Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > O célebre e velhinho caça-bombardeiro T6 G, tanbém conhecido por "ronco", na pista de aviação de Bafatá, Em primeiro plano, o fur mil at nf da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) Arlindo T.Roda (, o grande fotógrafo da CCAÇ 12, juntamente com o Humberto Reis). Os T 6G desempenharam o seu importante papel ao longo da guerra.... Mas eram "poupadinhos" em combustível (menos de 200 litros por hora em média), quando comparados com os "glutões" dos Fiat G-91 (c. 1800 litros em média, por hora).
O míssil terra-ar Strela, se não lhe ditou a morte, afectou a sua exploração operacional pela FAP. Como diz José Matos, "o efeito do míssil é evidente, principalmente, nos aviões de hélice e menos significativo no Alouette III e no Fiat G.91. O caça italiano é mesmo o único meio aéreo que aumenta a sua actividade operacional ao longo do ano em análise" (, ou seja, 1973).
Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
Directiva nº 20/73 de 29Mai73 - Condições em que é executado o apoio aéreo as FA do TO face à evolução da situação.
(...) A utilização pelo lN, no TO da Guiné, de mísseis terra-ar, impôs profundas alterações no emprego da Força Aérea, com reflexos na doutrina operacional, não só da Força Aérea, como ainda das forças de superfície (F.S.). Aquelas alterações traduzem-se por:
(1) Cancelamento de acções operacionais da Força Aérea;
(2) Modificação de procedimentos de voo, de carácter geral e específicos, para cada tipo de aeronaves;
(3) Modificação de procedimentos na execução de acções de apoio pelo fogo em proveito das F.S. (...)
Reveja-se depois o estudo do investigador independente José Matos (e membro da nossa Tabanca Grande), suportado por dados empíricos, sobre o impacto do Strela na actividade aérea na Guiné (**)
Neste estudo José Matos refere "que, em finais de novembro, o novo Comandante-Chefe da Guiné, General Bettencourt Rodrigues, emite uma nova directiva para o apoio aéreo, que permite algumas excepções às directrizes definidas na Directiva 20/73 de 29 de maio. Nesta nova directiva, os ATAP em G.91 com foguetes e metralhadoras passam a ser possíveis por decisão do Comando da Zona Aérea ou do chefe de formação de voo empenhada, o mesmo acontecendo com as missões ATIR-ATID dos Fiat, o que dá maiores possibilidades de acção aos “Tigres”. De resto, a nova directiva mantém em vigor as orientações definidas em maio." (...)
II. Directiva para o apoio aéreo, de 30Nov73, sem número.
"1. SITUAÇÃO
a. A utilização pelo lN, no TO da Guiné, de mísseis terra-ar [Strela, de fabrico russo], impôs alterações no emprego da Força Aérea, com reflexos na doutrina operacional, não só da Força Aérea, como ainda das Forças de Segurança (lapso, deve ser Forças de Superfície) (FS).
b. Aquelas alterações traduzem-se por:
(1) Cancelamento de algumas acções operacionais da Força Aérea.
(2) Modificação de procedimentos de voo, de carácter geral e específico, para cada tipo de aeronaves.
(3) Modificação de procedimentos na execução de acções de apoio pelo fogo em proveito das FS.
2. ACÇÕES OPERACIONAIS DA FORÇA AÉREA CANCELADAS
São canceladas as seguintes acções operacionais da Força Aérea:
a. DCON [Direcção de Controlo D Delta - ponto trigonométrico... ] ("DO-27" - armado, a baixa altitude). [... ]
b. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações] ("T-6" - armado). [...]
c. ATAP [ Ataque de Apoio] ("T-6" - armado). [ ]
d. ATAP [ Ataque de Apoio] ("FIAT G-91" armado com foguetes e metralhadoras). [ ]
e. ATIR [Ataque Independente em Reconhecimento; ] - ATID [Ataque Individual Ririgido] ("FIAT G-91" com foguetes e metralhadoras). [ ]
f. RVIS [Reconhecimento Visual ] ("DO-27" a baixa altitude). Substituída por RFOT [Reconhecimento Fotográfico ].
3. PROCEDIMENTOS DE VOO DE CARÁCTER GERAL
São estabelecidos os seguintes procedimentos de voo, aplicáveis a todas as aeronaves e em todos os tipos de missões:
a. Altitudes de voo - acima de 6.000 pés e abaixo de 200 pés. [1 pé=30,48 centímetros. ]
b. Entre aquelas altitudes, todas as aeronaves manobram constantemente (mudanças bruscas de rumo e altitude).
c. Todas as subidas e descidas sobre as pistas do interior do TO são executadas em espiral, com inversões frequentes de sentido.
d. As rotas são variadas de modo a que as aeronaves, sempre que possível não sobrevoem os mesmos pontos, pelo menos dentro de períodos curtos de tempo.
e. Todas as aeronaves actuam, no mínimo, em parelhas.
f. As subidas e descidas nas pistas do interior do TO são executadas dentro da área de manobra cuja segurança é garantida pela FS:
(1) Nas pistas de escala de aviões de transporte médio (Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar) - de acordo com o procedimento anteriormente estabelecido.
(2) Nas pistas de escala de aviões de transporte ligeiro - 2.000 metros a partir da pista, quer lateralmente, quer nos topos (4.000 x 6.000 metros).
g. A proximidade da fronteira, as áreas de reacção antiaérea com misseis terra-ar e as áreas de maior actividade do lB onde, segundo notícias recebidas, se presume a existência de mísseis
terra-ar, levaram a considerar operativas para "DO-27" apenas as pistas constantes do Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
h. Atendendo aos condicionamentos expressos em 3.g. são considerados heliportos de utilização normal apenas os indicados no Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
4. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS E RESTRIÇÕES NA UTILIZAÇÃO DAS AERONAVES
a. TGER médio ("NORDATLAS" e "C-47").
(1) São normalmente utilizadas as pistas de Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar. A pista de Farim é utilizada apenas em casos especiais.
(2) A execução das missões tem carácter inopinado; os dias e horas são acordados de véspera até às 17h00 entre o COAT e a Repartição PessLog do Comando-Chefe. Esta Repartição
informará a Chefia dos Transportes e a Unidade destinatária com a antecedência conveniente para efeitos de aviso aos passageiros, preparação da carga e transportar e montagem
da segurança da área de manobra. [... ]
b. TGER [Transportes Gerais ] ligeiro. Condicionado por condições meteoreológicas.
(1) "DO-27"
(a) As disponibilidades de carga a transportar são:
(b) O número de descolagens por missão é reduzido para 4 (incluindo a descolagem de Bissau), excepto para o sector de Tite/Bolama em que se admitem 6. [... ]
(i) O pedido de uma acção TEVS [ Transporte de Evacuação Sanitária] é elaborado de acordo com o Anexo B [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(2) Helicóptero - "ALIII"
Adoptam-se os procedimentos estabelecidos para "DO-27" no que se refere a TGER e TEVS.
c. PCV [Posto de Comando Volante ] ("DO-27")
Realizado acima de 6.000 pés, destina-se a fazer trânsito de comunicações, e conduzir grupos empenhados em operações e a referenciar posições para apoio de fogo, desde que as FS tenham possibilidades de sinalizar as posições próprias utilizando fumígenos.
d. Ataque ao solo (Anexo C) [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(1) "FIAT G-91". [... ]
e. TMAN [Transporte de Manobra] (Helicóptero "AL-III")
(1) As colocações e recuperações de pessoal devem efectuar-se, sempre que praticável, em locais distintos e afastados.
(2) O número de vagas deve ser o menor possível.
(3) As recuperações devem ser reduzidas ao mínimo indispensável.
(4) As evacuações de feridos da zona de operações e as recuperações devem ser efectuadas de pontos afastados de locais de contacto com o lN.
(5) As aproximações aos pontos de colocação e recuperação são sempre efectuadas à altitude mínima possível.
f. RFOT [Reconhecimento Fotográfico ]
(1) A baixa altitude, para objectivos pontuais.
(2) A 10.000 pés, na escala de 1/30.000, com possibilidades de ampliação até à escala de 1/7.500.
g. AESC [ Ataque em Escolta ] (Helicóptero "AL-III")
(1) A escolta a formações de helicópteros é executada por dois helicópteros armados.
(2) A escolta a um helicóptero é efectuada por um helicóptero armado.
h. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações]
O avião mantém-se a uma altitude de segurança e destina-se a fazer trânsito de comunicações entre as FS e o COAT [Comando Operacional Aero Terrestre ] e a indicar aos pilotos dos "FIAT G-91" a base de fogos lN, no caso de se verificar um ataque e ser pedido apoio de fogo.
i. DLIG [Missão Diversa de Ligação]
Acompanhamento de aviões "DO-27" empenhados em acções de transporte (TGER, TMAN ou TEVS) e a helicópteros que efectuem percursos a muito baixa altitude.
5. PROCEDIMENTOS A SEGUIR PELAS FS NA EXECUÇÃO DE ACÇÕES DE APOIO PELO FOGO
a. As restrições impostas à Força Aérea nas actuais circunstâncias condicionam, de forma muito particular, as acções de apoio pelo fogo, não só pelas consequências desastrosas que podem advir de um erro de localização das NF, como ainda pela necessidade de se
introduzirem distâncias de segurança.
b.
(2) Quando as NT fazem um pedido de apoio de fogo urgente devem informar:
- Se houve flagelação a redutos defensivos (aquartelamento, bivaques, etc), meios móveis (navios, viaturas, etc) ou contacto lN no mato.
- Qual o armamento utilizado pelo lN.
- Se, à altura do pedido, ainda está em curso o fogo lN ou há quanto tempo teve lugar.
- As condições meteorológicas na zona (nebulosidade e visibilidade), quando possível.
6. PREMISSAS A CONSIDERAR PELO CZACVG [Comando da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné] NA DECISÃO - PROCESSO ACEITAÇÃO / RECUSA DUM PEDIDO DE APOIO DE FOGO
a. Possibilidades da artilharia e das armas terrestres da dotação normal das NT.
b. Possibilidades de apoio aéreo e oportunidade de intervenção.
c. Meios existentes em voo e no solo e capacidade dos diversos sistemas de armas.
d. Condições meteorológicas (aeródromo de partida, trânsito e zona de acção) e evolução prevista.
e. Rendimento a esperar em face dos elementos conhecidos.
f. Situação no local em face do armamento a utilizar e a reacção antiaérea previsível ou provável na zona e nos trânsitos. [... ]"
Fonte: Excertos de: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro III; 1.ª Edição; Lisboa (2015), pp. 288-292 (Com a devida vénia...)
[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]
(**) Vd. postes de:
(...) A evolução da guerra colonial na Guiné tomou um rumo dramático em 1973-74, quando o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) adquiriu a última versão do míssil soviético terra-ar SA-7 (Strela-2M).
II. Directiva para o apoio aéreo, de 30Nov73, sem número.
"1. SITUAÇÃO
a. A utilização pelo lN, no TO da Guiné, de mísseis terra-ar [Strela, de fabrico russo], impôs alterações no emprego da Força Aérea, com reflexos na doutrina operacional, não só da Força Aérea, como ainda das Forças de Segurança (lapso, deve ser Forças de Superfície) (FS).
b. Aquelas alterações traduzem-se por:
(1) Cancelamento de algumas acções operacionais da Força Aérea.
(2) Modificação de procedimentos de voo, de carácter geral e específico, para cada tipo de aeronaves.
(3) Modificação de procedimentos na execução de acções de apoio pelo fogo em proveito das FS.
2. ACÇÕES OPERACIONAIS DA FORÇA AÉREA CANCELADAS
São canceladas as seguintes acções operacionais da Força Aérea:
a. DCON [Direcção de Controlo D Delta - ponto trigonométrico... ] ("DO-27" - armado, a baixa altitude). [... ]
b. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações] ("T-6" - armado). [...]
c. ATAP [ Ataque de Apoio] ("T-6" - armado). [ ]
d. ATAP [ Ataque de Apoio] ("FIAT G-91" armado com foguetes e metralhadoras). [ ]
e. ATIR [Ataque Independente em Reconhecimento; ] - ATID [Ataque Individual Ririgido] ("FIAT G-91" com foguetes e metralhadoras). [ ]
f. RVIS [Reconhecimento Visual ] ("DO-27" a baixa altitude). Substituída por RFOT [Reconhecimento Fotográfico ].
3. PROCEDIMENTOS DE VOO DE CARÁCTER GERAL
São estabelecidos os seguintes procedimentos de voo, aplicáveis a todas as aeronaves e em todos os tipos de missões:
a. Altitudes de voo - acima de 6.000 pés e abaixo de 200 pés. [1 pé=30,48 centímetros. ]
b. Entre aquelas altitudes, todas as aeronaves manobram constantemente (mudanças bruscas de rumo e altitude).
c. Todas as subidas e descidas sobre as pistas do interior do TO são executadas em espiral, com inversões frequentes de sentido.
d. As rotas são variadas de modo a que as aeronaves, sempre que possível não sobrevoem os mesmos pontos, pelo menos dentro de períodos curtos de tempo.
e. Todas as aeronaves actuam, no mínimo, em parelhas.
f. As subidas e descidas nas pistas do interior do TO são executadas dentro da área de manobra cuja segurança é garantida pela FS:
(1) Nas pistas de escala de aviões de transporte médio (Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar) - de acordo com o procedimento anteriormente estabelecido.
(2) Nas pistas de escala de aviões de transporte ligeiro - 2.000 metros a partir da pista, quer lateralmente, quer nos topos (4.000 x 6.000 metros).
g. A proximidade da fronteira, as áreas de reacção antiaérea com misseis terra-ar e as áreas de maior actividade do lB onde, segundo notícias recebidas, se presume a existência de mísseis
terra-ar, levaram a considerar operativas para "DO-27" apenas as pistas constantes do Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
h. Atendendo aos condicionamentos expressos em 3.g. são considerados heliportos de utilização normal apenas os indicados no Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
4. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS E RESTRIÇÕES NA UTILIZAÇÃO DAS AERONAVES
a. TGER médio ("NORDATLAS" e "C-47").
(1) São normalmente utilizadas as pistas de Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar. A pista de Farim é utilizada apenas em casos especiais.
(2) A execução das missões tem carácter inopinado; os dias e horas são acordados de véspera até às 17h00 entre o COAT e a Repartição PessLog do Comando-Chefe. Esta Repartição
informará a Chefia dos Transportes e a Unidade destinatária com a antecedência conveniente para efeitos de aviso aos passageiros, preparação da carga e transportar e montagem
da segurança da área de manobra. [... ]
b. TGER [Transportes Gerais ] ligeiro. Condicionado por condições meteoreológicas.
(1) "DO-27"
(a) As disponibilidades de carga a transportar são:
- Descolagem de Bissau 300 Kg
- Descolagem de outras pistas 200 Kg
(b) O número de descolagens por missão é reduzido para 4 (incluindo a descolagem de Bissau), excepto para o sector de Tite/Bolama em que se admitem 6. [... ]
(i) O pedido de uma acção TEVS [ Transporte de Evacuação Sanitária] é elaborado de acordo com o Anexo B [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(2) Helicóptero - "ALIII"
Adoptam-se os procedimentos estabelecidos para "DO-27" no que se refere a TGER e TEVS.
c. PCV [Posto de Comando Volante ] ("DO-27")
Realizado acima de 6.000 pés, destina-se a fazer trânsito de comunicações, e conduzir grupos empenhados em operações e a referenciar posições para apoio de fogo, desde que as FS tenham possibilidades de sinalizar as posições próprias utilizando fumígenos.
d. Ataque ao solo (Anexo C) [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(1) "FIAT G-91". [... ]
e. TMAN [Transporte de Manobra] (Helicóptero "AL-III")
(1) As colocações e recuperações de pessoal devem efectuar-se, sempre que praticável, em locais distintos e afastados.
(2) O número de vagas deve ser o menor possível.
(3) As recuperações devem ser reduzidas ao mínimo indispensável.
(4) As evacuações de feridos da zona de operações e as recuperações devem ser efectuadas de pontos afastados de locais de contacto com o lN.
(5) As aproximações aos pontos de colocação e recuperação são sempre efectuadas à altitude mínima possível.
f. RFOT [Reconhecimento Fotográfico ]
(1) A baixa altitude, para objectivos pontuais.
(2) A 10.000 pés, na escala de 1/30.000, com possibilidades de ampliação até à escala de 1/7.500.
g. AESC [ Ataque em Escolta ] (Helicóptero "AL-III")
(1) A escolta a formações de helicópteros é executada por dois helicópteros armados.
(2) A escolta a um helicóptero é efectuada por um helicóptero armado.
h. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações]
O avião mantém-se a uma altitude de segurança e destina-se a fazer trânsito de comunicações entre as FS e o COAT [Comando Operacional Aero Terrestre ] e a indicar aos pilotos dos "FIAT G-91" a base de fogos lN, no caso de se verificar um ataque e ser pedido apoio de fogo.
i. DLIG [Missão Diversa de Ligação]
Acompanhamento de aviões "DO-27" empenhados em acções de transporte (TGER, TMAN ou TEVS) e a helicópteros que efectuem percursos a muito baixa altitude.
5. PROCEDIMENTOS A SEGUIR PELAS FS NA EXECUÇÃO DE ACÇÕES DE APOIO PELO FOGO
a. As restrições impostas à Força Aérea nas actuais circunstâncias condicionam, de forma muito particular, as acções de apoio pelo fogo, não só pelas consequências desastrosas que podem advir de um erro de localização das NF, como ainda pela necessidade de se
introduzirem distâncias de segurança.
b.
(1) Até ao aparecimento do míssil, as posições ocupadas pelas NF e pelo lN eram identificadas visualmente pelos pilotos. Este procedimento já não é realizável, em virtude de a 6.000 pés de altitude ou acima não ser possível identificar pela vista as posições ocupadas pelas NT e pelo lN. As posições ocupadas pelas NT terão de ser identificadas por forma (de preferência coloridos, exceptuando a cor verde). A posição do lN a atacar terá de ser definida por azimute magnético e distância a partir das posições das NT ou por granadas de fumos de morteiro (de preferência coloridos exceptuando a cor verde).
Há que ter em atenção as distâncias de segurança adequadas (Anexo C) [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ]. O ATAP pode, em casos específicos, ser executado por dois helicópteros armados que, além do ataque ao solo, também se apoiam mutuamente. A sua presença na zona é por períodos curtos. Quando conveniente, podem ser lançadas do helicóptero granadas de fumo para sinalização de objectivos a atacar por aviões "FIAT" (em alerta).
(2) Quando as NT fazem um pedido de apoio de fogo urgente devem informar:
- Se houve flagelação a redutos defensivos (aquartelamento, bivaques, etc), meios móveis (navios, viaturas, etc) ou contacto lN no mato.
- Qual o armamento utilizado pelo lN.
- Se, à altura do pedido, ainda está em curso o fogo lN ou há quanto tempo teve lugar.
- As condições meteorológicas na zona (nebulosidade e visibilidade), quando possível.
6. PREMISSAS A CONSIDERAR PELO CZACVG [Comando da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné] NA DECISÃO - PROCESSO ACEITAÇÃO / RECUSA DUM PEDIDO DE APOIO DE FOGO
a. Possibilidades da artilharia e das armas terrestres da dotação normal das NT.
b. Possibilidades de apoio aéreo e oportunidade de intervenção.
c. Meios existentes em voo e no solo e capacidade dos diversos sistemas de armas.
d. Condições meteorológicas (aeródromo de partida, trânsito e zona de acção) e evolução prevista.
e. Rendimento a esperar em face dos elementos conhecidos.
f. Situação no local em face do armamento a utilizar e a reacção antiaérea previsível ou provável na zona e nos trânsitos. [... ]"
[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 10 de julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23419: O consulado do general Bettencourt Rodrigues (1): "Trocar sangue por suor": a famosa "diretiva para a diminuição das vulnerabilidades", de 21/10/1973
6 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15333: FAP (91): O impacto do Strela na actividade aérea na Guiné - Parte I (José Matos, historiador e... astrónomo)
A utilização desta arma pela guerrilha provocou profundas alterações no emprego da aviação e na eficácia das operações aéreas. Aproveitando os efeitos tácticos do míssil, que tiveram reflexos estratégicos, os guerrilheiros lançaram várias operações de grande envergadura e a guerra entrou numa fase muito delicada. Surpreendida, inicialmente, a Força Aérea tomou rapidamente várias contramedidas que reduziram a eficácia do míssil. Que impacto teve, verdadeiramente, na actividade aérea e qual o efeito das contramedidas adoptadas é o que se pretende analisar neste artigo. (...)
(...) As perdas provocadas pela acção do míssil reflectem-se de imediato na capacidade operacional do Grupo Operacional 1201 (GO1201), que tem na sua orgânica a Esquadra 121, onde estão os Fiat, T-6 e DO-27, a Esquadra 122 com o Alouette III e a Esquadra 123 com o Noratlas e C-47.
O GO1201 dispunha em março de 1973, em Bissalanca, na BA12, de 53 aeronaves entre aviões e helicópteros (...) . Desta forma, os abates de março e de abril traduziram-se numa perda de 9,4% das aeronaves do GO1201. Mais importante ainda, 8 dos cinco aviões perdidos pela acção do míssil, dois deles eram aviões Fiat, o único jacto de combate que a FAP dispunha na Guiné. A Esquadra 121 tinha, nessa altura, onze G.91 passando, então, a ter nove. (...)
(...) Ultrapassada a fase de surpresa inicial, realizada a análise das perdas sofridas e deduzindo, ainda que empiricamente, o funcionamento da nova arma, dada a escassez de informação, o Comando da Zona Aérea introduz uma série de condicionamentos nas missões realizadas pelas diversas aeronaves. As primeiras medidas cautelares são adoptadas em meados do mês de abril e são as seguintes:
- T-6G – Cancelamento das missões de apoio próximo às forças terrestres e de ataque ao solo de natureza independente;
- Fiat G.91 – Execução apenas de missões de bombardeamento a picar (BOP) e de metralhamento a picar (MAP), com entrada a 10 000 pés (3300 m) e saída a 3000 pés (990 m);
- DO-27 – Cancelamento das missões de Reconhecimento Visual (RVIS) e de Posto de Controlo Volante (PCV); redução das missões de TGER e de TEVS (Transportes Gerais e Evacuação);
- Noratlas – Execução de missões de transporte limitado a 3000 kg de carga, a fim de assegurar a maior razão de subida das aeronaves dentro da zona de segurança garantida pelas forças terrestres; canceladas as missões de lançamento de cargas aéreas;
- C-47 Dakota – Execução de missões de transporte aéreo limitado a 1500 kg de carga;
- Alouette III – Execução de missões de TGER e TEVS por duas aeronaves, a baixa altitude, uma limpa e a outra armada para protecção do conjunto e de apoio de fogo das tropas e do meio aéreo de TEVS, na zona de operações das forças terrestres; execução de missões de TGER apenas para pistas interditas ao DO-27. (...)
6 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15335: FAP (92): O impacto do Strela na actividade aérea na Guiné - Parte II (José Matos, historiador e... astrónomo)
(...) Desta forma, a Força Aérea vai-se apercebendo de que as missões TEVS, em situações desta natureza, mesmo com a presença de um helicóptero armado, são muito perigosas. A solução passou por aumentar a protecção armada aos helicópteros TEVS que começaram a ter dois Alouette III armados, de escolta (AESC). A análise das missões TEVS e AESC do Alouette III, ao longo de 1973, no gráfico 5, revela que o número de acções de evacuação diminuiu, mas que as acções de escolta aumentaram de forma clara (...).
Por último, podemos analisar a exploração operacional das várias aeronaves da ZACVG, através do gráfico 6. O efeito do míssil é evidente, principalmente, nos aviões de hélice e menos significativo no Alouette III e no Fiat G.91. O caça italiano é mesmo o único meio aéreo que aumenta a sua actividade operacional ao longo do ano em análise.
Por último, podemos analisar a exploração operacional das várias aeronaves da ZACVG, através do gráfico 6. O efeito do míssil é evidente, principalmente, nos aviões de hélice e menos significativo no Alouette III e no Fiat G.91. O caça italiano é mesmo o único meio aéreo que aumenta a sua actividade operacional ao longo do ano em análise.
No fundo, a Força Aérea usou mais intensivamente o único meio aéreo que podia representar alguma capacidade de resposta face à ofensiva da guerrilha. No saldo final, todavia, a exploração operacional do GO 1201 ressente-se com o míssil ao longo do ano, ficando sempre abaixo dos níveis de março de 1973. (...)
6 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15336: FAP (93): O impacto do Strela na actividade aérea na Guiné - III e última Parte (José Matos, historiador e... astrónomo)
Desde finais de abril até dezembro de 1973, são referenciados 15 disparos contra aviões Fiat, mas nenhum avião é atingido (...). Este indicador mostra que os pilotos da BA12 conseguiram, ao longo do resto do ano, contornar a ameaça antiaérea e recuperar o controlo sobre a generalidade das acções de apoio que prestavam às forças terrestres.
O único abate acontece em 31 de janeiro de 1974, quando o G.91 5437, pilotado pelo Tenente Castro Gil, é atingido por um míssil perto da fronteira com o Senegal, numa missão de apoio a Canquelifá. O piloto consegue ejectar-se e escapar à guerrilha, regressando no dia seguinte ao quartel de Piche, à boleia numa bicicleta de um habitante local. (...)