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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14121: A minha máquina fotográfica (19): Quando embarquei no T/T Índia, em julho de 1964, já levava uma Kodak... Ficou-me no rio de Canjambari... (António Bastos,ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953, Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)


Foto nº 4 > T/T Índia > 1964 >O António Paulo Bastos a camimho do TO da Guiné. Desembarcou em Bissau em 21/7/1964, há meio século atrás...



Foto nº 1
1. Mensagem do Anónio Bastos, comd arta de 14 de4 dezembro p.pp

14/12/14



Camarada Luís,  boa tarde, em resposta ao inquérito sobre as máquinas fotográficas:

Quando embarquei para a Guiné. já levava uma maquina, Kodak, que ficou no rio de Canjambari numa operação junto a bolanha. Levava-a no bolso da perna e caíu sem eu dar por isso.
A segunda máquina comprei-a em Farim, quando de uma ida a Bissau, e que ainda a tenho, está exposta no meu museu [, fotos nº 1 e 2].

E a propósito de outras máquinas... Será que ainda existem relíquias destas ? É um rádio Sharp, comprei-o  em Agosto de 1964 no Cacheu aos gilas, e ainda toca. [Foto nº 3]

Eu sempre fui amante de fotografia e cinema, pois o meu avô paterno foi o pioneiro do cinema em Azeitão (desde 1932) ainda com máquinas manuais, depois foi o meu pai e por fim em 1968 foi eu que segui as pisadas deles, para acabar em 1972 com o cinema de família mas continuei como projeccionista na colectividade na Filármonica.

Um abraço António Paulo Bastos (ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953,Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)



Foto nº 2 



Foto nº 3


Fotos: © António Bastos (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

sábado, 3 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14113: A minha máquina fotográfica (18): A minha máquina foi comigo da Metrópole mas já conhecia os cantos da guerra. Tinha feito uma comissão de serviço, para os lados de Bissum, com um irmão meu, entre 1970 e 1972 (Albano Costa)

1. Mensagem, com data de 23 de dezembro de 2014, do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), fotógrafo profissional, com estabelecimento em Guifões, Matosinhos:

Olá, amigos
É com muito gosto que estou a responder ao pedido feito pelo editor do nosso blogue, Luís Graça.

As fotos que insiro neste texto servem para ilustração do texto.

A máquina já foi comigo da metrópole para a Guiné, aliás, ela já tinha feito uma comissão por isso já era velhinha, assim como já conhecia os cantos da guerra, ela fez uma comissão para os lados de Bissum com um irmão meu que também esteve na Guiné entre 70-72 e depois foi comigo em 73-74.

Eu ainda ganhei uns trocos com a minha máquina, mas não trouxe dinheiro nenhum tudo foi dividido ainda na Guiné comigo e com os amigos mais chegados.

Eu comecei a fotografar logo no barco (Niassa), eu arranjei conhecimento com o funcionário do Niassa que num compartimento na ré do barco, tinha uma pequena oficina que imprimia as ementas do que ia ser as refeições dos oficiais e sargentos (um luxo para a época) e também fazia fotografia, e ele deixava-me ser eu a imprimir as minhas fotos e eu só pagava o papel e os banhos e pouco mais. Por isso durante o dia tirava as fotos e à noite muitas vezes estava a passar um filme a bordo e eu estava a fazer as minhas fotos para no dia seguinte as vender e tirava outras, mas tinha um colega que tomava a responsabilidade de as entregar e receber o respectivo pagamento (sem I.T. e sem NIF que ainda não existia), ainda juntei algum dinheirito.

Esse dinheiro veio a fazer muito jeitinho porque como devem saber, pelo menos com a nossa companhia foi assim, o primeiro dinheiro que recebemos foi ao fim de 3 meses, muito dos meus amigos já andavam nas lonas e quem pagava as contas da cerveja era o dinheiro das fotografias.

As minhas fotografias foram quase todas feitas na metrópole eu levei bobines de fita a P&B e depois cortava para fazer rolos de 36/37 fotos, e alguns rolos a cores (poucos) eram mais caros e tinham de ser impressos em Espanha, naquele tempo todo o serviço a cores ia para Espanha. Mas eu tinha o meu secretário que me ajudava no seguinte, eu tinha uns livrinhos (também trabalhei em artes gráficas e levei alguns comigo), que se usava e ainda hoje é usado pelos «rifeiros» e recebia primeiro o dinheiro e depois entregava as fotos mediante o respectivo talão, para salvaguardar, de depois não virem dizer que não tinham dinheiro e eu tinha de ficar com as fotos que não serviam para nada a não ser para o próprio.

Quando cheguei à Metrópole o meu pai (já falecido) ainda me perguntou se eu tinha dinheiro para pagar a despesa das fotos que eu fiz, e eu respondi, pai não fui para a guerra para ganhar dinheiro, o dinheiro que sobrou foram 4.000$00 que emprestei a dois colegas se eles me pagarem muito bem se não me pagarem paciência, um deles ainda me deu 2.000$00 o outro nunca mais apareceu.

A máquina depois de duas comissões não tirou mais fotografias, recolheu ao arquivo e ainda hoje lá se encontra junto de dezenas de máquinas do espolio que foi do meu pai e meu, e por lá vai continuar, mas ainda se for preciso faz o seu dever ainda funciona, porque de vez em quando vou dar uns disparos sem rolo para a manter activa.

Aproveito para desejar um feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Um abraço
Albano Costa

Mala de protecção da máquina


Outro plano de frente da máquina

Costas da máquina

Arquivo de alguns de muitos rolos a P&B e cores

Arquivo em Digital para ficar para futuro. Já tem dado para fazer umas surpresas aos amigos.

Fotos © Albano Costa (2015). Todos os direitos reservados
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil,CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)



Foto nº 1 > A minha Canon ou parecida... (Foto retirada da Net, com a devida vénia)



Foto nº 2 > Na psico em Paunca


Foto nº 3 > Na suite do Ali Babá em Gabu (Nova Lamego)


Foto nº 4 > Casino, hotel, resort de Contuboel


Foto nº5 > Entrada da Villa Country Club de Canquelifá



Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do Abílio Duarte [, ex-fur mil,CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970,] com data de 20 de dezembro último;


Olá, Luís,

Entrando na tertúlia das máquinas fotográficas (*), não quero deixar de deixar algumas palavras sobre a minha CANON.

Comprei-a a bordo do navio que nos levou á Guiné, o "Timor", e que me acompanhou em toda a comissão, tendo ido muitas vezes para o mato.

Foi a minha 1ª camera, que me despertou muito para a actividade de fotágrafo, e com ela tirei centenas de fotos e slides. Aprendi o que era abertura vs velocidade, grandes planos, campo de profundidade etc.

Era uma máquina bastante resistente e tinha um bom estojo, que a salvou de muitas quedas, e apanhou bastantes chuvadas.Tive-a até bastante tempo depois de regressar, mas um dia caiu e já não teve conserto, para tristeza minha.



O T/T Timor. navio de carga e passageiros, c. 7.7 mil toneladas 
de arqueação bruta e c. 130 m de comprimento, e capacidade 
para um total de 387 passageiros. Armador: 
Companhia Nacional de Navegação, Lisboa 
Fui á Net, e encontrei uma foto da camara,
que envio, assim como outras, que como aquelas
que enviei anteriormente, foram tiradas pela mesma.

Uma coisa que estranhei, quando estava na Guiné, é que quando mandava slides para revelar,  para a Alemanha, nunca me desapareceu nenhum rolo, o que na altura me deixava bastante satisfeito.

Desejo-te umas BOAS FESTAS e FELIZ NATAL, assim como a todos os periquitos desta GRANDE TABANCA.

Só para memória futura, cheguei a Portugal em 22.12.1970, pelo que faz 44 anos que acabei a minha comissão, e o que eu passei para poder 
passar o Natal de 1970, já com a família.

Um Grande Abraço, Abílio Duarte

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domingo, 21 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14061: A minha máquina fotográfica (16): Comprei uma Olympus 35 SP e um projetor de "slides" na casa Pintozinho, em Bissau (César Dias, ex-fur mil sapador, CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)


Foto nº 1


Foto nº 2 > Olympus 35 SP [uam linha da Olympus produzida entre 1969 e 1976)


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6

Fotos: © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem de César Dias [ex-fur mil sapador, CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71],

Data: 14 de dezembro de 2014 às 16:46
Assunto: Máquinas fotográficas e não só. (*)


Caro Carlos

Tenho visto no blogue alguns posts de máquinas fotográficas, como também comprei uma [ fotos nº 1 e 2] e um projector de slides [fotos nº 3 e 4] , resolvi enviar o testemunho. Não estão à venda mas está tudo bem conservado, o projector ainda está na caixa de origem, é mais uma prova de que foi este blogue que me fez voltar á Guiné.

Comprei este equipamento no Pintozinho
Embalagem da Farinha Amparo,
cortesia do blogue de Hugo Silva ,
"Eu Ainda Sou do Tempo"...
em Bissau, que não era topo de gama,
 nem nada parecido,mas foi para substituir a que levei para lá, que me tinha saído na farinha Amparo, não sei se te recordas disso.

Aproveito e envio-te mais uma foto a preto e branco [foto nº 5] e um slide [foto nº 6] conseguidos com este equipamento.

Sobre as revelações,   praticamente enviávamos para Bissau, aquelas a preto e branco por vezes davamos-lhe um toque de colorido, mas já não me lembro onde conseguiamos os liquidos.

Havia também um Furriel Miliciano Radiomontador, o António Amen, que no seu quarto montou um pequeno estúdio de revelações mas era praticamente para consumo próprio, doutra maneira não faria mais nada. Infelizmente faleceu no dia 4 deste mês, vim a saber que era um grande fotógrafo aí no Porto.(**)

Um abraço, César 
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(**) António Augusto Garcia Oliveira Amen (1946-2004)

Reproduzido com a devida vénia do Correio do Porto  > 4 de dezembro de 2014 > Obituário > António Amen (1946-2014)


(...) O camarada de redação ANTÓNIO AMEN faleceu esta madrugada (01 - dez -14), aos 68 anos de idade. António Amen colaborava, com o nosso jornal (Etc e Tal), desde início do projeto destacando-se com os seus valorosos trabalhos fotográficos, não só através das centenas de reportagens e entrevistas que aqui publicou, mas também através da coluna REFLEX.

A história profissional e artística de António Amen não fica, contudo, por aqui, em traços gerais, deixamos-lhe os dados relevantes da sua vida, contados pelo… próprio:

“Recebo a minha primeira máquina fotográfica (uma pequena Kodak) aos 10 anos. Nasceu o gosto pela fotografia. Nos anos seguintes, as fotos de família foram a minha primeira aprendizagem. Na adolescência e em concursos da escola, ganhei o meu primeiro prémio de fotografia.

Durante o serviço militar que cumpri na ex-colónia portuguesa da Guiné-Bissau, o contacto com o meu grande amigo António Villar de Sousa, escultor e fotógrafo, fundador de um dos primeiros estúdios de fotografia de modelos, o SHOW-UP, bastante mais experiente, leva-me ao desenvolvimento do conhecimento da fotografia. Os dois montamos um pequeno laboratório. Foi uma boa aprendizagem no fotografar e revelar.

Regresso a Portugal, e nos meados dos anos 70, faço o meu primeiro curso de fotografia. Leio uma enciclopédia de fotografia, torno-me autodidata. Nos anos seguintes, a minha dedicação à mesma torna-se mais evidente.

Depois, por razões de ordem pessoal e profissional, o tempo dilui-se e chega entretanto o vídeo, que me afastou da fotografia, sem nunca lhe ter conseguido assassinar o gosto. Em 1998, regresso.

Timidamente, começo a dar de novo os primeiros passos, ainda hoje os estou a percorrer, a consciência e maturidade, são outras e olhando o panorama, o salto tremendo que deu a fotografia, sinto-me todos os dias um aprendiz.

A minha ligação profissional aos computadores, vieram também de certo modo contribuir para um passo mais aligeirado no sentido do digital”.

Um texto de António Augusto Garcia Oliveira Amen, nascido a 16 de agosto de 1946, na cidade do Porto, inserto na edição de fevereiro de 2010 do “Etc e Tal Jornal”.

Amen foi autor de diversos trabalhos fotográficos realçando sempre a sua paixão pela cidade do Porto. Os mais recentes trabalhos foram publicados no livro “Nobre Povo Tripeira Gente”, com a chancela da “Gailivro”, em coautoria com Maria de Lourdes dos Anjos, também ela nossa. Saliente-se ainda o facto de Amen ter recebido várias distinções nacionais e internacionais, através de prémios de reconhecido valor.

A equipa do “Etc e Tal Jornal” fica muito mais pobre, o Porto perde um amante e o mundo um grande homem da fotografia.

Por José Gonçalves publicado in Etc e Tal. (...)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14047: A minha máquina fotográfica (15): Comprei-a em 73, em Bissau por 5.000 pesos, que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80 (Agostinho Gaspar)

1. Mensagem do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), com data de 13 de Dezembro de 2014:

Boa tarde,
Depois de esquecida durante décadas, veio o blogue lembrar um dos nossos passatempos favoritos: as máquinas fotográficas.

Quando fui para a Guiné não tinha máquina fotográfica, passados alguns meses comprei uma simples a um colega da Companhia, que depois vendi a outra pessoa.

Meses mais tarde comprei outra, mais moderna, com tantas técnicas, que ainda hoje não sei usar todas, comprei-a em 73, em Bissau, e custou-me 5.000 pesos (manga de patacão!).

Máquina essa que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80.

Modelos mais modernos deixaram-na esquecida durante mais de 20 anos na gaveta. Até o dia em que no blogue falaram de máquinas fotográficas, que tinham sido usadas durante o tempo na Guiné e lembrei-me da minha.

Em anexo, envio fotos actuais dela e algumas fotos tiradas também por ela há mais de 40 anos.

Melhores cumprimentos,
Agostinho Gaspar



 




Equipa dos Mecânicos
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14046: A minha máquina fotográdfica (14): Comprei-a logo nos primeiros dias em Bissau, numa loja de material fotográfico ao lado do forte da Amura, em Julho de 1968, com dois colegas do curso de Mafra, o Rego e o Amorim. Eram todas iguais, marca “Fujica” (Fernando Gouveia)

Guiné 63/74 - P14046: A minha máquina fotográfica (14): Comprei-a logo nos primeiros dias em Bissau, numa loja de material fotográfico ao lado do forte da Amura, em Julho de 1968, com dois colegas do curso de Mafra, o Rego e o Amorim. Eram todas iguais, marca “Fujica” (Fernando Gouveia)

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf, Bafatá, 1968/70) com data de 12 de Dezembro de 2014:

Para todos os camaradas, com um grande abraço:

De início não contava escrever sobre este tema das máquinas fotográficas mas como “já que tanto insistem” aí vai.

Já em tempos referi a marca da máquina que me acompanhou na minha comissão na Guiné e com a qual tirei centenas de fotos.
Foi a páginas vinte e nove do livro “Na Kontra Ka Kontra”, que escrevi debaixo da adrenalina acumulada durante a visita que fiz à Guiné em Março de 2010.

O invólucro de couro da minha “Fujica” ajudou à sua longevidade.

Não posso deixar, mais uma vez, de agradecer ao blogue e ao próprio Luís Graça e Carlos Vinhal, não esquecendo o António Pimentel, este, que me incentivou a rever locais e gentes de há quarenta anos atrás.

Quanto à máquina, comprei-a logo nos primeiros dias em Bissau, em Julho de 1968. Eu próprio e mais dois colegas do curso de Mafra, o Rego e o Amorim, compramos três máquinas iguais “Fujica”, numa loja de material fotográfico, ao lado do forte da Amura.

Se não me engano custaram-nos 1.500$00 cada. Vim depois a saber que os meus colegas de compra não ficaram muito satisfeitos com elas. No que me diz respeito gostei imenso dela pois além de me “fazer” a guerra ainda durou mais vinte anos. O seu fim só se deu com o colapso do fotómetro, com que já era equipada.

A existência do fotómetro permitia-me tirar fotos em modo automático. Assim, e pelo facto de com o polegar direito fazer a focagem bem como a passagem à foto seguinte, conseguia tirar fotografias seguidas só com a mão direita.

Durante a comissão tirei centenas de slides e, penso, só um rolo de fotos a preto e branco (reveladas por um qualquer camarada do Comando de Agrupamento em Bafata) e um rolo de fotos coloridas.

Durante os vinte e dois anos em que funcionou tirei quase sempre slides e da marca “Agfa” tendo sido todos revelados em Barcelona pois em 1968 não havia essa possibilidade em Portugal. Como curiosidade direi que nunca se extraviou um sequer.

Termino referindo mais uma vez, que agradeço aos camaradas atrás referidos e também à minha “Fujica” o inesquecível, emocionante e indelével prazer que senti ao entregar as três fotografias que se seguem às pessoas respectivas quarenta anos depois, quando da tal visita à agora Guiné-Bissau.

Ao mostrar a foto à Bobo, ela muito emocionada disse: Ah, ah, ah, ah, ah, ah a minha Maria.

A bajuda agora a mulher grande Kadidja, embora só nos tivéssemos visto uma vez, quarenta anos depois, ainda me reconheceu e soube referir o local onde lhe tirei a foto.

O Tchame já tinha morrido mas o filho não deixou de ficar altamente emocionado quando lhe entreguei a foto do pai.

Fernando Gouveia
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14045: A minha máquina fotográdfica (13): Tive, desse tempo, uma Kowa SE T que depois vendi; e tenho ainda uma Minolta SR T 101... Se um dia quiserem fazer um museu com as "máquinas de guerra", contem com a minha... Não a vendo, tem um grande valor sentimental... (Manuel Resende, ex-alf mil, CCaç 2585, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71)

Guiné 63/74 - P14045: A minha máquina fotográfica (13): Tive, desse tempo, uma Kowa SE T que depois vendi; e tenho ainda uma Minolta SR T 101... Se um dia quiserem fazer um museu com as "máquinas de guerra", contem com a minha... Não a vendo, tem um grande valor sentimental... (Manuel Resende, ex-alf mil, CCaç 2585, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71)

1. Mensagem de Manuel Resende, com data de 11 do corrente


[ Manuel Resende, com o Dandi, em pose para a fotografia; ex-Alf Mil da CCaç 2585/BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71]


Caros Luís e Vinhal,


Em anexo segue um pequeno texto sobre as minhas máquinas fotográficas na guiné.

Tambés as fotos para serem coladas nos locais próprios. (Vd aqui o link do meu álbum fotográfico.  referido no texto).

Desejo-vos um Santo Natal. Muitas prendinhas do Menino Jesus e um 2015 um pouco melhor que este.

Um abraço, Manuel Resende




Crachá da CCAÇ 2585 ( Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71)


2. As minhas máquinas fotográficas 

por Manuel Resende


Amigo Luís Graça

A propósito da sondagem das fotos e máquinas fotográficas da nossa comissão na Guiné (*), tenho todo o prazer em dar a minha opinião, pois já nessa altura eu era o fotógrafo da Companhia, havia de facto mais algumas máquinas, mas quase todos me batiam à porta.

Tirava fotos individuais a quem me pedia e colectivas, sendo a revelação feita sempre em Bissau e com cópias “por cabeça”. O nosso 1º Sarg. Vinagre ia todos os meses a Bissau tratar dos assuntos necessários, e levava os rolos para revelar e trazer as cópias que eram feitas em tempo oportuno. Também comprava o que lhe encomendássemos, como foi o caso da minha máquina fotográfica, da minha pressão ar “Diana 37 de 5,5 mm”, etc. Convém não esquecer que Jolmete era só o Quartel, depois do arame farpado era mato e turras.

Lembro-me que o Fur Guarda tinha uma máquina, salvo erro Olympus. O Fur Rodrigues também tinha uma, mas a que me chamou mais a atenção era a do Alf. Mosca, uma Yashica, tipo caixa, de ver por cima, que fazia negativos de 60x60 mm e tinha uma lente com luminosidade de 1:1.2, o que na altura era o máximo que se fabricava. As fotos de 12x12 cm ficavam extremamente nítidas. Tenho a certeza que ele a levou para fotografar os “amigos”, como ele dizia, que o assassinaram juntamente com os Majores.





Eu, depois de “tirar” a especialidade de Atirador de Artilharia em Vendas Novas (a nossa artilharia era G3), fui colocado no BII 18 dos Arrifes, em Ponta Delgada - Açores, e passado um mês de lá estar a descansar, recebi guia de marcha para o Pragal (Almada) para formar Companhia para a Guiné, e no meu regresso dos Açores viajei no Paquete Funchal. Foi lá que eu vi uma linda máquina Reflex, marca Kowa, com lente de 1:1.8. Comprei também um Flash electrónico, com regulação de luz (manga de ronco), que ainda hoje funciona. A máquina custou 2.800$00 e o Flash custou 1.000$00.






Sensivelmente a meio da comissão resolvi comprar a máquina dos meus sonhos. Numa das idas a Bissau do nosso 1º Vinagre, pedi-lhe que me comprasse uma que eu já tinha namorado na casa Pintosinho, nos dois dias em Bissau à nossa chegada. Era uma Minolta SRT 101, com lente 1:1.2, só que na altura não tinham esse modelo, pelo que o nosso 1º resolveu comprar a melhor que lá tinham, a mesma mas com lente 1:1.4, e que me custou 7.800$00. Ainda hoje a tenho e funciona bem. Entretanto vendi a alguém da Companhia, e que já não me lembro, a anterior. 





Amigo Luís,

se um dia quiseres fazer um museu de máquinas antigas podes contar com a minha, pois o valor real é nulo, mas o valor sentimental é grande e eu não a vendo.

Em relação às minhas fotos e slides estão todas num álbum na net. São trezentas e tal, mas acho que muitas são de nível particular e penso que não terás interesse em publicá-las. Estás à vontade para publicar as que bem entenderes.


Um abraço

Manuel Resende

(Fotos e link em anexo)





Álbum do Manuel Resende > Foto nº 24 > "Como as palmeiras eram pesadas"



Álbum do Manuel Resende > Foto nº 57 > "Cubano ferido"



Álbum do Manuel Resende > Foto nº 85 > "Capitão Almendra" (**)


Fotos (e legendas): © Manuel Resende  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 15 de dezembro de2014 >  Guiné 63/74 - P14030: A minha máquina fotográfica (12): Ainda tenho, operacional, a minha Fujica Compact S, comprada em finais de 1972, em Bissau (Armando Faria, ex-fur mil, MA, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74)


(**)  Vd. poste de 1 de julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4622: Fichas de Unidades (4): História do BCAÇ 2884 (José Martins)


(...) Companhia de Caçadores nº 2585


(...) Iniciou o deslocamento, por fracções, em 15 e 16 de Março de 1969, com destino a Teixeira Pinto donde, no dia seguinte, segue para Jolmete, afim de render a Companhia de Caçadores nº 2366.

Na dependência do Batalhão de Artilharia nº 2845, assume a responsabilidade do subsector Jolmete e, após remodelação dos sectores, fica na dependência do Batalhão de Artilharia 2866 e posteriormente na dependência do seu batalhão.

Colaborou na protecção e segurança dos trabalhos da estrada de Bula - Ponta de S. Vicente, guarnecendo as bases de Bipo e Ponta Fortuna, e realizou operações nas regiões de Bugula, Ponta Nhaga, Peconha e outras.

Foi rendida, em 12 de Fevereiro de 1971, pela Companhia de Caçadores nº 3306.

(...) Distinguiram-se e foram condecorados os seguintes militares:

(...)

Por acção praticada no dia 22 de Outubro de 1970:

ANTÓNIO CAMILO ALMENDRA, Capitão Miliciano Graduado de Infantaria, foi condecorado com a medalha da Cruz de Guerra 1ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 17, IIª Série de 1971; (...)