terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17091: Militares mortos na 1.ª Guerra Mundial e Guerra do Ultramar do concelho de Torre de Moncorvo (Armando Gonçalves) - Parte VII: 30 mortos na guerra colonial: 15 em Angola, 8 em Moçambique, 6 na Guiné e 1 em Cabo Verde



Torre de Moncorvo: logo da câmara municipal (cortesia da página do município). 
O município erigiu, em 2013, um monumento aos combatentes da guerra do ultramar.


1. Última parte do trabalho de pesquisa do nosso amigo Armando Gonçalves, professor de História, do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, em Torre de Moncorvo, e que aceitou integrar a nossa Tabanca Grande, passando a ser o nº 733 (*)


Parte VII (pp. 29-38)














[Anexo a este trabalho, há 30 fichas biográficas dos camaradas de Torre de Moncorvo, mortos durante a guerra do Ultramar, 1961-1974, que não nos chegaram ainda às mãos. Gostaríamos de poder publicar, pelo menos, as fichas dos camaradas que morreram no TO da Guiné. Vamos aguardar a resposta do nosso amigo Armando Gonçalves]
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Guiné 61/74 - P17090: Parabéns a você (1216): José Rodrigues, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1419 (Guiné, 1965/67)

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Nota do editor

Último poste da série de 27 de Fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17087: Parabéns a você (1215): Luís Moreira, ex-Alf Mil Sapador do BART 2917 e BENG 447 (Guiné, 1970/71)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17089: Agenda cultural (543): Sessão de lançamento do livro de fotografia do nosso camarada Jorge Ferreira sobre Buruntuma, Gabu, 1961/63... Apresentação a cargo de Luís Graça, editor do nosso blogue.... Concerto de Korá com mestre Braima Galissá, nosso grã-tabanqueiro... Local e data: Galeria-Livraria Verney, Centro Histórico de Oeiras, sábado, dia 4 de março, às 15h00... Estamos todos convidados!







1.  Convite com data de 12 do corrente do nosso camarada Jorge Ferreira

[ Foto à direita: Jorge Ferreira, ex-alf mil da 3ª CCAÇ, tendo estado em Buruntuma com o seu pelotão (20 metropolitanos e 20 guinenses) entre novembro de 1961 e julho de 1962; a 3ª CCAÇ estava sediada em Nova Lamego, tendo mais tarde dado origem à CCAÇ 5, "Gatos Pretos", sediados em Canjadude]

Caros Amigos

Junto envio o "CONVITE" para a sessão de apresentação do "BURUNTUMA ... ".

Seria para mim um privilégio poder contar com a V/ Presença na Mesa fazendo companhia ao Prof. Luís Graça que se disponibilizou para apresentar o Livro e em reconhecimento pelo "papel relevante" que desempenha como dinamizador do Convívio entre a Comunidade dos "JOVENS" que estiveram mobilizados na Guiné.

Na expectativa de poder contar com a V/ presença, subscrevo-me com Amizade
Jorge Ferreira


2. Como chegar à Galeria-Livraria Verney, Oeiras

Na Av Copacabana, (Liv. Verney), a primeira rua à esquerda dá acesso ao Parque Estacionamento Municipal (Gratuito) que, por sua vez, dá acesso "a pé", ao ARCO ao lado da porta da Galeria (Liv. Verney1),. na Rua Cândido dos Reis, nº 90.



Galeria-Livraria Verney

3. Ficha técnica, dedicatória e apoios



Preço de capa:  12, 5 € + portes. Pedido ao autor  através do endereço de email: jorgeferr@netcabo.pt


Dedicatória aurtografada ao blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



[pág. 06]

Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Mais do que um simples repositório de informação e conhecimento de um determinado tempo e espaço (Guiné e Portugal, 1961/74), o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné é um ponto de encontro entre homens (e algumas mulheres) que fizeram a guerra e a paz, uma ponte de ligação entre dois povos  que têm muitas coisas em comum, a começar por  uma língua e uma história,  é sobretudo um espaço interativo de partilha de memórias e afetos entre combatentes da guerra colonial (ou do ultramar, como se queira), uma comunidade virtual a que puseram o nome de Tabanca Grande. Um espaço onde todos cabem com tudo o que os une e até com aquilo que os pode separar.  
Não têm a veleidade de fazer história, com H grande, mas também não querem ser meros figurantes do filme da história, reúnem-se muito simplesmente por que gostam (e sentem a obrigação de)  contar a “petite histoire” dos seus verdes anos na tropa e na guerra,  partilhando uns com os outros (e com os seus filhos e netos) os seus álbuns de fotografia e os seus escritos, em prosa e em verso. Como camaradas que foram no passado e que continuam a ser,  tratam-se hoje por tu, deixando de lado  títulos, postos, idade, convenções  ou outras barreiras à livre e espontânea comunicação entre eles.
Encontram-se todos os anos, pelo menos uma vez,  na primavera. Sabem que são um “espécie em vias de extinção”. E têm diversas "tabancas pequenas" espalhadas por aí, de norte a sul do país... Não haverá pelo mundo fora (incluindo a Web) muitas comunidades (virtuais e reais) como esta, de veteranos de guerra.
O Jorge Ferreira foi dos primeiros militares a ser mobilizado para a então província da Guiné, e é um dos mais recentes (o nº 728) a entrar para a Tabanca Grande. É um homem de muitos seres, saberes e lazeres, a começar pela paixão da fotografia. Com a sua inseparável câmara Konika, ele fixou, com rara sensibilidade socioantropológica, momentos únicos e irrepetíveis do quotidiana e da cultura das gentes de Buruntuma, no leste, no limite na região de Gabu, mas ainda em pleno  “chão fula”, quando os "bombolons" da guerra já começavam a tocar ao longe, no norte e no sul da Guiné…
[pág. 07]
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Guiné 61/74 - P17088: Notas de leitura (932): “Baía dos Tigres”, por Pedro Rosa Mendes, Publicações Dom Quixote, 1999 (3) (Mário Beja Santos)



Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Dezembro de 2015:

Queridos amigos,
Baía dos Tigres foi o primeiro livro dos jornalista Pedro Rosa Mendes, a obra ganhou prontamente notoriedade e foi publicada em Espanha, França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Não conheço na literatura de viagens, em língua portuguesa, um pesadelo de tal envergadura no desenho do teatro de horrores, há para ali figuras de Shakespeare, umas desavindas com o destino, outras obstinadas em manterem-se naqueles lugares com que se identificam, nenhuma razão os faz partir, é uma peregrinação trágica de um repórter que partiu de Lisboa com a convicção de que era exequível, um século depois, cumprir o famosíssimo trajeto de Capello e Ivens, de Luanda a Quelimane. Pedro Rosa Mendes deambulará entre guerras, e mesmo a tragédia moçambicana não escapa ao seu olhar.
Quando concluímos a leitura desta obra prodigiosa somos levados a rememorar a guerra que experimentámos, a que se atribuía uma causa e um sentido. E à distância física dos tormentos, temos que reconhecer que quem fica, por amor ou obrigação, é joguete de ambições, carne para canhão, e naqueles jogos monstruosos há gente que se locupleta e goza com o sofrimento dos outros.

Um abraço do
Mário


Baía dos Tigres, por Pedro Rosa Mendes: 
uma obra-prima na descida aos infernos (3)

Beja Santos

Em “Baía dos Tigres”, Publicações Dom Quixote, Pedro Rosa Mendes não só descreve e anota magistralmente os lugares e as pessoas que vai encontrando numa viagem impossível que seria a travessia do continente africano por terra, algo como o itinerário que Capello e Ivens percorreram e que consta do famosíssimo relato “De Angola à Contracosta”, como conta histórias e ouve testemunhos que nos deixam pregados às descrições emocionantes. Tome-se o caso de Ben-Ben:
“Ben-Ben, futuro chefe do estado-maior das FALA e delfim de Jonas Savimbi, era apenas um alferes quando foi a casa de João Miranda no Dirico para o escoltar à morte. João Miranda estava havia 20 dias em prisão domiciliária porque a UNITA o acusara de ser um agente da PIDE. O preso não se revia em nenhuma das acusações.
João Miranda, natural de Bragança (1945) e em Angola desde os 11 anos, tinha família e loja no Dirico. A administração, a polícia e os muitos amigos na pequena povoação tentaram protegê-lo da condenação mas a UNITA insistia em relacioná-lo com a PIDE. A solução foi a fuga. O agente Covachan da PSP (mais tarde fez parte da segurança do presidente Ramalho Eanes), preparou-lhe a fuga numa noite de Janeiro de 1975, providenciando diesel às escondidas para que João Miranda pudesse atingir o Mucusso.
A mulher, Elisabete, e as filhas saíram noutra viatura com o pretexto de irem na direção contrária, de compras ao Huambo. O plano era atravessarem o rio Cubango de canoa, no Calai. Quando chegou ao Mucusso e passou a fronteira para o Sudoeste Africano, as autoridades sul-africanas responderam com rapidez. Comunicaram com o comando do Rundu, que enviou prontamente tropas para receber a família no Calai”.

Há um Paulo de Sousa em Lusaca que é super-enérgico e super-influente, o repórter esboça uma água-forte portentosa, inigualável. Como portentosa é a descrição dos bombeiros, mestiços ou negros, que representavam interesses comerciais em zonas do sertão angolano onde os brancos não podiam chegar. A história é tão mais curiosa dado o facto de Pedro João Baptista e Anastácio Francisco se terem antecipado meio-século à primeira travessia do continente por Livingstone (1854-56) de Luanda a Quelimane. E sabe-se que tal aconteceu de ciência certa, Pedro João Batista escreveu um diário. E o autor observa:
“Uma das delícias do Diário de Pedro João Baptista é o seu estilo. Não era um letrado não sendo um analfabeto, era um militar sertanejo. Escrevia com os pés mas olhava com génio. O pombeiro inventou uma gramática anárquica, onde o discurso direto irrompe sem aviso e os verbos não têm isso de conjugação, onde a pontuação tem a irregularidade do fôlego e expressões eruditas convivem com um léxico existente em nenhum dicionário. Os conceitos científicos não estão lá. Os pontos cardeais não existem mas é uma evidência que Leste se diz “andar com o sol na cara”. O rigor da descrição é tal que foi fácil identificar os locais e acidentes por onde passou o pombeiro”.

Outra apreciação exemplar é a do brigadeiro-general Kalutotai:
“O brigadeiro-general vive numa das pequenas casas arrasadas pela invasão sul-africana e pela guerra civil. Não serão mais do que 10, as ruínas delas, moradias de guerreiros, sem arruamento mas alinhadas numa alameda de árvores enormes que dão sombra a uma história de violência total. A mobília desapareceu no fogo e o resto são instalações de zinco, esteiras, buracos de bala e de obus, alguidares e cães, roupas que secam e bebés que choram a céu aberto. Estes são os privilégios de Kalutotai, comandante da UNITA na área militar do Caiundo. A localidade do Caiundo – o antigo centro de cantineiros, lojistas do mato – erguia-se numa elevação sobre o Cubango, a ponte que ligava ao Sudoeste Africano foi dinamitada em 1975. De dia, se é de paz, o brigadeiro senta-se na varanda térrea e, sem mexer um dedo, ou mexendo apenas o pequeno chicote contra a perna esticada, controla a reta que traz ao rio a estrada de Menongue para a Namíbia. Ele vê sempre muito antes de ser visto. É talvez por isso que continua vivo. O Caiundo é uma célula onde flutuam canoas e Kalutotai é comandante da sua própria prisão perpétua. Em Angola, os partidos – dois exércitos – não são opções ideológicas, tornaram-se simples contingências geográficas – combate-se e vota-se pelo sítio onde se está”.

É Kalutotai que autoriza que o autor prossiga viagem, será uma viagem indescritível. A carta que Pedro Rosa Mendes escreve ao senhor Ventura, diretor da Direção de Estrangeiros e fronteiras de Angola, Cuíto, Bié, Angola, é prosa memorável, crítica mais mordaz aos pequenos poderes do funcionário déspota e mesquinho não pode haver. O autor despedaça-o, redu-lo à sua insignificância:
“Disseram-me que Vossa Excelência era muito nervoso e muito crente. Fiquei chocado e contente. Gente assim produz conversões dramáticas. Deus é a sua última hipótese.
Como na última vez que o vi, Vossa Excelência não me está a olhar nos olhos: nessa ocasião não conseguia, hoje não pode. Dá igual: “Não lhe dou mão nem adeus. Nada fez para merecer isso”.

Viajamos aos tropeções, sempre pela mão do autor, atravessamos fronteiras, conhecemos pessoas extraídas de preciosas antologias do exótico ou do extraordinário. Viajamos à toa, por vezes com a respiração suspensa, o autor corre perigos:
“José rema o meu sarcófago pelas ilhas e rápidos. Costuramos uma fronteira: há ilhas que são Namíbia, outras são Angola. Vou deitado no chão da canoa, com os braços estendidos ao lado do corpo, e a canoa adapta-se ao meu corpo. A cabeça e os ombros encaixam nela. Um sarcófago é isso, uma caixa à medida para a última travessia. Tivemos de aguardar a noite para voltar a Angola encobertos por ela. Devido ao embargo das Nações Unidas, a fronteira angolana está fechada nas áreas controladas pela UNITA, como é o caso do Cuando Cubango. Na Faixa de Caprivi o controlo é muito apertado. As patrulhas namibianas andam rio acima e rio abaixo. São renhidamente zelosas eficientes, quando veem alguém atravessar o rio atiram a matar”.

O belo horrível é dado pelo cristalino da língua, impecável, e os pormenores mais medonhos, contados com absoluta dureza. Ouve-se um piano, este sufoca os gritos dos executados, temos uma descrição do horror absoluto:
“Os jovens da Organização dos Pioneiros de Angola tinham a sua bandeira e toda a gente tinha que se pôr em sentido num raio de três quarteirões quando era hasteada. Quem não, levava um tiro ou era preso, os meninos da OPA treinavam-se nisso para ser futuros dirigentes. Os camponeses não sabiam, distraiam-se, eram levados para a cave daquela casa abandonada – era de uma professora de música que fugira meses antes – e torturados ao som do piano para o piano abafar os seus gritos. O terror lança mão de qualquer objeto. Até de um piano”.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17079: Notas de leitura (931): “Baía dos Tigres”, por Pedro Rosa Mendes, Publicações Dom Quixote, 1999 (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17087: Parabéns a você (1215): Luís Moreira, ex-Alf Mil Sapador do BART 2917 e BENG 447 (Guiné, 1970/71)

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Nota do editor

Último poste da série de 26 de Fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17083: Parabéns a você (1214): João Carlos Silva, ex-1.º Cabo Especialista MMA da FAP (1979/82)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17086: Efemérides (246): Foi há 48 anos que eu e rapaziada da CART 2479 (futura CART 11) chegámos a Bissau... Fomos recebidos por pilotos da barra, muito pretos, a falar (crioulo ?) sem se perceber o que diziam... (Valdemar Queiroz)


Guiné > Bissau > Avenida prinicipal > O valdem,ar Querioz junto á catedral


Guiné > Bissau > O Valdemar Queiroz na Solmar

Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de ontem, do Valdemar Queiroz , ex-fur mil, CART 2479 / CART 11,

Faz hoje 48 anos que eu e a rapaziada da CART 2479 (futura CART 11) chegamos à Guiné. 48 anos passam daquele dia da chegada a Bissau e da chegada à guerra.

48 anos foi quanto durou a ditadura que governou Portugal (1926-1974) e não resolveu a questão colonial como todos os países europeus, a partir da 2ª guerra mundial. A ditadura preferiu enviar milhares de jovens prá guerra colonial em vez de, com eles, fazer desenvolver o País.

Nunca consegui perceber, por que a ditadura não considerou aquela guerra como uma guerra civil sendo que aqueles territórios eram considerados Portugal. Claro que eram colónias e como tal era aplicado o direito colonial que nada tinha a ver com o direito do nosso País e por causa disso os povos das colónias queriam ser independentes do país colonizador e seguir o seu próprio caminho e por causa disso os povos colonizados se revoltaram e por causa disso lá foram milhares de jovens para a guerra colonial.

......até aparecerem os pilotos de barra, muito pretos e falar (crioulo?) sem perceber o que diziam, e o alf. Mil. Pina Cabral a dizer-me: 
- Queiroz, agora é que chegamos à Guiné.
Chegamos à Guiné. Terra vermelha. Bissau sem colinas, céu cinzento, calor pesado, mosquitos e crianças a pedir 'parte um peso', crianças que nós passamos a chamar jubis (mas jubi em crioulo quer dizer 'olha', estás a ver', 'repara' - bu ka na jubi riba = sem olhar para cima),... Ttropa por tudo o que é sitio, com as camisas suadas, a dizerem-nos 'salta periquito' ou 'periquito vai pró mato', mas, também, muita gente à civil, europeus e naturais muito pretos,  e nós, desejosos de umas cervejas frescas, fomos encaminhados para umas tendas, em Brá, em que alguns tiveram o primeiro encontro com lacraus e todos desfilaram depois do discurso empolgante de Spínola.....

Inesquecível.
Valdemar Queiroz
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Guiné 61/74 - P17085: Blogpoesia (495): "Bendita a sorte de viver..."; "Outra vez..." e "Em breve...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Tapada Municipal de Mafra


1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros durante a semana ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Bendita a sorte de viver… 

Se, no mundo, reinasse a paz e a harmonia, 
Como seria bom viver. 
Mas não. 

Cada vez mais. 
Novas formas de espezinhar. 
Torturar. 
Escravizar iguais para se sentir maior. 

Não há valores. Não há limites. 
Ninguém está imune. 
A esta invasão fatal. 

Ó enfermidade!... 

Só o poder de Deus a poderá curar… 

Berlim, 23 de Fevereiro de 2017 
9h05m 
Jlmg 

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Outra vez... 

Outra vez Mulhouse,
a caminho do sul.
Onde o sol é rei
e o mar é mar.

Onde a serra é branda
A terra é verde
e azul o céu.

Ali eu me entendo
porque sou da casa.
O cantinho de chão
que meus pés conhecem.

Se é bom partir,
muito melhor chegar...

Mulhouse, Ibis, 24 de Fevereiro de 2017 
19h41m
Jlmg

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Em breve...

Irei partir...
Deixar Berlim.
Até minha casa,
Vila de Mafra.

Foram três meses
De vida intensa.
Ao pé dos filhos,
À beira dos netos.

Agora, é vez do mar.
Mar da Ericeira.
De ondas azuis.
Meus passeios soltos,
Por aqueles campos e vales,
Na seara de Oeste.
Onde a terra baila,
Em ondas de paz.

E os cavalos da Mata!...
Os meus vizinhos leais.
Já perguntaram por mim...
Nunca mais apareci à janela,
Pelas manhãs.

Ali devem andar,
Comendo da palha,
Daquele cesto gigante.

Que a tropa lhe dá...
E, depois, têm a erva
Que vai verdejando.
Naquele prado vedado.
À prova de bala.

Vou ver Sintra,
Luzindo ao sol,
Bordada de nuvens.
O Palácio da Pena...
Que um louco ergueu...
Na crista dum monte,
Onde só os pardais...

Minha terra bendita....
O meu Portugal...
Agora infeliz!...

Ouvindo Lang Lang, tocando Chopin, no Chile
“Bar dos motocas”, arredores de Berlim, 19 de Fevereiro de 2014
11h6m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17060: Blogpoesia (494): "Sol envergonhado..."; "O manjar das ostras..." e "Galeria dos apaixonados...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P17084: Agenda cultural (542): "O que é feito da Guiné-Bissau?"... Reportagem de uma equipa da TVI, dirigida pelo jornalista Vítor Bandarra, passa este fim de semana (dias 25 e 26, no Jornal das 8)... A não perder...







Fotogramas do vídeo "O que é feito da Guiné-Bissau ?", da TVI (com a devida vénia)


1. Hoje e amanhã na TVI, Jornal das 8


"A Guiné-Bissau tornou-se um país esquecido, apontado apenas quando se fala de instabilidade política ou de narcotráfico. No entanto, a Guiné-Bissau é muito mais do que isso e podia ser um país rico e próspero, virado para as pescas, a agricultura ou o turismo, por exemplo.

"Apesar da instabilidade política, algumas centenas de portugueses fazem vida e negócios na Guiné-Bissau. Uma equipa de reportagem da TVI viajou pela Guiné, de Bissau a Bafatá, de Cacheu ao arquipélago dos Bijagós."

Uma grande reportagem cuja primeira parte passou este sábado no Jornal das 8. E a II parte parte será apresentada, hoje, domingo.

Para saber nmais, ver aqu,

TVI: O que é feito da Guiné.-Bissau ? > Um paraíso (quase) perdido | Reportagem de Victor Bandarra | Imagem de Bruno Vinhas | Edição de imagem de João Ferreira

Excertos:

(...) "A Guiné-Bissau podia ser o paraíso na Terra. Mas não é! A Natureza é pródiga, a paisagem enche os olhos, os rios espreguiçam-se por recantos lindos de morrer. Com apenas 1,8 milhões de habitantes, o país tem tudo para ser rico. Mas não é! Apenas com o turismo no arquipélagos dos Bijagós (mais de 80 ilhas e ilhotas), além das pescas e respectivas licenças, mais o caju e os produtivos campos de arroz, a Guiné-Bissau podia ser rica. Mas não é! Há petróleo nas suas águas, há minerais nobres no interior, mas a Guiné-Bissau é o 5º país mais pobre do Mundo. E o Povo? Os povos, mais de 30 etnias, são orgulhosos, resistentes e pacíficos. E são solidários, porém pobres, muito pobres, como sempre foram. E ninguém passa fome, apenas e só graças à Natureza e à tradicional solidariedade bantu." (...)

(...) "Para milhares de portugueses que cumpriram serviço militar na então província ultramarina, restam as memórias dos momentos tensos e dramáticos da guerra, mas também as boas recordações do país verde, até bucólico, que podia ser o Paraíso na terra. Que não era, e que não é! Valham as esperança no futuro e o juízo de quem manda e decide." (...) 


2. Comentário do nosso colaborador permanente Hélder Sousa:


Vi, sim senhor. Ou melhor, vi uns bocados, pois houve umas perturbações pelo meio, mas o que vi pareceu-me feito de forma séria.

Vou aguardar pela segunda, hoje domingo,  para ter a visão completa mas fiquei com a ideia que o programa pretende dar uma imagem positiva.

Fala-se das dificuldades, mas não as tornam intransponíveis.

Fala-se daquilo que todos nós, que lá vivemos, a maioria sem tempo, nem paciência, nem apetência, para apreciarmos bem, e que referimos muitas vezes sobre as características afáveis, simpáticas e até 'envolventes' do povo da Guiné, apesar das inúmeras etnias e suas diferenças.

Fala-se de como o País é pobre mas das verdadeiras e reais potencialidades que tem, principalmente turísticas, assim o 'clima social' o permita. A propósito dessa vertente turística talvez não seja por acaso que está previsto (e anunciado, como sabemos) que na próxima BTL (bolsa de turismo de Lisboa) vai ser lançado por um conjunto de operadores e agências de turismo vários programas diversificados para turismo na Guiné, principalmente nos Bijagós.

Fala-se dos portugueses que ainda hoje 'fazem vida na Guiné', alguns deles até já referidos aqui no Blogue, e de como encaram a vida lá. Também sobre 'empreendedores' que trabalham para e com a Guiné.

Parece que vamos acompanhar, em parte, a vivência de três jovens médicos que resolveram (aparentemente contra toda a lógica) "passar férias" a Guiné. Já os vimos a experimentar frutos estranhos e a gostarem (já devem ter bebido 'água do Geba'...) e a movimentarem-se com todo o à-vontade no meio aparentemente caótico daqueles mercados [, em Nhacra, por exemplo, onde a equipa de reportagem da TVI os apanhou a cmainho de Bafatá e do Saltinho].

Já os vimos em 'peregrinação' a Quinhamel e às ostras.

Também me parece que o autor do programa, Vítor Bandarra, salvo erro, já tem muita familiaridade com o meio ou então fez o 'trabalho de casa'.

Encontrar e enquadrar no programa o músico [Juca Delago] e o jogador de futebol [Toni, antogo campeão mundial de júniores pela selção portuguesa] parece-me, também, uma jogada feliz.

Em suma, faltará falar, ver, comentar, muita coisa mas, pelo menos, não está a ser uma reportagem nem 'lamechas', nem 'bota-abaixo', nem 'paternalista'.

Hélder Sousa
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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P17083: Parabéns a você (1214): João Carlos Silva, ex-1.º Cabo Especialista MMA da FAP (1979/82)

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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17081: Parabéns a você (1213): Gumerzindo da Silva, ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CART 3331 (Guiné, 1970/72)

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17082: Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu) - Parte I: "O bom viajante não sabe para onde vai, o viajante perfeito não sabe de onde vem" (Lin Yutang 1895-1976)



Espanha > Catalunha > Barcelona > 1 de setembro de 2016 


Texto, fotos e legendas: © António Graça de Abreu  (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].











[3]




[4]

(Continua)


1. Mensagem, com data de 19 d corrente,  de António Graca de Abreu, António Graça de Abreu, escritor, poeta, sinólogo, nosso camarada, ex-alf mil, CAOP 1 [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74], membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com 175 referências:


Luís, caríssimo


Conforme dombinado, envio-te, em texto definitivo, a primeira parte, a menos interessante, das Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo, Setembro, Dezembro de 2016. Vai em PDF com fotografias no correr do texto.

Tenho muitas mais fotografias de cada lugar, que te posso enviar em separado, a inserir em cada texto.

Diz-me o que achas. Não valerá pena publicar tudo, mas apenas os textos que considerares mais interessantes.

Como texto introdutório, sugeria estas minhas palavras:

Companheiros e camaradas da Guiné

Depois daqueles anos de fogo, nas décadas de sessenta e setenta do século passado em que, meninos e moços, fizemos uma guerra em terras da Guiné e depois, pelo bem e pelo mal, regressámos marcados para todo o sempre, continuámos as nossas sinuosas vidas, filhos, netos, casamentos, divórcios, trabalhos e lazeres, emigração, viagens de espantar, a atravessarmos o mundo e o mundo a atravessar-nos a nós.

Com sete décadas de complexa vida, tive a sorte de viver quase nove anos fora de Portugal, derramando-me por quatro continentes. Sou dono de coisa nenhuma, mas o mundo não me é estranho.

Acabei de concretizar uma Volta ao Mundo, por alguns dos muitos mares "nunca dantes navegados", três meses e nove dias de viagem num navio ao encontro do mundo, ao encontro de mim. Fui escrevendo uns textos curtos, de lugar em lugar, simples notícias às vezes extravagantes e, por certo, inéditas.

Se tiverem paciência, leiam, acompanhem-me na viagem. Prometo não vos desiludir. Em San Diego, EUA, em Melbourne, Austrália, na Tailândia, em Cochim, Índia, em Muscate, Omã, lá encontrarão também a referência aos combatentes de outras, ou as mesmas, guerras, e a essa fantástica, exaltante e estuporada expansão dos portugueses pelo vasto mundo.

Abraço a todos,


António Graça de Abreu

Guiné 61/74 - P17081: Parabéns a você (1213): Gumerzindo da Silva, ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CART 3331 (Guiné, 1970/72)

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17078: Parabéns a você (1212): António Cunha (ex-1.º Cabo da CCAÇ 763 (Guiné, 1963/65) e Manuel Henrique Quintas de Pinho, ex-Marinheiro Radiotelegrafista das LDMs 301 e 107 (Guiné, 1971/73)