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domingo, 3 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11185: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (6): ...onde também tem lealdade, dedicação e competência

1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 17 de Fevereiro de 2013:


FANTASMAS DO FUNDO BAÚ

6 - No fundo do "baú", também tem ...lealdade, dedicação e competência

Caros Luís Graça/Carlos Vinhal,
Segui a sugestão do Carlos de raspar o fundo do baú, agora ilustrado com algumas fotos que chegaram de São Paulo, e olhem o que eu encontrei... lealdade, dedicação e competência.

Na foto *, Vasco Pires (de camiseta branca) ladeado por dois Grandes Artilheiros, a partir da esquerda o Furriel Oliveira, e à direita o Furriel Krus. Foi pela dedicação e competência destes dois altamente empenhados Furriéis, que o Exmo. Senhor Coronel de Artilharia António Carlos Morais Silva escreveu, mais de quarenta anos depois, neste Blog (P9936):

"...sempre exigi, quando andava no mato, tempo de resposta que não podia exceder 1 minuto e perante uma "saída" das armas IN a resposta imediata de um obus fosse qual fosse, no momento, a direcção de vigilância. Cumpriram sempre e nunca esqueci os excelentes artilheiros...".

A partir da esquerda: Fur Mil Oliveira, um graduado da Companhia de Comandos Africana (?), Alf Mil Vasco Pires e Fur Mil krus

O Pelotão foi colocado, famílias incluídas, na última fileira da tabanca junto ao rio (facilmente localizada na foto de Gadamael). Acredito que foi do Furriel Oliveira, a sugestão de ocuparmos a primeira casa junto ao arame, na realidade uma verdadeira "mansão" com dois quartos sala e cozinha, bem próximo aos obuses. Excelente ideia, pois, como eu disse, eles já "saíam atirando", como nos velhos filmes do Clint Eastwood. Humor tardio à parte, tinham grande conhecimento das bases IN, e ajustavam o material rapidamente.

Temos que reconhecer, que não é tarefa fácil, dois jovens beirando os vinte anos, controlarem soldados profissionais, com vários anos de guerra, com mulheres (alguns com mais de uma) e filhos, e eles o fizeram muito bem; lembro, por exemplo, que no dia de pagamento, muitas vezes, passavam a noite administrando os problemas familiares dos soldados, agravados pelos vapores do álcool.

Não posso deixar de lembrar, a sofisticadíssima rede logística, que o Furriel Oliveira, assessorado pelo meu ordenança, o Cabo Apontador (da guarnição local) José Carlos, montou para interceptar caçadores e pescadores às primeiras horas da madrugada, garantindo assim as proteínas extra destes três Artilheiros.

O Furriel Krus sempre administrou brilhantemente a parte operacional do Pelotão, inclusive, durante um longo período formando o Pelotão diariamente para revista.

Mas, sobretudo, fica a certeza que durante a minha vida, civil e militar, nunca tive parceiros tão leais e dedicados, como os Furriéis Oliveira e Krus.

Onde quer que estejam, a minha gratidão.
VP
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 24 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11148: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (5): "Alfero di canhão"

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11148: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (5): "Alfero di canhão"

1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 17 de Fevereiro de 2013:


FANTASMAS DO FUNDO BAÚ


5 - "Alfero di canhão"

Caros Luís Graça/Carlos Vinhal,
Chegaram algumas fotos de São Paulo, mal armazenadas, não estão em boas condições.
Tentei recuperar umas poucas. Acredito que esta foto foi tirada poucos dias depois da minha chegada. Em primeiro plano o então Capitão de Artilharia Rodrigues Videira, que muito me ajudou nestes primeiros tempos de guerra. Acredito que o segundo, da esquerda para a direita, atrás, é o oficial que eu fui substituir. Foi tão rápido o nosso contacto, que não posso ter certeza. 

Nós, oficiais e sargentos da Artilharia da Guiné, nos considerávamos injustiçados, pois, o restante da tropa ia para casa ao fim de vinte e um meses, e muitos de nós ultrapassávamos os vinte e quatro, à espera de substituto, foi o caso deste oficial de Artilharia, que já tinha mais de vinte e quatro meses. Assim quando eu cheguei, ele foi no primeiro voo.

Um periquito em Gadamael... e a velhice da CART 2478

Quanto à praxe, foi suave, acredito que foi fundamental a ajuda do meu saudoso amigo Augusto Pereira Alegre, que era um dos donos das Caves Monte Crasto, ele tinha sido da Companhia de Comandos do então Capitão Neves, conhecia pois as agruras africanas. Deu ordem à Casa Gouveia, para me entregar uma caixa de espumante, foi pois em "espécie líquida" que "paguei" o meu pedagio (portagem) de entrada nesse "paraíso" às margens do Rio Sapo. Um longo caminho, Mafra, Vendas Novas, Figueira da Foz, Bissau, e enfim Gadamael!!!

Foi também nessa data que soube, que o pessoal da EPA tinha-se enganado sobre o meu posto, o correto era "Alfero di Canhão"!

Sendo informado que o meu posto era "Alfero di Canhão"!

Forte abraço
Vasco Pires
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Nota do editor

Vd. último poste da série de 31 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11033: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (4): Quem vem lá?

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11081: (Ex)citações (211): Ainda o P11033 (Vasco Pires)

1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 9 de Fevereiro de 2013:

Caro Carlos Vinhal,
Fico muito grato por tua atenção, ao criar essa secção "Fantasmas ...". Pois, tal como o velho Fernão Mendes Pinto, quarenta anos depois, alguns factos da nossa juvenil aventura Africana ficam nebulosos na nossa memória, outros ficam bem vividos.


Ainda o P11033

Do P11033:
"A outra suposta tentativa de invasão, penso "in the best of my recollection" (lá vem o recurso ao famigerado anglicismo), que o Comando já era do então Capitão de Artilharia Morais Silva, lembro ainda, que lá estavam os Comandos Africanos sob o comando do então Alferes Zacharias Sayeg. Julgo, que foi nessa data que fizemos disparo direto com o obus (10,5) para o fim da pista, num total do dia de cerca de 200 disparos, o que foi um erro meu, pois, entrei na "reserva estratégica" (que me perdoem os Artilheiros se não é este o termo exato); soube mais tarde por Oficiais lotados no comando da Artilharia, que por esse erro, o "Paizinho" pensou em me punir, o que não se concretizou."

Esses supostos disparos de obus 10,5, foram feitos, num dia (noite) de intenso ataque do PAIGC, à distância, e com aproximação ao quartel.

Fiz alguns disparos diretos para o começo (fim) da pista, o disparo direto, é um recurso extremo, e como tal só deve ser feito em situações extraordinárias.

Quanto aos cerca de 200 disparos durante o dia, foram feitos comprometendo a reserva mínima, o que foi um erro, principalmente num quartel com as dificuldades logísticas de Gadamael.

O Comandante do Aquartelamento de Gadamael, considerou a minha resposta adequada à intensidade do ataque IN, provavelmente foi o seu relatório que inibiu o "Paizinho" de me dar a sempre adiada porrada.

Quanto à quantidade de disparos dados durante o dia, nenhum Oficial do Comando da Artilharia (e lá em Bissau tinha muitos), considerou que o número de disparos (cerca de 200) feitos por 3 obus de 10,5 comprometessem o material.
Contudo, certas infrações em tempo de guerra não prescrevem, podem sempre seguir para uma instância superior. Foi o que para meu azar aconteceu, a absolvição do "Paizinho" foi revisada, e o camarada C. Martins me deu a tão adiada "porrada":


Do comentário ao P11033:
Enfiares 200 tiros de obus 10,5 em tiro directo no fundo da pista ...é obra...merecias uma "porrada".

Paciência... quem vai à guerra...

Forte abraço
Vasco Pires
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11033: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (4): Quem vem lá?

Vd. último poste da série de 9 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11078: (Ex)citações (210): Fanado, circuncisão, excisão: diferenças interétnicas (Pepito)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P11033: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (4): Quem vem lá?

Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel, de Janeiro de 1971 a Outubro de 1972) > Vista aérea de Gadamael Porto nos finais do ano de 1971. Foto do cor art ref António Carlos Morais da Silva, gentilmente cedida ao nosso camarada Manuel Vaz.
Foto: © Morais da Silva (2012). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 26 de Janeiro de 2013:

Caros Luís Graça/Carlos Vinhal,
Envio a minha modesta contribuição para o gigantesco trabalho, que vocês magistralmente desenvolvem e administram.


FANTASMAS DO FUNDO BAÚ

4 - QUEM VEM LÁ???

Quando cheguei a Gadamael, para assumir o comando do 23° Pel Art, lá pelos meados de 1970, encontrei uma Companhia em fim de comissão (tinham acabado de evacuar Ganturé), logo em seguida veio uma Companhia de Infantaria, e se seguiram alguns agitados dias.
É desses tempos, tentando responder a perguntas de um Camarada Historiador, o que, diga-se de passagem, não consegui fazer a contento, que surgiram do "fundo do baú", alguns "causos", cuja "gravação" era um pouco mais nítida.

Foi num dia, o que na altura se entendeu como tentativa de invasão do quartel. Lembro que alguém informou que o IN estava no fim (começo) da pista, o Capitão duvidou, contudo, por segurança, mandou uma Panhard fazer um reconhecimento. É um facto conhecido, que o apontador foi morto e o condutor voltou "transtornado"; em seguida, desencadeou-se um dos piores ataques a Gadamael no período (aliás no P7142 e no P7186 tem foto da parede da messe com os estilhaços desse dia).

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 > Ex-edifício do comando, com vestígios de estilhaços
Foto e legenda: © Pepito / AD -Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados

A outra suposta tentativa de invasão, penso "in the best of my recollection" (lá vem o recurso ao famigerado anglicismo), que o Comando já era do então Capitão de Artilharia Morais Silva, lembro ainda, que lá estavam os Comandos Africanos sob o comando do então Alferes Zacharias Sayeg. Julgo, que foi nessa data que fizemos disparo direto com o obus (10,5) para o fim da pista, num total do dia de cerca de 200 disparos, o que foi um erro meu, pois, entrei na "reserva estratégica" (que me perdoem os Artilheiros se não é este o termo exato); soube mais tarde por Oficiais lotados no comando da Artilharia, que por esse erro, o "Paizinho" pensou em me punir, o que não se concretizou.

Nesse dia, após uma violenta flagelação, com aproximação até à pista de pouso, aconteceu algo inusitado, que quase acabou em tragédia. Alguém falou que o IN tinha entrado no quartel no fim do ataque, então, o Capitão, serenamente, mandou todos para as valas, e ordenou que eu fizesse a volta no sentido contrário ao dele, e o encontrasse no Posto de Comando, assim, em tese, não haveria dentro do perímetro do quartel, ninguém em pé além de nós dois.
Como eu não tinha hábito de usar arma, havia um soldado do PelArt, Meta Camará, que além de excelente Artilheiro era atirador de elite (morreu com um tiro de um franco atirador numa viagem a Cacine), que normalmente me acompanhava, quando eu achava necessário. Disse a ele, sem deixar margem a dúvidas, que à minha ordem de fogo, ou se eu me atirasse no chão, deveria disparar a G3 da melhor maneira possível.

Eis senão quando, a meio caminho entre os obuses e o comando, junto à divisão com a tabanca (o trajeto fica bem claro na foto de Gadamael de autoria do Coronel Morais Silva) surgem dois vultos. Numa fração de segundo, que eu nunca soube precisar, decidi perguntar "quem vem lá", ... eram dois graduados da Companhia de Comandos, que provavelmente estavam na tabanca, e não ouviram a ordem do Capitão!!!

Eh, depois de mais de quarenta anos, fica assim...

forte abraço
Vasco Pires
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 14 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P10941: Fantasmas do fundo do baú (Vasco Pires) (3): A morte, em 24/1/1971, do cap inf op esp Fernando Assunção Silva, 1º comandante da CCAÇ 2796, e meu amigo

domingo, 18 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10689: Em busca de ... (208): Vasco Pires, ex-comandante do 23º Pel Art pede a Manuel da Silva Fernandes, ex-1º cabo cripto da CCAÇ 2796, contactos dos seus antigos furrieis, que estiveram com ele em Gadamael (1970/72)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel, de Janeiro de 1971 a Outubro de 1972) > Vista aérea de Gadamael Porto nos finais do ano de 1971. Foto do cor art ref António Carlos Morais da Silva, e por gentilmente cedida ao nosso camarada Manuel Vaz.

Foto: © Morais da Silva (2012) [Editada por L.G., com a devida vénia]. Todos os direitos reservados.


1. Comentário de Manuel da Silva Fernandes ao poste P9994, de 4/6/2012:

Caro Vasco Pires:

Tenho acompanhado a dinâmica do Blogue e, naturalmente, estou ao corrente da vida de tanta gente que pisou as terras de Gadamael-Porto. Evitei até agora qualquer participação na Tabanca Grande para fugir à tentação de comentar alguns disparates que foram ditos nas dissertações entre o senhor "Coronel" Morais da Silva e o "Alferes" Amaral Bernardo.

Aparentemente está tudo sanado, para sossego das nossas consciências: CCaç Ind 2796, "Os Gaviões de Gadamael", Pelotão Art 23.º e  Pelotão de Reconhecimento Fox 2260.
.
Sobre a vida de Gadamael-Porto e Quinhamel (onde este assunto também é tratado), apresentarei em Dezembro, em Ponte de Lima, o livro "Os Caminhos de Gadamael-Porto", em memória dos meus camaradas que caíram na frente da guerra e dos que já partiram depois da aurora de Abril. 

Para além da solidariedade e respeito para com todos aqueles que de forma desinteressada têm permitido dar voz aos mais humildes, expresso aqui a minha enorme admiração por quem abraçou tão grande projecto. 

Ao Vasco,  o meu abraço por sabermos que ainda vai andando por aí; já houve uma ou duas oportunidades em que os homens da CCaç 2796 partilharam essas emoções com as tropas de artilharia e Fox.

Ex -1.º Cabo Operador Cripto Silva Fernandes da CCaç Ind 2796

2.  Comentário do Vasco Pires, ao mesmo poste:

Caro Manuel Fernandes,

Cordiais saudações. Desculpa o atraso, pois só agora vi o teu comentário. Fez-me viajar no tempo, e lembrar a tua boa vontade, apesar da responsabilidade do teu trabalho, e também, algumas mensagens tensas que troquei com o Comando da Artilharia.

Ficaria muito grato se me desses um contacto com os meus Furriéis.

Boa sorte para o lançamento do livro, gostaria de ter mais notícias sobre ele, por fazer pega o meu e-mail com o Luis Graça.
forte abraço
Vasco Pires

Sábado, Novembro 17, 2012 6:27:00 p.m.

3. Comentário de L.G.:

Camarada Manuel Fernandes: não temos o teu email, uma vez que (ainda) não és membro, por opção tua,  da nossa Tabanca Grande. Para entrares em contacto com o teu camarada Vasco Pires, que vive no Brasil, manda-nos um email, para o nosso endereço: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com

Pondera, por outro lado, a hipótese de, finalmente, fazeres parte desta grande família, onde há de resto muita malta que passou pela região de Tombali, em geral, e por Gadamael, em particular. Como sabes, o  nosso blogue é um traço de união entre todos camaradas da Guiné, uma verdadeira rede, aberta, multilateral, onde se comunica em todos os sentidos, e não segundo a lógica do comando-controlo vertical, hierárquico,  que aprendemos a respeitar e a seguir na tropa em que o  soldado, para chegar ao general, tinha (tem) de passar pelo sargento e aí por aí por cima...

Gostaríamos, por outro lado, de noticiar e acompanhar o lançamento do teu livro. Tens aqui uma boa montra que chega a muitos lados, da  Austrália aos Estados Unidos da América, de Ponte de Lima (, magnífica cidade!) até Ponta Delgada.

Um Alfa Bravo.  O editor Luís Graça.
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 12 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10657: Em busca de... (207): António de Jesus Vieira de Matos da CCS/BART 2920, ex-impedido da messe de oficiais de Bafatá, entre 1970 e 1972, procura camaradas

domingo, 30 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10457: Blogoterapia (218): Obrigado pelo acolhimento nesta Grande Tabanca, que abriga as alegrias e as dores de uma geração, batizada com suor, sangue e mosquitos, nas águas escuras dos deltas dos rios da Guiné (Vasco Pires, Brasil)


Guiné  > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel,  Janeiro de 1971 a Outubro de 1972) > Vista aérea de Gadamael Porto nos finais do ano de 1971.  Foto do cor art ref António Carlos Morais da Silva, e por gentilmente cedida ao nosso camarada Manuel Vaz.

Foto:  © Morais da Silva (2012) [Editada por L.G., com a devida vénia]


(...) [ Sobre o ex-cap art Morais da Silva disse o Vasco Pires: Cheguei a Gadamael Porto, lá por meados de 70 para assumir o comando do 23° PelArt, encontrei uma Companhia em fim de comissão, comandada pelo então Capitão de Artilharia Rodrigues Videira, que logo nos primeiros dias me falou da importância da disciplina em zona de guerra. Logo em seguida veio uma Companhia de Infantaria, comandada pelo saudoso Capitão de Infantaria Assunção Silva, morto em combate, intrépido oficial altamente disciplinado e disciplinador, que foi substituído pelo então Capitão de Artilharia António Carlos Morais Silva, sobre o qual já falei neste blog, como um dos mais brilhantes Oficiais do Exército Português que conheci, nos meus três anos de serviço" (...)


1. Mensagem de hoje, nosso camarada e novo grã-tabanqueiro Vasco Pires, que vive no Brasil [, foto atual, à direita]:
 

Caros Luís Graça e Carlos Vinhal,

Fico muito grato, pela fraternal acolhida nesta Grande Tabanca, que abriga as alegrias e dores de uma geração, batizada com suor sangue e mosquitos, nas águas escuras dos deltas de rios da África Ocidental. 


Mais uma vez, expresso a minha admiração pela sabedoria como toda a equipe editorial magistralmente administra tantas emoções,  por vezes extremadas, de um tempo só cronologicamente distante.

Forte abraço

Vasco Pires



2. Sobre o 
Vasco Pires (e o Manuel Vaz) disse o seguinte o cor art ref Morais da Silva (que eu espero que não furioso comigo por quebrar o sigilo de um mail privado...):

Boa noite: Muito obrigado pelo alerta [, em relação ao poste P10443],  A foto que refere [, vista aérea de Gadamael,] foi cedida ao Martins Vaz que levou a cabo o levantamento da "história" de Gadamael e que, para esse trabalhão, me solicitou a dar-lhe conta do que era Gadamael no período do meu comando em 1971/72.

O Vasco Pires foi o meu alferes artilheiro. Empenhado, eficaz e corajoso. Uma das minhas "muletas" que a minha memória muito preza.

Abraço, 

Morais Silva


3. Comentário do Vasco Pires, em resposta ao anterior:
 

Caro Luís Graça:  
Fico agradecido, pelo teu e-mail. Mais de quarenta anos depois, ler as generosas palavras do seu 'commanding officer', perdoa-me o anglicismo, da estatura do Coronel Morais Silva, é ainda uma forte emoção.

Só me resta também agradecer a tua dedicação, e da tua equipe de editores, que mantem vivo um tempo, que marcou para o bem e para o mal, a vida de tantos de nós.
 
Forte abraço
VP

_____________________



Nota do editor:
 
Último poste da série > 21 de setembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10418: Blogoterapia (217): Mário Tito, aliás, Mário Serra de Oliveira, camarada da diáspora, está disponível, em 27 de outubro, no lançamento do seu livro, ou então na 1.ª quinzena de novembro, para estar com os camaradas de cá, para "papiar crioulo" e "parti mantenha e lembra tempo di tuga"

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10443: Tabanca Grande (362): Vasco Pires, ex-Alf Mil, CMDT do 23.º Pel Art.ª (Gadamael, 1970/72)

Gadamael Porto nos finais do ano de 1971.  
Foto © do Cor Morais da Silva, com a devida vénia.

 
1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires* (ex-Alf Mil, CMDT do 23.º Pel Art.ª, Gadamael, 1970/72), com data de 21 de Setembro de 2012:

Caro Luís Graça,
Em primeiro lugar, saudo mais uma vez, você e toda sua equipe de editores, pelo modo sereno como moderam, (uso moderar, no sentido de "moderar um grupo"), matéria tão delicada cheia de emoções extremadas, como a do blog.

Como disse, fiquei mui honrado com os seus convites para integrar essa "Grande Tabanca", disse também em e-mail anterior, que atualmente estou no interior do Brasil, e os meus pertences estão em São Paulo, alguns deles empacotados; inclusive, já pedi a um parente para tentar localizar as minha fotos da Guiné, embora não saiba qual o estado de conservação se encontram atualmente, assim que tiver esses documentos solicitarei o meu ingresso formal.

Tendo feito já algumas intervenções, me acho na obrigação de mandar uma foto atual, usada para o documento mais recente que tirei, fica a seu critério publicá-la ou não.

Cordiais saudações
Vasco Pires


2. Vamos recordar o que nos disse o nosso camarada e tertuliano Vasco Pires, em Fevereiro deste ano no Poste 9461, respondendo ao convite de Luís Graça para fazer parte da Tabanca Grande:

Prezado Luís Graça: 
Fico muito grato pela cordial acolhida, bem como pelo convite. 
Sou um desses milhões da multicentenária diáspora Lusitana.  Em 1972 saí de Portugal, e por aí ando até esta data. 

Há talvez um ano, tive o primeiro contacto com o blog; quero te parabenizar como a toda a equipe pelo extraordinário trabalho, bem como pelo alto nível da edição do blog, em assuntos tão polémicos e carregados de emoção, com décadas de distância. 

Cordiais saudações 
Vasco Pires


3. Comentário de CV:

Caro camarada Vasco Pires
Bem-vindo à tertúlia, da qual já fazes, praticamente, parte desde o princípio deste ano.
Publicada que está a tua foto recente, podias dar mais pormenores da tua vida militar, a começar por Mafra, passando por Vendas Novas e acabando em Gadamael. Podes dar-nos as datas mais importantes do teu trajecto, e com vaga, falar das tuas memórias e experiências.
Matéria não falta, tenhas tu alguma disponibilidade para nos enviar os teus textos e fotos, se as recuperares, para que passem a constar do espólio do nosso Blogue. Julgo que sabes que não é possível a publicação de postes directamente pela tertúlia, pelo que tudo que tenha por destino o Blogue deverá ser enviado para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com, e para um dos co-editores, o Eduardo Magalhães ou eu (Carlos Vinhal), cujos endereços encontrarás no lado esquerdo da nossa página.

Recebe um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores, e os votos de que a tua vida pela América do Sul, mais propriamente no Brasil, corra pelo melhor.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
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Notas de CV:

(*) Vd. postes de

8 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9461: Camaradas da diáspora (10): Vasco Pires, ex-comandante do 23º Pel Art (Gadamael, 1970/72): saiu de Portugal em 1972

10 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9469: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (51): Dois amigos, Paulo Santiago, aguedense, e Vasco Pires, anadiense​, reencontra​m-se, no blogue, ao fim de 50 anos!

29 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9829: Tabanca Grande: oito anos a blogar (16): Parabéns (Vasco Pires, no interior do Brasil; ex-cmdt do 23º Pel Art, Gadamael, 1970/72)
e
17 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9918: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (53): Acácio Conde, ex-combatente em Angola, encontra no nosso Blogue os amigos Manuel Reis, Paulo Santiago e Vasco Pires

Vd. último poste da série de 17 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10396: Tabanca Grande (361): Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705 (Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10340: Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Art Humberto Nunes (3): Cuntima





1. Terceira série de fotos do álbum do nosso camarada Humberto Nunes (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art,  Gadamael Porto e Cuntima, 1972/74), enviado ao nosso blogue em mensagem do dia 3 de Agosto de 2012:

 



Cuntima > Festa na tabanca

Cuntima > Festa na tabanca

Cuntima > Festa na tabanca

Cuntima > Festa na tabanca

Cuntima > Festa na tabanca

Cuntima > Juventude em pose

Cuntima > Juventude em pose

Cuntima > Picada para Farim

Cuntima > Tabanca no Senegal

Cuntima > Tabanca no Senegal

Cuntima > Tabanca no Senegal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10320: Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Art Humberto Nunes (2): Cuntima

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10329: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte V: Atividade operacional, de agosto a setembro de 1971 (Orlando Silva)



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos do +álbum do Orlando Silva > Foto nº 19 - Junto a uma das três Peças 11,4 – O Alf Acácio (Médico), o Alf  Rodrigues, o Alf Cristina (Comandante do Pelotão de Artilharia), o Alf Tavares (CPC/BCP 12), eu e o Cap Parracho. 




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos do álbum do Orlando Silva > 
Foto nº (?) - Vista aérea do aquartelamento, tabanca e pista de aviação.

Fotos (e legendas): © Orlando Silva (2009). Todos os direitos reservados. (Editadas por L.G.)


A. Continuação da publicação da hsitória da CCAÇ 3325 - Cobras de Guilje (1971/73).
Esta unidade, a que pertencia o alf mil Orlando Silva, hoje residente em Aveiro, esteve em Guileje de janeiro a dezembro de 1971. Reprodução de fotos e texto com a devida autorização do autor:

(....) Atividade operacional > De 01 a 31 de Agosto de 1971:

Realizámos mais 22 operações.

Neste período as Bases de fogos do IN,  devido às chuvas, só podiam ser utilizadas para flagelações com Canhão S/R.

Continuaram a realizar-se operações a todas as Zonas de Acção da Companhia, embora nalguns locais a água já atingisse o metro e meio de altura.

Não de confirmaram as notícias de um incremento da actividade do IN. Continuaram isso sim a implantar Minas A/P embora já com menos intensidade, por medo das nossas tropas, pois aparecíamos a qualquer hora de qualquer dia.~

Numa das reacções a flagelações o IN teve muitas baixas. Na Base de fogos do IN foram encontrados vários rebentamentos da nossa Artilharia e Morteiros Pesados.

A actividade operacional das nossas tropas, esteve orientada para o levantamento de algumas Minas e Armadilhas colocadas pelo IN nos acessos às suas Bases de Fogos e locais de passagem, na montagem de minas nos itinerários do IN, e em patrulhar com intensidade a ZA na região Este, para tentar detectar novas Bases de Fogos do IN e criar-lhes insegurança aos seus movimentos.

Levantaram-se neste período 3 Minas A/P e implantaram-se 7 Minas A/P. Causámos várias baixas ao IN numa reacção a uma flagelação.

Devido ao cansaço e às doenças, o pessoal operacional está reduzido a 71%, não sendo a alimentação (em virtude da situação isolada da Unidade), compatível com o esforço operacional exigido e com o trabalho em melhoramentos no Quartel, tanto na parte da defesa, como no do bem estar das tropas.
Em consequência da maneira deficiente com que se processa o reabastecimento de Guileje, apareciam várias deteriorações, violações e faltas de toda a espécie, tendo o Comando problemas administrativos extremamente graves. Como consequência da situação, foi o assunto exposto ao Comandante do Batalhão 2930 sito em Catió, de que dependíamos.

Em resumo podemos dizer que, apesar de tudo, continuámos a manter o total controle da Z.A. e que a actividade do IN, devido à pertinácia das NT em não se deixarem fechar no Quartel, conjugada com a implantação de Minas e com as baixas causadas ao IN no período, devem ter contribuído para que não se confirmasse o aumento da sua actividade, e ainda que, tal como no período anterior, a falta de pessoal e a alimentação estivessem a afectar o rendimento da actividade operacional.


De 01 a 30 de Setembro de 1971:

Realizámos 17 operações de patrulhamento.

As bases de fogos do IN continuam a ser só utilizáveis por Canhão S/R. Continuámos a efectuar regularmente patrulhas a toda a Zona de Acção, apesar das chuvas intensas. O IN continuou a implantar minas A/P furtando-se totalmente ao contacto com as nossas tropas. O único itinerário que o IN utilizava frequentemente era o “Corredor de Guileje”, local onde, num outro reencontro inesperado com as nossas tropas, sofreram assinaláveis baixas.

A actividade operacional das NT neste período, esteve orientada para:

-Levantamento de minas colocadas pelo IN nos acessos às suas bases de fogos e vias de infiltração;
-Colocação de minas nos locais de passagem do IN;
-Patrulhar com intensidade a zona das bases de fogos do IN afim de criar mais insegurança aos seus movimentos no “Corredor de Guileje”, 
- implantar minas e montar emboscadas ao mesmo.

Nesta área tornava-se muito difícil a nossa acção, não só por estar muito bem defendida, mas também por ser intensamente percorrida pelo IN. Daí, termos de procurar sempre itinerários diferentes, para evitar possíveis emboscadas. Acontecia que, por vezes, surpreendíamos o IN pelas costas, e isso tornava-se muito perigoso.

Toda esta actividade causava grande desgaste físico e psicológico na tropa. No entanto procurámos manter o ritmo destas acções, dado o seu extraordinário interesse.

Concluimos mesmo, que a seguir à defesa de Guileje, eram as acções sobre o “Corredor de Guileje” a missão prioritária da Companhia, embora para isso, fosse manifestamente insuficiente uma única Companhia para manter certa continuidade nas investidas sobre o “Corredor”.

Levantámos neste período 01 mina A/P M3 de fragmentação de fabrico português implantada pelo IN. As NT implantaram 05 minas A/P numa base de fogos do IN e 04 minas A/P no “Corredor de Guileje”.

Os transportes são outro grande problema, devido ao isolamento da Companhia. Apesar da deficiente alimentação e do cansaço das nossas tropas, conseguimos evitar que o IN circulasse livremente nas vias de infiltração situadas na nossa Zona de Acção, o que ajudava a manter elevado o moral da tropa.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10315: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte IV: Atividade operacional, de maio a julho de 1971 (Orlando Silva)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10320: Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Art Humberto Nunes (2): Cuntima





1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Humberto Nunes (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art,  Gadamael Porto e Cuntima, 1972/74:



Cacine > Eu no meio dos obuses

Cacine > LDG a ser carregada

Junto à Ilha de Bubaque

Cuntima > A minha segunda suite

Cuntima > Fabrico de blocos para as casas dos Artilheiros

Cuntima > As casas dos artilheiros

Cuntima > Ibus à espera de acção

Cuntima > Vista parcial

Cuntima > Vista parcial

Cuntima > Aproximação de um helicóptero

Cuntima > Chegada do helicóptero do correio

Cuntima > Algures, a caminho de Bissau
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 11 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10252: Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Art Humberto Nunes (1): Gadamael

sábado, 11 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10252: Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Art Humberto Nunes (1): Gadamael





1. Primeira série de fotos enviados pelo nosso camarada Humberto Nunes (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º PelArt,  Gadamael Porto e Cuntima, 1972/74, em mensagem do dia 3 de Agosto de 2012):




Gadamael > À entrada da minha suite

Gadamael > No interior da minha suite

Gadamael > Eu junto a um banco de ostras

Gadamael > Eu

Gadamael > Espaldão do obus de 10,5

Gadamael > Obus em acção de fogo

Gadamael > Artilharia em Banda

Gadamael > Artilharia em confraternização

Gadamael > Romance em miniatura

Gadamael > População em trabalho

Gadamael > População em trabalho

Gadamael > Lançamento de frescos em paraquedas

Gadamael > A última visão a partir da LDM

Fotos (e legendas): © Humberto Nunes (2012). Todos os direitos reservados.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 DE AGOSTO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10228: Tabanca Grande (353): Humberto Martins Nunes, ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art.ª (Gadamael Porto e Cuntima, 1972/74)

Vd. último poste da série de 10 DE AGOSTO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10248: Álbum fotográfico de Abel Santos (2): Beli, Nova Lamego, Buruntuma e Bissau