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segunda-feira, 4 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1813: Os heróis desconhecidos de Cussanja, os balantas das boinas amarelas (César Dias)

Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS do BCAÇ 2885 (1969/71) > Patrulhamemto das NT no cruzamento de Cussanja

Foto: © César Dias (2007). Direitos reservados.

Texto do César Vieira Dias (ex-Fur Mil Sapador Inf, CCS do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)(1):



Camarada Luís Graça:

Num dos momentos nostálgicos que nos assaltam periodicamente, lembrei-me de prestar homenagem a uns miúdos que, penso, nem 20anos teriam e foram os protagonistas deste episódio.

Se achares que é de partilhar com a nossa gente, fogo na peça , estás á vontade.

Envio-te essa foto que nada tem a ver com o episódio mas é do cruzamento do Cussanja.


Um grupo de Balantas de boinas amarelas

por César Dias


Era um improvisado destacamento, no cruzamento de Cussanja. Estava situado no entroncamento da estrada Mansoa-Cussaná- Cussanja com a estrada Jugudul-Porto Gole, a poucos kilómetros de Mansoa.

Dado a sua localização, era um ponto priveligiado pelo IN do Changalana para tentar flagelar Mansoa, o que obrigava as NT a um grande desgaste em patrulhamentos e emboscadas sucessivas nessa zona.

Foi necessário improvisar um destacamento neste ponto, e a sua defesa foi entregue a um reduzido grupo de Balantas, a pedido destes.

Foi-lhes atribuída uma viatura Unimog, algumas G3 , Mausers e 1 ou 2 morteiros. Rapidamente escavaram abrigos que cobriram com troncos de palmeira e simultaneamente construiram 3 tabancas, nascendo assim o destacamento do cruzamento de Cussanja.

No primeiro dia que aparecem em Mansoa para se abastecerem, surpreendem toda a gente com as suas boinas amarelas, côr que escolheram para serem diferentes, manga de ronco.

Mas esta situação durou pouco tempo, pois em 23 de Setembro de 1969 um numeroso grupo IN atacou o destacamento durante 5 minutos, destruindo-o e incendiando-o, e causando 2 mortos queimados e 5 feridos.

Com a reacção da Artilharia de Mansoa, o IN bateu em retirada e quando chegou socorro de Mansoa já não teve contacto. O que restou dos mortos carbonizados chegou a Mansoa nas capas de chuva.

E assim terminou o grupo dos boinas amarelas que foi sacrificado por uma causa em que acreditaram. Terminou também o destacamento, voltando a zona a ser patrulhada e emboscada periodicamente.

Lembrei-me de relatar este episódio, com as imprecisões da distância no tempo, mas com a intenção de relembrar os heróis desconhecidos que, a não sermos nós, ficariam eternamente esquecidos.

Um abraço

César Dias

Ex Furriel Miliciano

CCS - BCAÇ 2885

_________

Nota de L. G.:

(1) Vd. posts anteriores do César Dias:

30 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1472: Sobrevivente do BCAÇ 2885 (Mansoa e Mansabá) (César Dias)

1 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1557: No regresso éramos menos 32 (César Dias, CCS do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1643: A morte do 1º cabo José da Cruz Mamede, do Pel Cacç Nat 58 (3): 10 mortos em emboscada com luta corpo a corpo (César Dias)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12703: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (1) : Parte I (1-6 pp.)



Tavira > CISMI (Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria) > 1969  > Encostas do Rio Gilão (ou melhor Rio Séqua, pois que o Gilão só começa depois da ponte romana...)  > 1º Pelotão da 2ª Companhia > O Carlos Silva, natural de Gondomar, foi um dos muitos camaradas que, tendo feito a recruta no RI 5, Caldas da Raínha, foi frequentar o  2º ciclo do CSM, no no CISMI em Tavira, neste caso para tirar a especialidade de armas pesadas de infantaria (canhão sem recuo, morteiro 81, metradalhadoras pesadas Browning e Breda...). Esteve lá, de 10/4/1969 até 27/6/1969. Passou ainda pelo RI 10 (Aveiro) onde foi promovido (e "praxado") como 1º cabo miliciano até ser mobilizado para a Guiné. Embarcou no "Ana Mafalda" a 17/9/1969, com os seus camaradas do BCAÇ 2879. Esteve na região do Oio, Setor de Farim.

Foto do Carlos Silva, inserida na sua página e aqui reproduzida com a devida vénia.












As seis primeiras páginas, não numeradas, do "Guia do Instruendo", usado no CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, em Tavira, na altura em que o César Dias lá fez a recruta e a especialidade (sapador) (2º semestre de 1968). O documento, de 21 páginas, era policopiado a "stencil". O César Dias mandou-nos  o documento em "power point", com 21 "slides". As páginas foram convertidas em formato jpg. O original foi-lhe dado pelo seu camarada de recruta,o Fernando Hipólito, que foi depois mobilizado para Angola, enquanto o César foi parar à Guiné.

Imagens (digitalizadas): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados.[Edição: L.G.]


César Dias, Mansoa, 1970

1. O César Dias [,ex-fur mil sapador, CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71, foto à esquerda, ]  mandou-me ontem a seguinte mensagem:


Boa noite, Luis

Como tens falado de Tavira, aqui nos meus papéis e fotos encontro coisas que serão inéditas, penso eu. Esta é uma delas, um documento histórico, apanhado na altura num cesto de papéis. Um abraço, César


2. Resposta de L.G.`

Camarada César, é uma preciosidade roubada à "cesta secção"... Dou-te os parabéns por a teres salvo... Ou melhor: dou os parabéns ao teu (e nosso) camarada Fernando Hipólito que te fez chjegar o documento...  Tenho uma vaga ideia de também ter recebido (ou lido), no CISMI,  um exemplar do "Guia do Instruendo", quando lá fiz  a minha especialidade de armas pesadas, na mesma altura que tu (set/dez 1969). Vou publicar o documento em partes numa série com o teu nome...  Outra questão: tens mais fotos da instrução, do nosso tempo ?  São fotos raras... Se sim, digitaliza e manda, por favor!... Um alfbravo miliciano. Luis



Tavira > CISMI > Almoço do dia do Juramento de Bandeira > Meados de 1968 > Tony Levezinho de lado (elipse encarnada), César Dias,  de frente (a azul) e, em segundo plano, o Fernando Hipólito (a amarelo). O Hipólito, que descobriu o César Dias através do nosso blogue, foi mobilizado para Angola. O António Levezinho, por sua vez, vou conhecê-lo, mais tarde, no Campo Militar de Santa Margarida, nos princípios de março de 1969,  aquando da formação da nossa companhia (independente), a CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Foi um dos grandes amigos que eu fiz na Guiné.

Curiosamente, não sei onde é que ele tirou a especialidade (atirador de infantaria). O Cèsar ficou no CISMI, para o 2º ciclo do CMS. Foi nessa altura que estivemos juntos. E, depois, na Guiné, estivemos perto, mas nunca nos encontrámos: ele, em Mansoa; eu (e o Tony) em Bambadinca. Ele partiu para a Guiné em 7/5/1969 e nós,  duas semanas depois... No mesmo navio, o Niassa. (LG)


Foto: © César Dias  (2010). Todos os direitos reservados

3. Comentário ao poste P12673, assinado pelo César Dias [, foto atual à direita] : 

Luís, também eu estive 6 meses em Tavira, na recruta (3ª Companhia) e na especialidade de Sapador ( 2ª Companhia), e pelos vistos estivemos no mesmo turno, com o tal tenente Esteves do qual me recordo como se divertia ao anunciar à sexta feira os cortes nos fins de semana:  "O militar é a parte válida do povo e como tal não há fim de semana para ninguém".

Eu penso que ficámos retidos algumas vezes porque foi nessa altura que Salazar caiu da cadeira.  Sobre esse Alferes [de que falas], lembro-me que era algarvio e também dava instrução de provas fisicas ao meu pelotão, Deves-te lembrar do meu pelotão, pois andavam todos com um estropo de corda ao ombro, fazia parte da farda.

Tudo o que referes avivou-me a memória já muito fraca, mas foi a parte de Tavira que conheci.



Tavira > Quartel da Atalaia > Antigo CISMI, hoje RI 1 > 1 de fevereiro de 2014 >  Belo exemplar da nossa arquitetura militar, fica situado na Rua Isidoro Pais. Imóvel em vias de classificação,segundo o excelente síio da Câmara Municipald e Tavira, de onde  se extrai, com a devida vénia, o texto abaixo reproduzido.

Foto: © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados


(..) "Quartel da Atalaia (...): Por volta de 1780, devido à transferência do Regimento de Infantaria de Faro para esta cidade, aumenta o número de efetivos militares em Tavira. O facto leva o Governador e Capitão-general do Algarve, Nuno José Fulgêncio de Mendonça Moura Barreto, a exercer a sua influência junto da corte no sentido de se construir um quartel em Tavira, capaz de alojar condignamente o regimento da cidade.

O Quartel da Atalaia, um dos mais antigos do país, é iniciado em 1795 com o beneplácito de D. Maria I, de acordo com a inscrição lapidar que encima o arco da entrada principal. A construção foi interrompida pouco tempo após o seu início, sendo apenas retomada em 1856, depois de atenuados os efeitos de uma conjuntura politica e economicamente desfavorável, de invasões francesas, de permanência da corte no Brasil e de convulsões politicas que conduziram à implantação do Liberalismo e à Guerra Civil. 

Durante este interregno os militares acolhiam-se em casas particulares até que, em 1835, na sequência da extinção das Ordens Religiosas, é entregue ao exército o antigo Convento de Nossa Senhora da Graça. Aí, rapidamente adaptaram os militares as antigas estruturas religiosas a aquartelamento militar.

Por sua vez, o Quartel da Atalaia, ainda por concluir, servia de hospital de coléricos civis por ocasião da peste que se abateu sobre a cidade em 1833. O edifício ficará concluído somente nos primeiros anos do século XX, só então para lá se transfere a guarnição de Tavira.

Trata-se de um rico exemplar de arquitetura militar. Apresenta planta retangular composta por corpos ligados em torno de um amplo pátio central interior. O maior interesse reside na fachada principal, constituída por um solene corpo central que forma a porta de armas, dois pavilhões de telhado simples de quatro águas com mansardas, terraços cercados por balaustrada e, nas extremidades, torreões com duplo telhado. 

Embora o recorte dos vãos, de inspiração barroca, revele o gosto cortesão próprio da época de D. Maria I, poderá estar aqui presente a lição da arquitetura pombalina da recém-fundada Vila Real de Santo António, em cuja implantação colaborou o engenheiro militar José Sande de Vasconcelos (1730 - 1808), destacado para o Algarve cerca de 1772 e possível autor do projeto deste quartel.

No decurso do século XX, o edifício sofre algumas alterações funcionais. Assim, em 1950 é construído um novo refeitório, em 1954 é calcetado o pátio da parada e em 1970 é adicionado um segundo piso nas alas laterais, para servir de novas casernas." (...)

sábado, 14 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1951: Álbum das Glórias (17): A tabanca de Cutia (César Dias)

Guiné > Região do Óio > Mansoa > Cutia > Tabanca > c. 1970 > Foto enviada pelo César Vieira Dias, ex Furriel Miliciano Sapador, CCS / BCAÇ 2885, um batalhão que esteve em Mansoa e Mansabá desde Maio de 1969 a Março de 1971 (1) .
Não sei se Cutia era um reordenamento: a avaliar pela foto, parece-me bem que sim, os cibes cortados, em primeiro plano; o desenho europeu, colonial, rectangular, das casas; os arruamentos feitos a régua e esquadro; a falta de árvores seculares entre as moranças... De qualquer modo, há semore algo de mágico quando paramos para olhar o quotidiano da vida das pacíficas gentes da Guiné, sejam eles balantas, fulas ou mandingas (não conheci outras etnias)... Apesar da guerra, a vida continua(va)...
Por outro lado, o que é fantástico nesta tertúlia é a prontidão de resposta dos seus membros, a sua sensibilidade e a sua solidariedade... Não há ftos de Cutia, um buraco que ninguém sabe onde fica ? Um camarada responde de pronto: - Eh, eu estive lá, passei por lá, tenho uma chapa, memórias, recordações...
O meu muito obrigado ao César pelas suas fotos de Cutia, em meu nome, em nome do Aires Ferreira e do Mário de Oliveira. Em nome também dos anónimos habitántes de Cutia. Este também o seu Álbum das Glórias.
Foto: © César Vieira Dias / Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.



1. Mensagem do César Dias:
Camarada Aires Ferreira (1):

É verdade, o Luís Graça tem razão, essa foto do fortim de Cutia era minha, caso não tenhas nenhuma aí vai mais uma, esta da tabanca.

Um abraço

César Dias

2. Segunda mensagem do César Dias, a esclarecer melhor a foto, o seu conteúdo e contexto:


Olá Luis

Apreciei bastante a homenagem que fizeste às gentes daquele lugar, Cutia. Gostaria no entanto de dizer que as duas fotos que enviei, mostram a totalidade da aldeia em 1970, 4 ou 5 tabancas de cada lado na estrada Mansoa / Mansabá, e ao fundo o fortim que alojava a guarnição.

Este destacamento era bastante frequentado pelas gentes das armas pesadas, obuses 14, oriundos de Mansoa e Bissau. Foram deslocados até lá para flagelarem a mata do Morés, integrados em operações nesta zona.

O nosso co-editor Carlos Vinhal passou muitas vezes por este lugar, recordá-lo-á concerteza.

Foi só mais uma achega.

Um abraço
César Dias

Mansoa 69/71 (2)

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1472: Sobrevivente do BCAÇ 2885 (Mansoa e Mansabá) (César Dias)

(2) Vd. post de 12 de Julho de 2007: Guiné 63/74 - P1946: Estórias de Mansoa (2): um capelão em apuros na estrada de Cutia (Aires Ferreira)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12750: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (3) : Parte III (pp. 13-16)



Tavira > CISMI > Julho de 1968 > Foto nº 1 > Fila para receber fardamento..


Tavira > CISMI > Julho de 1968 > Foto nº 2 > Pessoal a receber fardamento...


Tavira > CISMI > Julho de 1968 > Foto nº 3  > Já na posse do fardamento...

 A chegada ao quartel da Atalaia dos  novos instruendos do 1º Ciclo do CSM, vindos de todo o país. Fotos do Fernando Hipólito, gentilmente cedidas ao César Dias e ao nosso blogue.


Fotos: © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados.[Edição: L.G.]

1. Continuação da publicação da brochura "Guia do Instruendo" (Tavira, CISMI, 1968) (*):














Páginas, de 13 a 16, não numeradas, do "Guia do Instruendo", usado no CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, em Tavira, na altura em que o César Dias  lá fez a recruta (1ºciclo do CSM)  e a especialidade (sapador) (2º ciclo), no 2º semestre de 1968.

O documento, de 21 páginas, era policopiado a "stencil". O César Dias mandou-nos o documento em "power point", com 21 "slides". As páginas foram convertidas em formato jpg. O original foi-lhe dado pelo seu camarada de recruta,o Fernando Hipólito, que foi depois mobilizado para Angola, enquanto o César foi parar à Guiné. 

Um grande abraço para o Hipólito, se nos estiver a ler, como esperamos.

Imagens (digitalizadas): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados.[Edição: L.G.]

[César Dias, foto atual, à esquerda]
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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12708: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (2) : Parte I (7-13 pp.)

sábado, 1 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17532: O nosso livro de visitas (191): Américo Santos, ex-Fur Mil TRMS, retratado, enquanto recruta do CSM, em foto publicada no nosso Blogue (Américo Santos, Fur Mil TRMS / César Dias, Fur Mil Sap Inf)

Tavira > CISMI > Almoço do dia do Juramento de Bandeira > Meados de 1968 > Tony Levezinho de lado (elipse encarnada), César Dias, de frente (a azul) e, em segundo plano, o Fernando Hipólito (a amarelo). O Hipólito, que descobriu o César Dias através do nosso blogue, foi mobilizado para Angola. O António Levezinho, por sua vez, vou conhecê-lo, mais tarde, no Campo Militar de Santa Margarida, nos princípios de março de 1969, aquando da formação da nossa companhia (independente), a CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Foi um dos grandes amigos que eu fiz na Guiné.

Foto: © César Dias (2010). Todos os direitos reservados
Legenda: Luís Graça

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1. Mensagem do nosso camarada e leitor Américo Santos, com data de 28 de Junho de 2017, a propósito da foto que acima se reproduz referente ao Juramento de Bandeira do 3.º Turno de 1968, da Recruta do CSM, no CISMI, em Tavira, publicada pelo nosso camarada César Dias no Poste 12703[1]

Boa tarde,   Camarada Luís Graça,

Sou o Américo Branco dos Santos, moro no Montijo, trabalhei na TAP e estou reformado.

Assentei praça no dia 16 de julho de 1968 no 3.º turno no CISMI em Tavira, na 3.ª Companhia, se não me engano. Lembro-me que era a primeira caserna do lado direito quando se entra na parada. Se não estou enganado, tinha o n.º 435/68.

Agora passo a explicar como cheguei aqui. Andava na Net e lembrei-me de ver se existia ainda o CISMI, pensava eu que já tinha sido vendido para construção. Pois fiquei a saber que ainda não através do teu blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné.

Ao percorrer o blogue vejo uma foto em que apareço eu e restantes camaradas no jantar do dia do juramento de bandeira, nem queria acreditar no que estava a ver, quase me vieram as lágrimas aos olhos, pois passados tantos anos e de tantas vezes me ter interrogado do que seria feito dos camaradas do meu pelotão.

A última vez que vi alguns foi em 1969, em Santa Margarida na messe de sargentos, quando lá fui fazer uns trabalhos no posto de transmissões daquela unidade, estavam a tirar o IAO para depois embarcarem para o ultramar.

Pela foto dá para depreender que fizeste parte do mesmo pelotão e da mesma companhia, tivemos destinos diferentes, eu sai de Tavira e vim para o Batalhão de Telegrafistas em Lisboa, estive quase a ser mobilizado para a Guiné, escapei por um triz porque entretanto chegou pessoal novo e fiquei aliviado até passar a peluda.

Posto isto,  vão ai umas fotos que tenho cá em casa e onde identifico alguns camaradas, já não me lembro de todos porque os anos passam e a cabeça já não funciona bem.


Foto n.º 1 - Com o n.º 1 está o comandante de pelotão, que não me lembro o nome (encontrei-o em 1980 ou 81 na Olivetti em Lisboa trabalhava com as ATM); com o n.º 2 sou eu; com o n.º 3 o Filipe de Lisboa (Alfama?) tinha pavor a saltar para o galho; com o n.º 4 o Cavaco do Algarve (Quarteira?); com o n.º 5 conheço mas não sei o nome; com o n.º 6 penso que era o Luís que acompanhava muito comigo e com o Filipe, eram ambos de Lisboa; com o n.º 7 o camarada que marchava no meu lado direito, não me lembro o nome.




Fotos: © Américo Santos (2017). Todos os direitos reservados

Para terminar, gostava que o camarada se identificasse na foto e identificasse os que se lembrar e, qual a situação de todos ou alguns.

Adeus, um abraço
Obrigado
Américo Santos

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2. Comentário do editor

Caro camarada Américo Santos_

O lema no nosso Blogue é: O Mundo é pequeno... e a nossa Tabanca é Grande, logo não admira que encontrasses aqui uma fotografia onde estás entre camaradas de recruta, no CISMI de Tavira, no almoço do Dia de Juramento de Bandeira.

Vamos recorrer ao César Dias, com quem ainda contemporizei na Guiné, para ver se ele reconhece mais malta do vosso tempo, e se sabe dos seus paradeiros.

Queremos agradecer o teu contacto e as fotos que nos enviaste, aqui publicadas.

Esperamos que nos continues a ler,  apesar de teres sido um dos sortudos a quem não foi oferecida viagem e estadia em África durante 2 anos. Nem sabes o que perdeste.

Em nome da tertúlia e dos editores, deixo-te um abraço.
Carlos Vinhal
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Notas do editor

[1] Vd. poste de 10 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12703: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (1) : Parte I (1-6 pp.)

Último poste da série de 12 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16950: O nosso livro de visitas (190): Evaristo Pereira dos Reis, 66 anos de idade, residente em Setúbal... Ex-1º cabo condutor auto, de rendição individual, esteve no QG (1971/73), mas na maior parte da comissão foi mestre de obras da Câmara Municipal de Bissau, ao tempo do maj cav Eduardo Matos Guerra, como presidente

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7427: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (34): A fama que vamos tendo por aí (César Dias)

1. Mensagem de César Dias* (ex-Fur Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71), com data de 11 de Dezembro de 2010:

Carlos,
Envio-te este e-mail que recebi só para veres a fama que vamos tendo por aí, este foi um camarada da recruta que seguiu depois para Angola, mas ficou doido com a dimensão do nosso blogue, disse-me que por ali podem fazer a história da guerra da Guiné.

Um abraço Carlos
César Dias


2. Olá César
Aqui vai o teu mail que enviei para os meus amigos.
Esta foi a minha prosa.

Abraço
Hipolito

3. Assunto: Maior Blog-Guerra Colonial-Guiné

Meus Amigos
Um ex-camarada da Recruta enviou-me um mail com este Blog que acho fantástico.
Nele está uma foto em que este vosso amigo se encontra. Foi no Juramento de Bandeira.

Na foto do dia 24 de Novembro, estou ao lado do camarada com a elipse a azul.
Situações do acaso. Este meu ex-camarada soube de mim através de algo que enviei para a revista do Combatente. Viu o meu nome (pouco comum) e o meu mail. Contactou-me e agora temos posto a nossa vida em dia.

Abraço
Hipolito



Recapitulando. Na foto: A encarnado Tony Levezinho, a azul César Dias e a amarelo Hipólito http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search?q=%22P7325%22


4. Comentário de CV:

Que se pode acrescentar?
Contra ventos e marés somos aquilo que somos e não aquilo de que nos querem apelidar.
Este comentário tem destinatário, pelo que a tertúlia deve ignorá-lo.

O camarada Hipólito fica no nosso Blog, nesta foto, assinalado a amarelo, ao lado do nosso camarada César Dias, por sua vez assinalado a azul.

Pela minha parte, pelo que fizeste do teu (nosso) blogue, obrigado Luís Graça.
CV
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7279: Parabéns a você (172): César Vieira Dias, ex-Fur Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71 (Editores/Tertúlia)

Vd. último poste da série de 11 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7420: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (33): Tradutora pede ajuda ao nosso blogue para as expressões zone-call e clock-code, usadas em especial pela artilharia (José Martins)

quinta-feira, 1 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1557: No regresso éramos menos 32 (César Dias, CCS do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)


Guiné >Mansoa > CCS do BCAÇ 2885 (1969/71) > Ex- Fur Mil Sapador de Infantaria César Dias, novo membro da nossa tertúlia. Salvé, camarada! (LG)


Guiné > Mansoa > Guião do BCAÇ 2885 (1969/71)

Fotos: © César Dias (2007). Direitos reservados.

Caro Luis Graça:

Apresenta-se o Ex-Furriel Miliciano Sapador de Infantaria, César Vieira Dias, da CCS do BCAÇ 2885, e pede licença para aderir ao blogue.

Começo por saudar o Luís Graça por tornar possível esta tertúlia, e saudar todos os companheiros de bala que provaram água da bolanha.

Passo a fazer um pequeno resumo do percurso do nosso Batalhão:

(i) Oriundos de toda a parte do país, reunimo-nos em Santa Margarida para o IAO em 3 de Março de 1969. mobilizados pelo RI15. Em 18 de Abril fomos considerados capazes.

(ii) O BCAÇ 2885 era composto pela CCS, CCAÇ 2587, CCAÇ 2588 e CCAÇ2589.

(iii) No Niassa, o BCAÇ 2885 rumou à Guiné em 7 de Maio de 1969 onde chegou a 13, desse mês, indo directamente para o sector de Mansoa onde ficou sediado.

(iv) Duas companhias operacionais foram distribuídas pelos destacamentos do sector e no Quartel em Mansoa ficaram a CCS e uma companhia operacional, tendo estado adstrita ao nosso batalhão a CART 2732 que cubria o sector de Mansabá.

(v) Em Março de 1971 regressámos, infelizmente sem a companhia de 32 (*) camaradas que tombaram em combate, e a quem presto aqui a minha sentida homenagem.

(vi) Dirigimo-nos ao RI 15 onde pela última vez estivemos reunidos.

PS - Deixo aqui um apelo aos camaradas do BCAÇ 2885 para aderirem também ao blogue, e quem sabe possamos vir a confraternizar 36 anos depois?

Um abraço aos tertulianos Levezinho, Vitor Junqueiro e Carlos Vinhal.

César Dias
Santiago do Cacém


________________

Nota de C.V. (Em 29 de Fevereiro de 2008)

(*) - Por se levantar dúvidas quanto às baixas do BCAÇ 2885, o camarada César Dias esclarece que efectivamente houve, no seu Batalhão, 14 mortes em combate, 3 mortos por acidente e 17 evacuados, para o HMP, por ferimentos sofridos em combate.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3305: O meu baptismo de fogo (8): Mansoa, 1 de Abril de 1971 (Germano Santos)

Guiné > Região do Óio > Mansoa > BCAÇ 2885 (1969/71) > Vista aérea do quartel.

Foto: © César Dias (2007) (Por cortesia do Carlos Fortunato, webmaster do Portal Guiné-Bissau e da página da CCAÇ 13, Guerra na Guiné - Os Leões Negros)

"Mansoa é uma linda vila, à qual o rio Mansoa empresta também os seus encantos, dando-lhe um verde imenso, e florido. A história da Guiné passa por Mansoa, não só por ser um importante centro de comércio, mas também por ser um centro militar de grande importância estratégica, pois era aqui que existia a única ponte que permitia o acesso a Bissau.

"Inserida na conflituosa região do Óio, e a poucos quilómetros da mítica mata do Morés, Mansoa foi sempre um palco importante na história da Guiné. A partir de 15/12/2003 a jangada que atravessava o rio rio Mansoa em Joladim [João Landim] , foi substituída por uma excelente ponte, passando a existir um segundo acesso a Bissau" (Carlos Fortunato, na sua excelente página sobre a Guiné-Bissau : vd. História > 1969/74, BCAÇ 2885; belas fotos do autor e do Césdar Dias; ambos são membros da nossa Tabanca Grande).


1. Mensagem do nosso camarada Germano Santos, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 3305/BCAÇ 3832 (*), Mansoa, com data de 4 de Outubro de 2008, com a sua contribuição para a série O meu baptismo de fogo (**):

Boa tarde e votos de um bom fim de semana para todos vós, Editores do blogue.

Correspondendo ao convite do Carlos Vinhal e para que a ideia não fique moribunda, vou dar o pontapé de saída (após o Briote) sobre o tema o meu PRIMEIRO ATAQUE.

Não, não é mentira. O meu primeiro ataque aconteceu no dia 1 de Abril de 1971.

Estávamos na Guiné há apenas três meses, e em Mansoa há cerca de dois. Foi ao fim da tarde, assim mais para o anoitecer, como posteriormente vim a verificar que era o habitual naquelas paragens.

Não vos vou falar de mortos nem de feridos, porque felizmente não os houve. Dir-vos-ei, isso sim, que para quase todos nós foi uma novidade, uma estreia e uma estreia em grande.

E porquê uma estreia em grande ? Em grande, porque o ataque foi todo ele de mísseis, os famosos foguetões 122.

Ainda hoje não sei o que senti naquele fim do dia. Em rigor, creio que não senti nada, dada a inconsciência completa em que me encontrava. Ou seria pânico ?

No momento do ataque eu estava sentado no Restaurante do Simões, na Praça principal de Mansoa. Estava sentado no seu interior ou a jantar ou a preparar-me para tal. O que recordo com alguma clareza é que, derivado do sopro de um dos mísseis que caíu perto do restaurante, mais precisamente no muro da escola primária, abanei eu e a cadeira onde me sentava.

Num lote de fotos que em tempos enviei ao Luis Graça, encontra-se uma fotografia (que eu nessa altura identifiquei com o n.º 18) em que me encontro junto a esse muro, parcialmente destruído.

Não é uma história dramática, lá isso não é, mas é a história do meu primeiro ataque.

Um abraço para todos os tertulianos.

Vamos lá dar asas à saga dos nossos primeiros ataques na Guiné.
Germano Santos


Germano Santos, de camuflado e óculos de sol, passeando por uma rua de Mansoa

Foto: © Germano Santos (2007). Direitos reservados.


Mansoa > Na Esplanada da Casa Simões, almoçam os furriéis César Dias e Caetano

Foto: © César Dias (2007). Direitos reservados.



2. Comentário de CV

Obrigado Germano pelo teu contributo. Não encontrei a foto de que falas. O Luís Graça deve tê-la algures pelos seu arquivos, mas como são milhares é quase impossível encontrá-la. Deixo uma tua e outra do camarada e amigo César Dias que palmilhou como nós o mesmo chão.
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Notas de CV

(*) Vd. postes de

4 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1814: Tabanca Grande (8): Apresenta-se o Operador Cripto da CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832 (Mansoa, 1970/73) , Germano Santos

11 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1835: Tabanca Grande (10): Germano Santos, ex-1º Cabo Op Cripto, CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832, Mansoa, 1971/73

12 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1840: A trágica história dos sapadores Alho e Fernandes da CCS do BCAÇ 3832, Mansoa, 1971/73 (César Dias / Gerrmano Santos)

8 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1934: Mansoa era uma vila lindíssima, um jardim (Germano Santos)

18 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3071: Os nossos regressos (11): Guiné, 1970/73. Porra, é muito tempo. (Germano Santos).

(**) Vd. último poste da série, de 11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3293: O meu baptismo de fogo (7): Mansabá, 21 de Abril de 1970 (Carlos Vinhal)

terça-feira, 3 de abril de 2007

Guiné 63/74 - P1643: A morte do 1º cabo José da Cruz Mamede, do Pel Cacç Nat 58 (3): 10 mortos em emboscada com luta corpo a corpo (César Dias)

1. Mensagem do César Dias (ex-Fur Mil Sapador Inf, CCS do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)(1):

Olá, companheiros de bala:

É verdade, o Pel Caç Nat 58, juntamente com a CCAÇ 2589, defendia o itinerário Mansoa - Infandre – Namedão (segurança e picagem para passagem de colunas para Bissorã e Olossato), itinerário esse que fazia parte do sector de Mansoa onde estava sediado o meu BCAÇ 2885 (1).

Sobre o Alferes Miliciano que comandava o Pel Caç Nat 58 (2), era desde Junho de 1970 o Alf Mil At, nº 16831968, Eduardo Ribeiro Manuel Cardoso Guerra que tinha vindo da CCAÇ 2679 para substituir o Alf Mil nº 04140867 [...] que terminara a comissão em 30 de Abril de 1970. Em 7 de Janeiro de 1971 o Alf Mil Eduardo Guerra foi evacuado para a metrópole, não sei se por doença ou se por ferimento em combate.

Quanto ao malogrado 1º Cabo José da Cruz Mamede (2), nº 17762169, veio do RI 3, tendo desembarcado em Bissau a 21 de Novembro de 1969 para substituir o 1º Cabo Joaquim da Silva Magalhães, nº 01779368, que havia falecido em combate em 30 de Agosto de 1969.

Amigos e camaradas: 12 de Outubro de 1970 é uma data que recordo com tristeza. Como muitas outras, era mais uma coluna a passar naquele itinerário (Braia-Infandre), mas daquela vez havia à volta duma centena de guerrilheiros, emboscados com morteiros, lança granadas-foguete (RPG) e armas automáticas.

Chegaram mesmo a lutar corpo a corpo. Sofremos 10 mortos (entre os quais, do Pel Caç Nat 58, o 1º cabo José Mamede , o 1º cabo Joaquim Baná, e os soldados Cumba, Seidi, Mundi e Baldé; da CCAÇ 2589 o meu amigo Furriel Miliciano de Op Esp Dinis Castro, e os soldados Joaquim João Silva, Joaquim Manuel Silva e Duarte Ribeiro Gualdino, a quem presto sentida homenagem). Tivemos ainda 9 feridos graves, 8 feridos ligeiros e um soldado capturado.

Recorri aos documentos que guardo com muito carinho, e mais uma vez fiquei emocionado. Espero ter ajudado

Um abraço para todos

César Dias
Ex Furriel Miliciano do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)

PS - Ao Luís Graça, mais uma vez o nosso obrigado por tornar possível situações destas. Bem Hajas !

2. Informação complementar do Benjamim Durães (ex-furriel miliciano do Pel Rec, CCS do BART 2917, Bambadinca, 1970/72) (3):

Pela informação do tertuliano César Dias, ex-furriel miliciano do BCAÇ 2885, averiguei quais os nomes completos dos nossos ex-camaradas (dez) que nesse dia 12 de Outubro de 1970 morreram, e que passo a indicar:

Furriel Miliciano Dinis César Castro;
1º Cabo José Cruz Mamede;
1º Cabo Joaquim Banam;
Soldado Duarte Ribeiro Gualdino;
Soldado Joaquim João Silva;
Soldado Joaquim Manuel Silva;
Soldado Gilberto Mamadu Baldé;
Soldado Idrissa Seidi;
Soldado Tangina Muté;
Soldado Betaquete Cumbá.

Força, Afonso, é assim que não nos esquecemos dos nossos mortos de guerra. Recordá-los é honrar as suas memórias. Ao César o meu muito obrigado por teres contribuído para um melhor esclarecimento da morte do Mamede. O blogue e a tertúlia do Luís Graça & Camaradas da Guiné existem para isso mesmo.

Benjamim Durães
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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 1 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1557: No regresso éramos menos 32 (César Dias, CCS do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71)

(2) Vd. posts de:

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1641: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, do Pel Caç Nat 58 (1): Onde e em que circunstâncias ? (Afonso M. F. Sousa)

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1642: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, Pel Caç Nat 58 (2) : Em Infandre, a 13 km de Mansoa (Afonso M. F. Sousa)

(3) Vd. post de 21 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1618: Tertúlia: Benjamim Durães, ex-furriel mil da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)

sábado, 23 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14652: Convívios (684): Rescaldo do Encontro do pessoal do BCAÇ 2885, ocorrido no passado dia 16 de Maio, em Arganil (Jorge Picado)

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado (ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72), com data de 19 de Maio de 2015:

Amigo Carlos
Aí vai um pouco de trabalho, pois segundo consta andas de mãos a abanar, com falta de assuntos.
Independente do que o César, que foi quem deu conhecimento deste Encontro do BCaç 2885, possa reproduzir, mando-te umas breves notas e algumas fotos do mesmo.

Abraços
JPicado


20.º Encontro do BCaç 2885

Realizou-se no passado sábado dia 16, o 20.º Encontro do pessoal do BCaç 2885 em Arganil, comemorativo do 44.º Aniversário do seu regresso ao Continente, tal como tinha sido anunciado no P14524.

Compareceram individualmente ou acompanhados de alguns dos seus familiares, alguns dos que ainda estão vivos e cujas possibilidades o permitiram, já que por motivos diversos alguns que costumam estar presentes não lhes foi possível comparecer, independentemente daqueles que por se encontrarem ausentes do País ou não estarem contactáveis, não o poderem fazer, a que se juntam os que por decisão própria nunca compareceram.

O ponto de encontro foi estabelecido pelo organizador – diga-se que até esta data tem sido sempre o mesmo, José Ventura que foi 1.º Cabo (Cripto?) da CCaç 2588 e natural de Arganil – na Sede do Núcleo dos Antigos Combatentes de Arganil, situada numa antiga Casa de Cantoneiro, por sinal muito bem cuidada e na qual já existe mesmo um pequeno Museu, com variadas recordações daquelas Guerras do Ultramar, com especial predominância de artefactos da Marinha de Guerra.

Fez as honras da Casa o camarada Ventura, de que saliento o poema de sua autoria que anexo, tendo igualmente proferido algumas palavras o Presidente do Núcleo, seguindo-se um pequeno lanche, bem recheado de “comes e bebes”, como pré-aperitivo do almoço que viria depois em lugar apropriado.


Depois dos abraços e recordações habituais entre os vários grupos que se reencontram e feitas as fotografias da praxe por subunidades, frente ao Núcleo e acompanhadas do porta-estandarte do mesmo, antigo Comando se bem percebi, que sempre nos acompanhou, seguimos para uma das rotundas da terra onde se encontra edificado um moderno Monumento erigido a todos os Combatentes de Arganil, no qual se homenagearam os que morreram, guardando-se o respectivo minuto de silêncio.

[Seguem duas fotos de autoria do César Dias em que estou com ele, numa e com o Victor Vieira que foi 1.º Cabo de Trms da CCaç 2589, acumulando durante um ano com a responsabilidade do PEM de Infandre].

Eu e o César Dias sentados na base do Monumento dos Combatentes de Arganil.
© César Dias
 
Eu e o Victor Vieira em pé no mesmo local. 
© César Dias

Só então seguimos para o local do almoço, numa antiga Fábrica Cerâmica remodelada, ampliada e transformada num grande local de eventos, que inclui as Piscinas Municipais.

Houve muita comida, boa disposição, animação e fotos para registar estes encontros que, chegando a hora das despedidas, nos deixam a incerteza da presença ou ausência de próximos encontros.

No que me diz respeito, isto é, quanto ao pessoal da CCaç 2589, fiquei muito satisfeito por voltar a ver, ao fim destes 44 anos, dois camaradas que ainda não tinha reencontrado.

Foram eles: José Vitorino do Carmo Filipe (ou simplesmente o Furriel Filipe, que pertencia ao GComb do Alf Mil Martinez), acompanhado de sua esposa, ambos algarvios e o Eugénio Pereira Gomes, Soldado At do mesmo GComb do Alf Mil Martinez, emigrante na Alemanha, que antecipou uma vinda de férias para estar presente neste encontro. Segundo depreendi - se algum dos meus camaradas ler estas breves notas e julgar que estou errado por favor corrijam - depois de ter sido ferido após o acionamento de uma mina A/C TMD (é o que consta da HU) no CRUZAMENTO DE CUSSANJA (sensivelmente a SE de MANSOA na ligação “interdita” para PORTO GOLE), que provocou dois mortos da CCaç 2589 (Sold António José Penhasco Costa e Joaquim Moreira Marques, 09NOV69, Op “FULCRO OBSCURO”, da HU), foi “reciclado” em Padeiro no INFANDRE.

Seguem-se as fotos:

Presentes da CCaç 2589, a seguir identificados: 1-Eugénio Gomes, 2-José Martins, 3-Victor Vieira, 4-Humberto Monteiro, 5-Jorge Cabrita, 6-Porta-estandarte do Núcleo, 7-Martins Aires, 8-José Brogegas, 9-Adelino Machado, 10-José Filipe, 11-António Moreira, 12-Jorge Picado, 13-Cunha, 14-Armando Alves, 15-??, 16-Dias Torres, 17-Carlos Costa

Eu e o meu fiel condutor do jeep Carlos Costa

Eugénio Gomes e o Victor Vieira

Eu, o Humberto Monteiro, o Martins Aires e o Eugénio Gomes

José Filipe, eu e o Victor Vieira

Aspecto geral da sala. 
© César Dias

A mesa onde segundo a mesma ordem identifico: o Eugénio Gomes, a esposa do Victor Vieira e o marido, José Filipe e esposa, e este escriba.
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14615: Convívios (683): XXXVI Encontro do pessoal da CCAV 2639, a levar a efeito no próximo dia 20 de Junho, em Aguim-Anadia (Mário Lourenço)