sexta-feira, 12 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5979: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (14): O acampamento na Mata dos Madeiros: um buraco no meio do nada

1. Mensagem de José Câmara (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73), com data de 5 de Março de 2010:

Caro e amigo Carlos Vinhal,
Junto encontrarás a continuação do meu roteiro por terras da Guiné.
Neste caso pela Mata dos Madeiros, onde os corpos se confundiam com a terra vermelha. Foi um tempo difícil para nós.
Aqui, nesta mata, aprendi o verdadeiro sentido das palavras camaradagem e amizade, comando e comandados.

Hoje, trinta e sete anos depois, continuo a recordar a cartilha de então.

Para ti e para todos os camaradas, com muita amizade, um abraço.
José Câmara


Memórias e histórias minhas (14)

O acampamento na Mata dos Madeiros: um buraco no meio do nada


A Mata dos Madeiros não era mais que uma faixa de terreno que dividia as matas da Caboiana e do Balenguerez. Foi nesta mata, na estrada velha, tipo picada, que o General Spínola ter-se-ía encontrado com os gurrilheiros do Chão Manjaco, no processo que levaria a uma possível entrega daqueles, o que não veio a verificar-se. Esse processo, como sabemos, acabou com a morte de três majores e um alferes.

Entre aquelas duas míticas matas, avançava a nova estrada Teixeira Pinto/Cacheu. A CCaç 3327 era uma das forças de intervenção do CAOP 1, então em Teixeira Pinto. Durante a nossa intervenção na estrada, contámos com a protecção afastada de uma força da Companhia de Caçadores 2791, da Companhia de Comandos 26, do Destacamento de Fuzileiros 13, e de uma força da Companhia de Caçadores Pára-quedistas (se a memória me serve bem era a 122, ficando sujeito a correcção).

Localização da estrada Teixeira Pinto/Cacheu

Passada que foi a primeira noite, em plena Mata dos Madeiros, à guerra com os mosquitos, o amanhecer veio-nos mostrar aquilo que seria a nossa vida a partir daquele momento.

O acampamento, um buraco no meio do nada, não era mais que uma terraplanagem em rectângulo sensivelmente do tamanho de um campo de futebol. A protecção física do acampamento era formada por duas grandes barreiras de terra feitas com as máquinas da companhia empreiteira da obra. Era o que tínhamos!


Foto 1 > Um aspecto de um dos acampamentos da CCaç 3327 na Mata dos Madeiros. Ao fundo, na barreira de trás e da frente já é possível verem-se alguns postos de sentinela prontos, e um em construção (em primeiro plano). Ao fundo, a tenda grande era a cozinha de campanha. Na frente, na tenda da esquerda estava montado o Posto de Transmissões com a antena montada na frente. A tenda mais pequena resguardava a água potável (?) do sol. A tenda a seguir era o Posto de Comando (Cap. Rogério Alves).
O arvoredo ao fundo seria mais tarde cortado com a passagem da estrada junto à entrada para o acampamento.


Logisticamente, as nossas malas continuavam aos montes por todos os lados, as barracas continuavam por montar, e tínhamos que dar início às primeiras necessidades de sobrevivência. Havia que definir o plano e implementar a defesa próxima do acampamento, montar as antenas de transmissões, montar a cozinha de campanha, preparar os piquetes para o corte de lenha e escoltas ao Bachile para reabastecimento de água, pão e correspondência, e possíveis evacuações de doentes e feridos. Depois houve que definir os grupos a seguir para o mato na defesa afastada do acampamento, picagem da abertura da estrada e defesa próxima das máquinas. Os arranjos dos postos de sentinela, a preparação de um local que servisse para montar barris com água para higiene, o espaldar para o morteiro 120 e a localização da Capela ao Sagrado Coração de Maria também foram enquadrados.

Foto 2 > Pormenor desta fotografia: a boa disposição dos soldados António Cardoso, Silvestre Júnior e Avelar Ventura, todos da minha Secção. Não consigo identificar o indivíduo de camisa branca. Cada uma destas instalações(?) albergavam uma equipa.

Como missão principal, tínhamos a protecção da estrada que estava a ser construída entre Teixeira Pinto e o Cacheu, e dos cerca de 800 africanos que procediam ao corte do arvoredo no itinerário por onde passava a estrada.

Essa missão seria assegurada da seguinte forma: dois (2) grupos de combate permaneceriam fora do acampamento durante 24 horas a fazer a segurança afastada à estrada e ao acampamento. Dos outros dois grupos, um faria a picagem à estrada e montava segurança próxima às máquinas que trabalhavam na mesma até cerca das 18:00 horas, e o outro mantinha a segurança do acampamento, providenciava a lenha para a cozinha, e fazia as deslocações ao Bachile e, se necessário, a Teixeira Pinto. Cinco secções destes dois grupos faziam a segurança nocturna ao destacamento. Cada posto de sentinela era assegurado por três soldados. Perante este cenário, cada secção tinha, na generalidade, um descanso nocturno ao fim de 12 dias de serviço constante.

Foto 3 > Pormenor da vala onde, muitas vezes, se perdia a paciência à espera de um ataque. Ainda não são visíveis os abrigos

O sucesso da nossa missão dependia muito da disciplina e do respeito, mas sobretudo da compreensão e da entreajuda entre todos. Ali, os salamaleques não eram o mais importante, mas cada um sabia exactamente qual era o seu lugar na hierarquia militar e o papel que desempenhava. A alegria e a camaradagem voltaram ao seio do pessoal pelo simples facto de estarmos fora daquele pesadelo chamado AGBIS. Aqui, na Mata, naquilo que nos competia, nós éramos donos do nosso destino.

Sabíamos que tínhamos uma boa companhia. Agora competía-nos comprovar isso mesmo.

Foto 4 > José Câmara (e a sua Secção preparando um abrigo) A. Ventura (com arma), Cabo Silva (com a pá), Serpa (pequenino), Cabo Leonardes, Serpa (grande) e Massa.

E pusemos mãos à obra!

Com a chegada e a ajuda dos capinadores, começámos a montar o aldeamento da Mata dos Madeiros. As canas de bambu e folhas de palmeira foram o material preferido dos engenheiros da obra. Os aposentos primavam pelas linhas rectilíneas, portas largas e o ar condicionado era providenciado pelas gretas entre folhas de palmeira. As camas de estilo contemporâneo, insufláveis, aos poucos se foram abatendo, acabando por ficarem espalmejadas no barro vermelho da área. Com o andar das semanas, aquele barro acabou por ficar moldado com o nosso corpo.

Foto 5 > José Câmara > Um pormenor do meu sumptuoso aposento. Como nota a limpeza das nossas miseráveis instalações!

Deixem-me ler-vos ao que então escrevi à minha madrihna de guerra.

Carta de 10 de Abril, 1971 (a última vez que escrevera tinha sido a 1 de Abril, ainda de Bissau):

Já me encontro no mato, num acampamento em que as barracas são em folha de palmeira. Dorme-se em colchões, tipo praia, deitados no chão. Connosco também temos cerca de 800 africanos. Entre eles, possivelmente, haverá alguns turras. A alimentação é muito à base de ração de combate.

De vez em quando, vamos para as valas esperar um ataque. Para a lenha vamos com um machado numa mão e a espingarda na outra. Temos que fazer escoltas, rondas nocturnas, e evacuações de doentes. Para as necessidades fisiológicas, só mesmo de espingarda. Dia sim, dia não, vou para o mato.

Enfim, esta é a história de um dos muitos militares que se encontram na Guiné. Não é melhor nem pior... tudo o mesmo. Defender algo que nem sei se valerá a pena.

Ainda não sei o que são tiros...


Foto 6 > Na minha Secção todos os trabalhos eram feitos em conjunto. Aqui estou cavando e ajudando a montar os pilares onde seriam colocados os bidões (em sistema de vazos comunicantes) de água para chuveiro.

No Sábado de Aleluía, 10 de Abril de 1971, pelas 11 horas da manhã, fazia a minha primeira saída de 24 horas. Essa saída ficar-me-ía na memória. Porque era a minha primeira grande saída, e porque foi cometido um erro que nos poderia ter ficado caro.

Coisas de periquitos!

José Câmara
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5862: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (13): Um buraco no inferno da Mata dos Madeiros

Guiné 63/74 - P5978: Mais casos de insubordinação no teatro de guerra: CCAÇ 5, Canjadude, 25 de Novembro de 1969 (José Corceiro)

1. Comentário de José Corceiro, ex-1.º Cabo TRMS, CCaç 5, Gatos Pretos (Canjadude, 1969/71), ao poste de 11 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5972: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (3): O Cap Patrício, a CCAÇ 15, dois casos de insubordinação e ainda o Cherno Baldé

Caro José Cortes


Na CCAÇ 5, dia 8 de Novembro de 1969, houve uma rebelião de todos os militares nativos, [os quais] abandonaram o Aquartelamento de Canjadude em direcção a Nova Lamego. A cadeia hierárquica foi posta em causa pelos militares Africanos… e que trabalhão!

No dia 25 de Novembro de 1969, por volta das 23.30h, um cabo metropolitano quebrou a ordem estabelecida e,  de G3 em punho, foi ao abrigo do Capitão (comandante da companhia),  desafiando-o com todo o tipo de provocações, a gritar que o queria matar ali fora,  à vista de todos.

Um abraço

José Corceiro
 
2. Comentário de L.G.:
 
O José Martins, ex-Fur Mil Trms, dos Gatos Pretos, CCAÇ 5 (Canjadude, 1968/70) (*), confirmou-me esta noite, ao telefone,  esta história. Ele também esteve implicado nos acontecimentos (ou foi apanhado por eles, por tabela).  Confirma que houve uma insubordinação, e que o pessoal africano só terá regressado ao quartel sob a ameaça dos T 6... Não sei se  estamos a falar do mesmo caso... Vamos ter cautela com o uso (e o abuso) dos detalhes... Espero que ele, por escrito, nos diga mais pormenores...
 
 Já aqui falámos também do caso de Paúnca (**), contado pelo J. Casimiro Carvalho, com a grave insubordinação dos soldados africanos da CCAÇ 11 (Os Lacraus de Paúnca) que expulsaram, do aquartelamento,  os graduados e especialistas, de origem metropolitana... Estamos a falar no pós-25 de Abril. Mas terá havido seguramente mais casos, no Teatro de Operações da Guiné, com tropas quer metropolitanas quer do recrutamento local... O nosso blogue fica aberta a outros comentários, depoimentos, histórias, etc., sobre este tema até aqui pouco explorado (e delicado).
 
_____________
 
Notas de L.G.:
 
(*) Sobre a CCAÇ 5, temos mais de 30 referências (sem contar  com a I Série do blogue, que não está indexada: Vd. postes do José Martins e do João Carvalho. Procurar por exemplo por Canjadude, na I Série do Blogue)

(**)  25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)

Guiné 63/74 - P5977: Tabanca Grande (207): Jorge Simão, de S. João da Madeira, ex-1º Cabo Escriturário, CART 2477, Cufar, 1969/71



Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 2477 (1969/71) > Vista aérea de Cufar...

Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 2477 (1969/71) > O 1º Cabo Escriturário Jorge Simão


Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 2477 (1969/71) >  O Jorge Simão junto ao edifício da secretaria (?)... Várias companhias por aqui passaram, além da CART 2477:  CCAÇ 763, CCAÇ 1621, CART 1687... Temos alguns camaradas pertencentes a duas destas unidades de quadrícula: Hugo Ferreira Moura (CCAÇ 1621) e  Mário Fitas (CCAÇ 763)...

Fotos: ©  Jorge Simão (2010). Direitos reservados



1. Mensagem do novo membro da nossa Tabanca Grande (*), Jorge Simão, residente em São João da Madeira, ex-1º Cabo Escriturário, CART 2477, Cufar, 1969/71:

 Assunto: pela primeira vez o meu contacto

S.João da Madeira, 5 de Março de 2010

Amigos e companheiros de Guerra, depois de algum tempo que ando aqui a "espreitar" o vosso blogue, sempre resolvi escrever para vocês, mas antes de mais vou-me apresentar:

Sou Jorge Augusto Simão, da Rua dos Viajantes, 214,  1º-Esq., 3700 - 303 S. João da Madeira, fiz parte da CART 2477 do BART 2865 e foi colocado em Cufar e o Batalhão em Catió (foi para a Guiné em Fev / 69 até Dez /70, mas eu ainda aguentei em Bissau até Fev 71, era 1º Cabo Escriturário).

Vou enviar umas fotos em Cufar, mas como é a primeira vez que escrevo, fico-me por aqui, espero umas dicas do Luis Graça, porque espero que este contacto seja o mais correcto. Numa próxima vez escreverei mais em pormenor alguns acontecimentos passados na Guerra.

Um abraço grande deste camarada e combatente da guerra da guiné.

Jorge Simão

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Jorge:  Em primeiro lugar, põe-te à vontade. Uma vez que já nos "espreitas" há uns tempos, sabes bem que aqui, na nossa Tabanca Grande, ninguém bate a pala a ninguém, respeitamo-nos uns aos outros, é certo, mas tratamo-nos por tu como camaradas que fomos e continuamos a ser...

Não tenho nenhumas dicas especiais para te dar, as nossas regras de convívio são públicas (e respeitadas...), e o que me resta para te dizer é apenas isto: Sê bem vindo, Jorge. Abanca aí, debaixo do nosso poilão, respira fundo, gere as tuas emoções, conta-nos as tuas histórias de Cufar, manda-nos as fotos que achares terem algum valor documental...

Obrigado por teres "ousado" contactar-nos. És, slavo erro, o primeiro camarada da tua companhia a ingressar na nossa Tabanca Grande, o que muito nos honra e te honra a ti, também... O próximo qu entrar já é periquito à tua beira...

Espero poder vir a conhecer-te pessoalmente em breve (por que não, no dia 19 ou 26 de Junho próximo, em Monte Real, no nosso V Encontro Nacional ?). Até lá, vai escrevendo.

Um Alfa Bravo. Luís Graça

PS - Sobre Cufar tens cerca de 110 referências no nosso blogue (II Série)... Clica aqui.

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Nota de L.G.:

(*) Último poste da série > 27 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5898: Tabanca Grande (206): Agostinho Gaspar, de Alqueidão, Boavista, Leiria, ex-1-º Cabo Mec Auto, 3ª C/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)

Guiné 63/74 - P5976: Notas soltas da CART 643 (Rogério Cardoso) (11): Pilão, a visita obrigatória

1. Décima primeira história do nosso camarada Rogério Cardoso (ex-Fur Mil, CART 643/BART 645, Bissorã, 1964/66), enviada em mensagem do dia 8 de Março de 2010.

Notas soltas da CART 643 (11)

Pilão, uma visita obrigatória

Quem não se lembra do célebre Bairro do Pilão, junto às bombas de gasolina da SACOR.

Bairro situado à saida da cidade de Bissau, junto à estrada para Bissalanca, problemático pois diziam esconder elementos inimigos, que não era difícil porque eles não estavam rotulados, eram iguais em tudo aos restantes residentes.
Estas afirmações têm fundamento, na medida em que em certa altura houve um incêndio de grandes proporções, que se assistiu ao rebentamento de munições e granadas.

Mas não estou escrevendo estas NOTAS SOLTAS para contar o que foi o Pilão, todos nós o sabemos de sobra, mas sim para narrar uma cena que poderia ser fatal para mim.

Certa noite, sendo eu ainda muito "maçarico", tendo talvez pouco mais de um mês de Guiné, e sendo o Café Bento na avenida principal o meu local preferido para depois de jantar, fui abordado por dois ex-combatentes, solicitando a minha permissão para se sentarem nas duas cadeiras junto à minha mesa, já que estava a esplanada cheia.

Claro eu respondi-lhes afirmativamente e de imediato os três bebemos umas cervejas frescas. Eles eram sobejamente conhecidos, um o Fuzileiro de alcunha "Mouraria" e o outro o Pára "Braga", dois elementos que desde logo me pareçeram uns camaradões, mas que mais tarde vim a saber serem individuos complicados no aspecto disciplinar, estavam sempre prontos para a pancada por tudo e por nada.

Entretanto e depois das cervejas, fui convidado por eles para uma visita ao Pilão, havia lá um bailarico com mornas e coladeras e claro, material feminino.

Lá fomos entusiasmados pela juventude dos 23 anos, de facto era verdade e a nossa integração no bailarico foi imediata.

Entretanto o Mouraria arranja logo um desaguizado com um elemento cabo-verdiano que dançava com uma guineense de alcunha "a muda". O nosso amigo queria a toda a força dançar com ela, e palavra puxa palavra, empurrões à mistura e rapidamente passaram à agressão fisica.

Os amigos do cabo-verdiano, cerca de 20, igualmente entraram na luta, assim como o Braga e claro logicamente eu também. A desvantagem como facilmente se percebe era abismável e os dois com conhecimento de sobra, tanto da nossa desvantagem como do terreno para uma fuga com êxito, não esperaram e evaporaram-se em segundos. Eu não tive alternativa, fugi também e rapidamente, sem saber para onde ir, e depois de andar deambulando pelos becos com uma noite com escuridão total, decidi esconder-me debaixo de uma "casa", pois elas estavam implantadas sobre pilotis de madeira.

Depois de uns minutos que me pareciam horas, porque ouvia e sentia que era perseguido por um grupo numeroso, pelas vozes e barulho, aproveitei um silêncio repentino e saí, e eis que senti um pouco mais à frente uma mão no meu braço e uma voz dizendo:
- Oh meu Furriel,  venha já comigo.

Senti que era um amigo e segui-o rapidamente, finalmente estava a umas escassas dezenas de metros da estrada principal. Quem me ajudou, estava presenciando a cena de longe, conheceu-me porque eu tinha sido seu instrutor em Santa Margarida uns meses atrás.

Serviu-me de lição, primeiro não me meter em terrenos desconhecidos, segundo saber escolher os companheiros de farra.

RC
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5921: Notas soltas da CART 643 (Rogério Cardoso) (10): Os patos pagos pelo pato

Guiné 63/74 - P5975: Convívios (202): 32.º Convívio Anual da CART 2519 “Os Morcegos de Mampatá”, vai decorrer em 08 Maio 2010 - Odemira (Mário Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos uma mensagem, anunciando a festa anual da sua Companhia:



CART 2519 “OS MORCEGOS DE MAMPATÁ”
32.º CONVÍVIO ANUAL
08 de Maio de 2010



Camaradas,

O Convívio Anual dos "COIRÕES DE MAMPATÁ", realiza-se em São Teotónio (Odemira).

Às 10h30 - Concentração das tropas, que está prevista para o Campo de Futebol de São Teotónio.

Às 13h00 - Almoço que terá lugar no Grupo Desportivo "O Renascente ".

A Ementa é a tradicional: As habituais Entradas, seguindo-se os pratos de Peixe e Carne, e, após uma Sobremesa, remataremos com um café e o digestivozinho da ordem.

O Bar estará sempre aberto.


A organização está a cargo do nosso Camarada Rosca Moída, cujo telemóvel é: 961 141 187.

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

8 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5954: Convívios (113): Pessoal do BCAÇ 3872, dia 1 de Maio de 2010, em Cabeçudo - Sertã (Juvenal Amado)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5974: Ao correr da bolha (Torcato Mendonça) (3): O velho picador, Seco Camará

1. O Velho Picador, mais um texto para a nova série Ao correr da bolha, enviado por Torcato Mendonça (ex-Alf Mil da CART 2339, Mansambo, 1968/69), em mensagem do dia 2 de Março de 2010:


Ao Correr da Bolha - III

O Velho Picador


Vi num “Poste” uma foto do velho Seco Camará. Senti saudades dele. Senti saudades de ter menos quarenta anos e, com ele e um grupo, voltarmos a ir ao Poidom, a fazer as “operações” de outrora, parando em “grande alto” para descansar e comer a ração. Diria então o velho Seco, caso a ração dele fosse contemplada com polvo ou lulas:
- Alfero,  rabo de rato, troca pelas tuas sardinhas.

Eu ria e trocava. Comíamos e conversávamos e eu com ele ia aprendendo, não a arte da guerra, mas só a guerra naquele bocado da Guiné que ele, velho mandinga, conhecia como a palma de suas mãos.

Há quantos anos? Desde o inicio, há cinco ou seis anos atrás. Que pensaria ele de nós que íamos e vínhamos à cadência de um ou dois anos? Não sei. Era um velho guerreiro, colaborador das NT ou Nossas Tropas. Morreu, talvez menos de dois anos depois, nem tanto. Voou para o Paraíso dos Mandingas, o velho Seco Camará.

Antes a morte em combate que teve, do que o abjecto e cobarde pelotão de fuzilamento dos libertadores. Quantos amigos meus, como o Seco, passaram por isso?! Quantos? Homens que foram auxiliares das NT e ingloriamente assim desapareceram.

Que fariam eles, durante a guerra, se não andassem connosco? Iam para a guerrilha. Mesmo estando connosco,  quantos em nós acreditariam? Quantas reservas poriam à nossa actuação, à nossa presença e, se colaboravam, quantos não o faziam contrariados com certos militares nossos.

Lembro aqui o caçador Lhavo. Homem grande, olhar e porte altivo, vestimenta muçulmana. Era o meu guia preferido. Não facilitava os pedidos para colaborar. Lembro que foi ele a encontrar o acampamento do Mamadu Indjai. Não queria ir. Naquele fim de tarde falei com ele pausadamente, o Capitão afastado a observar e o Lhavo a entender o que eu lhe dizia. Depois olhou-me e calmamente disse:
- Amanhã ao nascer do Sol vem a Afiá, agora vai para Candamã.

Assim foi feito e com bons resultados.

O Lhavo uma vez ficou aborrecido comigo. Regressávamos da [Op] Lança Afiada, manhã a nascer,  e avistamos uma vaca de mato. Ele queria atirar. Fiz-lhe sinal que não. Baixou a arma e já em Mansambo disse-lhe o porquê. Compreendeu e apertamos as mãos. Talvez se tenha aí cimentado mais a nossa amizade.

Esta gente das Tabancas é que para mim foi, e ainda hoje é, o Povo da Guiné.

Um outro homem diferente mas por quem tinha amizade, o António Bonco Balde, régulo em Candamã, Alferes de 2º Linha (nunca o vi vestido de militar), homem criado numa Missão, empregado em Bissau e regressado a Candamã após a morte do pai. Homem de múltiplos saberes e com ele aprendi muito. Miúdo alferes de 23 anos e Fula, talvez, de quarenta e…homem bom.

Só um breve episódio.

Estava com o meu grupo em Candamã e Afiá, tabancas em auto defesa. Um dia de Afia informaram que faltavam muitos homens. Já sentíramos isso em Candamã. Falamos com o Régulo António Bonco. Ele disse já saber e que eu tinha que compreender. Os “tchãos” não davam o suficiente para alimentar as famílias. Conversamos bastante e agora resumo em breves palavras. Dizia ele:
- Os homens vão para a apanha da mancarra no Senegal. O pior é que quem os leva,  ganha dinheiro, quando regressam quem lhes faz o câmbio ganha dinheiro e eles nem metade do que ganharam trazem.

Fiz um relatório sobre essa exploração, os lucros de comerciantes sem escrúpulos, o silencio da Administração e, se as Informações militares de nada sabiam…ou sabendo…até porque assim cada vez se desguarnecia mais a defesa das tabancas. O Régulo fez questão de assinar também. Foi o relatório enviado à Companhia, o Capitão levou ao Batalhão e este ao Agrupamento.

Sempre se passou algo mas depois fez-se silêncio. Antes do silêncio foram-nos entregues sacos de arroz para distribuir, equitativamente, pela população. Assim não se resolve nada,  dizia o Régulo e eu… história encurtada, inacabada e a merecer tratamento duro nesse tempo.

Quem aos inimigos, perdoa às mãos… pois!

Curiosamente, dizem, se bem me lembro, que o Comandante do BCaç 2852 e um Capitão foram molestados, digamos assim, após o ataque a Bambadinca. Os civis ou a administração civil teria algo a ver com isso? Certamente que não! E que interessa isso agora? Nada!

Será que os homens das tabancas continuam a serem explorados? Certamente que não!
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 9 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5958: Ao correr da bolha (Torcato Mendonça) (2): SPM 4758

Guiné 63/74 - P5973: Memória dos lugares (74): Fotos de Bedanda (Vasco Santos, 1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6, Bedanda - 1972/73)





1. O nosso Camarada Vasco Santos, ex-1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6, Bedanda - 1972/73 -, com data de 10 de Março de 2010, algumas das fotos do seu álbum de memórias:



Bedanda
Memórias

Eu, com o meu amigo Filipe (de Transmissões). Esta foto era uma daquelas que enviávamos para o jornal “A Voz da Guiné”, a fim de ali serem publicadas, pois havia um apartado reservado para os "castiços" das companhias. A foto destinava-se a ser impressa com a legenda: “Os castiços de Bedanda”.

Aqui estou eu e o nosso querido amigo, Dr. Mário Bravo. Pode ser que agora ele se lembre de quem é o cripto que está na primeira foto publicada no poste P5801 (da sua autoria), em 11 de Fevereiro de 2010.

A equipa de futebol de praças (Bedanda 15FEV1972)

Eu, na Tabanca, com a tia Djaló, avivando memórias para que alguns ex-Camaradas possam relembrá-la.

As bajudas de Bedanda (1972).
Um abraço,
Vasco Santos
1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6

Emblema da colecção pessoal: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.___________
Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

11 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5801: Memória dos lugares (69): O isolamento de Bedanda (Mário Silva Bravo, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 6, Bedanda, 1971/72)

Guiné 63/74 - P5972: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (3): O Cap Patrocínio, a CCAÇ 15, dois casos de insubordinação e ainda o Cherno Baldé


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito [, mapa de Colina do Norte]> CCAÇ 3549 (192/74) >  Casa Gouveia (onde trabalhava o pai do Cherno Baldé), com a casa dos oficiais de que ele  fala na sua narrativa.



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (192/74) > Povoação de Fajonquito.



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (192/74) > Rua principal de Fajonquito.




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito >  CCAÇ 3549 (192/74) > Eu com o filho mais novo da Cristina, lavadeira, a mais popular dentro do aquartelamento.


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (192/74) > Eu e o Alaje, espero que o Cherno  Baldé consiga dizer do paradeiro dele.




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 3549 (192/74) > Bajuda junto ao depósito de géneros do aquartelamento.

Foto: © José Cortes (2010). Direitos reservados



1. Mensagem de José Cortes, ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3549, Fajonquito, 1972/74 (*):

(i) Vou tentar responder ao companheiro Mexia Alves (**), sobre o Cap José Eduardo Marques Patrocínio.

O companheiro deve estar confundido com o ano em que foi para Mansoa, não deve ter sido em 1972 mas sim em 1973. Os meses de Julho e Agosto devem estar certos.

Porque os Cap São Pedro foram graduados pelo General Spínola mais ou menos em Maio de 1973, e o Cap Patrocínio já não se encontrava na companhia pelo menos há dois meses.

Portanto o Cap Patrocínio devia ter estado em Mansoa mais ou menos  5 ou 6 meses.

Segundo o que diz o coronel Vargas Cardoso, que era o 2º Comandante do Batalhão, o Cap Patrocínio foi para a CCAÇ 15,  [composta por ] tropas africanas.

O Cap Patrocínio tinha a formação de comandos, com uma comissão em Moçambique, como alferes,  onde foi ferido em combate.

Formou a nossa companhia em Chaves no BC 10 de 22 de Dezembro de 1971 a 25 de Março de 1972, dia em que saímos de Chaves para a Guiné. Ele era do Quadro Especial de Oficiais (QEO).

(ii) Agora gostava de fazer um pequeno comentário as Amêndoas Vermelhas de Fajonquito (**).

O que aconteceu naquele dia, não foi concerteza caso isolado durante 13 anos de guerra.

Temos que ver que grande parte dos soldados das NT tinham pouca formação escolar, eu na minha companhia,  e já foi em 1972, tinha muitos soldados que não sabiam ler nem escrever.

Portanto,  qualquer situação menos vulgar que acontecesse, o respeito pelos superiores desvanecia-se e a disciplina era esquecida . Eu próprio passei por uma situação, em que esteve envolvido o soldado Silva, do primeiro pelotão da minha companhia.

Certo fim da tarde,  já noite,  envolveu-se numa discussão com um camarada, e agarra na G3 e toca a descarregar o carregador no tecto da caserna onde dormiam.

Quando o abordei para saber o que se passava, quando cheguei junto dele ainda se encontrava com a arma na mão, virou-me a arma e disse:
- Ó furriel,  não me diga nada porque a seguir vai para si.

Tive que participar ao comandante de companhia, Cap Patrocínio, que lhe deu 10 dias de prisão, que passou em Bafatá.

Quando os camaradas o visitaram na prisão,  dizia-lhes que eu não chegava ao fim da comissão.

No fim dos dez dias, eu é que o fui buscar, e perguntei-lhe se era verdade o que os camaradas tinham dito, e ele disse para esquecer porque foram dez dias que passou sem fazer nada e comia e bebia.

Passados vinte e tal anos,  apareceu num dos nossos convívios e  voltámos a falar no assunto. E ainda nos rimos da situação. Mas podia ter acontecido uma tragédia se por acaso na altura eu tivesse respondido à agressão verbal dele.

Outra situação foi passada com o companheiro furriel Campos, e um soldado também do 1º pelotão, no destacamento de Sare-Uale.

Durante um jogo de futebol,  disputado ao fim de tarde no destacamento,  numa disputa de bola mais acesa entre o furriel e o soldado Maleiro, o soldado amuou e ficou zangado com o Campos, ao ponto de se recusar a cumprir o serviço de sentinela para que estava escalado naquela noite.

Quando foi abordado pelo furriel, para cumprir com a sua obrigação,  respondeu-lhe que não fazia o serviço e que saísse da sua frente se não queria levar um tiro, com a arma em riste apontada ao furriel.

É claro que o furriel só tinha que comunicar ao Comandante de companhia o que se passava, pois para sua segurança e dos outros soldados ele não queria mais aquele elemento consigo.

O Maleiro foi mandado embora para outra unidade, não ouvimos falar mais dele, na Guiné. Sei que está bem porque é daqui da zona de Coimbra.

Isto são dois casos, que não tiveram consequências mais graves, mas concerteza que aconteceram mais naquela guerra, com desfechos bem mais complicados, como o de Fajonquito no dia 2 de Abril de 1972, Domingo de Páscoa.

Temos que andar para trás nos anos, e ver que éramos uns puto de vinte e poucos anos, a quem foram dadas responsabilidades muito importantes, como a vida de ser humanos.

Não foi o meu caso pois tive sempre em sede de companhia, mas camaradas meus,  furriéis,  a quem foi dado o comando dos grupos de combate, por falta de oficiais, ou por outras razões, que agora não interessa falar .Com responsabilidade além do comando do grupo, tinham as populações dos destacamento que dependiam da tropa para quase tudo. Tiveram que ser enfermeiros sem conhecimento da especialidade, tiveram que administrar a alimentação sem serem vagomestres, e outras situações, sem preparação, só foram preparados para defender as populações da guerra, e nos destacamentos tinham que fazer de tudo.

O Cap São Pedro foi graduado salvo erro com vinte e seis anos de idade, era um puto, foi-lhe entregue uma companhia com 160 homens mais ou menos da mesma idade, a população de Fajonquito, Canhámina, Cambajú, Sare Uale, Sare Jambarã e outras que existiam no nosso sector. Teve que assumir uma postura com certa autoridade, que o próprio posto hierárquico lhe exigia.

Ainda hoje,  passados 36 anos,  há companheiros que lhe guardam ressentimentos daquele tempo. (...)

3.  Mensagem de 6 do corrente:

Caro Luis Graça.


Ao ler as narrativas do Cherno Baldé [, foto à direita, quando estudante universitário em Kiev, na Ucrânia, nos finais de 1980], dei com um comentário do companheiro José Bebiano, do qual me lembro bem pois era o Furriel de Operações e Imformãções da companhia e, como era de rendição indivudual, só esteve connosco meia dúzia de meses, mas lembrava-me bem dele. Já comuniquei com ele como te dei conhecimento., fiquei muito contente com a resposta dele.

Com respeito ao Cherno, como é natural não tenho ideia dele naquela altura, embora a cara dele não esteja apagada da minha memória.

Como ele conta o convívio com os militares,  era capaz de ser assim, sei que alguns se excediam no tratamento com os miúdos. Ele fala em dois condutores, o Dias e o Magalhães, na verdade tivemos dois condutores com esse nome, mas não tivemos nenhum alferes chamado Maia, por isso não sei se ele se refere à minha companhia. (***)

Vou enviar algumas fotos, espero que as faças chegar ao Cherno para que ele as identifique;

1 - Eu com a filha mais nova da Cristina, lavadeira,  a mais popular dentro do aquartelamento.

2ª - Eu e o Alaje, espero que ele consiga dizer do paradeiro dele.

3ª - Povoação de Fajonquito.

4ª - Casa Gouveia, com a casa dos oficiais que ele fala na sua narrativa.

5ª - Rua principal de Fajonquto.

6ª - Bajuda junto ao depósito de géneros do aquartelamento.

Um Abraço

José Cortes
________________

Notas de L.G.:

(*) Vd.poste de 7 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5946: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (2): Evocando o Sold Almeida e o Fur Alcino, da CART 2742, que morreram, mais o Cap Figueiredo e o Alf Félix, na tragédia do domingo de Páscoa de 1972

(**) Vd. poste de 6 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5938: A tragédia de Fajonquito ou as amêndoas, vermelhas de sangue, do domingo de Páscoa de 2 de Abril de 1972 (José Cortes / Luís Graça)

Comentário de Joaquim Mexia Alves:

(...) Não tendo a ver directamente com esta tragédia gostava de perguntar o seguinte:


- Quando é que o Cap Patrocínio saiu da Companhia? O Cap Patrocínio não tinha especialidade de Comando?


Pergunto isto porque a minha memória por vezes me atraiçoa, (não só a mim,  com certeza), e eu tenho quase a certeza de que fui "substituir" o Cap Patrocínio na CCaç 15, (porque quando cheguei à 15 não havia Capitão e eu era o Alferes mais antigo).


Tenho a ideia que quando fiz a viagem do Xime para Bissau, para depois ir para Mansoa, o Cap Patrocínio, apenas por coincidência, ir nessa viagem e termos conversado, pelo que soube desde logo que ele já não era comandante da 15 e eu teria de o ser até à chegada de um novo Capitão.


Mas o tempo é "curto", pois eu julgo que cheguei à CCaç 15 lá para Julho ou Agosto de 72, o que faria com que a passagem do Cap Patrocínio por Fajonquito e pela 15 fosse muito rápida.


Alguém me pode relembrar para eu poder organizar a minha memória?


Abraço camarigo para todos (...).

(***)  Dados sobre as companhias de Fajonquito,  aqui citadas e que são do tempo do Cherno Baldé, "menino e moço":

CCAÇ 3549:

Mobilizada pelo  BCaç 10. Partida para a Guiné em  26/3/1972; regresso em 29/6/1974. Esteve em Fajonquito. Comandantes: Cap QEO José Eduardo Marques Patrocínio; Cap Mil Grad Inf Manuel Mendes São Pedro. Pertencia ao BCAÇ 3884 (Bafatá), que teve 6 (seis!)  comandantes, 4 tenentes coronéis e 2 majortes, o último dos quais o supracitado  Maj Inf Mário José Vargas Cardoso. A este batalhão pertenciam a inda a CCAÇ  3547 (Contuboel), comandada pelo Cap Mil Inf  Carlos Rabaçal Martins; e  a CCAÇ 3548 (Geba) (teve três comandantes, todos eles capitães milicianos de infantaria).

CART 2742:

Mobilizada pelo RAL 5. Partida para a Guiné: 18/7/1970; regresso: 21/9/1972. Esteve sempre em Fajonquito.  Comandantes:  Cap Art  Carlos Borges de Figueiredo (confirma-se que não era miliciano, mas sim do quadro) e  Alf Mil  Art  Baltasar Gomes da Silva (que o substitutui o capitão, por morte deste, em 2/4/1972). Esta unidade pertencia ao BART 2910 (Bafatá), comandado pelo Ten Cor  Art  Fernando de melo  Macedo Cabral. A este batalhão pertencia ainda CART 2741 (Contuboel;  Cap Art  João Maria Clímaco  de Sousa Brito) e CART 2743 (Geba;  Cap Mil Art Iídio do Rosário dos Santos Moreira).

Guiné 63/74 - P5971: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (12): Ivone Reis, a primeira Enfermeira Pára-quedista que conheci (Rosa Serra)

1. Mensagem de Rosa Serra, ex-Enfermeira Pára-quedista, BCP 12, Guiné, 1969, nossa nova camarada e tertuliana, com data de 5 de Março de 2010:

Olá Sr. Luis Graça.
Sou Rosa Serra, ex-Enfermeira Pára-quedista.

Conforme me foi solicitado aqui vai um pequeno resumo do meu percurso como Enfermeira Pára-quedista.

- Iniciei o meu curso de pára-quedismo em Setembro 1967 tendo este sido interrompido por acidente em instrução. Após estar completamente recuperada, concluí o curso sozinha e fui brevetada em 13 Março de 1968.

- No mesmo mês fui colocada no Hospital da Força Aérea, BA 4 - Ilha Terceira, nos Açores.

- Em Março de 1969 rumei para a Guiné para o BCP 12.

- Em Abril de 1970 fui colocada no BCP 21 em Luanda.

- Em Setembro de 1971 fui nomeada para o RCP, em Tancos, para ministrar um curso de primeiros socorros avançados a soldados pára-quedistas. Após terminada essa formação aos militares pára-quedistas, em Janeiro de 1972 iniciei o curso de instrutores e monitores em pára-quedismo na mesma unidade, o qual terminei em Março do mesmo ano.

- Em Junho de 1972 volto aos Açores, onde fico até Dezembro de 1972.

- Em Janeiro de 1973 fui colocada na 3.ª Região Aérea, tendo estado destacada cerca de um ano no AM-51 em Mueda.

- Em 1 de Março de 1974 rescindi o contrato, deixando de prestar serviço na Força Aérea.

Em relação à Enfermeira Ivone, apenas descrevo em traços gerais o que sempre apreciei nela, contudo não quis alongar-me muito; mas é sem dúvida uma grande Senhora e uma grande referência para as enfermeiras pára-quedistas.

Curiosidades:

Cerca de 20 anos depois de ter saído da Força Aérea, tomei conhecimento de que tive 2 louvores; um dado pelo Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné e outro pelo Comandante da 3.ª Região Aérea; e nos cursos de pára-quedismo que fiz, exceptuando as 2 semanas do primeiro curso antes do acidente, fiz o curso normal sozinha e no segundo era a única mulher do curso.

Logo que possível tentarei fazer-vos chegar as duas fotos da praxe - uma dos velhos tempos e outra actual. De qualquer modo, suponho que as fotos que o Miguel Pessoa vos enviou poderão ilustrar o texto sobre a Enfª Ivone.

Com os meus cumprimentos
Rosa Serra


ENFERMEIRA IVONE REIS

Tancos, 2005 > Enfermeira Pára-quedista Ivone Reis

Têm-me perguntado várias vezes pela Enfermeira Ivone. Sei também que já há um certo número de pessoas que sabem que ela não tem estado bem de saúde, por isso aqui estou eu para falar um pouco da primeira enfermeira pára-quedista que eu conheci.

Nós, aqueles que a conheceram e que com ela conviveram períodos da sua vida por diversas razões, não a esquecem e no meu caso pessoal tenho bem presente quem foi a Ivone, como sempre a vi e o que eu aprendi com ela.

A Enfermeira Ivone pertence ao grupo das 6 Marias, nome pelo qual ficou conhecido o 1.º curso de Enfermeiras Pára-quedistas portuguesas feito em 1961.

Foi ela que contactou as futuras candidatas, residentes na Cidade do Porto, que em 1967 tinham pedido por escrito à Força Aérea informações sobre cursos para Enfermeiras Pára-quedistas. Foi a Enfermeira Ivone a primeira a deslocar-se ao Porto para conhecer as 4 interessadas na candidatura ao curso, onde eu estava incluída.

Mais tarde, eu, já Enfermeira com boina verde na cabeça, estive em várias comissões com ela. Fazíamos uma grande diferença de idade; eu muito novinha, a Ivone uma senhora cheia de sabedoria e experiência. Logo percebi tratar-se de uma pessoa de princípios e moral muito vincados, nem sempre de fácil contacto, porque o seu grau de exigência era muito elevado, não só para quem estava à sua volta, mas para com ela mesmo.

Não se lamentava do seu cansaço nem de quem a magoasse com qualquer atitude menos simpática; mas também não se inibia de chamar a atenção sobre tudo o que eu ou outra enfermeira qualquer pudéssemos fazer e que ela considerasse pouco correcto, ou até mesmo deselegante.

Fazia gosto e não se poupava a esforços para que todas nós fossemos um exemplo de profissionalismo impecável, cumpridoras de normas militares sem deslizes, posturas e atitudes que se destacassem, de forma a sermos admiradas como grupo.

No meu caso pessoal percepcionei logo na primeira comissão que fiz com ela a sua forma de estar e o seu rigor no desempenho da sua actividade como enfermeira em ambiente masculino e de guerra.

Várias vezes ela me chamou atenção por pequenas rebeldias insignificantes e atitudes que eu tomava, como entrar no helicóptero para ir fazer uma evacuação com o casaco de camuflado pendurado num ombro, de bolsa de enfermagem no outro e de t-shirt branca; era sabido que quando regressasse logo me dizia do perigo em usar a t-shirt em pleno mato pois tornava-me um alvo bem visível, além do aspecto pouco alinhado no uso do uniforme militar a bordo de uma aeronave.

Eu dizia-lhe para ela não se preocupar, porque eu era um alvo que não interessava a ninguém; e quanto ao desalinho do casaco pendurado no ombro, um dia respondi-lhe que só o fazia porque tinha calor, não pelo clima da Guiné, que até era “fresquinho”, mas se calhar por estar a entrar em “menopausa” e ela esboçou um sorriso e respondeu-me:

- A menina gosta muito de brincar.

Eu nunca levava a mal o que ela me dizia, apesar de eu ser mesmo uma periquita ao lado dela; sempre soube apreciar as suas qualidades profissionais sobretudo em termos de organização e de uma verticalidade e sentido de dever pouco comuns, mesmo nessa altura.

Mais tarde, em Angola, as enfermeiras colocadas em Luanda viviam num apartamento de um edifício da Força Aérea destinado a alojar militares e suas famílias. O ambiente era bem mais calmo que o da Guiné, o que nos permitia termos fins-de-semana, irmos à praia, convivermos mais tranquilamente com a comunidade civil ou com famílias de militares.

A Enfermeira Ivone sempre alinhou comigo nas horas de lazer, tal como respeitava se eu não a convidasse para ir comigo quando eu saía com um grupo de amigos ou familiares meus que lá se encontravam na época.

Em Angola eu estava colocada no BCP 21 e ela na Direcção do Serviço de Saúde da Força Aérea. Normalmente eu ia para o Batalhão com farda n.º 2 (saia, camisa e eventualmente blusão) e, claro, boina verde na cabeça. Um dia resolvi colocar num dedo um anel com uma pedra grande verde, que dava um bocado nas vistas; quando ela me viu sair com semelhante adereço, fardada, olhou para o dedo e com ar de espanto diz-me:

- A Rosa esqueceu-se que está fardada? - Eu respondi, não - e acrescentei:

- Não me diga que não é giro… condiz mesmo bem com o verde da boina - e ia mostrando o dedo e dizendo: - É lindo, até devia estar orgulhosa de uma Enfermeira Pára-quedista estar assim tão gira.

Ela respondeu-me:

- Nem por isso - e virou-me as costas. Acredito que se foi rir às escondidas.

Mais tarde comentámos uma série de peripécias deste género que se passaram connosco e fartámo-nos de rir, e com aquele jeito típico dela, depois destas lembranças e passados tantos anos, acabava por dizer:

- A menina era muito brincalhona, nunca consegui zangar-me consigo.

Estou a contar estes episódios porque sempre percebi que por trás daquele ar rigoroso dela estava uma mulher mais tolerante do que parecia, com uma capacidade de organização espantosa, uma noção de ética muito apurada, muito trabalhadora; e nunca a vi fazer uma crítica desagradável ou fofoqueira de ninguém e nem gostava que as pessoas que a rodeavam o fizessem.

Ao longo de todos estes anos mantive sempre contacto com ela, o que me permitiu tomar conhecimento de um espólio fantástico que ela foi recolhendo dos sítios por onde passou e organizando ao longo dos anos, tendo em vista a divulgação da história das Enfermeiras Pára-quedistas de quem ela tanto se orgulhava e que sempre se preocupou em não deixar cair no esquecimento. Foi sempre um bom exemplo para mim.

(Rosa Serra)

Tancos 2005 > I Encontro de Mulheres Boinas Verdes > A Enfermeira Ivone corta o bolo comemorativo

Base Aérea de S. Jacinto, 2007 > III Encontro de Mulheres Boinas Verdes > Da esquerda para a direita: Giselda, Rosa Serra (de branco), Maria Bernardo Vasconcelos (de vermelho e preto), atrás (?), depois Júlia Lemos (camisola florida), Amália Reimão (de branco), Céu Matos Chaves (de amarelo) e Zulmira André. Em baixo, Aida Rodrigues.

Base Aérea de S. Jacinto, 2007 > III Encontro de Mulheres Boinas Verdes > A partir da esquerda: (?), a Rosa Serra (de branco), a Zulmira André (meio tapada), a Maria Bernardo Vasconcelos (de vermelho e preto), Teresa Lamas, a Maria do Céu Matos Chaves (de amarelo), a Júlia Lemos (camisola florida) e a Amália Reimão (de branco). Em baixo estão a Giselda e uma camarada mais nova.

Base Aérea de S. Jacinto, 2007 >III Encontro de Mulheres Boinas Verdes> Giselda, Rosa Serra e Zulmira André
Fotos e legendas enviadas por Miguel Pessoa



Comentário de CV:

Cara Enfermeira Rosa, temos muito prazer em recebê-la na nossa Caserna Virtual, onde imperam os homens, mas onde as senhoras são bem-vindas. Que o diga a Giselda que tem sido acarinhada por todos nós, na medida em que era, até à sua chegada, a única representante da classe das Enfermeiras Pára-quedistas a quem tanto devemos pela nobre missão que desempenhavam nos teatros de guerra.

Apresentamos as nossas saudações de boas-vindas e esperamos que colabore no nosso Blogue, contando as suas histórias, complementando afinal o trabalho já desenvolvido pela nossa camarada Giselda Pessoa.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de > 20 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4979: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (11): Fartote de hortaliças (Giselda Pessoa)

Guiné 63/74 - P5970: Parabéns a você (86): Artur Soares, ex-Fur Mil Mec Auto da CART 3492, Xitole, 1972/74 (Os Editores)

1. Hoje dia 11 de Março de 2010 está de parabéns o nosso camarada Artur Soares (ex-Fur Mil Mec Auto da CART 3492/BART 3873)*, porque completa 61 anos de vida.

Vem toda a Tabanca desejar ao nosso camarada um dia de aniversário repleto de alegria na companhia de seus familiares e amigos.

São ainda nossos votos que esta data seja festejada por muitos anos com saúde e boa disposição.




2. Não foi possível encontrar registos do Artur no nosso Blogue, no entanto deixamos o atalho para consulta dos postes da CART 3492, à qual o nosso camarada pertenceu e onde naturalmente ele e a sua equipa deram o melhor de si.

Não se pode esquecer o papel importantíssimo dos nossos camaradas da Mecânica Auto que conseguiam autênticos milagres, tirando peças daqui e dali, improvisando por vezes, mas nunca pondo em perigo a vida de quem dependia diariamente das viaturas que mantinham operacionais apesar das dificuldades.



3. Comentário de L.G.:

Meu caro Artur: Com quase seis mil postes e um 1 GB de imagens, o nosso blogue (I e II Série) é pior que a floresta-galeria que cobria vastas partes do Sector L1 que nos coube em sorte, a ti e a mim, nomeadamente no famoso  rectângulo Rio Corubal-Xime-Bambadinca-Mansambo-Xitole...

É verdade que não és muito dado à escrita, mas és um bom camarada, apareces nos nossos encontros e convívios, és enfim um ilustre representante da Figueira da Foz (digo bem, já que há quem seja de Buarcos, e tem muito orgulho de ser Buarcos e não da Figueira, como o nosso querido amigo e camarada Vasco da Gama, que puxa e faz muito bem a brasa à sua sardinha... Espero, de resto, não estar a pôr a pata na poça e arranjar mais um molho de bróculos diplomático, que a gente já não tem idade para ser bombeiro voluntário e andar a pagar fogos...).

Brincadeira àparte (a gente teve que nascer nalgum sítio, nem que aseja no cu de Judas...), dizia eu que, apesar da floresta-galeria que já o nosso blogue (com crescentes dificuldades de pesquisa...), fui apanhar uma mensagem tua, de 17 de Março de 2007, de há 3 anos, portanto, e que reza assim:

(...) Mensagem do Artur Soares [, foto à direita, Xitole,l 1973,] para o seu camarada da CART 3492 (Xitole, 1972/74) (**).


Olá, Mexia Alves: Foi com grande satisfação que recebi o teu mail, só que não tive oportunidade de te responder. Eu já andava para te escrever, porque vi o teu endereço electrónico no Blogue do Luís Graça.

Andava eu a navegar na Internet à procura de alguma informação sobre a Guiné e ex-militares, na esperança de encontrar alguém das nossas guerras, quando vi o Blogue do Luís Graça e, claro, percebi logo que o nome do Mexia Alves me dizia alguma coisa. Tudo isto, depois de ter colocado aquela mensagem no livro de visitas do SAPO.


Tenho lido com atenção as mensagens e visto as fotografias que tens enviado para o Blogue, são passagens reais e verdadeiras, que nos fazem bem recordar os bons e os maus momentos que por lá passámos. Eu por vezes até fico emocionado, mas recordar é viver e é sinal que estamos vivos.


Como sabes, eu fui Furriel Mil Mec Auto e, depois de virmos da Guiné, nunca mais vi ninguém, nem do nosso Batalhão, o BART 3873, nem da nossa Companhia, a CART 3492. A única pessoa a quem mando as Boas Festas, pelo Natal, é ao Maçães que vive em Póvoa de Varzim e que era o Furriel Vagomestre.

Já lá vão quase 33 anos e fiquei emocionado ao ver as Fotos do que resta do Aquartelamento do Xitole, bem como da casa do Jamil (fotos do David Guimarães).


O Batalhão tem feito convívios anuais? Se tiveres outros contactos, agradeço que mos envies, pois faz bem ao ego, contactar e saber das pessoas com quem convivemos durante 27 meses em condições bastante difíceis.


Eu vivo em Figueira da Foz, como vês, quase somos vizinhos, pois é bastante perto de Monte Real. Por hoje não te maço mais, recebe um forte abraço do amigo Soares. (...).


Manda notícias. Artur Soares [que também aparece no blogue Xitole e na Tabanca de Matosinhos]

Tudo isto para te dizer, Artur, que já és um tabanqueiro de longa data, e que hoje estás de parabéns, porque é o teu dia, o teu dia de aniversário. Desejo-te, pessoalmente, invocando a minha condição de andarilho da estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole, os melhores votos de longa vida, com  saúde e com a ternura dos entas (que vai dos 40 aos 90)...Luís Graça.

PS - Além do Artur, também faz anos um nosso muito estimado amigo, amigo de todos nós, do nosso blogue, e da nossa Guiné... Pai do nosso camarada Álvaro Basto... Adivinham quem é ?  Nem mais, o Rolando Basto, com os seus 87 anos (invejáveis!), e aqui na foto com o seu inseparável filho, e mais um camarada da Tabanca de Matosinhos, o Nelson. Ele é tratado, carinhosamente, como o Homem Grande. Ainda há dias tive o grato prazer de o rever, em Monte Real, e desejar-lhe antecipadamente os melhores votos para a festa do seu aniversário... Bebo um copo aos seus belos 87!!! Luís Graça.

Foto: Cortesia de Tabanca de Matosinhos (2010)

__________

Notas de CV:

(*) Vd. postes desta Companhia de Artilharia no marcador "CART 3492"

Vd. último poste da série de 8 de Março de 2010 Guiné 63/74 - P5950: Parabéns a você (85): A. Marques Lopes, mouro de Lisboa disfarçado de morcão em Matosinhos faz hoje 66 luas... (Os Editores)

(**) Vd. poste de 17 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1607: Artur Soares, ex- Furriel Mecânico Auto, CART 3492, Xitole, 1972/74 (Joaquim Mexia Alves)

OBS: Por lapso meu este poste saiu com um dia de antecedência. Hoje é publicado de novo, desta feita no verdadeiro dia de aniversário do Artur.

Ao Artur e aos camaradas a quem induzi em erro, as minhas desculpas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5969: Convívios (201): 19º Encontro da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/67)


Coruche > 19º Encontro Nacional da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), mais os Pel Caç Nat 52 e 54 > 6 de Março de 2010 > Fotografia de grupo. Este ano associaram-se à festa os antigos Alf Mil  João Crisóstomo (que vive nos EUA), o Antonino Freitas, o Mário Beja Santos e o Jorge Rosales. A foto veio sem legenda: reconheço o Jorge Rosales (o primeiro da 1ª fila, do lado esquerdo), o Beja Santos (o segundo da 2ª fila, a contar do lado direito); e o Henrique Matos (o segundo da 3ª  fila, a contar do lado direito).

Fonte: © Henrique Matos (2010). Direitos reservados


1. Mensagem do nosso amigo e camarada Henrique Matos (, ex.-Alf Mil, Pel  Caç Nat 52, 1966/68), com data de hoje

Caro Luís e co-Editores

Tal como foi publicado no nosso Blog, teve lugar no passado Sábado, em Coruche,  mais um encontro (o 19.º) do pessoal da CCaç 1439 que esteve instalada no Enxalé e com destacamentos em Missirá e Porto Gole.  A estes encontros associam-se sempre os Pel Caç Nat 52 e 54 que a foram reforçar. (*)

Foi com muita satisfação que o pessoal reencontrou (passados 43 anos) o ex-Alf Mil João Crisóstomo que vive em Nova Iorque e o ex-Alf Mil Antonino Freitas (este pela segunda vez) que vive no Funchal.

Este ano também tivemos dois convidados especiais que andaram por aquelas paragens: o mais velho, ex-Alf Mil Jorge Rosales e o mais novo, ex-Alf Mil Mário Beja Santos.

Para constar, aí está a fotografia do grupo.

Abraço ao tabancal
Henrique Matos

_________________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de  12 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4328: Recordações do 1º Comandante do Pel Caç Nat 52 (Henrique Matos) (6): Atolado no Mato Cão, com a CCAÇ 1439, a madeirense do Enxalé (**)

(**) Sobre o Enxalé, há pelo menos 23 referências, na II Série do nosso blogue.

Guiné 63/74 - P5968: Novo sítio da Tabanca da Lapónia (José Belo)

Tabanca da Lapónia, sítio do nosso camarada José Belo, a não perder




1. Mensagem do nosso camarada José Belo:

Caro Camarada e Amigo.
A Tabanca Grande deu-se ao trabalho de enviar uma "circular" a todos com a nova morada da Tabanca da Lapónia, mas, aparentemente, muitos não lêm o seu correio, e enviam-me E-mails pedindo a nova morada.

Será possível um CURTÍSSIMO post com a mesma?

Um abraço do
José Belo.



A pedido do nosso tertuliano José Belo, comunicado ao Blogue:

Caros camaradas
Todos sabemos que há teclas que não devem ser utilizadas sem se pensar duas vezes, porque por vezes acarretam dissabores.

O nosso camarada José Belo foi vítima de uma tecla marota que lhe fez peder toda a informação do seu nóvel Blogue.

Quando recuperado do choque e da inevitabilidade de ter de criar outro, meteu mãos à obra e avisou o nosso Blogue do novo endereço.
Fizemos correr uma mensagem onde se informavam os camaradas do sítio da Lapónia reactivado e de como aceder, mas oh destino cruel, não é que continuam a perguntar ao Belo:

- Então pá, então o teu blogue? Quando e onde o podemos visitar?

Porque não queremos que ninguém perca a oportunidade de ver lindíssimas fotos e artigos com assuntos variados, vimos mais uma vez dizer que podem e devem visitar a Tabanca da Lapónia em http://www.tabllap.com/.

Deixo-vos estas três fotos que lá roubei, por uma justa causa, dar-vos a conhecer tão bonito "sítio" e aguçar-vos o apetite para o irem visitar.





(Carlos Vinhal)
__________

Vd. último poste da série de 12 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5634: Blogues da Nossa Blogosfera (31): Tabanca dos Melros - Ex-Combatentes do Ultramar Português de Gondomar (Jorge Teixeira/Portojo