domingo, 15 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16092: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (13): três poemas de Valdemar Rocha, militar de transmissões em Santa Luzia, premiado nos Jogos Florais da UDIB (1972)


Capa da brochura Caderno de Poesias "Poilão", edição limitada a cerca de 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A obra é editada em dezembro de 1973, por iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural (GDC) dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (A história do GDC dos Empregados do BNU remonta à I República: foi carido em 1924).



1. Considerada a primeira antologia da poesia guineense, esta edição (hoje rara) deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens:(i) o Aguinaldo de Almeida, caboverdiano, funcionário do BNU, infelizmente já falecido; era o coordenador da secção cultural do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU - Banco Nacional Ultramarino, Bissau; e (ii) o nosso camarada Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império", é natural de Castelo Branco, e vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo) [, foto a seguir, em Bissau, em 1972/73].


,
Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74)




2. Hoje publicamos três poemas de Valdemar Rocha (*), dois deles premiados  nos Jogos Florais da UDIB - 1972.

Não temos mais referências sobre Valdemar Rocha, a não ser que :

(i) era natural de Rebordosa, Douro, concelho de Paredes;

(ii) na vida civil, era  empregado de escritório;

 (iii)  na época estava em Bissau na unidade de transmissões (Santa Luzia);

(iv) ajudou o Albano Mendes de Matos e o Aguinaldo Almeida a organizar esta antologia;

e ainda (v) foi ele que trouxe dois poemas do Luís Jales  de Oliveira ["Ginho", que esteve em Gadamael Porto, Região de Tombali, 1973; tem página no Facebook e é natural de Mondim de Basto]





Sabe-se que foi um alferes miliciano da Unidade de Tarnsmissões [, aquartelada em Santa Luzia,]  quem desenhou a capa para «Poilão» a pedido de Valdemar Rocha. (**)









Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda, jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.

___________________

Notaa do editor:

(*) Últimos postes da série:

16 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15259: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (12): Eunice Borges é a única voz feminina desta antologia


12 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13877: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (10): (i) O poeta, cidadão do mundo; (ii) Caminha; e (iii) A minha mãe (Tavares Moreira, n. 1938, Bubaque)


(**) Sobre a históris deste caderno de poesias "Poilão", vd..

24 de outubro de DE 2014 > Guiné 63/74 - P13796: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (8): Respondo a algumas perguntas: (i) o poeta Pascoal D' Artagnan, que era filho de mãe balanta e pai italiano; e (ii) o 'making of' do livrinho (Parte I)


25 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13798: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (9): o 'making of' do livrinho (Parte II)


Guiné 63/74 - P16091: Tabanca Grande (486): José Salvado, ex-Fur Mil Armas Pesadas de Infantaria da CART 1744 (S. Domingos, 1967/69); foi também Administrador de Posto em Angola, é hoje advogado, vive nas Caldas da Rainha, e passa a ser o nosso grã-tabanqueiro n.º 715


Foto n-º 1 > O José Salvado em S. Domingues, na região do Caacheu


Foto nº 2 > A LDM 311 no rio Cacheu


Foto nº 3 > 2.º grupo de combate da CART 1744


Foto nº 4 >  Pela picada for

Fotos: © José Salvado (2016). Todos os direitos reservados


1. Mensagem de José Salvado, com data de ontem:

Caro amigo Luís Graça,

Respondendo ao convite, envio o pequeno texto, contendo os meus elementos militares e actuais:

Camaradas ex-combatentes,

Assentei praça no RI 5, nas Caldas da Rainha, no dia 16/05/1966, como soldado miliciano.

Em 21 de Agosto daquele ano fui para o CISMI em Tavira, tirar a especialidade de Armas Pesadas de Infantaria.

Terminada a especialidade fui colocado no RI 15, em Tomar, onde fui promovido a 1.º Cabo Miliciano, e, no dia 28 de Fevereiro de 1967 fui transferido para o GACA 2, em Torres Novas, para dar a escola de recrutas, sendo integrado na CART 1744, que no da 20 de Maio de 1967, embarcou no paquete Uíge tendo como destino a Guiné. Fui graduado em furriel miliciano na data de embarque.

Chegado à Guiné-Bissau, no dia 25 de Maio de 1967, descemos para uma LDM, onde nos foi distribuído o armamento, e navegando toda a noite chegámos no dia seguinte ao Cacheu, permanecendo ali até ao 27 de Maio, de manhã, e depois tendo embarcado num barco que nos transportou até S. Domingos.

Como Companhia de Intervenção a minha companhia, a CART 1744,  esteve presente em operações em S. Domingos, Susana, Ingoré, Cacheu e o meu pelotão esteve 15 dias no Sedengal em emboscadas para os eventuais fugitivos de uma grande operação que decorria na mata da Coboiana,  no Cacheu.

De regresso, embarquei no paquete Niassa, no dia 15 de Maio de 1969, tendo desembarcado em Lisboa no dia 21 do mesmo mês.

Mais tarde fui promovido a 2.º sargento miliciano.

No dia 13 de Junho de 1969 tomei posse do lugar que me aguardava na Repartição e Finanças de Montemor-o-Velho, como aspirante de finanças, e 2 anos e pouco após a posse, estava a rescindir o contrato, para tomar posse como Administrador de Posto em Angola. [Foto à esquerda,]

Regressado em 1975, fui colocado, no dia 21 de Janeiro de 1976, como funcionário administrativo da Escola Preparatória de Terras de Bouro, que abandonei em 30/09/1979, porque no dia 1 de Outubro (dia seguinte) tomei posse como chefe de secretaria da Câmara Municipal da Lourinhã, lugar que abandonei por transferência para a C. M. das Caldas da Rainha. 

No dia 2 de Dezembro de 1991, tomei posse como Director Administrativo da C. M. da Covilhã, sede do Concelho da freguesia da minha naturalidade.

Passei à aposentação no dia 30 de Setembro de 1994.

Presentemente,  para além de aposentado, exerço funções como advogado, na cidade das Caldas da Rainha, onde resido desde o dia 30 de Setembro de 1984.

Junto as 2 fotos da praxe [e mais algumas da página no Facebook].

Um abraço do
José Salvado


2. Comentário do coeditor CV:

Em nome do Luís Graça e demais editores, colaboradores permanentes e demais amigos e camaradas da Guiné, que se junta simbólica e fraternalmente à sombra do poilão da Tabanca Grande, dou-te as boas-vindas.

Cumpridas as formalidades de apresentação, passas a constar dos nossos registos como o grã-tabanqueiro n.º 715. Ficas a saber que és o primeiro representante da tua companhia, a CART 1744, da qual sabemos pouco.

Esperamos que nos digas mais coisas sobre o tempo que passaste no Cacheu e, já agora, por que não, podes também escrever sobre os tempos passados como administrador de posto em Angola.
Obrigado pela tua vontade em integrar este grupo de antigos combatentes que passaram pela Guiné entre 1961 e 1974. Como costumamos dizer, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande, nela cabemos com tudo aquilo que nos une e até com aquilo que nos pode separar, por exemplo, a política, a religião e... o futebol.

Muita saúde e longa vida, camarada José Salvado,
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 19 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15992: Tabanca Grande (485): Completando o processo de adesão do António Osório, que vive em Vila Nova de Gaia: foi fur mil rec inf, CCS/QG/CTIG (Bissau, Cacine, Gadamael, Cameconde, 1970/72)

Guiné 63/74 - P16090: Parabéns a você (1077): António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CART 3493 (Guiné, 1972/74) e Agostinho Jesus, ex-1.º Cabo Mecânico Auto do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74)


____________

Nota do editor

Poste anterior da série de 10 de maio de 2016 Guiné 63/74 - P16072: Parabéns a você (1075): Fernando Valente (Magro), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Guiné, 1970/72) e Henrique Matos, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1966/68)

sábado, 14 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16089: Memórias de Gabú (José Saúde) (62): Bafatá, cidade com o rio em pano de fundo. Olhar o Geba. (José Saúde)



Foto nº 1 > Bafatá, com o Geba ao fundo


Foto nº 2 > Uma coluna a Bafatá


Texto e fotos; © José Saúde (2016). Todos os direitos reservados.



1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem. 

As minhas memórias de Gabu

Bafatá, cidade com o rio em pano de fundo

Olhar o Geba

Recordo as idas a Bafatá! O zumbido dos velhos motores das Berliet e dos Unimog que rompiam o silêncio de um misterioso capim onde se camuflavam homens que preparavam emboscadas à tropa tuga. Era o tempo da guerra. Ninguém passava imune a uma guerrilha tremendamente desleal. Sou de um tempo em que a estrada que ligava as duas cidades, Bafatá-Nova Lamego, já se encontrava alcatroada.

Bafatá, terra natal de Amílcar Cabral, cabo-verdiano de sangue mas um cidadão guineense que nasceu no mês de setembro de 1924, situa-se na região centro da Guiné-Bissau, sendo a sua população predominante de etnia fula e mandiga, a que acresce a sua principal fonte económica passar pela produção de arroz e de tubérculos. Bafatá era ainda uma cidade anfitriã para eminentes encontros. Dissecavam-se as agruras da guerra, bebiam-se uns líquidos fresquinhos e os repastos eram de bom grado.

Recordo as cívicas “emboscadas” preparadas pela rapaziada numa ida a Bafatá e que desembocavam normalmente no “Transmontano”, se a memória não me falha o nome. De parte ficava o rancho do quartel, pelo menos por um dia.

Historicamente debruço-me, como é óbvio, sobre a zona de Bafatá. Neste contexto, o seu clima tropical, geralmente quente e húmido, apresentando-se chuvoso entre os meses de junho a outubro e seco entre novembro e maio, era abrasador e ali se recolheram histórias de encanto e desencanto de gentes atirados para as frentes de combate.

Banhada pelo rio Geba a população tinha na pesca uma das suas fontes de rendimento. Todavia, Bafatá era essencialmente uma urbe onde uma visita alvitrava um olhar sobre as águas do Geba que corriam mansamente num leito onde se extraiam outras compensações.

Geba, que em dado momento da minha comissão, tive a oportunidade em conhecer numa viagem fluvial feita entre Bissau e o Xime. Lembro a azáfama que aquela jornada me proporcionou.

Numa LDG amontoada de viajantes lá partimos rio Geba acima. A guerra, nesse tempo, estava ao rubro. Esperei alguns dias pelo embarque para Gabu por via aérea, todavia o tempo protelou-se e a solução passou por aceitar a inexperiente viagem fluvial.

A curiosidade da opção foi quando me deparei com os meus companheiros de viagem. Negros em maioria transportavam consigo todos os seus utensílios pessoais e nem as galinhas faltaram à ordem de chamada.

O instante mais delicado da viagem foi quando chagámos à zona de Ponta Varela. Ordens para o pessoal se deitar e adiantado ainda o comandante da lancha que nem uma cabeça a ver-se do exterior. 

Comentava-se que aquela passagem por Ponta Varela, local onde o rio estreitava, era perigosa e já tinha conhecido fins dramáticos. O PAIGC de quando em vez preparava ataques a partir das margens do Geba. Porém, a passagem foi tranquila e lá navegamos em águas pacatas até desembarcarmos no Xime.

Seguiu-se uma viagem que cruzou Babadinca e logicamente Bafatá. Ali aguardei pela coluna que me levou até Gabú, ficando para trás um outro olhar pelo rio Geba onde o medo a certa altura mexeu com o meu ego. 

Eram os tempos de guerra!... 

Legendas para as fotos:

1 - O Geba como paisagem de fundo
2 - Numa coluna a Bafatá 


Um abraço, camaradas 

José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P16088: Efemérides (225): Comemoração do Dia do Combatente de Matosinhos e do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levada a efeito no passado dia 30 de Abril (3) (Carlos Vinhal)

Terminadas que foram as cerimónias previstas para a manhã do dia 31 de Abril, dia este que começou com a concentração do dispositivo, pelas 10 horas e 15 minutos e se prolongou para lá das 13, esperava-nos um merecido almoço, servido num espaço exterior da sede, o antigo recreio coberto da Escola, onde a mesma está instalada. 
Pena foi que durante a tarde o vento norte se intensificasse e as pessoas sentissem algum desconforto.
Quem sabe, um dia destes tornaremos aquele espaço mais agradável que permita acolher as pessoas em dias de clima mais agreste.

Alguns dos convidados oficiais fizeram questão de nos acompanhar no repasto. Ao todo, os presentes seriam cerca de 170.

Espaço onde decorreu o almoço. Na sala interior não se consegue montar mais de 10 mesas. Aqui estariam 18.
Foto: Dina Vinhal

Aspecto dos rojões servidos com arroz branco, ou de sarrabulho para os apreciadores
Foto: José Trindade

Uma panorâmica com alguns dos presentes.
Foto: Núcleo

A tarde também teve animação musical. A primeira com o quarteto de trombones da Banda Militar do Exército, Destacamento do Porto, que interpretou alguns trechos de música clássica, marchas, folclore, etc.
Foto: Abel Santos

O Grupo Coral do Núcleo de Matosinhos da LC, aqui muito desfalcado, dirigido pelo Maestro SAj Luís Manuel Ribeiro, agora com a componente instrumental: acordeão, cavaquinhos e percussão, interpretou algumas canções do nosso folclore.
Foto: Núcleo 

Entretanto as horas indo passando e alguns dos convidados tinham que se retirar, o senhor Major-General Fernando Aguda tinha que regressar a Lisboa e o Dr. Eduardo Pinheiro ia ser Padrinho de Casamento dali a poucas horas.
Passou-se então à fase dos discursos com as intervenções do Presidente do Núcleo, Ten-Cor Armando Costa; do Vice-Presidente da Direcção Central, Maj-Gen Fernando Aguda e a finalizar, Dr. Eduardo Pinheiro, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.

Seguiu-se uma troca de presentes:

Para mais tarde recordar: Dr. Eduardo Pinheiro, Major-General Fernando Aguda e Ten-Coronel Armando Costa.
Foto: Núcleo


Troca de lembranças entre a Câmara Municipal e a Liga dos Combatentes
Fotos: Núcleo

A Direcção Central da LC não esqueceu o aniversário do nosso Núcleo.
Foto: Núcleo

Bolo Comemorativo do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos
Foto: Núcleo

A difícil tarefa de cortar o bolo, a cargo do Major-General Fernando Aguda e do Ten-Coronel Armando Costa
Foto: Abel Santos

Um brinde à eterna juventude
Foto: Núcleo

E assim terminou este dia 30 de Abril de 2016. No próximo ano, nós ou alguém por nós, tudo fará para que o Combatente matosinhense, vivo ou morto, não seja esquecido.
____________

Texto; selecção, edição e legendagem das fotos, da responsabilidade do editor
Carlos Vinhal

************

Voltando um pouco atrás, o senhor Major-General Fernando Aguda, presente em Matosinhos nas celebrações do Dia do Combatente, em representação do senhor Tenente-General Chito Rodrigues, fez um discurso que muito sensibilizou os Combatentes presentes. Melhor que adjectivá-lo é sugerir a sua leitura. 
Pedimos-lhe autorização para o reproduzir no nosso Blogue, aqui fica.

____________

Nota do editor

Vd. postes anteriores de 13 de Maio de 2016:

Guiné 63/74 - P16083: Efemérides (223): Comemoração do Dia do Combatente de Matosinhos e do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levada a efeito no passado dia 30 de Abril (1) (Carlos Vinhal)
e
Guiné 63/74 - P16085: Efemérides (224): Comemoração do Dia do Combatente de Matosinhos e do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levada a efeito no passado dia 30 de Abril (2) (Carlos Vinhal)

Guiné 63/74 - P16087: Blogpoesia (447): "Horas amargas...", por J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Em mensagem de hoje, 14 de Maio de 2016, o nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66), enviou-nos este poema intitulado "Horas amargas":


Horas amargas...

Saboreia bem as horas boas
que te dá a vida.
Porque as amargas sempre surgem
e quando menos tu as esperas...

São o verso e o reverso
desta moeda forte
que a vida é
E a sorte cunhou.

Têm cambiantes muitas,
Mudam de hora a hora,
Amar e sofrer
São a sua cor.
São o seu estalão.

E, de tão pessoais,
São intransmissíveis.
Essa moeda única,
Com curso sagrado
Que convém guardar
E não deixar perder...

Berlim, 14 de Maio de 2016
9h24m

manhã cinzenta

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
____________

Nota do editor

Poste anterior de 8 de maio de 2016 Guiné 63/74 - P16064: Blogpoesia (446): "De madura...", por J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 63/74 - P16086: Convívios (746): 22.ª edição (2016): Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2046, Pel Rec Daimler 2206, Pel Caç Nat 63, e outras subunidades adidas) - Coimbra, 28 de Maio de 2016 (António Damas Murta, ex-1.º Cabo Op Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A grande bolanha de Bambadinca ("a cova do lagarto", em língua mandinga). Foto do álbum do fur mil at inf Arlindo T. Roda, do 3.º Gr Comb, natural de Pousos, Leiria, e hoje professor reformado a viver em Setúbal.

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados


1. Mensagem do António D. Murta [ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71); reformado da Caixa Geral de Depósitos, residente em Coimbra; foto à direita].

Assunto - Convívios: Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2046, Pel Rec Daimler 2206, Pel Caç Nat 63, e outras subunidades adidas) > Coimbra, 28 de Maio de 2016 (António Damas Murta, ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)

Amigos:
À semelhança de há cinco anos, venho  convidar-vos para o nosso almoço-convívio, em Coimbra,  no próximo 28 de Maio de 2014.

Programa 

10h15  – Ponto de encontro no Seminário Maior de Coimbra (perto do Jardim Botânico)
11h30 – Missa no Mosteiro  Seminário Maior de Coimbra
13h00 – Almoço convívio na Quinta da Malhadinha – Cabouco, freguesia de Ceira

Preçário:  35,00 € / pessoa, Crianças 5-10 anos: 13,50 €

Confirmação até  13 de maio, com cheque  ao cuidado de José Damas Murta, Estrada da Beira, 384, Alto de S. João, 3030-173 Coimbra.

Contactos: 239 71 30 55 / 968 050 119 (só depois das 18h à semana) / 964 538 201)

Ementa

(i) Entradas Pastéis de bacalhau,  Rissóis de camarão, Croquetes de carne, Chamussas, Broa de milho, Grelhados (morcela, chouriço, entremeadas, negritos),

(ii) Sopa à lavrador

(iii) Quentes: Bacalhau com broa, batata a murro e migas:
Chanfana à Senhora da Serra, acompanhada com batata cozida e couve.

(iv) Sobremesa: Mesa de frutas e doces variados; Bolo

(v) Bebidas, Aguas, Sumos, cerveja, espumante, vinhos tintos e brancos, café

Um abraço do
António Damas Murta
_____________

Nota do editor:

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16085: Efemérides (224): Comemoração do Dia do Combatente de Matosinhos e do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levada a efeito no passado dia 30 de Abril (2) (Carlos Vinhal)

As comemorações do dia 30 de Abril, dedicadas aos Combatentes de Matosinhos e ao VII aniversário do Núcleo local da LC, continuaram na sede, em Leça do Balio, com o descerramento de uma placa evocativa dos primeiros órgãos sociais eleitos; imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas; entrega de Testemunhos de Apreço a Sócios da Liga com 40 ou mais, anos de associados; homenagem a um Combatente leceiro que esteve prisioneiro do PAIGC durante 2 anos e meio, e almoço de confraternização.

Deslocado o dispositivo e já na presença do senhor Major-General Fernando dos Santos Pereira Aguda, Vice-Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, procedeu-se ao hastear da Bandeira de Portugal, que ficou ladeada pelas bandeiras da Liga e da Edilidade matosinhense.

Os nossos convidados presentes
Foto: Dina Vinhal

Alguns dos Combatentes que por usarem a suas boinas formaram na frente.
Foto: Dina Vinhal

O momento do hastear das Bandeiras
Foto: Abel Santos

Continência à Bandeira
Foto: Núcleo

Seguiram-se uns momentos de descontracção na altura em que foram servidos uns aperitivos já que a manhã se previa longa.
Foto: Núcleo

Retomando o programa do dia, no interior da antiga Escola Primária do Araújo, à entrada da sala onde está instalada a Sede do Núcleo, foi descerrada uma placa com a composição dos primeiros órgãos sociais eleitos, Mesa da Assembleia Geral e Direcção.

Sob o olhar atento do Presidente da Direcção, Ten-Coronel Armando Costa, o Major-General Fernando Aguda e o Dr. Eduardo Pinheiro descerram a placa.
Foto: Abel Santos

Placa evocativa dos primeiros Órgãos Sociais eleitos.
Foto: Núcleo

O programa continuou no Salão Nobre, completamente esgotado, com a imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas e entrega de testemunhos de apreço.

Um aspecto do Salão Nobre. Logo atrás do 2.º Comandante da Zona Marítima do Norte (em primeiro plano), está o Combatente Rui Rafael Correia que iria ser alvo de uma homenagem.
Foto: Núcleo

Primeiro grupo de medalhados. Destaque para o nosso camarada tertuliano António Sampaio
Foto: Núcleo

Segundo grupo de Combatentes medalhados
Fotos: Núcleo

O Combatente Hernâni Carvalho, Força Aérea, vai receber das mãos do Major-General Fernando Aguda o Testemunho de Apreço pelos seus 40 anos de associado da LC
Foto: Núcleo


Para finalizar a sessão solene, seguiu-se uma homenagem ao Combatente da Guiné, Rui Rafael Correia, natural de Leça da Palmeira, ex-1.º Cabo Mecânico Auto da CCS/BART 1896, que foi feito prisioneiro em 20 de Maio de 1968 durante uma emboscada perto da Ponte Balana, e que foi libertado em 22 de Novembro de 1970 durante a Operação Mar Verde.

Os seus amigos de sempre, Ribeiro Agostinho e Raul Ramos, lembraram os tempos de juventude, as traquinices próprias daquelas idades e como sentiram, aqui, a sua prisão na Guiné, já que o Rui, sendo um pouco mais velho, foi o primeiro dos três a enfrentar a guerra. O Ribeiro Agostinho, que embarcava também para a Guiné umas semanas depois da prisão do Rui, lembrou que a mãe deste, julgando ser possível, já que não fazia ideia de como e onde era a prisão do seu filho, o incumbiu de o ir visitar ou saber se estava bem.

Na foto: O homenageado Rui Rafael; Raul Ramos e Ribeiro Agostinho, seus amigos e vizinhos
Foto: Núcleo

O Rui recebeu dos seus amigos uma boina, das mãos do Major-General Fernando Arruda uma Medalha da Liga e, das mãos do Ten-Coronel Armando Costa, o Cartão de Sócio do Núcleo.
Foto: Núcleo

A minha colaboração foi elaborar e apresentar um Power Point com alguns dados sobre a guerra do ultramar, e da Guiné em particular, "reconstituir" a prisão  do Rui e dar a conhecer fotos e documentos pessoais dele, que me fizeram chegar à mão. 
Até o seu pai, senhor Rafael José Correia, foi lembrado, porque tendo sido Combatente na I Grande Guerra, foi sócio da Liga dos Combatentes, Agência do Porto, como então se dizia, com o n.º 1668, com admissão em 21 de Março de 1932.

Acabada a minha apresentação, a longa manhã chegava ao fim. De pé, os presentes, ajudados pela projecção de um vídeo, entoaram o Hino da Liga dos Combatentes.
Foto: Núcleo

Seguir-se-ia um excelente almoço.

(Continua)
____________

Nota do editor

Poste anterior de 13 de Maio de 2016 Guiné 63/74 - P16083: Efemérides (223): Comemoração do Dia do Combatente de Matosinhos e do VII aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levada a efeito no passado dia 30 de Abril (1) (Carlos Vinhal)