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sábado, 28 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24803: As nossas geografias emocionais (11): Ainda a nascente de água e o fontenário de Bambadinca, inaugurados em 1948 pelo governmador Sarmento Rodrigues

Foto nº 1 


Foto nº 2

Foto nº 3

Guiné-Bissau _ Região de Bafatá > Bambadinca >2023 > A nascente e depósito de águia (em "Agua Verde", presumimoS) (Fotos nºs 1 e 2) e o fontenário que desde 1948 abastece a antiga tabanca de Bambadinca (Foto nº 3). Fotogramas capturados do vídeo de Paulo Cacela (2023), "Dentro da Maior Tabanca da Guiné-Bissua" (*)

 Fotos © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 4>   Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70)  e Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > A zona ribeirinha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba (Estreito), alagada no tempo das chuvas... Foto provavelmente de meados de 1968 ou 1969...  

Nesta foto, mostrando uma coluna a chegar a Bambadinca, vinda de Bafatá,  são visíveis o fontenário (assinalado a vermelho) e o depósito de água do quartel e posto adminmistrativo (assinalado a azul).  Julgamos que o quartel era abastecido pela mesma nascente ou depósito de água existente no sítio da Água Verde.

Foto © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Carta de Bambadinca (1955) / Escala 1/50 mil > Posição relativa de Bambadinca, Nhabijões, Rio Geba, Finete e Fá, e estradas para Xime  (sudoeste) e Xitole e Saltinhp (sul). E ainda, nas imediações de Bambadinca, Água Verde e Bambadincazinho (cotas entre 45 e 42). O pequeno planalto ou morro onde se situava o quartel do nosso tempo devia estar a uma cota de 27.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaaradas da Guiné (2023)


Guiné > Região de Zona  Leste >  Região de  Gabu > Ñova Lamego > Fonte de Nova Lamego... Aspeto parcial com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, com a seguinte inscrição: «Fonte da Várzea CABO (sic) 1945». Obra do tempo do governador Sarmento Rodrigues (1945-1949), como diversas outras.
 
Foto (parcial) de postal ilustrada: "Nova Lamego, Guiné Portuguesa".  Colecção "Guiné Portuguesa, nº 153". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte, SARL). 

A partir de exemplar da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º cabo mec auto rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Digitalização e edição de imagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


1.  O  recente vídeo, já aqui mostrado,  do "youtuber" Paulo Cacela, sobre Bambadinca ("Dentro da maior tabanca da Guiné-Bissau") revelou-nos a existència do "depósito de água", nascente ou  "mãe de água" que abastecia a  Bambadinca do nosso tempo. E que continua a funcionar, desde a sua inauguração, em 1948, com a presença do governador Sarmento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 1899-Lisboa, 1979)  (de acordo com fotos do seu arquivo particular, disponíveis no Arquivo Histórico de Marinha)

Na altura não conseguimos apurar a localização exata. E nunca visitámos esta nascente ou depósito de água, nas imediaçóes de Bambadinca,  no tempo em que lá estivemos (1969/71).

A paisagem (onde se localiza esta captação de água, do tempo colonial) é luxuriante,a  avaliar pelo vídeo. O "poço " ou "mina" ou "depósito" está muma cota mais elevada, numa zona de rocha. A água sabia a ferro (no nosso tempo). O Paulo Cacela também não a achou particularmente saborosa. A existència e a captação  de água potável na Guiné  sempre foram um velho problema.

Explorando a carta de Bambadinca (vd. infografia acima), e verificando as diversas cotas, achamos que o sítio deve chamar-se "Água Verde", perto de Bambadinzinho (um reordenamento no nosso tempo)  e estar a uma cota de 35/42.   

O fontanário, por sua vez, estará à cota 5, na baixa de Bambadinca, a escassos 100 metros da margem esquerda do rio Geba Estreito, do destacamento de Intendència e do antigo porto fluvial (um troço de rio que deixou há muito de ser navegável devido ao assoreamento; no nosso tempo, os barcos civis ou "barcos turras" iam inclusive até Bafatá; e até 1968/69, as LGD da nossa Marinha chegavam a Bambadinca).

Não sabemos também a exata distància entre a nascente e o fontenário. Mas pelos nossos cálculos deve ser, no máximo, de 2 km. Tudo indica que a água corre, por gravidade, em tubos (ou manilhas), da cota 35/42 até ao destino final (na cota 5)... 

Mas abastecia também, quanto julgamos, o posto administrativo de Bambadinca e demais instalações civis (incluindo a escola primária e a casa da professora, cabo-verdiana), sitas num morro, que estaria à cota 20 e tal. (No nosso tempo havia um depósito de água no quartel, perto do arame farpado, donde se avistava a tabanca de Bambadinca e o rio Geba (Foto nº 4, tirada de norte para sul, ou seja, da zona fluvial para o quartel, cujo acesso era feito por uma rampa relativamente íngreme). 

A possível referência ao BART 3873, gravada no cimento, aparece ao minuto 53, já quase para o fim do vídeo (*). (Foto nº 2). Á direita do número (3873) percebem-se as letras "...IRES". Com um pouco de boa vontade, pode ser um apelido de um militar "PIRES" que terá feito um trabalho de reparação no depósito, ao tempo em que aquela unidade, ou a respetiva CCS  (Companhia de Comandos e Serviços) esteve em Bambadinca e no Sector L1 (Xime, Mansambo e Xitole) (1972/74). Esta nascente ou depósito de água também foi inaugurada em 1948 pelo governador Sarmento Rodrigues.

 O fontenário de Bambadinca, de 1948  já pouca gente se lembrava dele (**)... Mas temos fotos que documentam a sua existência, ao longo do tempo, de camaradas nossos como o Libério Lopes (1964), o José Carlos Lopes (c. 1968/70), o  Jaime Machado (c. 1968/69), o Humberto Reis (c. 1969/71 e depois 1996).... 

Está agora pintado de branco e azul (não devia sera  cor originalI) (foto nº 3), conforme fotograma do vídeo do Paulo Cacela: continua a funcionar e  dar água aos bambadinquenses, desde há 75 anos!  


Guiné > Reegião de Bafatá > Bafatá > 1959 >  "A fonte pública de Bafatá, 1918" [ Esta belíssima fonte, na "Mãe de Água", na zona conhecida como "Nova Sintra",  de Bafatá, também aparece no filme de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube" (***), mas já muto degradada, bem, como aliás todo o seu meio envolvente... 

O nosso especialista, o arquiteto Fernando Gouveia, que esteve em Bafatá como alferes miliciano nos anos de 1968/70, descreve esta zona nestes termos, num dos seus postes do roteiro de Bafatá: "A Mãe d'Água ou a 'Sintra de Bafatá', local aprazível e romântico onde se realizavam almoços dançantes para os quais se convidavam os senhores alferes, alguns furriéis e as moças casadoiras".

Foto disponibilizada pelo nosso camarada Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65); e e outras fotos otos de Bafatá, de 1959, foram tiradas por um familiar do nosso camaraada.  "ligado ao comércio local (Casa Marques Silva), casado com uma senhora libanesa, filha do senhor Faraha Heneni",


2. Durante a governação de Sarmento Rodrigues (1945-1949) construiram-se pelo menos três dezenas de fontes, fontanários, nascentes  e depósitos de água, de acordo com registos (fotográficos) constantes do Arquivo Particular do Almirante Manuel Maria Sarmento Rodrigues, que integra o Arquivo Histórico de Marinha (as fotos ainda não foram digitalizadas, o que é uma pena) ... O desenho destas fontes ou fontanários deve ter sido da responsabilidade do GAC - Gabinete de Arquitetura Colonial, em Liusbvo

01 Fonte de Maussim, Jabicunda
02 Fonte de Dandum, Bafatá.
03 Uma Fonte em Fulacunda
04 Fonte de Lenquetó, Gabu.
05 Uma Fonte em Fulacunda
06 Fonte de Várzea do Cabo, Nova Lamego.
07 Fonte de Várzea do Cabo, Nova Lamego.
08 Fonte de Madina, Gabu.
09 Fonte de Quinlandi. 1945-05/1945-05
010 Fonte da Horta de Sónaco, Gabu.
011 Fonte do caminho de Biambe ,Mansôa.
010 Fonte da Horta de Sónaco, Gabu.
011 Fonte do caminho de Biambe ,Mansôa.
012 Fonte Frondosa de Empada, Fulacunda
013 Nascente nº 1, Bafatá. 1946-04/1946-04
014 Depósito nº 1, em Bafatá. 1946-04/1946-04
015 Fonte de Sónaco (circunscrição de Gabu). 1946-05/1946-05
016 Fonte de Madina. 1946-05/1946-05
017 Fonte de Madina no Boé. 1946-05/1946-05
018 Obras de Captação da Nascente nº 2, Bafatá. 1946-05/1946-05
019 Fonte de Nhacra, em Construção. 1946-06/1946-06
020 Poço de Enchudé, Acabado de Reparar. 1946-06/1946-06
021 Fonte de Safim, em Construção. 1946-06/1946-06
022 Fonte de Biambi. 1946-08/1946-08
023 Fonte de Contubel. 1946-09/1946-09
024 Fontanário de Fulacunda. 1947/1947
025 Fonte das Mocinhas. 1948/1948
026 Fonte de Timbó. 1948/1948
027 Fonte de Lenquerim. 1948/1948
028 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
029 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
030 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
031 Fontanário de Bafatá. 1945-05/1945-05
032 Fontes de S. João. 1946-09/1946-09
033 Fontes e Miradouro de S. João. 1946-09/1946-09
034 Fonte de Binar. 1946-08/1946-08
035 Fonte de Tór. 1946-06/1946-06
036 Fonte de Tór. 1946-06/1946-06
037 Fonte de Gam Grande. 1946-08/1946-08
_____________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 27 de outubro de  2023 > Guiné 61/74 - P24798: As nossas geografias emocionais (10): O fontenário de Bambadinca de 1948, de que quase ninguém... já se lembra(va)!

(***) Vd. poste de 5 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22448: In Memoriam (403): João Dinis (1941-2021), ex-sold cond auto, CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65), e empresário em Bafatá, há mais de meio século... Morreu ontem de Covid-19, em Bissau (Patrício Ribeiro).


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Outubro de 2015 > A nossa amiga e grã-tabanqueira Adelaide Barata Carrêlo com o João Dinis, empresário, antigo militar português, da CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65), integrada no BCAÇ 513 (com sede em Buba). Vivia na Guiné desde 1963. Natural de Alvorninha, Caldas da Rainha (conterrâneo do cardeal José Policarpo, 1936-2014), casou em janeiro de 1972, aos 31 anos, com a Célia, de 18 anos de idade. O casal teve 3 filhos (um rapaz, falecido aos 25 anos, e duas raparigas mais velhas a viver em Portugal).


Foto (e legenda): © Adelaide Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 15 de dezembro de 2009 > 15h13 > O João Graça, médico e músico, fotografado com a Célia Dinis e o filho, Bruno, no seu estabelecimento, o restaurante "Ponto de Encontro".  O filho, que vivia com o casal, viria a morrer, prematuramente, aos 25 anos, por volta de 2013,
  vítima de acidente. Morreu no avião que o transportava para Portugal para receber tratamento. Ironicamente, o João  Dinis more em Bissau por falta de recursos hospitalares para tratar a Covid-19.

Foto (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá >   Agosto de 2016 >  O casal Célia e João Dinis, portugueses das Caldas da Rainha e proprietários do restaurante “Ponte de Encontro”,num almoço em que participou o Patrício Ribeiro, cliente frequente da casa. Aliás,  os principais clientes eram portugueses e outros estrangeiros ligados à ONG ou  empresas com proprojectos  na 
Gurine Bissau. Era uma figura muito popular. Tinha umais sacola de condução automóvel em Bafatá desde 1968.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá >  4 de abril de 2017 > Os camaradas Monteiro e Cancela, com o casal Célia e João Dinis, portugueses das Caldas da Rainha e proprietários do restaurante “Ponte de Encontro”, onde almoçámos.

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Fevereiro de 2017 > O casal João & Célia Dinis. Fotogramas do vídeo "O que é feito da Guiné-Bissau ?", que passou na  TVI, mo Jornal das 8, em 25 e 26 de fevereiro de 2017.( Reproduzido com a devida vénia. )



1. Mensagem do Patrício Ribeiro (português, natural de Águeda (1947), criado e casado em Nova Lisboa (hoje Huambo), Angola,  ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. XX, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda; membro da nossa Tabanca Grande, com mais de uma centena de referências no blogue):


Date: terça, 10/08/2021 à(s) 19:05
Subject: Dinis, morador em Bafatá, já foi.
 
Luís,

O Dinis de Bafatá, (residente em Bafatá há muitas décadas) faleceu hoje no hospital Simão Mendes em Bissau (Hospital Central), com Covid-19. (*)

Vai ser transladado para o Cemitério de Bafatá.

Existem diversas referências a ele, no blogue. (**)

Natural de perto das Caldas da Rainha, foi para a Guiné como militar e por lá ficou até hoje. Estava na casa dos 80 anos. Estive há pouco mais de 2 semanas com ele em Bafatá. Almoçamos e jantamos juntos durante 3 dias.

Tinha fugido da pandemia em Portugal para a Guiné, há poucos meses, onde tinha estado algum tempo em exames médicos. Como em Portugal não tinha recursos financeiros, dizia que nunca recebeu um cêntimo do Estado Português. Diziam-lhe, na Segurança Social que,  como era residente na Guiné, não tinha direito, nem ele nem sua mulher.

Voltou para a sua escola de condução e o seu pequeno restaurante em Bafatá, gerido pela sua mulher, Célia.

Estava cheio de projetos: pertencia à direção da Associação dos Antigos Combatentes Portugueses da Guiné, que continuam a lutar por aquilo que acham que têm direito. Recebeu um abraço do Marcelo em Maio último, quando da sua visita a Bissau.

Como militar, esteve muito tempo na zona de Cacine, pois era condutor e andava com o seu Unimog e com o guincho, rebocando as árvores da estrada, que os outros cortavam durante a noite, na estrada de Cacine para Guiledje.

Falei com eles, assim como com outros, por todo o lado, que havia Covid que deviam usar máscara e distanciamento, mas parecia que eu andava a pregar para as matas de cajueiros que não nos ouvem.

P.S. Neste ano de pandemia, é o quinto português antigo e amigos, dos residentes na Guiné que lá ficam.

Um abraço á família

Patrício Ribeiro

impar_bissau@hotmail.com



2. Comentário do editor LG:

Ficamos sempre sem palavras quando morre alguém nosso conhecido, amigo e/ou camarada. Foi, de resto,o que escrevi no poste P16428, de 28 de agosto de 2016, quando apresentou o João e a Célia Dinis à Tabanca Grande:

(...) Ficamos sem palavras... A milhares de quilómetros de Portugal, essa é seguramente uma "casa portuguesa"... E de repente salta-nos à mente a letra e a música da Amália, tão "maltratadas" antes do 25 de abril... No fundo, podia parecer que esse famoso fado, da Amália, era o elogio, miserabilista, da pobreza honrada associada ideologicamente ao Estado Novo...

Camarada e amigo Patrício Ribeiro, diz ao nosso camarada João Dinis e à sua companheira Célia que eles já ganharam o direito de figurar, a partir de hoje, e com todo o mérito, no quadro de honra da Tabanca Grande, passando a ser os grã-tabanqueiros nºs 724 e 725. 

Diz-lhes que é a nossa singela homenagem, a do blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné, não só ao seu portuguesismo como também à sua grande capacidade de trilhar as duras picadas da vida, e de sobreviver as todas as minas e armadilhas. O seu exemplo comove-nos e honra-nos... 

Um abraço fraterno para todos os demais "tugas" de Bafatá. Um xicoração para ti, que és o "pai dos tugas" da Guiné-Bissau" (...)

Para a Célia, filhas e demais família do nosso camarada João Dinis vai um grande abraço solidário nesta hora difícil. O João e a Célia eram um caso extraordinário de resiliência e de amor à Guiné-Bissau, terra que fizeram sua.

3. Os "últimos tugas" de Bafatá > João e Célia Dinis: “Portugal era um atraso de vida em comparação com a Guiné” (Excerto do "Público", de 13/4/2013)

(...) Na casa de João e de Célia nunca faltava fruta enlatada, vinho Casal Garcia e pelo menos dez garrafas de whisky “do bom” para receber as visitas. Durante anos, puderam ter na Guiné-Bissau uma série de luxos que na chamada "metrópole" eram ainda uma miragem. Esses foram outros tempos. Hoje todos os gastos são controlados. Bebem vinho do mais barato e só comem bacalhau ou queijo quando algum amigo os visita. A vida obrigou-os a uma cambalhota do 80 para o oito, mas nem por isso deixam de falar com alegria, com um brilho nos olhos e esperança no futuro. A bola é para chutar para a frente e apesar de Célia ter 58 anos e João 71, não duvidam que ainda vão conseguir marcar golo.

João e Célia Dinis são dos portugueses que há mais tempo vivem na Guiné, chegaram numa altura em que “tudo era bonito, não havia falta de trabalho e tinham uma vida mais que boa”. João foi o primeiro. Chegou em 1963 como militar. Gostou tanto que ficou e já como funcionário da administração do porto de Bissau acenou aos colegas da Companhia [de Artilharia] 496 [Cacine e Cameconde, 1963/65] , Batalhão  [de Caçadores] 513, que viu partir num navio . “Não troque os números, são muito importantes para se algum amigo dessa altura me quiser telefonar”, pede ao PÚBLICO.

Só voltaria a Portugal em Setembro de 1971. “Estava há nove anos sozinho e ia com o objectivo de casar, mas não podia ficar muito tempo. Tinha de resolver o problema rapidamente e graças a Deus consegui”. Conheceu Célia num baile e meteu logo conversa. “Ó menina, não se importa que a gente vá bailar um bocadinho? Mas olhe que eu vivo em África há muitos anos, já não sei bem dançar as músicas de cá...”, perguntou-lhe. A resposta foi afirmativa. Casaram no dia 9 de Janeiro 
[de 1972] e dia 20 vieram juntos para a Guiné. Célia tinha 18 anos e Dinis 31.

Nessa altura, tudo lhes corria bem. Dinis era dono de duas escolas de condução e, alguns anos mais tarde, Célia decidiu abrir o restaurante Ponto de Encontro, que mantém até hoje em Bafatá (no centro-norte do país). “Era uma cidade espectacular, estava tudo pintadinho, arranjadinho. Se vissem esta avenida e aquela ali em baixo. Lindas, lindas. As pessoas juntavam-se para fazer piqueniques, remo, ir ao cinema. E as lojas? Tinhas de entrar só para ver, mesmo que não comprasses. Era uma coisa que atraía. Portugal era um atraso de vida em comparação com a Guiné”, descreve Célia.

O Ponto de Encontro servia mais de 70 almoços por dia e Célia chegou a ter de pedir aos tropas para tomarem conta da filha enquanto despachava o mais depressa possível os almoços. Não tinha mãos a medir. Agora há dias em que não faz cinco mil francos CFA (7,50 euros). De 17 empregados passou para dois e mesmo assim queixa-se que a receita não cobre as despesas. Podiam-se ter ido embora depois do 25 de Abril de 1974. Chegaram a vender tudo, mas os guineenses não os deixaram partir: "Não, não se vão embora porque ninguém vos vai fazer mal. Vocês também não fizeram mal a ninguém.”

“Se eu tenho ido depois da independência, era um senhor em Portugal. O meu cunhado ainda me disse para montarmos uma escola de condução, se eu o tenho ouvido... Teria muito mais dinheiro, mas não tinha esta terra”, projecta Dinis. É um apaixonado pela Guiné. Quando ia a Portugal de férias, não queria ficar mais de 15 dias, “chegava para ver a família”. “Só desejava voltar àquelas pessoas que me conheciam e, do mais pequeno ao maior, me chamavam pelo nome. Nem sequer consigo dizer o que menos gosto neste país porque gosto de tudo. Até das faltas, fomo-nos habituando a elas”.

Foi depois de 1974 que tudo piorou. Durante dez anos ainda viveram bem mas, pouco a pouco, as coisas começaram a escassear. Primeiro faltaram o queijo, as batatas e os chocolates. Até que acabou tudo. “Foi um processo: apetecia-me beber uma garrafa de vinho Casal Garcia e não havia, mas ainda se podia comprar Dão. Quando o Dão acabou, tínhamos o Pias...”, recorda Dinis.

Às vezes perguntam-lhe como consegue viver assim. Ri-se e responde: “Tu também cá estarias se tivesses vivido o que eu vivi. Tínhamos uma vida mesmo bonita. Luz 24 horas por dia, boas estradas, tudo limpo. Onde é que os portugueses comiam pêra enlatada? A nossa bebida era whisky com água das pedras, a cerveja era só para acompanhar as ostras e os camarões”.

A Guerra Civil, em 1998, foi o golpe fatal para a Guiné: “Foi desde aí que deixámos de viver como portugueses na Guiné e passámos a ter condições de vida semelhantes à de um guineense: a ter de carregar água, andar a pé...”, conta Célia.

Apesar do Ponto de Encontro estar quase sempre vazio e dos poucos alunos da escola de condução demorarem mais de dois anos a pagar (a carta custa menos de 150 euros), apesar de dizer que agora já estava na altura de voltar a Portugal, não é isso que Dinis sente. Quando fala das suas dezenas de projectos, quando diz que as coisas vão melhorar – e di-lo muitas vezes como se a sua vida pudesse durar o dobro da do comum dos mortais –, a Guiné é sempre o palco principal da sua felicidade.

As saudades das duas filhas são mesmo o que mais pesa a Célia e Dinis. Há oito anos que não as vêem e há netos que ainda nem conhecem. Mas já lá vai o tempo em que uma viagem a Portugal custava cinco mil francos CFA e a família se juntava toda para passar as férias grandes.

Custas-lhes terem trabalhado a vida toda e não terem nada. “Nem cá nem lá”. Entregaram-se à Guiné e é a ela que pertencem. Por isso, sempre que pensam regressar perguntam “para fazer o quê". “Tenho direito à reforma porque fui militar e funcionário público de Bissau, mas na altura que a porta estava aberta não pude ir a Lisboa e agora está fechada a cadeado. Lá as pessoas vivem lado a lado, mas não se conhecem. Aqui sou o professor, dou cartas de condução desde 1968, ensinei pessoas que já morreram”, gaba-se Dinis.

Célia também tem medo do regresso mas confessa já estar cansada de levar a casa e o restaurante às costas. “Dizem que Portugal está mau mas para nós é um mundo de rosas. Não há dinheiro, é verdade, mas aqui também não há. Lá não se compra mais, compra-se menos, mas não sentes saudades de comer. Abres a torneira e tomas banho de chuveiro. E aquelas auto-estradas todas direitinhas? É uma alegria”, diz num português que já mistura com sotaque crioulo.

Por agora, só têm uma solução: aguentar. “Ando há muitos anos com a palavra esperança na ponta da língua mas ainda não a encontrei. Penso vir a ter uma vida boa na Guiné. Hoje não temos, não saímos de Bafatá há anos. Mas se calhar ainda vamos conseguir ter um carrinho melhor para ir a Bissau dar o nosso passeio. Dançamos, ao toque da música. Se a música saltar, também saltamos. E bem alto”, deseja Dinis. (...)


Fonte: Sofia da Palma Rodrigues > Guiné: entre o paraíso e as saudades de Portugal > Público, 13/04/2013 - 08:02 (Excerto reproduzido com a devida vénia)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22429: In Memoriam (402): 1.º Cabo Miliciano Fernando Pacheco dos Santos, da CART 2673, caído em combate, em Empada, no dia 7 de Julho de 1970 (Juvenal Danado, ex-Fur Mil Sapador Inf)

(**) Vd. postes sobre o João & Célia Dinis (Bafatá):

5 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

30 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16431: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte VIII: Bafatá, o restaurante "Ponto de Encontro", da Célia e do João Dinis, os nossos mais recentes grã-tabanqueiros

27 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16423: Recortes de imprensa (80): Os "últimos tugas" de Bafatá: João e Célia Dinis, entrevistados pelo "Público", em 13/4/2013... O nosso camarada João Dinis, hoje empresário, vive na Guiné desde 1963. Pertenceu à CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65)

29 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16428: Convívios (766): Os "tugas" de Bafatá... Agosto de 2016, restaurante "Ponto de Encontro", do casal Célia e João Dinis a quem prestamos uma emocionada homenagem (Patrício Ribeiro, Impar Lda)

domingo, 10 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18071: Agenda cultural (618): Lisboa, Arroios, Mercado de Culturas / Mercado do Forno de Tijolo: concerto do nosso amigo Mamadu Baio (voz e guitarra) + Ibo Galissá (kora)...Sábado, dia 16, às 21h00...Djass Arte - Mostra de criadores africanos e afrodescendentes


Cartaz

Djass Arte – Mostra de Criadores Africanos e Afrodescendentes



Lisboa, Mercado Forno Do Tijolo | Entrada grátis


1. Com a devida vénia, transcreve-se da Viral Agenda:


Entre 15 e 17 de dezembro, o Mercado de Culturas, em Lisboa, acolhe a segunda edição da Djass Arte – Mostra de Criadoras/es Africanas/os e Afrodescendentes, uma iniciativa da Djass - Associação de Afrodescendentes.

 Uma exposição coletiva de artes plásticas e visuais, bancas de venda de livros, artesanato, vestuário e acessórios, uma mostra de cinema afrodescendente, a apresentação de uma nova edição de uma obra de Frantz Fanon, atividades para crianças, música, debates, dança e teatro: são estas as atividades que fazem parte do programa desta mostra, que tem como objetivos principais (i) contribuir para a promoção e valorização das culturas africanas e afrodescendentes; (ii) dar visibilidade aos trabalhos das/os criadoras/es participantes; e (iii) promover o debate em torno de questões ligadas à cultura, afrodescendência, racismo e colonialismo.

 PROGRAMA 

DURANTE TODO O EVENTO 

Exposição de artes plásticas e visuais: 

Chantal James (fotografia), Darsy Fernandes (ilustração), Domingas Ambriz, D'Son Pereira, Eduardo Malé, Gutemberg Coelho, Márcio Bahia, Mário Gerson Garcia, Sidney Cerqueira (pintura).

Bancas de venda:

Cassula (vestuário), Literaturas Afrikanas (literatura africana / afrodescendente), Macalongo - Capulana (manualidades e acessórios), Minouche (acessórios), Nina Manualidades (bonecas e acessórios) 

 SEXTA, 15 DE DEZEMBRO 

14h00: Abertura de portas 
18h30: Inauguração / boas-vindas 
18h45: Performance de dança 
19h00: Apresentação da nova edição, pela Letra Livre, do livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”, de Frantz Fanon. Com Manuel dos Santos e Raja Litwinoff.
20h00: Música (DJ Paulo Dias) 
21h00: Fecho 

 SÁBADO, 16 DE DEZEMBRO 

10h00: Abertura de portas 

10h30-13h30: Djass Arte Júnior (atividades para crianças) 
6h00-17h30: Atuação do Grupo do Teatro do Oprimido de Lisboa 

18h00-20h30: Mostra de Cinema Afrodescendente.

 Sessão 1: curtas-metragens + conversa com realizadoras/es, com moderação de Kitty Furtado Filmes: “Até Chá Virar Café” (Celso Rosa); “Relatos de uma Rapariga Nada Púdica” (Lolo Arziki); “Si Destinu” (Vanessa Fernandes); “E Agora Pessoa?” (Lubanzadyo Mpemba); “Bastien” (Welket Bungué). 
Mamadu Baio, 21/1/2014, em casa do nosso editor.
Almoçámos  ontem na Praia da Areia Branca...
O Mamadu, a Sílvia,  o Malick, de 3 anos, 
o João Graça, a Alice e eu... Foto: LG

21h00: Concerto de Mamadu Baio (voz e guitarra) & Ibo Galissá (kora) 

 22h00: Fecho 

 DOMINGO, 17 DE DEZEMBRO 

12h00: Abertura de portas 

15h00-17h15: Mostra de Cinema Afrodescendente

Sessão 2: “Nôs Terra”, de Ana Tica, Nuno Pedro e Toni Polo + conversa com a realizadora Ana Tica, com moderação de Beatriz Dias (Djass)

17h30-20h15: Mostra de Cinema Afrodescendente 

Sessão 3: "O Canto do Ossobó", de Silas Tiny, + conversa com o realizador, com moderação de Joacine Katar Moreira.

20h20: Encerramento 


Rua Maria da Fonte, Anjos (freguesia de Arroios), Lisboa (ver no mapa)

HORÁRIO: sexta-feira: 14h00-21h00; sábado: 10h00-22h00; domingo: 12h00-20h20

 ENTRADA LIVRE 

 APOIO: Junta de Freguesia de Arroios 


 MAIS INFORMAÇÕES: Djass - Associação de Afrodescendentes
Tem página no Facebook. | Email: associacao.djass@gmail.com

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Nota do editor:

Último poste da série > 7 de dezembro de 2017 > Guiné 61/4 - P18057: Agenda cultural (617): o criminalista e antigo inspector-chefe da PJ, Barra da Costa, acaba de lançar o livro "Os crimes de João Brandão: das Beiras ao degredo" (Edições Macaronésia, Ponta Delgada, 2017)

sábado, 21 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17891: Agenda cultural (597): DocLisboa2017, de 19 a 29 de outubro: destaque para dois filmes sobre a África Lusófona, um realizado na Guiné-Bissau ("Spell Reel", de Filipa César, 96') e outro em São Tomé e Príncipe ("O Canto do Ossobó", 99')



1. Está decorrer, de 19 a 29 deste mês, o DocLisboa 2017, o mesmo é dizer, o 15º Festival Internacional de Cinema... E por que se trata, de facto, de um dos mais prestigiados festivais de cinema documental, a níval mundial, é apropriado o slogan promocional, "em outubro o mundo inteiro cabe em Lisboa"...

De acordo com o programa, na Competição Interbacional, "este ano, o Doclisboa apresenta 19 filmes em competição, 12 dos quais em estreia mundial ou internacional. Estão representados 17 países, numa selecção que se caracteriza pela diversidade temática, estética e formal, numa amostra daquilo que é o pulsar do cinema mais actual produzido em todo o mundo."

Em contrapartida, na Competição Portuguesa apresentam-se "11 trabalhos [...que] atravessam vários formatos e universos neste espaço aberto à exibição de criações livres, com as linguagens plásticas e narrativas mais diversas.". E há as outras seções já habituais: Verdes Anos (21 filmes de "novos realizadores", proporcionando  "uma visão alargada sobre a riqueza e diversidade dos trabalhos produzidos em território nacional);  Retrospetiva (dedicada ao cinema checo e quebequiano); Heart Beat; Da Terra à Lua; Riscos: Cinema de Urgência; Doc Alliance... além de Passagens, Atividades Paralelas, Projeto Educativo... (É obrigatório consultar o programa,para o leitor não se perder!...).

Para séniores (, como é o caso da maior parte dos nossos leitores), os preços por sessão são a 3 euros e meio  (Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Ideal) ou 2, 15 € (Cinemateca)... Há "vouchers", de 5, 10 e 20 bilhetes,  ficando cada sessão mais barata.

 No "Observador",  de 18 do corrente, o crítico Eurico de Barros escolheu 11 filmes para 11 dias, de uma vastíssima programação (duas centenas de longas, médias e curtas metragens).

No Público, de 19 do corrente, Jorge Mourinha assina  a crónica "Doclisboa, dez dias de aventuras em rally paper"... onde  escolher é que é o busílis!... Pensando na generalidade dos nossos leitores e na sua ligação à África lusófona, ficam para já aqui duas sugestões deste conhecido crítico cinematográfico

"(...) Nas competições, vale desde já a pena marcar na agenda dois títulos que evocam as memórias do colonialismo e da independência: o assombroso Spell Reel, de Filipa César, finalmente em estreia nacional, em busca do cinema perdido da Guiné-Bissau, e O Canto do Ossobó, de Silas Tiny, que olha para a presença colonial em São Tomé e Príncipe.

"Spell Reel e O Canto do Ossobó serão também projectados em sessões escolares, que têm lugar entre as 10h30 e as 14h, e que, para aqueles que tiverem essa disponibilidade, são este ano abertas ao público" (...)

Spell Reel

ESTREIA PORTUGUESA

PRIMEIRA OBRA
Filipa César | 2017 | Alemanha, Portugal, França / Germany, Portugal, France | 96’
Sinopse:

Um arquivo de material audiovisual em Bissau. À beira da ruína completa, as imagens testemunham o nascimento do cinema guineense enquanto parte da visão descolonizadora de Amílcar Cabral, o líder da libertação assassinado em 1973.
Sessões  > 26 OUT / 18.45, São Jorge – Sala M. Oliveira27 OUT / 10.30, Culturgest – Grande Aud. | Sessão para escolas aberta ao público
Ver aqui o "trailer" (2' 00'')

O Canto do Ossobó
The Song of Ossobó



ESTREIA MUNDIAL

Silas Tiny | 2017 | Portugal | 99’

Sinopse:

Rio do Ouro e Água-Izé foram das maiores roças de produção de cacau em São Tomé e Príncipe durante o período colonial português. Milhares foram marcados pelo trabalho forçado equiparado à escravatura. Regresso ao meu país, para encontrar os vestígios desse passado.

[Silas Tiny é o nosso conhecido realizador de "Bafatá Social Clube",  2012, 78']

Sessões > 23 OUT / 22.00, São Jorge – Sala M. Oliveira
26 OUT / 14.00, São Jorge – Sala 3 | Sessão para escolas aberta ao público
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Nota do editor:

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16431: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte VIII: Bafatá, o restaurante "Ponto de Encontro", da Célia e do João Dinis, os nossos mais recentes grã-tabanqueiros



´
Guiné-Bissau > Bafatá > Outubro de 2015 > Restaurante "Ponte de Encontro"


Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2016) Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro de 2015 (*)

[Foto à esquerda, a Adelaide Carrêlo mais o dono da casa, o João Dinis, um antigo militar português, natural das Caldas da Raínha,  que fez parte da CART 496 (Cacine e camecon de, 1963/65), que tem também uma escola de condução, e é casado com a Célia (**); a Adelaide conheceu o João Dinis, em 1970, em Nova Lamego, aos sete anos; ambos pertencem agora à nossa Tabanca Grande]. 

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Notas do editor:

´(*) Último poste da série > 29 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16429: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte VII: Bafatá, Rio Geba 
ao pôr do sol

(**) Vd. poste de 5 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

(...) )(ix) O João Dinis… Um camarada do nosso tempo que ficou em Bafatá, veio casar a Portugal e levou a esposa, Célia, para a Guiné em 1972… É um homem, desencantado, precomente envelhecido, mas ainda a reconhecer que ama África e a terra que escolheu para viver e trabalhar. 

Quando jovem, vivia melhor em Bafatá do que em Portugal, costumava dizer ele para os seus antigos camaradas de armas... Mas hoje confessa que ainda sonha em acabar os seus dias na sua terra, Portugal… O casal, João e Célia Dinis, abriram um negócio na área da restauração e hotelaria, mas hoje a baixa de Bafatá não tem gente, está às moscas…“O movimnento é que faz falta", diz ele... Havia barcos, havia camiões, sempre a carregar e a descarregar, havia correpios de gente na baixa... Agora é o vazio, diz o Toninho, que deve ser homen dos seus cinquentas e tais anos (, era criança quando das primeiras flagelações do PAIGC a Bafatá, em 1973, de se lembra bem; o pai mandava o Canjajá desligar as luzes do cinema e levar o Toninho e os primos para casa...).

(x) No filme, o João Dinis fala para a câmara, num verdadeiro monólogo, tentando explicar as razões por que se foi deixando ficar até hoje...O realizador e o diretor de fotografia não fazem perguntas nem fornecem informação de contextualização: Bafatá é atravessada por uma "câmara muda"; há momentos de antologia como a sequência da partida de futebol, disputada ao longe (no estádio da Rocha) sob um uma nuvem de pó que se poderia confundir com o cacimbo...); ou a cena em que Canjajá, vestido de preto e com ar de asceta, faz as suas orações virado para Meca, enquanto um grupo de mulheres, a um canto da casa, tagarelam e dão continuidade à vida; ou ainda a cena, bem conseguida, em que um voluntarioso entrevistado se transforma em proativo entrevistador, inquirindo em crioulo, de microfone em punho, a opinião dos seus conterrâneos sobre o futuro de Batafá... E tem um comentário final otimista: "Bafatá há-de mudar para melhor, se Deus quiser" (...)


(...) Não sei se Canjajá e o seu cinema são uma "metáfora de Bafatá" e da própria Guiné-Bissau .... Talvez sim, da Guiné-Bissau e da própria África pós-colonial... É seguramente uma metáfora das nossas ruínas, materiais e imateriais, as que ficaram do nosso império...

Mas o mérito do realizador e da equipa é terem ido para Bafatá, despidos de preconceitos etnocêntricos... E trata-se de cinema lusófono!... Por outro lado, o filme faz-me lembrar o "Nuovo Cinema Paradiso", do italiano Giuseppe Tornatore (1988)... Mas isso daria aso a outras reflexões sobre o cinema enquanto objeto de cinema que não cabem aqui neste blogue e nestes "manuscritos" (...)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16413: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte V: Em Bafatá, reencontrando o sr. Dinis, da Escola de Condução Automóvel



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Outubro de 2015 >

Fotos (e texto): © Adelaide Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Adelaide Carrelo | 10/08/2016

Assunto - A viagem pela minha Guiné

 Bom dia,  Luís,

Adorei ver o meu BU (*), hoje logo de manhã!!!

Seguem 2 fotos minhas (agora que já me conheces), uma com 8 anos e a
outra actual.

Um beijinho

PS - Vou fazer mais uma selecção das fotos da minha viagem, para te enviar. As próximas são de Bafatá.

2. Continuação da publicação do álbum fotográfico e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro  de 2015 (*):


A viagem continua de Buba até Bafatá por estradas de terra molhada pelas chuvas que caem sem pejo, escondendo o alcatrão de outrora [fotos nºs 3 e 4].

Tudo começou quando o meu filho nos disse que tinha sido selecionado para trabalhar na TESE em Bafatá. Foi como um relembrar daquilo que nunca vi mas sabia que não poderia ser muito diferente de Nova Lamego há quarenta e quatro anos atrás. Muito estranho este sentimento, não tive medo de o deixar partir. Claro que em condições diferentes de quem partiu para lá durante a Guerra.

Senti Bafatá como uma “mãe” que me iria substituir por um tempo que parecia infindável.

A esperança de voltar a pisar esta terra renasce. Durante este tempo as lembranças começam a tornar-se cada vez mais frequentes e o filme “Bafatá Filme Clube” foi a melhor estrada para entrar nesta cidade (**).

Ao seguir na estrada vermelha, vieram-me ao pensamento os militares que cruzarem esta floresta, sem saber para onde iam mas com a certeza do regresso. Pensamentos perdidos no verde da paisagem, atentos a cada passo que podia ser fatal.

Em Bafatá revi o sr. Dinis [, foto nº 2], que conheci em Nova Lamego, na altura tinha uma escola de condução que permanece ainda hoje em Bafatá [, foto nº 1]. Ele lembrava-se muito bem dos meus pais, e de nós os três ainda meninos.

Foi com as lágrimas nos olhos que abracei este senhor que tem pela Guiné um amor incondicional, fez tropa na Guiné,  veio à Metrópole casar e voltou com a esposa, D. Célia, até hoje. Habituaram-se e ter e a perder, como todos os Guineenses.

Neste sítio também não há pressas. Os dias sucedem-se às noites e o tempo passa devagar. Realmente a adaptação do ser humano é impressionante. Quando a noite cai e a escuridão nos envolve, os nossos olhos passam a ver como os felinos. Só a partir das 20h00 quando a luz mortiça nos ilumina, bebemos um café no “Ponto de Encontro”, na companhia da D. Célia (sempre a sorrir) e do sr. Dinis, mas inexplicavelmente durante o dia não sentes a falta desta cafeína que pensas não poder passar sem ela.

Cá tudo nos falta, até aquilo que não existe. Quando observo as atitudes de muita gente que reclama por tudo e por nada, só penso “uma semaninha na Guiné, fazia-te bem ao corpo e à alma”.

Continuamos a viagem...

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17 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12595: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (15): O cinema local e a figura lendária do seu guardião, o Canjajá Mané... E, a propósito, relembre-se o documentário, já em DVD, "Bafatá Filme Clube", do realizador Silas Tiny, com fotografia de Marta Pessoa (Lisboa, Real Ficção, 2012, 78')

terça-feira, 16 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14756: Em busca de... (259): Fotos do cinema de Bafatá, c. 1970 (António Martins, arquiteto, Bigarquitectura, Braga)

1. Mensagem do nosso leitor António Martins, arquiteto [, ESBAP, 1978], coordenador da equipa da Bigarquitectura [, foto à esquerda, cortesia da respetiva página na Net]
Data: 19 de maio de 2015 às 17:22

Assunto: cinema Bafatá

Caro Luis Graça


Não fui combatente na Guiné, porque, na altura em que eu teria que cumprir o serviço militar, já tinha acabado a guerra.

Tenho no entanto desde há 5 anos uma ligação forte com a Guiné e, como sou arquiteto, tenho um especial interesse pelos edifícios coloniais ainda existentes e que, infelizmente, estão, na sua maioria, senão destruídos, em muito mau estado de conservação.

Depois de ter visto o magnífico documentário Bafatá Filme Clube, de Silas Tiny, fiquei com imensa curiosidade sobre o edifício. Acontece que, após consulta intensiva na internet, não consegui obter imagens do edifício enquanto este era novo e estava em bom estado de conservação. Todas as fotografias que descobri reportam-se ao edifício em muito mau estado de conservação, ou mostram-no após as (pequenas) obras de recuperação que sofreu para as filmagens.
Um aparte: Curiosamente, consegui imagens interessantíssimas e da época, relativas ao edifício do Sporring Clube de Bafatá.

Assim sendo, agradecia que colocasse no seu blog este meu apelo, no sentido de que me sejam enviadas eventuais fotografias do cinema, isto é, logo após 1968/1970.

Desde já o meu obrigado.

Com os melhores cumprimentos,
A. Martins

big@bigarquitectura.pt

www.bigarquitectura.pt




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 2010 > Aspeto do edifício do cinema local, construído no inícío da década de 1970... O regresso do Fernando Gouveia, 40 anos depois... O nosso blogue e sobretudo o Fernando Gouveia acabaram por estar também na origem do filme, estreado em 2013, do realizador português, de origem santomense...

Recorde-se que o Fernando Gouveia  (i) foi alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; (ii) é autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; e (iii) é arquiteto, reformado, residente no Porto.

Foto: © Fernando Gouveia (2014).Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

2. Comentário do editor:

Meu caro arquiteto, as nossas desculpas pelo atraso na publicação do seu pedido, mas a nossa equipa é curta de recursos (humanos, técnicos, financeiros...). Infelizmente, falta-nos,nos nossos arquivos,  uma foto do cinema quando "jovem" (c. 1970)... Mas o nosso Fernando Gouveia, ele próprio arquiteto e residente no Porto, pode ser que dê uma ajuda preciosa... Ele é contemporâneo da construção do cinema, tendo estado em Bafatá em 1968/70. Vou contactá-lo. Ele tem um álbum fotográfico precioso da nossa querida "princesa do Geba", com muitas fotos, de resto, já aqui publicadas ao longo dos 11 anos de existência do blogue.   Vamos também apelar aos nossos camaradas que passaram por (ou estiveram em) Bafatá nessa época.

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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de junho de  2015 > Guiné 63/74 - P14754: Em busca de... (258): Joaquim Santos Viana procura camaradas da CCAV 1748 (Contuboel e Farim, 1967/69)

sábado, 25 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14523: Agenda cultural (392): "O medo à espreita", documentário (Portugal, 2015, 86'), de Marta Pessoa, hoje, às 18h00, no Cinema São Jorge, no âmbito do Indie Lisboa 2015 - 12ª Festival Internacional de Cinema Independente








"O cinema independente celebra-se, duplamente, no dia da liberdade. A 25 de Abril, será exibido o mais recente documentário de Marta Pessoa: O Medo à Espreita. Um olhar sobre os passos escondidos e as manobras secretas da PIDE, a política política do Estado Novo, e que ainda marcam, hoje, as vidas e memórias de quem sofreu com as suas perseguições e torturas. A sessão especial terá lugar hoje, às 18h, na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, com a presença da realizadora. Um filme que promete não fazer esquecer os que sofreram, em Portugal, com os passos secretos da ditadura".


O Medo à Espreita
18:00 | 25 DE ABRIL DE 2015
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Marta Pessoa, Documentário, Portugal, 2015, 86'

Secção: Sessões Especiais

Sinope:

Depois de “Lisboa Domiciliária”, estreado nas nossas salas em 2009, Marta Pessoa filma outras memórias secretas: a de cidadãos que viveram, até à queda do Estado Novo, uma vida de perseguição pessoal e política. Ao longo de toda a sua existência, uma das piores faces da ditadura movia-se por passos secretos, informações ocultas, e perseguições, no dia-a-dia, a pessoas suspeitas de viverem contra o regime. “O Medo à Espreita” é o retrato, assim, de pessoas que viveram diariamente debaixo da sombra dos informadores da PIDE/DGS e da sua tortura. Mas é também o retrato de um país onde o instrumento da denúncia cresceu para além dos círculos políticos para se instalar, sorrateiramente, no nosso quotidiano.

PS1 - Bilhete  com desconto: (i) jovens até aos 30, (ii) maiores de 65 anos, (iii) desempregados (mediante a apresentação de cartão do IEFP): 3,5€.

PS2 - A nossa amiga Marta Pessoa é também a realizadora de Quem Vai à Guerra [Portugal, Real Ficção, 123', 2011, disponível em DVD, € 10]. E foi a diretora de fotografia do filme de Silas Tiny, Bafatá Filme Clube  (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78').
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Nota do editor:

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14238: Fotos à procura de... uma legenda (51): Manuel Joaquim dos Prazeres, empresário de cinema e caçador, Cabo Verde (1929/1943) e depois Guiné (1943/73)... Fotos da Praia, ilha de Santiago, Cabo Verde, com amigos (Lucinda Aranha)





Fotos nº 1 e 1A



Fotos nº 2 e 2A



Fotos nº 3 e 3A




Fotos nº 4 e 4A

Cabo Verde > Ilha de Santiago > Praia > c. 1929/43 > O empresário Manuel Joaquim dos Prazeres com amigos.


Fotos: © Lucinda Aranha (2015). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de Lucinda Aranha (filha do Manuel Joaquim, empresário  e caçador em Cabo Verde (1929/1943) e Guiné (1943/1973), o homem do cinema ambulante; ela está a escrever um livro sobre o pai) (*)


Data: 19 de janeiro de 2015 às 18:47
Assunto: Fotografias da Praia

Caro Carlos,

Este mail dirige-se ao tabanqueiro Luís Graça e não a si mas como já lhe referi, por diversas vezes, sou muito incompetente nestas andanças de Net. Por isso agradeço lhe faça chegar o meu pedido.

Caro Luís.

Li hoje uma sua mensagem em que refere ter estado o seu pai no Mindelo e ter o Luís um particular apreço por Cabo Verde onde tem amigos. Acontece que o livro que eu ando a escrever,conforme já referi no blogue,está praticamente concluído. Só que estou presa por umas fotografias que gostava de inserir no livro mas tenho tido muitas dificuldades em conseguir identificar a maior parte das pessoas.


Sei que foram tiradas entre 1930/40 na cidade da Praia e consigo identificar o meu pai [. foto direita], o mestre Vicente e, penso, o chefe da polícia, o Ramos Pereira. 

O Branco Vicente, mais velho, que vive na Praia,  não os consegue identificar, mandei as fotografias por mail para o Cacá, filho do dr Carlos Almeida, e que vive nos Açores mas em vão.

Tenho esperança que a Lurdinhas, uma filha do sócio do meu pai, consiga identificar os retratados. Só que apesar de ela viver em Lisboa é difícil, por razões diversas que não se prendem com má vontade, conseguir um encontro com ela nos tempos mais próximos. Assim, tomo a liberdade de lhe enviar as fotografias. Pode ser que o milagre aconteça.

Desde já muito obrigada,

Lucinda Aranha



Guiné > s/l > s/d > Manuel Joaquim dos Prazeres, empresário de cinema e caçador, que conhecia a Guiné como poucos

Foto: © Lucinda Aranha (2014). Todos os direitos reservados.


2. Resposta do editor LG:

Lucinda:

Olá. boa, noite. Sim, o meu pai [, Luís Henriques, 1920-2014,]  esteve 26 meses em Cabo Verde, mais exatamente em São Vicente, Mindelo, entre junho de 1941 e setembro de 1943. Era então 1º cabo, e pertencia a uma força expedicionária (c. de 5 mil homens) que guardava aquele ponto estratégico, no Atlântico, por onde passavam os cabos submarimos e os navios que demandavam o hemisfério sul...

Infelizmente, não a posso ajudar, a não ser através das memórias que o meu pai me deixou, dessa época... Ele já não está entre nós. É boa a sua sugestão de se publicar as fotos (, que foram tiradas na Praia e não no Mindelo) e pedir ajuda para as legendar aos nossos camaradas, amigos e leitores de Cabo Verde. Por aí é possível obtermos alguma pista (*).

Há dias fiz uma referência ao seu pai. Ou melhor, o seu pai é referido no filme Bafatá Filme Clube, de Silas Tiny, produção da Real Ficção... O seu pai ia a Bafatá, dava cinema na casa ou no páteo de um comerciante local... Portanto, competia com o Sporting Club de Bafatá que tinha uma sala de cinema... Devem ter corrido com ele... No Sporting estava a elite local... Tem que ver o filme, passou na RTP2, está disponível em DVD (**)...

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Notas do editor:

(*) Último poset da série > 30 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14097: Fotos à procura de ... uma legenda (50): Fotos de António Fernandes Abreu, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71 (José Manuel Matos Dinis)

(**) Vd. poste de 5 de janeiro de  2015 >  Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

(...) (iii) A talhe de foice, também há uma referência à passagem, por Bafatá, do Manuel Joaquim dos Prazeres, o conhecido empresário de cinema ambulante, pai da nossa leitora e escritora Lucinda Aranha. Chegou a fazer sessões de cinema na casa do comerciantes António Marques da Silva. (..:)