sexta-feira, 16 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13152: Notas de leitura (591): Michel Té, uma voz original na literatura luso-guineense (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Novembro de 2013:

Queridos amigos,
Não profetizo que Michel Té vai ser um caso sério na literatura luso-guineense, mas rendo-me à qualidade e ao inequívoco pendor lírico do que publicou na V Antologia de Poetas Lusófonos.
Constrói palavras e sentimos-lhes o sentido, a frescura. Entremeia o português e o crioulo, temos um corpo novo, um hálito primevo.
Não é um europeu com lembranças de África, é um artífice luso-guineense que não emite caligramas e ressentimentos, é um figura de duas culturas sentidas e maturadas.
É algo de novo, de respeito pelo passado, de vínculo ao chão, a trilhar novos rumos na vida.

Um abraço do
Mário



Michel Té, uma voz original na literatura luso-guineense

Beja Santos

Tem 24 anos, nasceu no Biombo e na altura em que publicou os seus poemas era aluno do curso Científico-Humanístico de Artes Visuais na Escola Secundária de Santo André. É esta a sua participação na V Antologia de Poetas Lusófonos, com prefácio de Adélio Amaro, Folheto, Edições e Design, 2013, que reúne 147 poetas oriundos de 15 países irmanados pela lusofonia, os poetas candidatam-se e quando são aceites veem os seus nomes inseridos junto de outros que se exprimem na língua de camões. Para se avaliar da sua voz original oiçamo-lo no poema

A Tchaudade

Se há coisa na terra mais infeliz

É sentir-se a tchaudade1 de ontem
É ter na mente histórias imortais
É sentir-se o que os mortos já não sentem
É partilhar a mesma indesejada solidão incurável
É não esquecer-te de esquecer
É ter nos olhos imagens invisíveis
É ouvir vozes distantes
É desdeliciar-se dos sabores da origem
É contentar-se de descontente
É não conformar-se com o novo cheiro de tchon2

Tenho tchaudade sim tenho a tchaudade

De tchifri3 que ronca a sua maturidade
De Lua-fogo que ateia na hora de kussundé4
De bobolom5 que manifesta entre cá e o além
De penoso adeus do suludemba6
De sikó7 com os seus encantos
De murmúrio de tina

Tenho tchaudade sim tenho a tchaudade

Das intimidades das tabankas8
Das fábulas da mandjudadi9
Das canções sedutoras das mães produtoras
Das crianças que rasgam o segredo da bida10
Dos saberes enterrados na mata sagrada
Dos Omis Garandis11 afinadores do silêncio
Dos djidius12 poetas historiadores filósofos médicos cientistas

Tenho tchaudadi, tenho a tchaudadi
Até da própria tchaudadi
Ampus13


Fomi bai ku bin na ora di quêbur 
(fome, a partida e a chegada na véspera da colheita)

Encharcado pelo primeiro sol de novembro na bolanha
Cansado, deprimido e faminto
Tristemente acompanhando o embelhecimento de arroz

Do Djidiu chegaram-me as 9dades de tabanka

Lá na tabanka apenas uma kabana tem tranças de fumo
As panelas da sua esposa ainda estão na arrecadação
E que os seus rebentos já não a reconhecem
Os teus pais só falam da outra bida utópica

Não tardara o astro ardente o consumiu
E de imediato parti

Ao regressar a kabana apenas uma manga na mão para as crianças
[desafomearem
A de sete meses partiu antes de engolir a polpa de manga e jamais se fala
de comida}
Todos acoitaram-se no ventre das lágrimas
Dói-me imenso ver a minha esposa a lacrimar após pagar o engano castigo
Na casa do régulo
Kora anima a chegada de um novo herdeiro.
____________

Notas:

1 - É uma junção de duas palavras: adeus e saudade
2 - Chão
3 - Cifre
4 - Ritos da Guiné-Bissau
5 - Instrumento tradicional da Guiné-Bissau que é tocado nas cerimónias de toca-choro
6 - Tristeza
7 - Instrumento tradicional da Guiné-Bissau
8 - Aldeias
9 - Pessoas da mesma geração
10 - Vida 
11 - Velhos 
12 - Contadores de histórias 
13 - Enfim
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Nota do editor

Último poste da série de 12 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13132: Notas de leitura (590): Bubaque foi uma colónia alemã... antes da I Guerra Mundial (Luís Vaz)

Guiné 63/74 - P13151: (De) Caras (17): A nudez da pedra, o Vasco da Gama e os seus "tigres do Cumbijã"... Convívio anual da CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74)








Portalegre, 3 de maio de 2014 >  Convívio anual dos "Tigres de Cumbijã", CCAV 8351, Cumbijã (1972/74)


Fotos: © Vasco da Gama   (2014). Todos os direitos reservados


1. A Minha Querida CCav 8351...e....A NUDEZ DA PEDRA

por Vasco da Gama [, ex-cap mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74]

O frenesim que de mim se apodera com a chegada do dia da reunião anual da minha Companhia parece que cresce todos os anos, apesar de saber que por cada comemoração que passa, menos uma nos resta para o fim do percurso.

Desta feita foi em Portalegre que se seguiu à reunião de Sever do Vouga e que antecede a de Torres Novas.

Portalegre, “cidade do Alto Alentejo, cercada de serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,”que José Régio imortalizou na sua Toada, viu-nos partir, há quarenta e dois redondos anos, com destino à Guiné.
Aqui permanecemos por três ou quatro semanas, vindos de Estremoz, aguardando embarque para a guerra! A pátria, que por vezes não sabemos bem o que é, chamara por nós e nós ali estávamos prontos a cumprir com a obrigação (que não dever?) já que outra saída não descortinávamos para o nosso futuro! Até de França, Camarada nosso então se apresentou para que sobre ele não caísse o anátema de refractário ou de desertor, anátema que alguns, nos dias que correm, ( como é fácil hoje em dia fazê-lo) transformaram em elogio, vá-se lá saber porquê! Falo nele, no “Francês”, pois desta feita e pela primeira vez veio abraçar os seus Camaradas, que não via há quarenta anos!

O B. C. 1 de onde saímos em 1972 é hoje um Centro de Formação da G.N.R.

Em finais de Março solicitámos autorização ao Comando para que pudéssemos visitar as instalações e colocar uma lápide em honra dos Camaradas mortos na Guiné.

O tempo ia passando e a resposta não vinha! O meu Camarada Parola, o organizador do convívio, alertou-me e eu, sem demora, liguei para o Centro no dia 20 de Abril. Depois de vários “não se encontra” tive de dizer ao meu interlocutor que não desligava enquanto não fosse atendido por quem quer que fosse, pois a minha pergunta não ficaria sem reposta.

Lá veio um senhor sargento, muito simpático e solícito que, admirado, me disse:
- O senhor Comandante já fez o despacho no dia 2 de Abril, a autorizar a vossa visita.

 Prometeu falar com o senhor Capitão para que cópia do despacho nos fosse enviada, ao meu Camarada Parola e a mim mesmo. Tal veio a verificar-se a 23 de Abril.

Porventura esta demora terá a ver com a programação de alguma operação, quiçá a da perseguição ao senhor Manuel Baltazar, um tuga conhecido por Manuel Palito, lá para as bandas de São João da Pesqueira, que ,ao que sei, ainda não teve resultados práticos.

Demorássemos nós, CCav 8351, enquanto na Guiné, todo este tempo a encontrarmos a base de onde o IN nos atacava e, por certo, ainda a esta hora por lá andávamos à procura de Nhacobá, de Lenguel do rio Habi ou de Samenau. Outros tempos....outra gentes..

O nosso encontro estava marcado para 3 de Maio, e no dia primeiro, portador que fui da lápide, lá me apresentei para a colocar no local indicado. O oficial de dia, um jovem alferes, recebeu-nos com simpatia e a meu pedido prometeu-me que a lápide, no dia da visita, estaria coberta pela bandeira nacional para que o seu descerramento tivesse o mínimo de dignidade. Perante a minha insistência mandou-me ir descansado, pois a bandeira de Portugal estaria em seu devido sítio!

A malta começou a chegar logo pela manhãzinha do dia três de Maio. O encontro foi no largo fronteiriço ao do antigo B.C.1. Abraços, gargalhadas, uma ou outra lágrima furtiva, o relembrar da emboscada do dia xis ou os ataques ao arame no Cumbijã, mais o assalto a Nhacobá, fazem sempre parte do primeiro contacto.

Subimos então a rampa de acesso à entrada do Centro e, antes que fosse transporta a porta de armas, avistava-se lá ao fundo a lápide, tal qual eu a deixara dois dias antes. Não avancei mais! O meu Camarada Parola lá foi falar com o oficial de dia, um capitão, que de pronto lhe disse não haver bandeira disponível para a cerimónia e que a fôssemos comprar a uma loja dos “chineses”.

O meu Camarada lá foi comprar a bandeira com que se cobriu a nudez da Pedra.

Este lavar de mãos do cavalheiro e oficial senti-o como se de ofensa se tratasse à memória dos meus Camaradas mortos em combate e, logo ali, no discurso que fiz, tive de expressar, para que dúvidas não restassem, o meu repúdio perante tamanha indiferença.

Porventura se tivesse ido ao beija-mão talvez me tivessem dado fanfarra e me prestassem tributo, mas eu não vou por aí e cito outra vez Régio :

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

["Cântigo Negro", de José Régio, "Poemas de Deus e do Diabo", 1925]


Cerimónia finda, ala que se faz tarde e lá foram os cinquenta e um Combatentes acompanhados pelos familiares para a missa da praxe, celebrada na sé de Portalegre por um padre simpatiquíssimo. Foram lidos os nomes dos vinte e dois mortos que são do nosso conhecimento e à medida que cada nome era referido ecoava na vastidão dos claustros um arrepiante PRESENTE a provocar um estremeção de emoção.

Os arredores de Castelo de Vide acolheram-nos num local perfeito para o almoço e lanche!

Esquecidos os contratempos, em vivência íntima e familiar,  de novo o recordar dos momentos mais difíceis nos vinte e dois meses que passámos juntos.

Vinte e dois meses que nos marcaram de tal forma, que ninguém, mas mesmo ninguém, será capaz de destruir.

Esta imensa solidariedade dos Combatentes da minha Companhia parece vir a cimentar-se com o passar dos anos e eu apenas peço que para o próximo ano estejamos os mesmos deste ano e mais uns quantos a quem a saúde e a crise impediram de ir a Portalegre, “cidade do Alto Alentejo, cercada de serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros” [, "Toada de Portalegre", de  José Régio,  do livro de poesia "Fado", publicado em 1941].

Vasco Augusto Rodrigues da Gama

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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de março de  2014 > Guiné 63/74 - P12897: (De) Caras (16): Quem tramou o alf mil capelão Mário de Oliveira, do BCAÇ 1912 (Mansoa, 1967/69) ?... Não foi o BCAÇ 1912 que expulsou o Mário de Oliveira, a PIDE tinha escritório aberto em Mansoa (Aires Ferreira, ex-alf mil inf, minas e armadilhas, CCAÇ 1698, Mansoa, 1967/69)

Guiné 63/74 - P13150: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (4): Sondagem: Resultados definitivos (n=74): cerca de 40% vão ao encontro, sozinhos ou acompanhados; os restantes ainda não sabem (28%) ou não irão mesmo (32%)... A um mês do encontro temos 51 inscrições


Cartaz comemorativo do 10º aniversário do nosso blogue.  Design: Miguel Pessoa (ex-ten pilav, BBissalanca, 1972/74)

I. Encerrou no dia 14 do corrente, às 9h52, a sondagem sobre a intenção de ida ao IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar-se no próximo dia 14 de junho, em Monte Real.

SONDAGEM: 

"Vou ao IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, dia 14 de junho"

Total de respostas= 74 (100%)

Respostas (reagrupagadas) à sondagem

1/2.  Sim, lá estarei (n=29): (i) vou sozinho (n=16); (ii)  vou acompanhado (n=13) > 39,2%

3.  Talvez vá, mas ainda não sei (n=21) > 28,4%

4.  Não, infelizmente não poderei ir (n=15) > 20,3%

5.  Nunca fui a nenhum nem irei a este (n=9) > 12,2%


A nossa estimativa (mais conservadora) é de que este ano não devemos chegar às 100 inscrições, podendo o número final situar-se entre as 80/90... Veremos... Até lá os nossos grã-tabanqueiros (mais os seus familiares e amigos) podem surpreender-nos, ultrapassando as nossas expetativas...

Diversos fatores podem ajudar a explicar esta relativamente fraca adesão ao IX Encontro Nacional da Tabanca Grande:

 (i) a crise;

 (ii) o envelhecimento do pessoal;

(iii) os problemas de saúde (do próprio ou de familiares);

 (iv) a redução do nº de acompanhantes;

(v) o conflito de agendas;

 (vi) o número de convívios anuais de unidades que se realizam nos meses de maio e junho;

e, eventualmente, (vii) o fim de semana prolongado (nalguns concelhos, como Lisboa, o 13 de junho é feriado municipal)..

E ainda o "efeito de cansaço", a longevidade do blogue (que este ano celebra 10 anos de existência), o facto de haver várias Tabancas (Tabanca de Matosinhos, Tabanca do Centro, Tabanca da Linha...) que realizam almoços-convívio regulares, se não mesmo mensais ou até semanais... Os encontros de ex-combatentes banalizam-se...

O ano passado (VIII Encontro Nacional, a 7 de junho)  juntámos cerca de 135 participantes, mas longe dos 200 que reunimos em 21/4/2012, num dia de chuva! Nesse ano, em que batemos o recorde de inscrições, a um mês da realização do VII Encontro, tínhamos já 94 inscritos. Este ano, temos 51 inscrições nesta data, a menos de um mês do evento.

O VI Encontro, a 4 de junho de 2011, teve 126 participantes. O anterior, o V, em 26 de junho de 2010 teve 152 convivas à mesa, mais 20 do que no IV (este e o anterior foram realizados na Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real).

A partir do V e até á data, os nossos encontros anuais têm sido no Palace Hotel Monte Real.

O IV Encontro realizou-se a 20 de junho de 2009.  O III encontro foi a 17 de maio de 2008. O II, em Pombal, a 28 de abril de 2007 juntou 85 cabeças... O I foi no Alentejo, Montemor-O-Novo. Ameira, em 14 de outubro de 2006, juntou 57 convivas...

II. A menos de um mês do encontro temos já 51 inscrições. A maior parte são já "habitués"... Faltam, portanto, muitas caras novas (, já que todos os anos entram, em média, 65 novos membros para a Tabanca Grande), e há ainda muitas letras do alfabeto em branco...

Alcídio Marinho e Rosa (Porto)
António José Pereira da Costa e Isabel (Mem Martins / Sintra)
António Maria Silva (Cacém / Sintra)
António Martins de Matos (Lisboa)
António Sampaio & Clara (Leça da Palmeira / Matosinhos)
António Santos, Graciela & mais 7 do clã (Caneças / Odivelas)
António Sousa Bonito (Carapinheira / Montemor-o-Velho)

Carlos Vinhal & Dina (Leça da Palmeira / Matosinhos)

David Guimarães & Lígia (Espinho)
Delfim Rodrigues (Coimbra)

Eduardo Campos (Maia)

Fernando Súcio (Campeã / Vila Real)

Hugo Guerra, Ema e neto Daniel (Marvila / Lisboa)
Humberto Reis e Joana (Alfragide / Amadora)

Joaquim Luís Fernandes (Maceira / Leiria)
Joaquim Mexia Alves (Monte Real / Leiria)
Jorge Canhão & Maria de Lurdes (Oeiras)
Jorge Loureiro Pinto (Agualva / Sintra)
José Barros Rocha (Penafiel)
José Casimiro Carvalho (Maia)
José Louro (Algueirão / Sintra)
Juvenal Amado (Fátima / Ourém)

Luís Graça & Alice (Alfragide /Amadora)
Luís Moreira (Mem Martins / Sintra)

Manuel Augusto Reis (Aveiro)
Manuel Joaquim (Agualva / Sintra)
Manuel Resende & Isaura (Cascais)
Miguel Pessoa & Giselda (Lisboa)

Raul Albino e Rolina (Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal)

Vasco da Gama (Buarcos / Figueira da Foz)


III. Programa provisório: haverá missa às 11h30 por alma dos nossos mortos

Mensagem de onntem do Joaquim Mexia Alves, membro da Comissão Organizadora:

Meus amigos [,Luís Graça, Carlos Vinhal e Miguel Pessoa]:

Posso finalmente confirmar que será celebrada Missa pelas 11.30 do dia 14 de Junho, por todos aqueles que faleceram na guerra, bem como os que faleceram depois.

Presidirá à celebração o Pe Patrício Oliveira, Vigário Paroquial da Marinha Grande, meu amigo, que se disponibilizou para a celebração. É ainda um jovem sacerdote, com quem tenho uma óptima relação de amizade e de trabalho em Igreja.

A Missa desta vez, (por conveniência minha, resultante ainda dos problemas ocorridos nas Termas), será celebrada na Igreja Matriz de Monte Real, que como se lembram fica mesmo em frente do portão de entrada das Termas e do Hotel.

Agradeço que seja divulgada mais esta notícia, aproveitando para relembrar o encontro da Tabanca Grande.

Vamos agora ao programa:
11.30 - Missa na igreja matriz de Monte Real  [, foto à direita]
13.00 - Entradas, bebidas, etc. conforme ementa.
14.00 - Almoço, conforme ementa.
17.30/18.00 - Lanche, conforme ementa.
Assim, entre a Missa e as Entradas dá tempo para o convívio de chegada e a fotografia de grupo.

Junto uma foto da igreja num enquadramento antigo, (antes das obras do Hotel, etc.) e outra apenas com a igreja.  Da igreja ao Hotel são 30 metros! (...)
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Nota do editor:

Postes anteriores da série >

12 de maio de 2014 > Guiné 63774 - P13130: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (3): Sondagem: Resultados preliminares (n=52): cerca de metade dos nossos respondentes têm intenção de ir a Monte Real, no dia 14 de junho... E já temos 47 inscrições de magníficos grã-tabanqueiros e seus gloriosos acompanhantes!

8 de maio de 2014 > Guiné 63/74 – P13114: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (2): Respondam à nossa sondagem, inscrevam-se já e surpreendam-nos com mais um razão a acrescentar às 10 razões fundamentais por que devemos estar todos juntos, em Monte Real, no próximo dia 14 de junho...

30 de abril 2014 > Guiné 63/74 – P13074: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (1): 10 razões para estarmos todos juntos, em Monte Real, no dia de 14 de junho de 2014, sábado, das 10h às 20h…



(...) O Palace Hotel Monte Real (com quem mantemos uma excelente relação de há vários anos a esta parte) faz-nos os mesmos preços do ano passado:

[Foto à esquerda, 
fachada do hotel, 
cortesia do
Expresso, Boa Cama, Boa Mesa ]




Entradas, almoço e buffet da tarde – 30.00 € / pessoa.

Mínimo: 50 pessoas.

Alojamento (para quem quiser vir de véspera ou ficar no fim de semana):

Single: 50.00€
Duplo: 60.00€

[Ambas as tipologias com Pequeno-Almoço incluído]

Ementa do Palace Hotel Monte Real, confecionado para o nosso IX Encontro Nacional, dia 14 de Junho de 2014:

(i) Entradas:

Saladinha de Polvo
Salada de Bacalhau
Salada de Atum
Salada de feijão-frade com orelha grelhada
Salada de Ovas
Meia desfeita de bacalhau
Salgadinhos variados
Presunto fatiado
Meia concha de mexilhão com vinagreta
Tortilha de camarão
Pezinhos de coentrada
Choquinhos fritos à Algarvia
Joaquinzinhos de escabeche
Sonhos de bacalhau
Coxas de frango fritas à nossa moda
Cogumelos salteados c/ bacon
Guisado de dobrada

Moscatel, Porto seco, Martini
Vinho branco e tinto Fontanário de Pegões e cerveja
Água mineral, Sumo de laranja

(ii) Almoço:

Sopa da pedra
Lombo de porco recheado com alheira e figo
Batata no forno e legumes
Semi-frio de mascarpone e café com toque de lima e colis de cacau

Vinho branco e tinto ‘Fontanário de Pegões’
Água mineral, sumos de laranja e cerveja
Café e digestivo nacional

(iii) Buffet da tarde:


Carnes frias com molho tártaro
Enchidos da região grelhados
Queijos variados
Charcutaria variada
Azeitonas com laranja e orégãos
Franguinho assado
Batata Chips
Salada de tomate
Salada de alface
Salada de cenoura
Salada de Pepino
Mesa de sobremesas

Vinho branco e tinto ‘Fontanário de Pegões’
Água mineral, sumos de laranja e cerveja

Guiné 63/74 - P13149: O que é feito de ti, camarada? (4): Abel Maria Rodrigues, bancário reformado, Mirando do Douro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > BCAÇ 28252  (1968/70) > c. 1969 >  Sessão de projeção de "slides" ou diapositivos... Tudo servia para ajudar a passar o tempo, embora não fosse habitual esta mistura de "classes" (oficiais, sargentos e praças)... Recorde-se que o nosso exército era "classista" e, em aquartelamentos como o Bambadinca, com razoáveis e desafogadas instalações, a regra era a da estratificação socioespacial, ou seja, nada de misturas...

O artista principal, neste caso, é o alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, e já falecido, comandante do 4º Gr Comb da CCAÇ 12. Persiste o mistério da natureza e dos objetivos desta sessão...


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852  (1968/70) > c. 1969 > ; Sessão projeção de "slides!" ou diapositivos... O "projecionista", à civil, era o alf mil cav José António G. Rodrigues... Devia ser também o "dono" dos diapositivos, cujas caixas, de plástico, são visíveis à frente do projeto. Não fazemos a mínima ideia do objetivo da sessão... À sua esquerda, tem o alf mil mil Abel Rodrigues.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) > Sessão de projeção de "slides" na sala de convívio e refeitório das praças...  Em primeiro plano à esquerda, os capitães inf Manuel Maria Pontes Figueiras, comandante da CCS,  e Carlos Alberto Machado Brito, comandante da CCAÇ 2590/ CCAÇ 12. Por detrás dos dois, o alf mil op esp Francisco Moreira, da CAÇ 12. Ainda era tudo  "periquito", o pessoal da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, chegado a Bambadinca em meados de julho de 1969. (*)

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]


1. Mensagem enviada onntem ao nosso camarada Abel [Maria] Rodrigues, ex-alf mil at inf (CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) que vive em Miranda do Douro, sendo bancário reformado:

Abel: Estás bom ? Vens ao nosso encontro, dia 14, em Monte Real ? Lembras-te dessa sessão de "slides" ? Porquê tanto interesse da assistência  ? 

Um abraço forte. Luis Graça


2. Resposta,  no mesmo dia, do Abel Rodrigues:

Olá, Luis!

Eu vou andando com mais ou menos ferrugem, mas normal para a idade.E tu como vais, parece-me que percebi que tinhas sido operado, espero que tivesse corrido tudo bem e pelos vistos já estás, aí para as curvas.

Há dois ou tres meses andei a fazer um tratamento ás vias respiratórias nas Caldas da Saúde, pertinho da casa dos pais do Francisco Moreira. Combinei um almoço com o Sousa, Branco, Mateus e Valente [, malta da CCAÇ 12,]  e telefonei ao Moreira,que ficou de aparecer, mas não quis nada connosco. Não sei o que se passa com ele mas é estranho.

Quanto à  reunião [, IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real,dia 14 de junho,] não vou, porque já vou ficando velho e estou para aqui isolado, não tenho quem me acompanhe, pois camaradas não há e minha mulher explora uma loja comercial com empregados e não pode fechar.

Em relação á foto (*) ,não faço a minima ideia, apenas reconheço tambem o capitão Figueiras, que está ao lado do Brito e me lembro dele por ser revolucionario e algarvio.

Um grande abraço
Abel Rodrigues


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > O António Mateus (1º Cabo), que vive hoje em Guifões, Matosinhos  e o seu comandante, o Alf Mil At Inf Abel Rodrigues (3º Gr Comb), um transmontano de Miranda do Douro.

Foto: © António Mateus (2012). Todos os direitos reservados.



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > Messe de Oficiais > c. 1969/70 > O Abel Rodrigues foi   o primeiro dos quatro oficiais milicianos da CCAÇ 12 a entrar para a nossa Tabanac Grande. Ou melhor, dos três que estão vivos, incluindo o Carlão e o Moreira. (O outro Rodrigues infelizmente já faleceu).

Para mim, foi, na altura, em 2006,  enquanto criador e editor deste blogue (colectivo), uma dupla alegria receber um novo membro da Tabanca Grande, que para mais tinha sido meu camarada de armas (e meu amigo) na mesma unidade, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971). E estive também, por diversas vezes, no seu pelotão, substituindo um ou mais dos seus comandanets de secção. E viemos a Portugal, de férias, em, 1970, no mesmo avião da TAP.

Foto: © Abel Rodrigues (2006). Todos os direitos reservados.


3. Resposta de hoje do  L.G.:


Grande Abel!... É bom saber de ti! (**)...E precisamos de falar mais vezes. Vejo que estás um bocado isolado... De qualquer modo o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Vê lá tu que eu tenho amigos (do Porto) a viver e a trabalhar em Atenor... A minha filha, que é contadora de histórias e ilustradora, esteve aí há dias a trabalhar, durante uma semana... O meu filho, que é músico e psiquiatra, já esteve aí, há tempos, tocar (com o grupo dele,  os Melech Mechaya). A minha mulher, idem, também, já aí esteve...

Falto eu e nessa altura apito-te. Cá em casa apoiamos a AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (uma Associação Não Governamental, sem fins lucrativos, de protecção de raças autóctones de asininos, em particular do burro de Miranda).

Tenho o teu telefone. Será o mesmo ? (...)

Quanto ao me contes e perguntas. Vejo que tiveste com malta da CCAÇ 12... O Moreira, acho que está num  um processo de denegação da guerra...Ainda esteve connosco em 1994, em Fão, Esoposende. Julgo que tu também foste. Depois eclipsou-se. Há muita malta que quer esquecer o passado...Mas isso não faz bem à saúde mental...

Quanto a mim, estou em casa, com baixa, em recuperação de uma artroplastia da anca (perna direita). tenho agora um prótese de titânio e cerâmica... Estou a recuperar bem.

Obrigado pelos teus comentários á foto. Capitão Figueiras, é isso, já não estava lembrado!... Afinal, passámos por tanta gente e tanto sítio. Ou melhor, tanta gente e tanto sítio passaram por nós...

Vou tentar ligar-te. Um alfabravo, Luis

4. Comentário do editor:

Face às informações que o Abel Rodrigues me dá, temos que corrigir a legenda da foto publicada no poste P13142 (*)... 

O cap inf Figueiras (, de seu nome completo Manuel Luís Pontes Figueiras) veio substituir em setembro de 1969 o cap art António Dias Lopes que por sua vez tinha vindo substituir, um mês antes, o cap inf Eugénio Batista Neves, comandante da CC/BCAÇ 2852, "transferido  por motivos disciplinares", segundo reza a  história da unidade).

Em face disto, esta sessão de "slides" em que aparecem 3 alferes milicianos da então CCAÇ 2590 (CCAÇ 12, a partir de18/1/1970) só pode ter acontecido em finais de 1969 ou princípios de 1970, ainda no tempo do BCAÇ 2852, rendido em finais de maio de 1970 pelo BART 2917. Os alferes são:  (i)  José António G. Rodrigues (4º Gr Comb), (ii) Abel Maria Rodrigues (3º Gr Comb; e (iii) Francisco Magalhães Moreira (1º Gr Comb).

Guiné 63/74 - P13148: A minha CCAÇ 12 (30): fevereiro de 1971: batismo dos "piras" que nos vieram render... Adeus, Bissau, em 17 de março de 1971, no T/T Uíge... A CCAÇ 12 será extinta em 18 de agosto de.. 1974 ! (Luís Graça)


Foto nº 240


Foto nº 234


Foto nº 235


Foto nº 236

Guiné > Bissau > Imagens da Bissau Colonial que deixámos, a maior parte de nós (oficiais, sargentos e especialistas, de origem metropolitana, pais-fundadores da CCAÇ 12, de rendição individual)...

O T/T Uíge levou-nos de novo a casa, com partida a 17/3/1971... E, a maior parte de nós, nunca mais quis saber da guerra nem da sorte dos nossos camaradas guineenses... A CCAÇ 12 foi desativada e extinta em 18 de agosto de 1974. E alguns destes nossos camaradas do recrutamento local, a quem demos a instrução de especialidade em Contuboel, e que fizeram a guerra connosco - sempre bravos e leais - foram as primeiras vítimas da "justiça revolucionária" do PAIGC, como foi o caso do Abibo Jau, o "bom gigante" do 1º Gr Comb, que era comandado pelo alf mil op esp Francisco Moreira.

Conforme se pode ler na ficha resumo do Arquivo Histórico.Militar que abaixo reproduzimos, a CCAÇ 12 (CCAÇ 2590 até 19 de janeiro de 1970) teve 5 comandantes, o primeiro dos quais o cap inf  Carlos Alberto Machado Brito, felizmente ainda vivo, cor inf ref.

Foi originalmente uma companhia de intervenção ao serviço do comando do setor L1 (Bambadinca). Passou a unidade de quadrícula em finais de março de 1973, rendendo  a CART 3494 e assumindo a responsabilidade do subsetor do Xime que os seus homens conheciam como ninguém e one tiveram numerosas baixas.  

Tem história da unidade até fevereiro de 1971. É uma brochura de 50 páginas, escrita, datilografada e copiada a "stencil" por Luís Graça (que pertenceu a esta companhia como fur mil armas pes inf, na realidade atirador de infantaria a quem, em vez das armas pesadas, deram uma G3, tendo integrado praticamente todos os grupos de combate e particiupado na maior parte das operações aqui descritas) (*)


Fotos: © Arlindo Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: L.G.]


1. Última parte da série A minha CCAÇ 12






História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II. 45-46.


2. Informação complementar do ex-alf mil at inf, cmdt do 3º Gr Comb, Abel Maria Rodrigues, com data de 16 de maio de 2014, enviada por mail, às 18h14;

Desta operacao,eu sei tudo, pois fui o actor principal. Penso que dos velhinhos só fomos três (capitão, Piça e eu). 

Depois da flagelação,  o 2º pelotao que ia na vanguarda, recusou-se a avançar .Passei com o meu pelotão para a frente e completámos a operacao sem mais qualquer problema, porque os guerrilheiros vieram esperar-nos em Madina Colhido. 

Deviam ter-se fartado de esperar por nós,  como não apareciamos desmobilizaram,deduzindo que nós já estariamos no quartel do Xime.Foi em 28/2/1971,  um domingo. 

Devo dizer que tivemos muita sorte não nos termos encontrado, pois pelo rasto que deixaram onde estiveram à nossa espera não eram poucos .

Um grande abraço.
Abel



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Nota do editor:

(*) Postes anteriores da série:



9 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11077: A minha CCAÇ 12 (28): Dezembro de 1970: Flagelação ao pessoal e às máquinas da TECNIL, na nova estrada em construção, Bambadinca-Xime (Luís Graça)


26 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10726: A minha CCAÇ 12 (27): Novembro de 1970: a 22, a Op Mar Verde (Conacri), a 26, a Op Abencerragem Cadente (Xime)...(Luís Graça)


30 de julho de 2012 > Guiné 62/74 - P10209: A minha CCAÇ 12 (26): Outubro de 1970: o jogo do rato e do gato... (Luís Graça)


30 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10094: A minha CCAÇ 12 (25): Setembro de 1970: Levando 50 toneladas de arroz às populações da área do Xitole/Saltinho, e aguardando o macaréu no Rio Xaianga (Luís Graça)


21 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9930: A minha CCAÇ 12 (24): Agosto de 1970: em socorro da tabanca em autodefesa de Amedalai, terra do nosso hoje grã-tabanqueiro J. C. Suleimane Baldé (Luís Graça)

20 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9630: A minha CCAÇ 12 (23): Julho de 1970: "pessoal não ataca população, guerra é com tropa", diz o comissário político... (Luís Graça)


16 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9492: A minha CCAÇ 12 (22): Junho de 1970: Um ano de comissão... (Luís Graça)


24 de novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9089: A minha CCAÇ 12 (21): Maio de 1970: Chega o BART 2917 que vai render o BCAÇ 2852 (Luís Graça)


15 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9048: A minha CCAÇ 12 (20): Abril de 1970: intensificação da acção psicossocial através de contacto pop, e suspensão temporária da actividade operacional ofensiva por causa das negociações com o IN no chão manjaco (Luís Graça)


26 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8604: A minha CCAÇ 12 (19): Março de 1970, a rotina da guerra, a visita do Ministro do Ultramar ao reordenamento de Bambadincazinho... (Luís Graça)


8 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8388: A minha CCAÇ 12 (18): Tugas, poucos, mas loucos...30 de Março-1 de Abril de 1970, a dramática e temerária Op Tigre Vadio (Luís Graça)



16 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8112: A minha CCAÇ 12 (17): 14 e 15 de Fevereiro de 1970: Op Bodião Decidido, com a CCAÇ 2404 (Mansambo) e a CART 2413 (Xitole) em Satecuta, na margem diireita do Rio Corubal: morto um guerrilheiro e apreendido um RPG2

17 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7957: A minha CCAÇ 12 (14): Op Borboleta Destemida, 14 de Janeiro de 1970: a ferro a fogo no Poindon/Ponta Varela ou... como nunca confiar num guia-prisioneiro (Luís Graça)

24 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)


28 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7048: A minha CCAÇ 12 (7): Op Pato Rufia, 7 de Setembro de 1969: golpe de mão a um acampamento IN, perto da antiga estrada Xime-Ponta do Inglês, morte do Sold Iero Jaló, e ferimentos graves no prisioneiro-guia Malan Mané e no 1º Cabo António Braga Rodrigues Mateus (Luís Graça)

7 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai... (Luís Graça)

7 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6686: A minha CCAÇ 12 (5): Baptismo de fogo em farda nº 3, em Madina Xaquili, e os primeiros feridos graves: Sori Jau, Braima Bá, Uri Baldé... (Julho de 1969) (Luís Graça)

25 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6642: A minha CCAÇ 12 (4): Contuboel, Maio/Junho de 1969... ou Capri, c'est fini (Luís Graça)

29 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6490: A minha CCAÇ 12 (3): A única história da unidade, no Arquivo Histórico-Militar, é a que cobre o período de Maio de 1969 (ainda como CCAÇ 2590) até Março de 1971... e foi escrita por mim, dactilografada e policopiada a stencil (Luís Graça)

25 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)



Guiné 63/74 - P13147: Parabéns a você (733): Vasco da Gama, ex-Cap Mil, CMDT da CCAV 8351 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série > 15 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13140: Parabéns a você (732): António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493 (Guiné, 1972/74)

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13146: Convívios (596): V Encontro do pessoal da CCAÇ 617/BCAÇ 619 e do Pel Mort 942 (Catió, Cachil, Ilha do Como, 1964/66), dia 31 de Maio de 2014, na Tocha

De um nosso amigo, leitor e, provavelmente, camarada, Armando Fernandes, recebemos para publicação esta mensagem:


5.º Encontro Conjunto do BCaç 619, da CCaç 617 e do Pelotão de Morteiros 942 [Catió, Cachil, Ilha do Como, 1964/66]:

Em 31/05/2014, no Restaurante "Arcada", na Tocha

OLÁ COMPANHEIROS! 

Com as devidas saudações desta comissão, sois de novo convidados para mais um encontro comemorativo, em tudo semelhante àqueles que tendes participado nos anos passados, onde também estiveram presentes alguns dos vossos familiares e a quem esta comissão tanto aprecia tal gesto. 

Esta comissão continua a ser a mesma há uns anos a esta parte, como por certo todos vós já notaram. Porém, tudo irá fazer, para que todas as pessoas que nele irão participar, se possam sentir satisfeitas, quanto ao convívio em si, isto é: o encontrar de novo pessoas que já algum tempo não viam e poder cumprimentá-las e abraçá- las, como com a localização e espaço físico do restaurante onde se irá servir o almoço, como com a própria refeição. 

Nesta região, que nos desculpem, continuamos a pensar que a ementa na qual mais apostamos é aquela que temos servido. Portanto não haverá alterações significativas. Pensamos que a qualidade é o mais importante. Claro que nunca iremos subestimar a quantidade. E será com muita satisfação que, no fim do convívio iremos ver-vos regressar às vossas casas, levando no espírito a vontade de para o ano, voltar a encontrar novamente os amigos e companheiros, num local qualquer.

Este ano optou-se por, de novo, realizar o convívio no mesmo Restaurante onde em 2003 convivemos e cujas referências que nos ficaram se bem nos lembramos são muito boas. Referimo-nos ao Restaurante “ARCADA”,  situado na Tocha, a par da Estrada 109 mesmo junto a uns Sinais Luminosos aí existente.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13145: Convívios (595): Pessoal de Bambadinca, BCAÇ 2852, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, BART 2917... Em 24 de maio, mas em sítios separados (Caldas da Raínha e Torreira, respetivamentye)... A 2ª geração da CCAÇ 12 também faz o seu convívio, uma semana depois, em 31 de maio, em Óbidos... (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 12, 1969/71)

Guiné 63/74 - P13145: Convívios (595): Pessoal de Bambadinca, BCAÇ 2852, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, BART 2917... Em 24 de maio, mas em sítios separados (Caldas da Rainha e Torreira, respetivamente)... A 2ª geração da CCAÇ 12 também faz o seu convívio, uma semana depois, em 31 de maio, em Óbidos... (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 12, 1969/71)



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A capela de Bambadinca... E à direita (da foto) ficava a nossa secretaria,...  Foto nº 89  do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil at inf, 3º Gr Comb, CCAÇ 12, 1969/71), que aparece nas escadarias de óculos de sol.

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]


1. Mensagem,  de hoje, do [José] Fernando Almeida, ex-fir mil trms, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

Graça,  Boa Tarde

Regozijo-me porque estás a recuperar bem.

Mais uma vez tentei juntar o BCAÇ 2852, o BART 2917 e a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12. Mantive conversação com o Armando Almeida, desde Novembro de 2013 a Janeiro de 2014.

Conforme informação do Armando Almeida, só dependia do Durães; contactei o Durães em Fevereiro de 2014. Informou-me que não era possível este ano mas que passava por minha casa e íamos os dois a Aveiro e fal+qvmos com os Camaradas do BART  2917.

Acordei, posteriormente recebi do Durães o Convite para o VIII Convívio do BART  2917, a realizar no dia 24 de Maio de 2014. Coincidência ou não.  é no mesmo dia que se realiza o 20º Convívio de Bambadinca 1968 /1971, este nas Caldas da Rainha.

Falei com o Jorge Cabral, vai com o António Branquinho para Aveiro. Também falei com o Branquinho,  antes de falar com o Cabral, disse-me que ia com o BART 2917, porque era com eles que tinha mais ligação. Quer a posição do Cabral quer a do Branquinho,  respeitei-as.

Sei que a 2ª  geração da CCAÇ 12 [, os camaradas que nos renderam], realiza o seu convívio anual em Óbidos no dia 31 de Maio de 2014, no Restaurante A Muralha.

O nosso Capitão, hoje Coronel,  Carlos Brito, envia-nos um abraço e votos de bom Convívio. Pede desculpa de não comparecer, porque nesse dia Festeja o 55º Aniversário de Casamento.

Um abraço e até ao dia 24 de Maio nas Caldas.

Fernando Almeida

PS -  As inscrições para o convívio do pessoal de Bambadinca 1968/71 tinham como data limite o dia 10 de Maio de 2014. Mas como sempre pedi uma margem para eventuais refractários. Neste momento são setenta e duas inscrições confirmadas.

Este ano não nos é possível, a mim e á minha mulher,   ir ao Convívio do Blogue, partimos no dia anterior para o Sul de Espanha, onde vamos permanecer dez dias.

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Guiné 63/74 - P13144: Em busca de... (244): José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1438 (Buba e Quinhamel, 1965/67), procura os seus camaradas continentais

1. Mensagem de Luís Miguel Moreira, filho do ex-Fur Mil José Moreira da CCAÇ 1438 (Bissau, Buba e Quinhamel, 1965/67), com data de 12 de Maio de 2014:

Boa noite Sr. Luís,
Indicaram-me o vosso site através do facebook como um site onde poderia ver post sobre as várias companhias de caçadores que estiveram no ultramar mais precisamente na Guiné.
O meu pai esteve na Guiné entre 1965 e 1967 na Companhia 1438 ( Furriel Miliciano José Moreira) em que surgem dois posts no vosso site sobre sendo uma companhia açoriana e está correcto mas faziam parte da mesma muitos continentais da metrópole.
O que me leva a enviar este email é que eu gostava que o meu pai, e visto ter perdido o contacto com praticamente todos os seus companheiros de armas, conseguisse rever ex-companheiros de tropa da Guiné. Queria a V/ajuda se possível e caso tivessem contactos de membros dessa companhia (1438) me pudessem fornecer ou ajudar a encontrar elementos dessa companhia.
Sei que não será fácil pois o grande contingente era dos Açores mas como têm muitos conhecimentos decidi escrever-vos no sentido de me tentarem ajudar a realizar um dos sonhos do meu pai, rever ou falar com os seus companheiros de muita luta e sofrimento no ultramar.

Obrigado. melhores cumprimentos.
Luís Miguel Moreira
luis.miguelscp@gmail.com
(913810322)


2. Comentário de CV:

Caro amigo Luís Moreira
De facto vai ser difícil encontrar pessoal da "1438".
Numa pesquisa que fiz pela net não encontrei nada que nos pudesse ajudar. Fica a esperança de que alguém nos leia e lhe possa levar boas-novas.
Se me quiser mandar uma foto de seu pai, do tempo da Guiné, publicá-la-íamos aqui para ver se chama a atenção de algum dos seus camaradas.


Guião da CCAÇ 1438 / BII 17
(Com a devida vénia ao camarada Carlos Coutinho)


Sobre a CCAÇ 1438

- Formada no BII 17 - Angra do Heroísmo
- CMDT: Cap Inf Eugénio Batista Neves
- Partida: 18AGO65
- Regresso: 18ABR67

- Ficou inicialmente colocada em Bissau na dependência do BCAÇ 1857, tendo participado em várias operações.

- Em 15OUT65 foi colocada em Buba como subunidade de intervenção e reserva do BCAÇ 1861.
- Em 06OUT66 assumiu a responsabilidade do subsector de Quinhamel
- Em 31MAR67 foi rendida e seguiu para Bissau, onde se manteve até ao regresso.
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13110: Em busca de... (243): Comandante José [Luis] Pombo [Rodrigues], dos antigos Transportes Aéreos Civis, que operavam no CTIG... (Rui Vieira Coelho, ex-alf médico, BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518, Galomaro, 1973/74)

Guiné 63/74 - P13143: Memórias de Mansabá (32): Conversas filosóficas com o Alferes Médico (Francisco Baptista)

1. Em mensagem do dia 11 de Maio de 2014, o nosso camarada Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), trouxe até nós uma memória de Mansabá.


MEMÓRIAS DE MANSABÁ

32 - CONVERSAS FILOSÓFICAS

O alferes médico de Mansabá era um camarada pouco expansivo, sempre com ar calmo e meditativo que lia muito sobretudo livros de yoga, mais velho alguns anos do que a generalidade dos militares da Cart 2732, era educado e prestável mas parecia-me por vezes que olhava para os operacionais como os rapazes que andavam a brincar às guerras. Guerra que ele detestava e temia também.
Como ele conheci alguns camaradas de vários serviços que não tendo que sair para fora do quartel viviam um pouco aterrorizados pois imaginavam o inimigo logo ali à volta do arame farpado. Os operacionais que pela sua actividade tinham que conhecer toda a área exterior do quartel alguns quilómetros em redor, tinham outros medos mas não esse medo permanente do desconhecido pois eles conheciam esses terrenos como os terrenos das suas aldeias ou como as ruas das suas cidades.o que lhes dava outra segurança psicológica.

A propósito das suas leituras e prática de yoga nunca esqueci uma conversa que um dia tive com ele. Um dia falando eu da minha educação religiosa tradicional e habitual na maior parte das famílias de Portugal sobretudo a Norte, confessei que já tinha abandonado a religião pois por alguns motivos, que terei desenvolvido, tinha deixado de acreditar.

Ele disse que ao contrário de mim tinha sido criado numa família que não praticava qualquer religião e não lhe tinham sido inculcados quaisquer princípios religiosos. Com o passar dos anos, disse ele: comecei a sentir um vazio espiritual que me obrigou a dedicar-me ao yoga para o preencher. A ti como muitos como tu, - dizia ele, - a educação religiosa, deu-vos esse alimento espiritual e mesmo quando negais os seus dogmas preenche o espírito nessa discussão e nunca sentis esse vazio na alma que eu sentia.

Este diálogo foi para mim dos mais filosóficos ou metafísicos, como lhes queirais chamar que eu tive na Guiné, eu que tinha desistido praticamente da leitura e da reflexão intelectual quando embarquei para lá e andava um pouco narcotizado pelo cheiro da terra africana, e pelo seu calor tropical e que procurava gozar tudo isso e os prazeres mais imediatos dos sentidos como qualquer animal instintivo.
Foi das conversas que mais abanou comigo e me despertou do marasmo em que vivia, voltei a ficar desperto e inquieto como quando lia na solidão da "casa velha" de Brunhoso, os livros de Dostoiévsky, esse grande romancista e filósofo. Lembrei-me de Rodion Românovitch Raskólnikov, o protagonista de "Crime e Castigo" quando ele, sentindo-se só no mundo e só no cosmos, pois tinha deixado de ser crente, com a alma vazia, acaba por concluir que "se Deus não existe tudo é permitido" e que com essa justificação acaba por matar a velha usurária mas que vai continuar só e vazio pois o niilismo não lhe vai preencher a existência.

O diálogo sobre esta premissa irá continuar nas discussões intermináveis, existenciais e filosóficos dos três "Irmãos Karamazov". Esse diálogo continua nas sociedades porque as bases filosóficas e metafisicas que sustentam a moral vigente são baseadas em dogmas e ensinamentos dos profetas das várias religiões, cristãs, islâmicas, judaicas, hindus, budistas, animistas ou outras. Fora das religiões os filósofos ainda não conseguiram criar um sistema filosófico universal e acessível às multidões que possa substitui-las nas suas certezas e ilusões e garantir paz e riqueza espiritual aos homens. Os filhos e netos dos ateus e descrentes do nosso tempo, hoje andam, muitos, à deriva à procura dalgum alimento para lhes saciar a fome que lhes vai na alma e lhes reponha a alegria de viver.

Alguns tornam-se praticantes de yoga e doutras filosofias orientais, outros tornam-se trabalhadores ou estudiosos compulsivos, outros tornam-se consumidores de todos os produtos melhores ou piores que a sociedade capitalista oferece.
Um assunto tão vasto e polémico carece da opinião de especialistas de várias áreas do conhecimento para um debate sério, falo nele contudo porque foi uma conversa que tive na Guiné e que periodicamente me vem à memória.

Gravei na memória também conversas à mesa nas horas das refeições na messe de oficiais em Mansabá, em que o principal protagonista era o capitão Abreu, comandante do COP 6. Além dele estávamos 4 alferes da CART 2732, o respectivo capitão, o alferes de transmissões, o alferes médico e durante um mês (ou dois?) a sua esposa que lhe foi fazer companhia. Havia uma Companhia de Comandos no quartel, com uma cultura militar mais democrática e outros meios financeiros também, pois os seus oficiais comiam com os restantes militares da Companhia, sargentos e soldados.

Pela impressão que causava em todos nós, não quero deixar de falar da mulher do médico, por sinal também médica, uma senhora elegante e bela, que sendo a única europeia e a única mulher no meio de tantos homens, naturalmente era alvo da atenção (discreta e educada) de todos. A senhora porém não se sentia bem no quartel, notava-se mesmo que vivia um pouco aterrorizada naquele ambiente de guerra. Para acicatar ainda mais esses temores, havia dois alferes que por vezes, talvez por um certo marialvismo consciente ou inconsciente se punham a falar dos perigos da actividade operacional. Um dia tivemos uma flagelação de armas pesadas ao quartel, em que felizmente não houve feridos, embora tivessem caído algumas granadas dentro do quartel. Passados dois dias o quartel e a messe ficaram com menos graça e beleza porque a esposa do médico regressou a Portugal.

O capitão Abreu tinha sido adjunto do tenente-coronel Correia de Campos, já muito falado neste blogue e considerado por muitos como um grande estratega e dos combatentes mais corajosos que passaram pela Guiné. Da forma mais direta, no estado mais puro, eu ouvi e os outros presentes na messe de oficiais de Mansabá, com dois anos de antecedência, pela voz do capitão Abreu. as razões subjectivas e objectivas que conduziram ao desencadear da revoltas dos capitães em 25 de Abril de 1974.

Para mim foi música nova que não esperava ouvir da boca dum destacado capitão da academia militar. Falava dessas razões pessoais, familiares e políticas com a mesma coragem com que lutou ao lado do comandante Correia de Campos, que tanto admirava. Era um homem honesto, um militar competente mas já cansado da guerra, desiludido e descrente pelo rumo da politica em relação aos territórios africanos.

Arruda dos Vinhos, 18JAN2009 - Convívio de pessoal da CART 2732. 
Da esquerda para a direita: Cor Carlos Marques Abreu, que comandou o COP 6 com o posto de Capitão; ex-Alf Mil TRMS Brito Ribeiro do COP 6; ex-Alf Mil Nunes Bento, CMDT do 3.º Pelotão da CART 2732; ex-Fur Mil Carlos Vinhal do 3.º Pelotão da CART 2732 e ex-Soldado de TRMS Malhão Gonçalves da CART 2732, um dos organizadores do convívio, no uso da palavra.

Foto: Blogue A Madeirense CART 2732
Legenda: Carlos Vinhal

Desses dias de sol africano, calor tropical, trovoadas, chuvas diluvianas, porque os ecos dos rebentamentos das granadas ainda soam por vezes nos nossos ouvidos ou na nossa memória,  e a discórdia sobre o fim da descolonização ainda divide muitos camaradas, eu propunha que esquecêssemos esse aspecto da política nacional e internacional, e que voltássemos aos tempos da Guiné, quando éramos todos amigos e estávamos dispostos a dar a vida uns pelos outros. Sem querer entrar em polémicas desnecessárias já que todos temos uma idade respeitável, e ninguém está disposto a abdicar das suas certezas, para atenuar divisões e azedumes exacerbados, vamos pensar que somos todos bons portugueses apesar de vestirmos camisolas de cores diferentes.

Descobri recentemente um fado, "Velhas Sombras", muito bem cantado pela Celeste Rodrigues, algo nostálgico e melancólico, bem musicado e com um poema muito lindo. Recomendo-o a quem gostar da canção nacional que nos identifica em todo o mundo.

Um grande abraço a todos os camaradas
Francisco Baptista
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13027: Memórias de Mansabá (31): Com o tempo interiorizámos três ou quatro coisas: (i) que tínhamos sempre medo; (ii) que de dentro do mato era muito difícil disparar um LGFog ou até um morteiro; e (iii) depois do primeiro tiro tínhamos a ideia que conseguíamos controlar as coisas (Ernesto Duarte, ex-fur mil, CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67)

Guiné 63/74 - P13142: A minha CCAÇ 12 - Anexos (IV): Uma sessão de projeção de diapositivos, no refeitório das praças, pelo ex-alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, já falecido (Foto do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 > Não, não é uma sessão de cinema, no refeitório das praças (ou sala de convivio das praças, a avaliar pela mesa de pingue-pongue)... É um simples projeção de "slides" ou diapositivos... Tudo servia para ajudar a passar o tempo, embora não fosse habitual esta mistura de "classes" (oficiais, sargentos e praças)... Recorde-se que o nosso exército era "classista" e, em aquartelamentos como o Bambadinca, com razoáveis e desafogadas instalações, a regra era a da estratificação socioespacial, ou seja, nada de misturas...

O artista principal, neste caso,  é o alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, e já falecido, comandante do 4º Gr Comb da CCAÇ 12.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos, a que assistiram,  no refeitório das praças, pelo menos dois capitães (a olhar para o seu lado direito)... O segundo é comandante da CCAÇ 12, cap inf Carlos Brito.  Em segundo plano, por detrás dos capitães, o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Com da CCAÇ 12.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos... O "projecionista", à civil, era o alf mil cav José António G. Rodrigues... Devia ser também o "dono" dos diapositivos, cujas caixas, de plástico, são visíveis à frente do projeto.

Nessa época, este material fotográfico era tratado na "nossa inimiga"... Suécia, principal aliada, no mundo ocidental, do PAIGC a aquem forneceu importante apoio (político, humanitário, financeiro, logístico...). Era de lá. da terra dos "vikings" e das loiras do nosso imaginário,  que vinham as mágicas caixinhas com os "slides"... Não sei quanto custavam por unidade...

Pormenor interessante: devido ao excesso de calor e humidade do ar, usava-se uma ventoínha para "refrigerar" o ar à volta do projetor...

Mas agora: que raio de "slides" seriam estes para atrair a atenção de tanta gente, oficiais, sargentos e praças ?!... Possivelmente, "recuerdos" das férias do nosso alferes Rodrigues... A ser assim, esta sessão só pode ter acontecido já no 2º semestre de 1970, ao tempo do BART 2917... Mas, digam-me lá, quem estava interessado em saber onde e com quem passou férias, na metrópole, o nosso alferes Rodrigues ?... Sim, na metrrópole, porque nessa época nenhum combatente podia ter passaporte para ir passar férias ao estrnageiro no "intervalo" da guerra... A CCAÇ 2590/CCAÇ 12 chegou á Guiné em finais de maio de 1969...

Ao lado do alf Rodrigues, reconheço o alf at inf Abel Rodrigues, comandante do 3º Gr Comb da CCAÇ 12, e nosso grã-tabanqueiro...  Talvez o Abel se lembre do teor dos "slides", sobre os quais tenho imensa curiosidade... (Infelizmente, também não tenho qualquer contacto com familiares do meu malogrado camarada José António G. Rodrigues, com quem alinhei no mato muitas vezes).

Na ponta direita, o nosso 1º cabo escriturário e acordeonista, Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (de quem não tenho notícias, sei que trabalhava no Porto).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]
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Nota do editor:

Poste anterior da série > 15 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13141: A minha CCAÇ 12 - Anexos (III): Bar e messe de sargentos de Bambadinca (1969/71) (Fotos do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)

Guiné 63/74 - P13141: A minha CCAÇ 12 - Anexos (III): Bar e messe de sargentos de Bambadinca (1969/71) (Fotos do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)


Foto nº 221 > Corredor de acessos aos quartos dos sargentos... No teto, por cima da porta de entrada, ainda é visível o orifício provocado por um estilhaço de morteiro, no ataque ao aquartelamento em 28/5/1969, ao tempo da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70).



Foto nº 189 > Messe de sargentos > c. 1969 > Almoço de confraternização entre oficiais e sargentos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12: ao centro, o cap inf Carlos Brito, à civil... [Carlos Alberto Machado Brito, hoje cor inf ref, residente em Braga, e para quem mando uma saudação especial; não o vejo desde a primeira vez que fui a um  encontro do pessoal de Bambadinca do meu tempo, e que se realizou em Fão, Esposende, há 20 anos!).

Do lado direito, em primeiro plano o fur mil op esp Humberto Reis, e a seguir o alf mil cav, já falecido, José António G. Rodrigues; do lado esquerdo, em primeiro plano, o fur mil trms José Fernando Gonçalves Almeida (organizador, este ano, do convívio do pessoal de Bambadinca, 1968/71, que se vai realizar em 24 deste mês, em Óbidos e Caldas da Rainha),  seguido de outro furriel (de cuja identidade não tenho a certeza: Joaquim Fernandes ou Luciano Almeida ?), e ainda do  2º srgt  inf José Martins Rosado Piça  e do 1º srgt cav Fernando Aires Fragata.

A CCAÇ 2590 passou a designar-se CCAÇ 12 a partir de 18 de janeiro de 1970, ainda no tempo do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)... Ainda a propósito da foto, era a cerveja Cristal que estava na moda...


Foto nº 3 > Messe de sargentos > c. 1969 > Pessoal da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 22590/CCAÇ 12  (1969/71)


Foto nº 185 > Messe de sargentos > c. 1969 > Pessoal da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 2590/CCAÇ 12  (1969/71)... Eu estou ao centro, de óculos na testa, tendo à minha esquerda o José Fernando Almeida, o Piça, Tony Levezinho e o Fragata (1º srgt cav)...



Foto nº 64 > Messe de sargentos > c. 1970 > Jantar de confraternização com pessoal da CCAÇ 12 (1969/71) e CCS/BART 2917 (1970/72) (que também vai realizar o seu convívio anual em 24 do corrente, na Torreira, São Jacinto, Murtosa)...

Ao fundo, do lado esquerdo reconheço os furriéis Arlindo Roda (CCAÇ 12), José Coelho (CSS) e, atrás dele, de camisa vermelha, o António Branquinho (CCAÇ 12).


Foto nº 44 > Messe de sargentos > s/d > Pessoal da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 > Da esquerda para direita: fur mil ENf João Carreiro Martins; fur mil at inf José Luís Vieira de Sousa; fur mil at inf Arlindo Teixeira Roda; e 2º sarg inf Alberto Martins Videira...



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  No bar e messe de sargentos, à direita, o Arlindo T. Roda, com uma miúda que, tanto quanto me recordo,
era de Bambadinca, filha de antigo militar e de uma guineense, lavadeira. Não identifico o militar, que está de pé, encostado ao balcão, do lado direito.

Fotos do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil at inf, 3º Gr Comb, CCAÇ 12, 1969/71)

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]

1. O bar & messe de sargentos de Bambadinca, no meu tempo (julho de 1969/março de 1971) tinha  uma certa tradição de hospitalidade. Recebia gente de fora, estava aberto aos vizinhos do lado (messe de oficiais, embora o inverso não fosse verdadeiro) e sobretudo havia uma bom espirito de camaradagem entre operacionais e não operacionais. a nível de sargentos (CCS, CCAÇ 12 e outras subunidades adidas). Fazíamos festas conjuntas (por ex., Natal, aniversários), havia preocupação com a qualidade da comida, havia cantorias até às tantas da noite...

É pena que este ano o convívio entre o pessoal que passou por Bambadinca entre finais dda década de  1960 e princípios de 1970 (BCAÇ 2852, 1968/70, BART 2917, 1970/72,  e subunidades adidas, como é o caso da CCAÇ 12, do pel Caç Nat 52, pel Caç Nat 63, Pel Rec Daimler,  Pel Mort, etc. ),  leve a malta a ter que se dividir, no dia 24 de maio: (i) uns irão a Óbidos e Caldas da Raínha (BCAÇ 2852); e (ii) outros, 200 km mais anorte,  até à Torreira, São Jacinto, Murtosa (BART 2917)... LG




Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de dezembro de  2012 > Guiné 63/74 - P10826: A minha CCAÇ 12 - Anexos (II): Quem se lembra destes camaradas guineenses da 1ª secção do 3º Gr Comb ? (António Mateus / Luís Graça)



Guiné 63/74 - P13140: Parabéns a você (732): António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de  10 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13121: Parabéns a você (731): Fernando Valente (Magro), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Guiné, 1970/72) e Henrique Matos, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1966/68)