Neste dia 7 de Outubro de 2010, estamos a festejar pela primeira vez no Blogue o aniversário do nosso camarada Jorge Rosales*, ex-Alf Mil da 1.ª CCAÇ, Porto Gole, 1964/66.
Para nos ajudar nesta árdua tarefa, tivemos alguns voluntários que enviaram os seus textos, além da colaboração plástica do nosso designer gráfico privativo, Miguel Pessoa.
Postal ilustrado: Miguel Pessoa (2010)
Os textos, da responsabilidade exclusiva dos seus autores, seguem-se pela ordem de chegada ao Blogue
1. De Buarcos, Vasco da Gama
Jorge Rosales, este também um grande Homem e um muito bom Amigo, penso que o último a chegar ao “Bando do Cadaval”.
Conheci-o no dia em que o nosso Belarmino nos franqueou as suas portas para uma reunião onde conseguimos dar vida a um projecto que há algum tempo nos prendia a atenção.
Discutia-se a questão monetária, pois era necessário adiantar dinheiro à editora, cada um de nós facultara o possível e logo o Rosales emprestou o que faltava, sem discursos bacocos, sem pergunta alguma, sem conhecer o autor e alguns de nós.
Não foi a quantia que ele disponibilizou, mas sim a forma autêntica, genuína, leal, sincera como o fez, que me mostrou estar em presença de um ser humano de primeira apanha como felizmente venho tendo a oportunidade de constatar nos encontros que vamos tendo ou nas conversas telefónicas que vamos mantendo. De todos nós, ele apenas conhecia o José Dinis mas de imediato, sem vacilar, estava integrado no Bando.
Homem de farda amarela, com muitos anos de África e outros tantos de jogador de futebol do Estoril Praia, com uma passagem muito rápida pela Académica de Coimbra, (as tricanas não o deixavam concentrar) cativa de imediato quem o conhece.
Aliás, a malta da Guiné e em particular a nossa Tabanca Grande tem isto: não nos conhecemos e ao fim de duas horas somos amigos de e para toda a vida.
Com o Jorge não são necessárias duas horas, bastam dois minutos!
Aqui vos deixo duas fotografias do nosso querido Jorge Rosales.
A primeira, na Guiné em 1964 de calça de camuflado moderno(?) em Porto Gole; a segunda, na minha companhia, para vos mostrar o “cabedal” e a disposição natural para o bem do nosso aniversariante de hoje e já agora, mostrar também como esse grande escultor que é o tempo transforma em quarenta e quatro anos (para melhor) um combatente da Guiné.
Do meu Buarcos lindo te envio votos de muitas felicidades neste dia e nos outros todos, manifestando-te a minha amizade e agradecendo-te por seres meu amigo.
Vasco A. R. da Gama
2. Do Zé Brás recebemos estas palavras:
O Jorge nasceu adiantado à verdadeira ideologia da bola.
Jogou pela camisola e por ela ganhou e perdeu.
Perdeu algum tempo, talvez, porque mais ganharia pontapeando a dignidade.
Contudo, aguentou, cerrou o dente e manteve o direito à altivez.
E é nessa postura de jogador limpo que o vemos hoje na esperança de continuar a vê-lo marcar o seu golito e a receber os nossos parabéns por mais esta vitória.
Eu, guarda das redes antigas, me junto aqui confessando a minha admiração plena.
José Brás
3. O Belarmino Sardinha também botou faladura assim:
Uma vez mais o Comandante dá o disparo da partida para a partida que todos queremos pregar ao Rosales neste dia do seu aniversário.
Podia começar por sublinhar tudo o que o Vasco já escreveu, mas ficava o texto riscado e era uma pena.
O Rosales, com a sua farda amarela é, para mim, quase como o padrão dos descobrimentos, tal o tempo que mediou entre a passagem dele e a minha por aquelas paragens. Ele esteve no início e eu no fim.
Conheci o Rosales tal como o Vasco, mas de imediato se estabeleceu uma relação que foi como se nos conhecêssemos há décadas e tivéssemos partilhado o mesmo espaço e ao mesmo tempo na Guiné.
O importante, contudo, é ele ser como é, estar sempre disponível para partilhar com os outros as preocupações e as causas, sejam elas quais forem desde que perspectivem uma melhoria.
É de facto bom podermos contar com amigos como o Rosales. Obrigado Rosales por sermos amigos.
Que este seja apenas mais um dia feliz dos muitos que esperamos poder ainda partilhar contigo.
Um grande abraço de parabéns.
BS
4. Da Linha, do Zé Dinis, chegou este texto
Camaradas,
Sei da existência do Jorge Rosales desde os meus dez anos, pois frequentámos a ESSA, embora ele já com algum avanço. Mas o irmão dele, o Zé, esse foi da minha turma, e corria para os campos de futebol nos intervais das aulas. Eu dividia-me entre o ténis, o futebol e, mais raramente, o voley. O Jorge, hoje felicitado por meio mundo, não me passava cavaco. Nem me lembro de ele me ter arriado, como é seu (dele) costume gabar-se. Mas eu, puto, ainda beneficiei, sofri, e voltei a beneficiar, por ter sido confundido como irmão do Rola, considerado o melhor futebolista da escola (o Jorge já andava no estrelato). Mais tarde, já ele tinha prestígio consolidado no Estoril Praia, e jogámos contra, porque a minha equipe, os putos do CAC (Clube Académico de Cascais) íamos lá pôr à prova as capacidades daqueles tratores (este "c" de tratores deixei-o na nova convenção sobre a língua portuguesa). Quem ganhava, perguntarão vocências. Pois encaminho a pergunta para o festejado.
Coisas da vida: o irmão raramente o via, e ao Jorge encontrei-o muito recentemente.
No almoço da Ortigosa do ano passado, vi sentado, com aquele sorriso fininho, um gajo forte a quem tratavam por Rosales. A ampliação era grande. Mesmo assim arrisquei e fiz uma pergunta parva:
- És o Rosales? O vaidoso que está a abrir as prendas, retorquiu que sim. Mas a dúvida persistia: - O do Estoril? Ombre! claro que sim!
A partir desse acontecimento notável, em que dois caminheiros da velhice se encontraram ao fim de quarenta anos, sem rancores, nem outras mazelas que travassem o conhecimento, passei a sentir-me favorecido e protegido pelo homenageado, na medida em que ele tem tido uma carreira apoteótica, e já alcançou o posto de Comandante. Claro, porque o posto lhe confere poder, já levei alguns caldos a que sorrio para não lhe desenvolver a raiva.
Depois? Bem, depois disso vocês têm acompanhado o Rosales como eu, e não precisam de influências regionais para lhe atribuírem muito boa nota.
Parabéns Camarada, e que tenhas muitas alegrias por muitos e bons anos.
Embaraços fraternos, que isto de nos chegarmos todos ao festejado, pode dar confusão.
JD
5. Da outra banda, assim fala Hélder Sousa:
O Jorge Rosales faz anos…
Não conhecia o Jorge Rosales.
Sou um bocadito mais novo (pouco, é certo, mas ainda assim, mais novo), não vivia
na Linha.
E, de repente, por via da Guiné, por via do facto de algures no tempo termos estado ambos na Guiné, por consequência disso acompanharmos o Blogue que em tão boa hora o Luís Graça entendeu fazer, alguns dos nossos passos acabaram por se cruzar. Era inevitável.
Mas isso foi facilitado pelas diligências do Zé Dinis que, aquando da nossa
surtida a Peniche, para aquele encontro com o Vasco da Gama, me foi dando referências e mais referências sobre a excelência de carácter do Rosales. Daí que, quando o
Grupo do Cadaval se reuniu nesse local, em espaço gentilmente cedido pelo Belarmino, tendo em vista a discussão do que haveria a fazer para concretizar a missão a que nos tínhamos proposto, no âmbito do Blogue, de facilitar o
dar à estampa da famosa “História de Portugal em Sextilhas” do nosso camarada Maia, o Rosales aparece-me pela primeira vez de corpo inteiro.
É justo que diga que foi fácil, foi imediata a criação de empatia, não estivéssemos ali irmanados num único e mesmo propósito. O Rosales
convenceu-me logo da sua disposição incondicional para colaborar na medida das suas possibilidades e capacidades com tudo o que era necessário fazer. E tudo isto com modos serenos, tranquilos, emanando uma grande firmeza de decisões.
Hoje é o seu dia de aniversário e à semelhança do que aqui se tem feito, é oportuno deixar umas palavras sobre o que dele pensamos.
Por mim, o melhor possível!
Amigo, solidário, companheiro, firme. Dá gosto contá-lo como amigo!
Parabéns!
Hélder Sousa
6. Os editores também têm que fazer valer os seus direitos para que a homenagem fique completa. Assim somos a dizer:
Caro Rosales, atravessaste as portas virtuais da nossa Tabanca em Junho de 2009*. Daí para cá, graças à tua simpatia e carácter, conquistaste verdadeiros amigos entre a tertúlia. (Ponho só algumas reticências nas palavras do Zé Dinis, lá no fundo deve haver recalcamentos de infância, porque parece teres gostado de molhar a sopa, ou seja dar uns caldinhos, no puto. Esperemos que esteja a ser sincero e já te tenha perdoado. Pelo sim pelo não, tem algum cuidado, é que ele agora é mesmo grande).
Face ao que acima disseram de ti, resta-nos desejar-te o melhor da vida para os próximos 30 anos. Chegados lá, veremos como será o teu futuro. Passa um alegre dia de anos junto da família e dos amigos, sempre, mas sempre com a melhor saúde, algum dinheiro para gastos e o indispensável amor. Afinal um homem de pouco precisa para ser feliz, está mesmo ao alcance da mão.
Caro Jorge, recebe um abraço de amizade destes teus mais de 450 amigos e camaradas.
Pela Tertúlia e pelos editores
Carlos Vinhal
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 9 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4488: Tabanca Grande (151): Jorge Rosales, ex-Alf Mil, Porto Gole, 1964/66, grande amigo do Cap 2ª linha Abna Na Onça
Vd. último poste da série de 4 de Outubro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7078: Parabéns a você (160): Artur Conceição, ex-Soldado de TRMS da CART 730, (Guiné, 1965/67) (Tertúlia / Editores)