quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12503: "Memórias da Guiné", por Fernando Valente (Magro) (13): A Economia da Guiné - A Feira de Amostras de 1971

1. Continuação das "Memórias da Guiné" do nosso camarada Fernando Valente (Magro) (ex-Cap Mil Art.ª do BENG 447, Bissau, 1970/72), que foram publicadas em livro de sua autoria com o mesmo título, Edições Polvo, 2005:


MEMÓRIAS DA GUINÉ

Fernando de Pinho Valente (Magro) 
 ex-Cap Mil de Artilharia

13 - A ECONOMIA DA GUINÉ

A Feira de Amostras de 1971

Para um observador pouco informado, como eu era, sobre a economia da Guiné, não foi difícil constatar que, nos princípios dos anos setenta, o território possuía muito poucas indústrias.
Os principais estabelecimentos industriais situavam-se em Bissau e resumiam-se às actividades de descasque de arroz, extracção de óleos vegetais, fabrico de sabão, gelo, refrigerantes e construção naval.

Em Farim, principalmente, também a actividade de serração de madeira tinha algum significado.

Era a agricultura a base económica da Guiné. E a sua prática desenvolvia-se segundo dois tipos:
- Sedentária, de bolanha, no litoral, dedicada principalmente à cultura do arroz.
- A de mato, com queimadas e rotação de culturas, no interior, cultivando-se mancarra (amendoim), milho, mandioca, cana sacarina, feijão....

A Guiné, à excepção dos terrenos de Boé, dispõe, do ponto de vista agrícola, de solos ricos, que oferecem condições para a intensificação das culturas tradicionais e outras, porventura mais rentáveis como, por exemplo, a cultura intensiva de banana, de acordo com Vasco Fortuna (Estruturas económicas da Guiné).

No aspecto da exploração das florestas, trata-se de uma actividade de futuro pois existem na Guiné espécies valiosas em matas relativamente homogéneas.
A exportação de madeiras, como o bissilão, o pau-sangue, o pau-preto, o pau-ferro e outros poderá contribuir no futuro para a melhoria da balança comercial do território.

De acordo com Celes Alves, a criação de gado tinha um papel secundário, embora a criação de gado bovino fosse a de maior importância, seguindo-se-lhe o gado caprino, suíno, ovino e asinino.

No que se refere à actividade piscatória, alguns povos do litoral dedicam-se a essa actividade, como os Manjacos e os Bijagós, mas de um modo artesanal.
Os mares da Guiné encerram, no entanto, um bom potencial no capítulo da pesca.

Quanto ao subsolo, a Guiné também não é rica em minérios. Apenas as bauxites e a ilmenite são susceptíveis de exploração.

No mar alto há perspectivas da existência de petróleo.

Nos primeiros anos de setenta a agricultura era a fonte principal da riqueza da Guiné, embora muito prejudicada devido ao conflito armado existente no território.
O arroz (base da alimentação das populações guineenses) cultivava-se nos terrenos mais baixos e nas margens dos canais de fácil irrigação e a sua produção chegou a ser excedentária, antes da guerra, fazendo parte dos produtos exportados tal como a mancarra (amendoim), o coconote, couros, madeira, óleo de palma, cera e borracha.

No tempo em que vivi na Guiné, Bissau era uma cidade com uma actividade comercial significativa.
O território importava quase tudo, pois as suas indústrias eram praticamente inexistentes. A Guiné importava: tecidos, tabaco, vinhos e cerveja, gasolina, ferro e aço, óleos e combustíveis, cimentos, medicamentos, ferramentas, maquinismos e todos os bens de consumo e apetrechos que as sociedades desenvolvidas fabricam.
 
Este comércio era feito com o interior, principalmente através dos cursos de água como os rios Cacheu, Mansoa, Geba e Cacine e ao longo da ria de Bissau, embora também se pudesse efectuar por estradas principalmente na época seca, antes da guerra.
 
Também existiam algumas ligações aéreas entre a capital e o interior.

Bissau, com o exterior, tinha ligações aéreas e marítimas com Cabo Verde e Portugal continental.

No espaço de dois anos que permaneci em Bissau pudemos satisfazer todas as necessidades a que eu e a minha própria família estávamos habituados.
As casas comerciais de Bissau eram abastecidas regularmente praticamente de tudo.

Como a água de consumo público muitas vezes se não apresentava nas melhores condições, sendo aconselhável que, além de filtrada, fosse fervida, em nossa casa tomámos uma atitude radical: nunca a utilizámos. Saciámos a nossa sede com água do Luso, que adquiria aos garrafões sempre que um barco chegava da metrópole e água Vichy que sempre se encontrava com facilidade, possivelmente vinda do Senegal, país francófono, vizinho da Guiné.
Para juntar ao whisky, a água que usávamos era também a francesa Perrier.

O comércio, como disse, era significativo em Bissau.
Na parte baixa da cidade as casas comerciais proliferavam e algumas delas eram propriedade de libaneses, como a de Taufik Saad e a de Azis Harfouche.

Medalha comemorativa da II Feira de Amostras da Guiné - 1971

No mês de Maio de 1971 realizou-se a II Feira de Amostras de Bissau, com trinta stands expositores.
Além da amostragem das actividades económicas, onde era possível rapidamente conhecer os artigos comerciáveis em Bissau e os seus preços, também no decorrer da II Feira foi organizado um programa de recreio e cultura, sendo divulgados o artesanato e o folclore da Guiné.
Durante cerca de vinte dias decorreu o certame que se realizou defronte do Palácio do Governo, na Praça na altura designada por Praça do Império.

Houve uma exposição de arte, diversas sessões de folclore, variedades, conjuntos musicais, uma tarde de juventude e uma noite das Forças Armadas.

Os Serviços públicos também expuseram as suas actividades com a divulgação de:
 
- Realização de cursos;
- Planeamento de obras futuras;
- Dados estatísticos.

E as Entidades Administrativas tais como Administrações de Bafatá, Bijagós, Bissau, Bolama, Cacheu, Catió, Farim, Fulacunda, Gabú, Mansoa e S. Domingos apresentaram vários aspectos das suas actividades, dos seus usos e costumes e do artesanato das áreas que administravam.

Pude aperceber-me na II Feira de Amostras de Bissau, da actividade artesanal do povo daquele território.
 
Constatei que os Manjacos e os Balantas sobressaíam na olaria; os Brames, os Fulas, os Mandingas e os Nalus na cestaria; os Manjacos e os Papeis na tecelagem; os Fulas e os Mandingas em ourivesaria e trabalhos de pele e couro.

Os Fulas eram famosos também na feitura de chinelos, almofadas, bolsas, sacolas, bainhas de alforges e de punhais, guarnição e vasilhas, selins e outras peças de couro.

Eu próprio adquiri alguns punhais Fulas, uma espada Mandinga, cestinhos Bijagós, uma colecção de cachimbos Bijagós, pulseiras e anéis de Bafatá, uma bilha de Catequese, pinguelins, rodas de ráfia, um tambor e um corá, além de algumas peças esculturais em pau-preto.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 18 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12469: "Memórias da Guiné", por Fernando Valente (Magro) (12): Férias da Páscoa em Bubaque - Bijagós

Guiné 63/74 - P12502: Boas festas 2013/14 (13): Natal em Berlim (J. L. Mendes Gomes)


Natal em Berlim

por J. L. Mendes Gomes

[ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66; jurista, reformado; foto à esquerda com os netos em Berlim; autor do livro de poesia "Baladas de Berlim", Lisboa, Chiado Editora, 2013, 232 pp., preço de capa;: € 14]




Acabei de receber o sorriso do sol,
Neste amanhecer de Natal!...
Estava nimbado de cor,
Uma anilina entre o vermelho doce e o rosa...
Numa moldura azulínea de cobre.

Uma cortina de castanho esverdeado pálido,
Desta floresta gigantesca
De árvores semi-nuas.
Com rameiras sem penas,
Pela frieza do inverno.

Batem nas janelas em jorros de luz,
Chamando à vida
Quem lá dorme feliz...

Se bamboleiam as copas mais altas,
Sacudindo as folhas,
Das poeiras da madrugada.

Bebendo do sol,
O café da manhã...
E um corvo negro,
De bico comprido,
Poisou no topo dum lampião,
Preparado para a luta
De ter de viver,
Por si só,
Sem ajuda de ninguém...
Bateu as asssas,
Disse-me adeus.
Desejou bom natal
E foi...Feliz dia de Natal!

Ouvindo Raposódias de Rachmaninoff

Berlim, 24 de Dezembro de 2013, 8h46m

 Versos de Natal...

Nesta noite há luar,
E muitas estrelas brilham no céu.
Todas voltadas para a nossa Terra,
Onde é noite de Natal...

Chovam torrentes,
De alegria e paz,
Por essas casas benditas,
De pobre e rico,
Onde há presépio aceso,
Pinheirinho de Natal.

Andam anjos correndo o mundo,
Cantando hinos
De louvor...

Nasceu o Deus Menino,
Lá na Terra, em Belém...
Para salvar a Humanidade!...

Aleluia! Aleluia!
Haja paz!...
Haja Amor!...

Ouvindo Brendan Perry

Berlim, 25 de Dezembro de 2013, 4h13m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12501: Boas festas 2013/14 (12): Amig@s:Sintam-se todos contemplados, / Por estas quadras natalícias, / E nelas vão embrulhados / Meus abraços, beijos e carícias (Luís Graça)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12501: Boas festas 2013/14 (12): Amig@s: Sintam-se todos contemplados, / Por estas quadras natalícias, / E nelas vão embrulhados / Meus abraços, beijos e carícias (Luís Graça)





 Marco de Canaveses, Paredes de Viadores, Candoz, Quinta de Candoz > 21 de dezembro de 2013 > Despedida do outono, e saudação ao inverno... À lareira, a nossa grã-tabanqueira Alice Carneiro, com a cadela lá de casa, a Nina...


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.


As janeiras da Madalena, 2013

Aí vão as últimas quatro quadras das vinte e quatro que fiz esta tarde para dizer logo à noite na consoada do natal da Madalena, Vila Nova de Gaia... numa mesa cheia de amigos e familiares (cerca de 20). Os votos de alegria, música, boa disposição, saúde e esperança são  extensivos a todos os meus/nossos amigos e camaradas da Guiné, pensando nomeadamente naqueles que estão longe da Pátria, em viagem ou na diáspora, os que estão doentes e os que estão sós, os que estão em luto, os que estão tristes e desconsolados... Camaradas e amigos, não deixem morrer a esperança... E usem, também, neste Natal a arma do humor... (LG)


Manda a Troika comer pouco
E, ainda menos, beber,
O Pai Natal está taralhouco,
Vão-se todos mas é f…

Comam e bebam sem IVA,
Diz o dono, com todo o gosto,
Tenho escrita criativa,
Meu Natal não paga imposto.

E a ter que pedir, neste ano,
Algo à Troika e ao Pai Natal,
É que volte a ser soberano
O nosso querido Portugal.

Sintam-se todos contemplados,
Por estas quadras natalícias,
E nelas vão embrulhados
Meus abraços, beijos e carícias.


Luís Graça

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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12495: Boas Festas (2013/14) (11): António Paiva, Albino Silva, Abel Santos, António Eduardo Ferreira, Sousa de Castro e Júlio Abreu

Guiné 63/74 - P12500: Conto de Natal (17): O Natal em Brunhoso, Mogadouro

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), com data de 22 de Dezembro de 2013:


O Natal em Brunhoso

No dia 24, dia de Consoada, segundo as leis da Santa Madre Igreja, que a terra acatava era dia de jejum e abstinência.

Por ser o tempo da apanha da azeitona, levantávamo-nos bem cedo, logo ao alvorecer e andávamos 3 ou 4 quilómetros até às arribas do Sabor onde se situavam os olivais, plantados em socalcos como as vinhas do Douro.

Dias frios, desagradáveis por vezes, pela humidade, pelo nevoeiro com as oliveiras cobertas de sinceno. Aguentávamos, que remédio, a colheita da azeitona tinha que ser feita fizesse calor ou frio.
Não havia almoço ou merenda, era dia de jejum e abstinência.


Olival no Douro - Foto Olhares, com a devida vénia

Nesse dia o regresso à aldeia era uma hora antes que o habitual. O jantar da consoada era cedo, logo depois do sol-posto. Normalmente constava de batatas cozidas, tronchos de couve e polvo. A sobremesa era pouco variada, rabanadas, bolas fritas de trigo e laranjas se houvesse.
Pela meia-noite, nalguns anos, havia a missa do galo com muitos cânticos de Natal a que todos assistíamos, pois éramos todos muito religiosos e tementes a Deus, ou aos pais, para nos atrevermos a faltar.

Antes disso os rapazes da terra já tinham acendido uma enorme fogueira, a fogueira do galo, no adro da igreja com toros que tinham pedido ou roubado aos lavradores. No fim da missa homens e rapazes íamos aquecermo-nos para junto da fogueira e beber um copo de vinho que os rapazes tinham levado em cântaro ou garrafão e que serviam em 3 ou 4 copos que iam circulando de mão em mão e boca em boca.

Quando mais novo, a minha mãe algum tempo depois de nos deitarmos percorria os quartos dos filhos e filhas pé-ante-pé, disfarçada de Menino Jesus. O menino Jesus era simpático mas pobre, umas meias, um chocolate pequeno eram estas ou algo parecido as prendas que deixava no sapato.

O Pai Natal, esse milionário americano, esse velho de barbas brancas, de aspecto bondoso mas provavelmente acionista da coca-cola ou agente da CIA não se aventurava por estradas de montanha, com curvas, neve ou gelo.

Em minha casa éramos felizes, prendas não conhecíamos melhores, o polvo e as rabanadas eram únicos, autênticos manjares de consoada, a festa na igreja ou no adro era grande, cabia nela a aldeia inteira.
Mesmo em criança nunca fui muito religioso, aqueles terços obrigatórios dos longos serões de inverno de Avés-Marias e Santas-Marias tão repetitivos, devem ter contribuído para isso. Porém da missa de Natal até gostava com cânticos próprios e mais alegres e com a própria cerimónia do beijo ao Deus Menino.


Felgar - Fogueira do Galo

Foto do espólio fotográfico do Dr. Santos Júnior em Farrapos de Memória, com a devida vénia

Gostava também muito da fogueira do galo, c'os diabos camaradas eu sou um filho daquela terra.

Um grande abraço a todos e um Bom Ano
Francisco Baptista
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12496: Conto de Natal (16): Oh nosso Cabo, o que é o Natal? (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P12499: O que é que a malta lia, nas horas vagas (23): Escrevia, estudava, ouvia música e jogava cartas (Manuel Moreira)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Vieira Moreira, ex-1.º Cabo Mec Auto da CART 1746, Bissorã, Ponta do Inglês e Xime, 1967/69, com data de 20 de Dezembro de 2013:

Para fazer parte deste projecto, vai o meu comentário.

Os meus tempos livres foram ocupados a:

- Escrever a minha História de Guerra em verso;
- Escrever algumas Canções alusivas à Guiné e à Guerra;
- Estudar o meu Curso de Mecânico de Motores Diesel por correspondência;
- Ler alguns livros que levei de casa;
- Ouvir música e as notícias da Voz da Liberdade;
- Jogar às cartas, em jogos de batota;
- Escrever cartas à minha Esposa, Família e Madrinha de Guerra;
- E tudo o que fosse possível fazer para além do que tinha de ser feito.

Anexo três fotos a confirmar o que digo, embora estejam em péssimas condições.

Desejo a todos um Bom Natal e Próspero Ano 2014

Alfa Bravo
Manuel Vieira Moreira



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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12494: O que é que a malta lia, nas horas vagas (22): Autores como: Jorge Amado, Ernest Hemingway, Aquilino Ribeiro, André Maurois, Urbano Tavares Rodrigues, Marguerite Duras, James Hilton e outros (Armor Pires Mota)

Guiné 63/74 - P12498: Efemérides (148): Bambadinca, messe de sargentos, almoço de Natal de 1969, ao tempo da CCS/BCAÇ 2852 e da CCAÇ 12... Pede-se ao Pai Natal para completar as legendas (Humberto Reis / Luís Graça)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos >  Almoço de Natal > Maioria dos presentes eram sargentos e furriéis milicianos da CCS do BCAÇ 2852, da CCAÇ 12 e de outras subunidades adidas. Para a malta da CCAÇ 12, o primeiro de dois Natais passados na Guiné... Como se vê, pela mesa farta, não faltavam os espumantes (Raposeira), os rosés (Mateus) e os verdes brancos (Três Marias, Lagosta, Gatão)...

Em dezembro de 1969, estavam ainda em Bambadinca as seguintes subunidades, adidas ao BCAÇ 2852, para além da CCAÇ 12: (i) Pel Caç Nat 52 (vindo de Missirá, comandado pelo alf mil Mário Beja Santos); Pel Rec Daimler 2046 (comandado pelo alf mil Jaime Machado): e Pel Mort 2106 (, que, na altura, era  comandado pelo fur mil Manuel Fernando Rosado Lopes)... A CCAÇ 12, no final do ano de 1969, tinha um secção destacada em Sansacuta... Não me recordo quem era o desgraçado que lá estava desterrado: na foto, parecem faltar os furriéis mil at inf Arlindo Teixeira Roda e José Luís Vieira de Sousa, do 3º Gr Comb da CCAÇ 12.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe sargentos >  Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

 1= 1º sargento cav Fernando Aires Fragata (CCAÇ 12; deixou-nos ao fim de algum tempo, para seguir o curso de oficiais, em Águeda, ficando o 2º sargento Piça a "comandar" a secretaria da CCAÇ 12; sei que lhe dei explicações de português, e o Humberto Reis, explicações de matemática... Será que ainda é vivo ? Tivemos alguns desaguisados, era um homem de personalidade forte, e para mais de cavalaria);

2= 2º sargento inf José Martins Rosado Piça (CCAÇ 12; vive atualmente em Évora; tem 80 anos; ainda há dias falei com ele, ao telefone; um alentejano castiço de quem ficámos bons e grandes amigos);

6= António Eugénio da Silva Levezinho (Tony, para os amigos, fez parte dos quadros da Petrogal, vive na Ponta de Sagres, com o amor da sua vida, a Isabel, com quem se casou,  nas férias de 1970, tinha ela 17 anos; encontrei-os há dias, no Jumbo de Alfragide, foi uma alegria, para mim e para a Alice estar com eles, na véspera da quadra natalícia);

7= Humberto Simões dos Reis (ex-fur mil op esp, CCAÇ 12; meu vizinho, de Alfragide, engenheiro técnico; reformado; encontro_os agor mais vezes na Lourinhã, "terra de amores na costa"; um alfabravo para ele e a para a Joana);

8= Luís Manuel da Graça Henriques (ex-fur mil armas pesadas inf, CCAÇ 12; vive em Alfragide; foi o fundador deste blogue).




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

12= [Se não me engano] Rui Quintino Guerreiro Daniel (2º srgt mecânico auto, CCS/BCAÇ 2852),

13= José Carlos Lopes (ex-fur mil, amanuense do conselho administrativo, CCS/BCAÇ 2852;  vive em Linda a Velha, Oeiras);

16= José Fernando Gonçalves Almeida (ex-fur mil trms, CCAÇ 12; , reformado da RDP, vive em Óbidos);

17= Jaime Soares Santos (Fur Mil SAM, vulgo vagomestre) (formou-se em economia e trabalhou na TAP; nunca mais o vi).



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

16= José Fernando Gonçalves Almeida (ex-fur mil trms, CCAÇ 12; reformado da RDP, vive em Óbidos);

17= Jaime Soares Santos (fur mil SAM, vulgo vagomestre).




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos >  Almoço de Natal >


Legenda (incompleta)


17= Jaime Soares Santos (Fur Mil SAM, vulgo vagomestre; formou-se em economia e trabalhou na TAP; nunca mais o vi).

20= João Carreiro Martins (ex-fur mil enfermeiro, CCAÇ 12;  reformou-se como enfermeiro chefe do Hospital Curry Cabral, foi meu aluno, tem dois filhos médicos;: era vítima de "bullying" em Bambadinca: leia-se, brincadeiras estúpidas por parte dos operacionais);

21=  Joaquim João dos Santos Pina (ex-fur mil, CCAÇ 12;  natural de Silves, onde ainda hoje vive; tocava viola, era hipnotizador e ilusionista);

22= Joaquim A. M. Fernandes (ex-fur mil at inf, CCAÇ 12;  foi destacado para o reordenamento de Nhabijões; engenheiro técnico; vive ou vivia no Barreiro):

 23= Luciano Severo de Almeida (ex-fur mil at inf, CCAÇ 12; já falecido; vivia no Montijo).


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

30= António Manuel Martins Branquinho (ex-fur mil, CCAÇ 12; vive em Évora; reformado do Centro Regional Segurança Social; não tenho notícias dele);

31= António Fernando R. Marques (ex-fur mil, CCAÇ 12; DAF, comerciante reformado; vive em Cascais,  na Quinta da Marinha).


Fotos (e legendas): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]

Observações - Mais nomes de sargentos e fur mil do Comando e da CCS/BCAÇ 2852, que poderão nesta mesa do Natal de 1969,. e que eu já não consigo identificar (LG):


Manuel António Rodrigues (fur mil amanuense,  do CA do Comando do BCAÇ 2852, colega do José Carlos Lopes);

José António Lima de Carvalho (fur mil reabastecimentos, Comando do BCAÇ 2852) [, juklgo que já apareceu num ou mais  convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71; falei há tempos com ele, ao telefone]; 

José Duarte Martins Pinto dos Santos (fur mil op e info, Comando do BCAÇ 2852 [, costuma aparecer nos convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71; vive ou tem casa em Resende]; 

João José de Jesus Correia (2º sargento corneteiro/clarim, CCS/BCAÇ 2852)

Silvino Aires Lopes Carvalhal (fur mil, SAM, CCS/BCAÇ 2852); 

Herculano José Duarte Coelho (fur mil mec auto, CCS/BCAÇ 2852);

Henrique Manuel dos Santos (2º srgt mecânico de armas ligeiras, CCS/BCAÇ 2852);

Sérgio Fernandes Velho (fur mil, trms, CCS/BCAÇ 2852);

Carlos Domingos A. O. Pinto (fur mil radiomontador, CCS/BCAÇ 2852);

Alfredo Sebastião Nunes (fur mil enf, CCS/BCAÇ 2852);

António Gonçalves Pereira (fur mil, pel rec info, CCS/BCAÇ 2852);

Fernando Jorge da C. Oliveira ((fur mil, pel rec info, CCS/BCAÇ 2852);

José Manuel Amaral Soares (fur mil, sapador, CCS/BCAÇ 2852) [, costuma aparecer nos convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71].

 Ainda havia um outro  2º srgt inf, na CCAÇ 12, que trabalhava com o Piça, na secrataria... Era o Alberto Martins Videira [, que vivia, há uns atrás, em Vila Real].
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Nota do editor:

Último poste da série >16 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12305: Efemérides (147): Dia 9 de Novembro de 2013, data em que se assinalaram os seguintes aniversários: 95 Anos do Dia do Armistício da Grande Guerra, 90 Anos do Dia da Liga dos Combatentes e 39 Anos do Fim da Guerra do Ultramar (José Marcelino Martins)

Guiné 63/74 - P12497: Parabéns a você (670): João Rebola, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2444 (Guiné, 1968/70)

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Nota do editor

Último poste da série de 23 de Dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12490: Parabéns a você (669): Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150/73 (Guidaje, 1973/74); Carlos Pinheiro, ex-1.º Cabo TRMS do STM/QG (Bissau, 1968/70) e Felismina Costa, nossa amiga Grã-Tabanqueira

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12496: Conto de Natal (16): Oh nosso Cabo, o que é o Natal? (Juvenal Amado)

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 7 de Novembro de 2013:

Carlos, Luís,Magalhães, Briote e restante Tabanca Grande
Venho por este meio desejar um bom Natal e um Ano Novo Próspero a todos os camaradas e suas famílias.

Um abraço para todos
Juvenal Amado


Oh nosso cabo, o que é o Natal?

Em Galomaro crianças da população faziam os possíveis e impossíveis para entrar no quartel, poderem trabalhar na padaria ou no refeitório, pois tinham assim acesso às sobras do rancho que aproveitavam e levavam para as famílias.
Só uma pequeníssima minoria era bafejada pela sorte do livre de trânsito que a isso dava direito.
Mas os que entravam, faziam a troco de algo talvez, distribuição pelos irmãos e primos, que do lado do campo de futebol e da pista a horas combinadas se acercavam do arame farpado com latas ferrugentas de conserva de fruta. A distribuição era feita de forma que os nossos oficiais superiores não vissem. O assunto não era nada de cuidado, mas estava-lhes no sangue incomodarem-se com essas ninharias.

Os djubis e as bajudas, quando espantados por alguém, assemelhavam-se a bandos de pardais que fogem assustados e regressavam rapidamente ao mesmo sitio, para receberem mais umas migalhas. Costuma-se dizer que Deus dá a roupa conforme o frio e assim, para eles o pão era uma guloseima à falta de bolos e outras.
Penso que se passava o mesmo por toda a Guiné onde houvesse destacamentos.

Raramente encontramos quem não reaja favoravelmente ao pão, sendo este um poderoso e celebrado alimento até pelas conexões religiosas que no seu acto de repartir e comer encerram. A minha mãe, quando deixava cair ao chão um pedaço de pão que assim ficava impróprio para o consumo, dava-lhe um beijo, dizendo “Deus te acrescente,” como quem pedia perdão pelo sacrilégio. Sempre me lembro das minhas avós dizerem o mesmo e a minha mulher, acabou por transmitir esse hábito à minha filha. Habituado que fui a reverenciá-lo, reagia sempre mal quando a malta no refeitório lhe tirava o miolo, fazia uma bola e arremessava uns aos outros.

O pão é como o Natal nunca é igual para todos.

Quando eu era criança de escola, vi meninos frequentemente levarem para a escola da Vestiaria um pouco de broa de milho e um bocadinho de pão alvo, que lhes servia de conduto.
Esses dificilmente tinham Natal de alguma espécie.

Lá para o meio da comissão fartíssimo que estava da ração de combate, era frequente trocar quase tudo o que a dita trazia por laranjas e mangas, com miúdos que à passagem pelas aldeias que de nós se acercavam. Houve casos de grande burburinho por parte dos homens grandes, pois viam assim as suas árvores de frutos assaltadas e nós a sugarmos avidamente as laranjas, e eles a verem passar o patacão por um canudo.

Não foi uma nem duas vezes que nos tivemos de impor, quando eles pretendiam sovar os meninos e meninas que se aproximavam de nós com intuito de receberem doce, pão e latas de cavala. A porrada era uma espécie de tratamento profilático, mesmo antes de roubarem alguma coisa para trocar connosco.

Mas voltemos aos meninos do quartel.
Quando chegava o Natal ficavam admirados com os parcos festejos mas mesmo assim festejos.
Se pudessem sonhar o que era o Natal nas nossas aldeias e cidades, ficariam abismados.

O rancho melhorado com frescos largados de paraquedas pelos Noratlas, eram alguns bolos e encomendas que chegavam de casa via SPM, enfim notava-se uma euforia e todos os serviços de linha como patrulhas, reforços e colunas eram encarados com redobrada má vontade. Nessa época do ano sentíamos mais a distância, lembrávamos sem descanso o que era a nossa casa com a família reunida, os presentes e os brinquedos para os mais novos.

Quem não se lembrou quando lá estava, dos fritos de abóbora e rabanadas acompanhados com café forte pela manhã. O meu pai dizia: “agora de manhã é que estão mesmo boas”!!

Esse foi um tempo doloroso que se combateu com muito álcool e com muita irreverência com que nos queríamos mostrar fortes e assim de certa forma escondíamos a saudade.
Passei lá três Natais, o que senti só foi suportável pois se encarava aquele como sendo o último e que o próximo já estaria em casa.

Presépio do Santuário de Fátimada de autoria do escultor José Aurélio, filho de Alcobaça


- O que é o Natal nosso cabo?

Não consegui responder à pergunta porque dificilmente conseguiria transmitir o sentido, porque o Natal não tem explicação, sente-se e transmite-se como quem respira.
São gerações que nos antecederam e passaram o testemunho, são sentimentos debaixo da nossa pele, são os cheiros mas acima de tudo é o calor que se transmite pela História comum passada de avós para filhos e netos, memória que se perde no nosso passado.

Como que eu podia explicar ao menino, que esperava o resto da bianda e pão ao arame farpado, o que era o Natal, se 500 anos de convivência não tinham sido suficiente para lhes transmitir a magia?

Feliz Natal para todos os camaradas e famílias.
Juvenal Amado
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12480: Conto de Natal (15): O Menino Jesus era negro (Armor Pires Mota)

Guiné 63/74 - P12495: Boas Festas (2013/14) (11): António Paiva, Albino Silva, Abel Santos, António Eduardo Ferreira, Sousa de Castro e Júlio Abreu


1. Mensagem do nosso camarada António Paiva, ex-Soldado Condutor Auto no HM 241, Bissau, 1968/70:

A toda esta família desejo
UM FELIZ E SANTO NATAL
com saúde, paz e alegria.

António Paiva



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2. Mensagem do nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845,Teixeira Pinto, 1968/70:


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3. Mensagem do nosso camarada Abel Santos, ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69:

Aos camaradas e editores do nosso Blogue, assim como aos meus camaradas da CART 1742, que no próximo ano comemora os 45 anos da chegada da Guiné, desejo um Santo Natal e um bom ano 2014.

Abraço
Abel Santos


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4. Mensagem natalícia do nosso camarada António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, MansamboFá Mandinga e Bissau, 1972/74: 




É NATAL

Estamos a poucos dias da celebração do nascimento de Jesus, tempo que desde muito novo fui habituado a viver de maneira diferente.
Talvez por pertencer a uma família pobre, como era a maioria da gente da minha aldeia, não era hábito receber presentes, e aqueles que os recebiam entendiam isso como uma dádiva muito especial…
Os tempos hoje são outros e a oferta de prendas que era feita a alguns dos mais pequenos, generalizou-se entre todos, dos mais novos aos outros…
O social tomou conta da tradição, ao ponto de alguns darem a quem não precisa, mesmo que amanhã lhe venha a fazer falta. A instituição bancária, o dono da pequena loja, a grande superfície comercial, o café da esquina, o restaurante e outros, a todos os seus clientes desejam um Natal feliz e um próspero ano novo, ou então boas festas…
Depois na prática o que fazem? O banco se a pessoa precisa mesmo, é quase certo que não empresta, as grandes superfícies comerciais provavelmente sobem os preços, o café da esquina, o restaurante e outros com menos capacidade de intervenção no mercado, não os alteram, mas se pudessem… mas todos desejam o melhor aos seus clientes. É o marketing… como tal temos que aceitar.

Agora entender isso como interessante para lembrar um acontecimento bíblico, não consigo perceber.
Mais me custa entender quando por vezes algumas pessoas ligadas à igreja pactuam com tais comportamentos. Outros apoiam a construção de presépios com centenas de figuras e, mais alguns figurantes… mais se parecendo com uma feira.
Reconheço que talvez não seja a pessoa mais certa para falar destes assuntos, em que a religião a política e outros interesses se misturam, mas digo aquilo que penso. Alguns pensam o mesmo… mas preferem o silêncio.
Para que muitas pessoas pudessem ter um Natal melhor, bastava receber uma palavra amiga, de incentivo àquele que luta contra as mais variadas adversidades.
Uma palavra de esperança a quem já deixou de acreditar…
Estender a mão que ajuda a levantar aquele que um dia tropeçou e caiu…
Tentar abrir uma janela para que a luz possa entrar naquela casa, onde tudo é escuridão… e com menos palavreado. Talvez assim, muita gente tivesse um Natal mais feliz.
Para terminar, permitam-me que deseje a todos um Natal com muita saúde e esperança, porque com ela a vida se torna mais fácil.
António Eduardo Ferreira

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5. Mensagem natalícia do nosso camarada Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74:

Para toda família da Tabanca desejo que tenham um Natal e um novo Ano cheio de coisas boas!
A. Castro


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6. Mensagem do nosso camarada Júlio Abreu, Chefe da 2.ª Equipa do Grupo de Comandos "Os Centuriões" (Guiné, 1964/66).

Caro Amigo Luís Graça,
Não apenas para ti, mas sim para toda a equipa do nosso Blogue assim como para todos os nossos camaradas que estiveram na Guine e lambem para todos que não estiveram lá, mas se interessam pelos antigos e modernos problemas desta ex-Província Portuguesa, desejo um NATAL MUITO FELIZ E UM ANO NOVO 2014 MUITO FELIZ, são os meus votos que vos envio deste frio Pais (Holanda) onde me encontro radicado.

Júlio Abreu
Grupo de Comandos Centuriões
Ex-Guiné Portuguesa

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7. Comentário do editor

Este poste é último desta série de Natal 2013.
Outros camaradas se nos dirigiram em mensagens para conhecimento, mas que não cabem aqui por não serem directa e objectivamente dirigidas ao Blogue ou à tertúlia. Outros ainda nos enviaram trabalhos em Power Point, repassados, que tecnicamente não é possível publicar.
A todos agradecemos os votos formulados.

Para toda a tertúlia, em meu nome pessoal e no Luís e do Eduardo, deixo aqui os votos de Boas Festas Natalícias com saúde, vividas no quentinho da família.

Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12489: Boas Festas (2013/14) (10): Luís Fonseca, José Teixeira, Benito Neves, Mário Beja Santos, Albano Costa, Domingos Gonçalves, Francisco Palma e José Carlos Mussá Biai

Guiné 63/74 - P12494: O que é que a malta lia, nas horas vagas (22): Autores como: Jorge Amado, Ernest Hemingway, Aquilino Ribeiro, André Maurois, Urbano Tavares Rodrigues, Marguerite Duras, James Hilton e outros (Armor Pires Mota)

1. Mensagem do nosso camarada  Armor Pires Mota (ex-Alf Mil da CCAV 488/BCAV 490, Bissau e Jumbembem, 1963/65), ele próprio escritor e autor do livro de crónicas o "Tarrafo", entre outros, com data de 14 de Dezembro de 2013, com a sua colaboração para a série "O que é que a malta lia nas horas vagas":


Livros, bons companheiros

Se perdia algum tempo a escrever, para além das crónicas de guerra, eram aerogramas, sobretudo para a Lili, mas, de quando em vez, também para uma segunda madrinha, da Luz de Tavira, a Celita (Maria do Céu Batalha), que me foi proposta pelo bem alegre furriel algarvio, Júlio Santos, mas também dedicava algum tempo à leitura dos livros que tinha levado (poucos) ou era possível comprar em Bissau. Não havia qualquer espécie de biblioteca na companhia. Claro, na questão da troca de correspondência, não esquecia a famíla e alguns amigos.

Em Dezembro de 1963, em Bissorã, além de sair para o mato, nervos tensos e alma arrepanhada, embora até ao fim desse mês, ou melhor, até à véspera de Natal, a metralha não me tivesse mordido o ouvido e os nervos, lia “Os velhos marinheiros”, de um dos meus escritores de referência, o brasileiro Jorge Amado, autor de obras eternas, como “Gabriela, Cravo e Canela”.

Um que não me sai da lembrança era um que estendia o sangue, o suor e as lágrimas dos americanos na guerra do Vietnam, cujo terreno pantanoso se assemelhava muito com o da Guiné, que no tempo das cheias reduzia o território a 2/3. O título era exactamente “Pântano ao amanhecer”. O nome de autor não o fixei. Era o seu terrível tarrafe.

Quem era meu fornecedor de livros, por empréstimo, era o médico, Dr. Hipólito de Sousa Franco, de Lisboa, bom homem e pacifista, filho único, que os ia recebendo de casa, bem como revistas e jornais. Era por assim dizer, o médico que nos colocava a par do que ia acontecendo no país ou no mundo. Ainda que com algum atraso. Também nos chegavam revistas através do Movimento Nacional Feminino, mas contavam-se pelos dedos.

Apetrechei-me também com alguns livros (monografias) sobre a Guiné, com informações de carácter histórico e outras, que adquiri no Centro Cultural de Bissau. Sempre que ia à capital da província, não deixava de passar por ali. Era quase obrigatório para quem tinha outros horizontess para além da guerra e do sangue. Para quem uma asa de luz é um voo além do transitório e indescoberto tempo.

No final de 1964, o romance “Adeus às Armas”, de Ernest Hemingway, que considero um mestre na arte do romance. O tema é a II Grande Guerra. A par de “Por quem os sinos dobram”, romance vivenciado na guerra de Espanha, e do sempre inesquecível “O Velho e o Mar”, é uma das suas obras primas.

No dia 27 de Janeiro (domingo) de 1965 lia, de fio a pavio, o pequeno romance “Beijo ao Leproso”, de que também não recordo o autor que mostrava o fracasso de um casamento, arranjado por um padre, que era um grande saieiro. O rapaz era um mentecapto, um pobre diabo enfezado; a rapariga era demasiado tímida e não sabia nada do que era a vida.

Aroveitei a minha passagem pelo Hospital Militar de Bissau e li (Março de 1965), com muito interesse, o comovente “Diário”, de Anne Frank, que o foi escrevendo entre os 13 e os 15 anos, refugiada numa casa antiga, tentando escapar à perseguição dos judeus, movida pelos alemães na II Guerra Mundial, bem como, no meado desse mesmo mês, devorei o romance “A rebelião dos perdidos”, de que não lembro o autor.

Todavia, nos dias que antecederam o regresso à pátria, matei, de alguma forma, a fome de leitura. No primeiro caso (Março de 1965), está o romance de Aquilino Ribeiro, proibido, “Quando os Lobos Uivam”, publicado no Brasil pela Editora Anhambi Sa; no segundo caso, estão os romance “As Rosas de Setembro” (Julho/1965), de André Maurois, autor de uma vasta obra de repercussão universal, uma das glórias da literatura francesa e “Uma pedrada no charco”, (5/8/1965), de Urbano Tavares Rodrigues, autor que marca grande presença nas minhas estantes. E ainda “À Margem do Tempo” (era a nossa situação), de Michel Siffre, (Julho/1965), um pouco diferente. Já não se tratava de ficção, mas de relatos de viagens ao interior da terra.

Outros livros que li foram recolhidos nos acampamentos, atacados ou incendiados. Foram os casos de “Hiroxima, meu amor”, de Marguerite Duras, Publicações Europa-América, de 1963; “E agora, Adeus”, de James Hilton, Livros do Brasil, Limitada, com a assinatura de posse de Maria Fernanda da Costa Pinheiro, datado de Farim, 15 da Abril de 1959; e, já noutra área, da formação e enriquecimento humano, o livro “Nós e os nossos filhos”, Publicadora Atlântico, Ld.ª, da autoria de W. Raymond Beach, com a indicação na primeira página: “da Biblioteca dos Turras, Canjambari, 23 Março” e com uma simpática nota de oferta: “Para o Mota com um grande abraço do amigo Varajão”. [Alberto Varajão Gonçalves, alferes da CCS e comandante do pelotão de Sapadores do Batalhão de Cavalaria 490, também nortenho, julgo que do Porto].

Guardo estes três exemplares como os melhores despojos de guerra. Hoje, sei que poderia ter lido bem mais, ainda que ficasse a léguas do escritor e camarada de guerra, na região do Cuor, Beja Santos, que trazia atrás de si um malão, como se fosse caixa de remédios, e era-o em certa medida. Era o alimento espiritual de que tanto gostava para recarregar baterias. A terapia necessária para afrontar os difíceis e loucos dias.

Num cômputo geral, os soldados liam bem os rótulos das cervejas ou da Laranjina C, também as marcas do tabaco, as cartas da família e dos amigos, das madrinhas de guerra e namoradas. Isso lhes bastava. Já na classe dos sargentos, havia um ou outro interessado em ler, debicavam este ou aquele livro, mas não muitos.
Mas também estoirados, quem tinha força para essa suave e pacífica missão? Descansar era preciso.
E era mais ou menos isto que sucedia também com os alferes.
Quem mais dava alimento dava ao espírito era, efectivamente, o médico da companhia.
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Nota do editor

Último poste da série de 19 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12473: O que é que a malta lia, nas horas vagas (21): Valentim Oliveira: a Plateia, livros e a correspondência; João Rebola: corridas de burros, futebol, fados, bailes com lindas "bajudas", andar de mota, saborear uns franguitos, etc.

Guiné 63/74 - P12493: In Memoriam (174): "Toni, Sempre!", homenagem singela e comovida a um grande amigo e camarada, o António Teixeira (1948-2013), pelo Joaquim Pinto Carvalho (ex-alf mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73)




Vídeo (1' 18'') . Alojado no You Tube > Hugo Moura Ferreira. (Reproduzido com a devida vénia...)


Vídeo (3' 51'') . Alojado no You Tube > Hugo Moura Ferreira. (Reproduzido com a devida vénia...)

Homenagem ao Tony Teixeira (ex-alf mil, CCaç 6, Bedanda, 1972/73) - 1ª e 2ª partes. De seu nome completo, António Henriques Campos Teixeira (21-6-1948 / 15-112013). Realização e apresentação: Joaquim Pinto Carvalho, grande amigo e camarada do Toni, de há 41 anos.












Amadora, Venda Nova > Restaurante "O Gomes" > 19 de dezembro de 2013 > O Joaquim Pinto Carvalho em ação...


Fotos:  © Manuel Lema Santos (2013). Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12355: In memoriam (173): Adolfo Barbosa, ex-fur mil, Pel Caç Nat 65 (Piche, Buruntuma, Bajocunda, 1968/70) (João Pereira da Costa, ex-fur mil op inf CCS/BART 2857, Piche, 1968/70)

Guiné 63/74 - P12492: Notas de leitura (546): "O Conhecimento Etnológico da Guiné-Bissau. Uma Perspectiva de Género", de Manuela Borges e "Perspectivas para o Estado da Evolução das Representações dos Africanos nas Escritas Portuguesas de Viagem: O Caso da Guiné e Cabo Verde - Séculos XV a XVII", por José da Silva Horta (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Julho de 2013:

Queridos amigos,
Continua a ser moeda corrente apreciar a investigação científica no período colonial como se fosse possível isolar a experiência colonial portuguesa das demais, no seu tempo.
A investigação científica deu um grande salto no período em que Sarmento Rodrigues foi governador da Guiné, ocorreram missões, estudos e criaram-se infraestruturas que marcaram indelevelmente o saber e os conhecimentos nas terras da Guiné.
Pôr em causa inquéritos etnográficos e trabalhos de etnólogos só porque não tiveram em conta a mulher e as representações do género parece-me pura insensatez ou uma outra forma de fundamentalismo. Foi por isso que vim a terreiro, em função de um caso preciso.

Um abraço do
Mário


Acerca da crítica à antropologia colonial da Guiné

Beja Santos

O Centro de História de Além-Mar, onde estão envolvidas a Universidade dos Açores e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, publicou em 2011 um importante número dedicado às representações de África e dos africanos. No conjunto dos documentos ali inseridos, cumpre destacar os artigos de que são autores Manuela Borges com o intitulado “O Conhecimento Etnológico da Guiné-Bissau. Uma Perspetiva de Género” e o de José da Silva Horta intitulado “Perspetivas para o Estudo da Evolução das Representações dos Africanos nas Escritas Portuguesas de Viagem: O Caso da ‘Guiné do Cabo Verde’ Séculos XV-XVII”.
Vejamos os termos como a investigadora Manuela Borges trata a antropologia colonial.

Refere que o conhecimento etnológico da mulher e das relações de género estiveram presentes na última era do colonialismo, desde o fim da II Grande Guerra até à independência, mas em termos manifestamente residuais. Vejamos o pano de fundo. O governador Sarmento Rodrigues lançou as bases da Guiné como uma colónia-modelo. No âmbito das suas iniciativas culturais, é de realçar o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa (BCGP), 110 números normais e 1 número especial, além de 24 monografias, bem como trabalhos inéditos, entre 1946 e 1973. Para a autora, chegara agora o momento de equacionar a antropologia e a etnografia como grandes vetores da política colonial, tratava-se de uma nova conquista da Guiné em que os guineenses iriam ser estimulados para a civilização e para a ciência. Para dar suporte, foi criado assim o Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, que se propunha promover a cultura, organizar uma biblioteca e um museu, o que veio a acontecer. Assim se procurava criar uma instância intelectual constituída por funcionários da administração colonial e oficiais das instituições militares.

Os investigadores lançaram-se ao estudo, deram testemunho das etnias que melhor conheciam, procuraram um discurso moderno. Diga-se lateralmente que é uma época em que vários cientistas, geógrafos, antropólogos, sociólogos, acorrem à Guiné para a estudar e inventariar conhecimentos, basta recordar Orlando Ribeiro e Mendes Corrêa. Por exemplo, Mendes Corrêa, à luz dos conhecimentos do seu tempo, andou a medir crânios e as alturas das diferentes etnias guineenses, segundo as escolas antropológicas do seu tempo tratava-se de um procedimento correto, hoje está banido todo e qualquer estudo que procure catalogar raças segundo padrões de inteligência.

A investigadora Manuela Borges procurou conhecer a representação da mulher nos textos publicados no BCGP, refere que esta representação foi construída por agentes da administração colonial, que era constituída exclusivamente por homens. O conhecimento etnológico colonial, observa a autora, era dominado por homens que ouviam, em primeira instância, nativos e nunca as nativas. Assim irá acontecer nos múltiplos estudos e inquéritos, estes eram encarados como pontos de partida para novas investigações. Por exemplo, na resposta aos inquéritos não se regista qualquer informação sobre as mulheres, nas poucas respostas em que as mulheres são referidas verifica-se que as informações são erráticas. São raríssimas as considerações em que a mulher foi ouvida e posta em primeiro plano. No entanto, sabe-se que nos Bijagós há a liderança religiosa das mulheres, cabe a estas as escolhas dos parceiros masculinos, e o que acontece é que o estudioso trata estes dados como “curiosidades”. Para a investigadora, andava-se à procura de um “indígena autêntico” e da identidade essencial às diversas tribos ou etnias. A autora considera que esta perspetiva antropológica era justificada pelo olhar do colonizado como “selvagem”, “primitivo”, “atrasado” e “exótico”. Acontece que a própria investigadora reconhece que os informantes eram masculinos, como hoje continuam a ser masculinos, ninguém pode ter a veleidade de estudar um comunidade e querer começar por inquirir mulheres, a estrutura social repudia ainda hoje tal atitude, ninguém pode entrar numa comunidade sem falar previamente com as autoridades. A antropóloga Tina Kramer contou-me que percorreu toda a Guiné falando sempre em primeiro lugar com os régulos, chefes de tabanca, conselhos de anciãos, estes depois é que autorizavam entrevistas com os antigos militares e as suas famílias. A mulher-objeto não foi só uma realidade de colonialismo, não é por acaso que ainda hoje prosseguem interminavelmente as discussões sobre a amputação genital das mulheres, com resultados por ora ínfimos.

A autora diz acertadamente que “Os agentes coloniais projetaram as suas perspetivas androcêntricas das representações das relações de género da sua própria sociedade, na perceção das relações de género africanas, o que teve significantes repercussões na produção etnológica colonial”, resta saber se à luz dos conhecimentos da época teria sido possível agir de outra maneira, negligenciando-se a realidade e vivências femininas. Noutro patamar, na literatura, é bom não esquecer “Auá”, de Fausto Duarte, obra premiada da literatura colonial, Auá é uma jovem que irá pôr termo à vida devido ao pai a querer casar com um velho régulo, ela amava um jovem e tornou-se intolerável, a seus olhos, manter a ditadura do direito consuetudinário.

Os estudos destes administradores-etnólogos foram e são tão importantes que ainda hoje se mantêm como bibliografia de referência, praticamente todos eles.

Não chega dizer que “a antropologia colonial foi produzida num contexto assimétrico de relações de dominação entre os colonizadores e os colonizados, sendo as representações reproduzidas pelos primeiros de forma hegemónica e etnocêntrica”, o investigador tem que demonstrar se se trata de uma aberração no contexto das ciências sociais e humanas do tempo. Nenhum antropólogo, sob pena de risota, iria hoje medir cabeças e alturas, para identificar raças, são procedimentos banidos. Os inquéritos do tempo, por toda a África, andaram relativamente próximos dos praticados pelos outros países colonialistas. Todos eles tiveram um discurso próprio de europeus, possuíam um sentido de missão, era preciso rastrear as diferentes raças até para politicamente saber lidar com elas.

É evidente que a nova República da Guiné-Bissau trazia um elevado repúdio face aos trabalhos dos colonialistas. No campo da agronomia ou da zoologia ou no estudo das doenças do sono, por exemplo, esses estudos impuseram-se, eram irrefutáveis, a investigação fora fundamental para a cultura do arroz, para intervir nas doenças tropicais, para mapear as diferentes culturas agrícolas possíveis. Extinguiram-se o museu, a biblioteca e o Centro de Estudos da Guiné Portuguesa. A Guiné-Bissau não tem nenhum museu digno desse nome, não há bibliotecas e o seu arquivo histórico, no INEP, foi praticamente destruído na guerra civil de 1998-1999. Quando a autora diz que a investigação científica na Guiné-Bissau, em 1984, entrou numa fase inteiramente nova, é de lamentar que não pese as consequências desta afirmação. A investigação científica anda ao sabor de projetos subsidiados, quando não há projetos não há investigação. Grande parte do património salvou-se graças a instituições como a Fundação Mário Soares. E os investigadores da era pós-colonial pegam nos trabalhos dos administradores-etnólogos como bússola, usando, claro está, das mais elementares cautelas. Acresce que há estudos publicados no tempo colonial que ainda hoje são referências obrigatórias. A título de exemplo, “Direitos Civil e Penal dos Mandingas e dos Felupes da Guiné-Bissau”, de Artur Augusto da Silva.
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de Dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12479: Notas de leitura (545): "Guiné - Guerra e Poesia - Canjadude e Bolama", de José Martins Gago (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P12491: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (11): Fotos nºs 13 (estrada para Geba e Bafatá), 14 (Ponte Nova) e 15 (tabanca da Ponte Nova)



Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 > 

FOTO 13 > Bafatá vista da estrada para Geba e Mansabá.

1 – Tabanca da Ponte Nova.

2 – Parte colonial da cidade.




Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 >

FOTO 14 > Ponte Nova (ao tempo, ponte Salazar), vendo-se do lado direito a guarda à ponte [, assinalada com uma seta], cujos elementos costumavam apanhar camarão que depois vendiam ao pessoal.




Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 >


FOTO 15 > Grande parte da Tabanca da Ponte Nova – Bafatá.

1 – Rio Colufe.

2 – Rio Geba.

3 – Piscina.

4 – Zona das lavadeiras.

5 – Local da casa do ourives Tchame [, que já morreu, sendo a sua arte continuada pelo seu filho]


Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Continuação da publicação do "roteiro de Bafatá", organizado pelo Fernando Gouveia[, ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; arquiteto, residente no Porto; foto atual à esquerda]

Guiné 63/74 - P12490: Parabéns a você (669): Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150/73 (Guidaje, 1973/74); Carlos Pinheiro, ex-1.º Cabo TRMS do STM/QG (Bissau, 1968/70) e Felismina Costa, nossa amiga Grã-Tabanqueira


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Nota do editor

Último poste da série de 22 de Dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12482: Parabéns a você (668): Miguel Vareta, ex-fur mil cmd, 38ª CCmds (1972/74)