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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

ANDREOLETTI (Luis), Ditus krioulos, isto é, Provérbios da língua crioula, colhidos na Guiné-Bissau desde 1947 a 1984. Milão, s/d (1984?).

ARAÚJO (Avito Fernandes de), Problemática matrimonial da disparidade de culto, no caso de alguém muçulmano com um cristão católico. Uma proposta para a diocese de Bafatá. Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, em Direito Canónico, ano de 2009. Policopiado.

BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

BARROS (Marcelino Marques de), “Literatura dos Negros: contos, cantigas e parábolas”. Separata de A Tribuna, Lisboa, 1900, pg.3-122.

BARROS (Marcelino Marques de), “A mancarra”, in Revista portugueza colonial e marítima, 1897-98, vol.2º, 1º anno, 2ºsemestre, nº12, pp.797-801.

BARROS (Marcelino Marques de), “Carta ao Bispo de Cabo Verde sobre organização missionária da Guiné (31-12-1880)”, publicada por Henrique Pinto Rema, História das Missões Católicas da Guiné, Braga 1982, pp.311-315.

BARROS (Marcelino Marques de), “Coisas da Guiné”, Bissau, s/d., in Novo Almanach de lembranças luzo-brazileiro, ano de 1879.

BARROS (Marcelino Marques de), “O Guineense”, in Revista Lusitana, Lisboa:
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- (1900-1901), vol. VI, pg.300-317: themas de syntaxe.
- (1902), vol. VII, pg.300-317: vocabulário portuguez-Guineense.
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VICENTE (João Dias), “Quatro séculos de vida cristã em Cacheu”, in Itinerarium, nº132 (1988), pgs. 335-375. Integrado também no livro Mansas, Escravos, Grumetes e Gentio, Cacheu na encruzilhada das civilizações. Actas do Colóquio “Cacheu, Cidade antiga”(22-24 Novembro, 1988), coordenação de Carlos Lopes, Bissau-Lisboa, 1993, pgs.100-117.

VICENTE (João Dias), “Novos Subsídios para a história da primeira missão franciscana portuguesa na Guiné (1660-1834), in Itinerarium, nn. 112-113 (Janeiro-Agosto, 1982), pgs. 122-224.

VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

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(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

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Vd. ainda postes de:


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23701: Lembrete (42): Amanhã, dia 13 de Outubro, pelas 17h00, apresentação do livro "Rua do Eclipse", de Mário Beja Santos, a levar a efeito no Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo de São Luís, em Lisboa




A todos aqueles que puderem dar-me companhia nesse dia e àquela hora:

Estava previsto este lançamento para 15 de setembro, por razões muito ponderosas a que não me devo furtar, houve que alterar a data, tive a compreensão da Comissão Portuguesa de História Militar, a data foi alterada para 13 de outubro, pelas 17 horas. Terei uma satisfação enorme em falar-vos desta paixão luso-belga onde se irá imiscuir, por indiscutíveis razões do coração e dos rotores da memória, acontecimentos de uma guerra que ocorreu nalguns lugarejos da então província da Guiné, e só uma imaginação descabelada é que pode encontrar pilares de consistência entre uma guerrilha e contra-guerrilha que as novas gerações praticamente ignoram e o encontro de dois cinquentões que se entregam à mais arrebatada epistolografia. Se esta temática de algum modo vos acicata a curiosidade e a minha companhia não seja de desmerecer, prometo não defraudar-vos sobre esta história que começou num breve encontro, corria o ano 1999.

Com a muita cordialidade,
Mário para muitos (ou Mário Beja Santos para todos)

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Em Bruxelas, um breve encontro entre cinquentões, temos paixão e guerra na Guiné

Apresentamo-nos, há aperto de mão, ela chama-se, percebi bem, Annette Cantinaux. E desabridamente pergunto-lhe se podemos almoçar juntos, ocorreu-me, imagine-se, a ideia de um romance, trata-se e alguém que combateu na guerra da Guiné, que ama uma belga, os dois não podem por enquanto, por razões profissionais, viver juntos, telefonam e escrevem muito, ele procura todas as oportunidades para regressar a Bruxelas, para estar junto da mulher amada, ela é intérprete profissional, vive em Bruxelas, na Rua do Eclipse.
Annette Cantinaux, vejo-lhe bem na face, está arrelampada com o pedido que lhe faço, mas acede, iremos almoçar juntos e falar-lhe-ei do que me está a passar pela cabeça, este estranhíssimo rompante de alguém que tem tanto que fazer e que recua 30 anos, até ao tropel de uma guerra. Pasmo-me com a resposta dela: “Parece que me reservou um papel que me assenta bem, na vida real, sou uma mulher divorciada, com filhos a singrar na vida, até me posso de dar ao luxo de me embeiçar por um português, vamos vivendo juntos à experiência e no entretanto damos um ao outro elementos para o seu romance”.
Assim começa uma espiral de palavras cruzadas, de encontros em Bruxelas e em Lisboa, ela às vezes sente-se uma anti-Penélope, vai coligindo e montando uma trama à volta de uma estranhíssima história que tem a ver com uma guerra de guerrilhas que ela totalmente desconhecia, junta as peças, telefonam-se, ele envia-lhe montanhas de correio, até o correio eletrónico é fervente, e ela dirá, sempre radiante que aquele título de romance, Rua do Eclipse, que começou num inesperado encontro, é o galvanizador das suas vidas, como aconteceu.


Mário Beja Santos
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Nota do editor

Vd. poste da série de 4 de Outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23668: Agenda Cultural (813): Convite para a apresentação do livro "Rua do Eclipse", de Mário Beja Santos, a levar a efeito no próximo dia 4 de Outubro de 2022, pelas 17h00, no Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo São Luís, 11, em Lisboa


Último poste da série de 20 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23372: Lembrete (41): 37º Encontro Nacional do Pessoal do BENG 447, Brá, Bissau, sábado, 25 de junho, Restaurante O Paraíso do Coto, Caldas da Rainha: há autocarros a partir do Porto e de Lisboa

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Guiné 61/74 – P23673: Agenda cultural (815): Apresentação do meu 11.º livro "Bola de Trapos - Crónicas Desportivas do Baixo Alentejo, 1904 a 2022", Edições Colibri, no próximo dia 11 de Outubro, pelas 19h00, na Bibiloteca Municipal José Saramago, em Beja (José Saúde)


Capa do livro do Jose Saúde: "Bola de trapos: crónicas desportivas do Baixo Alentejo, 1904-2022". 
Lisboa: Edições Colibri, 2022


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Camaradas,

Somos, hoje, seres humanos que o tempo paulatinamente se encarregou em transformar os nossos corpos, corpos outrora esbeltos, jovens esguios que partiram rumo à desconhecida guerra da Guiné, onde a peleja no terreno nos fora literalmente comum. Sim, sobrevivemos, mas houve outros camaradas que, infelizmente, por lá perderam a vida, outros, de lá vieram estropiados e são muitos aqueles que presentemente convivem com tão nefastas situações, outros, com a mente extorquida dos horríveis sons das armas, enfim, fomos, afinal, “carne para canhão”, restando agora um oceano de recordações. Somos, também, usados septuagenários, em particular, onde a memória jamais será extorquida de cenas vividas no palco da guerrilha.

Camaradas, não obstante o meu AVC que já leva 16 anos de existência, e com o lado direito remetido ao silêncio, lá vou passando entre os pingos da chuva, reencontrando-me com o universo da escrita, debitando textos e lançando obras que visam deixar memórias para as gerações presentes e vindouras conhecerem as histórias de um passado repleto de saudade.

Neste contexto, no próximo dia 11 de outubro, terça-feira, 19h00, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja, será lançado o meu 11º livro intitulado “Bola de trapos – Crónicas Desportivas do Baixo Alentejo 1904 a 2022”, com a chancela da Edições Colibri, cujo editor é Fernando Mão de Ferro.

Fica o meu convite a todos os camaradas e amigos, assim como a sua introdução – Memórias desportivas -, e o texto de abertura da obra - A bola de trapos -.

Camaradas e amigos, espero por vós.


A bola de trapos

Viajo pelas sumptuosas asas do vento, dou por mim a recordar hilariantes recordações desportivas que o tempo jamais ousará apagar da consciência de pessoas que teimam relembrar o evoluir do extraordinário prodígio, mas nas suas diversificadas vertentes. Ao longo de uma maratona da escrita, que já vai extensa, cerca de 40 anos dedicados ao jornalismo, procurei trazer à estampa convicções semanais para que o leitor se identifique com os conteúdos desportivos que, por força de uma razão maior, tendem cair no limbo do esquecimento caso não haja bem-aventurados temerários que se predisponham em assumir o tão meticuloso desfecho. Memórias benéficas, em meu entender, que o imensurável prazo da persistência humana vai consumindo num painel assumidamente cada vez mais restrito.

Admito que a audácia não foi, e nem tão-pouco o é, talhada pelo prisma da facilidade, uma vez que debitar narrativas num determinado contexto requer a aquisição de conhecimentos e, sobretudo, de certezas no momento em que o autor se debruça sobre os conteúdos dos específicos textos por ele elaborados. Reconheça-se, porém, que a minuciosidade como os temas são trabalhados mostra, obviamente, o seu respeitoso saber.

Olhando para um amarelecido baú que contém muitas centenas (mais de um milhar) de narrativas desta essência, deparo-me com profícuas realidades que tornam o fenómeno mais sólido no exato momento em que se desenrolam pequenos fios de perseverantes meadas, sendo o resultado final resultante em proveitosos artigos que nos conduzem a saberes circunscritos num espólio que, sob a minha pena, acondiciono nesta existência terrena.

Iniciei-me no trabalho jornalístico em meados da década de 1980. “O ÁS” foi a rampa de lançamento que me transpôs para outros patamares regionais e nacionais, passando, depois, pelo “Diário do Alentejo” (“DA”), onde me mantenho como colaborador, sendo que em ambos os periódicos fiz questão em debitar crónicas pessoais sobre a autenticidade do desporto regional no Baixo Alentejo, desde os seus primórdios.

Comecei com “O ponto de vista”, seguindo-se o editorial no jornal “O ÁS”, como diretor, “Opinião” e “Bola de trapos” no “DA”. Todas, ou quase todas as semanas a minha cabeça não descansa na procura de um assunto que mereça reverência e, naturalmente, lugar num meio onde a exiguidade da velha notícia desportiva tende a escassear.

Sei que a predisposição para abarcar a responsabilidade de tamanha aventura terá um dia o seu fim. Mas, enquanto o toque do hastear da bandeira não soar, manter-me-ei hirto na missão que outrora assumi, subscrevendo pequenos textos que espero que sejam do agrado de todos.

Nesta conjuntura, deixo-vos mais uma obra intitulada “Bola de trapos”, cuja temática assentam em realidades desportivas na região
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A bola de trapos


Num indelével sentimento onde a dócil melancolia esbarra numa mente que usufrui, por enquanto, a possibilidade em recordar imagens de outrora que se multiplicaram em hábitos desportivos de crianças alinhadas com o prazer do jogo, revejo o normal habitat da miudagem e a sua frenética luta em despiques com a célebre bola de trapos. 

Somos originários desses obsoletos tempos. Recordo, com uma saudade imensa, a algazarra dos rapazes de rua, assim como os saudáveis desafios em terrenos vadios, agora transfigurados em betão armado, e logo à tona da memória aparecem reproduções das manhãs domingueiras que envolviam jogatanas de futebol, sendo as balizas demarcadas com duas pedras num campo substancialmente irregular. Naquele tempo as bolas de borracha eram escassas e por vezes lá aparecia o menino mimado, filho de gentes da alta sociedade, que presunçosamente metia inveja ao resto da moçada, com uma bola de borracha amarela, marca “Pirelle”, debaixo do braço. 

A redondinha era sinónimo de excêntricos prazeres e sobretudo de entrega dos “putos” ao duelo. O menino, que não jogava patavina, mas tinha que fazer parte infalível de uma das equipas porque era o dono da bola, cedo se apercebia que a raia miúda não lhe passava a redondinha e toca a interromper o entusiasmante dérbi da pequenada. De rabo alçado lá fugia que nem uma flecha rumo à sua mansão. A ralé, pouco importunada com a leviana atitude do garoto, jogava mãos à bola de trapos e o jogo prosseguia. 

Aliás, as oportunidades em dar uns chutos numa esfera de borracha eram, nesses tempos, coisa rara. A bola de trapos, feita com uma meia roubada à mãe, afigurava-se como uma preciosidade que a ralé juvenil muito se regozijava. Lembro, também, as bexigas de porco recolhidas pela malta em épocas das matanças no matadouro da terra. 

Tudo isto é conversa do passado, é verdade, mas um passado onde despertaram craques que percorreram enormes percursos futebolísticos quer em termos nacionais quer internacionais. Hoje, olhamos para a realidade presente e logo damos conta que tudo desliza para o mundo da facilidade. As crianças de agora têm outros mecanismos competitivos, vestem equipamentos de marca, calçam botas de qualidade, as bolas são excecionais, jogam em campos relvados, ou sintéticos, e têm um público, geralmente familiar, a puxar pela equipa. Nós jogávamos em agrestes terreiros infestados com ervas daninhas onde residiam cacos de vidro, sendo que alguns dos nossos companheiros jogavam descalços, os fatos de treino era a roupa domingueira, para quem a tinha, não havia assistência aos jogos e fugíamos das forças da ordem sempre que o polícia de giro detetasse as nossas presenças. Bem-haja a conquista da liberdade e o progresso que a Revolução dos Cravos facultou!



Abraços camaradas e amigos, 

José Saúde

Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

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 Nota de M.R.: 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23670: Agenda Cultural (814): Convite para a apresentação do livro de poesia "Palavras que o Vento (E)leva", de José Teixeira, a levar a efeito no próximo dia 12 de Novembro de 2022, pelas 16h30, no Centro Cultural de Leça do Balio, Rua do Mosteiro, 4465-703 - Leça do Balio



SINOPSE

O poeta é sobretudo um artesão, do tempo, do silêncio e da(s) palavra(s), matéria(s)-prima(s) com que recria, molda, reinventa, constrói a realidade: "Preciso tanto das palavras do silêncio / Como do eco que ele imprime"… Para o poeta a realidade não existe, a não ser reconstruída e renomeada. A poesia alimenta-se do silêncio, da dor, do sofrimento, da angústia, mas também da coragem e da fé. O silêncio é um continuum da palavra, ou a palavra é um continuum do silêncio, mas também da reflexão, da ação, da mudança e da liberdade. "A palavra é a sombra da ação / E também revolução".


DETALHES DO PRODUTO

"Palavras que o vento (e)leva"
Autor: José Teixeira
ISBN: 9789893740026
Ano de edição: 07-2022
Editor: Poesia Impossível
Dimensões: 138 x 219 x 11 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 140
Preço: 12,00€


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OBS: - O livro pode ser, desde já, pedido directamente ao autor José Teixeira (jteixei@msn.com) que o enviará pelo correio.

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Nota do editor

Último poste da série de 4 de Outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23668: Agenda Cultural (813): Convite para a apresentação do livro "Rua do Eclipse", de Mário Beja Santos, a levar a efeito no próximo dia 13 de Outubro de 2022, pelas 17h00, no Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo São Luís, 11, em Lisboa

Guiné 61/74 - P23668: Agenda Cultural (813): Convite para a apresentação do livro "Rua do Eclipse", de Mário Beja Santos, a levar a efeito no próximo dia 13 de Outubro de 2022, pelas 17h00, no Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo São Luís, 11, em Lisboa




A todos aqueles que puderem dar-me companhia nesse dia e àquela hora:

Estava previsto este lançamento para 15 de setembro, por razões muito ponderosas a que não me devo furtar, houve que alterar a data, tive a compreensão da Comissão Portuguesa de História Militar, a data foi alterada para 13 de outubro, pelas 17 horas. Terei uma satisfação enorme em falar-vos desta paixão luso-belga onde se irá imiscuir, por indiscutíveis razões do coração e dos rotores da memória, acontecimentos de uma guerra que ocorreu nalguns lugarejos da então província da Guiné, e só uma imaginação descabelada é que pode encontrar pilares de consistência entre uma guerrilha e contra-guerrilha que as novas gerações praticamente ignoram e o encontro de dois cinquentões que se entregam à mais arrebatada epistolografia. Se esta temática de algum modo vos acicata a curiosidade e a minha companhia não seja de desmerecer, prometo não defraudar-vos sobre esta história que começou num breve encontro, corria o ano 1999.

Com a muita cordialidade,
Mário para muitos (ou Mário Beja Santos para todos)

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Em Bruxelas, um breve encontro entre cinquentões, temos paixão e guerra na Guiné

Apresentamo-nos, há aperto de mão, ela chama-se, percebi bem, Annette Cantinaux. E desabridamente pergunto-lhe se podemos almoçar juntos, ocorreu-me, imagine-se, a ideia de um romance, trata-se e alguém que combateu na guerra da Guiné, que ama uma belga, os dois não podem por enquanto, por razões profissionais, viver juntos, telefonam e escrevem muito, ele procura todas as oportunidades para regressar a Bruxelas, para estar junto da mulher amada, ela é intérprete profissional, vive em Bruxelas, na Rua do Eclipse.
Annette Cantinaux, vejo-lhe bem na face, está arrelampada com o pedido que lhe faço, mas acede, iremos almoçar juntos e falar-lhe-ei do que me está a passar pela cabeça, este estranhíssimo rompante de alguém que tem tanto que fazer e que recua 30 anos, até ao tropel de uma guerra. Pasmo-me com a resposta dela: “Parece que me reservou um papel que me assenta bem, na vida real, sou uma mulher divorciada, com filhos a singrar na vida, até me posso de dar ao luxo de me embeiçar por um português, vamos vivendo juntos à experiência e no entretanto damos um ao outro elementos para o seu romance”.
Assim começa uma espiral de palavras cruzadas, de encontros em Bruxelas e em Lisboa, ela às vezes sente-se uma anti-Penélope, vai coligindo e montando uma trama à volta de uma estranhíssima história que tem a ver com uma guerra de guerrilhas que ela totalmente desconhecia, junta as peças, telefonam-se, ele envia-lhe montanhas de correio, até o correio eletrónico é fervente, e ela dirá, sempre radiante que aquele título de romance, Rua do Eclipse, que começou num inesperado encontro, é o galvanizador das suas vidas, como aconteceu.


Mário Beja Santos

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DETALHES DO PRODUTO

Rua do Eclipse
de Mário Beja Santos
ISBN 9789897557743
Edição/Reimpressão 07-2022
Editor: Edições Humus
Dimensões: 143 x 210 x 26 mm
Páginas: 416

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Nota do editor

Último poste da série de 30 DE SETEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23657: Agenda Cultural (812): "CONTOS DO SER E NÃO SER", livro da autoria de Adão Cruz (ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887), posto ontem, dia 29 de Setembro, à venda

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23665: Notas de leitura (1502): "De África a Timor", uma bibliografia internacional crítica (1995-2011), por René Pélissier; Centro de Estudos Africanos da Universidade de Porto e Edições Húmus, 2014 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Fevereiro de 2020:

Queridos amigos,
Pode-se criticar mas não se pode ignorar este maratonista que lê tudo quanto lhe cai às mãos sobre a história do Império Português. Ele lança, a torto e a direito, questões pertinentes. Uma delas: "Quantos livros sobre os PALOP, Timor, a Índia, Macau, aparecem anualmente em todo o mundo? Não existe um recenseamento rigoroso, mas recentemente avaliámo-los em 70 a 120 no que respeita a outras línguas sem ser o português. Quanto mais avançamos, mais nos apercebemos de quanto estamos muito aquém da realidade. Se se incluir o português, os livros novos são, todos os anos, bastante mais de 250, alguns dos quais não chegam ao conhecimento dos bibliógrafos centralizadores, senão depois das edições esgotadas".
Por vezes é pouco ou nada amável com historiadores estrangeiros que falam do nosso Império. Houve um senhor holandês que resolveu estudar os Balanta Brassa, e ele logo comenta, vitriólico: "É uma tese que ignora alegremente os melhores trabalhos de António Carreira sobre a História da Guiné".
Prometo ao leitor grandes surpresas na leitura destas recensões que foram publicadas em diversos periódicos portugueses, este octogenário historiador francês continua sem concorrência à vista, é um maratonista infatigável.

Um abraço do
Mário



René Pélissier, um globetrotter sem rival na historiografia do nosso Império

Mário Beja Santos

É um calhamaço de mais de 650 páginas, intitula-se "De África a Timor", uma bibliografia internacional crítica (1995-2011), por René Pélissier, Centro de Estudos Africanos da Universidade de Porto e Edições Húmus, 2014. Porventura o historiador francês mais dedicado aos estudos do Império Português, René Pélissier publica as suas recensões em periódicos portugueses, coligiu tudo quanto foi dado à estampa ao longo de dezasseis anos, e o resultado é impressionante, assumo que não é possível estudar qualquer parcela do Império sem ler o que ele comenta sobre as obras mais recentes, desde a ficção à historiografia. Obviamente que não há aqui condições para analisar minuciosamente esses comentários, limitamo-nos a relevar um ou outro, para despertar a atenção do leitor, seja na posição de meramente curioso ou de estudioso.

Louvo-me no que ele escreve sobre o trabalho hercúleo e dadivoso de João Loureiro. Como observa Pélissier, este colecionador de postais antigos deixa-nos documentos extraordinários, é mesmo uma coleção iconográfica que não tem concorrentes em qualquer ponto do mundo. A sua coleção de postais ultramarinos (desde os fins do século XIX até 1974-1975) aproximava-se, no dobrar do século, de dez mil exemplares.
Pélissier observa:
“Tudo é fascinante para se poder conhecer a evolução das mentalidades em mundos fechados como eram, por exemplo, as feitorias guineenses, as plantações de São Tomé, as cidades angolanas ou Díli, mesmo nos anos 1920. Que encontrará o leitor nos cinco volumes consagrados às antigas colónias africanas? Quanto a Moçambique: Lourenço Marques, o Sul do Save, a Beira, Vila Pery e Gorongoza, a Zambézia e os distritos do Norte, com tratamento temático: panoramas, edifícios públicos dos princípios do século, as ruas, os portos e os transportes, a vida religiosa e cultural, os hotéis e os entretenimentos (…). Quanto à Guiné, o historiador pode deliciar-se com as imagens de Bissau no início do século, nomeadamente as da guerra de 1908 e as da demolição da velha muralha urbana. Pode encontrar-se a estátua de Teixeira Pinto. As vistas de Bafatá cerca de 1920 permitem avaliar o crescimento da cidade desde os primórdios. Em todos estes volumes o autor dá-nos uma introdução sobre a origem dos postais. É no quinto volume, o respeitante a Angola, que expõe claramente a sua saudada época de 1970-1975, inquestionavelmente o período culminante da colonização europeia e do crescimento do país, apesar ou até por causa da guerra colonial. Refere-nos que, por comparação com o estado dramático no qual o país caiu após 1974, a Angola do fim da era colonial parecia-lhe ter sido um paraíso (…) O trabalho colossal de João Loureiro marca uma viragem capital na recolha da iconografia colonial, não só no antigo império português, mas em todas as restantes colonizações”.

Não deixa de ser perscrutante o seu olhar sobre uma obra muito apreciada nos estudos da guerra colonial, "Contra-subversão em África. Como os portugueses fizeram a guerra em África", por John P. Cann:
“Enquanto oficial superior, a sua aptidão para analisar, do exterior, a organização, a instrução e as técnicas portuguesas da luta contra a subversão (serviços de informação, operações e tropas especiais, logística, emprego das tropas locais, etc.) é incontestável. Ele retira das estatísticas portuguesas e das numerosas entrevistas com oficiais superiores, tanto na reforma como no ativo, uma certeza: tendo em conta as limitações orçamentais e demográficas com as quais se defrontaram, os seus homólogos fizeram tão bem ou melhor do que os americanos no Vietname.

Estou convencido de que este livro é e será o livro de cabeceira dos oficiais de carreira portugueses que conduziram esta guerra e dos que vieram e virão depois desta geração. Do ponto de vista técnico, trata-se de uma reabilitação positiva. O único problema é que Portugal perdeu a sua guerra exótica, tal como os americanos, os franceses e os holandeses perderam as deles, cada um deles encontrando para tal, naturalmente, uma desculpa política ou de outra natureza. Mas o que este livro, noutros domínios muito estimável, não aborda, é o essencial: estas guerras foram largamente impopulares entre os que, na metrópole ou nos Estados Unidos, eram levados, enviados, constrangidos e à força para o terreno. É sintomático que no seu texto Cann não tenha praticamente utilizado um só testemunho de um simples soldado, de suboficiais ou de oficiais subalternos para conhecer, por dentro, o moral das tropas em contato direto com a guerrilha. Ele dá-nos, por isso, uma visão que seria a que podíamos encontrar em todas as escolas dos Estados-maiores do mundo inteiro: uma visão de cima para baixo, que esquece que era em baixo que as coisas importantes se passavam. Existem centenas de artigos e de livros publicados pelos atores, tanto portugueses como africanos, que descrevem o que não encontramos nas instruções dos comandantes superiores. Em todos os exércitos em guerra, podemos constatar o mesmo fenómeno: uma dicotomia entre profissionais, mais ou menos operacionais, e aqueles que matam o tempo a tentar não morrer”
.

Devo a esta leitura de lés a lés vários benefícios, um deles ter descoberto uma comunicação da investigadora Suzanne Daveau sobre os primeiros relatos dos viajantes da África Ocidental, mais tarde falaremos deste belíssimo texto.

Guardo uma observação sobre o trabalho da crítica literária ou científica de Pélissier: “A pior crítica que se pode fazer a um historiador ou a um bibliógrafo não é estar mal informado ou ser incompetente; é ser sectário ou – o que é disso corolário – ser complacente para quem pensa como ele”.

E é bem agradável ver o historiador António Duarte Silva elogiado pelo seu incontornável trabalho "Invenção e Construção da Guiné-Bissau", Edições Almedina, 2010.
A propósito do chamado Massacre do Pidjiquiti, e sobre o que escreve Duarte Silva, destaca Pélissier:
“Parece provável, segundo o autor, que o administrador cabo-verdiano, dirigente do partido único local, a União Nacional, gerente da Casa Gouveia em Bissau, é diretamente responsável, dada a sua intransigência, pelo que se iria tornar o acontecimento fundador do nacionalismo guineense. Enquanto historiador, este administrador redimiu-se mais tarde com a publicação de vários estudos que denunciavam a inanidade da propaganda do Estado Novo; a sua especialidade tornou-se o tráfico negreiro e a resistência anticolonial à implantação portuguesa. Chamava-se António Carreira e terá sido um dos mais fecundos primeiros historiadores cabo-verdianos. Os panteões dos grandes homens locais doravante divergem conforme as origens: pode-se ser um ‘negreiro’, agente do subcolonialismo ou apenas originário do que foi, durante séculos, o terreno de caça destes auxiliares da administração portuguesa no continente. Como é que Amílcar Cabral poderia prever serenamente o futuro de um binómio Cabo Verde – Guiné em que os pastores iriam continuar a comer o seu rebanho continental? A explosão era inevitável, devido ao capital de rancores acumulado”.

Um documento magnífico, não se pode estudar o nosso Império sem conhecer estas notas, por vezes tão assanhadas, de René Pélissier.

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Nota do editor

Último poste da série de 30 de Setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23656: Notas de leitura (1501): "Ussu de Bissau", por Amadú Dafé; Manufactura, 2019 (2) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23657: Agenda Cultural (812): "CONTOS DO SER E NÃO SER", livro da autoria de Adão Cruz (ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887), posto ontem, dia 29 de Setembro, à venda

Capa do livro "CONTOS DO SER E NÃO SER", da autoria de Adão Cruz, que ontem foi posto à venda nas livrarias. Também pode ser adquirido em formato digital

Preço: 12,90€
Páginas: 184
Língua: Português
ISBN 9791220113465
Editora Europa
Email: info@editoraeuropa.com



CONTOS DO SER E NÃO SER

Este é um livro de contos, construído na sua maior parte por estórias verdadeiras, outras baseadas em acontecimentos reais e poucas totalmente ficcionadas. Umas muito antigas, outras menos e algumas relativamente recentes. Dei-lhe este título porque não encontrei outro mais adequado àquilo que sempre senti ao escrever estas estórias. Por um lado, são contos de vidas em que autor e personagens interagem nas suas próprias vivências, na tristeza e na alegria, no humor e na tragédia, na coragem e desânimo, questionando sempre o sentido da cumplicidade no caminho das certezas e incertezas, das verdades e das mentiras. Por outro lado, sinto que a nossa vida, nesta prodigiosa interface entre o sangue e a mente, não é mais do que um eterno dilema e um constante questionar entre o que somos e não somos.

Sempre li muito desde jovem. Sempre gostei de escrever. Não propriamente de escrever, mas de tentar criar Arte Literária ao escrever. Digo isto sem qualquer ponta de presunção. A literatura, seja prosa ou poema, é uma arte como outra qualquer, como a pintura, a música, a dança, o teatro… No meu entender, são sentimentos poderosos, não em termos sentimentalistas, mas em sentido neurobiológico. Por isso, sempre preferi chamar à Arte, Sentimento Artístico. Fazendo parte integrante deste, existe o Sentimento Poético, cuja amplidão e beleza percorrem transversalmente todas as formas de Arte, como sangue ou seiva. Daí, eu acreditar que qualquer forma de expressão artística só o é, se contiver dentro de si a poesia. Por isso eu a procuro em tudo o que escrevo. Não sei se alguma vez o consegui.

adão cruz


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DESCRIÇÃO

Entre alguma ficção e uma quase total realidade, os Contos do Ser e Não Ser reúnem histórias do passado do autor como médico em Portugal e em tempos de Guerra Colonial da Guiné, tempos em que um denso nevoeiro lhe cobriu a alma como sangue que corre das feridas do tempo, do tempo e do medo, do medo da guerra, da dor de uma mãe e do choro convulso de um pai, e da saudade arrancada à vida e à liberdade; relatos extremamente bem-humorados do dia a dia no Porto com um olhar atento às mudanças físicas, de humor e de perspetiva, devido ao passar do tempo, das terceira e quarta idades, a sua profunda poesia e a dramática coreografia da antecâmara da morte; contos de vida de uma época em que não era proibido sonhar, pelo contrário, era obrigatório sonhar; e reflexões acerca do ser único e absoluto, criador do Universo.
Quando vi que eras tu, o menino que estava no curto caminho da morte pela mão de um pai que não dominava a fome e não tinha dinheiro para te comprar uma bola, um pai que não sorria nem cantava para ti porque a alma se perdeu na praça do medo com o sol congelado na boca, senti um bramido de raiva e uma louca vontade de pedir contas a Deus.
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O AUTOR

Adão Cruz nasceu em Vale de Cambra há oito décadas. Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foi médico generalista em Vale de Cambra, médico na Guerra Colonial da Guiné, ex-assistente hospitalar de cardiologia graduado em chefe de serviço, sócio da Sociedade Portuguesa de cuidados intensivos e um dos médicos cardiologistas pioneiros na técnica Eco-Doppler em Portugal.
É sócio da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, da Sociedade Europeia de Cardiologia, do Sindicato dos Médicos do Norte e da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos.
Tem doze livros publicados, entre poesia, contos, pintura e cardiologia, além de frequentes colaborações em jornais, revistas e blogues.
Pintor desde a década de oitenta, fez diversas exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro, ilustrou a capa de livros de alguns autores e tem quadros seus em sete países.

- A devida vénia a Europa Editora

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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE SETEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23597: Agenda Cultural (811): A Orquestra Médica Ibérica (de que faz parte o nosso grã-tabanqueiro João Graça) irá dar, no domingo, dia 11 de setembro, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, um concerto solidário, a favor da Associação Portuguesa contra a Leucemia