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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12389: O que é que a malta lia, nas horas vagas (5): Amante de Jorge Amado, Ferreira de Castro, Banda Desenhada, em A Bola as crónicas de Carlos Pinhão e dos muitos livros que se me extraviaram (Jorge Teixeira - Portojo)

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Teixeira (Portojo), (ex-Fur Mil do Pelotão de Canhões S/R 2054, Catió, 1968/70), com data de 2 de Dezembro de 2013:

Caros camaradas.

Esta coisa vai para o Vinhal, que julgo ser (ainda) o editor de serviço.

Não sei se se lembram, mas já lá vão uns tempinhos, que deixei a "boca" que era capaz de ser boa ideia criar-se uma série para as nossas músicas e livros dos velhos tempos. Seria uma forma de sair do ramerrame em que na altura a Tabanca se encontrava.

Pois bem, adiro esta causa com prazer. E com fotos.

Uma delas, muito imagem pessoal. Creio que é do Natal.68. Já navegou muito, a dita. Na messe nova dos Sargentos de Catió, assim chamada, haviam por lá as Bandas Desenhadas do Mikey e outras cenas equivalentes.

Claro que a foto foi feita para mandar para a família. Não me lembro de haver outro género de literaturas por lá. Nem quem levou para lá os livrinhos.


Fui sempre um amante de leitura deste pequeno. Era cliente habitual de um alfarrabista na Rua do Almada, por acaso era uma senhora a dona. Camiliana de todos os costados. Aprendi muito com ela. E comprava também livros na Civilização em suaves prestações de 20 escudos mensais.

Havia um senhor Sírio em Catió com uma loja tipo tem tudo - cujo nome não há maneira de me lembrar - a quem comecei a comprar livros entre outras coisas. Músicas também. Melhor discos. Como já conhecia Jorge Amado (Gaca 3, Paramos-Espinho, Dezembro 67 - Capitães da Areia lido na clandestinidade) tudo que consegui deste autor fui adquirindo. O único que chegou aos dias de hoje foi os Pastores da Noite. Os outros, incluindo uma edição antiga de Gabriela Cravo e Canela, alguém em Catió ficou com eles.

Como vim antes do pelotão para Bissau para fazer aquelas porcarias dos espólios e passagem do acervo para o substituto e etc., pedi para me encaixotarem as minhas coisas. Chegou tudo direitinho menos os livros. Que seriam mais de 20. Na minha colecção estava incluída uma edição recente (1967 ou 68) da Antologia Erótica e Satírica de Autores Portugueses da autoria de Natália Correia. Clandestino. Foi-me vendido pelo meu alferes Xarez na altura da nossa mobilização a trabalhar no ramo, ainda no Barco Niassa. 

Durante a minha estadia no Hospital Militar em Bissau, frequentei a Biblioteca que lá havia. Foi aí que conheci Ferreira de Castro e a Selva. Quando estive adido à CCS do BART 2865, do saudoso Tenente Coronel Belo de Carvalho e do tristemente célebre Major Melo, um 1.º Sargento, gente boa, de quem não me lembro o nome, natural de Coimbra, emprestava-me livros que tinha trazido consigo. Confidenciava-me que se sentia estúpido por não ter acesso a "coisas" para ler. E no meio de tanta ignorância, salvam-lhe as brincadeiras e os passatempos com alguns furriés. Bebíamos dele a sua sabedoria.



Os meus Pais de vez em quando mandavam-me o Jornal A Bola. Gostava desde há muito de ler o Jornal e especialmente as crónicas do Carlos Pinhão. Eram crónicas de Português puro e foi ele que me ensinou a distinguir "Estória" de "História".

A Selva comprei-a em 1970.
A Gabriela, provàvelmente a minha aquisição n.º 4 deste livro tem dois anos.
Todas as outras desapareceram com empréstimos.

Caro Carlos, aproveita daqui o que quiseres.
Um abraço do
Jorge
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Nota do editor

Último poste da série de 4 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12385: O que é que a malta lia, nas horas vagas (4): a revista "Flama", o jornal "A Bola"... e o livro de contos e narrativas do Armor Pires Mota, "Guiné, Sol e Sangue" (Braga, Pax ed., 1968) que havia na biblioteca... (Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10766: Antologia (77): Os heróis da LDM 302, atacada e afundada no Rio Cacheu em 19/12/1967: banda desenha de Malheiro do Vale e Baptista Mendes (Revista da Armada, nº 8, maio de 1072, pp. 16-17)









Banda desenhada dedicada ao episódio do ataque à LDM 302, no Rio Cacheu, em 19 de dezembro de 1967, de que resultou o seu afundamento e a morte do patrão da lancha, o marinheiro de manobra Domingos Lopes Medeiros. Esta banda desenhada via-a, pela primeira vez, no sítio do nosso camarada Manuel Lema Santos, Reserva Naval (poste de 15 de dezembro de 2008 > Guiné, LDM 302, atacada e afundada).

Este episódio heróico da nossa marinha e dos bravos seis marinheiros que constituíam a guarnição da LDM 302, toca-me muito em especial por entre esses heróis estar um amigo meu, colega de escola, conterrâneo e vizinho, o marinheiro fogueiro Ludgero Henriques de Oliveira, precocemente desaparecido aos 64 anos. Eramos da mesma colheita, a de 1947.

Em sua homenagem e aos restantes camaradas da tripulação da LDM 302, já aqui reproduzimos, com a devida vénia, dois postes do sítio Reserva Naval, um espaço na Net que é de visita obrigatória para os camaradas da Guiné (*). Hoje tomo a liberdade de editar e publicar esta  interessantíssima banda desenhada, com texto do próprio contra-almirante Malheiro do Vale, diretor da Revista da Armada,  e desenho de Baptista Mendes. (Reprodução com a devida vénia).


Capa (parcial) do nº 8, ano I,  da Revista da Armada, maio de 1972,  36 pp. Legenda da imagem da capa: "Marinheiros dos navios  brasileiros da escolta  ao N/M  «Funchal »  que conduziu os restos mortais  de D. Pedro, vestindo uniformes  da época".

Esta "publicação oficial do Ministério da Marinha" tinha como diretor e editor o Comodoro António de Jesus Malheiro do Vale. A orientação gráfica era de... Hernâni Lopes. Cada número, avulso, custava 3$00. A assinatura anual era de 24$00 para o Continente, Ilhas, Ultramar e Brasil (via marítima); 59$00 para as Ilhas (via aérea); e 113$00 para o Ultramar (via aérea).


Sumário (parcial) da edição nº 8 da Revista da Armada,. maio de 1972, donde consta a "banda desenhada" de M. do Vale e B. Mendes, "Heróis dos Rios da Guiné", pp. 16/17.

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Nota do editor: