansambato, Ganjogude e outras tabancas da mesma zona, terras de Mandingas por onde tenho andado nos últimos meses a massacrar as minhas costa em caminhos quase inexistentes.

Vai um grande abraço para o meu amigo Mamadú e sua mulher Silvia.

Aconselho ouvir as suas músicas, aprendidas na sua tabanca de Mandiga de Tabatô,  tabanca de músicos, perto de Bafatá.

Foi nesta tabanca onde o João [Viana] com sua mulher Joana [Vasconcelos] e restante equipadormiram umas semanas, a colher imagens para o filme, foram comidos pelos mosquitos, e apanharam alguns paludismos pelo meio... É a vida destes paragens ... mas há quem goste... (**)

Um abraço a todos


Patricio Ribeiro

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Notas do editor:

(*) Na sequência de comentário ao poste de 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11475: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (67): Hoje há festa no "sempre em festa" (Ritz Clube, R da Glória, 57, Lisboa), a partir das 23h, com Mamadu Baio / Super Camarinda, de Tabatô... Cinco morteiradas... Eu vou lá estar...e pago um copo ao "nosso alfero Cabral" (Luís Graça)

(...) Mensagem enviada, internamente, ao pessoal da Tabanca Grande:

"É malta de Lisboa & arredores, grã-tabanqueiros: quem é que vai logo à noite beber um copo e ver e ouvir os Super Camarimba ao "sempre em festa" ? São cinco mocas.

"A Tabanca Grande vai estar lá a apoiar o Amandu Baio e a "sua/nossa" Guiné"... Por outro lado: (i) é preciso o pessoal da Tabanca Grande fazer a "prova de vida", aparecendo em público, em sítios decentes como o Ritz Clube; (ii) depois, é bom não esquecer que tristezas não pagam... "troikices".
Luis Graça, tabanqueiro nº 1".


(**) Último poste da série > 12 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11377: (Ex)citações (218): Sexo em tempo de guerra... e brancos mpelelé no pós-independência (Cherno Baldé / José Teixeira / António Rosinha)

Guiné 63/74 - P11475: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (67): Hoje há festa no "sempre em festa" (Ritz Clube, R da Glória, 57, Lisboa), a partir das 23h, com Mamadu Baio / Super Camarinda, de Tabatô...



IndieLisboa'13 > Culturgest > 24 de abril de 2013 > Estreia (nacional) do filme "A batalha de Tabatô", do realizador português João Viana, produção Guiné-Bissau / Portugal, 2013. Mamadu Baio, múisico de Tabatô, e um dos três atores principais, fala da sua alegria por este filme sobre a sua terra e a sua gente e convida-nos para o "after-partty" no Ritz Clube, hoje, sexta-feira à noite.



IndieLisboa'13 > Culturgest > 24 de abril de 2013 > O Jorge Cabral, o Mamadu Baio e a Alice Carneiro, antes do início da projeção do filme.

Vídeo ('36'')  e foto: Luís Graça (2013).

1. Estreou-se. noa 4ª feira, 24, na Culturgest, no ambito do IndiLisboa'13, o filme "A batalha de Tabatô", realizado por João Viana, numa coprodução lusoguineense, e que tem no Mamadu Baio, líder do grupo musical Super Camarimba, um dos 3 atores principais,,,

O filme foi todo rodado na Guiné-Bissau, em Bissau, em Bolama, Bafatá e Tabatô, a cada vez mais célebre tabanca de didjius (contadores de histórias), e escola de grandes músicos  (cantores, tocadores de balafon, kora e  djambé).




O filme não se centra na guerra colonial: não houve nenhuma batalha de Tababô,  o título é uma metáfora, sugestão do escritor Pedro Rosa Mendes. A guerra está presente, e de que maneira, sob a forma de fantasmas  por exorcizar: o pai da noiva, antigo combatente, aliado das tropas portuguesas (interpretado por Imutar Djebaté) , e que vem, do estrangeiro, ao casamento da filha (Fatu Djebaté), mas ainda com contas por ajustar com o seu passado... O noivo, músico de Tabatô,  é interpretado, magnificamente, pelo nosso amigo Mamadu Baio, jovem e talentoso cantor e músico. Toda a aldeia (hoje com cerca de 300 pessoas, a 12 quilómetros, a nordeste de Bafatá) entra no filme... que é preto e branco (com o vermelho para as cenas de "flash back", associadas às memórias de guerra).

O filme, que vai entrar no circuito comercial, passa de novo no Indie Lisboa'13, às 19h15,  no Cinema City Classic Alvalade, Sala 3.



Mamadu Baio, foto da sua página pessoal no Facebook... Esteve em 26/12/2012 no B.Leza. É o fundador e líder dos Super Camarimba.  O João Graça conheceu-o em dezembro de 2009 em Bissau e a  sua gente em Tabatô.



Entretanto, fica aqui também um convite e um desafio à malta da Tabanca Grande: hoje há festa no "sempre em festa", como a gente chamava ao Ritz Clube no nosso tempo de meninos e moços...

A Batalha de Tabatô After-Party > Ritz Clube, Rua da Glória, 57, 1250-115 Lisboa
Telef . 212 417 604 (metro: Restauradores).

Super Camarimba + convidados [Concerto], 5€


[Fonte: Programa do IndieLisboa'13: "Depois da exibição do filme A Batalha de Tabatô de João Viana, na Competição Internacional de Longas-Metragens, a noite continua com ritmos quentes de África. Os Super Camarimba trazem as koras e os balafons. Uma festa com os sons de Tabatô, a mítica aldeia de músicos no centro da Guiné-Bissau"].

Eu vou lá estar, às 23h00, a Alice também. O João Graça, infelizmente, está fora de Lisboa. E o "nosso alfero Cabral" (que está a escrever um romance!, confidenciou-me ele) prometeu aparecer. Claro que lhe pago um copo!... 

Espero que mais camaradas e amigos da Guiné se juntem à festa. Afinal, estamos também a comemorar a nossa 5ª comissão da Guiné (9 anos a blogar!)...

A entrada são "cinco morteiradas"... Vão gostar de conhecer o Mamadu Baio /Super Camarimba, um dos próximos novos membros da Tabanca Grande, mais os seus convidados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11457: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (66): Cap Cmd Maurício Saraiva, aqui evocado pela sua sobrinha Luciana Saraiva Guerra (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil) e pelo nosso coeditor Virgínio Briote

Guiné 63/74 - P11474: Recortes de imprensa (65): O filme lusoguineense "A batalha de Tabatô", de João Viana, veio pôr Tabató e a cultura da Guiné-Bissau no mapa das rotas do cinema internacional (Luís Graça)



1. Excerto de peça da Agência Lusa, da autoria de Paula Mourato, publicada no DN - Diário de Notícias, 23 de abril de 2013. Com a devida vénia, reproduzimos aqui a notícia:

O realizador João Viana filmou uma aldeia na Guiné-Bissau e agora espera que "A Batalha de Tabatô", em exibição no festival IndieLisboa, "limpe o olhar" dos espetadores e desencadeie um processo de "descolonização mental". Veja o vídeo.

Após ter sido distinguida com menção honrosa no Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro, a longa-metragem "A Batalha de Tabatô" chega ao público português na quarta-feira, integrada na competição do festival de cinema IndieLisboa. (*)

O que João Viana encontrou em Tabatô, nome da tabanca (aldeia) de músicos mandingas da Guiné-Bissau para onde foi filmar, resultou numa curta e numa longa-metragem, ambas exibidas em Berlim.

A longa-metragem, que vai ser exibida no IndieLisboa, tem estreia marcada nas salas nacionais para "início de junho", adiantou à Lusa o cineasta luso-angolano.

Os habitantes de Tabatô vão ter oportunidade de se verem no grande ecrã, porque João Viana está a planear viajar com o filme pela Guiné-Bissau, durante o mês de julho. "É terrível estar cá, estou morto por ir para lá outra vez", confessa.

França, Bélgica e Alemanha serão outras das paragens do filme, mas João Viana faz questão de não iludir a realidade.

"Não é possível o que está a acontecer à cultura. São marcas gravíssimas que só se vão ver para o ano", alerta, recusando que o cinema até esteja a correr bem, "apesar da crise".

"Pensa o poder que os criadores arranjam sempre alternativas", critica, recordando que "mais de 300 pessoas" surgem no genérico de "A Batalha de Tabatô", porque o cinema é "uma arte coletiva" e "não é possível fazer um filme sozinho".

O cineasta nunca tinha estado antes na Guiné-Bissau, mas resolveu ir conhecer a aldeia que gira em torno da música. A princípio, o sítio não o surpreendeu, "as tabancas pareciam todas iguais" e "não via a riqueza" da floresta, recorda, confessando que foi "preciso peneirar a realidade" e "limpar o olhar ocidental".

Em Tabatô, deparou-se com olhares "sujos", de parte a parte. "Foi muito bom ver o olhar perante mim, enquanto branco, mudar. Da mesma maneira que nós temos um olhar viciado para com eles - olhamos sempre de cima do cavalo, (...) estamos com o olhar sujo (...) -, eles também nos olham de baixo para cima", compara.

Este processo de "nivelamento" de olhares "demorou alguns anos", mas funcionou. O seu está limpo e os habitantes de Tabatô conseguiram passar a vê-lo como "um contador de histórias como eles", descreve.

João Viana espera agora que os espetadores saiam do filme "com o olhar limpo". "O que eu sonho é que este seja um filme de descolonização mental", resume.

Ainda a braços com projetos sobre Tabatô (dois documentários), o cineasta já recebeu um convite para filmar na ilha da Reunião. "O cinema está muito ligado ao chão" e, por isso, admite que o seu esteja "ligado a África".

"A Batalha de Tabatô" - falado em mandinga, uma das línguas étnicas da Guiné, na qual João Viana aprendeu apenas a dizer "abarca" (obrigado) - é exibido na quarta-feira, às 21:30, na Culturgest. (**)


2. O filme fez anteontem, 24,  a sua estreia nacional, no grande auditório da Culturgest, no âmbito do festival IndieLisboa'13 (*). A nossa Tabanca Grande teve um simpático  convite por parte da produtora. Estivemos presentes, pelo menos eu, a Alice e o Jorge Cabral. Entre outros convidados, esteve também o embaixador da Guiné-Bissau. Um público, jovem e numeroso, viu um filme difícil de catalogar, entre o documentário e a ficção, que nos convida à desconstrução do nosso "olhar etnocêntrico sobre o outro"...

João Viana, realizador português, de 46 anos ganhou, com esta filme, uma menção especial na categoria de Melhor Primeiro Filme (A Batalha de Tabatô é a sua primeira longa-metragem)., em fevereiro passado, no prestigiadíssimo Festival de Cinema de Berlim.  Entrevistado, em 18 de fevereiro passado, pela RTP Internacional, no programa "Repórter Africa (vd. minuto 15' 54''),  o realizador português, nascido em Angola, hoje com 46 anos, falou longamente do "making of"  deste filme e da grande e fascinante descoberta que foi para ele a Guiné, o seu povo, as suas etnias, a sua pasiagem,  a sua história, a sua cultura, o seu futuro. E obviamente das gentes de Tabatô, que ele tem no coração e  que,  com este filme,  ele veio pôr no mapa do cinema português e do cinema internacional...

Em declarações à Visão 'on line', em 290 de fevereiro de 2013, o realizador falou deste e de outros projetos na Guiné-Bissau

(...) "Há mais dois [filmes]. Um making of sobre a forma como a música entra no filme. O som é a coisa mais importante no cinema, como explica João César Monteiro. O filme tem uma grande componente sonora, que tem a ver com o trabalho do percussionista Pedro Carneiro, que trabalhou sobre a música Mandinga. O Paulo Carneiro, o meu assistente de realização, está a acabar um documentário sobre o naufrágio que a equipa sofreu durante a rodagem. Estavam 109 pessoas a bordo, incluindo crianças, perdemos o material de iluminação, morreram os animais mas, felizmente, não morreu nenhuma pessoa.

 (...) "A Guiné é um país culturalmente riquíssimo, com mais de 30 grupos étnicos, com os seus hábitos e costumes. Isto para um contador de histórias, como eu, é uma mina. Poderia fazer 300 filmes diferentes".


E respondendo à pergunta sobre se o filme está "na fronteira entre a ficção e o documentário", João Viana respondeu:


(...) "Sim. Porque a Guiné é uma terra de ficção. Fazendo-se um documentário sobre contadores de histórias, o resultado nunca é convencional. Numa simples conversa com um homem sábio vivemos vários tempos em simultâneo. É muito intenso em termos de ficção. Mas eu quis fazer um documentário, e foi para isso que ganhei um subsídio, e acho que, ao filmar assim, não enganei o Estado. Nós não ficámos em hotéis, antes em casas. Eles construíram-nos as paredes e nós os telhados. Com o filme foi exatamente o mesmo. O filme foi construído por eles, nós fizemos muito pouco" (...)

 O filme, falado em mandinga, interpretado por atores locais (entre eles o meu novo amigo, Mamadu Baio, líder da bamda musical Super Camarimba), começa com uma espécie de lembrete  e provocação:   


(...) Há 4500 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a agricultura. 
Há 2000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a boa governação dos reinos.
Há 1000 anos,enquanto tu fazias a tua guerra, criámos as bases do reggae e do jazz.
Hoje, superando a tua guerra, construiremos contigo a tua paz. (...)


Os nomes de  Eduardo Costa Dias, consultor para a cultura dos mandingas (e membro da nossa Tabanca Grande, professor do ISCTE) ,  e de Luís Graça  e Carlos Matos Gomes, como consultores para as questões de história militar, aparecem no genérico do filme. No meu caso, por gentileza do realizador, que me lembrou, no batepapo depois do filme,  a importância que teve para ele a leitura do nosso blogue e uma conversa tida comigo há cerca de 5 anos atrás... (LG)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11449: Agenda cultural (264): Indie Lisboa 2013: A estreia, 4ª feira, na Culturgest, às 21h30, do filme de João Viana, "A batalha de Tabatô". O Jorge Cabral será o representante do nosso blogue, a convite da produtora... E 6ª feira, 26, às 23h00, há festa no Ritz Clube, com os "Super Camarimba" !



1. Está a decorrer a 10ª edição do Indie Lisboa 2013, de 18 a 28 de abril.  No âmbito deste prestigiado festival do cinema independente, destaca-se a estreia nacional, a 24 do corrente, do filme:

A Batalha de Tabatô / The Battle of Tabato
João Viana

Exibições:

24 Abril, 21:30, Culturgest, Grande Auditório
26 Abril, 19:15, Cinema City Classic Alvalade, Sala 3

Secções: Competição Internacional, Competição Internacional, Competição Nacional
Ficção, Portugal 2013, 78', Dcp

Música: Pedro Carneiro
Som: Nuno Carvalho, António Pedro Figueiredo , Joaquim Pinto, Mário Dias
Montagem: José Edgar Feldman
Com: Fatu Djabaté, Mamadu Baio, Mutar Djebaté
Produtor: João Viana







Dois fotogramas do filme do João Viana (Fonte: Papaveronoir)

"A primeira vez que ouvi falar deste fenómeno foi na Alemanha. Um jovem violinista de formação clássica confessou-me que sonhava partir para uma aldeia mítica entre os jovens alemães, situada no centro de África, e constituída por músicos onde se aprendia djambé. De repente aquilo pareceu tão próximo de mim que se fez um clic. Quando era pequeno, em África, os pais mandavam as crianças para a Alemanha para aprender música. Agora estava tudo ao contrário. E ainda bem. Porque as coisas estão mesmo ao contrário. Nós, europeus, é que não as vemos. O mundo de facto mudou. E isto não é de agora. África não é como a pintamos. E a culpa toda é dos portugueses do século XV, que destruíram os documentos africanos para provar que a nossa cultura era superior à deles. (João Viana)". (Fonte: Indie Lisboa'13]


2. Paralelamente ao festival, há uma série de atividades a não perder. Uma dela, é o Indie by night. E em  especial:

26 Abril | 23h| Ritz Clube

A Batalha de Tabatô After-Party
Super Camarimba + convidados [Concerto]
5€

Depois da exibição do filme A Batalha de Tabatô de João Viana, na Competição Internacional de Longas-Metragens, a noite continua com ritmos quentes de África. Os Super Camarimba trazem as koras e os balafons. Uma festa com os sons de Tabatô, a mítica aldeia de músicos no centro da Guiné-Bissau.

3. A produtora,  Papaveronori, mandou-nos um duplo convite para assistir á estreia do filme que, este ano, já foi premiado com o Special Mention of the Jury Award no Festival de Berlim e integra agora a competição Nacional e Internacional de longas-metragens doIndie Lisboa, "sendo que gostaríamos de poder contar com a sua presença e apoio" (sic).

Na impossibilidade de estar cá amanhã, em Lisboa, nessa hora, o editor do blogue delegou no Jorge Cabral a representação da Tabanca Grande, incumbência que ele aceitou com  "galhardia e espírito de missão":

Mandei-lhe a seguinte mensagem:

"Aqui tens o convite, para a estreia, amanhã, 24, 21h30, na Culturgest, do filme "A batalha de Tabatô", do João Viana... . Se conseguires falar com o Mamadu Baio, o lider do grupo de música afromandinga Super Camarinda, e ator no filme, dá-lhe um abraço meu. 6*ª feira quero ir ver o filme (que passa na sala 3 do Cinema City Classic Alvalade, às 19h15) e  depois ir ao Ritz Clube, por volta das 23h00,  para vê-los e ouvi-los ao vivo. Espero poder um copo contigo... Um abração. Luis".

O convite é extensível a todo a a Tabanca Grande, e em especial aos nossos amigos e camaradas da região de Lisboa. Sexta-feira lá estarei no sempre novo Ritz Clube que anima as noites de Lisboa desde 1908!.
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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11432: Agenda cultural (263): Lançamento do livro A Mulher do Legionário, de Carlos Vale Ferraz, dia 30 de Abril de 2013, pelas 18h30, na Livraria Leya na Buchholz, Lisboa

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11412: Agenda cultural (261): No B.Leza, hoje e amanhã catedral da música guineense em Lisboa: (i) hoje, com Bubacar Djabaté, cantor e tocador de balafon, natural de Tabatô; (ii) amanhã, com o Tabanka Djazz, de Micas Cabral & companhia... A não perder! (A Tabanca Grande apoia a música da Guiné-Bissau!)



1. Programação do B.Leza para a 3ª semana de abril de 2013...Hoje   e amanhã temos música da Guiné-Bissau!...Vd. página no Facebook.

(i) Bubacar Djabaté, músico, cantor e tocador de balafon (xilofone africano), natural de Tabatô - o grande viveiro de músicos da Guiné-Bissau - , vai atuar em Lisboa, no B.Leza,  hoje, 4 feira, por volta das 11h30...

A não perder. [Pode-se ver aqui um vídeo dele, a tocar, há uns meses atrás, em Lisboa, junto ao Castelo de São Jorge, como músico de rua].

(ii) Tabanka Djazz estará em palco amanhã, 5º feira, no mesmo sítio, e por volta da mesma hora.

Diz Luis Bastos no You Tube:

"Tabanka Djazz: surgiram nos finais da década de 1980, são um marco da cultura guineense e  aqui interpretam Nha Corçon (Meu Coração). Como músicos destacam-se Micas Cabral, Juvenal Cabral, Jânio Barbosa, Carlos Barbosa e Dinho Silv. I nicialmente também o grupo contou ainda com: Aguinaldo Pina, José Carlos Cabral e Rui Silva.Destacam-se quatro CD gravados pela banda:  Tabanka (1990), Indimigo (1994), Sperança (1996) e Sintimento (2002).


2. A nossa Tabanca Grande apoia a música da Guiné-Bissau e os seus músicos!!!

Eu vou ver se consigo lá dar um salto, pelo menos hoje... Mas antes passo pelo MUSICBOX LISBOA, ali perto no Cais do Sodré [Rua Nova do Carvalho, nº 24, 1249-002 Lisboa, Portugal, telef. 213 473 188] para ouvir, logo à noite, a partir das 22h00, os Melech Mechaya, que vão  tocar 4 músicas no Club Offbeatz!...Entrada livre! [João Graça, nosso tabanqueiro, faz parte desta banda portuguesa, que está a ter um crescente reconhecimento nacional e internacional].

Quanto ao B. Leza,  a catedral da música africana em Lisboa, fica aqui:

Cais da Ribeira Nova, Armazém B
Lisboa
1200-109 LISBOA

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11036: Agenda cultural (254): "Tabatô" (curta) e "A Batalha de Tabatô" (longa metragem), dois filmes portugueses, do realizador João Viana, na seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim, 7-17 de fevereiro de 2013 (Luís Graça)


Sitio, na Net, da produtora de cinema Papaveronoir, criada pelo realizador João Viana, que consegue cometer a proeza de pôr dois filmes na seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim (Berlim, 7-17 de fevereiro de 2013), a curta Tabatô e a longa metragem A batalha de Tabatô...



1. Tabatô” e "A batalha de Tabatô",  do jovem realizador português João Viana,  fazem parte da seleção oficial  do Festival de Cinema de Berlim, um dos mais importantes a nível mundial, e que tem data marcada, de 7 a 17 de fevereiro deste ano.

(i) "Tabatô" integra a competição oficial de curtas-metragens. É a única película nacional a competir nesta categoria. Em  2011, “Rafa”,  de outro português, João Salaviza,  conquistou o Urso de Ouro em Berlim,  nesta categoria. Por sua vez, Miguel Gomes venceu, no mesmo festival, os prémios da crítica e da inovação com a longa-metragem Tabu.

Rodado na Guiné-Bissau, "Tabatô" e conta a história do regresso de Mutar, um antigo combatente da guerra colonial, à sua terra natal, Tabatô,  em que todos os habitantes são músicos. A mala que transporta consigo e a curiosidade da filha vão desencadear uma série de acontecimentos que culminam num final trágico.Pensada inicialmente como um documentário, a curta acabou por seguir o caminho da ficção.

João Viana,  realizador reconhecido internacionalmente, nasceu em Angola em 1966, de pais portugueses. estudou cinema no Porto e licenciou-se  em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.  Compete pela primeira vez em Berlim.  Trabalha em cinema, nas áreas de argumento, realização e produção. Escreveu o argumento de "Olhos Vermelhos“ para Paulo Rocha e trabalhou com prestigiados cineastas como João de César Monteiro, Manuel de Oliveira, Werner Schroeter, entre outros. Realizou „A piscina“ (2004) e a curta metragem "Alfama“ (2011).A sua primeira curta, “A Piscina”, atingiu a marca de 60 presenças em festivais de cinema nos cinco continentes, com destaque para o de Veneza, tendo sido premiada em Portugal, Espanha, França e Itália. Em 2009 criou a sua própria produtora, a Papaveronoir.
   Sobre Tabatô, João Viana explicou que “é um filme passado numa aldeia de músicos, no centro da Guiné-Bissau, uma aldeia assim mítica”, que ficou a conhecer através de um músico alemão.


(ii) "A Batalha de Tabatô"

Sinopse

 O pai de Fatu volta a casa, na Guiné-Bissau, vindo de  Portugal para assistir a seu casamento. A jovem ensina na universidade e seu futuro marido é um músico bem conhecido. O casamento deve realizar-se em Tabatô, uma aldeia onde todos são músicos. No caminho até lá, torna-se evidente que o pai  sofre de stresse pós-traumático de guerra,  na sequência da sua experiência como combatente, décadas atrás, da guerra colonial.

Narrativa pós-colonial a preto e branco e vermelha, este filme, visualmente fascinante,  incorpora muitos elementos documentais na sua história:  por exemplo, as referências às realizações   históricas e às tradições culturais dos mandingas, da  África Ocidental;  ou o enfoque na tabanca de Tabatô e na  vida real dos seus músicos;  as imagens do cinema, cemitério, porto e bolanhas. O homem, já de certa idade, transporta relíquias da guerra na sua mala. Os jovens estão cansados ​​dos frequentes golpes de Estado. Ambas as realidades  marcam a atualidade do país.  Quando o pai decide finalmente lutar contra os seus demónios e os músicos da aldeia acompanham o processo tocando os  seus balafons trava-se uma batalha entre guerra e a paz, o passado e o futuro. [Fonte: Berlinale.de. Adapt. por LG]




Cartaz de A Batalha de Tabatô; Argumento e realização: João Viana; Produção: Papaveronoir; Género: Documentário; Duração: 90'; Intérpretes: Fatu Djebaté, Mamadu Baio, Mutar Djebaté.

Sinopse > Há 4500 anos,enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a agricultura.  Há 2000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a boa governação dos reinos.  Há 1000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos o chão do reggae e do jazz.  Hoje,perante a tua guerra,criaremos contigo a tua paz.

Fonte: Papaveronoir

 2. Comentário de L.G..

No meu dia de aniversário, 29 de janeiro transato, passei um serão agradável, com a família... O meu filho  João Graça, médico, músico e nosso grã-tabanqueiro, fez-me uma deliciosa surpresa: imaginem que me trouxe um músico guineense, Mamadu Baio, da famosa tabanca de Tabatô, líder dos Super Camarimba, de que sou fã (, aliás, somos,. toda a família...).

Estivemos até à 1 da noite na conversa e a ouvir música afromandinga... Foi aí que soube da existência dos filmes do João Viana sobre Tabatô. O Mamadu Baio casou com uma jovem cooperante portuguesa, a Sílvia, professora, de Évora, que também veio jantar connosco. O João conheceu o Mamadu Baio  em Bissau, em dezembro de 2009. É um jovem músico, talentoso, que precisa do nosso apoio, ajuda, carinho...

Está há um ano em Portugal, e a preparar o seu próximo CD. A sua tabanca, única na Guiné, de trovadores e músicos, chamava-se Dando, no nosso tempo, na antiga estrada Bafatá -Nova Lamego, a cerca de 12 km, a leste de Bafatá (vd. carta de Bafatá). Hoje é Tabatô. É seguramente a mais "internacional" das tabancas da Guiné-Bissau...

Do Mamadu Baio, vamos seguramente ouvir falar mais vezes. Dele e da Sílvia, os nossos dois próximos grã-tabanqueiros. Já aceitaram o meu convite para integrar a nossa Tabanca Grande. São ambos fãs do nosso blogue. A Silvia viveu cinco anos na Guiné-Bissau, como cooperante. E o Mamadu já fala razoavelmente bem o português: nunca foi à escola, como muitos jovens guineenses...
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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11025: Agenda cultural (253): Mesa redonda: reflexões sobre o devir guineense. Auditório CIUL, Picoas Plaza, 17h45, Lisboa, 30 de Janeiro de 2013


domingo, 23 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10848: Agenda cultural (243): Mamadu Baio, líder da banda de música afromandinga Super Camarimba no Clube B.leza, Lisboa, Cais da Ribeira, a seguir ao Natal, dia 26 de dezembro de 2012


O guineense Mamadu Baio, talentoso músico de Tabatô, amigo do nosso grã-tabanqueiro João Graça, vai estar no mítico Clube B.leza, a catedral lisboeta da música africana, no dia 26 de dezembro de 2012. Mamadu Baio é o lider da banda de música afromandinga Super Camarimba. Está neste momento a a viver  em Portugal. O Clube B.leza reabriu, este ano, em fevereiro passado no Cais da Ribeira, em Lisboa. E está comemorar os 17 anos de vida! Ver aqui a sua página no Facebook. Vou ter pena de não ir poder, por estar fora de Lisboa.







O primeiro CD dos Super Camarimba, músicos de Tabató, gravado no Mali. É CD de que gosto muito, com destaque para os temas 2 (Camarimba) e 10 (Dona Berta). Sendo edição de autor, não é fácil encontrar no mercado. 



Guiné Bissau > Bissau > 17 de dezembro de 2009 > 23h30 > O João Graça, médico e músico, à direita com o seu amigo (recente) de Tabató, Mamadu Baio, à esquerda, líder da banda de música Super Camarimba. Ver aqui também a página do Facebook do Mamadu Baio.

Foto: © João Graça (2012). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10847: Agenda cultural (242): Últimos dias da exposição Álbum de Memórias: Índia Portuguesa, 1954-62... Lisboa, Padrão dos Descobrimentos: agora até 27 de janeiro de 2013

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10670: Agenda cultural (235): Lançamento do livro Dª Berta de Bissau, de José Ceitil, no dia 21, 4ª feira, pelas 18h00, na sede da CPLP, em Lisboa, Rua de São Mamede (ao Caldas), nº 27, com atuação do músico Mamadu Baio, natural de Tabatô (José Ceitil / Hélder Sousa)


1. Mensagem,com data de 10 do corrente, enviada por José Ceitil:



Boa noite, Luís Graça
Junto convite e o pedido de divulgação no seu blogue. Seia um prazer contar com a sua presença.

Cumprimentos, José Ceitil.





Página de rosto do blogue Pensão D. Berta Bissau, criado em 21 de agosto de 2008, por uma das suas "netas", a Mónica Rodrigues:

Cantinho da Avó Berta na Net!... Finalmente um ponto de encontro no ciber espaço para todos os que passaram pela Pensão Central da D. Berta e têm saudades da Avó, da sopa de ostras, da cachupa, das omeletes de camarão e do Alves, é claro!!!!! E que querem divulgar a Pensão Central a outros que vão a Bissau!"... 




Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central, da Dona Berta, uma verdadeira instituição, com direito a foto na Wikipedia, the free encyclopedia... Ver aqui a entrevista que a Dona Berta, aos 80 anos, deu, em Cabo Verde, ao Expresso das Ilhas, em 15/8/2010.

2. Comentário do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, com data de 11 do corrente, a pedido do editor L.G.:


Olá,  Luís:
Estou sempre na esperança de 'ter tempo', mas isto está difícil...

Pois, relativamente à divulgação deste evento, a apresentação/lançamento do "Dª. Berta de Bissau", acho que não ferirá muito a sensibilidade dos que reclamam, com alguma pertinência, é certo, haver recentemente muita divulgação de acontecimentos de carácter cultural que, aparentemente, não estariam no que eles entendem ser o âmbito do Blogue.

Não conheço o conteúdo do livro mas sei que pretende ser a história de vida da Dª. Berta, concomitante da "Pensão Central". O título escolhido de "Dª. Berta de Bissau" parece-me feliz e permite 'visualizar' o conteúdo, marcando-o bem.

Nessa perspectiva considero uma justa iniciativa, bem merecida, já que tanto o estabelecimento como a pessoa que lhe dava, e dá ainda, rosto, estão no imaginário de muitos dos nossos camaradas que 'fizeram a guerra', hospedando-se lá, circulando por lá, fosse em regime mais demorado fosse em alojamento de passagem. 

Já depois da independência é a "Pensão Central" um local incontornável no que respeita ao apoio e identificação de muitos que por foram e estiveram em regime de cooperação.

E ainda hoje assim é. O autor, o meu conterrâneo, amigo e colega de Escola Técnica de Vila Franca de Xira, o José Ceitil, é um homem que gosta de retratar a vida que vê desenvolver-se à sua volta. Tem um outro pequeno livro a que deu o título de "Vidas Simples, Pensamentos Elevados", sendo esse título uma homenagem a um amigo comum, falecido precocemente, Carlos Macieira, que deve ter sido colega de curso em medicina, mais ano menos ano, do Caria Martins, e que a costumava usar com uma outra expressão antecedente: "Luta Dura, Vidas Simples e Pensamentos Elevados", preconizando assim um modo de estar, uma fórmula para 'bem viver'.

O Zé Ceitil, pai da Marta Ceitil que já leva mais tempo de vivência na Guiné do que nós nas nossas comissões, naturalmente que foi visitar a filha à Guiné, várias vezes, para ver 'in loco' como a 'caçulinha' vivia e o que a 'prendia' àquele país, mesmo com todas as dificuldades e perturbações que sabemos e daí a conhecer, estar e aprender com a Dª. Berta foi um passo. Se se acrescentar que a sua sensibilidade o levou a entender a importância da "Pensão Central" e o papel da Dª Berta e o levou a passar ao papel esses sentimentos, somado ao facto de também conseguir 'ver' a Guiné com olhos que não exclusivamente os da desgraça, aguardo com expectativa pelo conteúdo do livro.

Abraço
Hélder Sousa





Mamadu Baio, foto do Facebook

(...) "No estilo afro-mandinga, este músico da Guiné-Bissau, traz a tradição de griots e os instrumentos tradicionais (balafon, kora, djambé, dundumbá, etc.) da sua aldeia Tabatô. Mamadu esteve no Mali a gravar um cd de originais, no estúdio Moffou de Salif Keita, com o seu grupo Super Camarimba. Este conjunto dinâmico de jovens artistas de Tabatô utiliza instrumentos e estilos de dança tradicionais, desenvolve técnicas novas que combinam diferentes influências musicais, promove as tradições “Afro-mandinga” dos seus anciãos em atuações na Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia. Neste momento Mamadu Baio encontra-se em Lisboa por três meses para se desenvolver musicalmente e conhecer outros artistas com quem possa trocar experiências e promover o trabalho dos Super Camarimba." (...) [Fonte: Lisboa Africana, 12/3/2012].

Recorde-se aqui que o João Graça, membro da nossa Tabanca Grande e da banda musical portuguesa Melech Mechaya (, neste momento em digressão por Cabo Verde e Brasil, no âmbito da 20ª edição do Festival Sete Sois Sete Luas),  conheceu, em finais de 2009, a  mítica Tabatô (que é, na Guiné-Bissau, a tabanca que tem mais músicos por metro quadrado) bem como os Super Camarimba, de que o Mamadu Baio faz parte.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de novembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8586: Agenda cultural (145): Concerto de Bubacar Djabaté, natural da mítica tabanca de Tabatô, terra de Kimi Djabaté e de outros grandes cantores e músicos, tocadores de balafon e de kora, dia 23, 6ª feira, às 23h, em Lisboa, no Arte & Manha

Concerto de Bubacar Djabaté

Arte & Manha
Espaço Cultural Lusófono
Av Duque de Loulé 22
1050-090 Lisboa

Sala Carlota Joaquina

23 de Julho de 2011, Sábado, 23h
Entrada 5€

Bubacar Djabaté é da Guiné-Bissau, de Tabatô, a já mítica tabanca (aldeia) de didjius situada no leste do país, a escassos 12 km de Bafatá, e  donde é natural o grande Kimi Djabaté.

Nasceu no seio de uma família de músicos (o clã Djabaté) e toca os instrumentos tradicionais: Balafon, Djembe e Cabaça.

Chegou a Portugal em 2005 e, desde então, tem também vivido da sua música.  Participou em eventos musicais em Lisboa, como o Festival Lisboa Mistura no Teatro São Luiz, em 2010,  e no Bartô-Chapitô em 2011.

A sua música é composta por reportórios tradicionais, com influência do ritmo afro-mandinga, e traduzem a rica herança da cultura e da música guineenses. Tem página no Facebook (donde foi retirada a foto publicada acima, com a devida vénia: Bubacar Djabaté tocando balafon, no Teatro São Luís, Lisboa, 2010).

A notícia deste evento chegou-nos por mail do João Graça, membro da nossa Tabanca Grande.

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Nota do editor:

20 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8576: Agenda Cultural (144): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (4) (Carlos Cordeiro)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Guiné 83/74 - P8381: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (13): 16 de Dezembro de 2009, a caminho do Gabu, passando por Contuboel, outrora um eldorado














Guiné-Bissau >  Região de Bafatá > Contuboel > 16 de Dezembro de 2009 > c. 11h00 >  
Nas duas foto de cima, o dignitário  Braima Sissé, numa delas fotografado com o João Graça. 

Por cima do dignitário, a foto emoldurada de Fodé Irama Sissé, um importante letrado e membro da confraria quadriyya [, islamismo sunita, seguido pela maior parte dos mandingas da Guiné; tem o seu centro de influência em Jabicunda, a sul de Contuboel; a oputra confraria, tidjanya, é seguida pela maior parte dos fulas]. 

O Braima Sissé foi apresentado ao João Graça como sendo um estudioso corânico, filho de uma importante personalidade da região, amigo dos portugueses na época colonial [, presume-se que fosse o próprio Fodé Irama Sissé].  

O Braima Sissé foi identificado pelo seu, meu e nosso amigo  Eduardo Costa Dias, antropólogo,  professor e investigador do ISCTE, membro da nossa Tabanca Grande ... 

Nas restantes fotos, a ponte sobre o Rio Geba, que nos traz à memória sobretudo momentos de paz e tranquilidade... Foi também aqui que conheci o Renato Monteiro, o homem da piroga... Em Junho/Julho de 1969, Contuboel era um centro de instrução militar... Foi lá que se formou a futuras CCAÇ 11, CCAÇ 12 e CCAÇ 14. Foi o único eldorado que conheci na Guiné... 

(...) Até o humor do meu companheiro de viagem
é deslocado…
Viemos no mesmo camarote,
no T/T Niassa,
a tresandar a óleo e a vomitado…
Vou agora mais descontraído,
sem pena nem tema,
numa surpreendente estrada alcatroada,
entre Bambadinca e Bafatá…
Vais gozar as delícias do sistema,
meu safado:
- Contuboel - dizem-te - é um eldorado…


Fotos: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservado.



Mapa actual da Guiné-Bissau > Escala 1/500 mil > Pormenor: Regiões de Bafatá e de Gabu > Posição relativa de Bambadinca, Bafatá, Contuboel e Gabu (localidades assinaladas por uma elipse, a azul)... As distâncias quilométricas entre estas quatro localidades da zona leste são, mais ou menos, as seguintes: Bambadinca-Bafatá: 30 km; Bafatá-Contuboel: 30 km; Bafatá-Gabu: 50 km...

(Mapa de 1981, desenhado e publicado pelo Instituto Nacional de França, Paris. Com a devida vénia... Clicar na imagem para ampliar). 


1. Continuação da publicação das notas do diário de viagem à Guiné, do João Graça, acompanhadas de um selecção de algumas das centenas fotos que ele fez, nas duas semanas que lá passou (*)... 

16/12/2009, 3ª feira, 12º  dia, visita rápida a Contuboel a caminho do Gabu

[Não há qualquer apontamento sobre a viagem de Tabatô a Gabu, na manhã de 16 de Dezembro de 2009. Apenas fotos, e algumas, poucas, sobre Contuboel].

(Continua)

[ Revisão / fixação de texto / selecção, edição e legendagem de fotos: L.G ]

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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 27 de Maio de 2011 > Guiné 83/74 - P8338: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (12): 16 de Dezembro de 2009, a despedida matinal de Tabatô, a caminho do Gabu