domingo, 15 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9749: Blogpoesia (186): Registo (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Felismina Costa com data de  11 de Abril de 2012:

Caros amigos
Escritores desta epopeia colectiva que nos une aqui! Passou a Páscoa, sem vos desejar que essa quadra fosse de Paz e amor, mas, como sei, que todos sabem, que é isso que vos desejo sempre, não estou triste!
Queria, contudo, convidar-vos todos para a minha mesa, mas todos mesmo, porque considero toda a tertúlia, a minha família, mas, o espaço físico de que disponho, não comporta a grande família que somos, por isso, estiveram comigo, presentes no sentimento Pascal, no acreditar da Ressurreição, no crer na amizade, na tolerância e na Esperança de um mundo mais justo e mais fraterno!
Ofereço-vos, em vez de amêndoas, um simples poema que espero vos saiba a amizade e ao crer no futuro.

Um abraço infinito para todos e cada um de vós.
Felismina Costa


Registo

Enfeitei com rosas multicolores
A minha velha casa!
Com rosas multicolores
De todos os jardins desta Primavera!

Pus na mesa a toalha de linho e renda,
Que acompanha digna, todas as nossas reuniões,
e sobre ela, o serviço de jantar, que a embeleza.

Nos pratos, pus o amor e a alegria,
Que servi transbordantes aos meus convivas,
que me ajudaram a colher as rosas,
a pôr a toalha,
e sobre ela, o serviço de jantar,
onde despejo sabores e cheiros
do velho clã que idolatro,
de quem herdei a capacidade de olhar as rosas,
de aspirar o perfume,
e do repartir por todos aqueles de que me rodeio!

Sei, que as rosas que hoje vos ofereço,
voltarão a florir por várias gerações
com todo o seu perfume
e todas as suas cores…
E outras mesas e outras toalhas, voltarão a pôr-se…
Por mãos tão minhas, como se eu fosse,
presença ali…
Como sou hoje!...

Felismina Mealha
Agualva, 1 de Maio de 2010
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9627: Blogpoesia (183): Homenagem ao Homem, no Dia do Pai (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 5 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9705: Blogpoesia (185): Pelas estradas de Mampatá (José Santos)

Guiné 63/74 - P9748: Documentos (22): Análise da situação do inimigo - Acta da reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973 - Parte II (Luís Vaz Gonçalves)


1. O nosso amigo e tertuliano Luís Gonçalves Vaz, filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos mais uma mensagem dando continuidade ao trabalho documental iniciado no poste P9639, que é a Parte I - Análise da situação do inimigo - Acta da reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973 no Quartel General do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné.

Camarigos:

Aqui vai a PARTE II, sobre a "Reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973"


  PARTE II

Reunião de Comandos, em 15 de Maio de 1973, “Ata da Reunião"


“Em 15 de Maio de 1973, pelas 10H30, no Quartel-general do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné, teve lugar, sob a presidência e mediante convocação do General Comandante-Chefe, General António de Spínola, uma reunião de Comandos na qual participaram os comandantes-adjuntos respectivamente, Comodoro António Horta Galvão de Almeida Brandão, Comandante da Defesa Marítima da Guiné, Brigadeiro Alberto da Silva Banazol, Comandante Territorial Independente da Guiné, Brigadeiro Manuel Leitão Pereira Marques, Comandante-Adjunto Operacional e Coronel Gualdino Moura Pinto, Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné …”

General Comandante-Chefe, General António de Spínola

“… Dou a palavra ao Comandantes - Adjuntos …”

- Brigadeiro Manuel Leitão Pereira Marques
- Brigadeiro Alberto da Silva Banazol
- Coronel Gualdino Moura Pinto

" E não havendo mais nada a tratar, o General Comandante-chefe encerrou pelas 11h 30 a reunião, que eu Hugo Rodrigues da Silva, Coronel do CEM  e Chefe do -Estado-Maior do Quartel-General do Comando-Chefe, relatei e assino " 

Bissau, 15 de Maio de 1973














(Continua)
Luís Beleza Vaz
(Tabanqueiro 530)
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Nota de MR:

Vd. também a Parte I no poste do mesmo autor em: 

22 DE MARÇO DE 2012 > Guiné 63/74 - P9639: Análise da situação do inimigo - Acta da reunião de Comandos, realizada em 15 de Maio de 1973 (Luís Vaz Gonçalves)


Guiné 63/74 - P9747: Agenda cultural (195): Reportagem do lançamento do livro de Joaquim Mexia Alves, Orando em Verso, ocorrida no dia 14 de Abril de 2012, no Pavilhão do Museu Joaquim Correia, na Marinha Grande (Miguel Pessoa)

1. Reproduzimos o excelente trabalho de reportagem do nosso camarada Miguel Pessoa, publicado na Tabanca do Centro, dando conta dos momentos mais marcantes da cerimónia de apresentação do livro desse outro nosso grande camarada e amigo, camarigo como ele gosta de dizer, Joaquim Mexia Alves*, "Orando em Verso".

Com a devida vénia ao camarada Miguel Pessoa e à Tabanca do Centro
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 8 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9715: Agenda cultural (194): Lançamento do livro de Joaquim Mexia Alves, Orando em Verso, dia 14 de Abril de 2012, pelas 15 horas no Pavilhão do Museu Joaquim Correia, na Marinha Grande

Guiné 63/74 - P9746: Parabéns a você (406): António Pimentel, ex-Alf Mil Rec Inf da CCS/BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9743: Parabéns a você (405): Luís Faria, ex-Fur Mil da CCAÇ 2791 (Guiné, 1970/72)

sábado, 14 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9745: Memória dos lugares (179): A saudosa Bolama (António Estácio / Patrício Ribeiro)




1. Mensagem do nosso amigo tertuliano António Estácio*, natural da Guiné-Bissau, com data de 11 de Abril de 2012:

Para quem goste de recordar a saudosa cidade de Bolama. Com um grande abraço a esperança de que este trabalho sobre "A saudosa ..." não desaponte muito.

António J. Estácio


A TODOS QUANTOS AMAM BOLAMA



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2. Mensagem de 11 de Abril de 2012 do nosso camarada e amigo tertuliano Patrício Ribeiro, sócio-gerente e Director Ténico da firma IMPAR, Lda., a viver na Guiné-Bissau, depois de receber a mensagem do amigo António Estácio, com o trabalho sobre Bolama, aqui publicado, que circulou pela tertúlia:

Ao António Estácio
Não posso de deixar de fazer o meu comentário ao belo trabalho do António Estácio, sobre a cidade "abandonada" de Bolama.

Nós que por lá andamos em trabalho há muitos anos e para onde enviamos turistas quase todos os fins de semana, tínhamos pouca informação sobre os belos edifícios da cidade.

Esta planta e seus comentários, são muito importantes para quem visita a cidade, ou para quem ajuda na recuperação de alguns equipamentos.

Para vosso conhecimento, quem tem andado a recuperar nos últimos anos alguns edifícios, têm sido as seguintes instituições:

- ONG AIDA Espanha, Edifícios do PRODEPA / Escola de Pescadores;
- Fundação AMI, antiga residência de Funcionários, (junto foto). Esta Fundação há muitos anos que trabalha em Bolama;
- Cooperação Portuguesa, Escola de Formação de Professores, uma Oficina de Língua Portuguesa com Biblioteca, (junto à praça do Ulysses) com uma professora permanente;
- Carlos Lobo está a reparar uma casa de 1º andar na Av. Principal, para a transformar em Hotel;
- A nossa oferta à Cidade de Bolama, foi a reparação dos candeeiros na Praça do Ulysses e que vão trabalhar com energia fotovoltaica, a partir da casa da AMI.

- Junto fotos tiradas em Março de 2012.

1 - Praça da Estátua do Ulysses S. Grant.

2 - Os velhos candeeiros da Praça Ulysses

3 - Candeeiros da Praça do Ulysse, em reparação, oferta à Cidade de Bolama

4 - Casa para equipa Médica da AMI, antiga residência dos Funcionários.

Fotos: © Patrício Ribeiro (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6432: Tabanca Grande (220): António Estácio, nascido em Bissau, no chão papel, escritor, amigo do Pepito, do Zé Neto, do Mário Dias e do Graça de Abreu, autor de Nha Carlota

Vd. último poste da série de 19 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9625: Memória dos lugares (178): Sobre a ponte da estrada Canchungo - Cacheu, ao Km 6 (Carlos Schwarz/Pepito)

Guiné 63/74 - P9744: Meu pai, meu velho, meu camarada (28): O RI 23, (re)constituído na Ilha de S. Vicente (agosto de 1941/dezembro de 1944): a unidade a que pertenceram Luís Henriques, Ângelo Ferreira Sousa, Porfírio Dias e Armando Lopes (José Martins)

1. Comentário do nosso colaborador permanente José Martins, com data de 11 do corrente, ao poste P4926 (*):


A foto nº 2 [, à esquerda,] tem uma referência, com interrogação, acerca do RI 23.
[Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Foto nº 2 > Ângelo Ferreira de Sousa (1921-2001), pai do nosso camarada Hélder Sousa, natural de Vale da Pinta, Cartaxo, ex-1º Cabo n.º 816/42/5 da 4ª Companhia do 1º Batalhão de Infantaria do R.I. 23 (?)... Tem a data de 18 de Outubro de 1943 e na legenda refere ser 'recordação de S. Vicente'.]


O RI 23 foi constituído em Cabo Verde, na Ilha de S. Vicente, sob o comando do Brigadeiro Augusto Martins Nogueira Soares (Agosto de 1941 a Dezembro de 1944).


Faziam parte deste regimento:


1 Batalhão do RI 5 (Caldas Raínha)
1 Batalhão do RI 7 (Leiria)
1 Batalhão do RI 15 (Tomar)
Bateria de Artilharia Costa 1
Bateria de Artilharia Costa 2
Bateria Artilharia Contra Aeronaves 9,4 cm
Bateria Artilharia Contra Aeronaves 4 cm
Bateria de Referenciação, a 2 Divisões
2ª Companhia de Sapadores Mineiros do Regimento de Engenharia 2


Mais os seguintes serviços de apoio:


Parque de Engenharia
Secção de Padaria
Depósito de Subsistências e Material
Laboratório de Análise de Águas
Hospital Militar Principal de Cabo Verde
Depósito Sanitário
Tribunal Militar


Ab
José Martins


2. Comentário do editor:


A origem do RI 23 remonta à epoca da Restauração (1641). A designação de RI 23 data de 1806. Notabilizou-se na luta contra as tropas napoleónicas (por ex., defesa de Almeida e  batalha do Buçaco, 1810). Ao RI 23, (re)constituído na Ilha de São Vicente, Cabo Verde, durante a II Guerra Mundial, pertenceram os "nossos camaradas" Luís Henriques (1920-2012) (pai do Luís Graça), Ângelo Ferreira de Sousa (1921-2001) (pai do Hélder Sousa), Porfírio Dias (1919-1988) (pai do Luís Dias) e Armando Lopes (felizmente ainda vivo) (pai do Nelson Herbert). (**)

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Guiné 63/74 - P9743: Parabéns a você (405): Luís Faria, ex-Fur Mil da CCAÇ 2791 (Guiné, 1970/72)

Para aceder aos postes do camarada Luís Faria, clicar aqui
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9730: Parabéns a você (404): Jorge Félix, ex-Alf Mil Pilav (Alouette III); Jorge Picado, ex-Cap Mil (BCAÇ 2885 e CAOP 1) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo (1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9742: Notas de leitura (350): A Guiné vista pela Agência-Geral do Ultramar em 1967 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 5 de Março de 2012:

Queridos amigos,
Obtive este prospeto em Lisboa, aí por Maio ou Junho de 1968. Palavra que procurei acreditar em tudo quanto li, embora à partida me tenha feito uma certa confusão só ver imagens de Bissau. Depois, no Leste, vi o mapa e confrontei-o com a realidade do tempo, aquela Guiné era inverosímil, deslocada da realidade e muito antes de ter eclodido a luta armada. Ainda hoje estou para saber o que se pretendia do público oferecendo a imagem de uma região fora do tempo.

Vou pedir ao Carlos Vinhal, com as suas artes, que mostre a Guiné de 1967 concebida pela Agência-Geral do Ultramar.

Um abraço do
Mário


A Guiné vista pela Agência-Geral do Ultramar em 1967

Beja Santos

“Quem procura sempre alcança”, lembrava-me deste prospeto da Agência-Geral do Ultramar, era oferecido nos serviços do SNI, nos Restauradores, foi aqui que eu o obtive, seguiu comigo para a Guiné e ardeu na flagelação de Missirá de 19 de Março de 1969. Já na altura era motivo de galhofa, tal o irrealismo de pôr nas mãos do público um documento desfasado da vida da Guiné atual. Compreende-se que por razões ideológicas não se quisesse falar da guerra, eram só ações de polícia, bandos vindos do exterior, etc. Mas, a quem é que a Agência-Geral do Ultramar queria seduzir?

Os dados históricos são irrepreensíveis… só que ficam ao nível da pacificação, anos 30 do século XX, parece que não havia História mais recente, depois dos Descobrimentos do século XV, da exploração do monopólio real por Fernão Gomes, da capitania-mor do Cacheu, da capitania-mor de Bissau, do governador Honório Pereira Barreto, da sentença arbitral do presidente dos Estados Unidos Ulisses Grant, em que se reconheceu a Portugal o direito à ilha de Bolama, o último facto relevante parece ter sido a autonomia administrativa dada à Guiné, em 1879, em que se nomeou governador o coronel Agostinho Coelho. A partir daí só se fica a saber que “a província da Guiné começou a caminhar num passo firme e seguro para um progresso que é hoje uma realidade incontestável”.

Vejam-se as comunicações: o porto de Binta é o segundo da província em movimento. Tínhamos nesse ano uma rede de estradas com uma extensão total superior a 3 mil quilómetros e mais: “São muito numerosas as carreiras de autocarros entre diversas localidades da província”. Todas as fotografias do prospeto têm a ver com Bissau: monumento ao “Esforço da Raça”, edifício do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, monumento a Nuno Tristão, Palácio do Governo, pormenor da Avenida Marginal, instalações da Associação Comercial, Industrial e Agrícola, Hospital Central de Bissau, há até mesmo um trecho do coqueiral de Santa Luzia.

Vejamos agora o mapa na escala de 1:1 000 000 e convém não esquecer que o ano é 1967. Do outro lado de Bambadinca temos Sinchã Corubal, ao tempo terra de ninguém, com trilhos percorridos pelas populações de Madina, não há uma só referência a Geba, Fá Mandinga, não existe o regulado de Joladu, Badora, Mansomine. Só lamento não saber digitalizar todo o mapa, vou pedir tal generosidade ao Carlos Vinhal, hoje só vai meia Guiné, território suficiente para quem ali andou, do Sul ao Centro-Leste se rever com a Guiné daquele tempo.

E fica uma última questão, certamente irrespondível: a quem servia o irrealismo, a camuflagem, o anacronismo?

 Clicar na imagem para ampliar
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9719: Notas de leitura (349): Os Últimos Governadores do Império, coordenação de Paradela de Abreu (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P9741: Memória dos lugares (180): O Xime, em cinemascope, do meu tempo (António Vaz, comandante da CART 1746, 1968/69)



1. Mensagem do nosso camarada, e novo membro da nossa Tabanca Grande, António Vaz, ex-Cap Mil da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69), que esperamos rever em Monte Real, no próximo dia 21, no nosso VII Encontro Nacional:

Data: 2 de Abril de 2012 00:26
Assunto: Foto


Olá,  camaradas!

Como agradecimento pelas fotos do Xime,  recuperadas e republicadas por  minha causa - Luis Graça  dixit -, aqui vai uma em " cinemascope e  colorizada " do Xime que conheci em 68 e meio 69.

Um abraço do António Vaz

2.  O António Vaz mandou-nos ontem os seus elementos de identificação que estavam em falta (incluindo as duas fotos regimentais):

Aqui vai o meu perfil e as fotos da praxe para o arquivo do Blogue:


Nome completo ANTONIO GABRIEL RODRIGUES VAZ (abreviadamente António Vaz)
Natural de Lisboa
Data do nascimento: 29 de Maio de 1936
Morada:  [...] Lisboa
Telemóvel: [...]
 
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Nota do editor:


Último poste da série >  31 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9688: Memória dos lugares (179): Gã Dembel ou Gandembel das morteiradas... (José Teixeira, CCAÇ 2317, 1968/70)

Guiné 63/74 - P9740: Memórias da CCAÇ 798 (Manuel Vaz) (8): Uma perspectiva a partir de Gadamael Porto - 65/67 - VII Parte - Evolução da situação militar - Anexos I, II e III



1. Em mensagem do dia 7 de Abril de 2012, o nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67), enviou-nos os anexos I, II e III referentes à VII Parte das Memórias da sua Companhia.






MEMÓRIAS DA CCAÇ 798 (8)

De 63 a 73, uma década de Guerra na Fronteira Sul da Guiné

Uma Perspectiva a Partir de Gadamael Porto - 65/67 (VII Parte) Anexos I, II e III



O Diagrama anterior evidencia a sequência da ocupação de toda a Fronteira Sul pelas NT, onde Guileje aparece em último lugar. Se esta sequência manifesta o grau de prioridade, teremos de concluir que, nessa altura, a zona de Guileje não era prioritária. Só muito mais tarde a CCAÇ 726 (28/10/64) se instalou em Guileje, 17 meses depois da CCAÇ 273 ter chegado a Cacine. (15/MAI/63).

Mas mudam-se os tempos e alteram-se as situações e as estratégias, o que levou o Gen. Spínola a extinguir Sangonhá/Cacoca (29/JUL/68), Gandembel/Balana e Mejo (28/JAN/69) e mais tarde Ganturé (13/MAI/70). Guileje retirou (22/MAI/73) para Gadamael.

É oportuno referir que o Pelotão que ocupou Guileje (04/FEV/64) era da CART 495, sediada em Aldeia Formosa, o que reforça a ideia de que, inicialmente, a zona não era nem perigosa nem prioritária. Mas o “Corredor da Morte” começou nesta altura e aqui.

FONTES: Vários, in Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



O Cronograma anterior apresenta todas a Companhias que fizeram parte da guarnição de Gadamael de 63 a 74, respeitando a sequência e a titularidade da sua presença no Setor.

Critérios:
1 – Dada a existência de sobreposição, a data que consta no Cronograma, refere-se à chegada da Companhia que rende, a menos que esta não seja conhecida. Neste caso, indicou-se a data da partida da Companhia rendida.
2 – Havendo discordância de datas, optou-se por aquela que parecia mais provável, quanto à origem da fonte e/ou quanto ao contexto da informação.

Fontes:
Principal – Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, particularmente através dos contributos de Luís Graça e Daniel Matos em P 7186 e Luís Graça em P7156.
Secundária - Batalha de Gadamael, ULTIMA MISSÃO de José Moura Calheiros De Recurso – E. M. E.- RESENHA HISTORICO-MILITAR DAS CAMPANHAS DE ÁFRICA – Fichas das Unidades, 7º Vol. Tomo II (61 – 74)

Nota a) - Refere-se à CCAÇ 8350, após a retirada de Guileje.


Notas: 
1 – A representação do Armamento apresenta algumas descontinuidades resultantes da falta de elementos, o que não condiciona a perceção da tendência da situação. Lembro que, das Companhias que constituíram a Guarnição de Gadamael Porto, de DEZ/73 a JUL/74, ¼ não estão representadas no Blogue, o que dificulta ou mesmo impede, a recolha de elementos e os contactos para a sua obtenção. 
2 – A deslocação de subunidades em reforço, não foi tida em conta na elaboração do Diagrama, a não ser, quando a sua presença assumiu um caráter permanente. 
3 – Note-se que até 13/MAI/70, data o abandono de Ganturé, o Armamento do Setor estava distribuído por dois Aquartelamentos.

O Diagrama dá uma visão geral do que foi o reforço em Pessoal e Armamento, em Gadamael Porto de 63 a 74, mas admite outras leituras importantes: - Sublinho, em primeiro lugar, os anos charneira de 68/70 a que corresponde a concentração da população vinda de Sangonhá, Cacoca e Ganturé e consequente dilatação do Setor operacional para Sul. A esta alteração, por si só considerável, acresce um aumento da atividade do PAIGC, em certos períodos, o que determina um aumento do apoio de fogos. Finalmente, a necessidade de defender, a “todo o custo” Gadamael Porto em 73/74, também está bem documentada no Diagrama, através do reforço do Pessoal e Armamento.

Claro que não se pode comparar o que não é comparável, mas a tentação é grande, de comparar os efetivos e o apoio de fogos concentrados em Gadamael Porto em 73/74, com a possibilidade de dispersão dos mesmos, distribuídos por vários Aquartelamentos ao longo da Fronteira Sul. Por outro lado, pode ainda colocar-se a questão de saber se a concentração de efetivos, em Gadamael Porto, cerca de 600, não pode reeditar uma situação de risco, perante um novo ataque de Artilharia do PAIGC, à semelhança do que aconteceu em MAI/JUN/73. Questão complementar da anterior, é saber até que ponto a impreparação das defesas do Aquartelamento foi resolvida de maneira a resistir à artilharia do PAIGC.

A resposta a estas questões, embora pertinente, implica um outro tipo de análise que vai muito para além do âmbito deste anexo, mas haverá com certeza, na tertúlia, quem tenha respostas esclarecidas sobre estes assuntos.

Fontes:
Principal – Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, através das Apresentações, Comentários e Correções.
Secundária - Batalha de Gadamael, ULTIMA MISSÃO de José Moura Calheiros.
Outras Fontes:
1 – A necessidade de elementos concretos para a elaboração deste Diagrama obrigou ao contacto direto de vários camaradas que fazem parte da Tertúlia, constituindo assim fontes adicionais que passo a identificar: Ex. Fur. Mil. Luis Guerreiro; Ex. Alf. Mil. Vasco Pires; Cor. na reserva Morais e Silva; Ex. Alf. Mil. José Gonçalves.
2 – A recolha de elementos excedeu mesmo os contatos existentes no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, pelo que houve necessidade de recorrer a outras fontes que passo a identificar: Ex Militar Manuel Teixeira da CCAÇ 3518; Ex 1º Cabo Mecan. Artur Machado do Pel. FOX 3515; Ex. Alf. Mil. Lopes Monteiro da CCAÇ 3518.

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 7 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9577: Memórias da CCAÇ 798 (Manuel Vaz) (7): Uma perspectiva a partir de Gadamael Porto - 65/67 - VII Parte - Evolução da situação militar