segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Guiné 63/74 – P5098: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (25): As armas proibidas que nós utilizámos


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a sua 25ª estória:

Camaradas,

Rebuscando os fundos do meu baú de memórias, vou-o esvaziando das memórias minhas boas e más recordações do antigamente, retirando o pó aos textos e dando-lhes apenas alguns retoques, editorialmente falando, pois as ideias neles expressas, mantenho-as inalteráveis, por, ainda hoje, as perfilho convictamente.

A matéria de hoje é problemática e controversa, mas penso que vale a pena ser exposta.

O presente texto havia dado, e mantenho, o título:

AS ARMAS PROIBIDAS QUE NÓS UTILIZÁMOS

Na guerra em que nós portugueses fomos protagonistas, nem sempre usamos de métodos “cavalheireicos”, convencionais, éticos, ou clássicos (como queiram chamar-lhe), nas estratégias adoptadas contra o IN, na mata.

Além do equipamento militar normal e regular que o exército nos fornecia e usávamos no terreno, e era do conhecimento geral, também utilizámos material bélico que era proibido pelas leis e regulamentos da Convenção de Genebra.

O Direito de Intervenção Humanitária, órgão das ONU, impedia o emprego em combate de um determinado número de armas que, pela sua natureza pouco leal e traiçoeiro, foram declaradas desumanas, por causarem mais tortura e sofrimento físico, que o necessário e indispensável, para inutilizar um combatente (deixá-lo fora de combate).

Tudo tretas para nós, porque, como é sabido pela experiência, a lei na guerra, é olho por olho, dente por dente, ou “com ferro matas com ferro morres”, cada um usa as armas que tem e quando desesperado, ou por motivos de ódio e, ou, vingança, as que não devia.

Nós usamos, por exemplo, a bala Dum-Dum, proibida desde o século 19, por uma das ditas convenções internacionais, que regulamenta a utilização de armas de Guerra. Esta bala foi criada pelo Exército Britânico, no final do século 19, para ser usada em distúrbios na Índia (então Colónia Inglesa).

A bala Dum-Dum é uma bala com a ponta oca, que tem um poder destrutivo superior a todas as outras, porque expande-se pelo corpo humano em vários estilhaços após o impacto na carne, ou osso.

Utilizamos também balas de penetração maciça de fragmentação tracejante.

Chegámos a rebordar (ranhurar) as pontas das balas comuns da G3, com as nossas facas de mato, ou com navalhas, para que o seu efeito penetrante provocasse um maior rombo no local de entrada.

Utilizamos granadas de fósforo e bombas de napalme, que eram proibidas Internacionalmente, pela ONU.

O napalme foi um armamento militar que chegou a ser utilizado (embora pontualmente), pela nossa aviação em alguns locais da Guiné, em bombardeamentos a bases do IN. É constituído por um conjunto de líquidos inflamáveis (à base de gasolina gelificada) e sais de alumínio e, pela sua especificidade de, no momento da sua detonação, para maior eficácia e rendimento destrutivo, e mortífero, através de um maior raio de expansão explosivo, requerer uma grande e instantânea absorção de oxigénio, tornou-se um meio pouco apropriado na nossa guerra de “guerrilha”, já que as características do terreno em África (selva por vezes muita cerrada e, ou muito lodosa), não permitiam assim o seu pleno desenvolvimento.

Em armadilhas, truques e alçapões, como eram conhecidos, os nossos camaradas de Minas e Armadilhas, quantas vezes não utilizou material incendiário (fósforo) e outros produtos de teor proibido.

Com o decorrer da comissão e a “bestalização” da guerra ia-se instalando e dominando o nosso discernimento psíquico. Quem não utilizou estes artefactos?

Estou convicto que, naquele tempo, se houvesse material de destruição maciça, nós, em casos pontuais, em desespero de causa, por motivos de ódio, ou vingança pelos nossos mortos em combate, tínhamo-lo utilizado.

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art

Imagens: Wikipédia, enciclopédia livre (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P5097: Parabéns a você (35): À nossa jovem tertuliana Cátia Félix (Editores)

1. Hoje, dia 12 de Outubro de 2009, acrescenta mais um ano à sua ainda curta vida, a nossa amiguinha Cátia Félix.

Cátia Félix, ainda na idade da imortalidade, entrou na nossa tertúlia pela porta grande, quando se dispôs a ajudar a sua amiga Cidália Cunha, viúva do nosso malogrado camarada António Ferreira.

A sua iniciativa, que juntou os esforços de camaradas nossos como Paulo Santiago e Álvaro Basto, entre outros, tinha como finalidade desfazer, de vez, algumas dúvidas que a Cidália tinha em relação às condições em que se deu a morte de seu marido.

Porque merece a nossa estima e admiração, este grupo de ex-combatentes da Guiné, onde qualquer um a queria ter como filha, deseja o melhor da vida à Cátia, e muitos êxitos no presente e no futuro.
Para a Cátia vão 375 beijinhos neste dia de festa



Vamos lembrar as suas amáveis palavras do dia 6 de Abril de 2009:

Caros Amigos

Obrigado pelo post de boas vindas e, especialmente pela intenção.
Deixei um comentário de agradecimento e, achei por bem enviar-vos também por email, já que me apadrinharam na vossa "casa".

Aqui fica e, depois poderão lê-lo no blog (desculpem ser tão extenso):

Caros Amigos
Desde já o meu muito obrigado pelas boas vindas e por todo o carinho manifestado.
Sinto um enorme ORGULHO em fazer parte desta grande família.
Sei que com vocês só tenho a aprender e, com as vossas histórias retirar uma grande lição de vida.

Quem é que hoje em dia, no nosso país, se sujeitava a deixar o aconchego do lar, tendo apenas como companhia a nefasta missão de defender a pátria idolatrada?
Que ORGULHO eu tenho de todos vocês que combateram entre bombas e ogivas, canhões e trincheiras, de corpo cansado, à deriva, com suor, sangue, lágrimas e solidão... Eu consigo reconhecer o vosso verdadeiro valor...

Os "grandes" não o reconhecem? Pois não... Porque apenas têm a frieza de inventarem guerras e as imporem aos seus soldados. Os "valentões" que governavam e gorvernam apenas têm ideias fertéis para inventarem, agora coragem para combater é outra história...

O amigo Carlos Vinhal disse: "a história alguém a há-de escrever. A nós cabe deixar os relatos e os testemunhos para estudo futuro."
Para mim a história são todos vocês. Vocês sim fizeram história e, é essa história que eu vou com certeza contar aos meus filhos, porque da minha parte a vossa história não morrerá no tempo. Farei o meu papel de "Cavaleira desta ordem" como disse o amigo António Matos.

Não vivi no tempo da Guerra Colonial, nem passei pelas angústias que as famílias passaram... Talvez não me aperceba mesmo o quão profunda é a palavra CAMARADA e o sentimento que ela transporta, mas provavelmente será UNIÃO, AMIZADE, LEALDADE... sentimentos que eu quero carregar e passar, porque sem isso a minha vida não teria sentido.

Amigos, em tudo que puder ajudar, apesar da minha tenra idade, estarei aqui...

Obrigado pelos beijinhos, pelo abraço com uma palmada nas costas (acredita que o consegui sentir)... Obrigado por existirem.

Disfrutarei com todos vocês, homens e mulheres de armas, esta viagem que é a vida, pois apenas tenho uma oportunidade e tenho de tirar o maior proveito.

Beijinhos da nova amiga
Cátia Félix


Cátia Félix, em primeiro plano, junto à campa do nosso camarada António Ferreira

Foto: © Maria Luís Santiago (2009). Direitos reservados

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Notas de CV:

(*) Vd. postes de:

Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4050: (Ex)citações (21): A esperança de que o António Ferreira ainda esteja vivo...(Cátia Félix)

31 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4117: A tragédia do Quirafo: 37 anos para fazer o luto pelo António Ferreira (Paulo Santiago / Cátia Félix)

5 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4140: Tabanca Grande (130): Cátia Félix, jovem estudante de Ciências Farmacêuticas, solidária e interessada pela Guerra Colonial

6 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4148: Comentários que merecem ser Postes (2): Sinto um enorme orgulho em fazer parte desta enorme família (Cátia Félix)

18 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4205: In Memoriam (19): António Ferreira, 1.º Cabo TRMS da CCAÇ 3490, morto em combate no dia 17 de Abril de 1972 (Cátia Félix)

Vd. último poste da série de 11 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5094: Parabéns a você (34): Eduardo Campos, ex-1.º Cabo TRMS da CCAÇ 4540 (Editores)

domingo, 11 de outubro de 2009

Guiné 63/74 – P5096: Filatelia(s) (5): Envelopes comemorativos com selos e carimbos alusivos a efemérides, datadas de 1966 e 1969 (Magalhães Ribeiro)


1. Do arquivo pessoal, do Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré, Brá e Mansoa 1974, anexo dois envelopes comemorativos, com selos postais e carimbos alusivos a efemérides, datadas dos anos de 1966 e 1969:

Camaradas,

Como diria o meu bom Amigo e Camarada “Mansoense”, Jorge Picado, dando seguimento à série lançada pelo Luís Graça, dedicada à actividade filatélica na Guiné, estou a seleccionar várias peças existentes no meu espólio, que penso ter interesse publicar, para aqueles que não conhecem e para aqueles que, tendo conhecido então, já se haviam esquecido.

Assim sendo, encontrei alguns envelopes comemorativos, com selos postais e carimbos alusivos a efemérides que foram levadas a efeito na Guiné, além de algumas colecções de selos dos anos 60 e 70, do século passado, que nos trazem à memória as cartas que enviávamos aos nossos queridos familiares, namoradas e amigos.
Neste poste coloco 2 dos referidos envelopes, um que foi lançado com os dizeres: Glória ao Exército Português – 1.º Dia de Circulação – 8 de janeiro de 1966, e, um segundo, dedicado à Viagem do Presidente do Conselho Prof. Marcelo Caetano - Província Portugesa da Guiné - 14 de Abril de 1969, com carimbo alusivo dos respectivos dias.

GLÓRIA AO EXÉRCITO PORTUGUÊS – 1.º DIA DE CIRCULAÇÃO – 8 DE JANEIRO DE 1966

Viagem do Presidente do Conselho PROF. MARCELLO CAETANO - PROVÍNCIA PORTUGESA DA GUINÉ - 14 DE ABRIL DE 1969 com carimbo alusivo do mesmo dia

Um abraço Amigo,
Magalhães Ribeiro
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74

Documentos: © Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. postes anteriores desta série em:

Guiné 63/74 – P5095: Estórias do Fernando Chapouto (Fernando Silvério Chapouto) (9): As minhas memórias da Guiné 1965/67 – Rotinas perigosas III

1. Esta é a 9ª fracção das memórias do nosso Camarada Fernando Chapouto, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 1426, que entre 1965 e 1967, esteve em Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda. A série é iniciada nos postes P4877, P4890, P4924, P4948, P4995, P5027, P5047 e P5056.

AS MINHAS MEMÓRIAS DA GUINÉ - 1965/67

ROTINAS PERIGOSAS III

Em início de Setembro a Companhia mudou para Camamudo/Cantacunda, eu fiquei em Camamudo, para passar mais dois meses de descanso bem merecidos.

Em Camamudo, o tempo era passado a jogar à bola, ir à caça, visitar as belas bajudas nas Tabancas e patrulhando o sector, com a finalidade de verificar, junto das populações, se haviam avistado alguém desconhecido por ali e se necessitavam de alguma coisa.

À vinda trazíamos umas galinhas para o pessoal comer, se estas dessem para preparar uma refeição para o pessoal todo, caso contrário destinavam-se a petisco. Como petisco sempre nos proporcionavam o acompanhamento com umas cervejas.

Em Novembro, voltamos novamente para o sacrifício de Banjara, onde, psicologicamente, era penosa a estadia, não pelos ataques do IN (pois felizmente nunca se lembraram de “aparecer” enquanto fizemos as nossas estadias nestas paragens), mas sim pelo isolamento do resto do mundo e pela fome que passávamos.

Os géneros alimentares só chegavam de mês a mês. Quando chegava uma coluna antes da passagem de um mês, já sabíamos que tínhamos em perspectiva mais uma operação, que regra geral se destinavam à procura, na nossa ZO (com prioridade para a região de Sinchã Jobel), de novas Tabancas construídas sobre o domínio do IN e, pela habitual rotina de verificação do estado de coisas (se tudo estava como dantes).

Nos finais de Novembro, fomos reforçados por um pelotão da CCAÇ 1588 e mais uns “periquitos” recém-chegados da Metrópole, que foram logo mandados para Banajra (capital do Oio).

Todos nos entrosamos e convivemos bem, sabendo à partida que estávamos metidos no mesmo barco e só com o sacrifício e a calma de todos, acabaríamos por sair bem daquele complicado conflito.

A prova de que tudo rolava bem, é que todo este pessoal novo rapidamente se adaptou ao modo de vida, ali no meio do mato, isolados de tudo.

Chegou mais um Natal novamente em Banjara, estávamos perto do final do mês e como sempre nestas ocasiões, praticamente já não haviam géneros alimentares, restando-nos apenas o pão e a sopa rançosa (devido à banha de porco com que a cozinhavam) e, à qual, era preciso acrescentar sumo de limão para se enganar o paladar e, assim, se poder tragar.

Um dia antes do Natal, tivemos uma surpresa agradável, pois vimos a avioneta de reabastecimento a sobrevoar Banjara e, esta, sempre era o prenúncio que íamos ter carne para o tacho.

O problema é que o pessoal da avioneta não se aventurava a descer muito perto do solo, visto ser muito perigoso ao tornar-se um alvo fácil para o IN, e, sendo assim, deixavam cair o correio e a carne, que se desfazia toda no impacto com o chão.

Naturalmente, era melhor do que nada e passamos então mais um Natal melhorado, em relação dias restantes.

Chegou a passagem de ano, numa noite linda onde o luar brilhava. Muita cerveja e whisky deslizou pelas gargantas abaixo. Nem precisávamos de copos pois todos bebiam pelas garrafas. Cantávamos o fado e tudo o que vinha à mente. A certo momento, já era o whisky que cantava e não nós.

Por volta da meia-noite o alferes do outro pelotão veio cá fora mandar calar o pessoal. Eu como era o “periquito” mais antigo, já muito tarimbado na Guiné e farto desta irritante e inesperada situação (que ainda hoje não esqueci), exclamei virado para ele: - «“Periquito” vai dormir e fazer companhia ao Alferes Soeiro.» - que era o meu comandante de pelotão.
Então ele avançou para nós, continuando a mandar-nos calar.

O pessoal dele foi-se embora, mas eu estava ali, em pleno convívio com o meu pessoal, e continuei a beber mais algumas cervejas até cair para o lado. Ainda hoje não sei como fui para à cama, se fui levado por alguém, se fui a pé ou a rastejar.

Esta foi a segunda vez que fiquei etilizado, mas desta vez fiquei pior do que da primeira, não sei se foi pelo festejo do dia em questão, se o fiz para esquecer a tristeza de estar mais um ano longe da mulher e do filho (que nem sequer ainda conhecia), ou por tudo junto.

Sempre pensei que um dia as saudades chegariam e teria que as evitar.

No dia a seguir era a rendição, quando acordei fui tomar um banho para refrescar a os pensamentos e tomar um café.

Perguntei aos furriéis se estavam com medo do alferes e ninguém me respondeu.

Até que entram na sala os alferes, dando-nos os bons dias, ao que nós retorquimos do mesmo modo. Todos se sentam à mesa sem qualquer comentário ao que se havia passado.

Levantei-me e chamei à parte o meu alferes, contando-lhe os acontecimentos da véspera.

O meu alferes disse-me simplesmente: “Não passe cartão!

Fui então preparar a mochila e enrolar o colchão, porque, de dois em dois meses, éramos como os ciganos, mobília as costas e arrancar para outras bandas.

Banjara (Dezembro de 1966) O alferes e o furriel da CCAÇ 1588 (reforço à minha Companhia), em cima do meu abrigo subterrâneo

(Continua)

Um forte abraço do,
Fernando Chapouto
Fur Mil Op Esp/Ranger da CCAÇ 1426

Foto: © Fernando Chapouto (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. postes anteriores desta série, do mesmo autor, em:

Guiné 63/74 - P5094: Parabéns a você (34): Eduardo Campos, ex-1.º Cabo TRMS da CCAÇ 4540 (Editores)

Hoje, 11 de Outubro de 2009, faz anos o nosso camarada Eduardo Campos*, ex-1.º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74.

Ao nosso camarada Eduardo vimos, por este meio, desejar-lhe um dia muito bem passado, com alegria, junto da sua família e amigos.


Recordemos a sua entrada na nossa Tabanca Grande em 19 de Abril de 2008:

Olá,
Vou apresentar-me à Tabanca Grande.
Estou na casa do meu cunhado, o Herói de Gadamael (1)
Sou o ex-1.º Cabo Trms Eduardo Campos
Fiz parte da CCAÇ 4540 'SOMOS UM CASO SÉRIO' que esteve entre 1972/74 em:
Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra

Sei as Normas da Tabanca e queria fazer parte da mesma, pois já estive no Almoço de Pombal e, depois de muita insistência do nosso herói, aqui estou.

Tenho acompanhado o Blogue e a AD de Guileje diz-me algo pois estive no Cantanhez e aí tem-se falado muito neste local.

Aguardo a aceitação e eventuais questões onde eu possa participar.
Eduardo Campos


Matosinhos, 8 de Abril de 2009 > Eduardo Campos e o seu cunhado José Casimiro Carvalho, no Restaurante Milho Rei
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 21 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2869: Tabanca Grande (70): Eduardo Campos, ex-1.º Cabo Trms da CCAÇ 4540 (Guiné 1972/74)

Vd. último poste da série de 7 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5064: Parabéns a você (33): Jorge Rosales, ex-Alf Mil da 1.ª CCAÇ (Porto Gole, 1964/66) (Editores)

sábado, 10 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5093: Direito à indignação (2): Quem se preocupa com a situação dos antigos combatentes? (Liga dos Combatentes / Magalhães Ribeiro)


1. Eduardo José Magalhães Ribeiro, foi Fur Mil Op Esp/Ranger da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré, Brá e Mansoa 1974, e é o Sócio da Liga dos Combatentes com o Nº 128.897:


Quem se preocupa com a situação dos antigos
combatentes?

Camaradas,

É com o título em epígrafe, que a revista “Combatente”, Edição 349 de Setembro de 2009, propriedade da Liga de Combatentes, em completa página 5, revela uma carta que foi endereçada a todos os partidos políticos nacionais.

Como este tem sido um motivo ALTAMENTE preocupante, para todos nós, e ultimamente tem sido alvo de várias abordagens e debate aqui no blogue, transcrevo, essencialmente para conhecimento de todos aqueles que não são sócios da referida instituição, a introdução e anexo a carta, com o devido agradecimento à Liga dos Combatentes.

O título é:

Quem se preocupa com a situação dos antigos combatentes?

«Ainda a quente, no rescaldo das eleições, talvez seja bom lembrar que, antes delas, a Liga dos Combatentes tentou sensibilizar os partidos com assento parlamentar, para as conclusões do Congresso dos antigos combatentes, que demonstraram as dificuldades e os obstáculos com que estes antigos militares e suas famílias se defrontam.

Essa acção consubstanciou-se numa carta subscrita pelo General Chito Rodrigues, Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes e que dizia: Carta aos Partidos.

A carta é a seguinte:




Que cada um tire as suas ilações.

Um abraço Amigo,
Magalhães Ribeiro
Sócio Combatente Nº 128.897

Guiné 63/74 - P5092: As nossas placas de identificação (José Nunes)



1. O nosso Camarada José Nunes (José Silvério Correia Nunes), ex-1º Cabo no BENG 447 (Brá, 15JAN68 a 15JAN70), a propósito das chapas de identificação, enviou-nos a seguinte mensagem:




Chapa de identificação

Camaradas,

Depois de ver o poste, onde se atesta a existência de um decreto-lei que criou e definiu a feitura da dita, mando-vos duas fotos da que me foi distribuída.




















Como podem verificar não é ovalizada mas circular, construída em alumínio e ronda os 37 mm de diâmetro exterior.

Tem 10 pequenos furos (cerca de 1 mm cada) ao centro e 2 furos (2,5 mm) junto ao perímetro exterior, para fixação na corrente de suspensão ao pescoço.

As inscrições é que me intrigam. No verso tem um número P202351-68 e o meu nome – NUNES. No anverso tem o meu grupo sanguíneo – A-, e uma data que nada me diz, 16-6-67 (poderá ser data do seu fabrico?).

O meu Nº Mecanográfico era o 046141/67.

Junto envio uma foto do meu “abarracamento”, o BENG 447 (Batalhão de Engenharia 447).

Saudações cordiais.
Cordiais Saudações,
José Nunes
1º Cabo Mec Elect do BENG 447

Fotos: © José Nunes (2009). Direitos reservados.
Emblema: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. último poste da série em:


Guiné 63/74 - P5091: Tabanca Grande (180): Alfredo Dinis Gonçalves Tapado, 1º Cabo Enfermeiro da CCS/BART 6523, Nova Lamego, 1973/74


1. Mensagem do Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS da CART 6523, Nova Lamego, 1973/74, com data de 10 de Outubro de 2009:

Camaradas,

Já há algum tempo que o meu Amigo Magalhães Ribeiro, me tinha falado deste blogue do Luís Graça. Segundo ele me disse o nosso Camarada Luís Graça, disponibilizou este espaço, que muito me surpreendeu pela positiva e pela grandiosidade, para que todos nós possamos nele expor os nossos documentos, fotos e histórias.

Confesso que uma das primeiras consultas ao blogue, resultou da minha natural curiosidade em descobrir a hipótese de encontrar algum dos meus Camaradas, nomeadamente os que comigo viveram e conviveram na minha CCS, com a ajuda do MR.

Para já demos algumas voltas no blogue, e descobrimos que temos entre a Tertúlia Bloguista o Américo Marques da 3ª CART (Cansissé – Nova Lamego), a quem aproveito a oportunidade para enviar um especial abraço, mas da minha CCS, até agora ainda não conseguimos encontrar qualquer pista.

Numa busca pelo Google, descobrimos uma página do António Santos que foi 1º Cabo Escriturário, que irei tentar conatactar.

Percorri inúmeros locais na Guiné, de que me lembro: Gadamael, Mansoa, Teixeira Pinto, Madina Mandinga, Caduca, Pirada, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Bafatá, Xime, Bambadinca e Nova Lamego.

Relíquia de abertura do meu álbum fotográfico

Nos últimos anos devido a um grande “combate” que tenho travado contra um grave problema de saúde (oncologia) na garganta, que me obrigaram a oito intervenções cirúrgicas, não tenho comparecido nas confraternizações do “meu” pessoal, o que, com ajuda do MR, espero voltar a concretizar em 2010.

Apresento-me então à Tabanca Grande:

Alfredo Dinis Gonçalves Tapado
1º Cabo Enfermeiro
CCS do BART 6523
Resido na cidade do Porto (Sé)
Sou funcionário da Câmara Municipal do Porto

Neste envio 3 fotos de Nova Lamego:
















Parada no dia de Juramento de Bandeira de novos milícias (1973)
















Desfile das tropas no dia de Juramento de Bandeira de novos milícias (1973)

Vários Alouettes III no heliporto (1973)

Um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf daCCS do BART 6523

Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P5090: Tabanca Grande (179): Fernando Manuel Oliveira Belo, ex-Soldado Condutor da 3.ª CCAV/BCAV 8323 (Pirada, 1973/74)

1. Mensagem de Fernando Manuel de Oliveira Belo, ex-Soldado Condutor da 3.ª CCAV/BCAV 8323, Pirada, 1973/74, com data de 8 de Outubro de 2009:

É com a maior das emoções, que neste momento te escrevo amigo Luís Graça.

Escrevo-te com a simplicidade de quem apenas tem a 4.ª classe, mas cá dentro tenho a alegria, se assim o desejares, de fazer parte dos camaradas da Guiné.

Luís, ainda hoje mesmo te telefonei, cá do Norte, de Esmoriz, uma cidadezinha entre Ovar e Espinho. Chamo-me Fernando Manuel de Oliveira Belo, natural do Concelho da Murtosa, Distrito de Aveiro, mas casei em Esmoriz. Dito isto vamos à Guiné.

Fui condutor da 3.ª CCAV/BCAV 8323 destacamento em Pirada, Guiné. A 1.ª Companhia foi para Bajocunda e a 3.ª para Paunca e Buruntuma. Embarcámos no Niassa a 22 de Setembro de 1973 e acabamos a comissão a 12 de Setembro de 1974.

Quanto ao que me tocou em sorte na Guiné amigo Luís, é como em tudo na vida, ouve o bom e o mau. A 13 de Dezembro de 1973, era para ir numa coluna a Bajocunda, na qual à ultima hora, foi outro condutor em meu lugar, não sei qual foi a razão! Sei apenas que passado pouco tempo depois da coluna ter saído, se ouviu uma enorme explosão em Pirada. A coluna voltou para trás, mas já com os restos mortais do sapador da CCS, o Soldado Fernando Almeida. A picada era um campo de minas, o Fernando já tinha levantado quatro minas anti-carro, à quinta, sem o saber, estava pisar uma anti-pessoal, e já sabes o que aconteceu.

A 13 de Abril de 1974 o PAIGC, atacou o nosso destacamento com mísseis lançados do Senegal, não havendo baixas. Mais ou menos quinze dias depois, precisamente a 25 de Abril, fomos outra vez brindados, com mais uns mísseis, desta vez houve baixas, mas civis. Na altura do ataque eu estava fora do arame farpado com uns pretos a descarregar um lixo qualquer. Já não entrei para dentro do destacamento, desci por uma rampa que havia ali perto e fui-me abrigar atrás de uma enorme árvore onde também tinha um bagabaga, e ali fiquei até aquela confusão passar, Já dentro do destacamento, fui buscar dois civis que tinham morrido numa enfermaria ao tentarem abrigar-se, infelizmente não conseguindo.

Quanto a coisas boas também havia, como por exemplo, eu armado em maluco, a pedido de quatro ou cinco colegas se não me falha a memoria, pegar na viatura sem dar satisfações a ninguém, meter-me pela picada fora, andar sete ou oito quilómetros pela mata, deixá-los no rio Vidigor à pesca e voltar sozinho, depois, antes de o sol se pôr, voltar novamente a fazer o mesmo percurso, mas no sentido inverso, isto durante quase um mês, agora diz-me se um tipo era maluco ou não.

Também estive numa aldeia chamada Sissaucunda, a uns 15 quilómetros de Pirada aonde ia um pelotão cada mês, manter segurança à localidade. Uma noite, já a altas horas, o tipo da AK começou a fazer fogo sem a malta saber por que razão. O que é certo é que à volta de toda a aldeia todo o mundo fazia fogo, a confusão era tanta que até o Alferes Amarante veio fazer fogo com o morteiro. Só que quando nasceu o dia, é que nos apercebemos do estrago que tínhamos feito, nada mais que vacas e ovelhas.
Também te queria dizer que o nosso comandante, já falecido, era um homem a quem eu, em nome dr todos os meus camaradas da 1.ª; 2.ª e 3.ª Companhias, e CCS, onde quer que esteja, nós o saudamos, Coronel Jorge Matias, com um Viva Portugal e também um Viva ao povo irmão da Guiné-Bissau.

Luís, se entenderes de deves fazer algumas rectificações, agradeço-te, porque como já te disse atrás, as habilitações não são muitas, mas faz-se o que se pode.
Também te envio as fotografias, a primeira é a tipo passe, a segunda é de Pirada, junto à fronteira do Senegal, a terceira onde estou baixado também é de Pirada, junto a um abrigo, se bem me lembro, era o abrigo 1, a outra em cima do beliche é no RI6 no Porto onde fui mobilizado. Formei Batalhão no RC3 em Estremoz.

Amigo Luís, despeço-me com um grande manga de ronco.

Vista aérea de Pirada, fronteira com o Senegal

Fernando Belo em Pirada, junto ao abrigo n.º 1

Fernando Belo na sua cama no RI6, Porto

Fernando Belo entre dois camaradas


2. Comentário de CV:

Caro Fernando Belo, bem-vindo à Tabanca Grande. Também pertences aos Roncos de Esmoriz? Sei que por aí levais a sério este espírito de camaradagem entre ex-combatentes da Guiné.

Fizeste bem em dirigires-te a nós para integrar esta tertúlia que, com as suas histórias, quer deixar um legado de experiências, contadas por cada um, segundo o seu ponto de vista e de acordo com a sua memória. Já lá vão muitos anos, mas estamos sempre a tempo para escrever. Uma outra inverdade, motivada pelo tempo decorrido, será sempre corrigida por alguém que viveu os mesmos momentos ou que tem acesso às diversas fontes de informação que já vai havendo.

Deixo-te um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia, onde te deves sentir à vontade. Somos todos camaradas e amigos, e não distinguimos idades, antigos postos, instrução e posição social.

Um abraço pessoal para ti do camarada
Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da sorte de 8 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5073: Tabanca Grande (178): O ex-Cap Art Gualberto Passos Marques, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72

Guiné 63/74 - P5089: Notas de leitura (28): Um Amor em Tempos de Guerra, de Júlio Magalhães (Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Outibro de 2009:

Malta,
Aqui temos um romance que vai estalar muitos corações.
É literatura de massas e para as massas, vai directo, sem ambiguidades ao grande público.
Passa-se em Angola, a estória podia ter-se passado na nossa Guiné. Fala da expiação, tem um falso morto e uma paixão que se reacendeu na hora própria.
Que querem mais?

Um abraço do
Mário


O amor antigamente, quando fomos à guerra (1)
Beja Santos

Júlio Magalhães é jornalista e repórter, estreou-se nas letras com “Os Retornados – Um amor nunca se esquece”, já em 13.ª edição. Apresenta-se como um jornalista que não ousa assumir-se como um escritor, cumpre a função de contar histórias. Se “Os Retornados” tem como palco o fim do Império, agora “Um amor em tempos de guerra” (Esfera dos Livros, 2009) leva-nos aos teatros de operações, aos que ficaram na retaguarda, procura-se recriar a atmosfera do início dos anos 60, a chamada década de ouro do desenvolvimento português, onde se amassaram o crescimento do turismo, o êxodo da emigração, a expansão industrial e o tumulto gerado pela guerra colonial.

É um romance que corre perigosamente na fronteira entre a simplicidade e a lamechice. Convence na sua tentativa de singeleza, da reconstituição de ambientes e mentalidades. Socorre-se de uma história plausível e até de vivências reais, diz o autor. Tudo começa em Santa Comba Dão, no Vimieiro, muito perto da casa de Salazar, é aqui que vive um jovem chamado António que tem 13 anos quando começa a guerra em Angola. Os seus pais são humildes, gente honrada e de hábitos conservadores. O jovem vive afeiçoado de Amélia, passaram a inocência da infância, agora têm uma afeição mútua, caminham para o enamoramento. Em 1963, José Ferreira, o pai de António, morre, António e a sua mãe (Maria das Dores) partem para a casa da avó, as dificuldades económicas aumentaram. António gosta de ser agricultor, vende os produtos da terra aos sábados no mercado de Santa Comba Dão. O relacionamento com a Amélia aprofunda-se, alguns jovens da aldeia partem para a tropa, embarcam para África.

Os anos passam, a guerra em África aumenta de intensidade. Na televisão, no Natal, aparecem jovens no programa Ao Serviço da Nação, são militares que enviam beijos para a família e dizem coisas como: “Até ao meu regresso”. Amélia faz o enxoval, na taberna fala-se cada vez mais na guerra, há quem diga que se for mobilizado foge para França. É na taberna que perora Osvaldo, que tem o seu derriço por Amélia.

Um dia chega uma carta do Ministério do Exército a mandar António apresentar-se em Chaves. É a primeira viagem de António, de Chaves ele escreve pela primeira vez à sua mãe e à sua noiva. Faz amizades com outros jovens do Algarve e do Alentejo, feita a recruta António parte para a Póvoa do Varzim. Os amigos de Chaves partem para a guerra e um dia, em Fevereiro de 1968, António sabe que está mobilizado para Angola. Mãe e namorada ficam no maior sofrimento. Em Alcântara, Maria das Dores e Amélia despedem-se de António que embarca no navio Niassa.

António deslumbra-se com Luanda, as mulheres de vestidos curtos e aquela movimentação totalmente inesperada de uma cidade viva, às cores. No seu correio, António reforça as juras de amor. Depois, parte para Quipedro, a leste de Nambuangongo. Vai ganhando a simpatia dos mais graduados à medida que a horta do quartel onde ele trabalha começa a dar grandes resultados. Amélia já é professora, tirara o magistério primário. Em Setembro desse ano, escreve a António a dizer que o Dr. Salazar, o vizinho do Vimieiro que mandava em Portugal, tivera uma hemorragia e já não governava. António faz novas amizades, um dos seus amigos é Joaquim Fortuna, funcionário dos correios em Bragança que tem a ambição de escrever um livro sobre a guerra que eles estão a viver. Num patrulhamento, encontram uma jovem muito bonita numa cubata, de nome Dulce, nunca mais a esquecerá. Ela é de São Salvador, onde mais tarde ele a irá reencontrar. De facto, logo que teve uma folga, António parte com Joaquim Fortuna para São Salvador onde conhecerá um fazendeiro, Carlos Freitas, são convidados para a sua plantação de café, será aqui que António reencontrará Dulce, enceta-se aqui uma paixão.

Toda a correspondência para a Beira Alta parece mudar de tom. António parte para a região dos Dembos, aqui o MPLA está actuante no Luso, os combates estão a ser duros. É neste Leste de Angola que o MPLA prepara uma cilada à companhia de que faz parte António, provoca muitas baixas, mas António é capturado, o seu corpo nunca é encontrado, é dado como desaparecido em combate ao serviço da Pátria.

Ao fim de dois meses, Maria das Dores e Amélia são informadas. Estas duas mulheres interrogam-se: desapareceu, desapareceu onde? E ninguém sabe? De facto, ninguém sabia. Uma urna vazia desceu à terra. Tempos depois, Joaquim Fortuna foi visitar Amélia, recordaram com saudade o desaparecido. Joaquim nunca falou em Dulce que recebera a notícia do desaparecimento de António com sofrimento indescritível: estava grávida quando ele desapareceu, nasceu depois um mulato a quem Dulce pôs o nome de António.

Um amor em tempos de guerra” tem, pois, todos os ingredientes para cativar a atenção dos veteranos de todas as frentes, aqueles que expiam saudades, que guardam memórias de outros amores difíceis e de dolorosas separações ou mesmo relações extravagantes ou contraditórias que, cá e lá, mudaram as suas vidas, às vezes para sempre.

(Continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste de 6 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5057: Notas de leitura (27): Os Heróis e o Medo, de Magalhães Pinto (Beja Santos)