segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7479: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (5): Dia 23 de Novembro de 2010

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Dezembro de 2010:

Malta,
Foi um dia importante para o meu coração.
Lamento, no que toca a Lorde Torcato e àquele senhor que quer uma moradia em Finete, um tal Jorge Cabral, não trazer propriamente notícias animadoras.
Foi o que aconteceu.
Amanhã será diferente. Amanhã contem comigo no Cuor. Amanhã chego a casa, a Missirá.
Antes, serei recebido por um antigo comandante do PAIGC, em Canturé, agora Gan-Turé.
Mudam os nomes mas os lugares conservamo-los toda a vida.

Um abraço do
Mário


OPERAÇÃO TANGOMAU - ÁLBUM FOTOGRÁFICO (5)

DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2010

Tudo leva a crer que este dia 23 de Novembro vai ser emocionante para o Tangomau. Ao sair de casa deparou-se o seu querido amigo Mamadu Djau, veio de bicicleta de Amedalai, acompanhado de um antigo soldado do Pel Caç Nat 54. Em casa do Fodé, nova surpresa: o Zé Pereira, primeiro cabo do Pel Caç Nat 52, entre 1968 e 1969. Uma grande, grande surpresa. Depois de alguma negociação com o Fodé, a comitiva vai até ao antigo porto de Bambadinca, o Tangomau pretende registar o que resta desse espaço que justificava idas diárias a Mato de Cão. Todo o abastecimento do Leste, até aparecer, em finais de 1969, o porto do Xime, desembocava aqui. Sobretudo durante as manhãs, era uma roda-viva de Berliets e Unimogs que depois irradiavam para inúmeros regulados. A seguir ao porto do Bambadinca, o Tangomau tem que deixar uma carta em casa do Zeca Braima Sama, veio do seu amigo Humberto Reis, antigo furriel da CCaç 12. E há também que visitar o cemitério de Bambadinca, o coronel Jales Moreira pretende saber o estado dos túmulos dos três militares portugueses que ali jazem. O que resta do porto de Bambadinca são estacas, as que se vêem. O Tangomau teve uma repentina, perguntou a um daqueles pescadores se o levavam a Mato de Cão. Que sim, na manhã seguinte, ainda pela fresca. Depois começou a negociação do preço, começou em 40 mil francos CFA, fechou-se o negócio em 10 mil. Infelizmente, o mandão do Fodé impôs-se, está a chegar a hora de começar as visitas ao Cuor. O passeio de canoa a Mato de Cão fica para a próxima viagem. E todos aqueles que frequentaram o porto de Bambadinca vão ficar de garganta seca quando virem estas miseras estacas como vestígio de uma importância perdida.

A auto-estima do Tangomau trepou quando ele visionava o rescaldo desse dia 23. No primeiro visionamento, ele deu pouca importância à imagem. Depois, do alto da sua arrogância de fotógrafo super-amador, reconsiderou que estes vestígios do porto de Bambadinca não eram para deitar fora. Suportavam o tabuleiro do cais, por aqui passaram toneladas de comida, munições e aparato bélico, material de construção civil, etc. Para que conste para a História, aqui houve cais, exactamente neste ponto acostava o aprovisionamento dessa imensa guerra. É certo que se trata de uma ruína, o Tangomau trata-a como um vestígio arqueológico, deu sofrimentos inenarráveis proteger e direccionar este aprovisionamento.

Calilo avisara o Tangomau que havia lá uns espigões em ferro dentro do capim e muito perto do trafi (para quem está esquecido, o trafi recorda os chorões curvados sobre os rios, são árvores pequeninas, bem proporcionadas, dentro e fora do tarrafe). Entrou-se no capim e encontrou-se este suporte para o cordame das embarcações. Deram-se voltas à procura do outro suporte, era natural que houvesse dois. Mas não havia. Para que conste, é o último material ferroso do que resta do porto de Bambadinca. Cabisbaixos, todos aqueles antigos combatentes que tinham vigiado aqueles barcos civis que aqui aportaram, uns quilómetros mais abaixo, em Mato de Cão, subiram silenciosos até casa do Zeca Braima Sama. Deixou-se a carta a um familiar, o Zeca estava a dar aulas em Bafatá. À noite, foi apresentado ao Tangomau na Bantajã Mandinga. Apareceu no almoço de veteranos. E comoveu-se. A comitiva subiu para o cemitério de Bambadinca.

O Zé Pereira veste uma sabadora cor de vinho, está rodeado de Madjo Baldé e Sadjo Seidi, Sadjo Tchamo e Djiné Baldé (Missirá e Finete). Quando o Tangomau chegou a Missirá havia três primeiros cabos africanos: Domingos Silva (o albino Amadu Baldé disse-me que o viu em Bissau há uns cinco anos atrás, ninguém sabe onde pára), Paulo Ribeiro Semedo (cristão de Geba, sinistrado em Chicri com a explosão de um dilagrama, já falecido) e o Zé Pereira. O Zé era indiscutivelmente o melhor preparado deles, fora e voltou a ser professor, dava provas de maturidade e tinha o sentido da liderança. Durante anos correspondeu-se com o Tangomau. Vive em Bissorã, os seus filhos, ele diz isto com orgulho, fizeram os estudos médios. O filho mais velho joga no Atlético Clube Oriental, ele está prestes a vir visitá-lo. O Tangomau combinou ir à bola, actividade que nunca exerceu. Mas ao Zé Pereira não se pode negar essa alegria, estar a seu lado e ovacionar o filho que triunfou na bola.

O inesquecível, o valoroso e sempre fiel Mamadu Djau. Continua a trabalhar na bolanha, de onde arranca o sustento. Aqui há uns tempos, Lorde Torcato pedia informações sobre o que fazem os nossos antigos combatentes: no essencial, vão à bolanha, cultivam a horta, quando podem fazem algum comércio, vivem miseravelmente, não sabem o que é o médico, o medicamento, a pensão de reforma. Quando estive com o Mamadu Djau, em 1991, ele ainda fazia comércio. E agora, Mamadu? “Dinheiro cá tem, Mário, estou velho e perdido”. O que me dói até ao tutano é que este homem de estatura média, de porte régio, é um herói, um destemido, com a bazuca foi um combatente de alta perícia. Começou como milícia na Ponta do Inglês, engoliu ali as faúlhas do inferno. Depois de eu ter visitado a Ponta do Inglês com Lânsana Sori, ele explicou-me a vida daquele destacamento atribulado. Mais adiante, veremos o que resta da Ponta do Inglês. O Mamadu confiava que eu o tinha vindo buscar, em 1991, dissera-me: “Depois do que eu sofri ao pé de ti, depois desta viagem que fizeste, acreditei que me vinhas buscar, quero ganhar a vida e ser respeitado”. É uma das recordações mais impressivas desta viagem de 2010: caminhamos para o ocaso, o abraço que demos, as mãos dadas que estendemos um ao outro, o muito obrigado embargado que lhe disse quando ele partiu para Amedalai e eu para os Nhabijões, na tardinha de domingo, 28 de Novembro, foi a fraternidade pura, sabemos o lugar que temos no coração do outro. Para todo o sempre.

Já muito se escreveu sobre este cemitério de Bambadinca, andam por aí muitos protestos sobre o tratamento indigno que lhe reservaram, o Bambadincazinho tem-se vindo a expandir sem olhar a meios. O cemitério apanhou por tabela, a comitiva deu voltas e mais voltas até se aperceber que este é o último palmo que resta do cemitério. Como em muitas outras situações, o último grito da presença humana é aquela lápide de cimento. O Tangomau conversava com os seus botões: eram três, parece que só resta um. Isto lembra o soldado desconhecido. Não seria a melhor solução remover estas ossadas para o talhão dos combatentes, no cemitério de Bissau? Vamos passar a vida a trasladar combatentes? Os britânicos que combateram na Flandres não ficaram lá a descansar eternamente?

Que este tocador de Korá, em pleno Bambadincazinho, não se presta confusões. Perdeu-se a imagem do Tangomau e comitiva em Samba Juli, uma tabanca que representava o fim do sossego para quem ia para Mansambo ou Xitoli ou confins do Cossé. Curiosamente, os visitantes puseram-se de acordo: pouco mudara em Samba Juli. Depois dos agradecimentos da visita pelo chefe de tabanca, o Tangomau começou a fazer perguntas, ia de encontro ao que lhe pedira Lorde Torcato de Mansambo. Começou por Lali, está vivo ou morto? Houve conciliábulos em fula e crioulo e dpois veio a resposta, o Lali está vivo, podem encontrá-lo em Candamã. E Suckel? Novos conciliábulos, veio a resposta: Suckel, o sobrinho de António Iaio Buaro morreu. E Madiá? Conciliábulos e correcção: não é Madiá, é Madiu, ou Mussa Candé, pertencia ao pelotão de Mamadu Bari, de Moricanhe, morreu. Já a pensar como é que se transmitem estas notícias a Lorde Trocato, perguntou-se pelo régulo António Bonco Baldé, o régulo do Corubal. Aqui nem foram precisos conciliábulos: António Bonco morreu há muito, o seu herdeiro é Sori Baldé, vive em Sinchã Moli. Lorde Torcato também me pedira para se perguntar pelo 91. Ninguém sabia quem era o 91. Aliás, o Tangomau proibira que se tratassem as pessoas por números. Quem apareceu e pediu para ser fotografado foi um irmãozinho de Queta Baldé, para quem não sabe o Queta é um dos heróis dos livros do Tangomau, memória como a dele não existe em mais ninguém. O irmão chama-se António Iaia Buaro Embaló e manda “manga de cumprimento” ao irmãozinho. Pode dar-se o caso do leitor se ter esquecido destes diminutivos. Um só exemplo, quando se diz mãezinha está-se a falar na irmã da mãe, não vale a pena perguntar se é o mesmo que uma tia. Nesta altura da viagem, o Tangomau já conhecera centenas de paizinhos, tiozinhos, irmãozinhos do Fodé Dahaba. Se acaso ainda existem famílias extensas a do Fodé é extensíssima.

No regresso de Samba Juli, o Tangomau, à beira da desidratação, pediu para ir ao mercado buscar duas garrafas de água, de litro e meio. É nisto que um jovem bem crescido avançou para ele e lhe disse: “Estiveste no Xime e falaste muito bem do meu pai. Eu sou o filho de Mankaman Biai, de quem disseste ser o maior guia e picador do Xime. Tira fotografia”. Antes de tirar a fotografia, como é uso e costume, o Tangomau enobrece os primores de carácter deste Mankaman, que recebeu louvor na operação “Rinoceronte Temível”. E a seguir, a comitiva, à hora do calor, partiu a caminho de Fá Mandinga, tentava-se assim dar cumprimento aos pedidos de um tal Jorge Cabral que andou a fazer distúrbios na região. A estrada para Fá não é exactamente o que era. Passa-se por Santa Helena, Bantajã Assà e depois envereda-se por um estradão em muito mau estado ao lado de Ponta Barbosa, o capim cresceu, aqui e acolá despontaram pequenas tabancas, Calilo abranda a velocidade face às grandes brechas no caminho, há ainda lagos de água esverdeada, ouve-se a insistente zanguizarra dos grilos, vou ouvi-los ainda mais insistentes quando for a Madina e a Belel. Já por aqui andei quando fui visitar Serifo Candé, em Biana. Fá é um desapontamento, o que no passado evocava granjas, restos de quartel, escola agrícola, agora são vestígios de edifícios carcomidos. A viatura pára, à frente existe o quartel do Exército guineense. Fotografias nem pensar. E também é já tarde, voltar a câmara para as ruínas ali ao lado pode parecer uma provocação a este jovem que tem a pesporrência de um guarda pretoriano. Pois o Jorge Cabral fica com sobejos motivos para se meter ao caminho e vir dar aqui uma espiada: tem guarda-costas e alguns soldados vivos para lhe dar companhia. Nada mais se pode adiantar.

Finete acompanhou a evolução do traçado da estrada Bissau-Bafatá. Antigamente estava concentrada sobre a bolanha, agora espraiou-se. Aqui fica a última imagem do dia. Aqui começava a bolanha ou a povoação de Finete, ou vice-versa. A fotografia só tem importância porque se vai repetir a mesma coisa noutros locais. Por exemplo, no Enxalé, alguém que o acompanha diz-lhe: “Ali era a estrada que levava a…”. No caso do Enxalé, havia dua estradas, a que atravessava a bolanha, a estrada velha, em frente ao Xime, e a estrada nova, mesmo em frente a Samba Silate. É um mundo que desapareceu. E, por vezes, como num rompante lírico, o Tangomau dá consigo a captar estes caminhos que perderam servidão, que foram retomados pela natureza.

A bolanha de Finete tem destas surpresas, não é por acaso que beija o rio Geba, e com ele se confunde. Para o amador de curiosidades, esclarece-se que Calilo Dahaba parou a viatura de combate e questiona o que o Tangomau pretende captar na travessia do rio Geba. Pois é exactamente isto: o rio e a bolanha, a vegetação luxuriante, e a luz, esta luz teatral que faz da água barrenta um curso de água de azul quase celeste. É também por estas e por outras que o Tangomau regressa ao seu “chão” e se sente imensamente feliz. Tudo começou com um porto que se transformou numa memória, reencontraram-se amizades profundas, foi-se a Samba Juli e a viagem a Fá Mandinga resultou numa decepção. Valha-nos a bolanha de Finete. E o Geba, o rio que atravessa a vida do Tangomau.

Ainda há luz do dia, a excursão prossegue até à bolanha de Finete, o Tangomau sabe que é boa hora para captar a luz especial, aquela que guardou estas décadas todas. Como esta imagem comprova: os lírios dentro em breve vão fechar, quando o dia arrefecer, a bolanha parece um imenso jardim exótico que avança em direcção à mata densa de Finete, o que é hoje Finete, a próxima surpresa que espera os viajantes. Já bem cansados, por sinal.

Fotos: © Mário Beja Santos (2010). Direitos reservados.
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Notas de CV.

(*) Vd. poste de 19 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7470: Notas de leitura (179): A Luta Pelo Poder na Guiné-Bissau, de Álvaro Nóbrega (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 16 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7445: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (4): Dia 22 de Novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7478: Os nossos seres, saberes e lazeres (27): Victor Garcia, alfacinha e benfiquista, ex-1º Cabo At, CCAV 2639 (Bula, Binar, Capunga, 1969/71): um exemplo e um motivo de orgulho, para todos nós, antigos combatentes, na luta contra a iliteracia informática (Parte I)




Guiné > Região de Cacheu > Carta de Bula (pormenor), 1953, 1/50000 > A CCAV 2639 (1969/71) esteve em Bula, Binar e Capunga... A norte da estrada Bula - Binar - Bissorã (em direcção a Farim), o PAIGC tinha uma das suas bases, Choquemone, um nome mítico, em meados de 1969, quando eu cheguei à Guiné.





1. Já em tempos apresentámos aqui a página, na Net, do nosso camarigo Victor Garcia (*),  ex-1º Cabo At da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71).

O Victor é hoje já um ás da informática, tendo uma história muito bonita em matéria de luta contra a iliteracia informática... Benfiquista de coração, alfacinha de gema, da freguesia de Marvila,  reformado, ele é um exemplo e um motivo de orgulho para todos nós, antigos combatentes, de quem se ouve dizer, com demasiada frequência, “que burro velho não aprende línguas” (neste caso, saber mexer com um compudor, mandar um mail, consultar um blogue)…

Aqui fica um excerto da verdadeira lição que nos deu, em 2009, a todos nós, seus leitores da sua página na Net:

(...) Esta ideia nasceu porque o meu filho entendeu que eu hoje com 60 anos tinha que ter a mesma capacidade no campo informático que ele tem.

Ele além de logicamente ser mais novo do que eu (hoje com 34 anos) é também um excelente profissional no campo do Web Design estando a laborar numa empresa credenciada do País.

Há cerca de mais ou menos dois anos atrás ofereceu-me alguns livros sobre programas informáticos entre os quais estava o Powerpoint, o qual foi um dos livros técnicos que logo me despertaram a curiosidade.

Pois com esses livros e com a colaboração da minha filha que se prontificou a que fosse instalado um segundo disco no seu computador para que eu pudesse ir praticando as técnicas informáticas, fui iniciando esta nova descoberta.

Com a persistência e com algumas asneiras à mistura lá consegui ir entrando nos programas e acabei por ir fazendo umas brincadeiras que estão englobadas nesta página no sector dos PPS power points.

(...) Acabei por adquirir a minha própria máquina e hoje sou autónomo nesse campo. Entretanto [o meu filho] entendeu que eu seria capaz de fazer a minha página da Internet e no Natal de 2008 ofereceu-me um livro e um programa para construção das páginas.

Achei uma loucura da parte dele mas conseguiu convencer-me de que eu as faria e acabei por meter mãos à obra e pouco a pouco fui fazendo o que está à vista. Sei que não está uma obra de arte mas (...)

Isto acaba por dar razão ao velho ditado, que velhos são os trapos. (...) Victor Garcia.

A sua página na Net merece uma prolongada e atenta visita. Não faltam motivos de interesse, desde documentação fotográfica sobre a sua companhia e o subsector de Bula, a  dezenas e dezenas de trabalhos  seus (eu contei mais de 150!!!)  em "power point" sobre os mais diversos temas: pessoais, locais (nacionais e internacionais), arte, deporto, música, vida animal, calendários, símbolos, transportes,  festivos,  vídeo e flash, vários... 

Destaco três de que gostei: Locais internacionais > Ginéu Bissau; Pessoais > CCAV 2639 e os Kimbas; O Amarelo da Carris... Mas há muitos mais explorar...  incluindo o excelente álbum fotográfico da CCAV 2639, de que reproduzo aqui, em formato extra-largo, alguns imagens seleccionadas e editadas por mim... Com a devida vénia ao nosso camarigo Victor Garcia e votos de um Natal alegre e criativo.






CCAV 2639: Embarque em Lisboa, no T/T Uíge, no Cais da Rocha em 22/10/1969



Chegada a Bissau em 28/10/1969 


Período em Binar (de 2/11/1969 a 20/12/1969) > Em 17/12/1969, na zona operacional do Foncho



Período em Bula (de 20/12/1969 a 10/01/1970) > Em Bula, 6/1/1970, junto ao Héli-Canhão com o Aquino




Período em Capunga (de 10/1/1970 a 25/6/1970) > Reencontro com o irmão, Necas Garcia, em Bissau, em 9/3/1970



Em 2/05/1970, em  Capunga >(Grupo de 7 militares do 3º Pelotão, os Kimbas) > De pé: Pereira, Ferreira, Furriel Serra, João Moura e Nogueira; agachados: Marco Paulo e Torcato





Período em Bula (de 25/6/1970 a 25/7/1970) > Em 7/7/1970 em operação na
zona do Bipo





Período em Capunga (de 25/7/1970 a 24/8/1970) >Em 9/8/1970 em Capunga,  junto da povoação de Capunga, na estrada que liga Bula a Binar




Período em Bula (de 24/8/1970 a 23/10/1970(  > Em 4/9/1970 em Bula, com Aquino, junto do memorial do BCAV 1915 (1967/69).


(Continua)

Fotos (e legendas): © Victor Garcia (2009) (Com a devia vénia...) (Fotos editadas por L.G.) (**)

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Notas de L.G.



(**) Último poste desta série > 14 de Dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7477: Resenha histórica da CCAÇ 764 (Aldeia Formosa, Colibuia, Cumbijã, 1965/66): Pela garra se conhece o leão (Parte II) (António Clemente)

Continuação da publicação de uma pequena resenha histórica da CCAÇ 764, feita pelo ex-Fur Mil António Clemente, residente em Fátima [, foto à esquerda, em Tavira, Dezembro de 1963, onde esteve com o Mário Fitas], feita em homenagem a um camarada morto em Cumbijã, em 15/4/66, o Peitinhos, de seu nome completo Manuel Díquel  (ou Vítor ?) dos Reis Prazeres, natural de Mira de Aire, concelho de Porto de Mós, Sold At 1211/64 (*).  


Segundo o portal Ultramar Terraweb, do nosso camarigo Mário Pires, o segundo nome do Peitinhos era é Vitor... No texto do Clemente, aparece Díquel. (Enfim, temos aqui o pequeno diferendo a esclarecer).


CCAÇ 764 (Aldeia Formosa, Colibuía, Cumbijã, 1965/67), companhia independente > Parte II

por António Clemente


Desde finais de Maio de 1965, a CCAÇ 764 ficou adstrita ao BCAÇ 1861 (Buba,  1965/67), com os seus grupos de combate distribuídos da seguinte forma:  (i) Comando da Companhia e 3º Gr Comb em Aldeia Formosa; (ii) 2º Gr Comb, em Colibuía; (iii)  1º Gr Comb, em Cumbijã, não havendo referência ao 4º Gr Comb. A sua divisa era: Ex ungue leonem (traduzindo o latinório à letra, Pela garra se conhece o leão...).


O António Clemente enviou-nos este trabalho, através do camarigo Mário Fitas, também com a menção expressa de ser um "presente de Natal" para nós, membros da Tabanca Grande, gentileza que já agradecemos e retribuímos,  sentando-o connosco debaixo do nosso gigantesco e mágico poilão, agora ainda mais bonito com as luzinhas do nosso Natal de 2010... (LG)










(Continua)






Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351, Os Tigres de Cumbijã (1972/74) > Um aquartelamento construído de raíz, entregue ao PAIGC em 19 de Agosto de 1974. Foto do ex-Cap Mil Vasco da Gama, natural de Buarcos, e nosso grande camarigo.

Foto: © Vasco da Gama (2010). Direitos reservados

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Nota de L.G.:


(*) Vd. postes de:

Guiné 63/74 – P7476: Parabéns a você (192): José Casimiro Carvalho (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350 (Miguel Pessoa & Editores)



1. Completa hoje o seu 59º Aniversário o nosso Camarada José Casimiro Carvalho, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350 “Piratas de Guileje” - Guileje e Gadamael -, e da CCAÇ “Lacraus de Paunca” -
Gadamael, Guileje, Nhacra e Paúnca -, (1972/74).
Postal ilustrado: © Miguel & Giselda Pessoa (2010). Direitos reservados.

Lamego (?) > s/d > Na foto, o nosso ranger, à esquerda, posa com a Kika (sua filha mais velha), o General Lemps Pires (1930-2009), a Sofia (sua filha mais nova) e o General José Alberto Cardeira Rino (OpEsp/RANGERs)... J. Casimiro Carvalho mora em Vermoim, na Maia, e é casado há 35 anos. A filha Kika tem 34 anos (secretária administrativa) e a Sofia tem 29 (economista). E já tem uma netinha, a Beatriz (nasceu em 2008).





Guiné > Região de Tombali > Cacine > Maio de 1973 > Na altura (22 de Maio de 1973) em que Guileje foi abandonada pelas NT, o J. Casimiro Carvalho estava em Cacine, coordenando o reabastecimento destinado à sua companhia. Os géneros vinham de Bissau, em batelões, até Cacine, e depois em LDM até Gadamael e, por coluna, até Guileje.  Nesta já famosa carta, publicada na série Cartas do corredor da morte, ele conta aos pais a inesperada notícia do abandono do aquartelamento: "Se foi com ordens de Bissau que se abandonou a nossa posição, posso dar graças a Deus e dizer que foi um milagre, mas se foi uma insubordinção nem quero pensar"...  Mas uma coisa é certa: "Guileje ficou à mercê 'deles'. Não sei se as minhas coisas estão lá, ou se os meus colegas as trouxeram, tinha lá tudo [, incluindo o meu querido patacão...], mas paciência!"... 

Já em tempos tínhamos oportuna e justamente agradecido ao nosso camarigo da Maia o carinho e o apreço com que ele nos fez chegar este lote de correspondência. Foi um período doloroso para ele, por motivos óbvios e mais um: o seu velhote, seu cúmplice e confidente na correspondência de Guileje, havia falecido uns tempos antes (LG) .


Fotos: © J. Casimiro Carvalho (2007). Todos os direitos reservados.


2. Em nome do nosso Camarada Luís Graça, colaboradores deste blogue e demais elementos desta tertúlia “tabancal” desejo que no festejo de mais este aniversário, sejas muito feliz junto da tua querida família e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.

Que por muitos mais e boas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos te possa enviar mensagens idênticas a esta e às que hoje lerás no “cantinho” reservado aos comentários.

Estes são os sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, com um grande abraço fraterno
.
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
19 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7469: Parabéns a você (191): Humberto Reis, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 12 e João Melo, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAV 8351 (Tertúlia / Editores)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7475: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (11): Boas-Festas da Tertúlia

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (11)


1. Do nosso camarada António Pimentel, ex-Alf Mil Op Esp da CCS/BCCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70:

Para que nos lembremos que o que importa não se embrulha.

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2. Do nosso camarada Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74:

Caro Amigo/a
Desejo-te um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, extensível a toda a tua família.
Um abraço
Luís Dias
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3. Do nosso camarada Victor Barata, ex-Especialista da FAP, BA 12, 1971/73:

São os votos sinceros da "malta" do ar.
Victor
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4. Do nosso camarada Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67:

Para todos os tertulianos e suas famílias, votos de um Santo e Feliz Natal e que o Novo Ano seja próspero em todos os aspectos, particularmente em saúde.
Benito Neves
CCAV 1484
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5. Do nosso camarada António Paiva, ex-Soldado Condutor no HM 241, 1968/70:



Caro Carlos


Talvez vá um pouco atrasado, mas não quero deixar passar a quadra sem me juntar aos desejos de BOAS FESTAS.
Desta vez mando o presépio cá de casa.
A todos os tertulianos e suas Famílias desejo um FELIZ E SANTO NATAL, que o 2011 nos traga ao menos a esperança para vermos dias melhores.
Um abraço
António Paiva
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6. Do nosso camarada António Barbosa, ex-Alf Mil Op Esp da 2.ª CART/BART 6523, Cabuca, 1973/74:

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7. Do nosso camarada José Belo, ex Alf Mil Inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, actualmente Cap Inf Ref, a viver na Suécia:

Um pouco da Lapónia com votos para os camaradas de um Feliz Natal e Bom Novo Ano. 
(Foto Dagens Nyetter.)
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8. Do nosso camarada Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil, CMDT da CCAÇ 2403, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70:

Votos de Santo e Feliz Natal
Com um abraço
HPeixeiro

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9. Do nosso camarada Herlânder Simões, ex-Fur Mil da CART 2771 e CCAÇ 3477, Nova Sintra e Guileje, 1972/74:

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10. Do nosso camarada Aníbal Magalhães, ex-Alf Mil da CCAÇ 2465/BCAÇ 2861, e Bissum-Naga, 1969/70:

Amigo e camarigo Luís:
Para ti e co-editores um Feliz Natal e Bom Ano Novo
Um abraço
Aníbal Magalhães
CCAÇ 2465/BCAÇ 2861
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7472: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (10): Maneiras distraídas de viver a vida… (José Eduardo Oliveira)

Guiné 63/74 - P7474: Resenha histórica da CCAÇ 764 (Aldeia Formosa, Colibuia, Cumbijã, 1965/66): Pela garra se conhece o leão (Parte I) (António Clemente)


Tavira > Cismi > 1963 > Adeus, Tavira > Da esquerda para a direita, Rui Lobo, António Clemente, Mário Fitas e um quarto elemento não identificado. O Clemente acaba de entrar para a nossa Tabanca Grande, com o nº 462, pela mão do seu e nosso camarigo Mário Fitas  (*)








CCAÇ 764 (Aldeia Formosa, Colibuia, Cumbijã, 19675/66),  Ex ungue leonem, pela garra se conhece o leão...


Companhia de Caçadores, nº 764, independente (Guiné, 1965/66)






(Continua)

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Nota de L.G.:



Guiné 63/74 - P7473: Tabanca Grande (255): António Clemente (CCAÇ 764, Aldeia Formosa, Colibuía, Cumbijã, 1965/66), apresentado pelo seu camarigo de Tavira, Mário Fitas


Tavira > Cismi > 1963 > Adeus, Tavira > Da esquerda para a direita, Rui Lobo, António Clemente, Mário Fitas e um quarto elemento não identificado



Tavira > Cismi > 1963 > Pelotão de instrução da 2ª companhia, comandada pelo alf Cadete (ao centro, na fotografia). Pergunta o Mário Fitas: "Há por aí malta que saiba onde param os outros todos ?"

Fotos: © Mário Fitas (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso querido camarigo Mário Fitas (ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CCAÇ 763, “Os Lassas”, Cufar, 1965/66), com data de 18 do corrente:


Assunto - De Farda Amarela e Camuflado


Em anexo segue um escrito e uma resenha da CCAÇ 764 que me foi enviada pelo meu camarigo António Pereira Clemente, furriel miliciano da referida Companhia e que foi meu companheiro em Tavira no curso de Agosto a Dezembro de 1963,  fazendo parte do pelotão de instrução do agora Coronel Cadete que tinha na altura o alcunha de Patilhas. Mais tarde voltámos a encontrar no RI 1 mobilizados para a Guiné, onde nos reencontrámos na operação Razia.


A minha vivência com o António Clemente foi e é extraordinária, só não conseguindo trazê-lo para a nossa Tabanca, por não se querer meter na informática.


Seria um bom elemento contando as estórias de Farda amarela e camuflado.


Já que tenho alguns pormenores que podem enriquecer um pouco o seu escrito, informo que o capitão Teixeira era na altura,  com os seus quarenta anos, o capitão operacional mais velho da Guiné. Mais tarde foi substituído pelo hoje tenente General Cardeira Rino, meu instrutor de Operações Especiais em Lamego em Julho/Agosto de 1964.


Todas estas místicas histórias de CUMBIJÃ e arredores, têm tido grande relevo aqui no Blogue, pelas personagens que lá viveram e transcritas em livros. Refiro "Vindimas no Capim",  do nosso camarigo Zé Brás e no meu mal alinhavado "Putos, Gandulos e Guerra".


As dificuldades informáticas e carência de equipamento levaram-me a pedir a colaboração do meu velho amigo Furriel Comando João Parreira,  sempre disponível para trabalhar para a Nossa Tabanca.


Em outro e-mail seguem duas fotos de Tavira, para identificação do António Clemente e da malta do pelotão do então alferes Cadete.


Se virem que é de utilidade para o Blogue, o Clemente deu o consentimento de vos pôr este escrito à consideração.


O velho abraço como é usual, do tamanho do Cumbijã.


Mário Fitas


Fur Mil Op Esp dos Lassas


2. Comentário de L.G. / M.R.:


Grande Lassa, grande ranger, querido camarigo Mário: Que a falta de literacia informática, ou até de computador,  não seja motivo para impedir que o teu e nosso camarada António Clemente seja privado do convívio da Tabanca Grande e da visibilidade que o nosso blogue dá,  levando as nossas histórias e recordações até aos quatro cantos do mundo (incluindo a Guiné-Bissau onde temos gente que nos acompanha diariamente). 


O António vai entrar na nossa Tabanca Grande pela tua mão, e com o todo mérito. Vamos apresentar, em próximos postes, a resenha histórica que ele fez, com tanto carinho, sobre a sua CCAÇ 764, uma companhia, independente, sobre a qual não tínhamos até agora qualquer referência... Transmite ao teu camarada e amigo o que é significa pertencer a esta comunidade virtual de amigos e camaradas da Guiné. Ele passa a ser o camarigo nº 462. Diz-lhe que nos sentimos honrados por albergar, na nossa Tabanca Grande, mais um camarada do caqui amarelo.... 


E quanto a ti, obrigado, pelo teu gesto e camarigagem. Continuanos à espera da nova edição dos Putos, Gandulos e Guerra. Recebe um abraço do tamanho do Corubal. Um santo Natal para ti, e toda a família, incluindo a nossa bailarina. Luís Graça
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Nota de MR / LG:

Vd. último poste da série em:

Guiné 63/74 - P7472: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (10): Maneiras distraídas de viver a vida… (José Eduardo Oliveira)


1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira* (JERO) (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos em 14 de Dezembro de 2010 a seguinte mensagem:
Camarigos,

Como entramos na semana do NATAL votos de Boas Festas. Boa saúde para vós e para os vossos. Com calma e com algum dinheiro para gastos. Mais fornicados do que estamos será difícil. Mas se a amizade que une se mantiver forte teremos sempre alguma coisa a que nos agarrar.

Mando mais um texto dentro do "estilo" Blogando e Andando. Acho que no nosso blogue terá lugar uma "estória" que não seja só relativa a recordações de guerra. Afinal passaram trinta e tal anos... para uns e quarenta e tal anos para outros... Como é o meu caso.
Maneiras distraídas de viver a vida…

O Fernando foi um homem de valor. Trabalhou e subiu na vida graças aos seus méritos. E era bom em tudo que se metia.
Tinha um sentido de humor muito especial e uma maneira um “bocado distraída” de viver a vida que “era mesmo”… só dele.
Conseguiu virar um Volkswagen (de cor verde alface) numa curva a caminho do seu local de trabalho e andou 100 metros – até à porta da Fábrica – de lado…
Sem sofrer uma beliscadura.
Quem se assustou mais foi o porteiro da Fábrica quando viu o carro aproximar-se em… apoio lateral!

Os responsáveis da Volkswagen diziam que este carro era impossível de capotar ou virar-se.

O Fernando conseguiu essa proeza!

Mas não se ficou por aí…

Na encosta de um vale lindíssimo, no sopé da Serra dos Candeeiros perto do local onde terá passado o exército de D. Afonso Henriques quando em 1147 (*), conquistou Santarém aos Mouros, havia (e ainda há) o Restaurante do Carrascal.
O prato forte da casa era um prato de bacalhau.
Quando serviam o seu célebre “bacalhau à Maria Matos”o restaurante enchia até à porta.
E quase sempre havia que esperar um bom bocado para conquistar um lugar sentado frente a “um” Maria Matos…
O Fernando (primeiro nome do protagonista desta história Fernando da Cruz Santos) aguardava esfomeado que chegasse à mesa o “seu” bacalhau.
Em mesa próxima alguém insistia com o Fernando que ele conhecia diversas pessoas da sua família.
O Fernando ia dando o”troco” possível à conversa… sem muito entusiasmo.

Queria mesmo era comer o bacalhau “à Maria Matos”. E o vizinho da mesa insistia.
- O senhor até conhece e minha mulher!
O Fernando conseguiu comer a primeira garfada e respondeu.
- Então o senhor é casado com…?
- Com a minha mulher!
- Ah pois!
E… finalmente, o Fernando conseguiu comer descansado.
O vizinho falador da mesa mais próxima ficou embatocado.
Com a sua maneira um “bocado distraída” de viver a vida o Fernando desarmava o mais “pintado”… e o mais chato.
Esta história verídica terá cerca de vinte anos.
Ainda esta manhã quando falava com um vizinho “chato”, que me tentava explicar quem era uma pessoa de quem eu não me lembrava… que era filha de “beltrano” e casada com “cicrano” eu me safei contando a história do Fernando.
Portanto o tipo era casado com… a mulher!!!
E escapei-me.
Não tem nada que enganar. Resulta sempre.

(*) - Em 1147, a moura renegada Zuleiman apresentou-se nos paços de Coimbra na presença de D. Pedro Afonso, irmão do primeiro rei de Portugal, surpreendendo o infante com a revelação que aquela seria a melhor altura para conquistar Santarém.
Zuleiman despeitada por ter sido abandonada por Muhamed, o alcaide de Santarém, queria vingar-se dando aos cristãos as informações que tinha sobre a defesa do castelo.
Entretanto, D. Afonso Henriques já tinha enviado o seu cavaleiro Mem Ramires a Santarém para estudar o inimigo e a astúcia e a cautela do cavaleiro foram fulcrais para a decisão do ataque.
Conta a lenda que foi na serra dos Albardos (ou dos Candeeiros) que o primeiro rei de Portugal fez a promessa de construir um mosteiro se Deus lhe desse a vitória.
Mem Ramires segurou a escada contra as muralhas por onde entraram os soldados e Santarém amanheceu cristã.
O mosteiro de Alcobaça foi construído em cumprimento de um voto do primeiro rei de Portugal.

Um grande abraço de Alcobaça do vosso irmão na guerra e na paz,

JERO
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Nota de M.R.: